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Filosofia do Direito

monitora: Rebeca Kasprzak Buch da Rocha ( rebecarocha009@gmail.com)

Resumo baseado nos slides, e leituras bibliográficas do plano de ensino (Filosofia do


Direito Alysson Mascaro e Filosofia do Direito Paulo Nader)

A definição e explicação da filosofia é algo variável e sem critérios nítidos de definição. A


história tem imensa relevância na hora de entendermos a filosofia e seus
desdobramentos.Desta forma o Direito não é o mesmo em todos os tempos.
A filosofia tem sua base obviamente no conhecimento, mas tal conhecimento e reflexões
são extraídas de forma completa do determinismo, dependendo da história e condições em
que está inserido.O bom filósofo é aquele que extrai da história a profundidade necessária
para seu próprio pensamento.
A filosofia é uma forma de práxis, não sistematizando o pensamento como um modo
neutro de entender o conhecimento.A filosofia se diferencia do senso comum porque ela,
enquanto história da filosofia, é um estudo profundo e estruturado da melhor tradição do
próprio pensamento. Para superar as injustiças do mundo nada se consegue com a
transformação do senso comum, pois a saída de tal senso exige diversos confrontos
filosóficos.Existem diversos limites da filosofia para com o mundo e vice-versa.

As filosofias como já falado levam totalmente em conta a realidade em que estão


inseridas, seja a conservando ou transformando. Dentro deste eixo, se leva em conta o
estudo dos fenômenos sociais e estruturas de uma forma mais profunda.Muitos pensadores
concordam que a filosofia visa transformar o mundo a partir do conhecimento e
racionalidade, sempre com base no que observamos da realidade inserida.
A filosofia do Direito não é um método, e o grande problema está em definir o
Direito,sendo este apenas um dos temas inseridos na filosofia, sendo a expressão máxima
da verdade do Direito.
A filosofia do Direito tem seu foco nas relações sociais, e também nas definições do justo e
injusto, e do justo que ainda não existe ( potencialidade).
O estudo da filosofia do Direito inegavelmente se inicia na história deste.
Dividindo sua história em 3 grandes períodos: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval e Filosofia
Moderna.
A filosofia do Direito Antiga ( greco-romana)
estavam bem focados na cosmologia, a qual faz uma reflexão sobre os mitos, mas também
é uma tentativa de compreender a própria realidade enquanto existe
● corresponde às formas superiores da organização do modo escravista de produção.
● Nessa época a justiça era virtude que se distribuía apenas entre os cidadãos, os
senhores e homens livres.
● Para os gregos, o homem não é considerado como algo diferente do mundo. Ele
está mergulhado indissociavelmente no mundo.
● A lei, nos tempos antigos dos gregos, era expressa pela simbologia de Themis.
Também se referindo a direito, às normas e à justiça, Dike é um símbolo, tal qual
Themis, haurindo da mitologia e da religião grega, mas sua expressão revela um
outro uso: não se apoia na norma tanto como força e autoridade, mas
sim como uma ênfase maior sobre o justo.

● Para Aristóteles , é pela prudência que se releva o justo, dependendo de cada


caso concreto e circunstância específica o geral é adaptado.
● O Direito romano parece bom, mas só quando se é visto pelos superiores , pois a
origem escravagista não é mostrada.
● Os gregos tiveram a primeira sistematização do pensamento filosófico.
● Pré Socráticos
● > Tales de Mileto com a Escola Jônica , tendo grande preocupação com as questões
cosmológicas
● Escola pitagórica(Pitágoras) com grande ênfase nos números, afirmando que esses
são a essência de todas as coisas.
● Anaximandro: consideração sobre a justiça no mundo.
● Heráclito: Não se pode entrar 2 vezes no mesmo rio/mudanças/ fogo/transformação
constante das coisas.
● Parmênides:origem da harmonia e justiça, o Direito seria o fator de imutabilidade do
ser.>> Oposto de Heráclito, afirmando que as coisas não mudam;
SOFISTAS
● mestres da retórica e oratória
● Centralizava o homem e não mais a cosmologia em suas reflexões
● ‘O homem é a medida de todas as coisas”-Protágoras
● As pessoas são falíveis em suas opiniões: abertos a divergência de opiniões
● O eixo central do argumento dos sofistas, no que diz respeito ao direito, versa sobre
a dicotomia entre nomos e physis. De um lado, a norma, tida como uma construção
histórica, uma convenção humana, e, de outro lado, a natureza, como âncora e
medida de todas as coisas.

SÓCRATES:
● Sócrates, indagava, refletia e poderosa para chegar a verdade através de
um método pessoal e específico de adquirir conhecimento e buscar a
verdade sendo esse o da ironia e maiêutica ( perguntas), o qual ao fazer uma
pergunta e receber sua devida resposta respondia seu interlocutor com outra
pergunta, o fazendo perceber que nada sabe e que o mais sábio é aquele
que sabe que sua sabedoria de nada vale, e entender que a humildade de
saber da limitação de seu conhecimento é o mais importante.( “Só sei que
nada sei”)
● Sócrates tinha preocupações éticas e não científicas pois aquele que
violasse a lei não seria ético e muito menos justo.
● O método socrático também engloba casos e assuntos os quais já temos
conhecimento suficiente para chegar a conclusões fixas.
● “Não devemos nos preocupar com aquilo que o povo venha a dizer, mas sim
pelo que venha a dizer o único que conhece o justo e o injusto e este único
juiz é a verdade”
● Para Sócrates a verdade e o justo não são convenções
● “Conhece;te a ti mesmo”-Sócrates incentivava muito o autoconhecimento
visando chegar a verdade e a iluminação da alma
● A busca de Sócrates é a de extrair o conceito do justo
● por meio da razão.

PLATÃO:
● Dialética : meio de busca da verdade, sendo impossível fixar a razão
nos limites da apreensão sensível das coisas.
● Realidade é falha e limitada pois é é realidade suprassensível
● Mundo das ideias e realidade sensível- Mito da Caverna, a
luminosidade só ser só brilhou quando da libertação das imagens e
dos conceitos imperfeitos
● Idealismo de Platão: separa realidade da essência, sendo estes
conceitos plenos
● O Direito se confunde com o justo,Platão se preocupou em
conceber o Estado perfeito, o qual para ele seria governado
pelos sábios, e com isso a justiça prevalece. A criação do Estado
seria visando suprir necessidades e conquistar harmonia
● O conceito de justiça está acima de todas as outras normas.
● Cidade bem governada seria uma cidade justa, e para esta ser bem
governada deveria ser dividida e hierarquizada de acordo com as
aptidões específicas de cada pessoa, através da educação
● Os artesãos, que seria o laboriosos, os guerreiros que seriam os
fortes, e os magistrados que teriam a racionalidade e governam tudo.
Existe sempre uma hierarquia na qual os magistrados estariam à
frente.
● A democracia não é o modelo perfeito para apreensão do justo
ARISTÓTELES
● A experiência é a base de sua reflexão
● Justiça universal(sentido amplo, só as leis justas são boas)
● justiça é a virtude que está em todas as outras
virtudes,Aristóteles considerou justo o homem respeitador da
lei e injusto o contrário com base na teoria de que “ na justiça
estão compreendidas todas as virtudes”.
● "Assim como não é possível conceber a mão viva
separada do corpo não se pode conceber o indivíduo sem
o Estado” - para ele os homens são animais políticos(zoon
politikon), dependendo e compondo a sociedade ativamente.
● Para Aristóteles existem 2 justiças( distributiva e corretiva)
Distributiva: distribuição de riquezas, benefícios,
proporcional(geométrica) ao seu mérito(justiça como
proporção semelhante)
Corretiva:proporção aritmética, reparação do
quinhão, reparação de danos causados pelo crime, devolução
de algo a alguém.

● Tem de haver então um padrão, e este deve ser convencionado


mediante acordo (por isto ele se chama dinheiro); é ele que torna todas as
coisas incomensuráveis, já que todas as coisas podem ser medidas pelo
dinheiro” (Aristóteles - Ética a Nicômaco)
● A justiça está fielmente relacionada ao meio termo e a injustiça aos
extremos.Sendo a justiça, uma medida não fixa
● Aristóteles frisa a importância de um bom julgamento do caso concreto,
adaptando o geral ao específico. Para Aristóteles o agir jurista depende do
melhor que as pessoas podem oferecer.
● Política: é a ação política que mantém níveis variados de distribuição de
riquezas em uma sociedade
● Para Aristóteles a finalidade de tudo devia ser a Felicidade da comunidade, e
entende também a necessidade da convivência em sociedade afirmando que
“ aquele que não precisa dos outros homens, ou que não pode resolver;se a
ficar com eles, ou é um Deus ou um bruto”
● Aristóteles diferencia o chefe de um empreendimento do chefe de família,
que se ocupam de reprodução da vida e de sua subsistência
● Aristóteles afirma que quando se tem amizade entre as pessoas não
necessitamos de justiça;
● Devemos sempre pensar na justiça entre os cidadãos e os não cidadãos
● Aristóteles acha normal e natural que o escravo que nasce escravo se
mantenha nessa posição, sendo esta relação entre escravo e senhor, privada
● O governo é adequado e considerado bom quando se atinge a felicidade
comum.
PERÍODO HELÊNICO( EPICURISMO E ESTOICISMO)

EPICURISMO>

● Sempre buscando a felicidade e ausência de dor, consequentemente


o prazer ( ausência de dor na alma)
● Justo=agir em conformidade com o bem
● Ser humano não é sociável por natureza, mas por convivência
● Deve-se agir pelo justo tendo em mente que o injusto gera punição

ESTOICISMO>

● Distingui;se dos epicuristas afirmando que a razão é uma


convenção
● Viver segundo a natureza é uma atitude de pessoas sábias
que obedecem as leis da natureza
● Os estóicos frisam que para sermos verdadeiros sábios
devemos limitar as necessidade se depender menos das
coisas, vencendo os prazeres e futilidades

FILOSOFIA DO DIREITO NA IDADE MÉDIA:

● Cristianismo é a religião base e a fonte de todo o


pensamento nessa época
● Filosofia grega apoia a religião e a igreja passando a
ser grande incentivador, pois a filosofia só era
considerada legítima se encaixada nos limites da
religião e da fé
● Fe começa a ser considerada de maior importância em
comparação com a razão
● O cristianismo não necessariamente se ocupava de
Direito e organização da sociedade mas sim da
consciência humana( princípios morais).
● Durante a Idade Média a sociedade se via com 2
grandes poderes: Estado o qual devia se entregar,
e Igreja a qual deviam submeter a religiosidade e

● As leis divinas e a justiça de Deus não tem valores
em si, mas sim são exclusivamente a transcrição
da vontade divina. Desta forma: se a justiça emana
de um ser perfeito ela deve ser perfeita também, a
justiça seria o próprio Deus em si.
● PAULO DE TARSO> política para ele era algo
mundano, indigno de um homem santo, homem justo
não é aquele que age com justiça mas aquele que está
sob a graça de Deus,
● Fé e palavra de Deus estão acima de toda e qualquer
outra lei humana

SANTO AGOSTINHO:
● Defesa de uma teologia cristã e construção de
um diálogo com a filosofia
● Aos homens cabe a submissão a Deus
● O papel do Estado para Agostinho seria o
de promover a paz,Agostinho afirma que a lei
divina deveria ser fonte legítima de costume
● Cidade de Deu: Distinção entre cidade humana
cheia de vícios , instabilidade e injustiças que
são pecados
● Cidade de Deus que está relacionada a vida
pós morte
● O justo passa a estar extremamente
relacionado a fé
● O justo é uma graça divina, dom dado por Deus
para conceder à sociedade bens necessários
● Para a tradição medieval , o direito é um rol de
regras inflexíveis oriundas do desígnio divino.
● Agostinho afirma que as paixões dos cristaos
podem ser causa de virtude
● O julgamento é extremamente necessário para
manter a ordem social
● Agostinho concorda com Platão que o mundo
sensível é inferior ao eterno

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