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FICHAMENTOS SOBRE O CAPITULO: PENSAMENTO POLÍTICO DE PLATÃO

BARKER, Sir Ernest. A República e sua teoria da justiça (Capítulo VIII). Platão e os Estados
Gregos (Capítulo XI). In: Teoria Política Grega: Platão e seus predecessores. Brasília: Editora
da Universidade de Brasília, 1978.

MORROW, John. Política e Virtude (Capítulo II): In: História do Pensamento Político
Ocidental. Portugal: Publicações Europa-América, 2007.

PLATÃO. A República. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

PRÉLOT, Marcel. O utopismo filosófico: Platão. In: As doutrinas políticas. Lisboa: Editorial
Presença/São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1973, p. 87-120.

INTRODUÇÃO

O pensamento grego aborda muito sobre a relação de política e virtude está a relação entre o
estado com a busca de valores morais, no sentido de valores que regulam a conduta da polis
entre indivíduos

INSTITUIÇOES POLITICAS COMO FORMAÇÃO DE VIRTUDE

as instituições políticas além de buscar a formação da virtude e consequentemente da


perfeição humana, pois a ordem estabelecida com valores morais é fundamental para a
organização virtuosa da polis, e leva ao aperfeiçoamento da bondade humana.
John Morrow do livro "História do pensamento político ocidental" diz o seguinte: " As
instituições políticas podiam desempenhar papel importante para facilitar o desenvolvimento
do caráter moral dos membros da comunidade", por tanto a relação entre política e virtude é
fundamental no pensamento político ocidental desde a antiguidade clássica.

PLATÃO E O RELATIVISMO CULTURAL


nesse contexto Platão criticou a base moral da corrupção política, ele vai criticar os sofistas e
os demagogos.
O texto A república de Platão é baseado em diálogos e que por meio destes estabelecem
diversas ideias e críticas de Platão, no livro, a crítica aos sofistas está personificada no
personagem Górgias, que na república representa o arquétipo dos sofistas naquele tempo.
essa crítica á Górgias e sobre a arte da retórica ela levava ao relativismo moral, segundo
Platão. que significa que qualquer valor moral perante a retórica dos sofistas seria válido,
desde que fossem defendidos por uma boa retórica.
John Morrow, cita sobre essa questão e afirma: "os relativistas morais dizem que as
concepções de justiças refletem as exigências de grupos particulares de pessoas e não ideias
imutáveis e universalmente aplicáveis. como veremos esse ponto de vista foi o assunto de
Platão e em qualquer dos casos ele rendia a imputar aos sofistas a ideia de que os padrões
morais saem uma mera questão de conveniência, e poderiam ser justificados na intenção
moral do poder" (Morrow pág. 64).
a partir desta ideia fica claro que o relativismo moral está ligado a interesses particulares de
determinados grupos, e essa ideia de valores imutáveis é uma concepção que Platão utiliza e é
uma das bases da república de Platão.

DEMOCRACIA ATENIENSE X INTERESSE PESSOAL PELO PODER


Platão associou esse relativismo moral e a retórica dos sofistas a prática da política ateniense,
ele ainda diz que a política ateniense não busca a relação entre política e virtude, mas está
difundida no discurso que defende interesses particulares de grupos, estão personificadas nós
sofistas e nos demagogos. Platão diz que os demagogos conquistam a confiança dos cidadãos
menos esclarecidos por intermédio de discursos que continham apenas seus interesses
pessoais e não se adequam ao bem comum.
Continuando com este mesmo argumento Platão diz que os discursos convincentes dos
demagogos não buscam o conhecimento pela realidade.
Platão vai além e diz que os sofistas desprezam os cidadãos menos cultos, da mesma forma
que um médico sem ética pode humilhar o paciente que cometeu excessos, e conduzem o
estado a ruína e a decadência.

BEM COMUM E VIRTUOSISMO POLÍTICO


Platão diz que políticos demagogos substituíram estadistas genuínos, estadistas esses que
buscavam a realização do bem comum. Estadistas, portanto, virtuosos, que utilizavam sua
virtude política para reforçarem um poder político que conduzisse a virtude pública, a virtude
do Estado. portanto as instituições políticas devem ser virtuosas no sentido de alcançar o bem
comum e o conhecimento da verdade.

DEMOCRACIA ATENIENSE
Platão diz que a retórica é uma técnica de persuasão sofista aos cidadãos menos esclarecidos.
eles desprezam os cidadãos ao mesmo tempo que procura manipula-los por intermédio da
retórica, persuadirem os cidadãos por uma retórica que prioriza a manipulação ao invés de se
concentrar no conhecimento racional da realidade. Platão crítica sofistas e demagogos nesse
contexto, afirmando que ambos são responsáveis pela implementação daquele estado
corrupto ateniense, que estava sob a faixada da democracia. Estado esse que superestimava os
ganhos materiais e feito por indivíduos que lutam entre si na polis exclusivamente para
garantir os seus próprios interesses particulares. a democracia ateniense, portanto, tem esses
atores políticos que fazem com que a democracia entre em decadência.
John Morrow diz sobre essa questão: " a polis era uma ordem cooperativa dirigida para a
realização da bondade e para atingir a perfeição humana, as regras morais sujeitavam os
aspectos naturais da natureza humana aos seus elementos racionais.". propondo que se as
virtudes morais estão nas instituições políticas deveria ser feito umas reformas nas
instituições políticas que estão vigiando em Atenas e que estão sendo monopolizado pelos
demagogos e os sofistas.

PLATÃO X JUSTIÇA
o tema de justiça talvez seja o principal e o que abre o livro a república e a questão da justiça
é central para a definição do Estado, buscando entender a justiça para além dos interesses
Platão vai buscar a definição mais correta para a justiça, depois ele tenta provar que a justiça
é superior a injustiça. no livro primeiro é mais comentado a respeito da justiça dos indivíduos
já no segundo se trata mais sobre a justiça ser colocada como uma qualidade das instituições
políticas. nós diálogos Sócrates coloca que, "É mais fácil perceber a justiça ou injustiça na
organização das instituições políticas do que as enxergar apenas em um único indivíduo"

ESTADO IDEAL
Platão busca comprovar com a república que a justiça é uma virtude benéfica para a
humanidade e a formação do ser humano, da política essa que define a natureza humana, por
outro lado, ser um indivíduo justo em um estado justo é a suprema realização da política, logo
depois o Platão afirma que a justiça das instituições políticas junto com a justiça da alma
pode conter valores iguais e segundo esse mesmo, diz que essas qualidades são essenciais
para a qualidade e formação da polis. Sobre esse estado ideal novamente Morrow faz uma
citação a respeito desse conceito de Platão : "é harmonioso esse estado ordenado e estável e
sendo um estado perfeito deve personificar a justiça em sua forma mais elevada e completa",
Platão diz, que a justiça perfeita de um estado ideal, é a consequência de suas características
instintiva, no caso : a coragem, a sabedoria e a disciplina que todos tende possuir, então para
Platão uma sociedade que consegue manter estas virtudes e que atribuem deveres
correspondentes a pessoas devidamente qualificadas podem ser consideradas justas. portanto
cada indivíduo deve ocupar a sua posição na sociedade de acordo com a suas habilidades
individuais. Morrow continua dizendo que: " O estado justo é o estado em que cada elemento
ou classe desempenhe apenas a função que está naturalmente apto, o princípio da justiça está
em limitarem-se aquilo que lhes pertence e fazerem sua própria tarefa". pois Platão acredita
que o estado é o centro de encontro da própria existência humana e John Morrow diz que, "a
política platônica são uma pré condição para a perfeição da natureza humana através do
exercício da mais alta virtude e sua prática deve refletir este requisito, a justiça no estado e no
indivíduo reforça-se mutuamente".

CONCLUSÃO
a virtude é a finalidade política essencial, segundo Platão a virtude como finalidade política
essencial é um axioma, não precisa ser provada e comprovada em nenhum aspecto seja ele
qual for. a busca do bem comum é um axioma para a política.

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