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1ºANO/1ºSEMESTRE
É uma das ciências sociais que se ocupa especificamente de uma modalidade de factos
sociais- os factos políticos, que são aqueles que se relacionam, direta ou
indiretamente , com o acesso, a titularidade (ex: 1ºministro), o exercício (ex:legislar)
e o controlo do poder político (ex:tribunal constitucional). Estuda o poder do homem
sobre o homem e o poder do homem sobre a natureza. Este poder político que é
exercício sobre alguém goza de “coercibilidade material”- Prof. Marcelo Rebelo de
Sousa. Aponta, portanto, para a suscetibilidade de impor algo a alguém mesmo que não
seja essa a sua vontade. Há a possibilidade de sancionar alguém por não obedecer a esse
poder político.
Tem como objeto de estudo os factos políticos, estuda o que realmente é, “o ser”, ao contrário do
direito constitucional que estuda o “dever ser”, segundo as normas instituídas pelo Estado.
No seu sentido mais amplo, diz respeito a todas as ciências que estudam factos políticos.
Em sentido restrito, a ciência política é autónoma, tem um objeto de estudo próprio, mas está
aberta ao diálogo com outras ciências, como sociologia – diálogo interdisciplinar.
Aproximação ao objeto da Ciência Política
Quando falamos de político pensamos em fenómenos políticos, pessoas que têm cargos
políticos. Por sua vez, quando falamos em política como objeto da ciência política
falamos da arte de governar que é de todos, a comunidade.
Política
O que é poder?
Imposição de algo a outra pessoa com o objetivo de organizar a comunidade em sentido
mais amplo. É a possibilidade de impor algo a alguém, uma vontade, uma conduta,
a outrem, se necessário contra a sua vontade. Existe quem rege, ou seja, quem detém o
poder e quem obedece.Existem vários tipos de poder mas a ciência política ocupa-se do
poder político.
Como se acede ao poder político? Através de eleições.
Titularidade: PM/PW…
Exercício: fazer leis.
Quem controla o poder político? Constituição, Tribunal Constitucional,
população/opinião pública, media, organizações internacionais…
Porque é que as pessoas obedecem ao poder? Crenças e ideias que as fazem acreditar
que é o mais certo.
BÁRTOLO
MAX WEBER
Legitimidade vs Legalidade
Legitimidade: ideia da comunidade acerca daquilo que está certo/valores aceites pela
sociedade se estão a ser cumpridos ou não
Assim, é possível que uma ação política seja legal e ilegítima ao mesmo tempo:
legal, pois estaria enquadrada nas regras em vigor no âmbito de uma determinada ordem
jurídica; e ilegítima caso as regras em vigor que sustentam a ação política não
traduzissem a vontade da comunidade e transcendessem a vontade dos governantes
Estado de direito: limitado ao direito (respeito dos direitos fundamentais, regulado por
normas que limitam o Estado.
Antiguidade Clássica
Idade Média
Pensamento Moderno
Foi na Grécia que surgiu o pensamento político e depois Roma desenvolveu o direito.
A grande reflexão política é grega. Foi na Grécia onde surgiu a democracia. Defendia-se
a igualdade entre cidadãos. Todos os restantes habitantes do território (pólis),
nomeadamente, as mulheres, os metecos e os escravos. Atenas era o paradigma da
Grécia.
Antiguidade
O modelo ideal de organização política e social da cidade assenta num paralelo entre a
alma individual e a cidade.
a. Idealismo
b. Coletivismo
c. Totalitarismo
d. Sofiocracia
Arte de conduzir rebanhos – alguém que governa e orienta com o consentimento das
pessoas.
Melhor forma de governo para si: sabedoria (governo de um filósofo que, por sua vez,
tem de ser considerado o mais sábio – sofiocracia.
5 formas de governo:
- Nasceu na Macedónia
- Fundador do Lyceum (liceu)
-Aristóteles
é um realista/naturalista: constata que a sociedade tem origem natural, já que o
Homem é um animal político “feito para viver em sociedade” (“todas as Cidades são
uma espécie de associação”).
Apoia a prevalência da lei (“é através das leis que nós podemos tornar-nos bons”) –
princípio da legalidade – sobre as decisões dos homens e mostrou preocupação com a
melhoria do estado, sendo um perfeccionista orientado para a moral e a virtude do bom
cidadão – não confiar demasiado nos governantes, mas sim nas leis.
Na sua perspetiva, para haver justiça, é preciso existirem leis.
Formas de governo:
Defende um governo misto com a participação de várias classes no governo para manter
equilíbrio. Formulou uma teoria sobre formas de governo (tentou perceber se governavam de
forma arbitrária ou não), baseada em critérios quantitativos (quantos tem o poder ) e
qualitativos (como exercem o poder), agrupando-as em dois:
Nem todos os estados estão organizados da mesma forma. Melhor governo para si:
Governo Misto.Combinação de várias tipologias: aristocracia, democracia… órgãos de
diferentes regimes.
As formas de governo não são estáticas. Uma monarquia pode facilmente mudar para
uma aristocracia e, posteriormente, para uma oligarquia. Defende um governo misto.
- tem uma concepção moral da política: um bom cidadão é aquele que participa na
política. Refere que o homem bom deve procurar a virtude e que esta só se possui
quando se aplica e a mais alta aplicação é o governo.
Monarquia (1)
Aristocracia (alguns)
Democracia (todos, poder popular)
a. Nenhuma destas formas era vantajosa: na monarquia deveria existir uma ideia por parte
do monarca de amor aos soberanos, porém há abuso do poder.
b. Aristocracia aplicava a ideia de sabedoria, portanto cabia aos mais ricos e aos interesses
destes.
Defende uma monarquia mas num regime misto que acabasse por juntar as várias
formas de exercer o poder.
- ideia de governo misto, separação de poderes e diferentes funções para esses poderes.
- ideia de um justo natural: “ração universal” – igual para todos e em todo lado.
Categoria geral para todos. Ordem natural das coisas criada por Deus. Impõe direitos e
deveres q se n forem respeitados as leis naturais não são cumpridas.
-As leis eram importantes para si porque, na sua perspetiva, permitem orientar a
comunidade.
-china e índia
- pensamento virado para a prática
-preservação de valores: igualdade, direito e dever
Tudo isto serve para percebermos como funcionam as relações entre governados e
governantes, ao longo do tempo.
-pessoas existem na sua dignidade e o estado não pode ultrapassar a esfera individual
Distingue:
Uma é a cidade do bem e outra a cidade do mal e ambas estão em luta permanente e
disputam a posse do mundo. A vida presente é uma luta, só no futuro poderá
haver paz.
Se as pessoas são assim tão más precisa-se de um governo que as faça melhorar. Tende-
se a implementar um estado forte.
O direito é importante porque assegura que o estado pode impor o poder pela força.
- o poder espiritual era mais importante que a cidade terrena, defendendo que a igreja é
mais importante que o estado
(ST. Agostinho não defendia na sua perspetiva isso mas era assim que o interpretavam)
- naturalista, homem foi feito para viver em comunidade, faz parte da sua natureza
- finalidade do estado: bem comum e não deve absorver as pessoas. Existe pessoas e
existe o estado. Afirma-se se a ideia da existência própria da pessoa e que o estado não
pode fazer o que quer das pessoas.
- o poder vem de Deus mas não governa diretamente. Deus governa através de causas
segundas, leis do universo.
-a lei é muito importante. Finalidade: conseguir o bem. Lei: normas que organizam a
vida em comunidade e pretendem atingir o bem comum e é feito através de quem
governa.
- lei eterna: lei geral do universo estabelecidas por deus para todos os seres por ele
criados, o plano de deus para o universo
-lei humana: leis do dia a dia . Leis humanas devem respeitar a lei natural.
-Poder vem de Deus para o povo e o povo escolhe os governantes – soberania popular
——fórmula atribuído a st.tomas de Aquino
- Para st tomas de Aquino, a tirania é a pior das formas de governo porque assenta nos
interesses pessoais do soberano. Admite que se o tirano não for tão tirano que possa ser
considerado aceitável.
-Admite a contrariação ao poder caso os valores do povo não sejam cumpridos. Mas em
geral tem de ser obedecido.
Idade Moderna
Reforço do poder dos Reis - fortalecimento do poder real
Aparecimento das monarquias absolutas na Europa
Maquiavel
- 1469- 1527
-nasceu em Florença
- primeiro a autor a usar o termo do tempo “moderno”
-interessa analisar a política tal como ela é, quer ver como é que a política funciona.
- deu contributos para a ciência dos factos políticos
- faz uma analise da república e tira algumas conclusões: o que deve ser feito para ter
uma boa república: transparência, envolvimento/participação na vida política,
cumprimento dos princípios e condutas da comunidade
-adora a república mas diz que há casos onde a república não funciona porque há a
necessidade, por vezes, de existir apenas um governo de um só – monarquia.
Francisco Suarez
1548-1617
- o homem é uma animal social e tem de existir um governo que governe a comunidade
- afasta se das doutrinas do direito dos reis. Nenhum governante teve o poder por causa
de deus, o poder é uma faculdade humana. O PODER TEM ORIGEM POPULAR.
Pacto de união: unem-se entre si para criar o estado para sobreviverem e cooperarem..
Deus concede-lhe o poder de ser organizarem numa comunidade e, posteriormente, por
ato da sua vontade, consentem em unir-se e formar uma comunidade política.
Pacto de sujeição: depois da formação da comunidade política, ocorre um segundo
momento em que o povo entrega o poder a um soberano e fica sujeito à vontade do
soberano. Aliena todo o poder nesse governante e , por isso, tem de lhe obedecer. Em
caso de tirania, o povo pode resistir a esse poder.
Suárez está preocupado com a legitimidade de título (povo transfere poder para o
governante) e legitimidade de exercício (governante governa segundo vontade do povo).
Jean Bodin
1530-1596
- preservação da vida
-vivia na insegurança. Via só guerra à sua volta
- defendia um estado forte para garantir a paz e a segurança
- faz da política uma ciência. Viveu na época do desenvolvimento das
ciências.
-concepção do poder: o estado tem como finalidade a paz e a segurança
dos cidadãos.
- pessimista, concepção negativa da natureza. Há uma fase inicial na vida
das comunidades em que as pessoas estão por sua conta e é uma espécie de
guerra de todos contra todos. Desgoverno e confusão total. É preciso
ultrapassar isto através da criação de um estado forte. Ato de vontade e de
união de criar um estado, até para evitar uma guerra.
Deste modo, renunciam à sua liberdade. Por exemplo: fazer justiça pelas
próprias mãos. Atribuem ao estado a função de fazer cumprir as regras.
Entrega do poder ao soberano. Sujeitam-se à submissão a um governante.
Alienam o poder a favor do soberano. Não podem voltar atrás.
- soberano:
os súbditos não podem desobedecer-lhe,
pode fazer leis,
Poder forte, autoritário, arbitrário
Poder soberano é uno e indivisível
Os poderes não estão divididos, nem devem, porque se não for desta
forma, o poder acabaria por ser dissolvido.
Iluminismo
Principais autores
John Locke
1632-1704
-perspectiva otimista
-liberal
-ninguém aliena a favor dos governantes
-não há tribunais as pessoas têm de fazer justiça pelas próprias mãos. Deste
modo, é necessário existir uma entidade que imponha o respeito dos
direitos: estado de sociedade:
• Montesquieu 1689-1755
-aristocrata
- defensor de uma monarquia limitada – história inglesa
-estudar em q contexto são feitas as leis
- teorias dos climas, teorias do território – o clima e o território pode
influenciar a governação desse pais. Países do norte há mais riqueza. Um
território pequeno pede um regime menos fortes. Estuda os contextos. Um
governante bom é aquele que consegue governar de forma mais inovadora
e centralizada.
- republica (vários ou todos), monarquia (um ).
- despostismo governa segundo o seu interesse (governa de um). Déspota faz
o q quer.
-melhor forma de governo: monarquia em q o soberano tem limites e é
limitado pelo pluralismo e pela separação de poderes. O direito tbm limita
o seu poder.
-contratualista
-otimista
Constitucionalismo liberal
Burk
É um conservador que critica a proposta de rotura e a revolução, pois acredita na
continuidade,tradução e permanência dos valores. Apesar de não pôr em causa o
liberalismo político e a divisão dos poderes, acredita num estado mínimo- pouca
interferência no plano económico e nas matérias sociais.
Tocqueville
Grande entusiasta da revolução americana. É um dos fundadores da ciência política
moderna,com a perspetiva, de certa forma, sociológica. Para ele, o liberalismo assenta
na ideia de liberdade e igualdade. Também considera que há riscos na democracia- a
teoria da maioria (ideia de que a maioria pode fazer aquilo que quiser). Defende a
descentralização e a participação das pessoas no poder político.
Surge um tempo depois, a revolução industrial em Inglaterra que levanta a questão dos
direitos dos trabalhadores, aparecendo aqui o socialismo. Freitas do Amaral afirma que
o socialismo faz uma análise económica para perceber a política, propondo uma nova
ordem económica e social e atacando a propriedade privada e defendendo o controlo
dos meios de produção.
Socialismo Científico:
Assenta numa análise rigorosa da história, da economia e da sociologia. É com base
nesta análise científica que surge esta proposta. É revolucionário porque quer substituir
o capitalismo liberal pelo seu oposto, o socialismo coletivista. O direito, a política, o
estado e a religião são classificadas como supraestruturas, que refletem a realidade
económica existente. Nesta concepção, o direito não estabelece limites ao poder, sendo
aquilo que o poder económico entender que é.
Determinismo: ideia de que a história tem um rumo definido, será criticado por Popper.
Quando se atingir pela luta de classes — o comunismo, o Estado deixa de ser
necessário. Do ponto de vista da analise política, o Estado marxista não conduziu à
supressão do Estado, mas sim a um estado totalitário – o Estado soviético. O poder
serve-se de alienações para que as pessoas sejam obedientes à classe dominante. Esta
corrente socialista foi uma resposta às condições sociais. Surgem outras teorias como:
Doutrina Social da Igreja e Social democracia.
aceitação da violência,
o estado é mais importante que o indivíduo,
a figura do chefe é muito importante- culto do chefe,
existência do partido único, ditadura ideológica e governo de poucos,
o Estado recorre à polícia secreta, censura para controlo de tudo.
o direito não serve para limitar o chefe, mas sim para realizar o melhor
para a comunidade (que é decidido pelo chefe), ou seja, o direito é um
instrumento de poder.
Karl Popper
Antifascista convicto. “A sociedade aberta e os seus inimigos” – defesa de uma
sociedade aberta e crítica dos inimigos dessa sociedade- Platão, Marx, Engels. Uma
sociedade aberta é aquela que deixa as pessoas circular, desenvolver a vida noutro sítio
e podem voltar a qualquer momento- mostra o grau de abertura de um estado.
Também se caracteriza pela liberdade de pensamento e de expressão. Assente,
sobretudo, na democracia ateniense.
Uma sociedade fechada é aquela onde o estado controla as pessoas, onde não há
liberdade de pensamento nem de expressão (associada a Esparta). Os inimigos da
sociedade aberta, defendiam as limitações das liberdades individuais para criarem
sociedades onde submetiam o indivíduo ao Estado. Outro aspeto que condenou foi o
determinismo histórico de Marx. Defende que não há um determinismo absoluto na
história nem na vida das pessoas. Popper definia a democracia como um regime em que
os governados conseguem mudar os governantes sem recorrer à violência. Na
democracia, as pessoas participam e podem eleger os seus governantes,
onde há alternativas de escolha e garantias de participação política. A democracia é um
meio para atingir a sociedade aberta.
Hannah Arendt
Alemã que fugiu do regime nazi. Exilou-se no EUA e tornou-se americana.
Para Hannah o estalinismo e o nazismo é algo de novo- o
chamado totalitarismo. Assentam num fator novo, o terror. Não se trata apenas de
violência, mas do controlo através do terror, seja ameaças físicas ou não, de modo
a manter as pessoas dominadas.
-Liberais igualitários: a justiça deve passar por liberdades e igualdades, com destaque
as liberdades individuais. Podemos encaixar aqui um contratualista- Rawls
-Libertalista: Acentuam o aspeto da liberdade e a intervenção mínima do estado-
liberdade económica- Hayek.
Adriano Moreira afirma “as ideologias são ideias com peso social” - influenciam e
orientam os comportamentos. No fundo é uma forma de interpretar o mundo e dar-lhe
um significado. São representações coletivas que servem para orientar comportamentos,
dar sentido e orientar a ação política.
Esquerda VS Direita
Conceito proveniente da revolução francesa. Nas Cortes francesas- Estados Gerais,
aqueles que eram mais favoráveis ao poder real sentaram-se à direta do presidente da
assembleia, os mais favoráveis à limitação do poder do rei sentaram-se à esquerda.
Também se apareceu o chamado centro.
Freitas do Amaral:
Direta- preservação dos valores tradicionais e da situação economia existente
Esquerda- mudança dos valores antigos, criando, tirando privilégios e melhorando a
situação dos mais desfavorecidos
Estado
O estado é definido por uma comunidade de pessoas, fixa num determinado território
para aí exercer um determinado poder politico.
• Complexidade
• Autonomia
• Coercibilidade
• Institucionalização
• Sedentariedade / territorialidade
Numa primeira fase é ainda um estado estamental – classes, os reis têm de ouvir
os estamentos, ou seja, corporações com as quais o rei disputa os seus poderes. A
representação dos estamentos limita o poder do monarca. Por exemplo: cortes.
2ªfase: Estado absoluto
- Num primeira fase: monarquia de direito divino (governa de acordo com a graça
divina)
Surge no auge das revoluções liberais. A lei incorpora a razão geral que constitui
um guia. Constitucional porque se assiste à proliferação das constituições
escritas, por uma questão de segurança. Representativo porque surgem
mecanismos representativos como solução à democracia direta e ao poder
centralizado. De Direito porque o único critério de atuação possível é o critério
legal, princípio das leis, pelas leis e através das leis.
- Estado liberal: Estado não intervencionista- liberdade económica
- Estado social de Direito: respeito pelos direitos fundamentais e reforço das
questões sociais, levando a uma mudança da abordagem estatal na economia, ao reforço
do constitucionalismo e à limitação dos poderes e dos governos.
Surgem vários tipos de estados muito diferentes nos seus pressupostos com
Constituições não para limitar o poder, mas sim como instrumentos do poder:
-Estado marxismo-leninismo (associada à Revolução de1917)
Posteriormente, também se implanta na China, Coreia do norte, Cuba. Com a queda do
muro de Berlim estes sistemas vão-se desmoronado ou reconfigurando,aproximando-se
do estado social de direito.
Com o fim da II Guerra Mundial e da Guerra Fria surge ainda o estado fundamentalista
islâmico (Islão 1979), com a legitimidade do poder divino e uma lei religiosa como
fonte de direito.
Elementos do Estado:
POVO:
Nação: conjunto de pessoas que estão ligadas entre si por vínculos históricos, culturais e
sociais. Principio das nacionalidades que levou à formação de alguns estado -
normalmente tem uma vocação política. Existem Estados multinacionais e nações
repartidas em vários estados, remete à formação histórica. Movimentos migratórios,
atualmente, levam à diversificação da realidade cultural do Estado, levando à
multiculturalidade da realidade do Estado.
Do ponto de vista interno, os Estados podem apresentar uma realidade cultural muito
diversificada por alguns motivos: ou formação histórica ou fluxos migratórios, mas
se o povo é constituído por cidadãos, quem são os cidadãos? Essa determinação é da
soberania do estado. Progressivamente, o direito internacional tem ganhado terreno e
poder que condicionam essa soberania do Estado. Princípio do effective bond. -
Princípio da proteção contra a apatridia.
Quais são os critérios usados pelos estados para definirem a cidadania de uma
pessoa?
A lei portuguesa da nacionalidade – lei 37/81- 3 outubro consagra desde inicio o ius soli
e o ius sanguinis.
Distingue-se:
TÍTULO I
Atribuição, aquisição e perda da nacionalidade
CAPÍTULO I
Atribuição da nacionalidade
Artigo 1.º
Nacionalidade originária
1 - São portugueses de origem:
a) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português nascidos no território português;
b) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português nascidos no estrangeiro se o
progenitor português aí se encontrar ao serviço do Estado Português;
c) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português nascidos no estrangeiro se tiverem o
seu nascimento inscrito no registo civil português ou se declararem que querem ser
portugueses;
d) Os indivíduos com, pelo menos, um ascendente de nacionalidade portuguesa
originária do 2.º grau na linha reta que não tenha perdido essa nacionalidade, se
declararem que querem ser portugueses e possuírem laços de efetiva ligação à
comunidade nacional;
e) Os indivíduos nascidos no território português, filhos de estrangeiros, se pelo menos
um dos progenitores também aqui tiver nascido e aqui tiver residência,
independentemente de título, ao tempo do nascimento;
f) Os indivíduos nascidos no território português, filhos de estrangeiros que não se
encontrem ao serviço do respetivo Estado, que não declarem não querer ser
portugueses, desde que, no momento do nascimento, um dos progenitores resida
legalmente no território português, ou aqui resida, independentemente do título, há pelo
menos um ano;
g) Os indivíduos nascidos no território português e que não possuam outra
nacionalidade.
2 - Presumem-se nascidos no território português, salvo prova em contrário, os recém-
nascidos que aqui tenham sido expostos.
3 - A existência de laços de efetiva ligação à comunidade nacional, para os efeitos
estabelecidos na alínea d) do n.º 1, verifica-se pelo conhecimento suficiente da língua
portuguesa e depende da não condenação a pena de prisão igual ou superior a 3 anos,
com trânsito em julgado da sentença, por crime punível segundo a lei portuguesa, e da
não existência de perigo ou ameaça para a segurança ou a defesa nacional, pelo
envolvimento em atividades relacionadas com a prática do terrorismo, nos termos da
respetiva lei.
4 - A prova da residência legal referida na alínea f) do n.º 1 faz-se mediante a exibição
do competente documento de identificação do pai ou da mãe no momento do registo.
A declaração universal dos direitos do homem prevê, no artigo 15º, nº 1 e 2 que todos os
indivíduos têm direito à cidadania e que ninguém pode ser privado da obtenção de
cidadania ou de mudar de nacionalidade.
Quem não tem cidadania não tem os direitos daquele estado? Ás vezes para votar ou ser
eleito é preciso ser cidadão daquele estado. Mas também se tem entendido que o voto e
a participação no poder político mesmo alguém não sendo cidadão e vivendo naquele
território há muito e por um questão de justiça poder participar na política do seu estado.
Há estados que reconhecem poderes políticos a esses cidadãos dependendo de
determinados requisitos. Surgem muitas questões quanto aos votos, migrações e assim.
Um estrangeiro em Portugal não tem direitos??? Os direitos políticos estão, por norma,
associados a pessoas com nacionalidade daquele estado. Votar, eleger e ser eleito são
exemplos dessas ações. No entanto, dependendo do estado existem diferentes
conceções:
Artigo 15.º
(Estrangeiros e apátridas, cidadãos europeus)
1. Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou residam em
Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão
português.
TERRITÓRIO DE UM ESTADO:
Artigo 33.º
(Expulsão, extradição e direito de asilo)
1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional.
2. A expulsão de quem tenha entrado ou permaneça regularmente no território
nacional, de quem tenha obtido autorização de residência, ou de quem tenha
apresentado pedido de asilo não recusado só pode ser determinada por
autoridade judicial, assegurando a lei formas expeditas de decisão.
6. Não é admitida a extradição, nem a entrega a qualquer título, por motivos políticos
ou por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante, pena de
morte ou outra de que resulte lesão irreversível da integridade física.
Tipos de território:
Tipos de território:
• Terrestre: massa de terra seca
• Aéreo: camada de ar subjacente ao território terrestre e marítimo
• Marítimo : parcela de água que rodeia o território terrestre (não existe sempre) – mar
territorial: massa de água salgada ate às 12 milhas, ZEE
• Áreas arquipelágicas: ilhas
Perspectivas transnacionalistas:
O poder político utiliza o direito que é um instrumento que tem como objetivo realizar
os objetivos daquela comunidade. Pode ser-lhe atribuído as seguintes características:
A conceção de poder político foi muito influenciado por Jean Bodin e depois pelo
estado moderno que lhe chama soberania em vez de poder politico, mas a soberania é
sempre poder politico. É a mesma coisa. Esta soberania não é hoje vista como Jean
bodin definiu, no entanto, continua vista como manutenção de ordem interna e por
vezes na ordem internacional.
O estado é superior e outras entidades que estão submetidas ao seu poder. O estado é do
género de uma autoridade máxima. Mesmo num estado que seja soberano não significa
que seja o único com poder. Soletra-se o poder por outras entidades do estado mas que
não são soberanas: regiões autónomas é uma manifestação deste processo: têm poderes
políticos, certas capacidades para se organizarem, fazem leis próprias, têm órgãos de
governos próprio: parlamentos e governos regionais.
Com a Carta das Nações Unidas (1945) a ius bellium desaparece e é substituído pelo
direito de utilizar a força apenas em legítima defesa. Hoje ainda se acrescentam:
- o direito de fazer parte de organizações internacionais.
- o direito de reclamação internacional (tribunais internacionais)
Artigo 1.º
República Portuguesa
Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na
vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Artigo 9.º
Tarefas fundamentais do Estado
São tarefas fundamentais do Estado:
a) Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas,
sociais e culturais que a promovam;
b) Garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princípios do
Estado de direito democrático;
c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação democrática
dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais;
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os
portugueses, bem como a efetivação dos direitos económicos, sociais, culturais e
ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e
sociais;
e) Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e
o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correto ordenamento do
território;
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão
internacional da língua portuguesa;
g) Promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional, tendo em
conta, designadamente, o carácter ultraperiférico dos arquipélagos dos Açores e da
Madeira;
h) Promover a igualdade entre homens e mulheres.
Artigo 288.º
Limites materiais da revisão
As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
a) A independência nacional e a unidade do Estado;
b) A forma republicana de governo;
c) A separação das Igrejas do Estado;
d) Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
e) Os direitos dos trabalhadores, das comissões de trabalhadores e das associações
sindicais;
f) A coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e social
de propriedade dos meios de produção;
g) A existência de planos económicos no âmbito de uma economia mista;
h) O sufrágio universal, direto, secreto e periódico na designação dos titulares eletivos
dos órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local, bem como o sistema
de representação proporcional;
i) O pluralismo de expressão e organização política, incluindo partidos políticos, e o
direito de oposição democrática;
j) A separação e a interdependência dos órgãos de soberania;
l) A fiscalização da constitucionalidade por ação ou por omissão de normas jurídicas;
m) A independência dos tribunais;
n) A autonomia das autarquias locais;
o) A autonomia político-administrativa dos arquipélagos dos Açores e da Madeira
Artigo 7.º
Relações internacionais
1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência
nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre
os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos
assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para
a emancipação e o progresso da humanidade.
2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer
outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem
como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-
militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação
de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os
povos.
3. Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao
desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão.
4. Portugal mantém laços privilegiados de amizade e cooperação com os países de
língua portuguesa.
5. Portugal empenha-se no reforço da identidade europeia e no fortalecimento da ação
dos Estados europeus a favor da democracia, da paz, do progresso económico e da
justiça nas relações entre os povos.
6. Portugal pode, em condições de reciprocidade, com respeito pelos princípios
fundamentais do Estado de direito democrático e pelo princípio da subsidiariedade e
tendo em vista a realização da coesão económica, social e territorial, de um espaço de
liberdade, segurança e justiça e a definição e execução de uma política externa, de
segurança e de defesa comuns, convencionar o exercício, em comum, em cooperação
ou pelas instituições da União, dos poderes necessários à construção e
aprofundamento da união europeia.
7. Portugal pode, tendo em vista a realização de uma justiça internacional que
promova o respeito pelos direitos da pessoa humana e dos povos, aceitar a jurisdição
do Tribunal Penal Internacional, nas condições de complementaridade e demais termos
estabelecidos no Estatuto de Roma.
Cada estado é geral e existe para atingir determinados fins. Os fins do estado português
encontram-se na CRP. Se olharmos para a teoria das ideias políticas, denota-se que
diferentes autores apresentam diferentes fins do estado. Ex: Aristóteles- atingir a justiça;
Locke- garantir as liberdades individuais.
De um modo geral, os fins do estado são: segurança, justiça e bem estar social e
cultural.
Contudo, estes fins do estado não são sempre os mesmos ao longo tempo e do local. Os
fins do estado mudaram quando passamos de um estado liberal para um estado social.
No estado liberal, a atuação visa principalmente alcançar a segurança e a justiça
comutativa. No estado social, a atuação concentra-se na procura da justiça
distributiva e no bem estar económico, social e cultural
Desta forma, se o Estado tem fins, tem de ter meios, órgãos e atividades para alcançar
esses fins, meios esses denominados funções do Estado. Desta forma, as funções do
estado são um conjunto de atos e procedimentos desenvolvidos pelos órgãos do
estado para atingir os seus fins, são juridicamente reguladas. Atualmente, no estado
enquanto estrutura que desempenha varias funções existe o principio da separação de
poderes. Nos estados de direito temos os poderes do estado organizados segundo a
técnica de separação de poderes- desenvolvida por Montesquieu mas não foi inventada
por ele, já vem desde a antiguidade e Locke também a introduz. A separação de poderes
não era da mesma forma compreendida no estado de direito e no estado social.
Passamos a ter formas de distribuição de poderes mais complicados. Governos que
legislam que em termos clássicos é uma atividade associado ao parlamento. Quando
olhamos para uma separação de poderes, podemos ter o mesmo órgão a desempenhar
várias funções. O governo português faz e executa leis. A mesma função exercida por
vários órgãos, legislar, que em Portugal é exercido pelo governo, parlamento e
assembleias regionais – artigo 111 da CRP. Há uma separação de poderes mas não é
uma trilogia tão rígida. como mostesquieu defendeu. Não temos uma divisão 1 poder –
1 órgão.
A lei há-de ser função primária, e a função judicial será função secundária.
-Função política em sentido restritivo ou governativo: traduz-se na definição e prossecução pelos órgãos
do poder político dos interesses essenciais da coletividade
-Função legislativa: traduz-se tipicamente em fazer leis, autonomização da função constituinte porque é uma
lei específica – segundo o PR
Esta divisão é feliz porque demonstra que a função legislativa associada a fazer leis ainda é associada à
política, ou seja. ainda é um bem comum da pólis. As leis são um meio para identificarmos aquilo que é
importante para aquela comunidade.
Funções dependentes, subordinadas ou secundárias
- Função administrativa: “consiste na satisfação das necessidades coletivas que, por virtude de prévia opção
política ou legislativa se entende que incumbe ao Estado prosseguir, encontrando- se tal tarefa cometida a
órgãos interdependentes, dotados de iniciativa e de parcialidade na realização do interesse público, e com
titulares amovíveis e responsáveis pelos seus atos. A função administrativa cumpre a lei . Pode ser
desempenhada por outras entidades nomeadas pelo estado -descentralização. Tem por objetivo realizar o
interesse público. Muitos autores dizem que se define pela parcialidade.
O Estado é uma pessoa coletiva, ou seja, é “distinta de cada uma das pessoas físicas que
compõem a comunidade e dos próprios governantes e suscetível de entrar em relações
jurídicas com outras entidades”
Estado é uma pessoa jurídica com capacidade de estabelecer relações jurídicas no plano
interno e no plano internacional;
O estado não se confunde com as pessoas que estão a ocupar os órgãos que integram o
estado. As pessoas mudam e o estado mantém-se. Como o estado não é uma pessoa
física tem de ter uma organização interna, permanece porque tem órgãos – centros
autónomos, institucionalizados de formação e emanação da vontade da pessoa coletiva.
É nestes órgãos que se forma a vontade jurídica do estado. A sua vontade é a vontade do
estado. O que as pessoas que são titulares dos órgãos fazem? A vontade desse órgão.
Titular: pessoa que num determinado momento pertence aquele órgão e cumpre
a vontade do órgão. As pessoas mudam – principio da renovação. Quem ocupa o
lugar e como exerce as suas funções (legitimidade).
Nota:
Um órgão pode extinguir-se. A vida dos órgãos pode sofrer vicissitudes. A CRP regula
bastante os órgãos do estado – artigo 110, 119 e outros vamos encontrar muitas regras
de funcionamento do estado.
a) As leis constitucionais;
b) As convenções internacionais e os respectivos avisos de ratificação, bem
como os restantes avisos a elas respeitantes;
c) As leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais;
d) Os decretos do Presidente da República;
e) As resoluções da Assembleia da República e das Assembleias
Legislativas das regiões autónomas;
f) Os regimentos da Assembleia da República, do Conselho de Estado e das
Assembleias Legislativas das regiões autónomas;
g) As decisões do Tribunal Constitucional, bem como as dos outros
tribunais a que a lei confira força obrigatória geral;
h) Os decretos regulamentares e os demais decretos e regulamentos do
Governo, bem como os decretos dos Representantes da República para as regiões
autónomas e os decretos regulamentares regionais;
i) Os resultados de eleições para os órgãos de soberania, das regiões
autónomas e do poder local, bem como para o Parlamento Europeu e ainda os
resultados de referendos de âmbito nacional e regional.
Classificações de órgãos:
- assembleias que são um tipo de órgão colegial que se caracterizam por ter pluralidade
(membros de diferentes ideologias) que existem para representar uma comunidade e os
seus interesses. A assembleia toma decisões que conseguem reunir algum acordo entre
estes membros muitas vezes por recurso à regra da maioria. Órgão colegial de tipo
assembleia. A assembleia da republica portuguesa tem 230 deputados;
- conselho de ministros.
Mas se os órgãos colegiais tem vários membros como se tomam as decisões? Existem
regras. Essas regras estão na CRP: funcionamento dos órgãos colegiais em geral. Temos
regras mais específicas para a assembleia da republica: regimento interno para o seu
funcionamento. Para os órgãos administrativos há o código administrativo. Há regras
gerais e regras mais especiais.
Quorum: número mínimo de pessoas que têm de estar presentes para o órgão funcionar
e para poder tomar uma decisão. 1/5 dos deputados para discutir um assunto –
regimento da AR. Para a assembleia da republica tomar uma decisão têm de estar
presentes 116 pessoas (maioria absoluta – metade mais um). Porque existem estas
regras? Para garantir que no momento de tomar a decisão esta la um nº suficiente para
representar os interesses do comunidade.
Votações:
- maioria absoluta: 50% + 1
-maioria relativa – mais votos a favor do que contra
- maiorias qualificadas: 2/3, ¾
a) Liberdade de propaganda;
b) Igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas;
c) Imparcialidade das entidades públicas perante as candidaturas;
d) Fiscalização das contas eleitorais.
4. Os cidadãos têm o dever de colaborar com a administração eleitoral, nas
formas previstas na lei.
5. A conversão dos votos em mandatos far-se-á de harmonia com o princípio da
representação proporcional.
6. O julgamento da validade dos actos eleitorais compete aos tribunais.
Órgãos simples
Órgãos complexos: órgãos que se desdobram em mais órgãos. Ex: o governo é um
órgão em si mas dentro do governo podemos encontrar outro órgão chamado conselho
de ministros.O próprio ministro também é um órgão dentro do governo
E ainda:
• Constitucionais : previstos na constituição
- órgãos de soberania: ligação ao poder soberano do Estado
• Não constitucionais : reguladores, que não estão previstos na CRP
Órgãos deliberativos
Órgãos consultivos: dar conselhos
Notas:
• A eleição, no constitucionalismo moderno, tornou-se a forma de
designação mais recorrente
• Se chamamos eleição : sufrágio de pessoas
• Se chamamos referendo: sufrágio de ideias, soluções legislativas
• O sufrágio é um direito fundamental, consagrado na CRP
- ligado a uma ideia de renovação (PR não pode ser eleito para um 3º
mandato consecutivo)
Forma de estado: modo como se relacionam entre si os elementos de estado.
Obriga nos a olhar para a forma como o poder se organiza nesse território.
Forma de estado é aquilo que permite organizar os estados em simples/
unitários ou compostos/complexos.
Estados unitários/simples
Uma só constituição,
Artigo 225.º
(Regime político-administrativo dos Açores e da Madeira)
1. O regime político-administrativo próprio dos arquipélagos dos
Açores e da Madeira fundamenta-se nas suas características geográficas,
económicas, sociais e culturais e nas históricas aspirações autonomistas das
populações insulares.
2. A autonomia das regiões visa a participação democrática dos
cidadãos, o desenvolvimento económico-social e a promoção e defesa dos
interesses regionais, bem como o reforço da unidade nacional e dos laços de
solidariedade entre todos os portugueses.
3. A autonomia político-administrativa regional não afecta a
integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição.
Artigo 226.º
(Estatutos e leis eleitorais)
1. Os projectos de estatutos político-administrativos e de leis relativas à
eleição dos deputados às Assembleias Legislativas das regiões autónomas
são elaborados por estas e enviados para discussão e aprovação à
Assembleia da República.
Artigo 227.º
(Poderes das regiões autónomas)
Artigo 230.º
(Representante da República)
Artigo 231.º
(Órgãos de governo próprio das regiões autónomas)
Estados complexos/compostos
Há vários fatores, desta forma, que podem afetar a adoção ou não destas formas.
União Europeia
Diretivas: também são normas mas são transpostas. São definidas pela UE e
depois o estado cria normas para atingir os fins decididos.
Um estado pode sempre abandonar a união e durante muito tempo discutiu-se isso.
Multiculturalidade e multiculturalismo
Não há um estado mundial mas podemos ter questões a serem resolvidas em comum.
Há uma governança comum, de questões comuns, que o estados não podem nem devem
resolver sozinhos. Nas teorias políticas e jurídicas encontramos muitas vezes a ideia de
uma perspetiva cosmopolita (termo que discorda da existência de fronteiras
geográficas): ideia de que há direitos que devem ser respeitados para alem das
fronteiras. Independentemente das nossas origens, há direitos e deveres comuns. A
lógica dos direitos humanos é, de facto, a existência de direitos para as pessoas
independentemente do local onde se encontram. Os direitos humanos são uma
linguagem universal.
Minoria cigana;
Minorias culturais.
Não há uma noção geral de multiculturalismo, visto que até a própria cultura é
difícil de definir de definir. Não tem essência, pois esta muda ao longo do
tempo.
Cultura
- Conceito muito amplo e que tem vindo a ser cada vez mais abrangente. No
seio da UNESCO traduz -se a cultura como um conjunto de traços distintivos
espirituais e materiais, intelectuais e afetivos, que caracterizam uma
sociedade ou um grupo social e que abrange, alem das artes e das letras, os
modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as
tradições e as crenças. É um conceito que se molda. As pessoas são
dinâmicas e , por conseguinte, o conceito também assim se torna.
Minorias culturais
NOTA :
É relevante para a ciência política?
Que política deve o estado desenvolver? Como se deve posicionar o estado?
Como vamos valorar esta questão? Já não é uma questão de facto!
Às vezes há minorias que têm poder: minorias maioritárias. A maior parte das
vezes as minorias são discriminadas.
Cada cultura é como é, mas poderá existir uma questão de adaptações. Uma
minoria envolvida numa nação maioritária às vezes acaba por se adaptar a
alguns dos seus costumes: feriados católicos por exemplo.
Há alguns atores que dizem que se o estado for sensível a esta diversidade
cultural, nomeadamente, Will Kymlicka (liberal), que se deve preocupar.
Segundo este autor, as pessoas não vivem no vazio. Desenvolvem-se no
contexto cultural onde se inserem e, a partir o momento que envolve pessoas,
o estado tem de se preocupar. Will Kymlicka apresenta uma teoria liberal dos
direitos multiculturais e reconhecimento de direitos diferenciados a grupos.
Regime político: alguns autores dizem: tipo de forma política e modo como
lidam e tentam compreender qual é a fonte de legitimidade e como se encara o
poder e como o poder se manifesta sobre os cidadãos. Outros autores
defendem que o regime político tem de levar em conta a relação entre os
cidadãos e o poder .
Ditadura:
1) ideologia imposta;
2) não existe respeito pelas direitos fundamentais;
3) as pessoas não participam na escolha dos representantes e na tomada de
decisões;
4) o autocrata governa de forma individual, autoritária ou totalitária
(distinguido mais à frente);
5) fonte de legitimidade: critério tipicamente utilizado são as eleições mas
estas não são livres.
Democracia:
1) pluralismo de ideologias;
2) respeito pelos direitos fundamentais;
3) pessoas participam na escolha dos representantes;
4) o poder está no povo;
5) fonte de legitimidade: exercício do poder está limitado e ao serviço dos
direitos e liberdades individuais (estado de direito) .
Linz, autor, fala-nos dos sistemas autoritários: não há ideia forte do controlo
do poder, não há uma ideologia mas sim mentalidades: conjunto de crenças
fortes mas que são menos rígidas e mais flexíveis. Muitas vezes associadas a
ideologias tradicionais (Exemplo: Deus, Pátria e Família). Diz que não há
ideia de mobilização das massas. A figura do líder é importante daí que
muitos autoritarismos não sobrevivam aos seus lideres.
a) As alterações à Constituição;
b) As questões e os actos de conteúdo orçamental, tributário ou
financeiro;
c) As matérias previstas no artigo 161.º da Constituição, sem
prejuízo do disposto no número seguinte;
d) As matérias previstas no artigo 164.º da Constituição, com
excepção do disposto na alínea i).
Para alguns autores deve-se adotar a maioria. Para outros, se tem mais votos a
favor do que contra essa proposta deve ser aprovada. Outros, olham para a
maioria como a ideia da igualdade e da liberdade. Prof. Jorge Miranda diz que
o critério da maioria representa maior liberdade e igualdade para todos.
Liberdade - cada um vota no que quer. Contudo, a maioria não deve ser um
critério de verdade porque muitas das vezes não está certa. É um critério
operativo. Há limites à sua maioria: as democracias também são governos das
minorias. As maiorias têm de respeitar as minorias. Muitas vezes, uma lei
pode ser uma inconstitucional por não respeitar estas maiorias. O tribunal
constitucional pode ser considerado uma instituição contra maiorias uma vez
que a decisão da maioria pode ir contra aquilo que está previsto na
constituição.
Caso português
Populismo
Populismo é antipluralista.
Referendo
Modalidade de democracia.
O referendo é uma forma de sufrágio. Não escolhemos pessoas mas
escolhemos ideias.
Encontramos referendos em vários países. Em Portugal, não se
encontram referendos em matérias constitucionais. Há países onde os
referendos são frequentes: Suíça. Há outros onde esta presente mas não
é muito utilizado, por exemplo, Portugal.
É um complemento da democracia representativa. Ou seja, não muda a
natureza representativa do regime mas completa.
Trata-se de uma pergunta sobre uma determinada matéria relevante em
termos públicos.
É diferente de plebiscito. Para alguns a diferença de referendo para
plebiscito é apenas histórica (referendo- regimes democráticos,
plebiscito-autoritários). Para outros, referendo são consultas que
decorrem de acordo com todos os requisitos legais e o plebiscito não.
Tipos de referendos:
Referendos constitucionais
Referendos legislativos
Referendos administrativos
Este mecanismo não foi logo incluído na CRP de 1976. Artigo 115º da CRP:
lei nº15.A/98 de 3/4
a) As alterações à Constituição;
b) As questões e os actos de conteúdo orçamental, tributário ou
financeiro;
c) As matérias previstas no artigo 161.º da Constituição, sem
prejuízo do disposto no número seguinte;
d) As matérias previstas no artigo 164.º da Constituição, com
excepção do disposto na alínea i).