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WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações.

São Paulo: Editora Cultrix, 1997

OBJTIVO / METODO: "(...) quais são, no sentido material do termo, as condições de


que se rodeia a ciência como vocação? Hoje em dia, essa pergunta equivale,
praticamente e em essência, a esta outra: quais são as perspectivas de alguém que, tendo
concluído seus estudos superiores, decida dedicar-se profissionalmente ao âmbito da
vida Universitária? Para compreender a peculiaridade que, sob esse ponto de Vista,
apresenta a situação alemã, convém recorrer ao processo de comparação e conhecer as
condições de vigem no estrangeiro."(17)

HIPÓTESES: PROFESSORES E CIENTISTAS: "(...) Todo jovem que acredite


possuir a vocação de cientista deve dar-se conta de que a tarefa que o espera reveste
duplo aspecto. Deve ele possuir não apenas as qualificações do cientista, mas também
as do professor." (22)
"(...) Avalia-se, portanto, o bom e o mau professor pela assiduidade com que os
Senhores Estudantes se disponham a honrá-lo." (23)

PAIXÃO E INSPIRAÇÃO: "(...) para o homem, enquanto homem nada tem valor a
menos que ele possa fazê-lo com paixão" (25)
"(...)Outra coisa, entretanto, é igualmente certa: por mais intensa que seja essa paixão,
por sincera e profunda, ela não bastará, absolutamente, para assegurar que se alcance
êxito. Em verdade, essa paixão não passa de requisito da "inspiração", que é o único
fator decisivo."(25)

INTUIÇÃO: "(...) No campo das ciências, a intuição do diletante pode ter significado
tão grande quanto a do especialista e, por vezes maiores. Devemos, aliás, muitas
hipóteses mais frutíferas e dos conhecimentos de maior alcance a diletantes. Estes não
se distinguem dos especialistas " (26)

CONCLUSÃO: "(...) Se a Inspiração não substitui o trabalho, este, por seu lado, não
pode substituir, nem forçar o surgimento da intuição, o que a paixão também não pode
fazer"(26)
"(...) A meu ver, esse dom de si é mais louvável que todas essas profecias de
universitários incapazes de perceber claramente que, numa sala de aula, nenhuma
virtude excede, em valor, a da probidade intelectual. Essa integridade nos compele a
dizer que todos - e são numerosos aqueles que, em nossos dias, vivem à espera de novos
profetas e de novos salvadores se encontram na situação que se descreve na bela canção
de exílio do guarda edomita, canção que foi incluída entre os oráculos de Isaías:
'Perguntam-me de Seir: 'Vigia, que é da noite? 'Vigia, que é da noite?'
O vigia responde:
'Vem a manhã e depois a noite. Se quereis, interrogai convertei-vos, voltai!'(51/52)

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