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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Educação
Graduação em Filosofia
Prof Antônio Jardim
Filosofia da Educação
Frederick Chame de Mello Caldas

QUESTÃO 1

“O que mais cabe pensar cuidadosamente mostra-se no fato de ainda não pensarmos.
Insistentemente ainda não, apesar da situação mundial tornar-se cada vez algo a se pensar
mais cuidadosamente. Este processo parece exigir, antes, que o homem atue, ao invés de
discursar em conferências e congressos e assim mover-se em meras representações do que
deveria ser e como precisaria ser feito.” (p. 112)

A crítica central apresentada no texto, aparentemente, consiste na impessoalidade do


pensar atual. Por este prisma, o que predomina é a passividade criativamente inoperante.
Perpetua-se um saber: desmembramos as implicações de nossos pressupostos sem nunca os
colocar em xeque. Mas se o pensamento alternativo - subordinado ao nosso caráter pessoal -
envolve sempre os saberes por nós retidos na memória, como poderíamos escapar das
categorias impostas pelo nosso tempo? De fato, a linguagem poética admite lacunas a serem
preenchidas subjetivamente, de modo que a experiência para com o texto seja sempre uma
síntese única entre signos e lembranças. Mas até que ponto a síntese da pessoalidade seria
realmente paradigmática? Mesmo os filósofos não escapam do seu tempo. De fato, mesmo
uma construção conceitual – todo trabalho filosófico - envolve um comprometimento lógico
com dados previamente apreendidos. E por sua vez, as lembranças já estariam corrompidas
pelo âmbito da racionalidade. Assim, após um intervalo amplo de tempo, podemos observar
maiores diferenças provenientes da criação de conceitos. Mas isto não implica que estaríamos
em algum momento mais próximos dos objetos. Em outras palavras: encontramos-nos no
mesmo problema apontado contra as ciências.
A questão assinalada se sustenta fundamentalmente na assunção que a memória
carregue consigo um teor racional. A saber, ainda que tenhamos imagens do passado, elas
estão sujeitas à mesma significação prática do racional do que as imagens do presente. E pelo
fato do rememorar ocorrer sempre no presente, tampouco se pode dizer que acessaríamos a
uma significação (ou ausência de significação) outrora patente.
QUESTÃO 2

O autor constata também como o interesse efêmero pelas coisas no século XX seria
sintomático da impessoalidade do saber lógico. Esta perspectiva ecoa certamente enquanto
desafio pedagógico: afinal, qual caminho o professor pode traçar para que o aluno possa
acolher (ter gosto) o conteúdo científico?

QUESTÃO 3

O pensamento filosófico atual é composto por uma linguagem rigorosamente técnica.


Contudo, aparentemente, o pensar que faz dos filósofos os pensadores é possível apenas por
algo intransponível à linguagem ortodoxa. Isto posto, por que motivo a filosofia se realiza na
atual linguagem e não numa outra?

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