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Política como um saber: saber conjugar uma boa atividade com uma boa
organização da cidade, o poder político era o poder dos governantes sobre
os governadores, no interesse comum de todos. Originou o estudo
comparado das constituições das cidades estado gregas feito por
Aristóteles, uma vez que era na constituição que estavam as regras da
política.
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O objeto/função da ciência política foi sofrendo uma evolução, visto
que a própria definição de ciência política continua em constante
mudança ao longo dos anos, por exemplo, segundo Marcel, esta
estudava o estado e fenómenos relacionados a este. Por outro lado,
atualmente segundo a sociedade a ciência política estuda o estado,
o poder e a autoridade.
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Homeorese: quando os outputs são incapazes de garantir o equilíbrio,
dando fim ao sistema (este é substituído por outro).
O que é o estado?
O estado é uma entidade abstrata que atua através dos seus órgãos,
é uma forma de organização política da sociedade, uma criação
humana.
Este é também uma ordem jurídica de uma certa comunidade, é um
conjunto de regras necessário a um mínimo de organização que é
exigível.
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coopera entre si para aumentar a probabilidade de sobrevivência.
Finalmente, as tribos com a finalidade de obter mais benéficos começaram
a cooperar entre si, criando assim o estado.
Locke: tem uma visão mais otimista, visto que este autor diz que não
nascemos agressivos, mas sim num estado de incerteza, ou seja, o homem
não é agressivo, porém ficamos reticentes quando estamos num meio no
qual não conseguimos antecipar o comportamento dos outros, isso faz com
que o homem fique num estado defensivo que resulta muitas vezes na
agressividade. Para ele o estado torna as pessoas menos agressivas
porque diminui a incerteza, visto que a partir das regras criadas, os Homens
têm noção do que pode ou não fazer. Segundo este autor o poder supremo
caberia ao povo, que o confere ao estado, mas sem abdicar dos seus
direitos fundamentais que são inalienáveis, superiores e anteriores ao
estado.
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defender tanto a si como aos seus bens. Para este autor, a alienação dos
direitos e liberdades individuais em benefício da vontade geral que
prossegue o bem comum (democracia).
Tipos de estado:
Estados antigos:
Os estados orientais: têm como características, teocracia (um poder
político reconduzido ao poder religioso, com uma forma monárquica,
sendo o monarca adorado como um deus, descendente de um ou
chefe do poder espiritual) (um estado em que se assumem as regras
desse estado como tendo origem em documentos sagrados, em que
a lei civil é a mesma que a lei religiosa, portanto não há separação
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entre estado e religião). A ordem da sociedade é desigualitária e
hierarquizada, sendo reduzidas as garantias jurídicas dos indivíduos,
estados agressivos no ponto de vista militar.
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e diminuído pelas imunidades, e externos, para emancipação em relação ao
papa, este processo possui natureza jurídica, realizando-se que o direito é
um elemento condicionador da evolução social e política.
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para o alcançar (Legitimação divina e racional). A criação de uma entidade,
o fisco, uma entidade criada pelo estado de polícia à margem do direito e
que foi criado com o objetivo de se responsabilizar materialmente pelos atos
do monarca que lesassem os cidadãos.
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Estado de direito liberal: início da constituição, documento jurídico que
pretende proteger uma limitação que impõe limite ao exercício do poder
político, só haverá estado de direito, quando o estado é limitado e
organizado juridicamente com vista à garantia dos direitos fundamentais
que são considerados indisponíveis perante detetores do poder e o próprio
estado. Foi um conceito de luta política, contra as arbitrariedades e
insegurança resultantes da atividade limitada do Príncipe. Este estado diz-
se liberal e burguês porque assenta na ideologia do liberalismo político e
económico e nos interesses e valores da sociedade burguesa. Uma época
marcada pela ascensão social e política da burguesia e pela defesa da
iniciativa privada e segurança da propriedade. O projeto liberal assenta na
ideia de uma necessária separação entre estado e economia, segundo a
qual o estado se deve limitar a garantir a segurança e a propriedade dos
cidadãos, deixando a vida económica entregue a uma dinâmica de
autorregulação de mercado. O bem-estar coletivo resultará naturalmente do
livre encontro, da livre concorrência de produtores e consumidores dirigidos
por uma mão invisível através da procura e da oferta de mercadorias, sem
qualquer intervenção do estado na vida económica. O estado tem como
única tarefa garantir a paz social que permita o desenvolvimento da
sociedade civil de acordo com as suas próprias regras naturais. Pretende-se
uma separação entre estado e sociedade, a política para os políticos, o
social para os cidadãos. O único fim deste estado abstencionista é a
garantia e proteção dos direitos e liberdades fundamentais, e tal é o único
fim da limitação jurídica do estado. É para assegurar que o estado não
exceda os seus fins e invada ilegitimamente as esferas da vida privada que
se torna necessário racionalizá-lo, isto é, organizá-lo e limitá-lo
juridicamente. Todos os restantes elementos como império da lei e justiça
administrativa, são de carácter instrumental, existem em função do objetivo
último, destinam-se a realizá-lo.
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fundamentais são consagrados na constituição, este é o documento
fundamental ao qual todos os atos estaduais se têm de submeter. Estes
direitos, são considerados direitos do cidadão contra o estado, como direitos
de defesa do cidadão perante o estado, são essencialmente negativos,
referem-se a uma área em que o estado se deve abster de intervir, são
liberdades negativas, a preservar de invasões do estado, só se realizam
quando o estado não intervém.
Só é verdadeiramente considerado como cidadão aquele que for
proprietário, só tinha direito a voto quem tivesse um determinado grau de
riqueza, voto censitário.
Império da lei: a lei devia prevalecer sobre todos os atos, como o ato
necessariamente justo. Sendo a lei fruto da vontade de todos, não pode
contra os seus direitos. A vontade de todos, garantia a igualdade, a justiça
estava garantida, pois, sendo cada um legislador, ninguém seria injusto
para si próprio.
A lei era legitimada pela aprovação do órgão que representava a vontade
geral, o parlamento, onde todos estavam representados, só assim se
garantia a liberdade e a justiça. A lei garantia a igualdade, a segurança e a
previsibilidade, pois, sendo geral e abstrata excluiria, por definição, a
discriminação, o privilégio, o arbítrio individual. A lei era igual para todos e
todos iguais perante ela. Era automaticamente justa e só era preciso
garantir o seu cumprimento e aplicação.
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Preferência de lei ou prevalência da lei: a administração podia atuar
livremente desde que não violasse a lei. Não pode ir contra a lei, mas pode
efetuar livremente nos casos não previstos e quando a atividade não era
suscetível de colidir com os direitos fundamentais. A lei possuía preferência
face aos restantes atos de estado. Dentro dos limites da lei, a administração
movia-se numa esfera considerada juridicamente irrelevante e, logo, atuava
livremente não necessitando de fundamento legal.
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Estado social democrático de direito: a população estava insatisfeita com
a ausência do estado nas suas vias, as pessoas estavam desprotegidas e
os problemas continuavam a surgir. Devido a estes problemas começou a
haver uma exigência da parte da população, para que o estado,
continuando a respeitar os seus direitos, garantisse a justiça social, ou seja,
corrigir desigualdades substantivas, promover igualdade de oportunidades,
o estado consegue fazê-lo redistribuindo o rendimento (cota mais e depois
redistribui mais), visto que as sociedades sozinhas não conseguiam fazê-lo.
Quanto mais o estado dá igualdades, mais tem de interferir com as
liberdades individuais (menos liberdade). Segundo os defensores deste
estado, não adianta termos liberdade formal, igualdade formal, quando na
verdade se não tivermos necessidades mínimas, não vamos utilizar essas
liberdades.
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se no estado e este deve assegurá-los, é o processo de fundamentalização
dos direitos sociais, que se traduz na sua consagração constitucional.
Apesar de se manterem os direitos, liberdades e garantias tradicionais,
verifica-se, contudo, a reinterpretação dos direitos, liberdades e garantias
tradicionais à luz do estado social. São reavaliados de acordo com o novo
princípio de socialidade. O estado preocupa-se em garantir a possibilidade
do seu exercício efetivo por todos os homens, prevenindo abusos,
regulamentando os eventuais conflitos de direitos, assegurando condições
de igualdade material no seu exercício. O direito de propriedade é
desvalorizado, este perde o caracter de medida suprema de todos os outros
direitos, é regulado para impedir abusos na sua aplicação e para permitir a
todos o acesso à propriedade. Como consequência de desvalorização do
direito de propriedade verifica-se a generalização de atribuição dos direitos
políticos, particularmente o direito do voto, o voto é universalizado, todos os
cidadãos têm o direito de eleger e de ser eleito (sufrágio universal). Desde a
livre eleição de uma assembleia representativa de todos os cidadãos e a
legitimação democrática de todos os órgãos do poder, ao reconhecimento
do pluralismo partidário, direito de oposição, princípio da alternância
democrática, com eleições periódicas, bem como dos direitos de
participação política sem quaisquer discriminações de sexo, raça, idade,
convicção ideológica ou religiosa e condição económica ou cultural. Os
direitos fundamentais são agora não só como direitos de defesa contra o
estado, contra os abusos e violações provenientes da autoridade publica,
mas também como valores que se impõem genericamente a toda a
sociedade (terceiros), dirigidos também contra os poderes dos particulares
que os possam ofender, como direito à greve.
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poder discricionário, ela deve satisfazer o interesse publico, sob pena de
nulidade dos seus atos por desvio de poder.
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Estado autocrático de matriz conservadora (este estado surge
marcadamente conservador, antiliberal e antissoviético)
Criticava o individualismo egoísmo da sociedade burguesa;
Rejeitava o parlamentarismo e o representativismo democrático;
Combatia a perspetiva da luta de classes e o projeto revolucionário
marxista;
Fazia culto da autoridade do poder como fim em si;
Depositava as esperanças de regeneração no papel predestinado das
elites ou no génio oportuno de um indivíduo.
Fascismo italiano
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recuperação da ideia de Estado como fim em si mesmo, como entidade
transcendente cujo engrandecimento era objetivo essencial do Movimento
Fascista. O objetivo essencial era fortalecer, engrandecer o Estado. “Tudo
no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado".
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O tipo histórico de estado presente na atual constituição é o estado social e
democrático de direito, originado na fase constitucional. Esta afirmação,
pode ser justificada através de inúmeras características que formam esse
estado e que estão presentes na constituição atual. Podemos começar por
justificar que o estado português é um estado de direito democrático,
através do art.2 que assim o afirma, e este baseia-se em valores abordados
no estado social e democrático de direito, como a soberania popular, ou
seja, o poder pertence ao povo, também referido nos art.108 e art.3. Outro
valor ainda referido é a separação e interdependência de poderes (art.110
nº1 e art.111), visto que os órgãos de soberania passam a depender e a
intervir uns com os outros, por exemplo o presidente da república (art.133,
art.134, art.135) tem o poder de demitir o governo (art.133 g) e dissolver a
assembleia da república (art.133 e), o governo tem de autorizar alguns dos
atos do presidente da república (140) e criar decretos de lei, ou seja,
exercer atividade legislativa (art.198). Tanto o governo como o presidente
da república elegem dez juízes do tribunal constitucional, exercendo assim
sobre o poder judicial. Para terminar, a assembleia da república (art.161,
art.162 e art.163) tem o poder de demitir o governo (art.163 e) e os tribunais
atuam sobre o poder legislativo (art.277), o que resulta então numa
interdependência entre órgãos de soberania. Deste valor surge a justiça
constitucional (art.º 3, nº3) e o princípio da legalidade da administração vê o
seu significado expandido, conforme os art.266 nº 1 e 2 e art.268 nº4. O
estado democrático de direito, representa também valores como os direitos
e liberdades fundamentais, que são agora não só reconhecidos como forma
de proteção do cidadão perante o estado, como também contra terceiros
(art.52, 57).
Já a nível do estado social (art.63 nº2, Art.63, nº3), temos como valores
evidentes deste, a existência de justiça social (art.81), a reavaliação dos
direitos e liberdades fundamentais, não só negativos, mas também
positivos, ou seja, direito social, cultural e económico (art.58, art.79 e 9
alínea d), que apenas se realizam caso haja intervenção do estado, ou seja,
dá-se devido à estadualização do estado, que posteriormente origina a
socialização do estado (Art.48). Decorrente destes acontecimentos surgem
valores como a participação do estado na vida económica (art.80 e 107, 90),
o sufrágio universal, ou seja, todos os cidadãos podem eleger e ser eleitos
(art.49 e 113 nº1), participação na vida pública (art.48) e o pluralismo
partidário, ou seja, o direito da oposição do cidadão (art.114). Finalmente
como forma de limitação de poder, são utilizados valores como o princípio
da renovação (Art.118), a delimitação temporal do poder (art.º 113, nº1), a
existência de autarquias locais (art.235 e 237) e a responsabilidade política
civil e criminal de quem tem cargos políticos (Art.117).
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