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Aristóteles começa o livro dizendo que toda arte, ciência, como cada ação e
cada escolha parecem ter como objetivo algum bem. O bem é aquilo que todos
procuram. Tudo que fazemos têm uma finalidade e, segundo o autor, deve ser
o belo e o bem, em especial o sumo bem.
O filósofo diz que existe um acordo verbal entre quase todos: tanto o homem
vulgar quanto o culto afirmam que esse bem é a felicidade, e identificam o bem
viver e o bem agir como o ser feliz. Porém, existe uma diferença de percepção
entre os dois grupos. O primeiro pensa que a felicidade é algo simples e óbvio,
como o prazer, riqueza e honra. O segundo tem o entendimento de que a
felicidade está ligada com uma vida virtuosa.
Mas a frente ele diz que o homem feliz não pode se tornar miserável, uma vez
que nunca realizará atos odiosos e vis. O homem verdadeiramente bom e
sábio aceita todas as contingências da vida e sempre tira o melhor proveito das
circunstâncias. Esse homem, segundo ele, não será inconstante e volúvel,
porque não será tirado facilmente do seu estado de felicidade por desventuras
comuns, mas somente por aquelas que são muitas e grandes. E mesmo assim,
no tempo certo – ainda que longo – recuperará a felicidade e alcançará muitos
e esplêndidos êxitos.
Aristóteles então discute se a felicidade pode ser adquirida por meio de hábitos
e um processo de aprendizagem, ou por algum tipo de providência divina ou
pelo acaso. Ele prefere a primeira opção pois, para ele, qualquer um que não
esteja mutilado em sua capacidade para virtude pode conquistá-la mediante
um certo tipo de estudo e cuidado. Defende que é melhor ser feliz assim do
que sê-lo por acaso. Em suas palavras, confiar ao acaso o que existe de maior
e mais nobre seria um arranjo muito imperfeito.