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Tampouco se deve confundi-la com o DELTA LUMINOSO. Este se situa atrás e acima da
cadeira do Venerável. Esta última distinção é necessária porque alguns rituais colocam a
ESTRELA FLAMÍGERA no interior do DELTA LUMINOSO.
Por detrás da Estrela Flamígera irradiam chamas, que não se deve confundir com raios.
O termo flamejante vem do fogo. Reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos
do mundo, o fogo é um principio ativo, transmutador e transformador.
A LETRA G, que é encontrada no centro da Estrela Flamígera, não é abordada neste trabalho,
pois é incontestavelmente um enigma maçônico, cujos mistérios que pairam sobre ela e as
infinitas interpretações e significados que lhes são atribuídos pelas diversas correntes, a faz por
merecer profundo estudo à parte.
Se pedirmos para uma criança, em fase inicial de aprendizado, desenhar a figura de uma
estrela, ela certamente irá desenhar uma estrela de 5 pontas, e a ela irá atribuir o significado de
apenas algo que brilha no céu.
Por se tratar da mais antiga, a Tradição Egípcia merece destaque especial dos escritores
maçônicos, pois o antigo Egito foi um dos centros sagrados de onde surgiu grande parte do
saber que contribuiu para dar forma, com sua influência sobre os filósofos gregos, à concepção
do mundo.
Segundo os autores maçônicos, a herança egípcia foi transmitida à Maçonaria através,
fundamentalmente, da Alquimia e do Pitagorismo.
Theobaldo Varoli Filho afirma que, como símbolo maçônico, a Estrela Flamígera é rigorosamente
de origem pitagórica, sendo que seus sentidos mágico, alquímico e cabalístico, assim como o
seu aspecto flamejante, foi imaginado ou copiado por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-
1533), jurista, médico, teólogo e professor, amante da Magia e da Cabala.
Dada a acolhida pelos autores quanto a Estrela Flamígera ser de origem pitagórica, algumas
breves informações sobre Pitágoras:
Pitágoras viveu cinco séculos antes de Cristo, na Grécia, onde foi filósofo, geômetra e moralista.
Seu nome figura com excepcional destaque na história da matemática.
Permaneceu por alguns anos no Egito e lá, ainda jovem, freqüentou os templos e ouviu os
Sacerdotes. Com os Sacerdotes, iniciou-se no estudo das ciências ocultas, aprendeu as regras
do cálculo e chegou a conhecer recursos e artifícios da magia egípcia.
Ao regressar à Grécia, trazia Pitágoras a fama de ser um sábio, dotado de estranho poder,
capaz de revelar aos homens todas as faces da vida e os segredos inatingíveis das coisas.
Ensinava aos seus fiéis discípulos que os números governavam o mundo e que, por isso,
todos os fenômenos que ocorriam na terra, no ar, no fogo ou na água podiam ser expressos,
avaliados e previstos por meio de números.
Para ele, o número não era considerado como uma qualidade abstrata, mas como a virtude
intrínseca ética de um Supremo, o Deus, a origem da harmonia universal.
Segundo Lavagnini:
Lavagnini escreve que a estrela de cinco pontas simboliza a imagem de um homem, com
as pernas e os braços abertos, em correspondência com as quatro pontas laterais, sendo a
cabeça correspondente à ponta superior, representando o equilíbrio ativo e a sua capacidade
de expressão. Desta forma, simboliza que o homem se acha no centro da vida e, com a sua
atividade, irradia de si mesmo a sua própria luz interior, exatamente como se acha a estrela no
espaço.
Segundo Varoli:
Varoli atribuiu às cinco pontas da Estrela os cinco sentidos que estabelecem a comunicação
da Alma com o Mundo Material (tato, audição, vista, olfato e gosto), dos quais, para os maçons,
três servem à comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques; pela audição
se percebem as palavras e as baterias; pela vista que se notam os sinais.
Dentre os diversos significados pesquisados, este grupo, particularmente, elegeu como mais
profundo e reflexivo aquele atribuído pelos autores José Castellani e Raimundo Rodrigues, o
qual assim resumimos:
A Estrela Flamejante representa o HOMEM IDEAL, que deve ser a grande aspiração do
Campanheiro-Maçon. A Estrela Flamejante é LUZ e luz é o grande símbolo da Verdade e do
Saber.
O Sol, a Lua e a Estrela Flamejante têm uma significação bem diferente daquela que lhes é
atribuída no mundo profano. As luzes que cultuamos na Maçonaria nos proporcionam uma outra
visão, muito mais abrangente e de muito maior valor para a nossa vida, pois elas iluminam a
estrada de nossa existência, no campo mental e espiritual.
Logo, é preciso que procure distinguir sempre as diferenças que existem entre paixão, emoção
e sentimento. A paixão é inadmissível no Maçon; é perigosa e deve ser afastada sempre porque
é irracional e conduz perigosamente ao fanatismo.
Isto significa que tudo se resume numa única palavra – virtude. Virtude é a disposição íntima
pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesmo. A prática da virtude consiste na anulação
das paixões e na superação do próprio Ego.
Quando a Maçonaria quer que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Cúbica, ela está
lembrando ao Iniciado que ele deve manter uma luta progressiva e sem tréguas pelo domínio
de si mesmo, colocando próprio ego sobre o mais absoluto controle.
Leibniz, filósofo que viveu no século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre; as criaturas
o serão, mais ou menos, na medida que se coloquem acima das paixões”.