Trabalho do curso de Direito da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul, da Filosofia Jurídica Professora: Elisaide Trevisam
Campo Grande, MS 2023 RESULTADO A SER APRESENTADO:
Fazer o fichamento do texto sobre as reflexões socráticas. Mínimo 3 e
máximo 5 páginas:
RESUMO:
Sócrates foi um filósofo grego que revolucionou o pensamento ocidental da
filosofia, deixou diversas contribuições para a filosofia, dentre elas se destacam as contribuições éticas e filosóficas. ‘‘Só sei que nada sei’’, é uma famosa frase famosa atribuída ao Sócrates, sendo uma de suas maiores virtudes (areté), sob esse prisma, Sócrates demonstra o quão humilde ele é, reconhece a única certeza que ele tem na vida, é de que ele não sabe de nada, desse ponto de vista o filósofo mostra sua humildade. Toma-se conhecido de que Sócrates desenvolveu o seu método de filosofar, chamado de maiêutiaca, é uma procedimento bastante especulativo, consiste na parturição de ideias e se baseia no diálogo, para criar esse método ele se inspirou na sua mãe, que era parteira, frequentemente ele comparava o seu método com o de uma parteira, sob o argumento de que ele não deveria dar luz à sabedoria, mas sim ajudar as pessoas a parir suas ideias, efetuar a parturição de ideias é importante, pois desperta nas almas o conhecimento. A parturição discursiva de ideias era exposta na pólis (praça pública), pelos seus discípulos, outras pessoas também participavam. O filósofo foi acusado de não reconhecer os deuses da cidade, de cultuar outros deuses e de corromper a juventude, depois de ser acusado Sócrates foi levado ao tribunal sendo exigida a morte como pena, foi condenado a beber cicuta pelo tribunal ateniense. Sócrates não admitiu ser defendido e se defender, porque na visão dele ele já havia se dedicado defendendo o seu argumento, defendia a busca do conhecimento e liberdade de expressão. Sócrates preferiu ser condenado a morte por uma sentença injusta, do que ser condenado por uma sentença justa. Platão foi muito importante para Sócrates, os registros que temos de Sócrates, são frutos de diálogos platônicos, esses diálogos são bastante especulativos, ao invés de encontrar respostas, surgem mais dúvidas. O que os dois filósofos possuem em comum é que os dois buscavam fielmente pela indagação da verdade, argumentavam o porquê de todas as coisas. Convém ressaltar que para Sócrates o conhecimento é de extrema importância, já que é a base de tudo, a partir do momento em que o homem se conhece, ele passa a conhecer o mundo e para Platão o indivíduo tinha que se mover para mover o mundo. Para distinguir o bem e o mau é necessário ter conhecimento, não tem como o indivíduo ter convicção de que está fazendo o bem ou mal sendo que ele não tem conhecimento e a virtude é o bem mais precioso que alguém pode ter. Para Sócrates a vida na terra é apenas uma passagem, só os Deuses possuem a plena certeza do que ocorre após a morte, mas é válido que o homem especule o que acontecerá depois de morrer. Ele dizia que o homem era guiado pelo Daimon, que lhe orientaria e posteriormente iriam para o reino de Hades (reino dos mortos), nesse reino, seria subjugado. A resiliência de Sócrates às leis da cidade representava um profundo respeito a justiça social, já que acreditava que o Direito era fruto de sabedoria coletiva e usufruto máximo das potencialidades da razão humana. Posteriormente esse pensamento será retomado pelos filósofos racionalistas do século XVIII, que acreditavam que o respeito às normas jurídicas só acontecia porque os homens eram racionais. Sem Sócrates e seu legado na ética, na moral e na justiça, o direito Romano público e privado não teriam se desenvolvido com caráter coletivista e estatista com que foram pensados pelos clássicos. Portanto, Sócrates deu início à ontologia, rompendo com o pensamento cosmológico e o enfoque dos pensadores anteriores na natureza. Para o filósofo o homem é sua alma e a alma do homem é a sua razão, a alma do homem é considerado a sua consciência, sendo responsável por dar a personalidade intelectual e moral. A posição ética de Sócrates defende que o homem não é mal, mas sim ignorante. Ademais, foi capaz de transformar a religiosidade em uma ferramenta humana de exemplificação para a virtuosidade moral. O exemplo socrático inspirou Platão no movimento sofocrático, além de lançar mão do idealismo e humanismo platônico, além disso, é com socráticos que a maiêutica tornou-se o principal precursor da oposição sofista. Foi se opondo à retórica sofista que Sócrates desenvolveu um método capaz de angariar multidões de discípulos e aprendizes. Sócrates dizia que ao casar-se com Xantipa, uma mulher com nervos apurados, estaria designando-se a mesma atividade de “domar um animal indisciplinado”, tal discurso demonstra que as questões relacionadas aos direitos femininos, especialmente em Atenas, onde os discursos democráticos e filosóficos eram de fato mais avançados em relação à outras cidades gregas, ainda eram incipientes. Quanto à arte, poesia e teatro, Sócrates acreditava que esses deveriam estar de acordo com as melhores representações de heroísmo humano e divino, servindo de exemplo para os moradores da cidade. Os soldados, deveriam ser homens instituídos de força física, pensamento racional e amantes da arte, para que fossem capazes de desempenhar seus papéis na comunidade visando o aperfeiçoamento coletivo. Para Sócrates a repartição do serviço era imprescindível, já que cada profissional só era capaz de realizar um único trabalho de maneira perfeita. A educação dos soldados era peça chave no progresso da Cidade-Estado ideal, pois é justamente o soldado que deverá imbuir-se de todas as virtudes necessárias para não corromper a alma e continuar servindo ao bem coletivo. O juiz, o profissional do Direito, deveria ser, somente aquele que, depois de ver todos os males do mundo e conseguir manter a alma pura de corrupção, poderá aplicar o julgamento sobre os homens. É imprescindível verificar que somente em Atenas, onde o advento democrático deu-se por iniciado, que o pensamento filosófico imergiria. É justamente a instigação da discussão e da influência do debate público que é possível o surgimento de conhecimentos capazes de transformar as relações e os pensamentos coletivos. A influência dos clássicos nos pensamentos posteriores é inegável, o estudo humanista e de caráter essencialista é tema inesgotável de discussões em meio acadêmico.