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Nome:_ Andreia Regina Ramos Amorim, RA: 2467553 ______

Nome:_Samuel Augusto Gomes, RA: 2349719_____________

N1 de História da Antiguidade Clássica


Escolher duas questões para serem respondidas através de um
texto dissertativo para cada uma.
As duplas devem enviar os arquivos com os nomes completos.

1. No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado


Ideal reflete a justiça concebida como a disposição das faculdades
da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe
é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado
Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a
raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu:
É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres
superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os
inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles,
e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas.
(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste
Gulbenkian, 1993, p.227-228.)
Discorra sobre essa questão.
2. Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal
escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível
à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o
poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do
menor rigor.
Por que para Platão a democracia é injusta e atualmente na
sociedade contemporânea Ocidental somos os grandes defensores
desse regime de governo?

3. Platão, em sua obra, A República, fala de uma ética teleológica,


isto é, uma ética cujo princípio não é o que realmente se faz, mas o
que se deveria fazer. Esta postura de Platão está baseada naquilo
que ficou conhecido como Teoria das Formas ou Teoria das Ideais.
Análise a Teoria das Formas ou das Ideias presentes no livro VII da
República.

4. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos


presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco
negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e
no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da
sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de
invenções humanas. RACHELS, J.

RESPOSTAS
QUESTÃO 02
Platão é um dos principais pensadores helênicos da antiguidade, ele
também é se não um dos maiores críticos da democracia. Será exposto à noção
de democracia e as críticas de Platão a mesma, logo também falaremos o que a
torna tão atrativa para nós contemporâneos. A democracia é aparentemente o
melhor sistema de governo, mas Platão mostra em seu livro “A República” que é
ao contrário.
Existem dois motivos específicos para Platão não simpatizar com a
democracia. Entre eles está, o seu contexto social como parte da aristocracia
ateniense, tornando natural a desconfiança dele sobre o sistema político e que
também muitas vezes entrava em conflito com os valores e interesses da elite
aristocrática e também a morte de seu mentor Sócrates por um tribunal popular.
É necessário, inicialmente, compreender o significado de democracia,
que é o governo do povo, derivado do grego demokracia (demo = povo; kracia =
governo). Para entendermos as críticas de Platão devemos entender como a
democracia se estabelece que é quando “os pobres vencem, massacram
alguns, mandam para o exílio outros e, com os restantes, dividem em condição
de igualdade o governo e as magistraturas que, no mais das vezes, são
distribuídos por sorteio”, para o filósofo o governo deveria estar na mão dos
mais hábitos a governar, a ideia do rei filósofo. Aliás, como o cidadão comum
pode participar da política da cidade, isso deixa o governo suscetível à
corrupção, pois o cidadão tem a tendência a não ter rigor na tomada de
decisões e uma tendência à falta de reflexão profunda que por consequência
podendo acontecer da democracia virar uma tirania. Em resumo, Platão levanta
críticas fundamentais à democracia, como a dúvida sobre a capacidade de
reflexão do cidadão, a uma provável corrupção na forma de governo e
reforçando a ideia do rei filósofo.
Entendendo as críticas de Platão, então porque essa forma forma de
governo ainda é defendida por nós ? Isso acontece ainda porque ela traz
consigo ideias que são atrativas, sendo elas a liberdade é a de igualdade. A
Liberdade dentro da democracia se caracteriza por poder fazer aquilo que
deseja e se organizar da forma que mais lhe agrada, manifestando hoje na
liberdade de expressão, de associação, individual, etc. Assim a igualdade é não
só entre pares semelhantes mas entre aqueles que são distintos, hoje
entendemos como igualdade perante a lei, de oportunidades, etc. Nas palavras
de Platão “Seria ao que parece, um regime agradável, desordenado e variado,
garantindo igualdade para quem é igual e para quem não o é”, esse trecho
ressalta o aspecto da democracia ser mais agradável, além de reforçar o
entendimento da liberdade e igualdade. A defesa constante da democracia vem
da garantia de dois princípios básicos: a liberdade e a igualdade, mas temos
que ter em mente também as críticas de Platão.
Enfim, a democracia forma uma das grandes bases do mundo Ocidental
como hoje conhecemos, impondo valores e estruturas importantes para a
sociedade. Esta forma de governo tem, sim, suas vantagens, permitindo
diversos direitos inestimáveis para nós, porém Platão vai em uma ideia contrária
mostrando falhas nesse tipo de governo, quebrando a ideia da democracia ser
uma dos melhores sistemas de governo. Isso reforça o quão é importante o
exercício da reflexão sobre as limitações sobre a democracia.

QUESTÃO 04

O livro A REPÚBLICA DE PLATÃO se trata do diálogo na casa de Cefalo


o anfitrião, Sócrates e diversos outros filósofos, alguns participam do diálogo
diretamente como veremos a seguir: como Trasímaco e Sócrates, e outros
permanecem anônimos.
Ao longo da obra veremos sobre o significado de justiça e como é a vida
do homem na cidade dos justos na opinião desses dois filósofos. Onde o sofista
Trasímaco e o ateniense Sócrates tem uma visão completamente diferente e
ambos expõem sobre suas opiniões.
Para Trasímaco justiça é ética, ou seja, são convenções humanas que
partem dos interesses contextuais que os seres humanos são inseridos, como
vimos nos diálogos do livro A República de Platão nas páginas 30 à 50 dessa
obra.
Para Sócrates à justiça é cada um fazer aquilo que lhe foi atribuído por
natureza, cada cidadão deve ocupar um único ofício na poli (cidade).
No livro a República de Platão escreve diálogos entre Trasímaco sofista
grego e Sócrates, ilustre filósofo ilustre.
Nos diálogos Sócrates pergunta a Trasímaco o que para ele é justiça.
Trasímaco responde que justiça em si não existe, devido justo para ele pode
não ser justo para os demais. Para Trasímaco são apenas convenções sociais e
as visões sobre o justo e injusto pode ser variáveis ao decorrer do tempo. Por
essa razão Trasímaco afirma que não há um conceito único para essa palavra
Já ao contrário Sócrates tinha opinião e afirmação diferente do sofista, ele e
seus amigos defendiam a importância da justiça por ser algo estabelecido como
organizador da sociedade. O que Trasímaco discordava, que aquilo era uma
construção humana. Para Trasímaco a relação entre lei e governo é uma das
características apresentadas da justiça. A determinação do justo depende da
soberania estabelecida pelo governo. Isso é papel do governante estabelecer as
leis que determinam os justos, porém Sócrates irá questionar sobre a
possibilidade do governo errar. Se ao formular as leis os governantes errarem,
não será sempre mais vantajoso ao governante, mas também o contrário
desvantajoso. Para que Trasímaco possa manter seu argumento de que justiça
é a convivência do mais forte, ele precisa provar a arte que visa a sua própria
vantagem. Assim, ele poderia defender a existência de um governante que aja
em seu próprio benefício. Para Sócrates a justiça não é uma arte.
Conclusão:
Para Trasímaco a arte do governo produz justiça, os governados devem
ser justos cumprindo as determinações do governo. Para Sócrates, se o
governante tem que ser justo, então há uma arte no governo exercida pela
presença da justiça.

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