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Profa. Dra.

Tatiana de Cassia Nakano


IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE

COMPREENSÕES SOBRE O CONCEITO

NÍVEIS DE CRIATIVIDADE

CRIATIVIDADE AO LONGO DA VIDA

PONTOS MODELOS TEÓRICOS

PRINCIPAIS CRIATIVIDADE NO CONTEXTO EDUCACIONAL

CRIATIVIDADE NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL

AVALIAÇÃO DA CRIATIVIDADE

MALEABILIDADE / ESTIMULAÇÃO

EXERCÍCIOS DE ESTIMULAÇÃO DA CRIATIVIDADE


A criatividade é reconhecida como uma das habilidades do século XXI, juntamente com
pensamento crítico, colaboração e comunicação (4C’s).
Altas habilidades/superdotação
• A criatividade também faz parte do fenômeno
da superdotação
• Ela representa um tipo específico de
superdotação, quando há a presença de um
nível elevado de criatividade

Presença de alta
criatividade, capacidade
Superdotação
de resolução de
produtivo-criativa
problemas e
originalidade
Definição AH/S Criatividade

Capacidade
intelectual Liderança
Alunos com altas habilidades / geral
superdotação são aqueles que
apresentam um alto potencial,
combinado ou isolado, nas áreas
intelectual, acadêmica, de
liderança e psicomotricidade, além Habilidades
de manifestar uma elevada Motivação
interpessoais
criatividade, um alto envolvimento
com a aprendizagem e também
com a realização de tarefas de seu
interesse
(MEC, 2010).
Processos Habilidades
emocionais Artísticas

Contextos
sociais
Essa definição tem guiado as
políticas públicas brasileiras
Na Psicologia Positiva

A criatividade é considerada
uma das 24 forças de caráter
(Oliveira, Nunes, Legal, &
Noronha, 2016)

Ela também é estudada como


construto separado

Se apresenta dentro do
conceito de flow (tomado
como um dos elementos que
compõem a Psicologia Positiva)
COMPREENSÕES SOBRE O CONCEITO
Diferentes compreensões históricas sobre
criatividade

DOM (PERTENCENTE A LOUCURA (O INDIVIDUO RELACIONADA SOMENTE A CARACTERÍSTICA QUE TEM


POUCAS PESSOAS, QUE CRIATIVO ERA ARTES E GRANDES GÊNIOS UM FUNDO GENÉTICO
TERIAM ESSA HABILIDADE CONSIDERADO DIFERENTE
MAIS DESENVOLVIDA QUE DOS DEMAIS E, POR ISSO,
OS DEMAIS) PERCEBIDO COMO UMA
AMEAÇA, SENDO ISOLADO
DA SOCIEDADE)
(Wechsler, 2008)
Consequentemente...

indivíduos nunca foram preparados para acreditar que


qualquer pessoa poderia ter algum tipo de criatividade

é comum ouvir, até hoje, frases do tipo: “Não nasci


criativo”

“Não tenho criatividade porque na minha família não


tem ninguém criativo”.
Como é...

DEDICAÇÃO ESFORÇO ENVOLVIMENTO TRABALHO PERSISTÊNCIA


PROLONGADO

98% DE TRANSPIRAÇÃO
E 2% DE INSPIRAÇÃO
(THOMAS EDISON)
Compreensões científicas sobre criatividade
potencial que se manifesta em condições e clima apropriado, possibilitando, a cada
indivíduo, a manifestação de sua expressão criativa (De la Torre, 2014).

capacidade relacionada à resolução de problemas (Sternberg & Lubart, 1996)

processo cognitivo que permite identificar as dificuldades, gerar múltiplas possibilidades


de resolução de um problema, testar hipóteses e comunicar os resultados (Torrance, 1966)

criação de um produto que seja novo e útil, definido dentro de um contexto social (Plucker,
Beghetto, & Daw, 2004).
Importante Todo ser humano é dotado
de potencial criativo, que se
desenvolve e se manisfesta
de acordo com a presença
de estímulos sociais e
pessoais Não é uma
Não se pode falar em “criatividade”, no característica do
tipo tudo ou nada
singular. Devemos falar em “criatividades”,
as quais podem se manifestar nos mais
diferentes domínios, tais como verbal,
corporal, motora, musical, científica, nos
desenhos, dentre inúmeras outras
possibilidades.
Pode, inclusive, ser
modificada por meio de Existe em diversos
programas de graus e sob
desenvolvimento e diversas formas
estimulação
desenvolvimento da criatividade na vida de uma pessoa, permitindo a classificação

dos vários níveis de expressão criativa e apontando os caminhos para seu

desenvolvimento.
Distribuição na população

Little-C Mini-C
Pro-C Big-C
Criatividade cotidiana, Envolve a novidade e
Criatividade manifesta Criatividade
envolvida em interpretações
em nível profissional eminente
atividades e envolvidas no
mas que ainda não (apresentada por
experiências diárias aprendizado e
atingiram status pessoas que
experiência
eminente alcançaram
reconhecimento
nacional ou
mundial)

Figura 6. Modelo dos 4C’s.


se encontraria presente em todas as pessoas

tipo de criatividade que permite resolver problemas do dia a dia

o valor das ideias relaciona-se diretamente com sua capacidade de


resolver aquele problema
Little c
se mostram satisfatórias para o próprio sujeito

desfazer a ideia de que somente poucas pessoas seriam criativas

incentivo nos diferentes ambientes


quando a pessoa decide ser criativa e começa a procurar formas para
incentivar a expressão da criatividade

busca por novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades


especializadas em alguma área de interesse

Mini c
o foco centra-se muito mais no processo de aquisição do que no julgamento
e/ou reconhecimento externo

quanto mais experiência e aprendizado o individuo conseguir, mais ele irá


caminhar em direção ao desenvolvimento da sua criatividade em níveis mais
elevados
alcançado pelos indivíduos que são bem-sucedidos como criadores profissionais

nível profissional de conhecimento de seu campo, mas que ainda não alcançaram
um nível de destaque

Pró c
a pessoa pode começar a ter algum ganho financeiro com suas atividades criativas

representa as ideias criativas que as pessoas têm e que, mais tarde, podem se
manifestar sob a forma de criações reconhecidas
nível em que a pessoa consegue fazer uma contribuição criativa importante para
uma área específica e passa a ser reconhecida

geralmente exige tempo e experiência

Big C
presente em um número reduzido de indivíduos, os quais obtêm destaque e
reconhecimento na sua área de atuação

mais comumente, o BIG-C é mensurado de maneira póstuma, tornando-se uma


medida menos útil na avaliação atual do talento criativo
alguns irão permanecer, a vida toda,
no nível do Little-C, usando sua
criatividade somente nos problemas
diários

desenvolver interesse por alguma área


específica, buscando aprendizado e
conhecimentos (Mini-C).

O processo
podem avançar, buscando experiência
e formação, atingindo o nível
profissional (Pro-C).

depois de anos de prática, ele pode


atingir o nível BIG-C, fazendo uma
contribuição importante para uma área
Criatividade ao longo do processo de
desenvolvimento
• diversos estudos têm sugerido a presença de fases de estabilidade e de
queda temporária na criatividade ao longo do desenvolvimento
• certas realizações criativas são mais comuns entre jovens, enquanto
outras ocorrem com maior frequência entre indivíduos mais velhos
• matemático, por exemplo, geralmente alcança sua melhor fase criativa
entre os 20 e 30 anos
• o físico, entre os 30 e 40 anos
• grandes obras filosóficas realizam-se, normalmente, em um momento
posterior da vida
• nos primeiros anos da vida adulta, a criatividade seria mais intensa,
marcada pela espontaneidade. Os criadores com mais de 40 anos, já
produzem obras mais reflexivas, baseadas na experiência subjetiva, sob
um ponto de vista introspectivo e nas experiências anteriores
(Candeias, 2008)
Períodos de declínio
Os vários declínios são explicados como reação a novas tensões
encontradas em cada novo estágio de desenvolvimento, ou ainda na
transição dos níveis educacionais. Usualmente ocorrem por ocasião:
• do ingresso no jardim de infância
• transição do ensino fundamental I para ensino fundamental II
• entre o ensino fundamental e o ensino médio
• entre infância e adolescência
5 a 6 anos

• devido a fatores ambientais, usualmente a entrada da criança


na escola
• passa a ser confrontada com um mundo estruturado, com
numerosas regras que guiam a aprendizagem
• fase de adaptação às normas e rotina escolares em detrimento
da sua criatividade
Fases de • Pressão exercida pelos pares estimulam a criança a se
conformar com as regras sociais, reprimindo sua originaliidade
queda criativa 9 e 10 anos

• passagem do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental


II
• salas de aula com maior número de alunos, maior número de
disciplinas escolares, maior número de professores
especialistas
• ampliação da capacidade de raciocínio lógico, ao invés das
capacidades criativas
• passagem dos “mais velhos” para os “mais novos”, diminuição
da afetividade da professora
13 anos

• período que corresponde à finalização do Ensino


Fundamental e preparação para o Ensino Médio
• adolescência (necessidade de uma nova adaptação, sendo tal
período marcado pela pressão dos pares, novos papéis,
conformismo social e do desenvolvimento de sua identidade)
• mudanças fisiológicas da puberdade
Fases de
Adulto
queda criativa • aumenta rapidamente com a idade até atingir o auge,
situado, em média, ao redor dos 40 anos
• depois a produtividade decai lentamente, aproximando-se no
fim da vida de um valor correspondente, em média, à metade
do nível alcançado anteriormente
• não se pode esquecer de obras importantes que foram
criadas no fim da vida de seus criadores, que se mostraram
muito produtivos nesse período
Modelo dos 4P’s

PESSOA PROCESSO PRODUTO AMBIENTE


CRIATIVA CRIATIVO CRIATIVO CRIATIVO
inclui estudos referentes às habilidades cognitivas, traços de
personalidade, motivação, estilos de aprendizagem e estilos de
criatividade

preocupação em compreender como se combinam


Pessoa criativa características cognitivas, motivacionais e de personalidade em
pessoas eminentemente criativas

conhecimento pode ser usado na elaboração de programas que


objetivam o desenvolvimento dessas habilidades, permitindo
ainda a descoberta de barreiras que impedem a sua expressão,
de forma a aumentar as possibilidades da manifestação criativa
em todos os indivíduos

(Lubart, 2007; Morais, 2001; Romo, 2008).


Algumas características comuns

Curiosidade Introversão
Abertura a experiência Insegurança
Originalidade Oscilação de humor
Intuição Ansiedade
Autonomia
Imaginação
Persistência
Motivação
Autoconfiança
procura descrever e explicar como ocorre a criatividade, seja em termos
qualitativos como quantitativos,

Processo toma etapas e processos, sobretudo cognitivos


criativo
engloba “estudos a respeito de operações e estratégias que a pessoa
utiliza para gerar e analisar ideias, resolver problemas, tomar decisões e
gerenciar seu pensamento durante o processo criativo”

(Alencar, Bruno-Faria, & Fleith, 2010 ; David, Nakano, Morais, & Primi, 2011)
estudos que consideram a especificação das características do produto criativo,
por quem e como este deve ser avaliado
Produto
criativo decorrente de influências cognitivas, motivacionais, de personalidade,
históricas/ecológicas, desenvolvimentais, biológicas/químicas e também do
acaso e da sorte

(Alencar et al., 2010 ; David, et al., 2011)


situações externas ao indivíduo e que, de algum modo, promovem ou inibem a
manifestação criativa
Ambiente
criativo apoio familiar, escolar e social têm demonstrado como imprescindíveis ao seu
suporte e mesmo estimulação

(Ferreira & Candeias, 2007; Nogueira & Bahia, 2007)


Modelos
Teóricos
• Guilford
• Torrance
• Amabile
• Csikszentmihalyi
J.P. Guilford
Estrutura do intelecto
“Pai” da pesquisa em criatividade

• Guilford inaugurou a pesquisa na área da criatividade ao tomar posse


como presidente da American Psychological Association em 1950.
• Na ocasião, desafiou os pesquisadores a investigar a criatividade,
apontando para a importância desse tema para o desenvolvimento
social e a falta de conhecimento a seu respeito.
• Esse discurso impactou psicólogos e educadores, gerando uma
explosão de pesquisas na temática nas décadas de 1059 e 1960.
• Propôs a diferenciação entre criatividade e inteligência

uma única
Pensamento
Inteligência resposta
convergente
correta

busca por
Pensamento
Criatividade diferentes
divergente
soluções

• Em seu modelo, propôs a possibilidade de mensurar, quantitativamente,


aspectos relacionados ao pensamento divergente sendo, por isso, considerado o
fundador da pesquisa moderna em criatividade.
Fluência Flexibilidade
(habilidade de gerar um grande (visualização de diferentes pontos
número de ideias) de vista)

Criatividade

Originalidade
Elaboração
(respostas incomuns, que vão além
(detalhamento das ideias)
do óbvio)
E. P. Torrance
• Seu modelo complementa o modelo proposto por Guilford, reconhecendo, além do
pensamento divergente (aspectos cognitivos), propondo a adição de componentes
emocionais.
• Seus testes têm sido os mais pesquisados e utilizados para avaliação do potencial
criativo, tendo sido traduzidos e adaptados para mais de 30 línguas.

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS
COGNITIVAS EMOCIONAIS
Combinações
Fluência Expressão de Emoção Títulos Expressivos
Flexibilidade Fantasia Riqueza de Imagens
Elaboração Movimento Humor
Originalidade Perspectiva Incomum Colorido de Imagens
Perspectiva Interna Resistência ao fechamento
Uso de Contexto

(Wechsler & Nakano, 2020)


Criatividade segundo Torrance
• A criatividade pode ser definida como um processo que abrange diferentes
etapas: percepção de lacunas em algum tipo de informação, a identificação de
soluções para essas lacunas e a quebra de barreiras. Tais aspectos serviriam de
estímulo para experimentar novas hipóteses, quebrar os padrões e promover
mudanças.
• A criatividade é vista como um processo e não como algo estático. Esse tipo de
compreensão implica que ela pode ser modificada ou desenvolvida durante a
vida, nos mais diferentes ambientes.
• Ele defendia a ideia de que todos os indivíduos possuem potencial criativo,
reconhecendo suas diferentes formas de expressão (verbal, figural, musical,
corporal, dentre outras).
• Também reconhecia a importância de estratégias criativas serem incentivadas
nas escolas, independente do nível educacional, a fim de que essa habilidade
possa ser desenvolvida desde os anos escolares iniciais.
(Wechsler & Nakano, 2020)
T. Amabile
Modelo Componencial da
Criatividade
nível de conhecimento em uma determinada
• Seus estudos sobre criatividade área, o qual pode ser adquirido por meio de
tiveram início na década de 1970 e educação formal e informal, bem como
buscaram explicar como fatores experiência

cognitivos, motivacionais, sociais e Habilidades de


de personalidade influenciam o domínio
processo criativo.
• Nesse sentido, compreender a
criatividade sob uma perspectiva
social e não apenas individual foi
seu foco. Processos
criativos Motivação
• Seu modelo envolve três relevantes
componentes que interagem entre
si:
habilidade de se concentrar por longos o elemento mais
períodos de tempo, dedicação ao trabalho, importante visto que
alto nível de energia, persistência perante nada pode compensar a
dificuldades falta de motivação
M.
Csikszentmihalyi
Modelo sistêmico de criatividade
• Define a criatividade como um
fenômeno sistêmico, resultado
da interação entre indivíduo,
audiência e contexto social.
• Não há dúvidas de que o sujeito
Domínio
é o agente, mas o produto
criativo sofre interferências
externas, como a sociedade e
cultura.
• O contexto assume papel
essencial visto que a produção
criativa do sujeito será avaliada Pessoa Campo
pelos pares. Ele depende dos
outros para ter seu trabalho
reconhecido como criativo.

(Neves-Pereira & Fleith, 2020)


1. Campo
• O campo representa os pares, em geral ou especialistas em algum
domínio que selecionam e julgam o que é produzido pelos sujeitos.
• Inicialmente é composto pela família, parentes e amigos, instituições
educacionais e, posteriormente, colegas de trabalho, líderes,
formadores de opinião.
• O campo formado por especialistas é uma instância social que define o
que é criativo ou não em uma determinada área.
• Há momentos, no entanto, que o campo cometeu enganos notórios. Um
exemplo clássico é a história de Van Gogh, que teve sua obra ignorada
durante a vida devido a dificuldades dos especialistas em compreendê-
la em seu período histórico.

(Neves-Pereira & Fleith, 2020)


2. Pessoa
• É a pessoa que vai trazer para o campo as influências recebidas no
domínio, sob a forma de produtos novos.
• Esse potencial criador é favorecido quando: há acesso a muitas fontes de
informação, interesse e curiosidade são incentivados, um ambiente que
encoraje e promova oportunidades.
• Altas expectativas podem influenciar positivamente o desempenho do
indivíduo, mas expectativas irrealistas podem prejudicar o envolvimento
da pessoa em uma tarefa.
• A exposição precoce e oportunidades também são fatores importantes
para o desenvolvimento da criatividade.

(Neves-Pereira & Fleith, 2020)


3. Domínio

• É composto pelo contexto sociocultural que vivemos.


• O domínio cria, preserva, inspira e garante a transmissão de conhecimento
de geração para geração.
• Para que o ato criativo ocorra, uma série de práticas, crenças e valores
devem ser transmitidos do domínio para ele.
• Por meio dessas informações, o indivíduo pode produzir algo novo.

(Neves-Pereira & Fleith, 2020)


Considerando-se a
importância da
criatividade, como
ela se apresenta no
ambiente escolar?
Criatividade no contexto educacional
• Se pensarmos que uma das metas da educação deve envolver o
desenvolvimento de uma atitude inovadora e crítica frente ao
conhecimento, entenderemos a importância da criatividade na
escola:

Aumento da
Estímulo à
Facilitar Enriquecimento de motivação e
curiosidade e
transformações competências envolvimento na
exploração
tarefa

Raciocinar de
Geração de novas forma
ideias independente,
original e eficaz
Variáveis que afetam a criatividade na escola
Característica e Baixas expectativas em relação ao
comportamentos potencial criativo do aluno
do professor

Medo de errar e de
fracassar, medo da crítica,
Clima psicológico Influência dos
atitude negativa em
na sala de aula pares
relação ao arriscar

Reduzido espaço para a Objetivos Desconhecimento de métodos e


fantasia, imaginação e ideias Métodos de ensino educacionais técnicas que favorecem a
diferentes propostos produção de novas ideias
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)

Essas características propõem


o desenvolvimento do aluno
enquanto um cidadão
completo, emocionalmente
preparado para ter sucesso
tanto nas relações pessoais
quanto nas habilidades
profissionais.
Situação atual

• Apesar das pesquisas demonstrarem que a criatividade é


determinante para o sucesso e qualidade da
aprendizagem, pouco se faz para sua promoção nesse
contexto.
• Há a necessidade de compreender a criatividade como
uma habilidade que pode ser desenvolvida
• Muitas das práticas vigentes tendem a reduzir a
criatividade dos alunos, para um nível abaixo do seu real
potencial, levando-o a se perceber como pouco criativo, a
cultivar bloqueios que geram insegurança e diminuem a
autoconfiança
• Como resultado, desperdício de talentos e de potencial
Perfil do aluno criativo
• Facilidade em identificar problemas e redefini-los de maneira original
• Preferem propor ideias e soluções criativas do que seguir regras e normas (independência
de pensamento)
• Grande capacidade de imaginação
• Curiosidade intelectual, abertura a experiência, perseverança e flexibilidade
• Inconformismo
• Facilidade para aprender coisas novas
• Apresentam segurança e confiança em sua capacidade, podendo arriscar-se a buscar novas
respostas
• Entusiasmo na busca de soluções diferentes e não convencionais
• Resistentes à crítica e tolerantes à frustração
• Motivação intrínseca na produção de trabalhos e estabelecimento de metas
• Facilidade em considerar diferentes pontos de vista e ideias, analisando todas com
profundidade
Perfil do professor criativo
• Estimulam e recompensam a curiosidade e exploração de problemas
• Cria condições motivacionais para a expressão criativa
• Promove confiança e capacidade de correr risco
• Oferece tarefas e atividades de interesse dos alunos
• Criar um clima que favorece as ideias originais e não convencionais na solução de
problemas
• Ensina os alunos a tolerar a ambiguidade, os erros e identificar e superar obstáculos
• Incentiva a autonomia, evitando controle excessivo e respeitando a individualidade
• Valoriza todos os tipos de resposta, se, inibir o pensamento criativo
• Proporciona espaço para fomentar o pensamento, intercâmbio de ideias e aprender
com a experiência
Principais dificuldades

• Ênfase na reprodução do
conhecimento e memorização,
dicotomia certo-errado, uma única
resposta correta, erro como sinônimo
de fracasso
• Dentre as características criativas,
destacam-se algumas indesejadas e
punidas pelos professores
(questionamento, divergência do
tradicional, tendência a correr riscos).
Valorização do estudante obediente,
padrão, conformista e sociável)
Ênfase no
pensamento
convergente e
lógico

Valorização da
Conformismo
resposta correta

Fatores inibidores do
potencial criativo na escola Qualquer desvio à
norma é mal aceito

Supervisão e
Falta de espaço e
avaliação
de tempo
constantes

Comparação e
competição
Principais dificuldades segundo os professores
• Alunos com dificuldades de aprendizagem em sala de aula
• Timidez e cansaço dos alunos, especialmente os do período
noturno
• Desmotivação e desinteresse do aluno pelo conteúdo
ministrado
• Elevado número de alunos em sala de aula
• Dificuldade de manter a atenção dos alunos
• Resistência à mudança
• Programas de disciplinas rígidos e pouco adequados para
trabalhar a criatividade do aluno
• Dificuldades relacionadas à lacunas na sua formação
Exemplos

PROFESSOR FACILITADOR DA CRIATIVIDADE PROFESSOR INIBIDOR DA CRIATIVIDADE


• “No meu entendimento, esse professor, ainda que
• “O professor que mais ofereceu condição para o muito inteligente, era muito arrogante. Sempre
desenvolvimento e expressão de minha tive ‘medo’ de fazer uma pergunta”
criatividade é uma pessoa muito educada e que
• “O professor ficou preso às transparências, não
se preocupa com os alunos; ele procura fazer
ofereceu nenhuma atividade complementar”
com que os alunos se interessem mais pela aula,
está sempre sorrindo” • “Apesar de profundo conhecedor na sua área, não
• “O professor se expressou com clareza, me fez estimulava questões e debates”
interessar pela matéria e aprender”

(Santeiro, Santeiro, & Andrade, 2004)


Criatividade no ensino superior
“Na sala de aula as coisas são passadas e a gente é obrigado a ficar sentado e só ver
aquela explicação, e você não tem a oportunidade de fazer nada diferente”

“O universitário não tem oportunidade de experimentar, de ousar”

“os professores parecem que acham que os alunos só têm a matéria que eles estão
ensinando, se empolgam e passam mil coisas para o aluno fazer. Em vez disso ajudar,
atrapalha, pois os alunos não têm tempo para pensar algo diferente, não tem tempo
para criar”

“Não há motivação, o professor não pergunta: você tem alguma ideia melhor sobre
isso? O ensino é unidirecional e o professor pode até ficar ofendido se você der uma
opinião para ele”

(Alencar & Fleith, 2001)


(David, Nakano, Morais, & Primi, 2011)
Em geral, a criatividade não é Fica restrita a momentos e aulas
É no ensino superior onde
entendida como conteúdo específicas. Necessidade de que
menos se fala e pensa sobre
Criatividade
criatividade
específico e passível de
desenvolvimento.
ela seja incorporada no processo
educativo.

no ensino A ideia é que os alunos possam


superior
Isso implica promover atitudes
que estimulem a curiosidade,
promovam a sensibilidade diante
Quanto mais precoce a
exposição do indivíduo ao
ambiente criativo acontecer,
ver, na universidade, um espaço
para o desenvolvimento de sua
criatividade e suas
dos problemas e favoreçam a maiores serão as suas
potencialidades, preparando-os
originalidade na solução de oportunidades de desenvolver a
melhor para o ingresso no
problemas criatividade.
mercado de trabalho.
Na prática
• A criatividade raramente é incluída nos plano de disciplinas,
como um objetivo explícito a ser alcançado.
• Os estudantes universitários consideram que há pouco
incentivo a distintos aspectos da criatividade por parte de
seus professores
• Os alunos dos primeiros semestres avaliaram os seus
professores como promovendo melhores condições à
expressão da criatividade, comparativamente aos dos
últimos semestres
• Os universitários percebiam, de modo geral, os seus
professores como pouco ou muito pouco criativos.
Mudanças necessárias
• O professor universitário deve estar mais atento ao
desenvolvimento da capacidade do futuro profissional de pensar
de forma criativa e inovadora, algo indispensável neste momento
da História marcado pela mudança, pela incerteza.
• Isto exige novas práticas de ensino, constituindo-se no desafio aos
educadores de passarem a exercer o papel de catalisadores do
potencial criativo de cada aluno.
• Esta nova postura certamente resultaria em um menor
desperdício de talento e potencial humano, como vem ocorrendo
devido as possibilidades limitadas oferecidas ao desenvolvimento
e expressão da criatividade no ambiente universitário.
• A expressão criativa na aprendizagem pode favorecer vivências de
satisfação e realização pessoal, promover a saúde, possibilitando
um posicionamento criativo diante da própria vida

(Alencar, 1997; Amaral & Martinéz, 2006)


Superdotação criativa na escola
• A presença de alunos com características singulares preocupa os
professores por não conhecerem a necessidade especial que esse aluno
apresenta

Habilidades
Originalidade na Originalidade na
Curiosidade específicas de Ideias inusitadas e
resolução de formulação de
aguçada destaque (artes, diferentes
problemas respostas
música)

• As práticas ofertadas pela escola, além de inibirem os alunos com alto


potencial, muitas vezes os deixam desmotivados com o ensino. Tal situação
causa frustração nos alunos e professores.
Mudança de perspectiva do professor
• Encoraje os alunos a realizarem projetos pessoais como meio de reconhecer seus
talentos e habilidades
• Estimule-os a serem questionadores
• Permita que os alunos tenham ideias diferentes das suas
• Proporcione oportunidade de exploração do ambiente, saindo, sempre que
possível, do espaço físico limitado da sala de aula
• Dê chance aos alunos para levantarem questões e testarem suas hipóteses, por
mais inadequadas ou absurdas que pareçam em um primeiro momento
• Estimule a curiosidade para saber e desestimule a memorização
• Faça com que os alunos busquem as respostas aos problemas
• Diversifique as possibilidades de realizar uma atividade
• Utilizar exercícios que encorajem os alunos a serem originais em suas
respostas
• Ensine os alunos a reverem, refinarem e melhorarem suas ideias
criativas
• Acentuar o que cada aluno tem de melhor, valorizando suas habilidades
e pontos fortes
• Desenvolver atividades que requeiram iniciativa e independência
• Fazer perguntas desafiadoras, que motivem os alunos a pensar
• Dar chance para os alunos discordarem do seu ponto de vista
• Diversificar as metodologias de ensino utilizadas em sala de aula
• Expor somente críticas construtivas
E como fazer isso na prática?
• Elaboração de atividades que envolvam diferentes interesses e que atenda
aos diversos estilos de aprender

Tema: Globalização

Elaboração de uma Abordagem do Apontar pontos Busca por músicas


Busca por notícias
carta aos tema por meio de positivos e que abordem a
atuais
dirigentes uma encenação negativos temática
De forma interdisciplinar
Matemática: calcular o

Tema: globalização
impacto na economia

Português: principais
notícias veiculadas na mídia
nacional e internacional

Artes: dramatização,
elaboração de maquetes

Biologia: impacto no meio


ambiente

Física: impacto nas


condições climáticas
Importante....

• Deve ser estimulada em outros contextos


educacionais não formais (entidades
assistenciais, ONGs, brinquedotecas,
centros comunitários, dentre outros)
Mitos associados à criatividade

“Eu não me acho uma pessoa muito criativa. Eu não tenho muitas
soluções para um problema, por exemplo. Se há um problema, as
minhas soluções são as mais conservadoras possíveis. Mas eu tenho
amigos que têm várias alternativas. Eles já são assim e sempre foram
assim. Eu não nasci com isso”

(Fleith &Alencar, 2007, p. 155)


• 333 respostas
Bloqueios à criatividade
• Com frequência professores se perguntam: Por que alunos
manifestam altos índices de criatividade em alguns momentos e, em
outros momentos, param de ter ideias criativas e originais, entrando
em períodos marcados pela falta de criatividade?

Bloqueios Bloqueios Bloqueios Bloqueios


cognitivos emocionais atitudinais ambientais
Eu seria mais criativo se....
Tivesse menos medo de errar

Não tivesse tanto receio do que as pessoas irão pensar de mim

Acreditasse mais em mim

Confiasse mais no meu potencial e na minha capacidade

Não considerasse as minhas ideias inferiores às das outras pessoas

Fosse menos insegura e medrosa

(Alencar, 2001)
Bloqueios cognitivos
• Dificuldades para isolar um problema: algumas vezes se foca
tanto em um aspecto concreto do problema que não consegue
ver todo o conjunto
• Limitação do problema: quando presta pouca atenção ao
contexto que cerca o problema, limitando as possibilidades de
solução
• Dificuldade para perceber relações remotas: incapacidade de
perceber conexões entre diferentes elementos de um problema
• Achar que sabe tudo: se faz necessário que os alunos questionem
o conhecido para conhecer novos enfoques
• Rigidez perceptiva: bloqueia a busca de soluções diferentes
quando se centra somente em uma linha de pensamento
Bloqueios emocionais
• Insegurança: a pessoa criativa não tem medo do desconhecido e
assume o risco de lidar com situações inseguras
• Medo de estar errado ou ser ridicularizado: os que temem
demais podem limitar suas ideias criativas com medo do
fracasso
• Apegar-se às primeiras ideias: aceitar a primeira ideia sem
compará-la com outras possibilidades
• Desejo de vencer rapidamente: a criatividade precisa de
paciência e persistência
• Alterações emocionais como medo, angústia, desconfiança
podem bloquear a criatividade, impedindo a espontaneidade
“Eu nasci desse jeito, e não adianta
tentar”
• Falta de motivação

“Eu não tenho a menor criatividade”


Bloqueios atitudinais
• Excesso de certeza: ausência de questionamento sobre as
próprias ideias, rigidez nas respostas durante o processo de
resolução de problemas
• Evitar frustrações: desistir quando surgem obstáculos
• Rigidez perante o desconhecido: ênfase em formas
tradicionais de fazer as coisas
• Ausência de fantasia: valorizar em excesso o “mundo real”
• Medo do desconhecido
• Necessidade de equilíbrio: não tolerar desordem, confusão
ou ambiguidade
• Falta de firmeza para defender suas próprias ideias
Bloqueios ambientais
• Supervalorização da inteligência: valorização da lógica e
objetividade na sociedade e escola
• Regras de conduta: pressão para que todos sigam as
normas de comportamento e as aceitem
• Altas expectativas: valoriza o acerto como única meta
escolar, minimizando a importância da flexibilidade e
abertura mental que são importantes para a
criatividade
• Autoritarismo: favorecem a rigidez e impedem a
criatividade
Avaliação da criatividade
• O período de maior interesse na avaliação da
criatividade se dá nas décadas de 1960 e 1970
nos Estados Unidos
• Na Espanha, essa preocupação se introduz com
um atraso de vinte anos, ocorrendo por volta da
década de 1980
• No Brasil, o primeiro teste publicado específico
para avaliação da criatividade foi a adaptação
brasileira dos testes de Torrance, feita por
Wechsler em 2004
Vantagens da avaliação da criatividade
• ajudar no reconhecimento e • favorecer que a criatividade saia do nível do
desenvolvimento de talentos individuais; mistério e superstição;
• ampliar o conhecimento sobre a natureza e • oferecer conhecimentos que facilitem o
o desenvolvimento da criatividade; avanço da teoria e da pesquisa em criatividade
• oferecer informações que podem ser • compreender e predizer a produtividade de
utilizadas no planejamento de professores pessoas no trabalho
interessados em programas para estímulo • descobrir diferentes maneiras com que as
da criatividade; pessoas demonstram os seus talentos
• possibilitar pesquisas que comparem o • Conhecer os elementos ambientais que
efeito de técnicas criativas em situações de facilitam ou impedem o desenvolvimento de
pré e pós-participação em programa de potenciais criativos
treinamento;

(Puccio & Murdock, 1999; Treffinger, 1995).


Formal
• utilizam instrumentos padronizados, geralmente testes, escalas de avaliação
ou questionário, aplicados individualmente ou de forma coletiva
• As respostas dos sujeitos são avaliadas e dão origem a um resultado que é
interpretado e comunicado ao individuo

Informal
Avaliação
• podem ser realizados a qualquer tempo e em qualquer lugar onde a
observação dos comportamentos do sujeito sejam possíveis de serem
realizadas
• procedimento mais livre que pode ocorrer, por exemplo, no ambiente
escolar, durante as atividades em sala de aula, nas observações durante os
períodos livres (tais como intervalos, horário de almoço)
Qualitativa
• análise de biografias de pessoas que tiveram grande destaque social e que de
alguma forma contribuíram para alguma área, recebendo reconhecimento público
pelo seu feito
• observações, entrevistas livres, situações problemas, modelos de resolução de
problemas e análise da produção
Avaliação
Quantitativa
• realizada por meio do uso de instrumentos validados e precisos
• critério padronizado de avaliação que usualmente envolve a comparação do
indivíduo com outros
Mais utilizados Fornece dados para modificações no currículo,
implementação de técnicas para melhorar as
habilidades criativas relevantes nesse contexto

TESTE DE PENSAMENTO
DIVERGENTE

Atividades envolvendo resposta aberta e produção


divergente de respostas. Usualmente recorrem a Avalia a criatividade por meio da capacidade de
critérios de avaliação como fluência, flexibilidade, gerar diferentes respostas possíveis para
originalidade e elaboração questões pouco estruturadas.
Comumente realizado Situação de
por professores e juízes, classificação, admissão
Julgamento de produtos familiarizados com a ou identificação (por
tarefa, que avaliam o exemplo, de
produto criativo superdotados)
Usualmente utilizadas para capturar aspectos da
personalidade relacionados à criatividade, investigação
O sujeito deve expressar seu grau de concordância ou
de estilos criativos (como as pessoas usam sua
discordância com o conteúdo dos itens
criatividade), autoeficácia criativa (crença sobre sua
própria criatividade) e comportamentos criativos

INVENTÁRIO DE ATITUDES E
INTERESSES

Neste tipo de avaliação são apresentados ao sujeito itens Pode ser usado para o desenvolvimento e
muito diversificados. Frases como gosto de inventar orientação dos alunos
coisas, tenho sentido de humor, sonho acordado com
problemas difíceis ou gostaria de ser artista
Na maioria dos casos dos
inventários, itens envolvendo
características como a
INVENTÁRIOS DE autoconfiança, originalidade,
PERSONALIDADE persistência ou individualismo
são apresentados ao sujeito
para este se identificar face a
cada um deles.
INVENTÁRIOS BIOGRÁFICOS

Com estes inventários pretende-


se identificar acontecimentos
passados, acontecimentos esses
supostamente determinantes da
criatividade atual do indivíduo.
AVALIAÇÃO POR
PROFESSRES, PARES E
SUPERVISORES

Este tipo de avaliação valoriza o


conhecimento que pessoas
próximas ao sujeito a avaliar têm
acerca deste.
indicação de
atividades criativas
que o mesmo realizou
tem a vantagem de
ou a autopercepção
tentar medir
de criatividade, com
manifestações
AUTO-AVALIAÇÃO DE domínios artísticos ou
criativas e não só
REALIZAÇÕES científicos e,
potencialidades, mas
CRIATIVAS geralmente, implicam
com a desvantagem
o seu reconhecimento
de uma veracidade
público analisando-se
questionável
o número de prêmios,
publicações,
exposições.
Estudo de indivíduos
estudos biográficos de figuras
históricas

eminentes
procedimento de avaliação
apenas dirigido a sujeitos
altamente criativos

tenta encontrar características


hipoteticamente determinantes
da sua criatividade
Instrumentos disponíveis no
Brasil
OBJETIVO

Avaliar a criatividade figural em crianças.

PÚBLICO-ALVO

Estudantes do 2º ao 9º ano do Ensino fundamental

DESCRIÇÃO

Instrumento composto por três atividades que devem ser respondidas sob a forma de
desenhos, a partir de estímulos pouco definidos. Permite a avaliação da criatividade figural, por
meio da pontuação de 12 características criativas, permitindo uma avaliação global da
criatividade e avaliações de características mais e menos desenvolvidas no indivíduo.

INTERPRETAÇÃO
Fator emocional, Fator enriquecimento de ideias, Fator cognitivo, Fator preparação criativa
Alguns exemplos de respostas mais comuns
Respostas criativas
OBJETIVO
Avaliar as maneiras preferenciais de pensar e criar

DESCRIÇÃO
100 frases para serem respondidas dentro de uma escala likert de 5 pontos (concordo a
discordo)

CLASSIFICAÇÃO
Cauteloso-refllexivo
Emocional-intuitivo
Inconformista-transformador
Logico-objetivo
Relacional-divergente
DESCRIÇÃO
Composto por 3 atividades para serem respondidas sob a forma de desenhos

PÚBLICO-ALVO
Adolescentes e adultos a partir de 15 anos

INTERPRETAÇÃO
Índice Criativo Figural 1 (aspectos cognitivos) e Índice Criativo Figural 2 (aspectos
cognitivos + emocionais)
DESCRIÇÃO
Composto por 6 atividades para serem respondidas sob a forma de frases

PÚBLICO-ALVO
Adolescentes e adultos a partir de 15 anos

INTERPRETAÇÃO
Índice Criativo Verbal 1 (aspectos cognitivos) e Índice Criativo Verbal 2 (aspectos
cognitivos + emocionais)
Inventário de barreiras à criatividade pessoal
(Alencar, 2001)
Fosse menos
tímido para Fosse mais Tivesse mais
Inibição/timidez
expor minhas extrovertido iniciativa
ideias

Fosse mais As minhas ideias


Falta de Tivesse mais
tempo/oportunidade
incentivado fossem mais
tempo
pelos colegas valorizadas

Houvesse
Não tivesse sido
Fosse menos menos
Repressão social podado pela
criticado competição
minha família
entre as pessoas

Fosse mais Desse mais asas


Não fosse tão
Falta de motivação dedicado ao que a minha
acomodado
faço imaginação
Avaliação do clima para criatividade em sala de aula (Fleith &
Alencar, 2005)
Suporte da professora Eu tenho chance de
Minhas ideias são
à expressão de ideias bem vindas
participar de várias
do aluno atividades

Autopercepção do
Eu tenho muitas Eu uso minha
aluno com relação à ideias imaginação
criatividade

Interesse do aluno pela Eu aprendo coisas Eu gosto da matéria


aprendizagem que realmente gosto ensinada

A professora me pede para


Eu posso escolher o
Autonomia do aluno que quero fazer
mostrar meu trabalho para
outros alunos

Estímulo da A professora me pede A professora me pede para


professora à produção para pensar em várias tentar quanto eu não sei a
de ideias do aluno ideias resposta
Inventário de práticas docentes para a criatividade na
educação superior (Alencar & Fleith, 2001)

Estimula os alunos Faz perguntas,


Incentivo a analisarem diferentes
Promove a
autoconfiança nos
buscando conexões
aspectos de um com assuntos
novas ideias problema
alunos
abordados

Clima para a Dá chance para os


Cria um ambiente de
Tem senso de humor respeito e aceitação
expressão de alunos discordarem
de suas ideias
em sala de aula pelas ideias dos
ideias alunos

Avaliação e Preocupa-se apenas Faz uso de formas Utiliza sempre a


metodologia com o conteúdo
informativo
diversificadas de
avaliação
mesma metodologia
de ensino
de ensino

Interesse pela Dá feedback Desperta o interesse


Apresenta conteúdo
aprendizagem atualizado
construtivo aos
alunos
dos alunos pelo
conteúdo ministrado
do aluno
Estratégias para criar no trabalho (Moraes & Lima, 2001)

Pensamento Busco entender um


problema de trabalho sob
Listo mentalmente as possíveis
soluções para um problema de
flexível vários ângulos diferentes trabalho

Imaginação Para quebrar a rotina, faço


Ao refletir sobre soluções
para um problema de
e minhas tarefas de forma pouco
habitual
trabalho, deixo para criticá-
las depois
introspecção
Quando me sinto No trabalho, intercalo momentos
Controle pressionado para ter ideias de intensa atividade na resolução
no trabalho, busco formas de de problemas com momentos de
emocional reduzir a pressão descontração e relaxamento
Para ter ideias no
Leitura Leio sobre assuntos
diversos para que
trabalho, mantenho-me
atualizado lendo artigos
surjam novas ideias
inspiradora sobre meu trabalho
e textos da minha área
de atuação

Para entender melhor


Interação e Eu discuto o problema
que estiver resolvendo
minhas tarefas, as
comparo com
com meus colegas de
analogia trabalho
experiências prévias de
trabalho

Pensamento Refino as ideias que


tenho no trabalho,
Para resolver um
problema de trabalho,
melhorando as procuro combinar
flexível soluções propostas diferentes ideias
Avaliação da criatividade no contexto das
AH/SD

Observação Nível
Autoconceito Aptidões
Geral intelectual

Escalas de
Ferramentas Questionário
Criatividade ajustamento
de triagem de interesses
psicossocial

Escalas de Avaliação de
Teste de
ajustamento Entrevistas trabalhos
personalidade
emocional produzidos
Escala para Avaliação das Características Comportamentais dos
Alunos com Habilidades Superiores (Renzulli et al., 2002)

● Instrumento mais antigo em uso no Brasil,


utilizada amplamente nos Estados Unidos
● Traduzida e adaptada para uso em
diversos países
● Modelo teórico adotado nas políticas
públicas brasileiras
Áreas avaliadas (126 itens)

Aprendizagem Motivação Criatividade Liderança Artes

Comunicação Comunicação
Música Dramatização Planejamento
Expressividade Precisão

Leitura Matemática Ciências Tecnologia


Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação
(Nakano, 2021)

Encontra-se publicada

Não é restrita a psicólogos

42 itens

Avaliação de crianças e adolescentes, com


idades entre 9 e 15 anos
Lista base de indicadores de superdotação (Delou, 1987)

● Forma grupal: pode ser utilizada


em observações gerais da turma
como um todo. Serve, também,
para uma turma que tem um aluno Inteligência Pensamento
já reconhecido por sua alta
competência acadêmica, evitando geral (IG) criador (PC)
que o professor só consiga fazer a
avaliação deste, esquecendo-se
dos demais alunos Capacidade
● Avalia 4 áreas: Capacidade de
psicomotora
liderança (CL)
(CP)
● Forma individual: deve ser
utilizada em observações
separadas, individuais de cada
aluno, após o levantamento
realizado na forma grupal. O
professor deverá reservar uma
ficha, da forma individual, para
cada aluno
Lista de Verificação de Identificação de Indicadores de Altas Habilidades/
Superdotação (Freitas & Pérez, 2012)

● 25 questões, respondidas pelo Características Habilidade acima


professor gerais da média
● Pode ser complementada:

Comprometimento
Criatividade
com a tarefa
Guia de observação direta em sala de aula (Guenther et
al., 2013)

● 31 itens Inteligência com


● Crianças de 6 a 11 anos Inteligência geral profundidade e
(IG) pensamento não
● O professor indica dois alunos que linear (GM)
se destacam em cada dimensão
Inteligência com Criatividade e
capacidade verbal potencial criador
(GV) (C)

Capacidade sócio-
afetiva (S)
percepção sobre sua
criatividade, quais
áreas apresentam
Alunos Avaliação Qualitativa mais interesse e
facilidade, o que
gostariam de
desenvolver

Avaliação da conhecer o nível de


criatividade criatividade do
sujeito, tipo de
criatividade que ele
no contexto Alunos Avaliação Quantitativa
apresenta, tomar
decisões sobre as
educacional necessidades
educacionais

conhecimento sobre
compreensão que eles
têm do fenômeno, base para a inserção
Professores motivação para o da criatividade no
desenvolvimento da currículo escolar
criatividade (métodos,
técnicas e exercícios)
Programas de desenvolvimento da criatividade
• É possível desenvolver a criatividade? Como?.
• Buscando responder a essa questão, pesquisadores de diversos países têm criado e
aplicado programas de treinamento criativo, visualizados como um conjunto de métodos,
técnicas, exercícios e estratégias

• Objetivo seria desenvolver as


aptidões, por meio da estimulação
de atitudes criativas, realizados em
grupos ou individualmente (De La
Torre, 2008)
• Tais programas baseiam-se na crença
de que a criatividade representa um
conjunto de aptidões que podem ser
aprendidas ou desenvolvidas, por
meio do ensino e da prática
• Tais programas trazem como objetivos: o despertar das habilidades e do potencial
criativo, a apresentação de recursos para seu aproveitamento, incluindo técnicas de
resolução criativa de problemas e tomada de consciência sobre os fatores inibidores da
criatividade.
• Partem do princípio de que a variação do potencial criador dependerá das
oportunidades que os indivíduos terão em expressá-lo, de maneira que os programas
de treinamento podem ser visualizados como um incremento dessas oportunidades.
• Buscam, de modo geral, o aumento na quantidade e qualidade das ideias, bem como
na habilidade de avaliação delas.

• No entanto, se o ambiente não se mostrar


propício, ser receptivo a novas ideias e se os
pares não estiverem dispostos a implementá-
las, os impactos do treinamento se perderão
a médio e longo prazo.
Características dos programas

Diferenças importantes em
Diversidade de métodos e relação aos participantes,
programas técnicas empregadas e
duração dos programas

Importante atentar que o


Inexistência de um consenso programa deve considerar as
acerca do “modelo ideal” particularidades do público
atendido e seus objetivos
Métodos e técnicas mais comumente utilizadas
Visitas a
Sessões criativas diferentes
Tomada de
Contato com voltadas à locais
consciência sobre
especialistas capacitação dos artísticos
os fatores
professores
inibidores da
criatividade

Atividades de
Workshops Incremento de estimulação
de técnicas de criativa em finais
Incentivo ao de semana e
criatividade resolução de
uso de acampamento de
materiais não Brainstorming problemas
férias
usuais

Técnicas de
Ensino Simulações e Uso de jogos e
resolução
problematizado dinâmicas de inovações
criativa de
grupo
problemas
Principais resultados
Mudanças relacionadas ao comportamento de professores, alunos e profissionais de outras áreas após participação em
programa de estimulação criativa

Despertar de habilidades e do potencial criativo

Conhecimento de recursos para aproveitamento desse potencial (incluindo técnicas de resolução criativa de problemas e tomada
de consciência sobre os fatores que podem inibir a criatividade)

Aumento da quantidade e qualidade de ideias criativas

Maior motivação

Melhora do rendimento acadêmico e laboral

Capacidade de generalização das habilidades para diferentes contextos e propósitos


Exemplos de atividades para o
desenvolvimento da criatividade
• Que títulos criativos você daria para a figura?
BRAINSTORMING....

Escreva o maior número


de usos possíveis para
palitos de fósforo
Contando uma história....
Imagine que você e sua
família se encontram
viajando em outro país e
não falam absolutamente
nada da língua local.
Vocês se dirigem a um
caixa eletrônico mas não
conseguem tirar dinheiro
porque a máquina
engoliu seu cartão.
Como você faria para se
comunicar com o
segurança da agência e
explicar o que
aconteceu?
Imagine que você foi
contratado para vender um
produto que normalmente as
pessoas não pensam em
vender ou que seria difícil de
convencer as pessoas a
comprarem: um relógio
quebrado e sem conserto.
Como você poderia convencer
seus clientes e motivá-los a
comprar seu produto?
Exercícios
criativos

Quando você estacionava seu carro, a


sua bolsa, com todos os seus
documentos e celular caiu no bueiro
da rua.
Pense em todas as maneiras que você
poderia tentar para retirá-la de lá.

(Wechsler, 2008)
Técnicas para usar com crianças e
adolescentes
Técnicas para usar em geral
“Todos nós
possuímos potencial
criativo basta apenas
desenvolvê-lo”

(Torrance, 1965)
Indicações de leitura nacionais
Indicações de leitura internacionais
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Obrigada !!!
tatiananakano@hotmail.com

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