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Psicologia Clínica
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Psicologia clínica
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO MUNDO .................................................................. 4
GRANDES PENSADORES DA PSICOLOGIA E AS ABORDAGENS DELES
DERIVADAS .............................................................................................................. 23
PSICOLOGIA TRANSPESSOAL ............................................................................... 37
PSICODRAMA .......................................................................................................... 39
PSICOLOGIA ANALÍTICA ......................................................................................... 47
A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA (PSICOLOGIA CIENTÍFICA) ....................... 49
PESQUISA EM PSICOLOGIA E BIOÉTICA .............................................................. 59
PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ............................................. 61
Paralelo com a Psicologia Organizacional: ................................................................ 67
Função dos psicólogos: ............................................................................................. 67
Psicologia Organizacional X Ergonomia: ................................................................... 67
Psicologia Organizacional X Qualidade de Vida no Trabalho: ................................... 67
Funções de recursos humanos:................................................................................. 68
Articulação entre diversos conhecimentos e a Administração ................................... 68
Histórico da Psicologia Hospitalar no Brasil: .............................................................. 69
Psicologia Hospitalar: ................................................................................................ 69
PSICOLOGIA JURÍDICA ........................................................................................... 83
Psicologia Jurídica em linhas gerais .......................................................................... 84
PSICOLOGIA CLÍNICA: CONCEITO ......................................................................... 87
Então, o que o psicólogo faz? ................................................................................... 90
Necessidades da multidisciplinaridade ...................................................................... 91
CONCEITO DE SAÚDE ............................................................................................ 92
SAÚDE MENTAL ....................................................................................................... 97
DEFICIÊNCIA MENTAL ............................................................................................. 98
Tipo de classificação baseada na intensidade dos apoios necessários .................. 100
TRANSTORNO MENTAL ........................................................................................ 101
PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS ............................................................... 104
DEPRESSÃO .......................................................................................................... 104
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ANSIEDADE............................................................................................................ 109
TRANSTORNO BIPOLAR ....................................................................................... 112
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) ............................................. 116
ESQUIZOFRENIA ................................................................................................... 120
HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO ........................................................ 126
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA .................................................................................. 132
Definição de entrevista psicológica ......................................................................... 137
INTERVENÇÃO ...................................................................................................... 156
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL............................................................................. 163
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 175
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INTRODUÇÃO
Desde o início dos tempos, o ser humano sempre quis compreender melhor o
mundo que o rodeia, conhecendo as suas origens. Se entendermos a Psicologia
como um conhecimento amplo, é possível afirmar que os mais antigos filósofos, os
pré-socráticos, eram, em sua essência, psicólogos, embora não fossem assim
denominados nem tivessem o seu exercício regulamentado em lei.
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Grande parte das pessoas que trabalham na Educação já ouviu falar que ‘a
criança é como uma folha em branco na qual são registradas as várias
experiências’. Essa ideia que também influenciou bastante a Psicologia,
principalmente em relação às abordagens que priorizam a experiência como a
principal fonte de formação do ser humano, vem de um pensador conhecido: Jonh
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Locke.
Esse pensador veio sublinhar a importância que desempenham as
impressões sensoriais para o desenvolvimento da nossa experiência. Imaginou o
espírito da criança como uma folha de papel em branco (tábula rasa) na qual são
“registradas” as experiências. John Locke também tem papel decisivo na Pedagogia
e na Psicopedagogia. Seu pensamento sustentou ricas correntes pedagógicas e
psicológicas. (ABAGNANO, 2000).
Já Aristóteles se ocupara das associações, da combinação de duas ou mais
representações ou vivências parciais. O fato de David Hume (1711-1776) ter
retomado e aperfeiçoado a teoria aristotélica das associações demonstrou ser de
extraordinária importância, também para a atual Psicologia. Hume ensinou que as
representações eram imagens de impressões sensoriais e se encontravam ligadas
umas às outras com base em leis mecanicamente funcionais. Reforçando o
pensamento de Aristóteles, formulou as leis da associação do contato espaço-tempo,
da semelhança, do contraste e da causalidade.
Desde então se verifica a importância que as experiências exercem sobre a
vida de qualquer ser humano, gerando gratificação ou traumas. As experiências têm
uma função primordial na estrutura da pessoa, principalmente até os seis anos de
vida. Aquilo que é vivenciado nessa fase torna-se determinante na vida adulta. A
forma de ser, de reagir e de enfrentar crises em boa parte é construída na infância.
Também a forma feliz de celebrar a vida em seus detalhes mais simples.
A INFLUÊNCIA DE DARWIN
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Isso prova que vários olhares sobre o mesmo assunto mostram o quão
complexa é cada situação e o quanto podem se tornar ricos os debates entre os vários
fazeres científicos.
Quanto ao modo empírico de fazer ciência, pode-se afirmar que um dos
principais impulsos na Psicologia teve sua origem nas observações e experimentos
de Charles Darwin (1809-1882), o fundador da moderna doutrina genética e da
hereditariedade.
“A Origem das Espécies” (1859), magnífica obra desse cientista, influenciou
de modo revolucionário quase todos os domínios da Ciência, desde a Física e
Química, passando pela Biologia até chegar à Psicologia. Essa obra promove
debates, os mais acalorados, e inúmeras teses, colocando como inimigos frontais
teólogos e cientistas, lógico, dentro de uma perspectiva excludente, fragmentada e
dualista.
Além das suas investigações biológicas, Darwin ocupou-se igualmente de uma
série de problemas que hoje denominaríamos psicológicos. As ideias de Darwin
deram um novo impulso à investigação psicológica e constituíram o fundamento para
muitos campos da moderna Psicologia: A Psicologia do Desenvolvimento e a
Psicologia Animal; o estudo da expressão dos movimentos afetivos, a investigação
das diferenças entre os diversos indivíduos; o problema da
influência da hereditariedade em comparação com a do meio ambiente; o
problema do papel da consciência; e, logo a seguir; o estudo experimental das
funções anímicas como também a introdução do princípio quantitativo da
investigação.
O historiador Boring, cuja formação acadêmica remonta a Wilhelm Wundt,
passando por Edward E. Titchener, afirma, em determinado passo, acerca da
psicologia americana, que ela herdou o corpo da investigação experimental alemã;
o espírito, todavia, provém de Darwin. Refere-se assim à tradição americana fundada
com base em William James (1842-1910) e John Dewey (1859-1952) que –
diferentemente da tradição alemã criada por Wundt – transfere para primeiro plano
as questões da Biologia, do Desenvolvimento e da Atividade Anímica.
Historicamente é interessante verificar que as primeiras publicações de
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<serendip.brynmawr.edu>.
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cuidados legais, pelos abusos antes cometidos por pesquisadores menos avisados.
Em pesquisas que envolvam seres humanos, por exemplo, é necessário,
atualmente, que seja assinado um termo de Livre Consentimento. É preciso conhecer
de que trata a pesquisa e quais os possíveis riscos envolvidos nela, para, só assim,
decidir se deseja fazer parte da experiência ou não.
Em relação aos animais, o pesquisador precisa garantir, por meio de
documentações específicas, que este não vai sofrer nenhum dano. Controvérsias
à parte, o certo é que a tradição das observações realizadas em animais foi
perpetuada em muitos países e pela comparação cuidadosa entre o comportamento
animal e o humano – levada a efeito nas investigações de Wolfgang Köhler, Howard
Liddel, Nikolaas Tinbergen, Konrad Lorenz e Otto Koehler – permitiu que se
obtivessem conhecimentos fundamentais sobre as funções psíquicas em diferentes
fases do desenvolvimento.
Muitas pesquisas são relacionadas a medicamentos, por exemplo, parte da
generalização dos resultados obtidos do estudo com animais. É do conhecimento
geral o grande incremento sofrido pela Psicologia da Criança e do Adolescente;
amplificada ao âmbito da investigação experimental, desde Karl Bühler e David Katz
até Arnold Gesell e Jean Piaget.
Praticamente toda a teoria piagetiana foi obtida a partir de observações
dos seus próprios filhos. Um estudo cuidadoso e que certamente exigiu muito do seu
espírito investigativo. Foram anos a fio para que fosse possível elaborar a sua
teoria, de contribuição inestimável também para a Psicologia Clínica Infantil, de
maneira mais específica.
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são processos de uma espécie própria e não se podem explicar como sendo
formados por elementos, isto é, a forma não se mostra absoluta, mas existe uma
relação entre a forma e a percepção de quem vê, para que haja um sentido. Esse
pensamento explica, de certa forma, a existência da relatividade e do significado da
arte.
O valor da obra artística, uma tela, por exemplo, está no significado atribuído
pelo observador. Essa escola psicológica demonstra que o todo tem um significado
maior do que o que teria simplesmente em unirem as suas partes.
Fazendo uma analogia a esse pensamento e demonstrando-o, por exemplo,
na rotina de uma policlínica, diria que trabalhar em uma equipe interdisciplinar de
saúde tem um efeito muito superior que tentar unir conclusões de trabalhos
isolados de diversos profissionais de saúde, produzidos de forma individualizada.
Daí ser a máxima dessa Escola: “O todo é mais que a soma de suas partes”.
Os pensadores da Psicologia da Inteligência e da Forma apresentavam, além
disso, a comprovação experimental para provar a exatidão da sua tese. Não são as
representações, mas sim as suas relações que decidem o sentido de um
pensamento, afirmou Karl Bühler, um dos jovens representantes da Escola de
Würzburg, ao ser contestado por Wundt.
As percepções estruturais do pensamento são operações específicas, por
meio das quais se constroem as nossas percepções: as impressões sensoriais
não são simplesmente refletidas e ligadas umas com as outras; mas dá-se a partir
de diferentes centros cerebrais uma projeção das impressões sensoriais em
diferentes direções, o que faz com que cada pessoa interprete e veja o mundo de
uma determinada forma (PIMENTEL, 2003; PERLS, 1969).
O PRINCÍPIO DO SENTIDO
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daquilo que ele definiu como libido, e que pode ser rapidamente conceituado
como energia vital.
Aos poucos a relação de sentido da ação motivada foi se ampliando, até
compreender- se a concepção cada vez mais divulgada de que todo o nosso
pensamento e procedimento visam à satisfação de determinadas necessidades e
adquirem o seu sentido a partir de tal necessidade ou desejo.
Sob esse ponto de vista, todo o procedimento é provido de sentido, uma vez
que é determinado por motivos. Mesmo o pensamento e o procedimento daqueles
que estão em
sofrimento psíquico têm sentido, isto é, têm em vista um objetivo, ainda
que o sentido dos próprios objetivos seja mal compreendido naquele momento.
No entanto, uma vez que mesmo esse sentido mal compreendido é muitas
vezes susceptível de ser interpretado pelo analista, é possível, em muitos casos,
ajudar a pessoa a adquirir uma melhor autocompreensão e a partir daí um modo
de vida mais equilibrado e harmônico. Dentro de uma perspectiva psicanalítica,
pode-se afirmar que até aquilo que se sonha é provido de sentido, visto que lhe
é inerente uma finalidade dirigida no sentido da satisfação de necessidades.
A interpretação, introduzida por Freud no pensamento psicológico como novo
princípio fundamental, deve ser utilizada sempre que a pessoa que atua oculta a si
própria e aos outros o verdadeiro objetivo dos seus anseios. Em tais casos, ela
pensa e atua simbolicamente (quer dizer, acontece inconscientemente), em vez do
objetivo verdadeiro coloca um objetivo substituto ou ilusório, para desviar a atenção
das intenções que lhe parecem contestáveis, reprováveis ou puníveis.
No princípio do sentido amplo aqui desenvolvido, encontram-se incluídos, tanto
o princípio da relação do sentido no nosso pensamento, acentuado pela Psicologia
da Inteligência, como o princípio do sentido das finalidades de valor, defendido por
Spranger. Atravessada por várias teorias, recorrendo a métodos e técnicas de
investigação diversificada, organizada em várias especialidades, a Psicologia
procura, nessa diversidade, responder às questões que desde sempre se
colocaram acerca do comportamento, emoções, sentimentos, relações sociais,
sonhos, perturbações... (NASIO, 1988).
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A Psicologia enquanto profissão, por exemplo, está presente nas áreas jurídica,
clínica, organizacional, dos esportes, hospitalar, do comportamento animal, etc. Além
disso, o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a regulamentar a profissão de
Psicólogo, pela Lei 4.119.
Infelizmente, não há muitos registros daquilo que se produz no Brasil em
termos de Ciência Psicológica, pelo menos em termos proporcionais. Aprendeu-se
a supervalorizar aquilo que vem de fora e a desvalorizar a nossa produção, seja
ela artística ou científica e de que área for.
Por um lado, os profissionais de Psicologia não registram seu trabalho,
talvez por considerarem de pouco valor (seria um complexo de inferioridade?). Por
outro lado, o Brasil, pelo próprio processo de colonização, sofre daquilo que se
pode denominar “Complexo de Menos Valia”. E assim se forma uma profissão sem
registros, sem memória, sem história, aliás, noção plenamente generalizada para
outras áreas no Brasil. Infelizmente, ainda há uma grande quantidade de
conhecimentos importados, de forma especial, o conhecimento importado dos
Estados Unidos.
O grande problema é que a nossa gente e a nossa cultura são diferentes e
aquilo que se aplica para outros países muito provavelmente não se aplicará para
nosso povo. Principalmente em se tratando de questões psicológicas e emocionais,
pois se tem no Brasil, uma diversidade religiosa e cultural completamente incomum
a outros lugares.
Daí se questionar tanto a validade dos testes psicológicos, em sua grande
maioria criados em outros países e aplicados aqui.
Ao realizar um breve retrospecto da história da Psicologia no Brasil, vê-se que
no início do século XX muitos estudantes que se interessaram pela Psicologia foram
estudar no exterior, vislumbrando problemas e “soluções” típicos daqueles locais.
Ao retornarem ao Brasil, assumiram a posição de intelectuais dominadores,
colocando o Brasil na posição de “objeto de pesquisa”.
Dentro dessa perspectiva, tudo o que partia do povo, sua cultura, suas
crenças, seus valores, era menosprezado, considerado como “não científico”.
Apagar hábitos, costumes e tradições eram “papel científico”, sua “mais nobre
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função”. Decorre daí que um povo que não preserva as suas próprias raízes se
torna mais fácil de dominar, pois não reconhece a sua própria identidade. Um povo
sem história é um povo sem identidade.
E um povo sem identidade assume a identidade de qualquer outro como sendo
sua. O que não é verdade soa falso, inautêntico. Esse fato é visto muito facilmente
nos hábitos
alimentares, na linguagem, na forma de vestir... É urgente a necessidade de
nos reconhecermos como Nação e valorizar aquilo que é genuinamente nosso.
Boa parte desse problema tem a sua origem no Pensamento Positivista,
que não considera o conhecimento histórico como algo de valor científico, o que
se torna um impedimento ao próprio avanço.
Ao desvalorizar a contribuição da cultura pré-científica à evolução do
conhecimento humano, essa corrente restringe a história da Psicologia ao
desenvolvimento da Psicologia científica nos últimos dois séculos.
A exclusão do domínio historiográfico dos conhecimentos psicológicos
difundidos no seio das diferentes tradições culturais e julgados não relevantes implica
a renúncia à memória das raízes dessa disciplina presente em tais tradições e o
esquecimento das questões originais que determinaram o seu surgimento, ou
favoreceram sua influência e seu desenvolvimento em específicos ambientes
culturais. Outra consequência é a redução da Psicologia a apenas a europeia e
norte-americana, revestidas de uma pretensa universalidade (ANTUNES, 2004).
Felizmente, o que era visto como avanço científico, hoje é visto como sério
entrave ao conhecimento. Não há mais como negar o profundo nexo entre Ciência e
conhecimento histórico. Parte daí a busca incessante de vários estudiosos em
Psicologia para encontrar as verdadeiras raízes do conhecimento psicológico
brasileiro.
A partir do século XVI, o que se vê é uma combinação original entre o que
se pode denominar de psicologia indígena e conhecimentos europeus.
Como exemplos desses primeiros registros, podemos citar os seguintes
títulos: Tratados da terra e gente do Brasil (Londres, 1625), Notícias curiosas e
necessárias sobre o Brasil (Lisboa, 1668), Crônicas (Lisboa, 1661), Sermões-XV
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volumes (Lisboa, 1696), Arte de criar bem os filhos na idade de puerícia (Lisboa,
1685), Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar (Lisboa, 1722), Viridiário
Evangélico-IV volumes (Lisboa, 1724; 1734; 1746, 1755), Progymnasma literário e
tesouro de erudição sagrada e humana, para enriquecer o ânimo de prendas e a
alma de virtudes (Lisboa, 1737), Reflexões sobre a vaidade dos homens ou
Discursos morais sobre os efeitos da vaidade (Lisboa, 1752), Problemas de
Arquitetura Civil, a saber: Porque os edifícios antigos têm mais duração e resistem
mais ao tremor de terra que os modernos? (Lisboa, 1770).
Muito interessantes são os relatos sobre o comportamento social dos índios
em uma fase de pré-colonização. Eles revelam muito sobre uma forma peculiar de
Psicologia, a indígena.
De acordo com esses relatos, o amor às crianças é intenso e se alguém trata
bem aos pequenos indígenas tem dos pais aquilo de que precisar.
O papel maternal é extenso, ou seja, as mulheres das tribos cuidam das
crianças como se fossem suas mães. Depois do parto, a mulher levanta-se e ocupa-
se de suas tarefas domésticas e da roça. Enquanto o marido fica deitado na rede e
recebe as visitas e os cuidados de amigos e parentes – como se fora a mulher. Para
dar atenção à criança, o pai se afasta do trabalho e permanece em casa. A mãe
amamenta a criança exclusivamente de leite materno até um ano, um ano e meio e
em alguns casos até os sete ou oito anos.
As índias, no período da colonização, foram proibidas de amamentar seus
filhos por período prolongado – à moda das mulheres portuguesas, que entregavam
seus filhos às amas nos primeiros anos –, tendo como justificativa que, se
amamentadas, as crianças cresceriam ‘frouxas’. Atualmente, o hábito de amamentar
é amplamente estimulado e reconhecido como benéfico pela Ciência.
Há relatos daquele período de que as crianças indígenas participavam
ativamente da sociedade e da rotina da vida adulta. Os pais levavam as crianças
para junto de si quando vão trabalhar. De igual modo, os hábitos higiênicos são
aprendidos desde cedo: as crianças levantam cedo e vão ao rio, lavar-se e nadar.
Os jogos simbólicos, tão enfatizados por psicanalistas como Erik Erikson e
Bruno Bettelheim são prática comum na vida das crianças indígenas há muito tempo.
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Iniciadas na vida social e religiosa desde cedo, elas cantam, dançam e representam
nas suas tribos e as brincadeiras variadas são feitas com muita alegria. Segundo
relatos do período colonial, as crianças eram muito mais alegres que os meninos
portugueses e as brincadeiras ocorriam sem brigas nem palavrões. É prática comum
os mais hábeis ensinarem os outros a tocar e a cantar.
Não se observam práticas punitivas nas comunidades indígenas e há uma
relação de estreito afeto entre pais e filhos. Também não se observa uma divisão
radical entre infância e vida adulta, mas as regras sociais são transmitidas
gradativamente, sempre ao lado de algum adulto, pai ou mãe, o que se transforma
em uma fonte de segurança e saúde emocional.
As condições de vida social indígena aparecem como elementos que
facilitam um desenvolvimento psíquico sadio e bem integrado em todos os seus
fatores. A clareza acerca do significado e da positividade da vida, transmitida pelos
adultos, permite à infância indígena uma alegria, vivacidade, abertura à realidade,
muitas vezes relatadas pelos missionários e viajantes do período colonial, em seus
diários.
Pode-se dizer que, de modo geral, na formação da cultura brasileira, a
Psicologia, antes do advento desse saber enquanto Ciência ocupava um lugar de
conhecimento generalizado difuso, presente em diversas áreas humanas. No Brasil
do século XIX, a Psicologia se restringe na transmissão e interpretação de
conhecimentos vindos da Europa e dos Estados Unidos. Observa-se uma
descontinuidade entre conceitos e práticas de conhecimentos psicológicos do
período colonial e aqueles adquiridos no século XIX.
Esse fato se deve à intensa desvalorização de tudo o que foi aprendido
anteriormente, havendo, então, uma tentativa de apagar todo e qualquer registro
e impregnar uma “nova psicologia”, a “psicologia médica”.
Quase nada se sabe acerca das produções brasileiras. Pouco se fala das
publicações psicopedagógicas de Alexandre de Gusmão, da obra de Padre Vieira
ou do Frei Mateus da Encarnação Pinna. Nossos pensadores não são reconhecidos,
à época, como intelectuais.
Pode-se afirmar que o esquecimento praticado no século XIX a respeito da
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INÍCIO, O ESTRUTURALISMO
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teorias.
Wundt criou o que, mais tarde, seria chamado de Estruturalismo, por Edward
Titchener; cujo objeto de estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações.
Segundo essa perspectiva, o objetivo da Psicologia seria o estudo científico da
Experiência Consciente por meio da Introspecção. Titchener levou a ideia da
Psicologia para os Estados Unidos da América, modificando-a em alguns pontos.
As principais limitações do Estruturalismo residem no fato de a introspecção não ser
um verdadeiro método científico incontestável e de essa corrente excluir as
psicologias animal e infantil. Essa corrente foi extinta em meados do século XX
(BADCOCK, 1976).
FUNCIONALISMO
WUNDT E O ASSOCIACIONISMO
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PAVLOV E A REFLEXOLOGIA
www.sonoma.edu/psychology/images/pavlov.gif.
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http://animalbehaviour.net/gifs+pics/Pavlov's_dog.jpg
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Atualmente, essas ideais já não são utilizadas de forma tão radical, apesar de
muitas delas se fazerem presentes, de forma mais sutil, no chamado
neobehaviorismo; contudo, é na aprendizagem onde ganha um forte impacto. Veja o
nosso sistema de avaliações, por exemplo!
O pensamento pavloniano foi aprofundado pelo cientista J. B. Watson. Ao
reflexo condicionado de Pavlov, ele acrescentou o condicionamento denominado
operante. Era tanta a confiança de Watson que ele afirmou em certa ocasião que
bastava entregar nas mãos dele uma dúzia de crianças bem nutridas e um ambiente
favorável e ele as transformaria naquilo que ele quisesse e isso não iria depender
da raça, aptidões ou inclinações intelectuais. Da mesma forma, poderia transformar
essas crianças em ladrões ou pedintes, caso desejasse.
Essa forma de pensar e fazer a Psicologia trouxe para si um sem-número de
críticas, principalmente a de ser “reducionista”, ou seja, o pensar psicológico estaria
reduzido ao comportamento, fosse ele humano ou animal.
O fato é que, por causa desse sistema de conhecimentos sobre o
comportamento, a Psicologia pode ser reconhecida atualmente como Ciência,
embora ainda seja vista com certa desconfiança pelos pensadores mais radicais
de outras áreas, principalmente aquelas mais antigas, como o Direito e a Medicina.
É lógico que isso não se aplica a todos.
Para os behavioristas, entretanto, que se utilizavam e ainda se utilizam, do
conhecimento objetivo, todo e qualquer comportamento poderia ser medido,
quantificado, controlado, como também a possibilidade de repetir ações poderia ser
prevista.
Dentro de uma perspectiva mais radical, pode-se afirmar que a hereditariedade
não é levada em conta e o ambiente só é considerado como forma de exercer um
maior controle sobre as variáveis. Emoções não são levadas em conta. Não se cogita
o subjetivo. Contudo, houve um intenso estudo dos processos cognitivos, dando
origem em grande parte àquilo que hoje se denomina Neuropsicologia.
O pensamento Behaviorista Radical é norteado por princípios que aos nossos
olhos podem parecer estranhos, a depender da perspectiva com que observarmos
esses parâmetros. Essa corrente apregoa que todo e qualquer comportamento se
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www.facade.com/celebrity/B_F_Skinner
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web.educastur.princast.es/.../191gestalt.gif
Fundada dentro da filosofia por Max Wertheimmer e Kurt Koffka, a Gestalt traz
novas perguntas e respostas para a Psicologia. Ela se detém nos campos da
percepção e na visão holística do homem e do mundo. A palavra gestalt não tem
uma tradução para o português, mas pode ser entendida como forma, configuração.
Criticava principalmente a psicologia de Wundt, que era chamada de psicologia do
“tijolo e argamassa”, pois via a mente humana dividida em estruturas.
A Gestalt preocupa-se com o homem visto como um todo, e não como a
soma das suas partes (o lema da Gestalt é justamente este: o todo é mais que a
soma das suas partes). No ano de 1951, Frederic S. Pearls cria a teoria Gestalt-
terapia, trazendo consigo a teoria de campo de grupos de Kurt Lewin.
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PSICANÁLISE
SIGMUND FREUD
www.thecjc.org/sfreud.htm
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Hipnose
Consiste em induzir o paciente, por meio de uma sugestão intensa, a um
estado semelhante ao sono, a partir do qual é possível estabelecer a comunicação
com o hipnotizador e ser sugestionado, podendo assim revelar memórias ocultas
ou ser condicionado para determinada ação ou comportamento.
A hipnose é pouco usada atualmente. Sua utilização se restringe ao controle de
comportamentos de uso abusivo de álcool e drogas e só deve ser praticada por
profissionais capacitados e treinados devidamente.
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HUMANISMO
CARL ROGERS
www.psychotherapie-netzwerk.de.
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centradas nos alunos, etc. Apresentou três conceitos, que seriam agregados
posteriormente para toda a Psicologia.
Esses eram a congruência (ser o que se sente, sem mentir para si e para os
outros), a empatia (capacidade de sentir o que o outro quer dizer, e de entender
seu sentimento), e a aceitação incondicional (aceitar o outro como este é, em seus
defeitos, angústias, etc.). Erik Erikson, também psicanalista, trouxe seu estudo
sobre as oito fases psicossociais, em detrimento das quatro fases psicossexuais
de Freud, onde todas as fases eram interdependentes, e não necessariamente
determinam as fases posteriores; para ele o homem sempre irá se desenvolver, não
parando na primeira infância.
Viktor Frankl, com sua logoterapia, veio a acrescentar os aspectos da existência
humana, e do sentido da vida, onde um homem, quando sente um vazio de sentido
na vida, busca auxílio, pois não se sente confortável em viver sem sentido ou ideais.
Diz também que eventos muito fortes podem adiantar a busca pelo sentido da vida.
Tais eventos podem criar desconforto, trauma intenso, mas podem criar um aspecto
de fortaleza no indivíduo (ROGERS, 1961, 1974).
Pirâmide de Maslow
PIRÂMIDE DE MASLOW
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staff.gc.maricopa.edu/.../blackboard/MASLOW.JPG
PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
Maslow estava insatisfeito com sua própria teoria, dizendo que faltava-lhe o
fato de o homem ser um ser espiritualizado. Para ele eram importantes a
espiritualidade e as características da consciência alterada, teoria de Stanislav
Grof. Criou então, com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que era abrangente
nesse aspecto. Como Carl G. Jung era um estudioso dos aspectos transcendentais
da consciência, foi tomada sua teoria para incorporar a Psicologia Transpessoal.
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profissional.
PSICODRAMA
“Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto,
arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus olhos
para colocá- los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-
ás com os meus” (J. L. Moreno).
Jacobo Levy Moreno
www.jacobmoreno.it/images/morenofoto1.gif
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que funcionava como jurado. Mas nesse primeiro momento nada se passou.
Ninguém foi achado digno de ser rei e o mundo permaneceu sem líder.
Apesar do aparente fracasso dessa primeira representação, esse foi o marco do
nascimento de uma nova modalidade de expressão catártica que, instrumentada
pelo exercício da espontaneidade e sustentada na teoria dos papéis, viria a se
constituir o método psicodramático de abordagem dos conflitos interpessoais, cujo
âmbito natural é o grupo. Surge então, a expressão “psicoterapia de grupo”.
O Psicodrama desde seus primórdios estabeleceu um setting basicamente
grupal, com a presença do terapeuta (diretor de cena), seus egos auxiliares e os
pacientes (tanto como protagonistas como público). Aliás, a expressão, “psicoterapia
de grupo” foi pela primeira vez utilizada por Moreno.
Teoria do Psicodrama
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Método psicodramático
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protagonista não pode expressar completamente por ser isto desconhecido ou oculto,
por inibições.
Coloca-se ao lado a idêntica postura ao protagonista, fazendo seus
movimentos, funcionando como a mãe e a criança na primeira etapa. Na técnica do
espelho, o protagonista sai do palco e é público da representação que um ego-auxiliar
faz dele. Busca-se, com isso, que o paciente se reconheça em determinada
representação, assim como na sua infância reconheceu sua imagem no espelho.
O terapêutico dessa técnica consiste em que se reconheçam como próprios os
comportamentos e aspectos que lhe são desconhecidos e que importam para o
esclarecimento do conflito.
Utilizando a técnica da inversão de papéis, a mudança de papéis investiga na
cena o sentir desses personagens do mundo do paciente. Essa é a técnica básica
do Psicodrama. Existem outras técnicas dramáticas criadas por Moreno e posteriores
a ele.
Moreno, tomando do modelo teatral seus elementos, distingue, para a cena
psicodramática, elementos ou instrumentos:
1) cenário – nesse continente desdobra-se à produção e nele podem-se
representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos, delírios, alucinações;
2) protagonista – o protagonista pode ser um indivíduo, uma dupla ou um
grupo. É quem, em Psicodrama, protagoniza seu próprio drama. Representa a si
mesmo e seus personagens são parte dele. Palavra e ação se integram, ampliando
as vias de abordagem;
3) diretor – o psicoterapeuta do grupo é também o diretor psicodramático. O
diretor do psicodrama está atento a toda informação ou dado que o protagonista dê,
para incluí-la na cena, guia e ajuda a chegar à cena com espontaneidade. Uma vez
começada a cena, o diretor se retira do espaço dramático e somente intervém se
é necessário incluir alguma técnica, dando ordens ao protagonista ou ego-auxiliares;
4) público: é o grupo terapêutico.
Moreno distingue três procedimentos, segundo o objeto de estudo, para se
abordar quando se dramatiza: Psicodrama, tratamento dos conflitos individuais;
Sociodrama, onde o objeto de estudo são os grupos sociais; Role Playing, quando
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Psicodrama psicanalítico
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PSICOLOGIA ANALÍTICA
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Jung.
Merece destaque nesse desenvolvimento a Escola Desenvolvimentista, que
estudou o desenvolvimento humano desde o nascimento até a fase adulta. E que
tem como fontes a Escola Junguiana de Londres, a pessoa de Michael Fordham
(com sua obra “A criança como indivíduo”) e também a pessoa de Eric Neumann
(com a obra “A criança”).
Além dessa, há também a Psicologia Arquetípica, que é fruto do trabalho de
James Hillman, o qual explora e desenvolve ao máximo a importância dos
arquétipos na vida das pessoas. Marie-Louise voz Franz foi uma das mais
importantes colaboradoras de Jung, e após sua morte desenvolveu um amplo
trabalho abordando temas como a alquimia, a interpretação psicológica dos sonhos
e dos contos de fada.
<www.canaldaimprensa.com.br>.
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Muito se tem discutido sobre o que vem a ser conhecimento científico. Uns
consideram que só deve ser reconhecido como Ciência aquele tipo de conhecimento
que se pode medir e quantificar. A Ciência deve auxiliar no sentido de predizer os
fatos. Todo e qualquer conhecimento que não se enquadre dentro das tabelas
estatísticas deve ser colocado fora dos parâmetros científicos.
Na verdade, o conceito de Ciência nunca foi uma unanimidade. Há várias
correntes de pensamento se debatendo entre si, como também outros tipos de
conhecimento lutando pelo reconhecimento de ser reconhecido como científico. Com
a Psicologia não haveria de ser diferente e há várias práticas alternativas se
autodenominando científicas dentro da prática psicológica.
Entre punições efetuadas pelo Conselho de Ética dos Conselhos Regionais
de Psicologia, muitas práticas hoje já são reconhecidas pelo Conselho Federal de
Psicologia. O exemplo mais claro é a acupuntura.
Mas o que vem a ser Ciência? O que poderia ser considerado científico ou não?
Quais os critérios para que um conhecimento seja reconhecido como Ciência, ao
passo que outros não o são? Qual a diferença entre pensamento e Ciência?
A grande diferença entre o ser humano dos outros animais, pelo menos até
que se prove o contrário, é que a pessoa é capaz de pensar. Pensamos ou pelo
menos deveríamos pensar antes de agir. Ainda assim há aqueles que agem por
impulso e só depois pensam naquilo que fizeram.
Existem pensamentos simples, como aqueles que nos fazem preparar o café
da manhã, levar o filho à escola e realizar tarefas como escovar os dentes e calçar
os sapatos. Algumas dessas atividades são quase automáticas e praticamente não
refletimos sobre elas.
Há, contudo, cadeias de pensamentos bem mais elaboradas e que nos fazem
parar para refletir sobre elas. Esse tipo de pensamento utiliza-se da razão e de
cadeias lógicas para fazer sentido. Utiliza-se do pensamento racional para a tomada
de decisões importantes na vida, como a escolha profissional, por exemplo.
Dentre os tipos de pensamento existem aqueles rotineiros, comuns. Crê-se
em determinadas coisas apenas porque todo o mundo crê. Fazem parte desse
universo as crendices, as benzeduras, as superstições.
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tudo o mais que pudesse, de alguma forma, se relacionar com a dimensão subjetiva
do ser.
Husserl trouxe a Fenomenologia, pensamento que deu origem à
abordagem de mesmo nome, para a qual o que interessa é apenas a descrição
do fenômeno. Na abordagem originada desse pensamento, não se utiliza
classificações diagnósticas, visto que essa forma de agir dentro da Psicologia é
considerada preconceituosa para a Psicologia, ou seja, uma forma de rotular e
discriminar o ser humano.
As angústias fazem parte da experiência humana, portanto, impossível à
pretensão de querer curar as doenças. O ser humano é visto de forma única e a
dicotomia cartesiana é eliminada nessa perspectiva de pensamento, ou seja, não há
bem e mal, feio ou bonito, médico e paciente, mas um contexto que precisa ser
descrito e observado.
O Romantismo origina uma corrente psicológica basicamente ingênua,
na qual todo o homem é essencialmente bom e está direcionado para a
autorrealização e auxílio mútuo. Se apresentar algum tipo de comportamento
reprovável, não o faz por sua culpa, mas é vítima de um sistema social injusto e
perverso, que o impede de ser bom. A abordagem Humanista deriva do
Romantismo, por compartilhar dessa perspectiva. Rosseau eternizou essa corrente
com o “Mito do Bom Selvagem”.
É considerado como período da Psicologia enquanto Ciência aquela que vai
de 1879 até os dias atuais e o seu marco inicial foi a criação do Primeiro
Laboratório de Psicologia Experimental do mundo, na Alemanha, por Wundt.
Nessa primeira fase da Psicologia enquanto Ciência, e até para afirmar-se
enquanto tal, seu estudo era baseado em fórmulas físico-matemáticas e utilizava-se
da terminologia médica, de forma mais específica, a fisiológica.
Essa fase é marcada pela busca de estruturas imutáveis e universais,
provavelmente para tentar encontrar respostas baseadas na anatomia humana a
questões de outro âmbito. Os escritos freudianos são de certa forma considerados
estruturalistas, na medida em que representam muito bem as estruturas da
consciência, em níveis de consciente, pré-consciente e inconsciente.
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para a vida sexual em si. Esse talvez seja o maior equívoco dos críticos dessa
abordagem psicológica.
Quando Freud se refere ao falo, por exemplo, que não está se referindo ao
órgão sexual masculino, mas ao poder que ele representa. Por utilizar uma
linguagem ‘sexualizada’, reduzem sua teoria às questões sexuais. Coube a Jung
ampliar esse discurso, incluindo aí mitologia e antropologia.
Fazem parte de temas importantes da Psicanálise o Complexo de Édipo,
Inconsciente, Atos Falhos, Hermenêutica dos Sonhos, etc.
Por se tratarem de temas tão subjetivos, ainda hoje se pergunta se a
Psicanálise realmente funciona. O certo é que a Psicanálise propõe a cura pela fala
e imortalizou a figura do analista e do divã. Se tornando um importante passo para
o autoconhecimento e oportunidade rara para proporcionar um encontro com o eu
e parar em meio a tanta correria dentro desse sistema produtivo-capitalista em que
se vive.
A Psicanálise permeia áreas como a Hospitalar, discursos do cinema, das
letras, das artes, organizacional, psicodrama, escolar, ou seja, onde são realizadas
análises de algum tipo de discurso, certamente aí estará a Psicanálise.
São várias as escolas advindas da Psicanálise, dentre elas, as de: Jung, Reich,
Klein, Anna Freud, Adler, etc.
É percebida a falta de algo novo em torno do conhecimento psicanalítico, pois
o que se vê são repetições daquilo que já foi dito e feito.
Quanto à Gestalt, há desacordos quanto a se tratar de uma escola definida. Ela
é mais aceita como um conjunto de conhecimentos que veio auxiliar a Psicologia a
ter uma visão mais total do ser humano. Algo que contemplasse as várias
dimensões do ser e não apenas uma pequena parte fragmentada.
Atualmente, muito graças à Gestalt, o ser humano é contemplado, dentro
das mais diversas áreas da Psicologia, em suas dimensões físicas
(comportamentos e somatizações), social, cognitiva, emocional e até mesmo a
espiritualidade já se mostra como algo a não ser ignorado dentro das quatro paredes
de um consultório, por exemplo.
Já existem estudos científicos do benefício da fé para a proporção do
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saber psicológico, para ser tão generalista a ponto de entender a necessidade de seu
paciente.
O psicólogo temático tem, então, a liberdade de escolher uma área de atuação
(Psicologia Jurídica ou Hospitalar, por exemplo), e a partir daí ter a liberdade de
utilizar os diversos conhecimentos de cada corrente ou escola psicológica.
O fato é que a Ciência é uma conquista recente da humanidade. Tem 300
anos e surgiu no século XVIII. Isso não quer dizer que antes disso não tenha
havido qualquer saber rigoroso, pois desde a Grécia Antiga o ser humano anseia por
um tipo de conhecimento que seja distinto ao saber comum e ao mito.
Enquanto Sócrates se preocupava com a definição dos conceitos, desejando
atingir a essência das coisas, Platão mostrava o caminho que a educação do sábio
deveria percorrer para ir do doxa (opinião) à episteme (Ciência). Entretanto, a Ciência
só se desvincula da Filosofia na Idade Moderna.
O mundo científico aspira à objetividade, pois as conclusões devem ser
verificadas por qualquer outro membro competente da comunidade científica. A
racionalidade desse conhecimento procura despojar-se do emotivo, tornando-se, na
medida do possível, impessoal.
A Ciência, apesar da busca por um conhecimento racional e verdadeiro, não é
absoluta. É apenas mais uma de tantas outras verdades. Está tão sujeita a falhas,
quanto qualquer outro tipo de conhecimento. Daí surgirem modelos científicos e até
teorias contraditórias.
É impossível admitir que um conhecimento seja neutro, pois conhecimento é
poder e o poder está atrelado às ações políticas. Daí o cuidado que se deve ter
para associar todo e qualquer conhecimento científico a uma prática ética.
Como em qualquer outra prática científica, a pesquisa psicológica visa quatro
finalidades básicas: descrição, explicação, predição e controle. A descrição é o
objetivo básico de qualquer Ciência. Os psicólogos reúnem fatos a respeito do
comportamento e do funcionamento mental, a fim de formarem quadros precisos
e coerentes desses fenômenos (DAVIDOFF, 1983).
Quando é extremamente difícil ou impossível usar estratégias diretas,
recorrem a testes, entrevistas, questionários e outras táticas indiretas que têm
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PSICOLOGIA DO ESPORTE
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Antropologia, Sociologia e Filosofia têm feito parte desse universo, como também
os das áreas da Medicina, Engenharia, Fisiologia e Biomecânica, dentre tantos
outros.
De forma mais específica, dentro da Psicologia do Esporte tem sido estudados
temas como Motivação, Agressão, Violência, Liderança e Personalidade, embora no
início os estudos tenham se restringido a apenas questões mais fisiológicas, como
o Condicionamento Reflexo, tema de base Behaviorista. A Psicologia do Esporte tem
seus primeiros registros como tal a partir do início do século XX, especificamente a
partir da Copa do Mundo de Futebol de 1958, no Brasil.
Ainda não há um arcabouço teórico específico dessa área da Psicologia e esta
acaba por recorrer a conhecimentos específicos da Psicologia Clínica e da Psicologia
Social. No Brasil, essa área de atuação do psicólogo só se torna reconhecida em
dezembro de 2000, e ainda assim apenas como uma especialidade.
Problemas vividos por outras áreas de atuação também estão presentes na
Psicologia do Esporte, pois a equipe Esportiva ainda não tem como certa a real
possibilidade de auxílio quanto ao desempenho dos atletas e resultados práticos a
partir do trabalho do psicólogo.
João Carvalhaes foi o primeiro psicólogo brasileiro de que se tem registro a
atuar na Psicologia do Esporte Brasileira. Psicometrista, trabalhou no São Paulo
Futebol Clube, na capital paulista, por 20 anos. Ele estava presente na conquista do
primeiro título mundial do Brasil, em 1958 (MACHADO, 1997; RUBIO, 1999; 2000a).
O campo de atuação da Psicologia do Esporte envolve o estudo da pessoa
praticante de esporte, seja este de caráter amador ou profissional, competitivo ou não
competitivo.
Isso inclui a avaliação, diagnóstico, intervenção ou simplesmente a análise do
contexto esportivo incluindo o comportamento do grupo ou indivíduo praticante da
atividade. Faz parte dessa perspectiva a necessidade de realizar ações
prognósticas, ou seja, de tornar predizível possíveis resultados. Isso é realizado
dentro de certa probabilidade estatística (AZEVEDO MARQUES; JUNISHI, 2000;
FIGUEIREDO, 2000; MARKUNAS, 2000; MARTINI, 2000).
Os métodos normalmente utilizados para intervenção esportiva, após análise
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PSICOLOGIA AMBIENTAL
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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
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PSICOLOGIA INDUSTRIAL
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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
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PSICOLOGIA HOSPITALAR
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Definição:
é um ramo da Psicologia que se diferencia dos demais, por pretender
principalmente humanizar a prática dos profissionais de saúde dentro do contexto
hospitalar (BRANDÃO, 2001);
a partir da Psicologia Hospitalar, a própria Psicologia redefiniu conceitos
teóricos na tentativa de uma melhor compreensão da somatização, suas
implicações, ocorrências e consequências.
Psicologia Hospitalar:
o psicólogo se descobre sendo instrumento de alívio de uma das facetas
mais sofridas da realidade humana, a morte;
o psicólogo hospitalar descobre de modo concreto um dos preceitos
máximos da Psicologia, que é a cura por meio da palavra, a cura da dor provocada
pelo sofrimento físico e emocional.
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PSICOLOGIA ESCOLAR
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Definição de Psicopedagogia:
Especialização dentro da Pedagogia e/ou Psicologia que trata dos distúrbios
de aprendizagem (crianças que possuem dificuldades para aprender).
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Aprendizagem significativa:
É interessante destacar que não basta apenas ‘ensinar’; é preciso
oportunizar aos nossos educandos uma aprendizagem significativa. Ou seja, para
que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie
cada vez mais o potencial do educando, é
necessário que ele perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida,
sendo capaz de reconhecer as situações em que aplicará o novo conhecimento.
“Uma aprendizagem mecânica, que não vai além da simples retenção, não
tem significado nenhum” (JOSÉ; COELHO).
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Ensino X Instrução:
ensinar – fazer com que as pessoas aprendam; fazer com que outros
saibam, adquiram conhecimentos ou mudem atitudes. A aprendizagem é seu produto
final;
instruir – manipular deliberadamente o ambiente de outros, para torná-lo
capaz de aprender, sob condições específicas (aprendizagem escolar). Esse é um
conceito ultrapassado.
Dessa diferença entre ensinar e instruir pode-se dizer que existem dois tipos de
aprendizagem: informal e formal.
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Domínios da Aprendizagem:
A aprendizagem abrange três domínios fundamentais: intelectual ou cognitivo;
afetivo- social; sensório-psiconeurológico.
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Princípios da Aprendizagem:
1º princípio: “universalidade” – a aprendizagem é coextensiva à própria
vida, ocorre durante todo o desenvolvimento do indivíduo. Na vida humana a
aprendizagem se inicia antes do nascimento e se prolonga até a morte;
2º princípio: a aprendizagem é um processo constante e contínuo;
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Fatores da aprendizagem:
saúde física e mental – para que seja capaz de aprender, a pessoa deve
apresentar um bom estado físico geral; deve estar gozando de boa saúde, com seu
sistema nervoso e todos os órgãos dos sentidos. As perturbações na área física, como
na sensorial e na área nervosa poderão constituir-se em distúrbios da aprendizagem.
Febre, dores de cabeça, disritmias (ausências mentais) são exemplos disso;
motivação – é o fator de querer aprender; o interesse é a mola
propulsora da aprendizagem. O indivíduo pode querer aprender por vários motivos:
para satisfazer a sua necessidade biológica de exercício físico e liberar energia;
por ser estimulada pelos órgãos dos sentidos, por meio de cores alegres; por sentir-
se inteligente e bem consigo mesmo ao resolver uma atividade mental; por sentir
necessidade de conquistar uma boa classificação na escola (status social e pessoal,
admiração);
prévio domínio – domínio de certos conhecimentos, habilidades e
experiências anteriores, possuindo relativa vantagem em relação aos que não o
possuem;
maturação – é o processo de diferenciações estruturais e funcionais do
organismo, levando a padrões específicos de comportamento. a maturação
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Fatores neuroendócrinos:
O hipotálamo é destacado como o local controlador do sistema endócrino.
Podemos considerar o hipotálamo como um centro integrador de mensagens,
controlando a função da glândula hipófise na produção e liberação dos hormônios
de todas as glândulas do organismo e possibilitando à criança explorar seu potencial
genético, de desenvolvimento e de aprendizagem. Neuro-Hormônio
Adenocorticotrófico (ACTH): é liberado pelo hipotálamo; sua secreção acompanha
um ritmo circadiano gerado por um ritmo cerebral intrínseco, ligado a alteração de
luz (dia e noite), sono, estresse físico e emocional.
Fatores ambientais
O meio ambiente no qual a pessoa está inserida exerce influências
particularmente poderosas, contribuindo positivamente para a realização do plano
genético; ou negativamente, apresentando obstáculos. O ambiente compreende tanto
condições da vida material, estando em primeiro lugar a alimentação e sua utilização
(nutrição), quanto pelo ambiente físico (socioeconômico, estilo de vida) e o ambiente
familiar e cultural, cujo elemento fundamental é constituído pela relação afetiva
primária e o estímulo materno.
Na interação da hereditariedade e do meio ambiente, quando o meio é
normal e favorável pode-se calcular que 80% a 90 % da variabilidade natural da
espécie humana, nos limites da normalidade, se realizam segundo o programa
genético pré-determinado, entretanto, quando o meio é desfavorável e heterogêneo,
a hereditariedade pode cair a 60%.
Nutrição
Em relação à alimentação, o leite é a nutrição natural inicial para todos, e a
qualidade desse leite tem condições para satisfazer o potencial genético ao
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Variáveis sócio-econômico-culturais
As variáveis socioeconômicas exercem importante influência: renda per capita,
a idade dos pais, o tamanho da família, condições de habitação e saneamento,
escolaridade, higiene; cultura dos pais (influencia na alimentação da criança).
Dada a melhoria nas condições de vida – tais como a urbanização, melhoria
nos cuidados médicos, maior ingestão alimentar de nutrientes, vestuário menos
restritivo, entre outros fatores –, existe uma forte tendência para que as crianças das
gerações que nos sucedem alcancem uma maturação mais cedo. Essa tendência de
aceleração secular pode ser vista nos estudos de Monteiro (1996), que demonstram
que as crianças brasileiras estão maturando cada vez mais cedo, em todas as classes
sociais, onde as regiões Sul e Sudeste do país são as que mais crescem.
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PSICOLOGIA JURÍDICA
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grave e fascinante.
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Cabe ao psicólogo, então, uma atenta observância de que não lhe é dada a
função de julgar, ditar normas e regras, regulando a relação do homem com a
sociedade e favorecendo práticas de controle social, mas sim utilizar laudos
periciais para favorecer a liberdade e a solidariedade humana. Atuando de forma
o mais flexível possível, sempre para o bem do ser humano e não para endossar
práticas repressivas que favoreçam determinadas partes.
O psicólogo jurídico deve priorizar o bem do ser humano, favorecendo a
liberdade e o devido amparo legal e não reforçar a repressão humana agindo
como um ditador que carimba cada decisão tomada. Faz-se necessário refletir
sobre cada ação, redação, documento e cada decisão. Não cabe ao psicólogo
determinar culpados ou inocentes, nem fazer aquilo que cabe ao juiz: tomar a
decisão final em cada processo. Ao psicólogo cabe apenas auxiliar na tomada de
decisão.
É preciso estar atento, pois não existe uma verdade absoluta inteira, mas
sempre parcial e relativa. O psicólogo sempre terá apenas o olhar de um dos prismas
da questão, jamais uma visão total. Cautela é fundamental. O jogo de poder pertence
ao mundo jurídico. Não cabe ao psicólogo assumir posições, seja de defesa ou de
acusação, apenas de análise do discurso e auxílio à reflexão, para a tomada de
decisão.
Em um jogo de guarda dos filhos, por exemplo, cabe ao psicólogo não se
deixar seduzir pela tendência jurídica de ceder à mãe o direito do pátrio poder, mas
discutir, inclusive, que os pais também têm perfeita competência para criar bem os
seus filhos.
Já são muitos os que questionam em processos o atual sistema de visita
domiciliar, pois desejam uma participação mais ativa junto aos seus filhos.
O desejo desses pais tem gerado mudanças em nossa sociedade e na
cultura de gênero (de que mães foram feitas para cuidar dos filhos e da casa e os
pais do trabalho e do dinheiro), provocando inquietação e novas propostas para o
conceito de parentalidade; eles têm se organizado em instituições, associações ou
agremiações para discutir temas pertinentes ao casamento, divórcio, guarda dos
filhos e paternidade.
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<http://www.acervosaber.com.br/imagens/psicologia.jpg>.
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discípulo de Freud.
Hoje em dia, existem muitas linhas de pensamento em Psicologia: as mais
famosas são a Psicanálise, a Psicologia Analítica, a Análise do Comportamento ou
Behavorismo de Skinner e a Fenomenologia. Esta última nasceu dos pensamentos de
Sartre, Husserl, e tem seus expoentes na Psicologia representados por Rollo May
(existencialista) e Fritz Pearls (Gestalt -terapia).
É frequente o desconhecimento que, por vezes, se verifica relativamente à
pessoa e ao papel do psicólogo clínico e de outros técnicos de saúde mental
denominados, comumente, de “Psis”.
Se depararmos com técnicos de saúde com modelos de intervenção diferentes
e bem delimitados tanto na forma como em conteúdo, torna-se premente distingui-
los, para que a procura por cuidados em saúde mental seja, à partida, informada e
racional.
Sem querer minimizar a importância (bem como o dever ético e deontológico
que lhe está subjacente) da indicação para um técnico de outra especialidade, quando
a situação assim o exige, será benéfico para o funcionamento da saúde enquanto
sistema. No qual a pessoa esteja suficientemente informada quanto ao tipo de
ajuda disponível para que, logo de início, procure o tipo de intervenção adequada à
situação.
Importa, então, clarificar determinados aspectos inerentes à prática do
psicólogo enquanto técnico de saúde, e diferenciá-lo de outros intervenientes neste
âmbito. Não cabe aqui uma descrição pormenorizada da especificidade de outras
áreas de intervenção no campo da saúde mental.
No entanto, importa realçar a sobreposição que, com frequência, se verifica,
quer ao nível de entidades quer de metodologias, com outro técnico de saúde: o
psiquiatra. Esse profissional segue um modelo médico, próprio da formação que
obteve: o indivíduo tem o “mal” para o qual existe o “remédio” que "cura".
Trata-se de um modelo amplamente adotado, difundido e enraizado, quer pela
longa idade da medicina enquanto ciência quer pelos valores sociais e políticos
vigentes, amparados quer por interesses econômicos de algumas indústrias quer
por movimentos científicos mais conservadores que se constituem como grupos de
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práticos, sendo a área clínica a mais famosa. É importante, também, saber que
essa Psicologia Aplicada pode criar constructos científicos, que é o caso de Sigmund
Freud, Carl R. Rogers, Carl Gustav Jung, na Psicologia Clínica, além de Kurt Lewin
e J. L. Moreno, de outras áreas.
Além da clínica, o psicólogo aplicado trabalha em escolas, empresas
(treinamento, R. H., grupos, terapia individual), nas terapias de grupos, na
criminologia, nas academias de esportes, nos clubes esportivos, nas propagandas
(marketing, venda de produto, com o uso da gestalt), nos hospitais (em terapias
breves, ou psico-oncologia) e no tratamento de adicção (pela entrevista
motivacional).
Essas duas áreas, a de produção científica e a Psicologia Aplicada, são
práticas aceitas pelos Conselhos de Psicologia. Porém, o psicólogo não pode
medicar fármacos para um cliente, nem quebrar o sigilo deste sem seu
consentimento (há casos onde essa quebra de
sigilo é possível, como no caso de alguém que pode pôr em risco a vida de
outra pessoa, ou a sua própria).
O terapeuta não pode utilizar métodos que não estejam em estudo científico,
aprovado pelo Conselho, como utilizar florais de Bach, regressão a vidas passadas,
homeopatia, terapia bioenergética, entre outros. Ao usar esses métodos, o terapeuta
é proibido de utilizar o título de psicólogo.
A acupuntura e a hipnose são as únicas práticas complementares
regulamentadas e aceitas pelo Conselho de Psicologia, mas a utilização dessas
práticas deve atender a normas de conduta ética estipuladas pelo Conselho de
Psicologia.
Necessidades da multidisciplinaridade
A Psicologia nasceu de estudos filosóficos e fisiológicos, portanto carrega
traços destes dois tipos de conhecimento. Atualmente, ela incorporou outros
conhecimentos ao seu próprio, trabalhando lado a lado com estes, é o caso da
Psicologia Social, por exemplo, que trabalha com bases teóricas de sociólogos,
antropólogos, teólogos e filósofos, tais como Auguste Comte, Michel Foucault, entre
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outros. O próprio Carl Gustav Jung trabalha com trabalhos antropológicos, podendo
traçar as diferentes culturas com símbolos em comum.
A Psicologia Comunitária faz trabalho em campo, junto a assistentes sociais
terapeutas ocupacionais. Os conhecimentos dessas áreas se fundem.
A Psicologia Jurídica trabalha com funcionários do Direito (advogados, juízes,
desembargadores), assim como os Psicólogos Hospitalares trabalham com médicos,
enfermeiros, enfim, com outros agentes promotores de saúde. Há, também, a área
da psicopedagogia, que trabalha com conteúdos da Pedagogia no campo da
aprendizagem.
Algumas áreas da Psicologia, como a Psicologia Transpessoal e, em partes,
a Psicologia Analítica, necessitam de estudos em Física e Metafísica para que
possam se tornar conhecimentos amplos acerca do ser humano, seja em analogias,
seja em estudos sobre eventos parapsicológicos, sendo que esses estudos são
recentes e não se constituem plenamente como ciência psicológica.
Tanto as áres alheias da Psicologia citadas, quanto a própria Psicologia,
precisam trabalhar unidas, quando tratam de interesses em comum, os
conhecimentos se cruzam, e aumentam, e é possível que existam diferentes pontos
de vista em constante diálogo.
Comitês de Bioética trazem esta multidisciplinaridade, agindo sobre
problemas corriqueiros e controversos. Estes comitês são formados por muitas
outras correntes do conhecimento, além do psicólogo. São médicos, enfermeiros,
advogados, fisioterapeutas, físicos, teólogos, pedagogos, farmacêuticos,
engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da comunidade onde o comitê está
inserido. Eles decidem aspectos importantes sobre tratamento médico, psicológico,
entre outros.
CONCEITO DE SAÚDE
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SAÚDE MENTAL
<http://s.socialesaude.zip.net/>
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DEFICIÊNCIA MENTAL
https://fortissima.com.br/2013/07/04/deficiencia-mental-causas-e-tratamento-
9162/
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manifeste antes dos 18 anos. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser
determinadas por meio de avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas
e nunca em uma única abordagem de diagnóstico.
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TRANSTORNO MENTAL
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acreditam que doença mental é incurável. Elas podem até ver certos tratamentos,
como com antidepressivos ou psicoterapias, como sem valor ou mesmo danosos,
mesmo que em muitos casos tenham se mostrado efetivos.
O fato é que cientistas estão fazendo progressos no desvendamento da
estrutura e química do cérebro. Como consequência tem-se melhor compreensão da
mente e com ela funciona. Entretanto, a doença mental tem muitas causas. Ela não é
apenas uma questão de química alterada e envolve questões sociais, emocionais,
cognitivas e físicas.
DEPRESSÃO
<http://escrevoapenas.blogs.sapo.pt/arquivo/depressao.jpg
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• humor deprimido;
• dificuldade de concentração;
• alterações do apetite e do sono;
• lentificação das atividades físicas e mentais;
• sentimento de pesar ou fracasso.
pessimismo;
dificuldade de tomar decisões;
dificuldade para começar a fazer suas tarefas;
irritabilidade ou impaciência;
inquietação;
achar que não vale a pena viver, desejo de morrer;
chorar à toa;
dificuldade para chorar;
sensação de que nunca vai melhorar, desesperança;
dificuldade de terminar as coisas que começou;
sentimento de pena de si mesmo;
persistência de pensamentos negativos;
queixas frequentes;
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pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se
deve entrar com medicações. Existem alguns mitos sobre o câncer e as pessoas que
padecem dele, tais como “os portadores de câncer são deprimidos”.
A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no
paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para
uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao
tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer, com
ou sem depressão, estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores
técnicas para tratamento da depressão.
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante
um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Essa é uma
resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que sejam
emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o lugar das
emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e perda de apetite.
Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu novo
problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente metade
das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso, essas
pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão pesado.
Para se afirmar que o paciente está deprimido tem-se que afirmar que ele
sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou
interesse pelas atividades nas quais apreciava. E não consegue ficar parado, pelo
contrário, movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos
inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se
culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na
família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem
pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para
que possamos dizer que o paciente está deprimido.
A causa exata da depressão permanece desconhecida. Eventos
desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos
acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio
depressivo. Contudo, tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção
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da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com
o tempo. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas
predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são: perda de pessoa
querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave;
pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para
desencadear depressão.
O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência
genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram que
mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor mais
as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos ficam
mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos.
ANSIEDADE
http://www.brasilescola.com/imagens/ansiedade.jpg
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distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável,
enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais subjetivas.
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a
intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como:
taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das secreções
(urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de cabeça). Quando
recorrente e intensa também é chamada de síndrome do pânico (crise ansiosa aguda).
Toda essa excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor
chamado noradrenalina.
O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma
situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem-
estar.
Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a essa
situação acontece o estado ansioso.
Evolutivamente, faz pouco que saímos dos tempos da caverna, quando os
perigos de vida e a necessidade de luta eram constantes. A excitação do Sistema
Nervoso Central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou
para a fuga.
O que interpretamos como perigo hoje transcende e muito o perigo de vida
biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de
privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são
fatores mais do que suficientes, em muitos casos, para disparar o estado ansioso.
Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contato com o novo, com
situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados
ansiosos.
A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma
aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma
maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível. Esse movimento
mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão mental, uma ineficiência
da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo,
o que configura um círculo vicioso, pois essa sensação só faz aumentar ainda mais o
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TRANSTORNO BIPOLAR
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apetite, entre outros. Geralmente, o estado maníaco, dura dias ou pelo menos uma
semana, e períodos de depressão de semanas a meses;
• Transtorno Bipolar Tipo II – períodos de hipomania, em que também
ocorre estado de humor elevado e agressivo, mas de forma mais suave. Um episódio
de tipo hipomania, ao contrário da mania, não chega a ser suficientemente grave para
causar prejuízo em atividades de trabalho ou vida social;
• Transtorno Bipolar Misto – períodos mistos, em que em mesmo dia
haveria alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode
chorar, ficar triste, com sentimentos de desvalia e desprazer e, no momento seguinte,
estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, falante e agressiva;
• Transtornos Ciclotímicos – períodos em que haveria uma alteração
crônica e flutuante do humor marcada por numerosos períodos com sintomas
maníacos e numerosos sintomas depressivos que se alterariam. Contudo, não seriam
suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza
de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente confundida com o jeito
de ser da pessoa, “de lua”.
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Depressão
• humor “para baixo”, tristeza, angústia ou sensação de vazio;
• irritabilidade, desespero;
• pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;
• cansaço mais fácil, desânimo, preguiça, falta de energia física e mental;
• falta de concentração, lentidão do raciocínio, memória ruim;
• falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia;
• pensamentos negativos repetidos amplificados, pessimismo, ideias de
culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio);
• sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo;
• interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no
passado e no futuro;
• redução da libido e vontade de ter sexo;
• perda ou aumento de apetite e/ou peso;
• insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado;
• dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por
outras doenças – dor de cabeça, nas costas, no pescoço e nos ombros, sintomas
gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo, dentre outros; em
depressões graves, alucinações e/ou delírios.
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Psicoterapia:
Sabe-se que a terapia cognitiva pode contribuir na adesão do tratamento e na
prevenção das recaídas, tornando-se um valioso acessório para o tratamento
farmacológico. Como relatado anteriormente, o Transtorno Bipolar não se limita
meramente a um problema bioquímico, mas também, psicológico e social (envolve
dificuldades pessoais, familiares e sociais). Existem outros tipos de psicoterapias,
como individual, grupal, de família, conjugal, entre outros, mas, o que importa é se
está surtindo resultado na melhora do paciente e na sua qualidade de vida.
Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter se
feito eventualmente. Provavelmente, ouviu em algum programa de rádio ou TV, leu
em alguma reportagem de jornal ou revista que lavar as mãos seguidamente, revisar
várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar, não gostar de segurar-se no
corrimão do ônibus. Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos demais membros
da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta de um banheiro
público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar em uma funerária, de deixar
um chinelo virado. Assim como outros comportamentos semelhantes, podem, na
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• de lavagem ou limpeza;
• verificações ou controle;
• repetições ou confirmações;
• contagens;
• ordem, simetria, sequência ou alinhamento;
• acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar
ou economizar;
• compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números;
• diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.
Compulsões mentais:
Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são
realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas
têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento.
Alguns exemplos:
• repetir palavras especiais ou frases;
• rezar;
• relembrar cenas ou imagens;
• contar ou repetir números;
• fazer listas;
• marcar datas;
• tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos
contrários.
ESQUIZOFRENIA
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ajuda a pessoa a ter uma vida parecida com a de quem não sofre da doença. Ou seja,
pode trabalhar, namorar, ter amigos e divertir-se.
A esquizofrenia é uma doença que tem início no fim da adolescência e começo
da vida adulta (15 a 25 anos). Embora a frequência seja igual entre os sexos, pode
começar mais tardiamente nas mulheres.
Em torno de 1% da população mundial tem Esquizofrenia.
Esquizofrenia é uma doença complexa, intrigante e sua causa ainda não é
conhecida.
Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante – pessoas que têm um
familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença –, mas ainda
não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o
desenvolvimento da esquizofrenia.
Gêmeos idênticos têm 50% de chance de desenvolver a doença quando um
deles já desenvolveu.
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma
combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa
tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados fatores
ambientais.
Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais envolvidos, mas
estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no parto
podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia.
Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora, geralmente,
a doença se manifeste em meses ou anos.
Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com
alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas.
Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes
são incapazes de contar para seus familiares.
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou
para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os
amigos e param de estudar ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem os
sintomas mais característicos da psicose (perda da noção da realidade).
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Transtornos do afeto:
A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma
característico da esquizofrenia. Muitos pacientes são indiferentes ou apáticos, evitam
o contato com olhar, apresentam ausência na inflexão na voz, mudanças na
expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem estar
diminuídos. Com frequência perdem a capacidade de sentir prazer e podem
descrever-se como vazios de emoção.
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Tratamento:
O tratamento da esquizofrenia envolve vários tipos de profissionais que
trabalham em equipe.
Os objetivos da equipe de saúde são:
• controlar os sintomas da doença tentando minimizar os efeitos deletérios
da medicação;
• prevenir riscos de suicídio e crise paranoide;
• evitar hospitalizações;
• desencorajar o paciente ao uso indiscriminado da emergência médica;
• cuidar da saúde geral do paciente;
• melhorar sua qualidade de vida e dar à família suporte emocional.
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Talvez o fator mais importante para cumprir esses objetivos seja assegurar que
o paciente faça o tratamento. Devido ao isolamento social, ideias paranoides, negação
da doença e desconforto com os efeitos colaterais das drogas, muitos pacientes
abandonam o tratamento.
Tratamento farmacológico:
Antipsicóticos “típicos” ou clássicos são aquelas medicações que tendem a
produzir sintomas extrapiramidais (EPS). Esses agentes têm sido as principais drogas
na farmacoterapia da esquizofrenia por mais de um quarto de século.
Os sintomas que respondem melhor aos antipsicóticos típicos são os
chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações. Já nos sintomas
negativos, além de não responderem tão bem, podem ser acentuados com seu uso.
A maioria dos autores divide o tratamento farmacológico da esquizofrenia em
duas fases: aguda e manutenção ou profilática.
Fase aguda
Envolvem a tentativa de aliviar os sinais e sintomas associados como delírios,
alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. Apesar da
variação das 125 doses utilizadas na prática clínica, as doses recomendadas para a
fase aguda situam-se em 600-700 mg de clorpromazina ou equivalente/dia ou 5-20
mg/dia de haloperidol ou flufenazina.
A administração de altas doses de antipsicótico (neuroleptização rápida) no
tratamento de pacientes agudos não é indicada devido à falta de estudos controlados,
demonstrando que essa medida é mais eficaz no controle de sintomas psicóticos.
Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a necessidade de
tratamento em longo prazo com antipsicóticos.
Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de
recidiva e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por
tempo indefinido.
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em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho está lutando
com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. Explique, se
preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu filho não se
comportar bem.
Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração.
É preciso muita paciência – e vigor – para amar e apoiar a criança hiperativa
em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa
estão sempre preocupados e atentos, sempre “em alerta”. Consequentemente, é fácil
sentirem-se cansados, abatidos e frustrados. É de importância vital para os pais da
criança hiperativa, serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado, além
de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho.
Tratamento convencional:
Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar
outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do
ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas
neurológicos.
O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para
hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema
nervoso e aumentar a capacidade da 129 criança hiperativa de prestar atenção.
Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse
medicamento a seu filho. A tioridazina é um tranquilizante ao qual se pode recorrer se
a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais
difíceis.
Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode ser
interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente,
após as férias.
Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses
medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu filho
frequente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere esse
período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o medicamento
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Psicoterapia e Psicopedagogia:
Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está
lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento.
Podem ser de grande valia.
Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em várias
situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e aprenderá
a partir dos seus erros.
Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de
modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente
entendido e executado por todos que dele participam – pela criança bem como pelos
adultos.
É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa
vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com
disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas
objetivam ajudar e não punir.
Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a
quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir.
Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente para
que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho quando a
tarefa tiver sido concluída.
Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a
concentrar-se.
Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente.
Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que
transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e
inteligente entedia-se facilmente.
Cooperar com o hiperativo para ajudá-lo a realmente concluir um projeto.
Concluir um projeto oferecerá uma ideia de competência e maior autoestima. O
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Atividades físicas:
São fundamentais, principalmente aquelas que mantêm a criança em contato
com a água, como a hidroginástica e a natação. É importante saber que a água exerce
um efeito calmante. Práticas como a yoga e o tai-chi-chuan também são interessantes,
pois treinam a mente para que fique quieta.
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
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http://www.crpsp.org.br/a_acerv/jornal_crp/146/frames/orientacao.gif.
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lado havia a utilização maciça de testes psicológicos nas avaliações para seleção de
pessoal, por outro, não se encontravam instrumentos adaptados ou criados
especificamente para esse fim.
Visualiza-se, atualmente, um panorama no qual houve uma redução
significativa da utilização dos testes psicológicos devido às rigorosas exigências de
qualidade dos instrumentos, trazendo maior segurança ao profissional que se embasa
em seus resultados para tomar decisões estratégicas e, não raramente, de maneira
decisiva no direcionamento da vida das pessoas.
Tanto no setor da Psicologia Clínica quanto no da Psicologia Organizacional,
onde se pode fazer uso da Avaliação Psicológica, contar com os resultados obtidos a
partir de testes é de grande importância, pois traz ao avaliador dados não facilmente
perceptíveis de outro modo a respeito do candidato, além de poder confirmar aspectos
percebidos durante a entrevista e dinâmica de grupo, se for o caso. Praticada de
modos diferentes de acordo com cada objetivo, a ferramenta contribui de forma
decisiva para o diagnóstico do candidato ou paciente.
A avaliação psicológica não se reduz à aplicação de testes. Além de testes, a
avaliação compreende técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, observação de
comportamento e uma anamnese bem-feita, ou seja, investigação da vida social,
familiar, física e emocional do paciente, com análise criteriosa do histórico de vida.
Na prática:
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permite que o psicólogo tenha uma visão total da pessoa, que consiga definir quais
são as suas competências ou características mais vantajosas e quais aquelas em que
precisaria investir um pouco mais.
Em um processo de seleção, por exemplo, tais informações permitem ao
psicólogo indicar com maior segurança pessoas para cargos específicos e orientar as
lideranças sobre como lidar com seus colaboradores e no que efetivamente investir
para obter maior desenvolvimento e melhores resultados.
Da mesma forma, em treinamento e desenvolvimento, uma avaliação
psicológica traz subsídios suficientes para que um programa seja encaminhado
considerando as especificidades individuais e grupais, podendo até, com isso, gerar
um redirecionamento das estratégias adotadas.
Há pouco tempo, algumas empresas procuravam premiar colaboradores
tecnicamente bons com uma promoção para cargos de chefia, sem outro critério
senão a satisfação com o desempenho desse funcionário, ou seja, sem uma avaliação
que pudesse assegurar que essa pessoa tivesse características condizentes com
posições de liderança, além de sua competência técnica.
O resultado final geralmente era desastroso para o colaborador e para a
empresa. Por não ser um líder e necessitar desenvolver as competências de liderança,
não se saía bem na nova função. Como nem sempre é possível a pessoa retornar ao
cargo anterior, a empresa contava com duas opções: mantê-lo no cargo e arcar com
consequências indesejáveis ou então demiti-lo. Prejuízo para ambos.
Para um planejamento de carreira, a realização de uma avaliação psicológica
também se torna decisiva, visto que norteará todo o programa a ser desenvolvido com
o profissional, especificando as características psicológicas a serem desenvolvidas
para que ele possa futuramente ascender em uma hierarquia com sucesso.
No momento atual, o foco das empresas, seja qual for o seu negócio, é cada
vez mais seus recursos humanos e sabe-se que o sucesso da empresa deve-se ao
conhecimento e ao investimento em pessoas. A avaliação psicológica, científica e
ética, apoiada em instrumentos e testes fidedignos, contribui essencialmente para
essa finalidade.
Em se tratando da Psicologia Clínica, a avaliação psicológica é usada para fins
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Entrevista psicológica
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http://www.institutouniao.com.br/imagens.
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Os objetivos da entrevista
Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode-
se classificar a entrevista quanto aos seguintes objetivos:
a) diagnóstica – visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do
paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessário
uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento.
Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de
avaliação clínica que inclui testagem psicológica;
b) psicoterápica – procura colocar em prática estratégia de intervenção
psicológica nas diversas abordagens – rogeriana (C. Rogers), jungiana (C. Jung),
gestalt (F. Perls), 139 bioenergética (A. Lowen), logoterapia (V. Frankl) e outras –, para
acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar
seus problemas;
c) de encaminhamento – logo no início da entrevista, deve ficar claro para
o entrevistado, que ela tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este não será
conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter informações suficientes para se fazer
uma indicação e, ao mesmo tempo, evitar que o entrevistado desenvolva um vínculo
forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar;
d) de seleção – o entrevistador deve ter um conhecimento prévio do
currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as
informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos mais
significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.;
e) de desligamento – identifica os benefícios do tratamento por ocasião
da alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade
de trabalhar algum problema ainda pendente. Essa entrevista também é utilizada com
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o funcionário que está deixando a empresa, e tem como objetivo obter um feedback
sobre o ambiente de trabalho, para providências, intervenções do psicólogo em caso,
por exemplo, de alta rotatividade de demissão em um determinado setor;
f) de pesquisa – investiga temas em áreas das mais diversas ciências,
somente se realiza a partir da assinatura do entrevistado ou paciente, do documento
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução CNS no 196/96), no qual
estará explícita a garantia ao sigilo das suas informações e identificação, e liberdade
de continuar ou não no processo.
http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg.
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a) Entrevista inicial
É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Semidirigida,
durante a qual o sujeito fica livre para expor seus problemas. Segundo Fiorini (1987,
p. 63), o empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter uma influência
decisiva na continuidade ou no abandono do tratamento. Pinheiro (2004) salienta que
essa entrevista ocorre em um certo contexto de relação constantemente negociada.
O termo negociação se refere ao posicionamento definido como “um processo
discursivo, através do qual [...] são situados numa conversação como participantes
observáveis, subjetivamente coerentes em linhas de histórias conjuntamente
produzidas” (DAVIES; HARRÉ apud PINHEIRO, 2004, p.186).
Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de outro
técnico, 141 encaminhando o entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a
chamada do próprio entrevistado. Tem como objetivos discutir expectativas, clarear
as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que não poderiam
ser obtidas de outras fontes (SILVA, 2007).
As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência, comportamento
durante a espera, são dados que serão analisados pelo entrevistador, e que podem
facilitar o processo de análise do caso. Para Gilliéron (1996), a primeira entrevista
deve permitir conhecer:
• o modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por
alguém ou a conselho de alguém, etc.);
• o tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu
terapeuta;
• as queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira
pela qual ele formula seu pedido de ajuda (ou sua ausência de pedido).
A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado
constroem mutuamente suas transferências, contratransferências, e resistências que
foram ativadas bem antes de ocorrer o encontro propriamente dito.
Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o
entrevistando revele seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto,
com menos distorções. No final dessa entrevista devem ficar esclarecidos os
140
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b) Entrevistas subsequentes
Após a entrevista inicial, em que é obtida uma primeira impressão sobre a
pessoa do paciente, esclarecimentos sobre os motivos da procura, e realização do
contrato de trabalho de psicodiagnóstico, normalmente são necessários mais alguns
encontros. O objetivo das entrevistas subsequentes é a obtenção de mais dados com
riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu
desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e outros.
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vida do paciente. Mas, nesse contexto não consegue emergir a totalidade do repertório
de sua personalidade. Uma vez que não pode substituir, e nem excluir outros
procedimentos de investigação mais extensos e profundos, a exemplo de um
tratamento psicoterápico ou psicanalítico, o qual demanda tempo, e favorece para que
possa emergir determinados núcleos da personalidade.
Esse tipo de assistência também não pode prescindir da entrevista. Esta que
apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a
considerá-la um instrumento pouco confiável. Mas, como diz Bleger (1980), essas
dissociações e contradições são inerentes à condição humana, e a entrevista oferece
condições para que elas sejam refletidas e trabalhadas.
Tipos de entrevista:
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Técnicas de entrevista:
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Dinâmica da entrevista
O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem
sua história de vida. Não deve permitir em ser considerado como um amigo pelo
entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer outro
benefício que não seja o pagamento dos seus honorários. Para Gilliéron (1996), a
investigação repousará:
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A ansiedade na entrevista
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Transferência e contratransferência:
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Transferência:
Freud (1914-1969) entende que a transferência é “[...] apenas um fragmento da
repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido [...] para todos
os aspectos da situação atual” (p.166). A transferência é designada pela Psicanálise
como um processo por meio do qual os desejos inconscientes se atualizam sobre
determinados objetos, em certo tipo de relação estabelecida, eminentemente, no
quadro da relação analítica. A repetição de protótipos infantis vividos com um
sentimento de atualidade acentuada. Classicamente a transferência é reconhecida
como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento psicanalítico, pois são
a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e a sua resolução que as
caracterizam (LAPLANCHE; PONTALIS, 2004).
A transferência e a contratransferência são fenômenos que estão presentes em
toda relação interpessoal, inclusive na entrevista. Na transferência o entrevistado
atribui papéis ao entrevistador, e se comporta em função deles, transfere situações e
modelos para a realidade presente e desconhecida, e tende a configurar esta última
como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002, p. 78), repetindo
transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da lembrança que
temos acesso à história “[...] por meio da transferência é forjado num lugar
intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que o drama humano possa
ter um desfecho”.
A articulação do conceito de “momento sensível” (grifo da autora) passa pelo
posicionamento do terapeuta. Esse instante preciso determina os mecanismos que
instalam a transferência. Com efeito, é o momento em que uma relação de trabalho
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Contratransferência:
Na contratransferência emerge do entrevistador reações que se originam do
campo psicológico em que se estrutura a entrevista. Porém, se constitui, quando bem
conduzida, em um indício de grande significação e valor para orientar o entrevistador
no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e um alto grau de
equilíbrio mental, para que possa ser utilizada com validade e eficiência. Na
contratransferência, salienta Gilliéron (1996), as emoções vividas pelo analista são
consideradas reativas às do paciente, vinculando-se, portanto, ao passado deste
último, e não dizendo respeito diretamente à pessoa do analista. Manfredi (apud
ZASLAVSKY; SANTOS, 2005, p. 296), distingue cinco tendências de abordagens
dessa questão:
1) a contratransferência não é mais considerada como uma criação
unicamente do paciente, por ignorar a transferência do analista;
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INTERVENÇÃO
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Abordagem sistêmica:
Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de Watzlawick
é um paradigma que emerge das ciências exatas e fornece uma base teórica e prática
de compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig von Bertalanffy
publicava uma série de princípios válidos para vários sistemas (biológicos, físico-
químicos, sociais).
O sistema é um complexo organizado em múltiplos elementos que estão em
interação recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto-
organizado) ou fechado (entropia).
A perspectiva sistêmica constitui um bom suporte teórico para a intervenção,
especialmente em terapia familiar. Põe em causa uma epistemologia linear,
unidirecional e contextualiza os problemas humanos, não em um único sentido, mas
em função dos contextos em que emergem os problemas. Alarga a perspectiva de
intervenção, centrada apenas em um sistema pessoal, para uma perspectiva que se
centra nos contextos de vida e nas redes de apoio dos sujeitos. Esses pressupostos
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Abordagem humanista:
Essa abordagem tem as suas origens na filosofia europeia e no trabalho
psicoterapêutico de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May,
Fritz Perls e outros. Rejeitando as premissas básicas das teorias psicodinâmicas e
comportamentalista, os humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que
enfatiza a percepção individual e a experiência. Tendem a ver as pessoas como
ativas, pensadoras, criativas e orientadas para o crescimento. Consideram que as
pessoas são basicamente bem intencionadas e que naturalmente lutam pelo
crescimento, amor, criatividade e autoatualização. Em vez de se centrar na influência
do passado, os humanistas focam-se no “aqui e agora” ou presente.
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Abordagem comportamentalista:
Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica
aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o alimento
e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a campainha
antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a campainha, após
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Abordagem psicodinâmica:
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regras sociais, culturais e familiares. O superego inclui o ego ideal (a imagem perfeita
do que somos e do que podemos ser) e a nossa consciência (as regras de bons e
maus pensamentos e comportamento).
Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a
ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego.
O ego está em uma posição difícil, pois tem de lidar com forças opostas. Os
mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o
indivíduo desses conflitos internos e, em geral, inconscientes.
Eles ajudam a lidar adaptativamente, ou não, com a inevitável ansiedade de
ser humano. Há uma variedade de mecanismos de defesa, como a repressão (manter
pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis fora da consciência).
Negação (negar que existem pensamentos ou sentimentos problemáticos),
sublimação (substituição de uma meta que não pode ser satisfeita por outra
socialmente aceitável), projeção (a origem da ansiedade é atribuída a outra pessoa).
Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento da
personalidade. No decorrer desses estádios, as crianças são autoeróticas ao obter
prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio tende a
estar localizado em uma determinada zona erógena. Estes incluem as fases: oral,
anal, fálica, latente e genital.
• o estádio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A
estimulação da boca (sugar, morder, etc.) é a fonte de satisfação erótica;
• no estádio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm
prazer na zona anal. Nessa fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem reter
ou expelir fezes;
• no estádio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica
passa para zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais. Nesse
estádio há o desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz desenvolve um
desejo incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o pai. Os medos de
retaliação e de castração resultam na repressão desses impulsos e na identificação
com o pai.
O objetivo dessa abordagem é o insight-compreensão de fatores inconscientes
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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
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para a vida. Essa é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente
quando as pessoas se veem inaptas para lidar com situações como crises conjugais,
desemprego ou envelhecimento, por exemplo.
A Psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos
caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande
potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da Psicologia
e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais
significativos.
http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg.
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Os tipos de Psicoterapia
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• Psicoterapia de Família;
• Atendimento Emergencial.
http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif.
O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Nesse túnel você vai rever
muitas cenas da história da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo
conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para
moldar quem você é hoje.
Na travessia desse túnel você aprenderá a reconhecer os seus padrões de
comportamento, que levam você a se comportar de modo parecido em situações
diferentes, inclusive repetindo os mesmos erros.
Você aprenderá a reconhecer o “como” do seu comportamento: como você age,
como se relaciona, como pensa, sente. E aprenderá caminhos para poder influenciar
e transformar esses padrões.
Essa é uma travessia acompanhada de alguém que pode ajudar você a se
compreender. Alguém que pode lhe ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar
e a se conhecer profundamente. Essa travessia pode mudar completamente a sua
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vida.
O vínculo na Psicoterapia:
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Ciência, exigindo uma quantificação, para que se legitime, fica mais difícil acreditar
em um saber profissional que lide com a subjetividade. No entanto, as pesquisas, de
caráter científico ou não, têm demonstrado uma grande eficácia da Psicoterapia.
Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar
como o tratamento psicológico age, transformando o funcionamento cerebral. A
eficácia que vinha se demonstrando há muitos anos tem sido corroborada
recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências.
Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas explorando
e explicando porque a Psicoterapia funciona. Mesmo assim, como simples exercício
de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a efetividade da
Psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos.
No início da lista, como em um continuum, temos aqueles motivos que são
comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa
íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor,
um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais
comuns na Psicoterapia até aqueles que são exclusivos da Psicoterapia – possíveis
pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua
trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais a
Psicoterapia funciona:
1) é fundamental ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir
o peso do problema que se vivencia. Compartilhar auxilia sobremaneira a aliviar a
carga emocional e consequentemente se sofre menos. Além disso, terá ao lado um
profissional capaz de escutar e de guardar sigilo, além de não alimentar preconceitos
e cobranças muitas vezes moralistas;
2) provavelmente formarão um vínculo afetivo e o próprio vínculo tem um
poder de cura. É mais fácil superar muitas dores por meio de uma relação autêntica
de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de
compreensão e apoio;
3) a psicoterapia é um ponto obrigatório para se parar e pensar na própria
vida. Ao parar para um momento de reflexão, são revistos valores e projetos futuros.
Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e
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REFERÊNCIAS
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