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Aristóteles: ÉTICA A NICOMACO.

Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross.

Resumo do Primeiro livro.

Introdução:

Aristóteles, um destacado filósofo grego que viveu entre 384 e 322 a.C., nasceu em Estágira, na
Macedônia. Ingressou na academia de Platão em Atenas aos dezessete anos, onde se destacou como
discípulo ao longo de duas décadas, eventualmente tornando-se professor. Além disso, desempenhou o
papel de mentor de Alexandre, sucessor do rei Felipe II, conhecido como o grande conquistador da
Grécia, que fundou a cidade de Alexandria. Por volta de 335 a.C., Aristóteles estabeleceu sua própria
escola, denominada Liceu, em Atenas, tornando-se um importante centro de estudos especializados.

A abordagem pedagógica de Aristóteles envolvia aulas e debates enquanto caminhava. Sua vasta obra
abrangia diversas disciplinas, como lógica, física, metafísica, moral, política e retórica. Assim como seu
mestre Platão, Aristóteles enfrentou perseguições devido às suas ideias, levando-o ao exílio. Ele faleceu
em 322 a.C., aos sessenta e dois anos.

A principal intenção desta obra era destacar as características do comportamento humano, oferecendo
uma análise aprofundada sobre ética e suas manifestações. Aristóteles buscava que o conhecimento
ético não se limitasse ao plano das ideias, mas fosse aplicado e ensinado na prática. O autor argumenta
que o comportamento humano reflete sua natureza intrínseca, incorporando exemplos cotidianos para
conectar a análise teórica à ação prática.

A obra foi estruturada em dez livros onde o primeiro livro explora o conceito de bem, ações e escolhas
pois aborda sobre a natureza do bem, afirmando que todas as ações e escolhas visam um bem.
Aristóteles argumenta que o bem supremo é aquele desejado por si mesmo, não como meio para
alcançar outro bem. A felicidade é apontada como o objetivo das ações, mas seu significado difere entre
o homem comum e o sábio. Nesse contexto, a felicidade é considerada como o maior bem, distinta de
honra, prazer e riqueza, embora condicionada a esses elementos para sua realização.

No primeiro livro da "Ética a Nicômaco" de Aristóteles, o filósofo inicia uma profunda exploração sobre o
conceito de bem e o propósito das ações humanas. Aqui estão os detalhes mais específicos desse livro:

Aristóteles começa sua investigação indagando qual é o bem supremo que motiva todas as ações
humanas. Ele questiona se existe um objetivo final para o qual todas as ações convergem.O filósofo faz
uma distinção crucial entre bens instrumentais e o bem intrínseco. Bens instrumentais são desejados
como meios para alcançar outros bens, enquanto o bem intrínseco é desejado por si mesmo. Aristóteles
argumenta que deve haver um bem supremo desejado por si mesmo.

Aristóteles defende que a felicidade é o bem supremo e o objetivo final das ações humanas. Ele enfatiza
que a felicidade não deve ser confundida com prazer momentâneo, riqueza ou honra; é uma realização
completa e autossuficiente da vida boa. Reconhecendo a diversidade de opiniões, Aristóteles destaca
que diferentes pessoas têm concepções distintas de felicidade. O homem comum pode buscar a
felicidade em prazeres imediatos, enquanto o sábio busca uma felicidade mais elevada, baseada em
virtude e entendimento.

A virtude desempenha um papel fundamental na ética aristotélica. Aristóteles argumenta que a virtude
moral é essencial para alcançar a felicidade. Ele destaca a importância do equilíbrio e do meio termo na
prática das virtudes, evitando excessos e deficiências.

RESUMO EM TORNO DE SEU PRIMEIRO LIVRO.

Aristóteles no seu primeiro livro começa por afirmar que toda acção humana seja qual for a sua
natureza, deve ter o bem, como o fim último, em termos gerais, Aristóteles, quer passar a ídeia de que,
a acção humana é uma busca constante pelo bem que, indubitavelmente, não foge daquilo que se
configura em felicidade do próprio homem.

Percebe-se a clara intenção de Aristóteles entender que a verdadeira felicidade humana, consiste é uma
busca permanente que se traduz na acção humana, toda acção humana tenciona alcançar a felicidade.
Objetivamente, essa afirmação, torna-se muito vaga, na medida em que, as acção humana são
inúmeras, igual as ações humanas é o bem que pode ser interpretado em diversas maneiras.

Aristóteles, assaz expressivo, torna claro que, uma vez que, as acção do homem podem variar, quanto a
natureza, e ao cabo o fim perseguido obedecer ao mesmo ritmo, na práxis, Aristóteles usa a premissa de
que, o fim da arte médica é a saúde, o fim da construção naval é o navio, o fim da estratégia é Vitória, o
fim da economia é a riqueza.

Aristóteles, vai mais longe, em afirmar que, se toda acção humana tem uma finalidade, logo todo motivo
do agir humano, em relação a sua própria acção justifica-se pelo interesse, está visão procura
compreender-se nos termos de que para ser humano o interesse não é tão vil quanto parece, o
interesse nesses termos não é senão o próprio motivo de agir, a acção como variável independente à
finalidade, o bem humano.

Para Aristóteles, igual a um arqueiro que tem um alvo certo para a sua pontaria, é o homem que
persegue o bem, a felicidade, mediante as suas acção, em termos gerais, Aristóteles, tenciona dizer que
para atingir o bem, a felicidade humana, não se pode inolvidar o esforço, e o saber fazer, para o
arqueiro atingiu o alvo, é fundamental que ele saiba alcançar o alvo, não obstante a isso, há toda uma
necessidade de o arqueiro ter o motivo de acção, envidar esforços.

Aristóteles, mostra -se crédulo de que, o exemplo mais óbvio à sua teoria seria a política, para melhor se
compreender a ideia ora apresentada, em afirmação, a política tem o condão em determinar o que deve
ser estudado ou não num Estado, as Ciências que devem ser ensinadas e as expressamente proibidas.

Todas as Ciências por ela autorizada, Economia, Estratégia e Retórica, por dever, são subalternas a ela.
Nesta conformidade, a finalidade dessas cações não podem ser outras senão àquela voltada ao bem do
próprio homem.
Nas lentes da concepção relativista, Aristóteles, entendo que a ideia de "Bem" passa essencialmente por
uma projecção humana. Isso em função daquilo que cada agrupamento humano, considera correcto e
com base naquilo que conhecem, essa premissa, torna o seu pensamento mais evidente de que, a ideia
de "Bem" não é de cunho univrrsal, ou seja é um erro crasso, universalizar a percepção que se tem
relativamente ao que é "bom". Para Aristóteles, o homem que foi instruído a respeito de dado assunto,
ele é o melhor juiz desse ou aquele assunto.

Platão, mestre de Aristóteles, havia levantado esta preocupação, perguntando, como costumava
fazer:"Nosso caminho parte dos primeiros princípios ou se dirige para eles?" É visível a diferença, tal
como há, num estádio, entre a reta que vai dos juízes ao ponto de retorno e o caminho de volta.

Sendo assim, pese embora é sempre fundamental iniciar pelo que éconhecido, os objetos de
conhecimento é caracterizado essencialmente em dois sentidos diferentes: alguns para nós, outros na
acepção absoluta da palavra.

Presumivelmente, nesta ordem de ideias, há necessidade de começar pelas coisas que nos são
conhecidas, a nós. Para compreender inteligentemente as preleções sobre o que é nobre e justo, e em
geral sobre temas de ciência política, deve ter sido educado nos bons hábitos.

Neste caso, o real facto é o ponto de saída, e se for suficientemente claro para o ouvinte, não haverá
necessidade de explicar por que é assim; e o homem que foi bem educado já possuiesses pontos de
partida ou pode adquiri-los com facilidade.

Voltemos, porém, ao ponto em que havia começado esta digressão. A julgar

pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais

vulgar, parecem (não sem um certo fundamento) identificar o bem ou a felicidade

com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos. Pode-se dizer, com efeito, que

existem três tipos principais de vida: a que acabamos de mencionar, a vida política e

a contemplativa. A grande maioria dos homens se mostram em tudo iguais a

escravos, preferindo uma vida bestial, mas encontram certa justificação para pensar

assim no fato de muitas pessoas altamente colocadas partilharem os gostos de


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A consideração dos tipos principais de vida mostra que as pessoas de grande

refinamento e índole ativa identificam a felicidade com a honra; pois a honra é, em

suma, a finalidade da vida política. No entanto, afigura-se demasiado superficial

para ser aquela que buscamos, visto que depende mais de quem a confere que de

quem a recebe, enquanto o bem nos parece ser algo próprio de um homem e que

dificilmente lhe poderia ser arrebatado.

Dir-se-ia, além disso, que os homens buscam a honra pa

Conclusão:

O primeiro livro estabelece as bases para a ética aristotélica, delineando a busca pelo bem supremo, a
natureza dos bens, a identificação da felicidade como o fim último e a importância da virtude no alcance
desse objetivo. Esses conceitos fornecem o alicerce para as discussões subsequentes sobre ética,
moralidade e conduta humana.

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