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Introdução
Na disciplina de Psicologia Organizacional, do segundo período, estudamos
que cada indivíduo tem anseios e motivações próprios e que pelos estudos do
comportamento humano a geração de ideias ocorre de maneira inusitada. Neste
capítulo, você precisará da compreensão desses aspectos para entender melhor
o funcionamento da psique humana e conseguir estabelecer uma boa relação
entre esta e as abordagens recentes do processo criativo. Você precisará ser
curioso e estar disposto a identificar caminhos alternativos para a geração de
ideias criativas, assim compreenderá a importância da criatividade e conhecerá
as recentes abordagens do processo criativo.
Iniciaremos nossa disciplina pela compreensão do processo criativo, das
abordagens teóricas recentes sobre o assunto, da natureza e da lógica da criati-
vidade. É importante esse esclarecimento para que, enveredando-nos no mundo
da criatividade, possamos compreender como ela se manifesta e pode ser poten-
cializada individualmente. A partir do capítulo 4, estudaremos o seu desenvolvi-
mento no âmbito organizacional.
Saiba mais
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS
Identificação do problema ou da tarefa. Quando há um bom nível de moti-
1
vação intrínseca pela tarefa, as chances do engajamento são muito boas.
Preparação para a solução do problema. O desenvolvimento das habili-
2
dades de domínio é importante nessa fase.
Geração da resposta. Várias ideias são geradas como possibilidade de
3 resposta por meio do uso dos processos criativos relevantes e da moti-
vação intrínseca.
Comunicação e validação da resposta. O criador deve comunicar a sua
ideia. É importante a habilidade de domínio para avaliar a extensão
4
em que o produto ou resposta será criativo, útil e de valor para a aula,
conforme padrões estabelecidos pelo domínio.
Resultado. Baseado na avaliação do estágio anterior, pode-se alcançar a
5 resposta para o caso. Claro que ela pode ser completamente satisfatória,
parcialmente ou mesmo não corresponder.
Fonte: adaptado de Alencar e Fleith (2003)
Resumo
Na teoria do investimento, a criatividade resulta da convergência e da inter-
relação da inteligência, dos estilos individuais intelectuais, do conhecimento, da
Atividades
1. Criar é
a) elaborar algo inédito e de reconhecido valor.
b) conceber algo a partir da ideia de outra pessoa.
c) constituir algo novo que pode ou não ter seu valor reconhecido pelos
pares.
d) copiar.
PORQUE
Afirmação II: a criatividade é resultado da interação do criador com a sua
audiência. Ou seja, a criatividade não ocorre exclusivamente dentro do
indivíduo, mas é fruto da interação entre os pensamentos do indivíduo e o
contexto sociocultural.
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. S. de; FLEITH, Denise de S. Contribuições teóricas
recentes ao estudo da criatividade. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília: UnB,
v. 19, n. 1, jan./abr. 2003.
DE BONO, Edward. Criatividade levada a sério: como gerar ideias criativas
através do pensamento lateral. São Paulo: Pioneira, 1994.
Anotações
Introdução
Para melhor aproveitamento deste capítulo, sugiro que você leve em conside-
ração a teoria do investimento (convergência da inter-relação da inteligência, dos
estilos individuais intelectuais, do conhecimento, da personalidade, da motivação
e do contexto ambiental), a abordagem componencial (influência de fatores cogni-
tivos, motivacionais, sociais e de personalidade do processo criativo) e a abor-
dagem sistêmica (intersecção indivíduo-domínio-campo), ou seja, as influências e
os elementos que resultam na elaboração da criatividade. Com a revisão dessas
teorias vistas no capítulo anterior, você compreenderá os componentes do pensa-
mento criativo e os problemas que limitam o pensamento criativo, assim como iden-
tificará os fatores que interferem no nível de criatividade das pessoas e a impor-
tância de cada indivíduo buscar o desenvolvimento de seu potencial criativo.
Para começar, chamo sua atenção para o fato de que sonhar é salutar.
Sonhar é essencial. Sonhar é eficaz. Sonhar é viver. Com essas premissas, creio
que seja possível responder à pergunta do título deste capítulo. E acrescento:
nenhum grande projeto já desenvolvido pela humanidade começou pela raciona-
lização. Todos começam por meio das fantasias dos que se propuseram a pensar
diferente. Daqueles que não se permitiram continuar trilhando na cadência do
estabelecido, do formalizado, do certificado pelo status quo.
Vamos iniciar este capítulo conhecendo os componentes do processo criativo.
Saiba mais
Essa história pode parecer um exagero, alguém cotado para ser um faxi-
neiro se tornar um dos maiores distribuidores de alimentos do país. Digamos que
haja certa dose (apenas) de exagero, porque a capacidade criativa e empreen-
dedora do ser humano pode levá-lo a realizar proezas.
2.2 O ensino
Mesmo reconhecendo que o progresso é, em muitos casos, uma busca soli-
tária, é inegável que a presença da educação formal na vida das pessoas é (ou
deveria ser) um fator de desenvolvimento pessoal e profissional. Ocorre que muitos
estudiosos criticam o modelo de educação que prevalece em nossas escolas. Esse
modelo traz características que inibem o desenvolvimento do potencial criador
dos estudantes. Alencar (1996, p. 43) identifica oito traços presentes no ensino
que dificultam o desenvolvimento da criatividade nas escolas. Vejamos.
1. Ensino voltado para o passado, enfatizando-se, sobretudo a
reprodução e a memorização do conhecimento.
2. Prática de exercícios que só admitem uma única resposta,
cultivando-se em demasia o medo do erro e do fracasso.
3. Destaque à incompetência, ignorância e incapacidade do
aluno, deixando de assinalar o que cada um tem de melhor
em termos de talentos e habilidades.
4. Voltada unicamente para o conhecimento do mundo exterior,
pouco contribuindo para o autoconhecimento.
5. Desenvolvimento de um número muito limitado de habilidades
cognitivas.
6. Obediência, passividade, dependência e conformismo com
os traços mais cultivados.
7. Desconsideração da imaginação e da fantasia como dimen-
sões importantes da mente.
8. Descaso em cultivar uma visão otimista do futuro.
Mas não é justo depositar toda a culpa na escola. Há sim uma significa-
tiva e importante parcela que é intransferível: cada um de nós. Por isso os
diplomas, por si sós, não têm prerrogativa de modificar hábitos e conceitos
profundamente arraigados nas individualidades ao longo de suas existências.
Você concorda com isso?
Estudamos, até aqui, que absolutamente todos os seres humanos são seres
criativos. Todavia em alguns – mais ou bem mais do que em outros – a criativi-
dade brota de forma muito acentuada, o que lhes confere uma superior capa-
cidade de perceber e agir. Mas o que torna a criatividade opção de poucos?
Algumas questões podem limitar a pessoa a enveredar em busca do desconhe-
cido: medo, indagações existenciais, religião, dogmas, etc.
O medo pode ser considerado o senhor absoluto de todas as lendas e
preconceitos. Ele inibe o pensamento lógico.
Araújo Filho (2003, p. 52) afirma que “todo e qualquer dogma – religioso,
social, intelectual ou corporativo – é pernicioso ao desenvolvimento da arte de
pensar. É inibidor e algoz da criatividade”. Os dogmas podem congelar o pensa-
mento sob influência de circunstâncias e interesses específicos. Eles desprezam
qualquer intimidade com o raciocínio lógico. É crer ou não crer.
É por meio do conhecimento que procuramos racionalizar os contextos que
nos cercam e preparar o terreno para o cultivo produtivo de ações resultantes do
pensamento, do estudo e do desenvolvimento colocado em prática.
Ao libertarmo-nos dos medos infundados, teremos mais chances de alcan-
çarmos o sucesso. Uma formar de nos libertarmos do que nos impede dos medos
é procurar exercitar o pensamento. Vamos ver como isso funciona?
Resumo
A criatividade é um atributo de todos os seres humanos e o seu desenvolvi-
mento requer dedicação, determinação e busca permanente. Os componentes
do pensamento criativo são a fluência, a flexibilidade, a originalidade, a
elaboração e a sensibilidade para problemas; e a superação dos obstáculos é
Atividades
1. Sobre a fluência, um dos componentes do pensamento criativo, pode-se
afirmar que
PORQUE
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. A gerência da criatividade. São Paulo:
Makron Books, 1996.
ARAÚJO FILHO, Geraldo Ferreira. A criatividade corporativa na era dos resul-
tados. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2003.
PREDEBON, José. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
Criatividade individual
Introdução
Você compreenderá melhor o conteúdo deste capítulo se tiver assimilado o
conceito de criatividade, como ocorre o processo criativo e as características
da personalidade da pessoa criativa, conteúdos estudados nos capítulos 1
e 2, respectivamente. Por meio deles, identificará os momentos e as etapas
que compõem a produção criativa, pois agora, além de entender o processo
criativo, você conhecerá os atributos da personalidade da pessoa criativa.
Esse conhecimento ajudará você a identificar as necessidades de (auto) desen-
volvimento pessoal ou dos indivíduos que você lidera, compreender como
se dá o processo criativo, reconhecer os atributos da personalidade criativa
e entender como o ambiente de trabalho pode ser capaz de potencializar
a criatividade.
Neste capítulo, vamos conhecer como ocorre o processo de criação no
nível individual. O reconhecimento das fases do processo de criação pode
auxiliar no desenvolvimento da capacidade inventiva do indivíduo, uma vez
que compreenderá o instrumental necessário para a formulação das ideias/
produtos criativos.
Para que possamos utilizar plenamente as nossas potencialidades cria-
tivas, é importante cultivarmos alguns atributos de personalidade. Esses atri-
butos muitas vezes são menosprezados pelo sistema educacional e pela socie-
dade ocidental. Nossa personalidade é resultado da criação que recebemos
desde a infância. Contudo é possível promovermos mudanças na nossa forma
de agir e pensar de modo a fortalecer traços que favoreçam a potenciali-
dade criativa.
Veremos que existem muitas descrições sobre o processo criativo. Em 1902,
Poincaré distinguiu o processo criativo em três fases: preparação, amadureci-
mento das ideias e sua verificação. Recentemente, alguns autores sugeriram
o acréscimo de outra fase à etapa verificação: a comunicação dos resultados
obtidos (ALENCAR; FLEITH, 2004). Passemos, portanto, à compreensão de cada
uma dessas etapas.
3.1 A preparação
Na fase preparatória, a pessoa procura ler, anotar, questionar, colecionar e
explorar possíveis soluções. Nessa fase, também há a ponderação do que podem
representar as forças e as fraquezas do problema. Utilizando um exemplo dado
por Alencar e Fleith (2004), Repin, reconhecido pintor que compôs o quadro A
batalha da baixa Ucrânia, aprofundou seus conhecimentos sobre os dados histó-
ricos da época e chegou a surpreender os historiadores e os arqueólogos.
Todavia só conhecimento e técnica não são suficientes, é importante também
que a pessoa desenvolva habilidades associadas à criatividade, como a flexi-
bilidade, a originalidade, a sensibilidade para problemas e a imaginação
(ALENCAR; FLEITH, 2004). Assim o trabalho de preparação não se resume em
levantar e recolher dados relativos ao projeto ou ao problema. Dependendo do
que se busca, na natureza também se podem alcançar algumas explicações
que auxiliam no levantamento de informações para o objeto de estudo. Isso
pode ter ocorrido com os primeiros que idealizaram a construção do avião ao
observarem o voo dos pássaros e sua anatomia. O mesmo pode ter acontecido
com aqueles que imaginaram os submarinos, ao observarem como os peixes se
movimentam no fundo do mar.
Outros dois aspectos importantes devem ser levados em conta na fase da
preparação: tornar o estranho familiar e envolver a pessoa no trabalho. É neces-
sário libertar-se das ideias preconcebidas ou da visão estreita. Em muitos casos,
isso pode levar à distorção das dimensões do problema.
Von Oech citado por Alencar e Fleith (2004) sinaliza que, no ato da prepa-
ração, a pessoa deve procurar desempenhar o papel de explorador de ideias.
Por isso enfatiza que é importante a pessoa estar aberta a novas ideias, às expe-
riências, deve percorrer caminhos diferentes, quebrar a rotina, estar atento às
diferentes informações e não subestimar o óbvio. E, sempre, registrar as ideias.
Depois dessa fase, ocorre a iluminação. Vamos ver o que acontece?
Saiba mais
Se você ainda não viu, assista ao filme Uma mente brilhante, do diretor Ron
Howard. O filme é um drama intensamente humano, inspirado nos eventos
da vida de um gênio de verdade – o matemático John Forbes Nash Jr. Nasci-
do em uma família de classe média em uma pequena cidade de West Virgi-
nia, ele fascinou o mundo intelectual há mais de 50 anos com uma surpreen-
dente descoberta. Seu trabalho pioneiro sobre a “teoria do jogo” tornou-o o
astro da “Nova Matemática” na década de 50 – mas sua ascensão mudou
de rumo drasticamente quando seu brilhantismo intuitivo foi afetado pela es-
quizofrenia. Enfrentando desafios que destruíram muitas outras pessoas com
essa doença, John Nash lutou com a ajuda de sua devotada mulher, Alicia,
e, depois de décadas de dedicação, conseguiu superar a tragédia e chegou
até a receber o Prêmio Nobel de 1994. Lenda viva, o matemático continua
envolvido em seu trabalho até hoje. Para entendermos bem sobre os traços
da personalidade criativa, compare o desenrolar da trama que acontece no
filme com o que estamos trabalhando neste capítulo e observe se há diferen-
ça entre o que você viu na ficção e o que acontece na realidade.
3.4.5 Persistência
Persistência... ah! a persistência... O que seria da ciência se os grandes
estudiosos não tivessem essa característica?
O processo criativo pode ocorrer em um estalo de dedos, mas o período que
antecede o “eureca” pode, em muitos casos, demorar um longo período, seja na
preparação, seja na execução.
Para se ter uma ideia do quão importante é a persistência, Alencar (1996)
indica alguns exemplos a respeito do processo criativo de pessoas consi-
deradas altamente criativas em suas áreas. Esse estudo foi realizado pelo
Instituto de Avaliação e Pesquisa da Personalidade, ligado à Universidade da
Note que só ter capacidade de ter ideias não é o suficiente. Saber apre-
sentar essa ideia, ou seja, saber vendê-la é tão importante quanto.
Assim temos que a criatividade individual pode ser desenvolvida por meio
do reconhecimento das fases do processo e a consequente observância, bem
como pelo autodesenvolvimento dos traços da personalidade criativa.
Qual a importância da criatividade para as organizações? Imagino que
você deve ter respondido que é fundamental. É isso mesmo! A criatividade
qualifica os processos organizacionais e é um grande motor para a inovação.
Fomentá-la nas organizações é crucial para manter a competitividade. É o nosso
próximo assunto.
Resumo
Há várias etapas que compõem o processo criativo. A preparação refere-se
à fase de reflexão, pesquisa e cálculo. A segunda, o amadurecimento das ideias,
é inconsciente e iluminada. A última, a verificação das ideias e a comunicação
dos resultados obtidos, ocorre no encerramento do processo.
Os atributos que definem o perfil da personalidade de uma pessoa criativa
são: intenso envolvimento no trabalho realizado; atitude de otimismo aliada à
coragem para correr riscos; flexibilidade pessoal, abertura à experiência e tole-
rância à ambiguidade; autoconfiança e iniciativa (e acabativa); e persistência.
Atividades
1. Descreva detalhadamente as três etapas do processo criativo, indicadas no
quadro a seguir.
VERIFICAÇÃO E
MOMENTO DA
PREPARAÇÃO cOMuNIcAçãO DOs
IluMINAçãO
RESULTADOS
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. S. de. A gerência da criatividade. São Paulo: Makron
Books, 1996.
ALENCAR, Eunice M. L. S. de; FLEITH, Denise S. Criatividade: múltiplas perspectivas.
Brasília: UnB, 2004.
Anotações
Introdução
As constantes mudanças tecnológicas (novos dispositivos, programas mais
sofisticados, redes de comunicação que possibilitam a troca de informações
assincronicamente) modificaram e modificam o status quo das empresas. A
globalização, por exemplo, impactou sobremaneira a forma de fazer negócios.
Reconhecer a influência desses fenômenos e a crescente preocupação que as
organizações têm dado à criatividade é importante requisito para este capítulo.
Lembre-se de que você estudou sobre essas questões em gestão do conhe-
cimento na disciplina de Teoria e Gestão das Organizações. Dúvidas? Retome
os seus estudos, pois assim você identificará a importância da criatividade para
as organizações, seu conceito e os fatores que inibem a inovação nas empresas
e também reconhecerá a importância que a cultura organizacional tem para a
expressão criativa e os componentes que favorecem a criatividade.
A criatividade é um fenômeno complexo e multifacetado que envolve a inte-
ração dinâmica entre elementos relativos à pessoa e ao ambiente. Nas organi-
zações, essa premissa não foge à regra. Por isso as organizaçoes têm atribuído
importante papel para a criatividade com vistas a se tornar mais competitivas. É
o que você verá a seguir.
Frost citado por Alencar (1996) ressalta que as inovações necessitam de solo
fértil na organização para que sejam ajudadas a se movimentarem por meio
dela e ganhar o reconhecimento e a apreciação. Lembre-se de que a resistência
à mudança torna-se, nesse contexto, um significativo desafio. Assim o criador de
uma inovação técnica ou social deve estar ciente de que está adentrando por
águas desconhecidas e que, certamente, encontrará comentários conflitantes à
sua ideia. Outro ponto a ser destacado é a própria resistência à implementação
do produto. Será necessária grande energia do criador no processo de acei-
tação, pois a falha pode ameaçar a sua carreira.
Todo o processo de inovação deve ser intencional e visar a algum benefício –
individual ou de caráter econômico – que não necessariamente seja fruto de uma
absoluta novidade, mas que tenha relevância para o desempenho do trabalho
que a pessoa desenvolva.
Vejamos alguns exemplos de inovação no nível das organizações: um novo
produto para o mesmo mercado, um novo produto para um novo mercado, um
novo método de trabalho ou uma nova estrutura organizacional. As inovações
podem ser classificadas em natureza técnica (novo método de funcionamento
de um sistema técnico relacionado às atividades primárias) ou em caráter admi-
nistrativo (nova forma de recrutar pessoal, de alocar recursos, de premiar os
funcionários ou novo método de trabalho).
Motta e Caravantes (1979) classificam a inovação administrativa em três
categorias: o social, o técnico e o gerencial.
t Social: planejamento da inovação, mudanças intencionais são introdu-
zidas nos valores e nas normas da cultura organizacional com vistas a
Resumo
Os componentes básicos para o florescimento da criatividade nas empresas
são fundamentais. Há elementos que compõem o clima psicológico da empresa
e que favorecem a criatividade. Os que mais se destacam são: a autonomia, o
sistema de premiação dependente do desempenho, o apoio à criatividade, a
Atividades
1. O apoio da direção é fundamental para a expressão da criatividade.
Algumas diretrizes devem nortear o comportamento do líder. Entre elas,
podemos destacar
a) a filtragem das ideias produzidas pelos colaboradores.
b) a intolerância ao fracasso e o desencorajamento à experimentação e a
correr riscos.
c) o desencorajamento aos colaboradores realizarem um segundo trabalho.
d) a criação de espaço próprio para que os colaboradores expressem suas
opiniões.
são alguns dos desafios que as empresas enfrentam. Os gestores precisam criar
um ambiente favorável para a expressão da criatividade. Os colaboradores
devem se sentir motivados a dar novas ideias e a expressar suas opiniões.
Já na atividade 3, se você optou pela alternativa (d), acertou a questão, pois
das quatro afirmações, três são verdadeiras e a única que é falsa é a que afirma
que as inovações de caráter gerencial buscam o aperfeiçoamento da qualidade
dos produtos e a sua diversificação com vistas a manter o nível de competitivi-
dade, o que não é verdade, dado o fato de que a inovação gerencial busca o
aperfeiçoamento dos processos de gestão da organização. Já as alternativas
(a) e (b) estão erradas, pois indicam a única afirmação falsa; e a alternativa (c)
coloca como falsa a afirmação de forma equivocada.
Por fim, na atividade 4, a alternativa que você deve ter escolhido foi a letra
(b). A criatividade é uma questão de escolha e, ao nos libertamos dos medos
infundados, teremos mais chances de alcançarmos o sucesso porque o medo,
as indagações existenciais, a religião, os dogmas e outras questões inibem o
desenvolvimento criativo. Assim, as letras (a), (c) e (d) não atendem ao enun-
ciado da questão.
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. A gerência da criatividade. São Paulo:
Makron Books, 1996.
ARAÚJO FILHO, Geraldo Ferreira. A criatividade corporativa na era dos resul-
tados. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2003.
MOTTA, Paulo R.; CARAVANTES, Geraldo R. Planejamento organizacional:
dimensões sistêmicas gerenciais. Porto Alegre: Fundação para o Desenvolvimento
de Recursos Humanos, 1979.
Anotações
Desenvolvendo a criatividade
Introdução
É importante que você saiba sobre os atributos de uma personalidade cria-
tiva: intenso envolvimento no trabalho realizado; atitude de otimismo aliada
à coragem para correr riscos; flexibilidade pessoal, abertura à experiência
e tolerância à ambiguidade; autoconfiança, iniciativa (e acabativa) e persis-
tência. Estudamos sobre isso no capítulo anterior. Esses conhecimentos serão
úteis para que você identifique o que necessita ser trabalhado no indivíduo e o
que precisa ser superado para que a criatividade da pessoa não seja inibida.
Outro aspecto que você deverá saber é sobre os modelos de gestão atuais
para poder reconhecer facilmente qual o papel do líder na empresa. Por isso os
conceitos básicos de liderança e o domínio das funções do gestor, tratados nas
disciplinas de Teoria Geral das Organizações e de Introdução à Administração,
respectivamente, são relevantes para a aprendizagem deste capítulo. Assim será
fácil para você reconhecer os aspectos que inibem a expressão da criatividade e
conhecer os princípios da liderança de equipes criativas e as práticas gerenciais
que estimulam a criatividade.
d) Fomentar a complementaridade
É verdade que somos todos diferentes uns dos outros, mas é verdade
também que podemos nos completar, e o ambiente de trabalho pode
ser um local favorável para harmonizar a diversidade. Uma liderança
hábil é capaz de promover a complementaridade de modo a gerar
altos ganhos para a equipe e, consequentemente, para a organização.
A liderança de pessoas coloca o líder constantemente diante das ques-
tões relacionadas a problemas de relacionamento – em menor ou maior
grau. É preciso aprender a lidar com essas situações e gerar uma cons-
ciência de convivência.
h) Princípios da convivencialidade
A liderança poder ser otimizada pelo uso da convivencialidade, ou
seja, o cuidado em otimizar as relações entre as pessoas dentro das
organizações.
Como vimos, há uma série que questões a serem observadas pela lide-
rança para que, de fato, ela possa exercer uma gestão produtiva de
equipes criativas. Por meio dos princípios anteriormente trabalhados e
levando em conta a necessidade de promover um ambiente favorável
para a criatividade, o gestor precisará basear a sua ação em categorias
que auxiliem o seu trabalho. Veremos quais e o que são essas catego-
rias na seção subsequente.
Resumo
Há diferentes percepções acerca do que pode inibir o desenvolvimento da
criatividade, com destaque para a cultura da sociedade, para os bloqueios
mentais e para as barreiras perceptivas e emocionais. Os tipos de comporta-
mento contraproducentes para a expressão da criatividade são: acomodação,
miopia estratégica, imediatismo, pessimismo, insegurança, timidez, prudência,
desânimo e dispersão. Para a superação das dificuldades e dos bloqueios da
criatividade, o líder deve fundar a sua ação e a concepção dos programas de
treinamento em alguns princípios fundamentais, como: liderança com conheci-
mento e desapego, liderança mais construtiva que normativa, comunicabilidade
e a meta comum, complementaridade, qualidade pela quantidade, motivação,
democracia e convivencialidade.
As práticas gerenciais também podem estimular a criatividade e devem estar
assentadas em seis categorias: desafio, liberdade, recursos, características dos
grupos de trabalho, encorajamento pela supervisão e apoio organizacional.
Atividades
1. Construa um texto, de aproximadamente dez linhas, sobre a influência da
cultura da sociedade ocidental no desenvolvimento do potencial criativo dos
indivíduos, recorrendo aos conhecimentos que partilhamos neste capítulo e
a outras fontes que lhe sejam disponíveis.
a) Cultura da criatividade
b) Bloqueios da criatividade
c) Barreiras perceptuais
d) Barreiras emocionais
e) Defeitos que prejudicam a criatividade
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. A gerência da criatividade. São Paulo:
Makron Books, 1996.
Anotações
Implementação da
criatividade
Introdução
Neste capítulo, é importante que você relembre os aspectos que favorecem
a criatividade e os relacione ao processo criativo já trabalhado nesta disciplina.
Os atributos da personalidade criativa e os elementos de um ambiente incenti-
vador, tais como a liberdade, a autonomia e a ausência de censura são cruciais
para que você compreenda a base conceitual do pensamento lateral e entenda
os princípios para a implementação de programas de treinamento.
O conceito desenvolvido por Edward De Bono, psicólogo formado em
Oxford, que se interessou pelo estudo do pensamento não linear, ilógico, por
ele denominado de pensamento lateral, é o objeto de estudo deste capítulo.
Ressaltamos que a imaginação deve ser ativada em campos além dos problemas
que requerem solução e dos alvos do olhar questionador. As técnicas de ativação
da imaginação são verdadeiras massagens na dinâmica do pensamento.
b) A leitura treina a criatividade
A leitura é fonte de desenvolvimento da criatividade e o seu hábito requer
uma atitude diferente da encontrada em um leitor comum. É necessário
exercitar sua imaginação, desenvolver a chamada leitura receptiva/
ativa. Esse tipo de leitura requer um alto grau de concentração. A apren-
dizagem da concentração auxilia na capacidade de focar.
c) Desnotícia
Esse exercício é bem adequado para turmas que têm um bom nível de
escolaridade. Ele estimula a ginástica da mente criativa e é ideal para
interessados em administração e marketing.
Antes da execução do exercício, fornecemos um jornal ou revista para
cada participante. O enunciado é o seguinte: “Em um jornal ou revista,
escolha uma notícia ou manchete de notícia. Em até 20 linhas de texto,
você deve exercitar a sua criatividade reescrevendo-a. A seguir estão
cinco chaves que você poderá escolher para elaborar a sua redação:
1. deformar a notícia, sob a ótica de um comentarista parcial, escla-
c) Eventoinovador
Para a execução deste exercício, são necessários pelo menos 20 minutos.
Eventualmente, pode ser ampliado, a critério do professor e do detalha-
mento solicitado. É muito bom para finais de curso. Para iniciar o exer-
cício, distribuímos jornal ou revista para cada grupo. O enunciado é o
seguinte: “você e seu grupo vão se imaginar integrantes de uma empresa
ou organização e descriminá-la, antes de tudo. Após isso, criarão um
evento de fim de ano, com um tema e com as seguintes variáveis e propo-
sições: 1. o evento é de congraçamento interno, mas a critério de vocês
poderá ser estendido a amigos e clientes; 2. o desafio é ter um evento
criativo, inesquecível, sem que para isso seja preciso gastar uma fortuna,
levando todos a Paris ou dando prêmios caros; 3. examinar jornal ou
revista com a percepção ativada para necessidade de achar ideias para
a tarefa do evento – procurar matérias e anúncios que inspirem primeiro
a criação do tema e, depois, seu conteúdo; 4. achado o tema, criar um
nome para o evento. Em seguida, imaginar o que possa ser utilizado
como atração: números musicais, decoração, brincadeiras, etc.; 5. de
acordo com o tema e com as atrações, montar um cardápio criativo
para os comes-e-bebes e criar um modelo de convite não-convencional;
6. tudo o que for criado será descrito na apresentação e na defesa da
ideia, como se fosse feita para a diretoria, para conseguir aprovação
e verba; 7. tanto na criação do evento como na apresentação podem
ser acrescentados elementos enriquecedores não mencionados aqui. A
apresentação deve ser feita em, no máximo, cinco minutos”.
d) Publicoff
Exercício próprio para cursos de criatividade que focalizam pessoas
interessadas nas áreas de marketing e vendas. É uma atividade muito
divertida. O enunciado deve ser apresentado em transparência ou power
point e é o seguinte: “considere estes três públicos bem específicos:
1. ex-fumantes; 2. pessoas acima de 110 kg; 3. homoafetivos. Crie um
produto inovador para um desses públicos, depois descreva o produto,
batize-o e apresente ideias para a comercialização e a divulgação”.
Os exercícios foram apresentados por meio de duas modalidades de
exercícios: os informais e os formais. Cada modalidade tem a sua forma
de aplicação. Outro aspecto importante é que, a partir da experimen-
tação desses exercícios, é possível criar outros livremente.
Agora que conhecemos o que é pensamento lateral, vamos ver como
ele funciona na prática. No próximo capítulo, estudaremos sobre as
ferramentas para exercitar o pensamento lateral. Veremos as principais
técnicas de De Bono: os Seis Chapéus, a técnica da Pausa Criativa, o
Foco, a Provocação e a Colheita.
Resumo
O pensamento lateral é uma forma de solucionar problemas por métodos
não ortodoxos ou aparentemente ilógicos. Essa forma de solucionar problemas
por métodos não ortodoxos ou aparentemente ilógicos se inter-relaciona com
criatividade: um potencializa o outro. Os programas de treinamento precisam
ser planejados coerentemente levando-se em conta o seu público. Para uma boa
concepção, é necessário considerar princípios específicos (individual ou grupo). O
reconhecimento dos princípios auxilia no desenvolvimento do potencial criativo.
Outro fato interesse é como aplicar exercícios que contribuem para o desen-
volvimento da imaginação, da percepção e da criatividade. Cada um deles tem
uma função específica: alguns focam um público iniciante, outros um público
mais avançado. Assim é importante que haja uma clara definição dos objetivos
a serem alcançados para a definição da melhor estratégia.
Atividades
1. Explique o conceito de pensamento lateral com base na figura a seguir.
PORQUE
Afirmação II: esse tipo de pensamento não tem fundamentos formais e siste-
máticos para o desenvolvimento da criatividade.
Analisando as afirmações I e II, conclui-se que
a) as duas afirmações são falsas.
b) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
c) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
d) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.
EXERCÍCIO FINAlIDADE
( ) próprio para a área de marketing, pois o participante
a – Apresentação
exercitará a criação de um produto para um público
criativa
específico.
( ) adequado para início de cursos em que os participantes
b – Desnotícia não se conhecem, a sua dinâmica também favorece um
pequeno exercício de criatividade.
( ) indicado para turmas com bom nível de escolaridade,
c – Liganovação pois possibilita o exercício da mente criativa e é ideal
para a área de administração e marketing.
EXERCÍCIO FINAlIDADE
( ) recomendado para explorar a abertura da mente e a
d – Publicoff fluência; seu fundamento é levar o aluno a soltar a imagi-
nação e a criar o maior número de alternativas.
( ) próprio para pessoas interessadas na área de negócios
e – Fazendo
e marketing, pois explora a percepção direcionada aos
diferente
negócios.
Referências
DE BONO, Edward. Criatividade levada a sério: como gerar ideias criativas
através do pensamento lateral. São Paulo: Pioneira, 1994.
PREDEBON, José. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
Anotações
para o desenvolvimento
da criatividade
Introdução
Você precisa ter entendimento de que o pensamento lateral é um sistema
auto-organizável de informação, gerador de padrões não ortodoxos ou aparen-
temente ilógicos. Vimos isso no capítulo anterior. De Bono (1994) identifica
a existência de um tipo de raciocínio livre e sem censura. Toda organização
precisa constantemente de novas perspectivas para considerar seus desafios.
Logo a existência de talentos criativos constitui um diferencial competitivo para
alcançar os objetivos organizacionais. Aí reside a importância de você entender
as técnicas de desenvolvimento da criatividade criadas por De Bono e imple-
mentar as técnicas de desenvolvimento da criatividade criadas por ele.
Neste capítulo, conheceremos cinco técnicas simples, porém poderosas, de
implementação do pensamento lateral já testadas em organizações dos quatro
cantos do mundo. Essas técnicas foram retiradas do livro Criatividade levada
a sério: como gerar ideias criativas através do pensamento lateral, do autor
Edward De Bono, e têm grande potencial para o desenvolvimento da criativi-
dade. Começaremos com os Seis Chapéus.
como algo pode ser feito, busca benefícios baseados na lógica. Veja
alguns exemplos.
t Isso pode funcionar, se levarmos a produção para mais perto dos
clientes...
t O benefício virá da repetição das compras...
t O alto custo de energia fará com que todos fiquem mais eficientes
em seu uso...
O uso do chapéu preto é mais natural do que o amarelo, porque temos
a tendência de evitar erros que comprometem a sobrevivência. O uso
do chapéu amarelo exige um esforço deliberado e seus benefícios nem
sempre são imediatamente óbvios. Por isso é que as ideias criativas
precisam da atenção do chapéu amarelo.
e) Chapéu verde
O verde representa a vegetação, o crescimento. O chapéu verde é para
o pensamento criativo, para novas ideias, para alternativas adicionais.
Com esse chapéu, as pessoas colocam possibilidades e hipóteses e ele
requer um esforço criativo. Veja a seguir.
t Precisamos de algumas novas ideias aqui...
t Existem alternativas adicionais?
t Podemos fazer isso de outra maneira?
t Pode haver outra explicação?
O chapéu verde oferece tempo e espaço para o pensamento criativo,
mesmo que ele não ocorra. A intenção é provocar um esforço criativo.
f) Chapéu azul
O azul representa o céu, ou seja, uma visão geral. O chapéu azul
possibilita o controle dos processos, reflexão sobre os pensamentos que
estão sendo utilizados, estabelecimento de uma agenda para pensar,
sugestão do próximo passo. Esse chapéu pede outros chapéus, resumos,
conclusões e decisões.
t Temos passado tempo demais em busca de alguém a quem culpar.
t Podemos ter um resumo das suas ideias?
t Creio que devemos examinar as prioridades.
Devemos pensar com o chapéu verde, para ter algumas ideias novas.
Esse chapéu é geralmente usado pelo líder da reunião, embora outros
participantes também possam fazer uso dele.
Saiba mais
7.3 Foco
O foco é uma parte importante da criatividade, muito mais do que as pessoas
criativas imaginam.
O nome da ferramenta é Foco Simples. Destina-se a buscar pontos de foco
incomuns e despercebidos. Você está colando o selo em um envelope e decide
focalizar essa operação. Que novas ideias pode haver nela? Talvez um anúncio
ou uma mensagem de saúde no espaço aberto para colar o selo. Talvez outra
forma de colar o selo.
Você focaliza o processo de check-in na fila do aeroporto. Há espera na fila.
Como aquele tempo poderia ser usado de forma diferente? Para informação ou
para entretenimento?
Esses exemplos mostram que podemos focar em qualquer ponto. Na inter-
face ou na relação entre as coisas, na modificação de algo que facilite a sua
vida, na divisão de uma operação em pequenos passos, etc.
A Pausa Criativa e o Foco Simples não são a mesma coisa. A primeira
refere-se à disposição para fazer uma parada enquanto se pensa ou se discute
para prestar atenção criativa em algo. Já o Foco Simples é um esforço delibe-
rado para escolher um novo foco.
7.4 Provocação
Essa técnica tem tudo a ver com experimentos na mente. Com ela podemos
(por uns 30 segundos) ligar e desligar a loucura à nossa vontade. Inicialmente, a
provocação pode parecer uma abordagem de um franco atirador que diz qual-
quer coisa que vem à mente na esperança que seja útil. Ela é, na verdade, uma
necessidade lógica em qualquer sistema auto-organizável. Ela introduz instabili-
dade e permite que um novo estado estável seja atingido.
7.5 Colheita
O uso do pensamento criativo é como a colheita do fazendeiro. Ele semeia
o campo inteiro com os grãos, mas, no momento da colheita, ele se contenta
em colher somente um quarto do que foi plantado. O resto é desperdiçado. Isso
acontece com a nossa criatividade.
Assim como o foco, a colheita é uma das partes mais fracas do pensamento
criativo. Ambos parecem ser simples e diretos, por isso não prestamos muita
atenção a eles.
Na preparação para a criatividade, ocupamo-nos em obter a ideia nova,
melhor, vendável, prática. Logo que ela surge, ignoramos tudo o mais que acon-
teceu para se chegar àquela ideia.
Uma pessoa pode observar uma obra de arte e decidir se gosta ou não
dela. Sua perspectiva se modifica se ela fizer aulas de apreciação da arte.
Certamente, perceberá muito mais aspectos do que na primeira observação: a
composição, o trabalho com os pincéis, o uso de luz e de sombra, a escolha das
cores e assim por diante.
É por meio do treinamento que as pessoas podem notar melhor as coisas.
Sem ele, dificilmente conseguiremos ver o que está à nossa frente. Em uma
sessão de pensamento criativo, a lógica é a mesma: o treinamento possibilita a
colheita de melhor resultado.
h) Novos focos
Podem surgir novos focos criativos durante a sessão, decorrentes das
necessidades que foram levantadas. Registre-se o novo foco para que
seja retomado mais tarde.
i) Mudanças
Pode haver durante a sessão mudanças de pensamento, ou seja, novas
linhas podem se abrir.
j) Sabor
O último ponto da lista é o sabor relativo ao resultado global da sessão.
O valor da seleção do sabor é fruto de novas sessões que poderão
tentar desenvolver ideias diferentes. Deve existir apenas um sabor.
A técnica da colheita ajuda a valorizar cada nova ideia apresentada durante
uma sessão, seja ela uma reunião, uma oficina ou um curso. A sua aplicação
requer a observância de alguns pontos de controle. Esses pontos têm por fina-
lidade não desperdiçar o que surgir de novo ou de pertinente para o grupo de
pessoas envolvidas no processo ou na organização.
A partir do que estudamos neste capítulo, podemos perceber que as técnicas
têm aplicações distintas. Cada uma pode ser útil para buscar pontos comuns e
despercebidos ou para introduzir a instabilidade e um novo estado estável.
Resumo
As distintas técnicas apresentam suas peculiaridades. A técnica dos Seis
Chapéus ensina a trabalhar e a explorar ideias sob os mais variados ângulos.
O chapéu branco está ligado a dados e informações. O chapéu vermelho dá
permissão para que sejam expostos, sem desculpas, explicações ou justificativas,
sentimentos, intuições e palpites. O chapéu preto representa a cautela. Ele nos
impede de cometer erros, de fazer coisas tolas e de fazer coisas que sejam
ilegais. O chapéu amarelo é para expressar otimismo e visão lógica positiva
das coisas. Esse chapéu busca a viabilidade e como algo pode ser feito, ou seja,
busca benefícios baseados na lógica. O chapéu verde é para o pensamento
criativo, para novas ideias, para alternativas adicionais. Com esse chapéu, as
pessoas colocam possibilidades e hipóteses e ele requer um esforço criativo. O
chapéu azul faz o controle dos processos, refletimos sobre os pensamentos que
estão sendo utilizados, estabelecemos uma agenda para pensar, sugerimos o
próximo passo. Esse chapéu pede outros chapéus, resumos, conclusões e deci-
sões. A Pausa Criativa como um hábito auxilia de modo reflexivo ampliação da
compreensão do objeto analisado.
Vimos que o foco e a provocação são ferramentas que potencializam a
capacidade de gerar ideias sobre algo específico, amplo ou ilógico. A primeira
Atividades
1. Conforme vimos neste capítulo, a implementação do pensamento lateral
conta com técnicas, simples, mas de grande efeito, testadas em organiza-
ções do mundo inteiro e, com grande potencial para o desenvolvimento da
criatividade, entre elas a técnica dos Seis Chapéus. Seguindo essa trilha,
imagine que você está precisando encontrar uma solução para a rotina
de trabalho de abastecimento das gôndolas do supermercado que você
gerencia. Individualmente, exercite a técnica dos Seis Chapéus para encon-
trar alternativas para a solução desse problema.