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Aristóteles: ética e

política

Lara de Freitas Mendes


1.
Relembrando...

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Metafísica aristotélica

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Filosofia primeira
“Nada está no Teoria das quatro causas
A essência
intelecto sem
das coisas
antes ter
está nas Causa Causa Causa Causa
passado pelos
próprias formal material eficiente final
sentidos”
coisas
MOTOR MÓVEL
FORMA MATÉRIA (que promove FINALIDADE
mudança de

Diferenças com Platão O que é? Do que é


ato e potência)

feito? Para que


Quem faz? serve?
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2.
A ética aristotélica

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Ética aristotélica
→ Estudo do fim das ações humanas: Teleologia.

→ O bem como fim.

→ Como alcançar a eudaimonia?

→ Virtude como saber prático.

→ Justiça.
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Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim
que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; e se é verdade que
nem toda coisa desejamos com vistas em outra
(porque, então, o processo se repetiria ao infinito,
e inútil e vão seria o nosso desejar),
evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
bem.
Aristóteles. Ética a Nicômaco.
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Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim
que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; e se é verdade que
nem toda coisa desejamos com vistas em outra
(porque, então, o processo se repetiria ao infinito,
e inútil e vão seria o nosso desejar),
evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
bem.
Aristóteles. Ética a Nicômaco.
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O fim das ações humanas

→ Todas as ações humanas possuem uma


finalidade.

→ O princípio TELEOLÓGICO, ou seja, a


doutrina que fundamenta que todas as coisas
possuem uma FINALIDADE, já estava presente
no método investigativo dos seres e
substâncias (a TEORIA DAS 4 CAUSAS).

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Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim
que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; e se é verdade que
nem toda coisa desejamos com vistas em outra
(porque, então, o processo se repetiria ao infinito,
e inútil e vão seria o nosso desejar),
evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
bem.
Aristóteles. Ética a Nicômaco.
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O bem como fim
→ Através de análises lógicas, Aristóteles
conclui que o fim para o qual as ações
humanas são conduzidas é o BEM.

→ Esse bem viver e bem agir é identificado,


segundo o filósofo, como a FELICIDADE.

→ Logo, as ações humanas são conduzidas


para uma finalidade que é o bem, a felicidade.

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A felicidade como fim
→ Existe, no entanto, divergências na
concepção do que é felicidade.

→ Alguns pensam que felicidade são os


prazeres e as riquezas.

→ Aristóteles vai refutar essas concepções de


felicidade. E vai partir para uma análise que
leva em consideração a função do homem.

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A felicidade como fim
→ O estudo da função é justificado pois quando algo é
feito por alguém que possui a função/habilidade de
fazê-lo, esse algo será BEM feito.

→ A função do homem envolve sua RACIONALIDADE.

→ Logo, para extrair o bem/ felicidade das ações


humanas, o homem deve utilizar de sua função: a
racionalidade. Esse bem e felicidade extraídos serão a
EUDAIMONIA.
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Como alcançar a eudaimonia?
→ Se temos, então, a felicidade como o fim de todas
ações humanas, poderia ser suposto que para
alcançar a EUDAIMONIA seria necessário ver o fim
das açõES.

→ Não é esse o pensamento aristotélico, já que


nesse caso, a felicidade seria algo volátil e
passageiro.

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Como alcançar a eudaimonia?
→ Aristóteles afirma que ações que conduzem ao
bem e a felicidade são aquelas com caráter
VIRTUOSO.

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Virtude como saber prático
→ A virtude só é adquirida pelo EXERCÍCIO. Ou seja, só
se torna virtuoso praticando ações virtuosas.

→ Sabemos que estamos praticando ações virtuosas


quando observamos o prazer e a dor que acompanham
os atos: pelo prazer praticamos más ações e pela dor
nos abstemos de ações nobres.

→ A virtude é o meio termo entre a dor e o prazer,


entre a falta e o excesso.
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virtude

excesso
falta

?
17
coragem

confiança
medo

?
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A virtude é, pois , uma disposição de caráter
relacionada com a escolha e consiste numa
mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual
é determinada por um princípio racional próprio
do homem dotado de sabedoria prática.
Aristóteles. Ética a Nicômaco.

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Justiça
→ Tratar as pessoas com justiça consiste em
distribuir os bens em sua devida proporção, o que
nos faz lembrar da teoria do justo meio: não se
deve dar às pessoas nem demasiado nem de menos.

→ Além disso, a justiça deve ser distributiva, isto é,


levar em conta as diferenças entre as pessoas.

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Justiça

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3.
A política aristotélica

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Política aristotélica
→ O homem como ser político

→ A ética aplicada à sociedade.

→ O bom governo.

→ Classificações das formas de governo

→ A escravidão para Aristóteles.


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O homem como ser político
→ Não faz parte da natureza humana habilidades
isoladas (garras fortes, dentição ampla, alta
velocidade), mas sim a capacidade da fala e
raciocínio.

→ Diante disso, faz parte também da natureza


humana viver em sociedade e se articular em um
meio político.

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A ética aplicada à política
→ Pelo estudo da ética, concluímos que todas as ações
humanas têm por fim o bem e que o conhecimento,
expressão da racionalidade, tem grande influência na
condução dessas ações.

→ Para aristóteles, é a política que “determina quais


ciências devem ser estudadas num Estado, quais são as
que cada cidadão deve aprender, e até que ponto”.
Logo, torna-se evidente a importância da política
para uma vida ética.
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Bom governo
→ Diferente de Platão, Aristóteles não teorizou
um modelo ideal de política, mas uma forma ideal
de lidar com a política.

→ Essa forma ideal de lidar com a política


considerava o fim das ações humanas, as virtudes
e a necessidade de UM BOM GOVERNANTE para
que a justiça e a felicidade sejam implementadas
na cidade.
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Se dizemos com razão na Ética [a Nicômaco] que a
vida feliz é a vivida de acordo com os ditames da
moralidade e sem impedimentos, e que a moralidade é um
meio-termo, segue-se necessariamente que a vida segundo
este meio-termo é a melhor- um meio-termo acessível a
cada um dos homens. O mesmo critério deve
necessariamente aplicar-se à boa ou má qualidade de
uma cidade ou de uma constituição, pois a constituição é
um certo modo de vida para uma cidade
Aristóteles. Politica.
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Classificação das formas de
governo
Nº de Formas puras Formas
governantes degeneradas
um monarquia tirania

poucos aristocracia oligarquia

muitos politia democracia

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A escravidão para Aristóteles
→ Os homens, para Aristóteles, também são
constituídos de alma e corpo.

→ A alma deve, por sua natureza, comandar o


corpo. No entanto, para Aristóteles, em alguns
homens, pode ser notado uma maior influência
do corpo. (desigualdades entre os seres).

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A escravidão para Aristóteles
→ Diante disso, a escravidão é uma
alternativa justa, segundo Aristóteles, para
lidar com tal desigualdade, uma vez que o
escravo será parte do senhor.

→ O senhor terá corpo e alma que lhe permite


dedicar à vida do cidadão e o escravo terá
corpo e alma limitada à obediência ao senhor e
ao trabalho braçal.
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O que convém ao todo convém também à parte;
o que convém à alma convém igualmente ao corpo.
Ora, o escravo faz, por assim dizer, parte de seu
senhor: embora separado na existência, é como um
membro anexado a seu corpo.

Aristóteles. Politica.

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A utilidade do escravo é semelhante à do animal.
Ambos prestam serviços corporais para atender às
necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo
e do homem livre de forma diferente. O escravo tem
corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil.
Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao
trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.

Aristóteles. Politica.

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4.
Aristotéles e a
atualidade

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Conceitos aristotélicos e a
redação do ENEM.
→ Equidade.

→ Catarse.

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Equidade
→ A equidade trata de um princípio jurídico que
consiste em “na mitigação da lei escrita por
circunstâncias que ocorrem em relação às pessoas,
às coisas, ao lugar ou tempos.”

→ De modo geral, equidade consiste em lidar com as


situações do âmbito jurídico levando em
consideração as suas particularidades.

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Equidade
→ Esse princípio permite a adequação da legislação
ao longo do tempo e a inclusão de estatutos para
garantir os direitos das minorias.

→ Visa considerar igualmente os iguais e


desigualmente os desiguais, na medida exata de suas
desigualdades.

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Equidade

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Equidade?

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Catarse
→ DICIONÁRIO: “Libertação do que estava reprimido ou
sensação de alívio causada pela consciência de
sentimentos ou traumas anteriormente reprimidos.”

→ Para Aristóteles, a ARTE como mimetismo da


realidade pode, a partir do reconhecimento do
observador no conteúdo artístico, aliviar as tensões
dos indivíduos.

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Catarse

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Obrigada!
Qualquer dúvida não deixem de mandar para mim ou para Isabella

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