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A FILOSOFIA E O DIREITO
3. SÓCRATES:
É considerado o pai da Filosofia ocidental. Viveu entre cerca de 469 e 399 a.C.
e era conhecido como um homem sábio que morava em Atenas. Sócrates tinha
a convicção de que nada sabia — o que foi considerado um sinal extremo de sabedoria e
reconhecimento das próprias limitações, o que o levou à busca da verdade.
No que diz respeito à justiça e ao Direito, Sócrates acreditava que a lei era uma
expressão do conhecimento da justiça e, assim, deveria ser seguida. Ele defendia a
obediência às leis, mesmo que elas pudessem parecer injustas para o indivíduo, pois
considerava que era melhor sujeitar-se a uma decisão justa do que agir por conta
própria.
Para Sócrates, o papel do estado era promover a justiça e o bem comum. Ele
acreditava que a melhor forma de governo era aquele em que os governantes eram
sábios e justos, e que eles deveriam agir de acordo com o conhecimento da justiça.
Sócrates considerava que a lei, como expressão do conhecimento da justiça, era
essencial para guiar a sociedade e garantir a ordem e a harmonia. Ele defendia que o
estado deveria agir de acordo com as leis e promover a justiça em todas as suas ações.
Sócrates e os Sofistas
Sócrates negava os sofistas como filósofos, pois para ele os sofistas não se
apegavam às ideias, mas somente à retórica.
Para ele o justo deve estar associado ao que é legal, sendo justo o que está de
acordo com as leis da cidade.
Considera que o justo não é uma imposição de alguns contra os outros, nem da
maioria, nem do mais forte. Para ele, a democracia, só pelo simples ato de vontade da
maioria não faz a boa lei nem faz o justo. Ele buscava extrair a ideia do justo por meio
da razão.
Críton faz uso de três argumentos para persuadir Sócrates a fugir da cadeia, a
saber:
➢ primeiro, Sócrates é um amigo sem igual para ele;
➢ segundo, a reputação de Críton será maculada, pois o povo comentará que este
tinha condições de providenciar a fuga de Sócrates, mas preferiu poupar seu
dinheiro em vez de salvar seu amigo;
➢ terceiro Sócrates tendo esposa e filhos para criar e, mesmo assim, escolhendo
cumprir a pena de morte quando poderia fugir, Sócrates opta por abandonar sua
família.
A partir disso, faz uma analogia às leis e à cidade, pois elas representam a
opinião qualificada sobre a justiça (mesmo que, aparentemente, injustas) e, se é o corpo
do atleta que pagará pela desobediência às ordens do técnico, será a alma de Sócrates
que sofrerá os prejuízos do descumprimento das leis humanas no Hades.”
Para ele o “direito injusto não é direito”. Ele não é um juspositivista que cuida
somente da lei, deixando de lado outras questões. Para ele foi o juspositivismo que
matou Sócrates.
Justiça de Platão é a justiça social: não há homem justo numa sociedade injusta,
porque a medida da justiça é social que deve se preocupar com a educação.
Pela educação é que há de se revelar o sábio, o filósofo. Esse é o homem justo,
e, portanto, é ele que deverá se tornar legislador. A medida do justo está na pólis.
Para ele a cidade é o espelho do homem, pois a cidade é uma reprodução
aumentada da alma humana. A virtude da justiça é encontrada numa cidade ideal e num
homem bom.
Para ele o justo é dar a cada um aquilo que é seu ou fazer cada um a sua parte
de acordo com a posição que o indivíduo ocupa na sociedade. Cada um deve exercer o
ofício para o qual possui aptidão. Ex.: os corajosos devem ser soldados; os sábios
devem ser filósofos.
Aristóteles:
Fechando a tríade dos principais pensadores da origem da Filosofia na
antiguidade está Aristóteles. Ele foi aluno de Platão e viveu entre 384 e 322 a.C. Em
seus escritos, ele tratou de muitas áreas do conhecimento: Física, Metafísica, Lógica,
Política e Ética, entre outras.
Sem dúvida foi um dos maiores estudiosos de todos os tempos. Era muito
interessado também por outros temas como Física, Música, Biologia, Zoologia e até
mesmo poesia e drama (artes cênicas). Foi contratado para ser tutor de um garoto de
13 anos que duas décadas depois tornou-se Alexandre, O Grande: o maior e mais
conhecido conquistador do mundo antigo.
Aristóteles concebia a justiça como uma virtude, a qual consistia em dar a cada
um aquilo que lhe é devido. De acordo com ele, a justiça é o fundamento do Direito e
deve ser a base das leis e instituições da sociedade.