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TGE, CP e Economia

Aula 2 – UA2 – Teoria do Estado Contemporâneo

Origem e a formação do Estado

 Palavra Estado  Latim: “status” (estar firme);


etimologicamente relaciona com ESTABILIDADE!
 Palavra Estado surgiu pela primeira vez na obra “O
Príncipe”, de Maquiavel. (soc. política organizada)
o Sociedade política: termo utilizado a partir do
século XVI, que significa uma união de pessoas
para consecução de determinados fins.
 AZAMBUJA: Estado seria: “a organização político-
jurídica de uma sociedade para realizar o bem
público, com governo próprio e território
determinado”.
o Elementos que compõem o Estado:
tridimensional (3 elementos básicos):
 POVO;
 TERRITÓRIO;
 GOVERNO;
 (Qualidade do Estado  SOBERANIA);
 Resumo sobre o surgimento do Estado: 3 correntes:
o Sociedade sempre existiu, o Estado também
sempre existiu;
o Sociedade existiu sem o Estado por um
determinado período, e num determinado
momento, surge o Estado para atender às
necessidades coletivas da maioria;
o Só se considera Estado a sociedade política
dotada de certas características bem definidas,
ou seja, as características que vimos acima 
elementos (a partir do século XVII).
 DALLARI: se o Estado nada mais é do que a formação
contratual de uma sociedade, pode-se dizer que os
seres humanos optam por celebrar um pacto
visando renúncia a certa liberdade em busca de uma
estabilidade institucional.
 Nascimento e extinção dos Estados:
o Formação originária do Estado: Estados surgem
a partir de agrupamentos humanos que não são
(ainda) Estados;
o Formação secundária (derivada) do Estado:
Estados que surgem a partir de outros Estados
preexistentes.
o Ideias a respeito do surgimento dos Estados:
 Originária  Naturais:
 Origem familiar: religiosa (bíblicos,
textos sagrados)...
 Origem em causas econômicas:
trabalhar juntas  divisão do
trabalho: traz benefícios:
desenvolvimento profissional,
proteção capital... (usada bastante
por teóricos socialistas).
 Outras correntes: Estado surgiu com a
força; desenvolvimento interno (da
sociedade política...).
 Originária  Contratualistas: Estado surge
como um pacto social, não somente por
causa das famílias, tampouco por questões
econômicos;
 Formação Derivada do Estado: se forma a
partir da junção ou pelo fracionamento de
outros Estados já existentes.
 Junção: dois ou mais Estados que se
unem e formam um novo Estado. Ex.:
Uruguai + Brasil  Brasilguai ou
Uruguasil.
 Fracionamento: um Estado se divide
em vários outros Estados. Ex.: Brasil
que se divide e forma Brasul e
Branorte.
o Extinção ou morte do Estado?
Ontologicamente, o Estado se predispõe à
perpetuação. Permanente, organizado,
estável...
 Algumas causas naturais podem levar à
extinção do Estado: desastre (maremoto,
vulcão em erupção, terremoto...) Ex.:
erupção do Vesúvio.
 Outras causas, não naturais, também
podem levar à extinção do Estado: campo
militar (guerra, em que o Estado vencedor
conquista o perdedor); emigração (saída
de pessoas do Estado); renúncia à
condição de Estado.
Aula do dia 31/08/2020

Elementos do Estado

 Constituem o Estado: povo; território; governo;


soberania.

 POVO: Noção política, jurídica e sociológica:


o Conjunto de pessoas com características
comuns: língua, história, religião, costumes...
o Elemento principal do Estado  sociedade
humana do Estado.
o Paulo Bonavides: o povo pode ser estudado sob
três sentidos:
 Político: o povo pode ser entendido como
o conjunto de indivíduos sufragantes, que
se politizou. (Indivíduo como eleitor). Esta
visão surge a partir da formação do estado
liberal burguês, que pôs fim ao período
tirânico absolutista.
 Jurídico: o povo é o conjunto de pessoas
vinculadas, de forma institucional, a um
determinado ordenamento jurídico. Se as
pessoas seguem as leis do determinado
Estado, e as aplica, será reconhecida pelo
Estado.  Nacionalidade BR + direitos
políticos (gozo dir. pol. – cap. votar e de
ser votado)  CIDADÃ.
 Como o Estado atribui a
nacionalidade? Existem três sistemas
ou critérios para atribuição da
nacionalidade:
o Jus soli(s): vínculo com o Estado
se dá pelo território do
nascimento.
o Jus sanguinis: vínculo se dá de
acordo com a ascendência/
descendência dos pais da criança
(“sangue”  o filho herda a
nacionalidade dos pais).
o Sistema misto: jus soli + jus
sanguinis. Ex.: Brasil (art. 12, I,
alíneas “a” a “c”, CF/88).
 Sociológico: equivalência entre povo e
nação  o povo pode ser compreendido
como toda continuidade do elemento
humano que se projeta de maneira
histórica, a partir do Estado  NAÇÃO.
o Observação:
 População: conjunto de pessoas que está
num determinado território. Conceito
quantitativo (POVO qualitativo).

 TERRITÓRIO: espaço físico para a realização do


Estado. Detém as normas jurídicas.  As leis
informam como o espaço físico será utilizado.
o Paulo Bonavides: território é a constituição
geográfica da base de poder do Estado.
 Território-patrimônio: característico dos
Estado medievais;  Estado possui o
direito de propriedade sobre o seu
território.
 Território-objeto: o território é objeto do
direito real (“res”  coisa) de caráter
público.
 Território-espaço: o território é a extensão
do espaço da soberania estatal.
 Território-competência: o território é o
âmbito de validade da ordem jurídica do
Estado.
 Em suma: o território nada mais é do que o
limite espacial de competência/
propriedade do Estado.

 SOBERANIA: Darcy Azambuja: “a soberania é o grau


máximo de poder político do Estado”. Sahid Maluf:
identifica as correntes mais importantes da
soberania:
o Teoria da soberania absoluta do rei: o poder
era originado de Deus e se concentrava na
pessoa sagrada do rei (soberano).
o Teoria da soberania popular: a soberania se
origina da vontade do povo.
o Teoria da soberania nacional: a soberania se
origina da vontade da nação.
o Teoria da soberania do Estado: a soberania
provém da vontade do Estado.
o PLUS...
 Teorias das escola alemã e austríaca: a
soberania é de natureza estritamente
jurídica.
 Teoria negativista da soberania: como a
soberania é um conceito abstrato, não
existe concretamente no Estado.
 Teoria realista/institucionalista: a
soberania é a expressão concreta e
funcional resultando da sua
institucionalização no Estado.

Aula 4 – 14/09/2020

UA4 – Formas de governo (introdução aos sistemas de


governo): Monarquia e República

 Formas de Governo: são maneiras como se exercita


sistematicamente o poder político, para
salvaguardar a ordem econômica, a ordem jurídica, a
ordem social... Dentro do território do país, com o
auxílio da população (projeto do povo); o governo
age para garantir a soberania do Estado.

 Origem do Governo: pode surgir de 2 maneiras:


o De Direito: consciência política e jurídica do
Estado; identifica com o POVO do Estado.
(Surge de acordo com as LEIS do Estado).
o De Fato: implantado através da força, violência,
fraude...

 Desenvolvimento do Governo:
o Legal: governo que se realiza/desenvolve de
acordo com as leis do Estado. Obs.: não importa
ao governo se ele se originou de forma
autoritária ou democrática, mas sim como ele
se realiza.
o Despótico: neste modelo, existe a
arbitrariedade dos governantes (não importa ao
governante o cumprimento da lei, mas sim a
satisfação dos interesses próprios).

 Extensão do Poder do Governo: (reflexos)


o Constitucional: Governo que exercita o poder a
partir do texto da Constituição (lei fundamental
do Estado). Ex.: Brasil CF/88 prevê a tripartição
de poderes/funções.
o Absolutista: Governo que reúne o exercício dos
poderes/funções num só órgão! Normalmente
fundamenta-se tal concentração por conta do
poder divino (concentração é fruto do exercício
da vontade de Deus).
 DICA: Livro: “O Príncipe”, de Maquiavel 
Monarquia/República: “todos os Estados, todos os
domínios que exerceram e que exercem poder sobre
os homens, foram ou são Repúblicas ou
Principados.”
 DICA 2: (raiva/preguiça – semana de provas):
Consultar obra do Prof. Sahid Maluf.

 MONARQUIA: surge a partir das primeiras


organizações de pessoas em sociedade  Escolha de
um líder em tribos/clãs para manutenção da paz
social.
o Vem da palavra “monarca”  “monarkhía”
(líder)  (poder soberano).
o Mono(s): um (só); arkhein: domínio.
o Presença de alguém num Estado que o dirija de
acordo com os seus interesses individuais.
(cuidado: exceto nas monarquias
constitucionais).
o Características:
 Vitaliciedade: aquele status, aquilo que
nasce com a pessoa e morrerá com ela.
Enquanto a pessoa estiver viva, a pessoa
estará no exercício da chefia de governo
(interno) ou na chefia do Estado
(externos).
 Hereditariedade: só assume o trono
(poder) aquele que estiver diante de
parentesco ou consanguineidade na linha
sucessória.
 Teoria da irresponsabilidade: o monarca
representa a figura do divino  não há
que se falar em responsabilidade do
Estado.  “Vontade de Deus”.
o Observação final: monarquia Constitucional
(constituição escrita  serve de base para
atuação do governante); monarquia
parlamentar (monarca é Chefe de Estado; 1º
Ministro é Chefe de Governo.
 Primeiro Ministro: alguém escolhido pelo
Parlamento (Legislativo)  cria o seu
GABINETE: são as pessoas que ele escolhe
para ocupar as PASTAS. Ex.: modelo inglês
 Câmara Alta/dos Lordes + Câmara
Baixa/dos Comuns.  escolhem 1º
Ministro.
o Desafio: monarquia de estamentos? Monarquia
estamental? Monarquia em que há
DESCENTRALIZAÇÃO do poder: monarca delega
a algum nobre as funções que ele desejar. Ex.:
feudalismo europeu.

 REPÚBLICA: “res” (coisa) + “publicœ” (pública).


Cuidado! Interesse individual não deve superar o
interesse público!
o Características:
 Temporariedade: é o mandato com prazo
estipulado para atuação política; fidelidade
ao povo, promessas/programa de governo
que propôs.  alternância.
 Eletividade: possibilidade de escolha dos
governantes. Eleições + campanha eleitoral
(candidatos se mostrem aptos ao exercício
da função  para a qual concorrem.
 Responsabilidade: os atos praticados pelo
governo (Estado) devem ser objeto de
responsabilidade Estatal. Estado, se causar
prejuízo ao particular (administrado), o
indenizará. (responsabilidade é objetiva 
responde independentemente de dolo ou
de culpa).

o Rep. Aristocrática x Rep. Democrática:


 Aristocrática: aristocracia (grego  aristoi
(melhor) e kratos (poder). DICA: Platão:
governante “bagagem virtuosa”. 
formação suficiente para poder atender
aos anseios sociais! Ex.: República de
Atenas e de Veneza.
 Direta: poder é exercido diretamente
nas assembleias gerais  órgãos que
representam a classe preponderante.
 Indireta: representantes são eleitos
diretamente para que eles exerçam o
poder.
 Semidireta: alternância de poderes
entre uma mesma classe, mas com
representantes distintos  Ex.:
República Café com Leite.
 Democrática: grego demos (povo) + kratos
(poder). Poder nasce, emana do povo. Ex.:
Brasil, art. 1º, par. ún., da CF/88.
 Direta: próprio povo que se reúne e
toma as decisões do Estado.
 Indireta: povo escolhe os seus
representantes e estes governam em
nome do povo.
 Semidireta: povo exerce poder/
representantes exercem o poder. Ex.:
povo elege os representantes; leis,
atos administrativos + povo exerce o
poder diretamente (instrumentos de
exercício do poder pelo povo:
plebiscito, referendo, iniciativa
popular...)

Aula do dia 28/09/2020

Sistemas de Governo: Parlamentarismo e


Presidencialismo.

 PARLAMENTARISMO: surgimento, história,


características e distinções:
o Parlamentum: tomar uma decisão após a
discussão.
o Inglaterra: berço do Governo de Gabinete
(Parlamentar). Antecedentes: Parlamento
islandês (origens históricas/influência).
o Séc. XIII: Na Inglaterra, 1.215 e 1.217 (rebeliões
dos barões)  Rei João Sem-Terra fixou altos
tributos: indignação muito grande entre os
nobres e os súditos, em geral: nobres
elaboraram um documento para limitar o poder
do Rei: “Artigo dos Barões”  Magna Charta
Libertatum. Conselho dos Barões: reunia e
verificava os atos que fossem
expedidos/praticados pelo Rei. Reuniões
regulares eram chamadas de PARLAMENTO.
Depois do Rei João, assumiu o seu filho
Henrique III  Simon de Montfort (ele
convocou uma grande reunião em que todos do
reino participariam  questionar publicamente
os atos do Rei.  1.265 (participaram todos,
quem tinha título de nobreza ou não – nobres,
cavaleiros, os burgueses). “Parlamento-
modelo”.
o Séc. XIV: criação/delineamento casas do
parlamento inglês: Câmara dos Lordes (Alta –
nobres); Câmara do Comuns (Baixa – burgueses,
demais pessoas sem título de nobreza
participam).
o XVII: Revolução Gloriosa: o Parlamento se
impôs e desta forma a realeza precisava ter o
apoio do Parlamento para governar; sem o
apoio do Parlamento, seria difícil de governar.
Parlamentares, reunidos, ajudavam o rei nas
decisões para as questões do governo  grupo
de parlamentares que auxiliavam o Rei na
tomada de decisões: “Conselho de Gabinete”.
o Jorge I (séc. XVIII): não falava inglês, o
Parlamento teve que tomar decisões mais
efetivamente, muitas vezes no lugar do Rei.
Surge, no Parlamento, uma liderança: Primeiro
Ministro.
 Primeiro Ministro: chefia de governo
(interna).
 Monarca: chefia de Estado (externas).
o Parlamento: podia forçar a demissão do
ministro, através do procedimento do
impechament (demissão do ministro que não
exercia bem a sua função).
o Hoje: Primeiro Ministro é eleito pelo voto da
maioria do Parlamento. Inglês (bipartidarismo).
Pluripartidarismo (coligações).
o Impeachment: processo muito complexo/
demorado. Parlamento começasse a emitir os
Votos de Desconfiança.

 PRESIDENCIALISMO: surge fruto da criação pelos


Estados Unidos da América.
o Montesquieu: liberdade, igualdade, soberania...
Tripartição de Poderes  vontade do povo
fosse expressada com maior poder possível. Na
tripartição, um Poder fiscaliza o outro Poder.
o Antes da independência: 13 colônias (relação
econômica entre elas) LUTA pela
independência (ideias iluministas). Formação da
Confederação dos Estados Unidos da América
do Norte.
o Houve inspiração na Monarquia Constitucional
de Guilherme Orange (monarca detinha a chefia
de governo e a chefia de estado, ao mesmo
tempo, mas seus poderes advinham da
Constituição).
o Em 1.787  Carta Constitucional  República
Presidencialista: tripartição de poderes
(Montesquieu) + unicidade/unipessoalidade
(governo/Estado).
 Neste modelo foi eleito pelo Congresso o
1º Presidente dos Estados Unidos: George
Washington (temporário, não seria rei!) 
funções fiscalizadas mutuamente (sistema
de freios e contrapesos – “checks and
balances”).
o Características do Presidencialismo:
 Independência entre os poderes;
 Chefia monocrática / unipessoal (uma
pessoa que exerce a função de chefe de
Governo e de Estado ao mesmo tempo);
 Mandatos são por prazo certo;
 Responsabilidade do governo perante o
povo (impeachment).
o Brasil: adota o presidencialismo. Tem duas
casas legislativas na esfera da União (federal):
Câmara dos Deputados e o Senado Federal
(juntas formam o Congresso Nacional).

LEITURA COMPLEMENTAR:
Parlamentarismo: pensadores, experiência brasileira, o papel do
Parlamento, do Chefe de Estado e do Chefe de Governo no
Parlamentarismo
O parlamentarismo é resultado – ou melhor uma consequência – de
uma das necessidades de cada Estado ante as garantias individuais e a luta
contra um absolutismo, deste modo, mesmo não sendo uma construção
filosófica, ou um movimento em prol do parlamentarismo, houve algumas
acepções de pensadores a respeito deste sistema de governo.
Jean-Jacques Rousseau não contemplara o sistema parlamentarista,
tendo em vista que era um contratualista a favor da democracia direta, tendo
isso como precedente, não faz sentido para o mesmo eleger alguém que irá
representá-lo e que por sua vez não tem como elemento a temporariedade,
ferindo assim uma de suas maiores defesas; a liberdade do homem.
Montesquieu, por sua vez, inspirou-se no sistema parlamentar inglês,
influenciando ainda mais em sua ideia de tripartição dos poderes, pois para ele,
o sistema jurídico político inglês era um meio de garantir a liberdade das
pessoas, pois não concentrava todas as funções em uma só pessoa, mas sim
deveria distribuir a função em órgãos para o exercício do poder, e com isso o
parlamento, ainda que indiretamente ganha força na conceção dos
pensadores.
Para John Lock, o parlamentarismo é essencial, pois para ele, todos os
homens são livres, e a partir do momento que escolhe um governante, abdica
da sua liberdade, sendo assim, como ele considera o poder legislativo como um
poder supremo, este é exercido pelo parlamento, os parlamentares irão
corresponder aos anseios socias, caso contrário, seriam removidos do cargo.
Muito se discute sobre o real papel do parlamentarismo, tendo em vista
que em face das modificações decorrentes da ciência política moderna, as
conceções e adaptações foram necessárias para a manutenção de tal sistema,
deste modo, atualmente o parlamento tem por finalidade, um governo
representativo, baseado na correlação dos poderes e sua interdependência,
submeter o poder executivo a moção de censura do legislativo para garantir a
paz social, leia-se regular as relações do Estado para com a sociedade sob pena
de se responsabilizar e dependendo o caso dissolver o parlamento.
Para a manutenção deste governo representativo, faz mister analisar e
distinguir duas figuras muito importantes para o parlamentarismo: o Chefe de
Estado e o Chefe de Governo.
O Chefe de Estado, pode ser monarca ou presidente, dependendo da
forma de governo em que se estabelecer o Estado. O Chefe de Estado atuará
nas relações externas, não se envolvendo direto na administração pública, pois
não exercerá qualquer decisão política, pois sua função não é governar, mas
sim representar os Estado.
Já, o Chefe de Governo é o protagonista político do parlamento, pois
após a indicação do Chefe de Estado e a aprovação pelo parlamento (sendo
este um dos papeis muito importantes do parlamento) é o Primeiro Ministro
(Chefe de Governo) que pratica os atos da administração pública.
Por esse motivo é que muitos consideram o Chefe do Governo, no
parlamentarismo, um delegado do Parlamento, pois ele só pode assumir a
chefia do governo e permanecer nela, como se verá em seguida, com a
aprovação da maioria parlamentar. (DALLARI, 2009, p. 235-236)
No Brasil, o parlamentarismo “dominou o cenário político do segundo
império brasileiro, desenvolvendo-se como uma manifestação espontânea da
consciência democrática nacional” (MALUF, 2009, p.283). Como citado, não
partiu de qualquer previsão legal, mas sim de um desdobramento dos atos
tomados, assim como a função exercida pelo rei, não o responsabilizava e ele
podia demitir ministros, assim como ministérios haviam sido desfeitos, logo
entende-se implicitamente que havia a previsão de um parlamento no Brasil,
ainda no Brasil império.
Não obstante, alguns estudiosos repudiam que houve o
parlamentarismo nesta época, “o mais grave vício que comprometeu todo o
sistema parlamentar pátrio foi indubitavelmente a concentração de poderes
nas mãos do imperador, que se converteu, através do Poder Moderador, em
supremo juiz das questões políticas” (BONAVIDES, 2015, p. 364)
Em 1961, houve novamente uma tentativa de estabelecer o
parlamentarismo no Brasil via Ato Adicional, tal qual novamente foi um
fracasso, pois tentou estabelecer enquanto o Brasil estava em uma
instabilidade política presidencialista muito grande. A rapidez da implantação,
não adequou a realidade e necessidade do povo, logo os defeitos estruturais,
sem contar o presidente que não se desvencilhou da função de Chefe do
Governo e do Estado, ensejaram para que não lograsse êxito por mais uma vez
no país.

MULTIMÍDIA
Assista o documentário a seguir, que retrata sobre a renúncia do Presidente
Jânio Quadros e a tentativa de manter João Goulart no poder, e para isso o
Congresso Nacional utiliza-se da iniciativa do Parlamentarismo no Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=Hu8PQyOrqbk

Presidencialismo: o papel do Parlamento, do Chefe de Estado e do


Chefe de Governo no Presidencialismo
O poder legislativo, embora colocado à mesma altura do poder
executivo e judiciário, sempre teve destaque ante a responsabilidade típica da
criação de leis, ou nos casos do parlamentarismo como o Britânico, inclusive,
votar para aprovar a indicação do Primeiro Ministro. No entanto, no
presidencialismo o seu papel é um pouco diferente, tendo em vista que o
parlamento, leia-se neste caso o Congresso, pois o presidencialismo derivou
dos norte-americanos, e assim por eles é denominado, há a presença de
funções que definitivamente os individualizam, diferenciando assim do
parlamentarismo.
O congresso, poderá adotar a modalidade unicameral ou bicameral. A
modalidade unicameral garante a celeridade do processo legislativo, no
entanto o bicameral assim como é no Brasil e nos Estados Unidos, são
formados por um órgão composto. No Brasil é composto por Câmera dos
Deputados e Senado Federal, este garante os interesses dos entes federativos,
enquanto aquele o interesse do povo, e assim resulta na criação de uma lei
mais justa. Não obstante, tem algumas funções atípicas como atividades
administrativas como o provimento de cargos e operacionalização de suas
estruturas internas e em salvos os casos poderá julgar o presidente.

MULTIMÍDIA
Assista o vídeo a seguir para contextualizar o bicameralismo no Brasil e a
relação com os poderes, sendo um destes o executivo:
Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=9Xux_zFCb5c
Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=JUI7XlNsjd0
No presidencialismo, tanto a função de chefe de estado como a de
chefe de governo estão em uma mesma pessoa, figurando um executivo
monocrático que ao mesmo tempo cumpre as duas funções. As funções são
exercidas de maneira autônoma e representativa, logo se responsabiliza tanto
pelos atos de governo como pelos atos de administração.
Em apertadas linhas, o presidente poderá na função de Chefe de
Governo irá praticar atos em prol da administração pública, constituindo e
desconstituindo ministros, criando e extinguindo ministérios através de
serviços públicos federais. Não obstante, na função de Chefe de Estado irá
representar o país perante os outros, seja celebrando tratados, convenções e
acordos internacionais, como também declarar guerra, a título de uma análise
comparativa à monarquia parlamentarista, o presidente da república, tem os
mesmos poderes do primeiro ministro somado ao monarca, porém com ampla
liberdade e discricionariedade.
O Presidente da República goza do poder de veto, pois pautado na
separação dos poderes, para frear os atos tomados pelo legislativo o presidente
poderá vetar. Há de se ressaltar outra característica importante que aqui para a
retirada do chefe do executivo, não há de se falar em voto de desconfiança,
mas sim de impeachment, um processo muito mais demorado, solene e
desgastante para o Estado.

Crises e distorções dos sistemas de governo


Os sistemas de governo independente se é parlamentarismo ou
presidencialismo, passa por crises, corriqueiramente ligadas ao exercício das
funções relativas aos poderes o que desestabiliza toda a nação.
Já no tocante ao Parlamentarismo, tal sistema também passa por crises,
ainda que tenha o voto de desconfiança e a saída do primeiro ministro seja
célere, ou que em uma remota hipótese possa dissolver todo o parlamento, o
sistema não adota freios e contrapesos o que ocasiona a conformação dos
poderes, não trazendo à tona um exercício pleno das funções. Isso causa uma
instabilidade política muito grande como na França que entre 1875 a 1940
houve 105 ministérios.
MULTIMÍDIA
Leia o artigo do professor e político Vivaldo Barbosa, para o esclarecimento
sobre alguma das facetas da crise parlamentar e se seria adequado ao Brasil
ante a uma instabilidade do presidencialismo:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/126188/10%20a
%2015%20de%20marco%20-%200071.pdf?sequence=1
No tocante ao presidencialismo, o fato da concentração de poderes do
Chefe de Governo e Chefe de Estado na mão de um só representante,
cumulado com a independência do órgão do executivo, faz com que o
presidente exerça sua função de forma abusiva ou fatores externos.
O grande problema, de quando desencadeia uma condução reprovável,
o presidente não poderá ser removido antes do cumprimento do seu mandato,
e assim, com a máquina na mão acaba por fortalecer-se ainda mais. Ainda que
tenha o instituto do impeachment, acabará, por muitas vezes se distorcendo
em golpes, ditaduras, levando a uma ruptura institucional. “[...] onde as crises
do governo geram a crise das instituições; onde o congresso, entrando em
conflito com o executivo, só dispõe de instrumentos negativos de controle: a
recusa de dotações orçamentárias, a obstrução legislativa, etc.” (BONAVIDES,
2015, p. 336)
Chamado pelo professor Paulo Bonavides de “ditaduras
constitucionais”, invoca a crítica a respeito do presidencialismo moderno
exemplificando atualmente países que passam por tal crise; “Atravessam por
idêntica crise: os franceses por fatos internos e externos, os Estados Unidos por
questões preponderantemente externas, que se prende
MULTIMÍDIA
Assista o vídeo a seguir para distinguir as principais diferenças do
presidencialismo em relação ao parlamentarismo.
https://www.youtube.com/watch?v=R6OZ9rsW0LI

Aula do dia 05/10/2020

UA6 – Separação dos Poderes

 História: no período feudal existia uma dispersão


quanto à gestão dos feudos. No fim do feudalismo,
os feudos se unem em Estados maiores, criando
novas fronteiras. E as monarquias que restaram
eram absolutistas! Rei tinha Poder absoluto! Rei
exercia todas as funções dentro do Estado. Ex.: Luís
XIV: “O Estado sou eu!”.
 Não havia liberdade individual porque o interesse
que prevalecia era o individual do monarca (Rei).
 A partir deste cenário centralizador é que surge a
obra de Montesquieu (nobre)  “diluir”/ “diminuir”
o poder do Rei  indivíduos tivessem liberdades
individuais.  COLOCAR FREIO NO PODER DO REI!
 Montesquieu editou “Do Espírito das Leis”:
o Funções primordiais do Estado: legislar, aplicar
leis, julgar as pessoas.  REPARTIDAS!
o Junção das funções numa única pessoa 
TIRANIA.
o Defende, com base nisso, a dissolução do
poder: Teoria da Separação dos Poderes 
funções típicas da organização política do
Estado.
o Intuito: DESCONCENTRAÇÃO DO PODER,
funções sejam divididas  Estado se tornaria
mais eficiente.
o Poder Legislativo (parlamentares – Deputados,
Senadores, Vereadores); Poder Executivo
(administração pública - Presidente da
República, Governadores dos Estados,
Prefeitos...); Poder Judiciário (julgar/aplicar leis
– juízes, desembargadores, ministros);
o Cada qual dos poderes tem funções típicas
(próprias) e atípicas (impróprias):
 Atípica: Ex.: legislativo  julgar (julga Pres.
Rep. Processo impeachment.); judiciário
(administra: os seus próprios órgãos e
agentes); executivo (“julgar”?!) 
INDULTO.
 Delegação de Poderes: o mecanismo
interdependente e não-dual da separação de
poderes fez surgir no ocidente (no modelo
constitucionalista) a teoria dos “freios e
contrapesos”(checks and balances). Ex.: julgamento
das contas do Prefeito pelo Legislativo ou pelo TC
(tribunal de contas).
 Recomendação de vídeo: ativismo judiciário
(judicial): https://youtu.be/RDnnLM7dGuk

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