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Teoria Política e do Estado

(Cap 3 e 4)
1.Origem
A partir da sua nomenclatura atual, surgiu no século XVI, em o Príncipe, de Maquiavel, o qual
cunhou as comunidades políticas já existentes como Estado. Sob essa lógica, a origem se dá
com o nascimento do Estado Moderno.

2.Teorias sobre o surgimento do Estado


a) Nascimento do Estado = surgimento do estado moderno: marco do surgimento ano
1648, no qual se celebrou a paz de Westfália, responsável por definir os limites
territoriais da França e da Alemanha. (Defendida pelos contratualistas).
b) Nascimento do Estado = surgimento do homem: associa à origem do homem, pode ser
sintetizada à “onde há homens, haverá Estado”. Além disso, há uma concepção
orgânica, isto é, coloca em ênfase a formação histórico-social do Estado, o qual se
formou naturalmente – as pessoas foram se agregando e evoluindo, ademais não teve
um marco central, é natural. Essas duas visões são jusnaturalistas/organicistas.
c) Anterior ao homem = o Estado surge de maneira espontânea, prévio ao homem.

3. Teorias Jusnaturalistas
Jusnaturalismo é a doutrina que afirma existir um “direito natural”, isto é, anterior ao homem
e sua existência independe do mesmo. Há algumas variantes dessa doutrina:

a) Teológico: direito natural estabelecido pela vontade de uma entidade divina.


b) Cosmológico: direito natural enquanto elemento “natural”, fruto do instinto do homem
e de outras entidades.
c) Antropológico: direito natural enquanto direito ditado pela razão do ser humano (ato de
vontade).

4. Teorias contratualistas
O direito por meio da razão, jusnaturalismo moderno. Busca estabelecer uma justificativa –
racional – para o surgimento do Estado, o qual surge a partir de um contrato e um pacto. Há
alguns que discordam de tal teoria. Um adepto recente dessa corrente é John Rawls o
neocontratualista.

I) Estado de natureza;
II) Pacto ou contrato social;
III) Estado ou sociedade civil.

Maquiavel "O FIM JUSTIFICA OS


MEIOS"

 Escreveu a obra “O Príncipe”, sua teoria não se preocupa com a igreja, em outras
palavras, ele parte de uma análise mais realista e concreta (não reconhece fatores
externos à política: Deus, natureza, razão e ética), sendo assim, busca um estudo mais
empírico.
 A função do príncipe é fundar o Estado estabelecendo a ordem, por meio de um
governo forte (a natureza humana causa desordem). Para isso, ele deverá usar a força
física, mas não só ela, visto que seu domínio ocorre através da “virtù” - a política exige
uma moral e ética própria, que é a sabedoria e habilidade de agir conforme as
necessidades.
 Não existe conduta boa, mas sim necessária para a manutenção do poder. O conceito de
fortuna (sorte) é importante para favorecer o governante

Thomas Hobbes “O HOMEM É O LOBO DO


HOMEM”

 No estado de natureza o homem representava um perigo para a sociedade.


 O Estado é essencial e nasce com a escolha de um soberano.
 Para ele, os indivíduos eram iguais por natureza e isso faz surgir o estado de guerra
(ameaça). Assimetria de informação e antecipação do ataque.
 O contrato de formação do Estado é pactuado e acordado com todos os homens, sem
exceção. O soberano tem todo o poder sobre os súditos, a principal razão para a
obediência é a garantia da vida, caso essa garantia não seja plenamente efetivada o
contrato é inválido.
 Estado Leviatã: ausência de limite de poder e o temor como instrumento de governança.
Igualdade = Guerra; Liberdade = ausência de oposição.

John Locke
 O estado de natureza é bom, isto é, as pessoas são boas, iguais e livres.
 A propriedade é um direito natural, mas, eventualmente, pode surgir conflitos em
relação à propriedade (surgida por meio do trabalho), por isso, o Estado é bom, ele
media os conflitos que viria a existir no estado de natureza e preserva a sociedade.
 Estado civil: contrato social pelo consentimento expresso pelos governados (poder
político legítimo). Proteção da propriedade privada e da sociedade de conflitos.

Rousseau
 O estado de natureza é sinônimo de felicidade, sendo assim, a propriedade traz
ganância (o homem sempre quer mais bens).
 Com o descobrimento da propriedade privada o homem rompe essa harmonia social do
estado natural.
 Alienabilidade social: todos os seres humanos alienam todos os seus direitos (liberdade
natural para uma liberdade civil) para o Estado (contrato social), por meio da vontade
geral – bem comum -, o que é diferente da vontade da maioria – bem de todos.

Montesquieu
 Separação dos poderes (organização).
 Esse pensador se preocupa mais com questões práticas do governo da atividade política.
 Essas são as formas de governo mencionadas pelo autor: Despotismo – ideal para os
Estados de extensão quasicontinentais- ; Monarquia - países de extensão intermediária-
e a República - países de pequena extensão.

Immanuel Kant
 Os Estados reais nasceriam de condições históricas como a força.
 “Contrato Voluntário”: o Estado é um meio para o indivíduo, e não ao contrário, ou
seja, o indivíduo não serve para o Estado e não pode se sacrificar por ele.

Hegel
 O Estado é importante, pois lhe garante direitos (isso não é favor).
 A base é Hanna Arendt: Nós somos corpos e a partir do momento que direito são
atribuídos somos sujeitos.
 Defensor da teoria orgânica do estado, ou seja, a entidade seria um organismo natural,
como uma fase de um processo histórico. Questiona o contratualismo.
 O estado seria formado por quatro etapas: Oriental, em que apenas os déspotas
desfrutavam da liberdade, Grécia e Roma, poucos eram detentores de liberdade e
Alemanha, onde todos eram livres.
 Não é totalitarista, uma vez que a relação entre Estado e indivíduo é recíproca.

Kelsen
 Surge o Estado a partir de uma relação jurídica - vínculo jurídico que liga os cidadãos
de uma mesma sociedade (teoria monista).
 Estado – traz a forma-; Direito- remete ao conteúdo.
 A origem do Estado se dá com a Constituição, antes disso há a ordem “pré-estatal”.
Foucault
 Considera que o Estado existe para controlar corpos, propagando dispositivos
perpetuados pela igreja. Meios de controle: sexualidade e cor.
 “Os Estados modernos regulam os sujeitos (cidadãos) através de numerosas técnicas
que possibilitam o controle dos corpos e da população em geral”.
 Sexualidade: Tudo que seja diferente do sexo hétero afetivo buscando a reprodução é
pecado. Os pecados poderiam ser expurgados se confessando.
 Cor: Os negros são pecadores, pois Cam foi amaldiçoado por Noé e ele povoou a
África.
 A partir do século XIX houve a troca da igreja pelo Estado.
 Os Pecados, antes institutos pela fé, passam a ser ciência jurídica e medicinal. Desta
forma, tudo que era pecado será limitado pela ciência jurídica e considerado ilícito e
pela ciência medicinal será considerado não saudável.

• Jurídico: Confessar o ser obrigado pelo Estado a ir à delegacia responder juridicamente pelos
seus “crimes” barra “pecados”.

• Medicinal: Mudança do se confessar, antes era para o padre, depois do século XIX foi
mudado para o psiquiatra ou médico que é controlado pelo Estado. No caso da sexualidade, os
LGBT não poderem doar sangue.

• Cor Jurídico: Os atos que são praticados por pessoas negras são considerados crimes.
Exemplos: vadiagem, capoeira, criminalizando todos os atos que vieram da comunidade negra.

• Encarceramento em massa de pessoas negras depois do século XIX.

• Cor Medicinal: As pessoas negras são inferiores, os negros têm que ser separados, pois
podem trazer doenças, apartheid, processo de eugenia.

• Estado Rótulos: Homossexualidade, bissexual, pansexual, a vida do indivíduo se resume a


esse rótulo.
** Antigamente tinha a Guilhotina e hoje em dia os modelos de prisão que controlam e são
escondidas do olhar do público

Karl Marx
 Materialismo histórico-dialético: o que você diz condiz com suas condições materiais,
além disso as ideias dizem respeito ao meio no qual você está inserido. Não descarta
idealizações.
 O Estado surge para pacificar os confrontos entre sujeitos (impedir a luta de
classes/revoluções).
 O Estado se concentra na mão das classes dominantes.
 Apenas o diálogo não funciona.

Luhmann
 Surgimento do Estado se remete à Idade Moderna, quando os sistemas são
diferenciados - educação, política, mídia ou economia são alguns exemplos - e garante a
igualdade entre os indivíduos.
 Ele parte de uma diferenciação sistemática, ou seja, com base na realidade.

..

5. Elementos essenciais do Estado


Para Flaviane povo e população tem o mesmo significado, mas para outros
teóricos não.

POVO: é um vínculo jurídico reconhecido pelo Estado. Aspecto objetivo: sujeito de


deveres; aspecto subjetivo: sujeito de direitos .

POPULAÇÃO: quantidade de pessoas por Estado.

NAÇÃO: vínculo cultural com o Estado (pertencimento).

TERRITÓRIO: espaço físico o qual o Estado exerce o seu poder; impõe aos demais
Estados um não-fazer.

SOBERANIA: Poder coercitivo que permite que a organização estatal exerça sua
vontade, de forma irreversível; Soberania externa: princípio da igualdade; Soberania
interna: supremacia (NÃO é absoluta); Inabilidade; perpétua.

 Princípio da não-intervenção: fora do meu Estado não posso fazer nada. É mais amplo
do que o princípio da impenetrabilidade, o qual se refere à extensão territorial.

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