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DA APRENDIZAGEM
Sumário
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NOSSA HISTÓRIA
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A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER A PSICOLOGIA
Você já deve ter ouvido falar em Psicologia, não é mesmo? Nesta
disciplina, você poderá aprofundar seu estudo sobre essa área do conhecimento.
Na sua atividade profissional, você irá lidar com pessoas e, por isso, é importante
que você conheça alguns conceitos da Psicologia. Essa ciência estuda o
comportamento humano e as formas como os homens interagem e, por isso, irá
ajudar você na sua formação. Nesta aula, apresentaremos, de forma resumida,
como ela se originou.
As explicações dos fenômenos eram feitas por meio de mitos. Foi com os
gregos que, há cerca de oito mil anos, passou-se a buscar as respostas, por
meio da RAZÃO. Com origem na FILOSOFIA, a razão é uma concepção que
perpassa toda a história da própria Filosofia. A capacidade de pensar e fazer uso
dela é característica que distingue a espécie humana das demais espécies. O
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homem busca compreender os fenômenos à sua volta, por meio de uma
explicação lógica, procurando a causa ou o motivo de sua ocorrência.
O INATISMO OU RACIONALISMO
O EMPIRISMO
Séculos mais tarde, surgiu uma posição diferente da defendida por Platão,
uma teoria chamada Empirismo, que entendia que a razão era adquirida por
meio da experiência. JOHN LOCKE e DAVID HUME, filósofos empiristas,
assumiram essa posição e consideravam que o homem nasce sem o
conhecimento, assim como um papel em branco, e necessita adquiri-lo por meio
da experiência e do hábito. Em grego, empeira significa experiência. Por isso,
Empirismo (conhecimento empírico) quer dizer “conhecimento através da
experiência”.
O CONSTRUTIVISMO
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que a razão é uma estrutura vazia que todos os seres humanos possuem desde
experiência e são apreendidos por meio da razão, pois é esta que dá forma ao
conhecimento racional. Em linhas gerais, Kant assumia a existência da interação
do homem com o meio e que nessa interação é que o conhecimento se constitui.
A ORIGEM DA PSICOLOGIA
Os fundamentos da Psicologia
Para discorrer sobre alguns dos fundamentos da Psicologia é necessário
entendê-la como uma Ciência ao mesmo tempo antiga e jovem. Enquanto
Ciência autônoma, é jovem, pois data da segunda metade do século XIX;
entretanto, formulações psicológicas, como psique e fenômenos psíquicos
(consciência, sensação, percepção, sonhos, memória) já preocupavam os
filósofos da antiguidade.
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O que busco entender, então, é como estas ideias psicológicas, já
existentes na história do pensamento, são transformadas, a ponto de
constituírem uma Ciência propriamente dita, cujo objeto específico são os
fenômenos psíquicos e comportamentais. Para fazer este percurso, o do
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência, ou ainda para descobrir seus
fundamentos, vou abordar a história do pensamento humano.
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que independe do mundo em que vive para produzir o conhecimento, e noutra é
passivo e impotente para produzir alguma coisa que possa mudar a ordem
estabelecida.
Assim, evitando qualquer uma das cisões acima expostas, opto, neste
texto, pela concepção histórico-social, que pode ser considerada como
superação da concepção externa lista, mecanicista, fatalista e determinista. De
acordo com a concepção histórico-social, não se pressupõe o homem em total
dependência e condicionamento em relação aos fatos externos. Este é
considerado na sua condição humana de agente prático-objetivo e agente
reflexivo-subjetivo, ou seja, é um homem que, ao se relacionar com outros
homens e com o mundo, transforma-se e transforma este mundo, a partir da
atividade prática humana, o trabalho. Enquanto ser histórico-social, este homem
não só faz a história, como vive nela e através dela. Portanto, se de um lado não
é solipsista - crença cuja única realidade é o eu -, de outro não está fadado a se
resignar diante dos fatos. Esta concepção está representada nas ideias
sociológicas de Karl Marx e nas ideias psicológicas de Vygotsky, Leontief, dentre
outros.
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os homens conhecem a realidade) e explicita o conceito que fazem de si
mesmos. A apropriação, enquanto processo de conhecimento, configura-se
como uma mediação entre o homem e a natureza/realidade. A um só tempo
engloba objetividade e subjetividade. A um só tempo impõe uma determinada
relação com o exterior e uma determinada relação consigo mesmo, interior. E
assim os homens vão constituindo um conceito sobre si mesmos e um
reconhecimento daquilo que podem considerar como suas particularidades e
diferenças com outros homens. Na perspectiva histórico-social não cabe a ideia
de homem que se pensa independente da realidade que o rodeia, nem de um
homem que se pensa só a partir desta realidade. Para a visão sócio histórica, o
homem vai se constituindo enquanto humano a partir da sua atividade prática,
necessária para sua sobrevivência, que é o trabalho, e a partir das relações
sociais que se constituem pelo e no trabalho. “Somente na história de vida prática
dos homens cabe pensar a individualidade, que constitui o indivíduo, que o
singulariza, que o distingue, mas ao mesmo tempo não se encerra nele”
(Palangana,1998, p.07).
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Desta forma, parece que o processo de constituição do conceito da
subjetividade na história do pensamento apresenta subsídios para se
compreender alguns fundamentos da Psicologia. Enquanto o homem não tiver
condições históricas para se tornar senhor de si, porque ora se sente ser da
natureza, sem se opor a ela (como na sociedade grega), ora se sente superior a
ela, mas se submete ao divino (como na sociedade medieval), não há
necessidade de se ter uma área do conhecimento que se ocupe daquilo que o
homem pensa, deseja, sente, ou de eventos, estados, processos mentais
privados.
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filosofia, enquanto nova racionalidade do homem grego, é expressão das
relações e das atividades reais, materiais que o homem mantém com o mundo.
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verdadeiro manifesta-se nos sentidos e no intelecto, porque a visão geral é a de
que o homem é participante de toda a realidade: através do corpo, participa da
natureza;
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muito, troca de bens, e leis que implicam deveres e obrigações mútuas. O
conhecimento está submetido à Igreja. Estas duas formas de relações sociais
não permitem ao homem apropriar-se de si mesmo.
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ideal é o sujeito epistêmico pleno - pensante, dominador do conhecimento,
regido pela razão e ação instrumental. Fica claro, então, que o homem deve
construir o conhecimento, e ele mesmo deve validar este conhecimento, e,
portanto, deve se afastar do objeto para conhecê-lo, ocorrendo uma ruptura na
relação sujeito-objeto. O indivíduo deve, por si só, ser alguém, pois é
considerado livre - livre das tradições, livre enquanto força de trabalho, livre para
construir a própria identidade. Este é o contexto que se pode designar como
sendo o do advento da subjetividade privatizada.6Historicamente, há a
superação da visão cosmo Centrica e teocêntrica de mundo, com a visão
antropocêntrica. Neste sentido, com o capitalismo o homem não se remete mais
ao exterior para se reconhecer: é sua eficiência, sua capacidade, sua produção
que vão validar sua existência. De acordo com Figueiredo (1991b, p.20), “desde
então, ser alguém pressupõe tornar-se alguém” (grifo do autor).
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humano, ou ainda, dar voz à vida e calar a razão, dar voz à experiência vivida
imediata e calar a experimentação controlada.
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século XIX. Em síntese, há necessidade de se conhecer o psiquismo para
controlá-lo. Eis aí a concepção de que o homem deve se adaptar ao seu meio.
Aqui encontramos escolas da Psicologia calcadas no modelo das Ciências
Naturais, com fundamentos na Matemática, na Biologia e na Fisiologia, sendo
sua maior expressão, na atualidade, o Behaviorismo.
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Com está breve reflexão, creio que se pode concluir que a contradição do
projeto da Psicologia reflete, em muito, as divergências teórico-metodológicas
das psicologias na atualidade, bem como a tentativa de vários autores da
Psicologia de buscarem sua unificação. Por outro lado, creio que é somente por
meio da reflexão sobre a História da Psicologia e suas implicações no plano das
práticas sociais que se pode não só responder à necessidade ou não de sua
unificação, como também entender a origem das divergências apontadas.
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Em nosso cotidiano, estamos habituados a pensar que o ser humano se
desenvolve por dois motivos: ou já nascem com um “destino traçado” e não
temos muita influência sobre seu desenvolvimento; ou os sujeitos vêm ao mundo
como uma “folha em branco” e, então, podemos ensinar-lhes nossos valores e
tudo aquilo que aprendemos em nossa vida.
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torto” nos mostram uma atitude de passividade diante do sucesso ou fracasso
das pessoas. Na escola, essas concepções podem ter consequências danosas.
Ou bem se aplaude o sucesso de alunos “peixinhos”, ou bem se cruzam os
braços para aqueles que fracassam.
Por outro lado, aqueles que acham que a criança nasce como uma “folha
em branco” muitas vezes usam abusivamente do poder para inculcar nela o
conhecimento. Assim, relações como as que ocorrem entre pais e filhos,
professores e alunos, podem se revestir de um poder muitas vezes
desmesurado. Dentro dessa perspectiva, as crianças têm poucas oportunidades
de se expressarem e pensarem livremente.
Nossa experiência prática nos permite educar e ensinar até certo ponto.
Entretanto, quando se trata de uma ação intencional exercida por profissionais
dentro da escola, há necessidade de uma maior clareza sobre os processos que
envolvem o ato de ensinar e aprender. E é disso que estamos tratando nesta
disciplina.
Nesta aula, portanto, faremos uma reflexão acerca dos diferentes fatores
que envolvem as relações entre o desenvolvimento pessoal e a participação em
práticas e atividades educativas. Situaremos as principais alternativas
conceituais em relação à temática, bem como apresentaremos conceitos básicos
de duas abordagens teóricas: a Teoria Inatista-maturacionista e o
Comportamentalismo.
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Rapidamente, as crianças começam a andar, a falar, a se organizar no
mundo e até mesmo a discutir ideias, a propor soluções para os problemas
práticos. Com o passar do tempo, essas crianças se tornam adolescentes e
transformam seus corpos e suas formas de pensar. Essas observações podem
nos parecer banais até certo ponto. No entanto, quando nos perguntamos o “por
quê” e o “como” essas mudanças ocorrem, as explicações para essas perguntas
não nos parecem tão simples assim.
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Vejamos, de forma mais aprofundada, de que maneira cada uma dessas
posições se organiza e quais fatores são considerados essenciais para o
desenvolvimento humano.
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concluíram que características psicológicas como o nível de inteligência e
habilidades de escrita, leitura, cálculo, entre outras, seriam transmitidas de pai
para filho através da herança biológica. O meio social e a educação, portanto,
cumpririam apenas o papel de impedir ou de deixar aflorar essas características.
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desenvolver a curiosidade, de aprender a investigar, a se expressar, teríamos o
oposto: as dificuldades seriam vistas como uma herança negativa, contra a qual
nada poderia ser feito.
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O PONTO DE VISTA DA TEORIA COMPORTAMENTALISTA
Essa perspectiva parte do princípio de que o ambiente e as experiências
são fatores determinantes do comportamento humano. O desenvolvimento seria
o resultado das múltiplas aprendizagens acumuladas durante a vida. John
Broadus Watson (1878-1958) foi o fundador do movimento comportamentalista
e definiu a Psicologia como um ramo objetivo e experimental das ciências
naturais. Para ele, embora o comportamento humano seja mais refinado, ele
pode ser explicado pelos mesmos princípios que o comportamento de qualquer
animal.
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que não é mais a “dona da rua”. Quando está prestes a ceder a liderança para o
Cebolinha, chega Renatinho se desculpando por não ter ido ao seu encontro.
Mônica percebe que ele está de mãos dadas com uma menininha: sua irmãzinha
caçula. Ela, então, compreende a provocação de Carminha e o final todos já
sabem... sobra pancadaria pro Cebolinha.
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A organização de atividades através de pequenos passos, a ideia de pré-
requisitos, o reforço dado pelas notas, pontos positivos, a distribuição de prêmios
para os alunos considerados exemplares, são princípios decorrentes dessa
abordagem.
AS TEORIAS PSICOGENÉTICAS
As Teorias Psicogenéticas adotam outra forma de pensar o
Desenvolvimento e a aprendizagem humana. Você deve estar se perguntando:
o que vem a ser essa teoria? É uma corrente de pensamento, dentro da
Psicologia, que estuda o desenvolvimento a partir de sua gênese, ou seja, de
sua origem. Ao contrário das correntes estudadas anteriormente, essas teorias
procuram fazer uma síntese crítica das posições firmadas pelas correntes
anteriores. Para elas, tanto os fatores internos, ligados à maturação dos
indivíduos, quanto os fatores externos, provenientes do ambiente, seriam
responsáveis pelo desenvolvimento e pela aprendizagem dos seres humanos.
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desenvolvimento sobre a aprendizagem, como na perspectiva inatista-
maturacionista. Entre eles, o desenvolvimento e a aprendizagem, há uma
relação dinâmica, e admite-se a preponderância de um dos processos sobre o
outro.
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• Mito do repasse de informações – Confundimos informação com
conhecimento. A informação é necessária, mas não é suficiente. Conhecer
demanda trabalho intelectual de reflexão sobre a realidade. Trata-se, portanto,
de selecionar, no acervo cultural, conhecimentos que respondam às
curiosidades das crianças e às necessidades sociais. Aprendemos para melhor
compreender a realidade que nos cerca.
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A segunda ideia que gostaríamos de destacar é a de uma concepção de
desenvolvimento que se faz por meio de rupturas e colisões (VYGOTSKY, 1993).
Essa segunda ideia tem consequências cruciais para a própria organização do
conhecimento a ser socializado.
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tempo; a aquisição do conhecimento não é uma simples questão de obtê-lo, mas
configura-se como um produto social.
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adquirem informações, mas ainda não aprofundaram os conceitos sobre o que
estão investigando. Assim, basta uma intervenção para que tudo aquilo que se
acumulou até aqui se veja novamente problematizado. Isso não significa
dificuldade, mas é parte do processo de aprender.
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realiza de forma perfeita, sem necessitar de ajuda. Esse aluno não existe, e, se
está existindo em nossa sala de aula, significa que o ensino que estamos
proporcionando é muito pouco desafiador. Os conhecimentos científicos a serem
apropriados pelo grupo de alunos demandam trabalho coletivo de discussão, de
experimentação, de observação, de sistematização. É nesse embate que as
soluções aparecem. É nesse embate que os próprios cientistas produzem novos
conhecimentos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, J. N. G. de; GOULART, Maria Inês Mafra. Psicologia Social –
Psicologia e Educação: universos em interação. Minas Gerais, Secretaria de
Estado da Educação. Veredas. Mod. 4, v. 1, Belo Horizonte: SEE-MG, 2003, p.
121 -152. (Coleção Veredas).
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LAVE, J.; WENGER, E. Situated Learning: Legitimate Peripheral
Participation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
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