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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ALBANISIA

ASSUNTO: Poder, Política e Estado


SOCIOLOGIA - 2º ANO
PROFESSOR: ABEL RIBEIRO

PODER, POLÍTICA E ESTADO


Introdução
Política e poder são termos que ajudam a compreender a organização da vida coletiva das
pessoas e a construção de mecanismos e espaços para a resolução de problemas sociais. Os
conceitos de soberania e dominação também contribuem para o entendimento dos processos
decisórios e de organização política, social e econômica. Por meio dessas formas de representação e
participação política e social, podemos compreender o papel das eleições, dos partidos e das
instituições políticas, bem como da sociedade civil nas disputas entre diferentes grupos sociais, com
o objetivo de terem suas demandas atendidas
Conversa inicial
As autoridades administrativa, jurídica e militar são instrumentos legítimos de poder do
Estado. Nos Estados pautados pelas práticas jurídica e democrática, esse poder é legitimado pela
atuação social dos indivíduos por meio do voto, ao escolher seus representantes, e também por
mecanismos institucionais de participação, como os protestos nas ruas.
A ação organizada dos indivíduos na sociedade, orientada por direitos e deveres, é a base do
Estado constitucional, que deve levá-la em consideração para a execução de sua política, garantindo
a manutenção das liberdades individuais, bem como o respeito aos direitos da população.
1. Observe a imagem da manifestação de comunidades indígenas e responda: fazer política é
somente uma questão do Estado ou os indivíduos têm o poder de influenciar as decisões do
governo?
2. Como você percebe a interferência do Estado nas ações do seu dia a dia?
3. De acordo com seus conhecimentos, cite duas características do Estado brasileiro que
você considera positivas para a organização política e social do país e justifique sua resposta.
Resumo explicativo
PODER – é uma relação social onde uma pessoa ou grupo social exerce influência sobre a conduta
de indivíduos ou uma comunidade.
POLÍTICA – é a maneira pela qual a sociedade se organiza para exercer o poder e a administração
da sociedade.
ESTADO – é a instituição máxima criada historicamente para garantir o controle e o poder político
sobre uma sociedade.

O poder para Max Weber


Sociólogo Max Weber - todas as relações sociais que
estabelecemos com indivíduos, instituições e coletividades são
também relações de poder, que podem se apresentar de
maneira explicita ou não.
Exemplos - relação pais e filho(a)s - poder reconhecido
legalmente. E o poder social - relação entre amigos.
Na esfera pública a relação de poder é mais nítida -
relação de classe social, controle social, exercício da
autoridade, poder dos governantes. Essa forma de poder
influencia a conduta coletiva de uma grande quantidade de
pessoas.
Para Max Weber existem três tipos de dominação legítima.

Dominação
De acordo com Max Weber, a ideia de dominação está presente em todas as relações
humanas. Para ele, a dominação é exercida por qualquer pessoa que proponha uma ideia ou situação
a outra disposta a aceitá-la. Para ter estabilidade e eficiência, a dominação deve ser legítima, ou
seja, dominantes e dominados precisam compreender como necessárias ou indispensáveis as regras
que regulam as ações sociais. Com base nisso, Weber distinguiu teoricamente três tipos de
dominação: a tradicional, a carismática e a legal.

DOMINAÇÃO TRADICIONAL - baseada no poder de instituições e regras tradicionais de controle


conduzidas por um indivíduo ou grupo de pessoas-relações feudais, patriarcalismo, coronelismo.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA - crença por parte dos dominados na existência de
qualidade excepcionais em um determinado individuo- líderes religiosos e políticos.
DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL - fundamentada em normas e regras aprovadas e aceitas por
todos. Exemplo a Burocracia do Estado Moderno.
Formas de Poder: são três: econômico, ideológico e político.
Econômico - posse de bens materiais e controle dos meios de produção - poder do patrão sobre o
empregado.
Ideológico - ideias ou informações para influenciar comportamentos, através dos meios de
comunicação e de educação sobre as pessoas.
Político - instrumentos e técnicas para influenciar a conduta alheia conquista do voto do eleitor.

Poder e política para Karl Marx.


Na ideologia marxista, os indivíduos não escolhem a classe social a qual pertencem, mas
suas concepções de mundo, princípios, opiniões políticas, posição social, entre outros, são
moldados pelo pertencimento a uma determinada classe.
Em todos os períodos da história ocidental houve classes antagônicas: escravo x senhor, servo x
senhor feudal, proletariado x burguesia. No momento atual da sociedade, a burguesia é a classe
dominante, e o Estado detém o monopólio da violência, em detrimento dos interesses dessa
mesma classe.
Sabe-se que Marx, além de propor um corpo teórico sobre a transformação das sociedades,
convocou os homens, especialmente a classe trabalhadora, a serem os agentes da sua própria
história.

Karl Marx (1818-1895), alemão, desenvolveu correntes revolucionárias e críticas sobre a


exploração das classes trabalhadores operárias, com notável antipatia ao capitalismo e
consequentemente às classes burguesas. Ele transforma o pensamento sobre o Estado e a política,
tocando em todos os fundamentos da filosofia política e do direito moderno, além de denunciar o
idealismo e caráter burguês.
Para ter uma garantia de seus interesses, a burguesia, se viu obrigada a dar a seu interesse
médio uma forma geral, assim, aderindo o Estado como meio de proteção. O Estado, para Marx,
não é a expressão direta da racionalidade e do justo, contrapondo Hegel na Alemanha.
Além de Hegel, a crítica marxista abrange ainda, Kant, pois, ambos os filósofos afirmam que a
sociedade se origina a partir do contrato social, e Marx vai de encontro a isso, para ele, a origem
da vida social ocorre a partir do antagonismo de classes.

Origens da democracia
A democracia foi implementada pela primeira vez no século VI a.C., em Atenas, na Grécia antiga. De
acordo com o historiador francês contemporâneo Jean-Pierre Vernant, a mudança decorreu de uma série
de reformas promovidas pelo legislador Clístenes, que deu continuidade ao trabalho do legislador Sólon e
implementou a democracia em Atenas, transformando a sociedade e a vida política da cidade-Estado
(também denominada pólis).
Pode-se dizer que tais reformas foram responsáveis pela instauração do político. Antes, o regime de
governo exercido em Atenas era a tirania, e o poder baseava-se na arbitrariedade, isto é, na vontade de um
ou de alguns indivíduos. Depois, passou a ser exercido pelos cidadãos. Tal mudança afetou toda a
sociedade e, mais especificamente, o espaço público: a ágora ateniense, anteriormente dedicada aos
interesses privados, passou a ser caracterizada pelo discurso e pela ação de homens livres, que, reunidos,
decidiam o destino da cidade.
A participação das pessoas na política de Atenas era feita por meio de duas instituições: a Eclésia,
na qual os cidadãos se reuniam para discutir publicamente os assuntos mais relevantes da pólis, e a Bulé,
composta de quinhentos cidadãos, em que se elaboravam projetos e pareceres sobre os assuntos a serem
discutidos na Eclésia. Essas instituições políticas eram baseadas na igualdade, que para os atenienses tinha
três dimensões: a isonomia (a igualdade formal de todos os cidadãos perante a lei, impedindo qualquer
forma de discriminação), a isegoria (a igualdade material de cada cidadão poder discursar no espaço
público, ser ouvido e influenciar as decisões políticas) e a isocracia (a igualdade na ocupação temporária
dos cargos públicos pelos cidadãos, sem distinções). A democracia ateniense baseava-se na ação política
direta dos cidadãos, ou seja, o governo não era exercido por representantes do povo, mas pelo próprio
povo.
Assim, os cidadãos eram agentes políticos que participavam do governo da cidade com liberdade e
em igualdade de condições. Os cidadãos eram homens livres adultos, filhos de mãe e pai atenienses. Eles
não precisavam se dedicar ao trabalho e participavam da esfera pública. Dessa forma, a condição de
liberdade em Atenas se contrapunha à de escravidão. Nesse sentido, na democracia ateniense, mulheres,
estrangeiros e escravos não eram aceitos na vida pública, não podendo agir politicamente. Isso significa
que a dimensão da democracia se restringia a uma pequena parcela da sociedade de Atenas.
O fundamento político a se destacar, é o que liga a política às condições materiais concretas, ao
nível econômico, ou seja, é a junção entre as formas políticas modernas e a lógica do capital.
No capitalismo a apropriação da riqueza gerada pelo trabalho, não deve ser feita a partir da
coerção com violência contra o trabalhador, como era antes. E para resolver isso, o Estado
moderno torna os indivíduos cidadãos, instituindo-os como sujeito de direito, ou seja, livre, apto a
ter direitos e deveres, e por meio dessa nova condição política, cada trabalhador pode vender seu
trabalho aos capitalistas de uma maneira “livre”, isto é, por meio de vínculos que obrigam tendo
por fundamento uma relação jurídica, e não a mera força.
Assim, sendo, a instância de coerção política não pode se apresentar como diretamente
dominada pela burguesia. Ela se presta ao interesse burguês, mas não porque seja controlada pela
vontade dela, mas porque ao construir sujeitos de direito, torna todos juridicamente iguais e
livres. Segundo Marx, “a opressão no capitalismo, ao contrário do escravagismo, se esconde”,
pois, tornando a todos os cidadãos livres e iguais formalmente, dá condições de que os capitalistas
explorem os trabalhadores de uma forma invisível, pelo fato de passar a ilusão de que o
trabalhador é livre, visto que escolhe para quem trabalhar, ou melhor, escolhe quem o explorará.

O Estado surge então como condição estruturante da exploração jurídica do trabalho, pelo
fato de manter um aparato de repressão para oprimir as ações que impeçam o funcionamento da
máquina da reprodução econômica capitalista, pois, o Estado está ao lado do capitalismo. O
aparato político estatal moderno põe em funcionamento a possibilidade da reprodução contínua da
exploração do trabalho por meio dos vínculos mercantis, fazendo do trabalhador uma mercadoria
a ser vendida, cuja mais-valia é apropriada como riqueza pelo burguês.
Assim, o Estado sendo uma forma de pressão especificamente capitalista e o capitalismo
caracterizado pela exploração do trabalhado e acentuação da desigualdade, segundo Marx, deve-
se haver a superação do capitalismo, mas não somente com uma reforma no sistema, mas sim uma
revolução, que seria responsável pela transição do capitalismo ao socialismo (etapa intermediária
ao almejado comunismo de Marx), e essa ruptura com o modo de produção ocasionaria outras
relações de produção e outras estruturas políticas que não as do Estado moderno.
Para Marx, a vida em sociedade não tem suas bases no contrato social, mas sim, na luta de
classes. O Estado moderno é formado de relações entre dominadores e dominados. Os senhores
não devem se apropria da riqueza produzida pelos trabalhadores a partir do uso da força, mas sim,
por meio de vínculos, que à primeira vista são voluntários e que tem por fundamento uma relação
jurídica. Ao contrário do escravo, há uma ilusão de que o trabalhador é livre, já que ele tem o
poder de escolher quem o explorará, assim diz Marx em “O Capital”:
O escravo romano era preso por grilhões, o trabalhador assalariado está preso a seu
proprietário por fios invisíveis. A ilusão de sua independência se mantém pela mudança contínua
de seus patrões e com a ficção do contrato.

Durkheim, a sociedade e o Estado


Durkheim propõe a compreensão dos comportamentos sociais coletivos, sobretudo as
explicações sobre os elementos de coesão social. Ele percebe o Estado como um ente capaz de
estabelecer a harmonia e a coesão social, sendo responsável pela organização das liberdades
individuais e justiça social.
A definição do Estado parte de sua concepção social, onde o mesmo não seria a confluência
dos interesses individuais e grupais, mas um órgão, independente e autônomo, que ordena a vida
social. Durkheim avança: “Eis o que define o Estado. É um grupo de funcionários sui generis, no
seio do qual se elaboram representações e volições que envolvem a coletividade, embora não seja
obra da coletividade.” (DURKHEIM, 2002, p. 70). Diferentemente do que pensa Max Weber,
Durkheim não acredita ser o estado um resultado de confluências de forças e conflitos políticos, ou
diferente do que percebe Marx, como uma parte da superestrutura, direcionada pelo modo
capitalista de produção. Durkheim sustenta ser o estado o “cérebro social”, o “poder diretor”, um
tipo coletivo encarnado, mas que não é o coletivo, pelo contrário, se impõem a ele. Dentro de seu
escopo social e funcional, o Estado aparece como uma “universal reação necessária, primeiro
espontâneo, depois regularizada, do conjunto sobre as partes (FERREIRA, 2001, p. 17), reação essa
indispensável para a manutenção dos coletivos modernos, não primitivos. Aparece como solução
ao “problema da autoridade”, problema esse que só se impõem numa sociedade diferenciada, não-
primitiva.
Durkheim faz uma diferença entre os ‘Estados’ antigos, Romano e Grego, para com os
Estados modernos. A principal diferença estaria no objetivo: aqueles primeiros referenciando-se
pela religião, satisfação dos deuses; esses segundos, em prol dos indivíduos. Durkheim faz uma
relação histórica entre indivíduo e sociedade: só existe o respeito as vontades individuais porque há
Estado para lhe garantir, e o Estado surge para garantir tais direitos (ou vontades). O Estado
secular é marcado por uma percepção antropocêntrica da vida[1], assim, o individualismo só pode
se manifestar, as diferenciações só podem coexistir, se o Estado existir. Assim, fica compreensível a
afirmação de Durkheim de que os direitos humanos são históricos. Os direitos humanos
‘universais’ não são naturais, ou inerentes aos indivíduos, eles são históricos, e tem relação com o
surgimento do Estado. O homem só é homem (e entende-se, ‘homem de direitos’) em sociedade,
em grupo, senão é ainda um animal. Durkheim (2002, p. 84) afirma: “O homem só é homem
porque vive em sociedade. Retire-se do homem tudo que é de origem social e não restará mais do
que um animal análogo aos outros animais. Foi a sociedade que o elevou tão acima da natureza
física […]”.

Soberania
A soberania relaciona-se à manifestação dos costumes e ao exercício do poder em um
território historicamente conquistado e construído, em geral, por meio de conflitos e disputas, mas
também pela formação de consensos. O filósofo francês Jean Bodin (1530-1596) foi um dos
primeiros pensadores a refletir sobre o conceito de soberania. Ele a definiu como o poder absoluto e
perpétuo exercido sobre cidadãos de uma república, sem interferência de concepções religiosas, o
que pode ser considerado um avanço para a constituição do Estado moderno. Assim, embora ainda
estivesse de acordo com a forma monárquica absolutista vigente em seu tempo, Bodin contribuiu
para fortalecer a concepção do Estado laico, isto é, sem vínculo com o poder da Igreja. No século
XVIII, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) propôs a transferência da soberania do monarca para o
povo, que representaria a soberania democrática, que ele chamou de vontade gera

Representação política
Na democracia ateniense (século VI a.C.), os indivíduos considerados cidadãos podiam
participar diretamente das decisões públicas. Essa forma de participação era possível porque os
cidadãos constituíam uma parcela muito restrita da população. No século XIX, a ideia de cidadania
foi ampliada, sendo preciso encontrar meios para que uma parcela muito maior da população
participasse dos processos decisórios. A solução foi estabelecer a representação política, ou seja, a
eleição, por meio do voto, de pessoas que ocupariam cargos nas instituições governamentais e
representariam as demandas públicas.
O primeiro país a adotar o sistema representativo foram os Estados Unidos, no século XVIII.
Na França, o sistema foi adotado em 1848, mas mulheres, analfabetos e trabalhadores que não
pagavam impostos não tinham direito a votar e a se candidatar.
A representatividade originou uma questão importante: os mais votados estão aptos a
representar as demandas de toda a população? Além disso, foi preciso pensar em mecanismos de
controle (manifestações públicas, imprensa livre, instituições participativas, ações judiciais) da
sociedade para vigiar a atuação dos representantes, pois promessas não cumpridas e demandas não
satisfeitas são comuns no sistema político representativo, o que geralmente causa desilusão e traz
perdas consideráveis para a vida dos eleitores.
Antonieta de Barros, deputada estadual por Santa Catarina eleita em 1934. Foto de
aproximadamente 1930. Ela foi a primeira mulher negra a conquistar um cargo político no Brasil.

Partidos políticos
Para disputar as eleições, os candidatos a representantes são obrigados a se filiar a um
partido político. Esse tipo de agremiação política começou a se desenvolver no século XVIII. Os
dois primeiros partidos foram organizados na Inglaterra. Bastante semelhantes, eles representavam
grupos de interesses ligados a famílias influentes; por isso, eram, de fato, mais parecidos com
facções do que com partidos políticos como conhecemos hoje. Isso mudou com o Reform Act. Essa
lei, de 1832, que ampliava o sufrágio, permitia o voto de burgueses e industriais, os quais passaram
a administrar as questões de Estado com a nobreza e, para isso, fundaram outras organizações
partidárias. A participação dessas agremiações na estrutura política, porém, ainda era irregular e
regionalizada, voltada a interesses e líderes isolados.
O sistema que dava bases aos partidos passou a se consolidar em 1868, quando foram
instalados comitês eleitorais no interior da Inglaterra para mobilizar os eleitores que engrossavam o
processo democrático do país: os empregados remunerados da indústria, contingente que
interessava às antigas lideranças políticas locais.
Assim, diante da pressão social por espaço nos mecanismos de decisão política, os partidos
tornaram-se instrumentos de grupos interessados nos resultados eleitorais. Como cada grupo tinha
interesses e demandas diferentes, passou a haver disputa política entre os partidos formados.
Os partidos atuais são organizados para promover discussões internas entre seus membros
(também chamados correligionários) até que seja possível formular ações e estratégias. Dependendo
do número de membros, criam-se espaços internos de organização, e neles se destaca a ação dos
líderes partidários, responsáveis por representar os interesses que defendem na sociedade ou, se
eleitos, no Poder Legislativo e no Poder Executivo.
Os líderes e os envolvidos na burocracia interna do partido (que envolve administração,
estatutos, regras de seu processo decisório e de formação de lideranças), no entanto, podem se
tornar mais poderosos que a maior parte dos correligionários. Assim, por vezes, manter o poder
interno acaba sendo mais importante do que alcançar objetivos políticos externos, o que pode gerar
falta de democracia dentro do partido.
Questões como essa foram amplamente analisadas por Max Weber, que se preocupava em
compreender a estrutura organizativa dos partidos, que sofre alterações à medida que seus objetivos
e interesses originais mudam. Uma tendência evidente nos tempos atuais é a crise dos partidos
como instituições voltadas à defesa dos interesses sociais e das estratégias ideológicas, pois muitas
vezes os eleitos pela população abandonam as reivindicações que deveriam representar. Isso
contribui para que muitos partidos se dediquem unicamente ao processo eleitoral.
EXERCITANDO

Eleição e voto nulo


Durante períodos de campanha eleitoral, é comum alguns movimentos se articularem para
pregar o voto nulo ou em candidatos com poucas chances de serem eleitos como forma de
demonstrar desacordo com a obrigatoriedade do voto ou com os rumos do governo.

“Maioria de voto nulo anula a eleição?


Não. A confusão que se faz a este respeito é devido ao artigo do Código Eleitoral Brasileiro,
no 224, que diz que se a nulidade da eleição atingir mais que 50%, haverá outra eleição com todos
os candidatos diferentes. O que ocorre é que a ‘nulidade’ da eleição não acontece com o eleitor
votando nulo, e sim com fraudes eleitorais, que deverão ser apuradas após as eleições pela Justiça
Eleitoral. Se em mais da metade dos votos for comprovada alguma fraude, aí sim haverá outra
eleição com todos os candidatos diferentes. Votos nulos não são contabilizados pela Justiça
Eleitoral, para efeito de eleger algum candidato. Se a maioria votar nulo, ou seja, digitar o número
de um candidato que não existe e apertar a tecla ‘Confirma’, ganha a eleição quem tiver o maior
número dos votos válidos. [...]
Se o candidato vencedor das eleições for cassado, por exemplo, e tiver sido eleito com mais
de 50% dos votos válidos, deverá ser convocada uma nova eleição. Se ele tiver sido eleito no
segundo turno, assume o posto o candidato que ficou em segundo lugar. [...] a eleição só pode ser
anulada atualmente caso o candidato que tiver ganhado a maioria dos votos for condenado após o
término da apuração por ter comprado votos, por ter feito abuso do poder econômico ou por
interferência do poder político. Também no caso de ter havido alguma fraude eleitoral durante as
votações, como irregularidades dos mesários, das urnas, das listas eleitorais, de eleitores votarem
com o Documento de Identidade de outra pessoa, ou se a eleição tiver sido realizada na propriedade
privada de algum candidato. [...]”
Maioria de voto nulo anula a eleição? EBC, 11 set. 2012. Disponível em: Acesso em: 24 abr. 2020.

Questões
1. Com base no texto e na discussão sobre representação política, é possível afirmar que
votar nulo é uma forma de protesto? Justifique.
2. Como um cidadão pode protestar contra as atitudes dos representantes políticos nos quais
votou? Responda no caderno.

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