Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Elementos do Estado
Aula 4 – 14/09/2020
Desenvolvimento do Governo:
o Legal: governo que se realiza/desenvolve de
acordo com as leis do Estado. Obs.: não importa
ao governo se ele se originou de forma
autoritária ou democrática, mas sim como ele
se realiza.
o Despótico: neste modelo, existe a
arbitrariedade dos governantes (não importa ao
governante o cumprimento da lei, mas sim a
satisfação dos interesses próprios).
LEITURA COMPLEMENTAR:
Parlamentarismo: pensadores, experiência brasileira, o papel do
Parlamento, do Chefe de Estado e do Chefe de Governo no
Parlamentarismo
O parlamentarismo é resultado – ou melhor uma consequência – de
uma das necessidades de cada Estado ante as garantias individuais e a luta
contra um absolutismo, deste modo, mesmo não sendo uma construção
filosófica, ou um movimento em prol do parlamentarismo, houve algumas
acepções de pensadores a respeito deste sistema de governo.
Jean-Jacques Rousseau não contemplara o sistema parlamentarista,
tendo em vista que era um contratualista a favor da democracia direta, tendo
isso como precedente, não faz sentido para o mesmo eleger alguém que irá
representá-lo e que por sua vez não tem como elemento a temporariedade,
ferindo assim uma de suas maiores defesas; a liberdade do homem.
Montesquieu, por sua vez, inspirou-se no sistema parlamentar inglês,
influenciando ainda mais em sua ideia de tripartição dos poderes, pois para ele,
o sistema jurídico político inglês era um meio de garantir a liberdade das
pessoas, pois não concentrava todas as funções em uma só pessoa, mas sim
deveria distribuir a função em órgãos para o exercício do poder, e com isso o
parlamento, ainda que indiretamente ganha força na conceção dos
pensadores.
Para John Lock, o parlamentarismo é essencial, pois para ele, todos os
homens são livres, e a partir do momento que escolhe um governante, abdica
da sua liberdade, sendo assim, como ele considera o poder legislativo como um
poder supremo, este é exercido pelo parlamento, os parlamentares irão
corresponder aos anseios socias, caso contrário, seriam removidos do cargo.
Muito se discute sobre o real papel do parlamentarismo, tendo em vista
que em face das modificações decorrentes da ciência política moderna, as
conceções e adaptações foram necessárias para a manutenção de tal sistema,
deste modo, atualmente o parlamento tem por finalidade, um governo
representativo, baseado na correlação dos poderes e sua interdependência,
submeter o poder executivo a moção de censura do legislativo para garantir a
paz social, leia-se regular as relações do Estado para com a sociedade sob pena
de se responsabilizar e dependendo o caso dissolver o parlamento.
Para a manutenção deste governo representativo, faz mister analisar e
distinguir duas figuras muito importantes para o parlamentarismo: o Chefe de
Estado e o Chefe de Governo.
O Chefe de Estado, pode ser monarca ou presidente, dependendo da
forma de governo em que se estabelecer o Estado. O Chefe de Estado atuará
nas relações externas, não se envolvendo direto na administração pública, pois
não exercerá qualquer decisão política, pois sua função não é governar, mas
sim representar os Estado.
Já, o Chefe de Governo é o protagonista político do parlamento, pois
após a indicação do Chefe de Estado e a aprovação pelo parlamento (sendo
este um dos papeis muito importantes do parlamento) é o Primeiro Ministro
(Chefe de Governo) que pratica os atos da administração pública.
Por esse motivo é que muitos consideram o Chefe do Governo, no
parlamentarismo, um delegado do Parlamento, pois ele só pode assumir a
chefia do governo e permanecer nela, como se verá em seguida, com a
aprovação da maioria parlamentar. (DALLARI, 2009, p. 235-236)
No Brasil, o parlamentarismo “dominou o cenário político do segundo
império brasileiro, desenvolvendo-se como uma manifestação espontânea da
consciência democrática nacional” (MALUF, 2009, p.283). Como citado, não
partiu de qualquer previsão legal, mas sim de um desdobramento dos atos
tomados, assim como a função exercida pelo rei, não o responsabilizava e ele
podia demitir ministros, assim como ministérios haviam sido desfeitos, logo
entende-se implicitamente que havia a previsão de um parlamento no Brasil,
ainda no Brasil império.
Não obstante, alguns estudiosos repudiam que houve o
parlamentarismo nesta época, “o mais grave vício que comprometeu todo o
sistema parlamentar pátrio foi indubitavelmente a concentração de poderes
nas mãos do imperador, que se converteu, através do Poder Moderador, em
supremo juiz das questões políticas” (BONAVIDES, 2015, p. 364)
Em 1961, houve novamente uma tentativa de estabelecer o
parlamentarismo no Brasil via Ato Adicional, tal qual novamente foi um
fracasso, pois tentou estabelecer enquanto o Brasil estava em uma
instabilidade política presidencialista muito grande. A rapidez da implantação,
não adequou a realidade e necessidade do povo, logo os defeitos estruturais,
sem contar o presidente que não se desvencilhou da função de Chefe do
Governo e do Estado, ensejaram para que não lograsse êxito por mais uma vez
no país.
MULTIMÍDIA
Assista o documentário a seguir, que retrata sobre a renúncia do Presidente
Jânio Quadros e a tentativa de manter João Goulart no poder, e para isso o
Congresso Nacional utiliza-se da iniciativa do Parlamentarismo no Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=Hu8PQyOrqbk
MULTIMÍDIA
Assista o vídeo a seguir para contextualizar o bicameralismo no Brasil e a
relação com os poderes, sendo um destes o executivo:
Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=9Xux_zFCb5c
Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=JUI7XlNsjd0
No presidencialismo, tanto a função de chefe de estado como a de
chefe de governo estão em uma mesma pessoa, figurando um executivo
monocrático que ao mesmo tempo cumpre as duas funções. As funções são
exercidas de maneira autônoma e representativa, logo se responsabiliza tanto
pelos atos de governo como pelos atos de administração.
Em apertadas linhas, o presidente poderá na função de Chefe de
Governo irá praticar atos em prol da administração pública, constituindo e
desconstituindo ministros, criando e extinguindo ministérios através de
serviços públicos federais. Não obstante, na função de Chefe de Estado irá
representar o país perante os outros, seja celebrando tratados, convenções e
acordos internacionais, como também declarar guerra, a título de uma análise
comparativa à monarquia parlamentarista, o presidente da república, tem os
mesmos poderes do primeiro ministro somado ao monarca, porém com ampla
liberdade e discricionariedade.
O Presidente da República goza do poder de veto, pois pautado na
separação dos poderes, para frear os atos tomados pelo legislativo o presidente
poderá vetar. Há de se ressaltar outra característica importante que aqui para a
retirada do chefe do executivo, não há de se falar em voto de desconfiança,
mas sim de impeachment, um processo muito mais demorado, solene e
desgastante para o Estado.