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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem

FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158


Rua Dr. Gabriel Penteado 360 – Or\ de Campinas – SP
Jurisdicionada ao GOSP – REAA

AUG\ E RESP\ LOJ\ SIMB\ Grande


Benfeitora da Ordem “FRATERNIDADE
CAMPINEIRA”
N.º 2158 – ORIENTE DE CAMPINAS - SP
R\E\A\A\

“A Estrela Símbolo do segundo grau”

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves C\M\


Orientação: Ir\ Leilo Lutti M\M\- 2º Vig\
(Novembro)/(2023) E\ V\

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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem
FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158
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1. Introdução:

A Estrela de segundo grau da maçonaria é conhecida como Estrela


Flamejante ou Flamigera. Ela é um dos símbolos mais importantes e
frequentemente utilizados na ordem maçônica, especialmente no segundo
grau. é uma estrela de cinco pontas que irradia "raios flamígeros" e possui a
letra G no centro Ela representa o Espírito Animador do Universo, o princípio
de toda a sabedoria e o poder gerador da Natureza.
Além disso, a Estrela simboliza os Cinco Pontos da Perfeição na Ordem
Maçônica: Força, Beleza, Sabedoria, Virtude e Caridade.
No segundo grau, de Companheiro, o integrante utiliza a Filosofia e a Ciência
das Coisas Materiais para caminhar com passos mais firmes e seguros,
baseados nos ensinamentos morais adquiridos no grau de Aprendiz.
O objetivo é aprimorar-se e servir de exemplo ao Aprendiz, demonstrando
assiduidade em loja, aprimoramento moral/intelectual e prática incessante da
tolerância, entre outros .1

2. Desenvolvimento:

Aqui, importante não confundirmos com a estrela do grau de


Aprendiz Maçom apresentada, principalmente, nos painéis alegóricos. Até
porque aquela estrela presente no painel tem seis ou mais pontas, não se
tratando de um pentagrama, e, sim, na maioria das vezes, de um hexagrama.
Encontramos em diversos rituais, sejam eles em inglês, português,
francês e até alemão, duas maneiras de se referir à Estrela de cinco pontas
presentes no ritual maçônico: Flamejante ou Flamígera, o que gera mais
confusão e polêmica ao estudar o símbolo no segundo grau. A diferença é
meramente semântica, talvez um preciosismo dos maçons, particularmente dos
maçons brasileiros. De toda forma, para tentar demonstrar de maneira mais
clara a diferença ou semelhança existente entre “estrela flamígera” e “estrela
flamejante” vamos tentar explanar.
Quando J.W.Sadler traduziu o ritual de Companheiro Maçom para o
português, em 1920, para o Grande Oriente do Brasil (GOB), de Blazing Star
usou o adjetivo “brilhante”. No entanto, usar a terminologia “brilhante” para a
estrela é muito pouco, pois toda estrela é brilhante. A Estrela de Companheiro-
Maçom precisa de maior significado, pois ela é diferente1. Já quem o traduziu
para o espanhol preferiu o adjetivo “rutilante”. Percebemos então que existem
quatro principais adjetivos diferentes para a Estrela em estudo, isto é: Brilhante,
Rutilante, Flamejante e Flamígera. Caso seja a estrela Sirius, é mais que
brilhante. Uma vez que é a estrela com maior brilho no céu é representada por

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cinco pontas em suas diversas tradições e tem uma influência muito grande em
diversas sociedades antigas, como a dos egípcios, sumérios, babilônicos e até
mesmo a dos hebreus O curioso aqui é que o nome Sirius vem do grego
seirios, que significa “queimando” e, de certa forma, nos remete à palavra
Flamígera, adjetivo da Estrela do Grau de Companheiro
Sendo um pentagrama não pode ser comparada às demais, e
“brilhante” não é o melhor adjetivo a ser utilizado. “Rutilante”, não é uma
palavra muito usada no português, mas ainda que fosse, continua sendo algo
relacionado ao adjetivo “brilhante”, isto é, um sinônimo, não cabendo utilização
pelos mesmos motivos expostos no caso de “brilhante”, comum a todas as
estrelas. Qual termo então é o mais adequado? “Flamejante” OU “Flamígera”.
Seguindo a tradução do latim, flamejante, isto é, Flammantis,
significa “que expele chamas”. Por outro lado, flamígera, ou seja, Flamigerus,
“que gera chamas”. Segundo Rui Samarcos Lóra e fazendo uma comparação
ao sol, podemos afirmar que ele lança e gera chamas, é fonte “geradora de
chamas”, de energia, assim como as demais estrelas, razão pela qual podemos
concluir que o nome mais adequado para o símbolo é, de fato, “Estrela
Flamígera”. Importante notar, ainda, que, para alguns ritos, a Estrela Flamígera
não tem a mesma importância e significado dos demais Ritos, não havendo,
inclusive, a mesma fórmula de reconhecimento do Grau. Penso existir excesso
de preciosismo nesse caso. Eu mesmo já me preocupei com esses termos,
mas cheguei à conclusão que além de análogos sob o ponto de vista
ritualístico, a essência dos fatos está na história e na representação de cada
um desses símbolos maçônicos.
Tomando por base que a Estrela Hominal possui uma conotação de
“luz intermediária” e a Espada com o seu raio ou chama é o símbolo do poder,
vamos ao termo flamejante e flamígero, pelo que vou simplesmente reproduzir
o que diz o saudoso Irmão José Castellani no seu Dicionário Etimológico
Maçônico:
Flamante, ou flamejante – Adjetivo (do latim: flamantes) designa o
que expele chamas, o que é brilhante, resplandecente, ardente, abrasado. Em
Maçonaria o termo mais usado é flamejante (variante de flamante), para a
Estrela de Cinco Pontas (ou seis no Rito de York) e para a espada sinuosa
usada para as sagrações de candidatos. A Estrela Flamejante (pentagonal, ou
hexagonal) é assim chamada por ser resplandecente, brilhante, vistosa (...) e
deve ficar no Templo entre o Sol e a Lua, ou mais precisamente, no meio-dia,
ou coluna do Sul. Já a Espada Flamejante, como símbolo, tem duas
interpretações diferentes para a sua origem. A interpretação clássica é bíblica e
baseada na expulsão de Adão do Paraíso (Gênese, 3 – 24): E expulsou-o; e
colocou ao oriente do (...). A Espada, entretanto, como símbolo do poder só
pode ser empunhada por um Venerável Mestre em exercício, ou por outro
Mestre Instalado. Graças a esse seu peculiar uso (...).
Flamígero – Adjetivo (do latim: flammigerus), é o mesmo que
flamífero e designa o que traz, provoca ou gera chamas. O termo é também
aplicado à Espada e à Estrela, em lugar de flamejante (Estrela Flamígera e
Espada Flamígera). É preferível, todavia, o vocábulo flamejante, ou flamante,
que traduz mais fielmente as características dos símbolos (a Estrela é
resplandecente e a Espada expele chamas).
Dados esses apontamentos, o que me parece é que qualquer dos

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termos se adapta aos símbolos mencionados, embora muitos autores prefiram


definir a Estrela como flamejante e a Espada como Flamígera e outros vice-
versa e outros ainda usem aleatoriamente qualquer um dos termos.
Na minha concepção qualquer dos vocábulos é perfeitamente
compatível com os símbolos, pois mais importante que essas definições são os
valores representativos emanados desses emblemas.
Independentemente do nome, a Estrela Flamejante ou Flamígera
tem origem na escola dos pitagóricos, A estrela é sempre representada por
“cinco” pontas, a estrela no grau de Companheiro, o que nos faz lembrar do
pentagrama, símbolo não só utilizado pela Escola Pitagórica, mas por muitas
outras ordens no mundo. Uma figura geométrica representativa dos "emblemas
de perfeição" e do "progresso moral". 1 A Estrela que brilha diante e por cima do
companheiro, o ilumina agora com toda a claridade e o guia com acerto na
Senda do Progresso, que o converterá em "mais que homem", no verdadeiro
Mestre em toda a extensão da palavra.
Ela também possui influências da tradição egípcia, sendo
considerada um símbolo de sabedoria e conhecimento pelos pitagóricos, que
tiveram contato com os sacerdotes egípcios durante sua estadia no Egito.1
Chamada pelos egípcios de Sopdet e muito admirada por outros povos e
culturas antigas, como os sumérios, gregos, babilônicos, hebraica, greco-
romana, romano-cristã e chinesa, além de estudos como a Cabala,
Numerologia e Tarô.1
Segundo Kennyo Ismail, os egípcios também conheciam a estrela
como Renfã, e afirma que, possivelmente, por influência egípcia, os hebreus
passaram a adotar esta estrela como “deus” naquela época de Amós e
Salomão. Amós, uma espécie de camponês daquela, época nascido em Tecoa,
no deserto de Judá, acabou recebendo chamado de Deus, pregando e
denunciando a situação pela qual o povo passava, que perpassavam os
aspectos singulares da aparente injustiça social, abrangendo outros problemas
que assolava a região, tornando-se um Profeta. Israel passava por um período
econômico difícil. A riqueza estava depositada na mão de poucos, a justiça
estava ao lado dos ricos e a população sofria com a situação. Amós teve cinco
visões para o fim do Reino de Israel, exatamente uma destas cinco visões,
relatada em Amós 7:7-9, que foi escolhida para ser o trecho de leitura utilizado
para a abertura do Livro da Lei no Segundo Grau.
Estudando um pouco mais da simbologia do grau e de sua associação com o
Profeta Amós, verificamos, ainda, outro aspecto interessante dentro da
literatura bíblica, isto é, trecho que parece fazer menção a um “deus/estrela” no
Livro de Amós. Deus estrela é representado pela estrela de cinco pontas Sirius
ou Spodet.
Relacionando o profeta Amós, a Estrela Flamígera ou Flamejante de 5
pontas, o numero cinco, que esta sempre, presente devemos extrair da
segunda instrução o chamado a fazer “obra de vida” do companheiro.
Na Segunda Instrução de nosso ritual de Companheiro Maçom esta
descrito:“o Companheiro é chamado a fazer obra de vida, pondo em ação sua
energia vital e aprofundando-se nos mistérios da existência. Tudo isso origina-
se da Geração, cujas leis inspiraram as mais belas doutrinas da antigüidade”.
Em relação a palavra Geração na segunda instrução, estamos
referindo a capacidade do homem de criar ,de passar conhecimento, de passar

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Luz a alguém . O ato de criar, de gerar luz ao chamado de fazer uma obra de
vida, como é o caso da “energia vital”, mencionada na sentença acima. A frase
é em associação dos conceitos de Árvore da Vida, energia vital, chacras, entre
outros presentes nas doutrinas da antigüidade, para esclarecer a chamada que
é feita ao Companheiro Maçom pela Segunda Instrução.

3. Conclusão:

O termo “obra de vida”, feito ao Companheiro-Maçom tem o objetivo


de se aprofundar em temas metafísicos que convidam a melhorar seu
aprendizado e compreender sobre sua iniciação, sua participação e do que ele
pode vir a fazer para “tornar feliz a humanidade”, atingindo o grau de Mestre.
No grau de Companheiro, o maçom utiliza a filosofia e a ciência das
coisas materiais para caminhar com passos mais firmes e seguros em direção
à luz. Além disso, ele busca aprimorar-se e servir de exemplo ao Aprendiz,
demonstrando assiduidade em loja, aprimoramento moral e intelectual, e
prática incessante da tolerância O simbolismo da estrela do segundo grau é de
estimular o companheiro trazendo luz ao longo da Jornada Maçônica a fim de
fazer “obra de vida”, especialmente se levarmos os exemplos de nossa Ordem
para fora dos templos, para as famílias, vencendo as paixões, submetendo
nossas vontades e fazendo novos progressos.

4.Referências Bibliográficas:

1. https://www.freemason.pt/a-estrela-flamejante/
2. O Segundo Grau do Simbolismo Maçônico no Rito Escocês Antigo e
Aceito, Rui Samarcos Lóra. Revista A Trolha, ed. 400 e 401, em
fevereiro de 2020
3. https://roi-luria.webnode.pt/Aldo Lavagnini, Manual do Companheiro
Maçom, TRADUÇÃO: Roger Avis Porto Velho – RO – 2007
4. Rizzardo da camino. Rito escocês antigo e aceito. Loja de perfeição
(graus Io AO 33°) 2a Edição. 1999, Supervisão Editorial e Coordenação
Geral: Wagner Veneziani Costa. Produção e Capa: Equipe Técnica

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Madras. Ilustração Capa: Mario Diniz .Revisão:Luiz Roberto S. Malta


ISBN 85-85505-65-6Todos os direitos desta edição reservados pela
MADRAS EDITORA LTDA
5. Maçonaria Revelada Os Segredos do Companheiro Maçom
/https://www.academia.edu/93046917/Ma
%C3%A7onaria_Revelada_Os_Segredos_do_Companheiro_Ma
%C3%A7om_Estudo_Interpretativo_dos_S
%C3%ADmbolos_e_Alegorias_Do_Segundo_Grau_Ma
%C3%A7%C3%B4nico_Primeira_parte_O_DESENVOLVIMENTO_HIST
%C3%93RICO_DA_MA%C3%87ONARIA_MODERNA.

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves C\M\

Membros da Comissão Trabalhos e


Admissão de Grau:

Ir\ Adilton Ruas Oliveira M\M\

Ir\ Leilo Luti de Lima M\M\

Ir\ Túlio Siqueira M\I\

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