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Neste Guia de estudos da disciplina, você terá acesso ao referencial teórico e à avaliação continuada
(atividades e interatividades) referentes às quatro unidades em que se divide a presente disciplina.
Ao contrário dos estudantes de Pedagogia, que valorizam bastante a reflexão sobre a relação
ensino-aprendizagem, na perspectiva da prática docente em sala de aula, grande parte dos estudantes
de Filosofia tem relegado essa discussão para um segundo plano, talvez em função da distinção que
havia, até bem pouco tempo, entre bacharelado e licenciatura, ocorrendo, muitas vezes, um agravante,
já que esses estudantes que negligenciaram tal reflexão, não encontrando campo para se dedicarem
totalmente à pesquisa, acabaram por se dedicar ao magistério.
Conseqüência disso é que tais profissionais, mesmo tendo uma sólida formação filosófica,
acabam por se deparar com a dificuldade da proposta de trabalho em sala de aula. Ou, como afirma
Rios (2000), ao propor as quatro dimensões para uma docência da melhor qualidade, os profissionais
preocupam-se em demasia com a dimensão técnica, o que realmente se faz necessário, mas acabam por
negligenciar as outras dimensões propostas pela autora, ou seja, a dimensão estética, política e ética.
É importante deixar claro (embora sem ignorar nenhuma das dimensões, pois as mesmas
são inseparáveis) que durante a disciplina daremos maior ênfase às dimensões ética, política e estética,
tendo em vista que a técnica já é de domínio do estudante de Filosofia nos cursos de graduação.
Em função do tema abordado, vamos fazer uma distinção do ensinar filosofia tendo como
base os sujeitos aos quais se destina tal ensino:
a) ao estudante universitário;
b) ao aluno de ensino médio;
c) às crianças e/ou adolescentes do Ensino Fundamental I e II.
No primeiro caso, a Filosofia tem um papel formativo, ou como afirma Marcondes (2004),
“levando-o a desenvolver suas próprias reflexões com base no conhecimento dos filósofos da tradição,
de seus textos, de seus argumentos [...]” de modo a desenvolver “na medida em que puder aperfeiçoar
Unidades Instrucionais Referenciais
um método de leitura dos textos filosóficos, e de interpretar e reconstruir seus argumentos” (p. 63-64).
Refere-se, portanto, à formação do especialista em Filosofia que visa profissionalizar-se na área, cabendo,
assim, um domínio da história da filosofia e do pensamento filosófico produzido ao longo da história
da humanidade, isso implica em um contato com os textos clássicos, na sua íntegra, no domínio da sua
linguagem e na contextualização das teorias elaboradas pelos grandes pensadores.
No segundo caso, ainda segundo Marcondes (2004), a melhor opção estaria em partir “da
discussão de questões existenciais, que foram sempre centrais na filosofia mostrando [...] a continuidade
entre a filosofia e a nossa vida concreta e indicando como essas questões que vivenciamos foram
também questões dos grandes filósofos [...]” promovendo um “pensar por nós mesmos, mas junto com
eles” (p. 65).
É importante notar que existe uma diferença substantiva no que se refere ao ensino da
Filosofia, não se trata de formar o especialista, mas de criar situações onde o estudante do Ensino Médio,
à luz da produção filosófica, possa refletir sobre os problemas da realidade em que está inserido, de
forma que o contato com a produção filosófica pode se dar por meio de um recorte filosófico das idéias
de diferentes filósofos em torno de um problema cotidiano.
No terceiro caso, segundo Daniel (2000), trata-se, para Lipman, do desenvolvimento do bem
pensar ou pensar de qualidade, focado no desenvolvimento do pensamento:
a) autônomo: criação pessoal e não mera reprodução;
b) crítico: busca sistemática de critérios objetivos;
c) razoável: capacidade de julgar a partir de conexões entre o pensamento e a ação.
Vale lembrar que, dentro dessa proposta, a base de toda prática filosófica está no
desenvolvimento de um pensamento crítico, criterioso e reflexivo. Podendo, para tanto, ser dispensável
o uso de textos filosóficos, já que é possível refletir em torno de um poema, uma obra de arte, uma
fábula etc. Não se trata, por exemplo, de ensinar um conteúdo de ética ou estética, mas de debater
determinado conteúdo levando em conta tais aspectos, visando um objetivo, de maneira organizada e
sistematizada.
Diante do exposto, é importante observar que tanto no primeiro como no segundo caso estão
presentes, necessariamente, os textos da tradição filosófica, ainda que com perspectivas diferenciadas e,
portanto, menos aprofundadas. Enquanto, no terceiro caso, tais textos podem ser dispensáveis, já que o
foco é colocado no processo e não no conteúdo.
Embora tenha feito esta breve explanação para distinguir as concepções de ensino de
Filosofia nos diferentes graus de ensino, é importante deixar claro que, neste curso, não vamos nos ater
à prática de ensino de filosofia no curso superior, já que visamos debater a prática de ensino de Filosofia
voltada somente para o Ensino Fundamental e Médio.
Bom estudo!
ATENÇÃO!
Não tenha receio, aceite o desafio! Venha fazer parte desse novo processo de construção coletiva
do saber!
AULA PRESENCIAL
Carga horária
•• Uma hora e meia presencial – 1ª semana.
Objetivos
•• Interpretar a organização da disciplina Metodologia do Ensino e da Pesquisa em
Filosofia I e as formas de participação para a compreensão dos conteúdos.
Introdução à Disciplina
•• Apontar e interpretar determinados conceitos necessários ao estudo da disciplina.
Conteúdo
•• Programa para o desenvolvimento da disciplina.
Interatividade
•• Leitura do Guia de estudos da disciplina, discussão e resolução de eventuais dúvidas
sobre como proceder durante o estudo da disciplina.
Atividade
•• Discussão a respeito da disciplina e sua relação com o curso.
Anotações
Unidade
O ENSINO DE FILOSOFIA PARA
O ENSINO FUNDAMENTAL
Carga horária
1
•• 11 horas EAD – 2ª e 3ª semanas.
Objetivos
•• Conhecer e compreender a história da proposta do ensino de Filosofia para o Ensino
Fundamental, dentro da concepção lipimaniana.
•• Analisar e discutir o ensino de Filosofia para crianças, tendo como eixo norteador o
conceito de aprendência proposto por Assmann.
Conteúdos programáticos
•• Origem da proposta do ensino de filosofia para o Ensino Fundamental: breve histórico.
ATENÇÃO!
Ao iniciar seus estudos, procure
ter à mão todos os recursos 1 INTRODUÇÃO
de que irá necessitar, tais
como: dicionário, caderno para
anotações, canetas, lápis, obras Até bem pouco tempo, quando se falava de ensino de filosofia, logo se pensava nos
etc. Desse modo, você evitará estudantes de ensino médio e superior, isso se dá em função da própria história da educação brasileira.
as interrupções e aproveitará
seu tempo para ampliar sua Segundo Horn (2000, P. 18), “a filosofia veio para o Brasil com os jesuítas” e se firmou como matéria
compreensão. Pense nisso... escolar ao longo da nossa história, algumas como disciplinas obrigatórias, outras como disciplinas
optativas, mas, de uma forma, ou de outra, foram extintas do currículo escolar durante a Ditadura Militar.
No entanto, tal disciplina sempre esteve voltada para o ensino médio ou superior.
Em 1985, foi criado o Conselho Internacional para investigação filosófica com crianças
(ICPIC). O ICPIC é formado por professores de filosofia de aproximadamente quarenta
países que se dedicam em transformar o ideal de Lipman em uma realidade prática global.
Seus membros direcionam as atividades no intuito de construir uma rede multinacional
através de conferências, workshops, programas de treinamento de professores, além de
publicações e disseminação de correspondências, jornais e material curricular.
No mesmo ano, aqui no Brasil, foi fundado o Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças
(CBFC), pela professora Catherine Young Silva. O CBFC trata-se de uma sociedade sem fins lucrativos
que visa habilitar e acompanhar professores que desejam trabalhar com a proposta de Lipman. Assim,
ATENÇÃO!
durante os mais de vinte anos da sua criação, o centro tem formado inúmeros professores em todo o
Para obter informações sobre Brasil, bem como auxiliado na implantação da proposta em escolas públicas e particulares. O que se
o Centro Brasileiro de Filosofia tem notado é que a proposta tem sido muito bem aceita pelas escolas da rede particular, com algumas
para Crianças (CBFC) acesse o
site: CENTRO BRASILEIRO DE experiências na rede pública.
FILOSOFIA PARA CRIANÇAS.
Homepage. Disponível em:
<www.cbfc.org.br>. Acesso
Além da divulgação e formação dos professores em uma metodologia específica para se
em: 21 jun. 2008. trabalhar com a filosofia no ensino fundamental, que estudaremos nesta unidade, o CBFC é responsável
pela distribuição dos materiais ou novelas filosóficas, criadas por Mattew Lipman, para o desenvolvimento
da proposta.
Trata-se de uma metodologia simples, mas ao mesmo tempo complexa que exige do
professor uma formação para dominá-la. O que se tem notado é que quando bem aplicada, de
forma séria e comprometida, surti um efeito muito positivo na formação de crianças e adolescente,
proporcionando aos mesmos o desenvolvimento de uma postura reflexiva, crítica e cuidadosa frente à
análise e elaboração do conhecimento.
Desse modo, vamos estudar no tópico a seguir alguns conceitos relacionados à origem da
proposta do ensino de filosofia para o Ensino Fundamental.
Bom estudo!
Desse modo, a história do Programa de Filosofia para Crianças se confunde com a história de
Lipman, que, segundo Castro e Lopes (2002, p. 67), era:
[...] o filho mais novo de uma pequena família com mais dois irmãos. Nascido em 1923
em Philadelphia, norte dos Estados Unidos na Pensilvânvia, Mudou-se com a família para
New Jersey, com apenas dois anos de idade. A região sul, onde viveram por muitos anos,
era bastante conservadora com uma população, predominantemente judaica. Havia uma
lá uma sinagoga e um ambiente cultural bastante ortodoxo, não havendo lugar para
questionamento.
Lipman é filho de pai alemão e mãe norte-americana, que, mesmo tendo suas vidas ligadas
ao trabalho no campo, sempre encorajaram o filho a prosseguir nos estudos. É interessante notar que
sua experiência escolar não fora das mais tranqüilas, como somos tentados a imaginar, em um primeiro
momento, Castro e Lopes (2002), que relatam que:
Os primeiros contatos (de Lipman) com a escola não foram dos melhores, quando
questionado Lipman afirma que teve muitos problemas de comportamento quando
estava no primário. Diz que era constantemente repreendido e até expulso pelo seu
comportamento e isso fazia com que não gostasse muito da escola. A passagem do
primário para o secundário coincidiu com o período da grande depressão americana.
Este foi um período de grandes dificuldades para os norte-americanos [...] Ao terminar o
secundário, com 15 anos, mudou-se com a sua família para uma fazenda de um de seus tios,
em Washington Crossing [...] com 19 anos, foi chamado pelo exército para treinamentos
básicos na infantaria em Nova York. Inscreveu-se num programa especial para soldados
que pretendiam se tornar professores da infantaria. Em 1943, foi transferido para Stanford,
onde as salas de aulas ficavam abarrotadas de soldados, de duzentos a trezentos alunos, e
os professores passavam o tempo todo dando palestras e lendo sua anotações, enquanto
muitos alunos dormiam. Era um clima monótono e desinteressante, o que o levou, um ano
depois, a optar pela volta à infantaria (p. 67-68).
Como podemos notar, conhecendo um pouco da biografia de Lipman, sua relação com
a educação não foi das mais positivas, considerando que o ambiente escolar foi extremamente
determinante para que isso acontecesse. Isso nos leva a acreditar que tais experiências tenham sido
importantes na elaboração de uma concepção do espaço e da relação ensino-aprendizagem.
Porém, também houve um momento em que tal situação sofreu uma alteração, conforme
nos relatam Castro e Lopes (2002):
Depois de terminada a guerra, Lipman continuou por algum tempo no exército ficando na
Áustria e depois na Alemanha. Como forma de ocupar o tempo dos soldados, o exército criou
universidades temporárias e ele foi para uma delas, a de Shirvenham, na Inglaterra. O corpo
docente era composto por professores norte-americanos muito bem selecionados e, além
ATENÇÃO!
deles, eram convidados professores ingleses para proferirem palestras. Teve como professor, Para saber mais sobre Lipman,
dentre outros, Charles Hendel, da Universidade de Yale. Foi, então, na Inglaterra que Lipman fez consulte a obra: CASTRO, E.
seu primeiro curso de filosofia. Foi lá, também, que tomou contato com os trabalhos de Hume, A.; LOPES, O. T. Educação
para o Pensar: uma alternativa
chegando até conhecer Edinburgo, lugar onde Hume viveu (p. 68). para a cultura da não-violência.
In: Caderno de Pedagogia.
Publicação do Departamento de
Aos 23 anos, Lipman retornou para os Estados Unidos, onde concluiu o seu bacharelado em Educação do CUML, ano 7, n°
1948, na Columbia University, e, após mais dois anos, concluiu o doutorado, com ressalvas, o que o levou 7, Ribeirão Preto, 2002.
a morar na França durante um ano, para reescrever sua tese. De volta aos Estados Unidos, trabalhou na
Faculdade de Columbia durante a década de 1950. Vale ressaltar que esse momento foi determinante
para o surgimento do embrião que culminou, mais tarde, na proposta do Programa de Filosofia para
Crianças. Conforme Castro e Lopes (2002, p. 69) “no final dos anos setenta Lipman começou a pensar em
escrever um material para crianças, motivado pela falta de pessoas mais racionais na universidade”. A
primeira publicação foi Ari dos Telles em 1970, a qual foi utilizada como um projeto piloto.
Desse modo, a ida de Lipman para o Montclair State College tornou-se a grande virada para o
desenvolvimento de sua proposta, pois:
Foi em Montclair State College que Lipman conheceu a sua maior colaboradora, Ann
Margareth Sharp, que, em parceria com ele, sistematizou o Programa de Filosofia para Crianças tal
qual conhecemos hoje, com seus materiais e sua metodologia. Em 1976 organizam encontros em
várias localidades, considerando que a proposta chegou ao Brasil em 1985, onde o próprio Lipman
esteve fazendo a divulgação em universidades como a USP, Unicamp, PUC dentre outras. Nesta mesma
oportunidade Lipman coordenou e ministrou um curso para os primeiros monitores brasileiros, para
que eles preparassem outros professores.
Embora seja possível notar tais influências na proposta de Lipman, a contribuição decisiva
para a elaboração do seu Programa é tomada de um filósofo norte-americano (1859-1952) que muito
contribuiu para o desenvolvimento do pensamento escolanovista nas primeiras décadas do século 20.
Dewey, tomando contato com a filosofia pragmatista de Charles Pierce e Willian James, elaborou uma
filosofia da educação denominada de funcionalismo ou instrumentalismo, voltada para uma pedagogia
8 da ação, ou educação ativa.
É interessante notar que tal pragmatismo se faz presente na proposta lipamaniana, pois não
se trata de se debruçar sobre um conhecimento pelo mero exercício intelectual, mas que todo exercício
intelectual visa uma aplicação prática, ligada à vida dos sujeitos nele envolvidos.
Ainda de acordo com Daniel (2000), uma relação que podemos fazer entre os dois teóricos
diz respeito a dois conceitos, pensamento espontâneo e pensamento reflexivo, encontrando, em
ambos, semelhanças, ou seja, o primeiro é um processo natural e o segundo um processo investigativo,
explicando melhor, para Lipman:
a) o pensamento espontâneo trata-se da aceitação passiva dos fatos, julgamentos rápidos
e afirmação não justificada, coincidindo com a concepção de Dewey, ou seja, tudo aquilo
que se passa pela cabeça, imaginação, opinião não fundamentada.
b) o pensamento reflexivo trata-se de um pensamento autônomo, crítico e razoável,
ATENÇÃO!
e para Dewey, de um exame cuidadoso, demorado, preciso. Lipman define, ainda, o Para saber mais sobre o
pensamento reflexivo de bem pensar ou pensar de qualidade. pensamento espontâneo e o
pensamento reflexivo, consulte
a obra: DANIEL, M. F. A filosofia
Segundo Daniel (2000), a divergência entre ambos estaria nas etapas que propiciariam o e as crianças. São Paulo: Nova
pensamento reflexivo. Para Dewey, dentro de seu funcionalismo ou instrumentalismo proposto, tal Alexandria, 2000.
de aprendizagens significativas, mas meramente cumulativas. Concordam, ainda, que apenas uma
aprendizagem reflexiva poderia desenvolver o pensamento reflexivo (pensar bem).
Lipman concorda com Dewey em relação ao segundo aspecto, mas discorda quanto ao
primeiro. Isso porque o currículo de lógica preconizado por Dewey ainda é tradicional e isso é contestado
por Lipman, que defende a tese de que as crianças estão aptas para aprendê-la, desde que vinculada à
sua experiência cotidiana, é isso o que ele propõe na sua primeira novela Ari dos Telles.
Desse modo, é preciso esclarecer que Assmann (2000) não trabalha especificamente com
a proposta de Lipman, porém, a sua forma de encarar a educação pode nos ajudar no entendimento
do que estamos denominando como aprendizagem significativa. O conceito teorizado por Assmann
(2000) é o que ele denomina de aprendência.
Ao discutir como educamos ou como aprendemos, Assmann (2002) vai buscar a contribuição
da biociências, dessa forma, aprender não pode se reduzir a uma mera apropriação de saberes
acumulados. Trata-se de um encontro entre processos cognitivos e processos vitais.
Quando alguém aprende algo novo, não é apenas esse elemento novo – motórico,
lingüístico, conceitual etc – que se acrescenta ao que supostamente já foi adquirido, mas
ocorre um reconfiguração do seu cérebro/mente inteiro enquanto sistema dinâmico [...] o
que, sim, se quer propor, como teoria explicativa do sucesso ou insucesso da aprendizagem,
é que qualquer processo pedagógico somente será significativo para os aprendentes
na medida em que produz essa reconfiguração do sistema complexo cérebro/mente (e
corporeidade inteira) [...] Enquanto organismo vivo, somos também um sistema perceptivo
e cognitivo. Em cima do que nos advém “de fora”, construímos ativamente nossa imagem
do real. Somos criadores do “nosso mundo”, inventores do “nosso mundo”, fabuladores e
sonhadores do “nosso mundo”, transformadores do mundo real, porque em primeira
instância transformadores do nosso próprio “mundo interno” mediante uma fantástica
evolução intra-organística. (ASSMANN, 2000, p. 41-61).
É essa experiência que Lipman vem propor, ainda que com outras palavras. Ele nos mostra o
cominho, nos dá um norte, uma metodologia para que, efetivamente, consigamos transformar as nossas
salas de aulas em um espaço de aprendência.
5 CONSIDERAÇÕES
Nesta primeira unidade da disciplina Metodologia do Ensino e da Pesquisa em
Filosofia I apresentamos o histórico da proposta de filosofia pra crianças e seus fundamentos teóricos.
Além disso, discutimos a concepção de ensino-aprendizagem norteadora da proposta à luz do conceito
de aprendência.
Esta abordagem nos permitiu, a partir dos teóricos apresentados, refletir sobre a
possibilidade do ensino da Filosofia no ensino fundamental I e II. Com tais conhecimentos, convido você
a estudar, na Unidade 2, os fundamentos metodológicos para a prática de ensino de Filosofia no ensino
fundamental.
Até lá!
6 AUTO-AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Chegamos ao término da Unidade 1. Neste momento, você poderá fazer uma auto-avaliação
da aprendizagem em relação aos conteúdos que foram abordados.
Para tanto, sugerimos que, por meio de um breve esquema, retome e organize os conteúdos
estudados nesta unidade.
7 AVALIAÇÃO CONTINUADA
Interatividade
Com base no estudo desta unidade, e tendo em vista os Objetivos Gerais do Ensino
Fundamental, Como a Proposta de Filosofia para Criança poderia contribuir para o desenvolvimento
dos objetivos elencados a seguir?
• Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos
e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e
repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo, para si mesmo, respeito.
• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando
o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas.
• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como
meio para construir, progressivamente, a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de
pertinência ao País.
Lembre-se de que você deverá estabelecer relações entre a proposta de filosofia para
crianças com os objetivos transcritos.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSMANN, H. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 3. ed.
Brasília: MEC/SEF, 2001.
CASTRO, E.; LOPES, O.T. Educação para o Pensar: uma alternativa para a cultura da não-violência. In: Caderno de
Pedagogia. Publicação do Departamento de Educação do CUML, ano 7, n° 7, Ribeirão Preto, 2002.
HORN, G. B. A presença da filosofia no currículo do Ensino Médio brasileiro: uma perspectiva histórica. In:
GALLO, S.; KOHAN, W. O. Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000.
MARCONDES, D. Iniciação à história da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6. ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2001.
RIOS, T. A. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2001.
12
9 E-REFERÊNCIA
10 FILME SUGERIDO
CENTRO BRASILEIRO DE FILOSOFIA PARA CRIANÇAS. Educação para o pensar. VHS. São Paulo: Paulus e
Atta mídia e educação, 2004. 60 m. son. Color.