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Adamo Pedro

Dino Barraca

Esperança Joaquim Paculeque

1. A Filosofia e o currículo do Ensino Secundário

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2021

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Adamo Pedro

Dino Barraca

Esperança Joaquim Paculeque

1. A Filosofia e o currículo do Ensino Secundário

Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em Ética

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue na


cadeira de Didáctica de Filosofia III, no curso de
Filosofia 3º ano leccionado por:

MA: Samuel António Sousa

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2021

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Índice
Introdução...................................................................................................................................4

Objectivo geral։.......................................................................................................................4

Objectivo específico:...............................................................................................................4

1.A filosofia e o currículo do ensino secundário........................................................................5

1.1.Tendências e critérios da legitimação curricular do ensino de filosofia...............................5

1.2.O lugar da filosofia no elenco curricular..............................................................................6

1.3. O valor pedagógico da filosofia...........................................................................................8

1.4. Os objectivos do ensino da filosofia ao valor pedagogico de aula......................................9

Conclusão..................................................................................................................................11

Referencia Bibliográfica...........................................................................................................12

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Introdução
O presente trabalho da cadeira de Didáctica de filosofia II, tem como tema A filosofia e o
currículo do ensino secundário. Na primeira fase deste trabalho vamos falar sobre tendências
e critérios da legitimação curricular do ensino de filosofia, neste tema vamos conhecer os
vários manuais didácticos para o ensino da Filosofia da 11ª e 12ªclasse e das suas perspectivas
unidades, na segunda fase vamos falar do lugar da filosofia no elenco curricular, na terceira
fase vamos falar do valor pedagógico da filosofia na quarta e ultima fase vamos falar dos
objectivos do ensino da filosofia.

Objectivo geral։

 Conhecer o currículo do ensino de filosofia.

Objectivo específico:

 Analisar o objectivo do ensino de filosofia.

Quanto a metodologia usada para elaboração deste trabalho foi na base de consultas
bibliográficas nos manuais disponíveis na biblioteca da instituição e em consulta de várias
obras referenciadas na bibliografia final.

Quanto a estrutura do trabalho apresenta ։ introdução, desenvolvimento, conclusão e


referência bibliográfica no final do trabalho.

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1.A filosofia e o currículo do ensino secundário

1.1.Tendências e critérios da legitimação curricular do ensino de filosofia


A aprendizagem da Introdução à Filosofia no ensino médio, visa desenvolver competências e
habilidades que levem o aluno a reflectir sobre a realidade, relacionar e problematizar as
diferentes formas de interpretar o mundo que o rodeia. Ela fornece ao aluno instrumentos para
a construção da sua própria visão do mundo, aplicando diferentes formas de acesso ao
conhecimento e sua integração na sociedade. Foi concebida com vista a alargar o quadro
conceptual dos alunos dotando-os de capacidades de abstracção e de critérios metodológicos
de estudo (Pinto & Sousa, 2019, p. 314).

Segundo Mendes, (2021), a clara que uma das situações críticas cujas
questões a filosofia era chamada a responder, foram selecionados
alguns conteúdos que se acreditou que seriam os mais adequados para
o efeito. Entretanto, não se pretende aqui apresentar detalhadamente
todo o conteúdo que corporiza o ensino da Filosofia no ensino
secundário geral do 2º ciclo, mas dispor, de uma forma geral, os
temas de ensino.
Dos vários manuais didácticos para o ensino da Filosofia, são objecto da nossa análise os
seguintes:

BIRIATE M. & Geque, E. Filosofia: 11ª /12ª- Pré-universitário. Person Maputo 2014.

BOEGES, J et al. Introdução a filosofia. Plural editors. Maputo, 2014.

CHAMBISSE, E. & NUMAIA, A. M. Filosofia: 11ª/ 12ª Classe. Texto Editor. Maputo 2008.

De acordo com Pinto e Sousa (2019,p.315),

em termos de conteúdo, podemos afirmar que os três manuais


apresentam os mesmos conteúdos e a mesma abordagem. A diferença
é apenas na linguagem de algumas unidades. Ora vejamos: “Todos os
manuais são compostos por oito unidades, subdividas em duas,
correspondendo à 11ª e 12ªclasse do ensino secundário geral do 2º
ciclo.
Na 1ª Unidade da 11ª classe trata do título “Introdução à Filosofia”. Apresentam-se assuntos
relacionados com a Filosofia em geral, como disciplina: as tentativas de definição, as funções,
métodos, objeto, disciplinas, a interdisciplinaridade e a contextualização histórica das
abordagens históricas.
Na 2ª Unidade trata do título A “Pessoa como sujeito Moral”, É a unidade que toca da parte
da ética no ensino da Filosofia. Nela apresentam-se aspectos relacionados com a distinção da

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moral e ética, o conceito pessoa, a consciência moral, a ação humana e os valores, a pessoa
como ser de relações e aspectos da bioética.
Na 3ª Unidade, o foco central é a “Teoria do Conhecimento”, que expõe a análise do
conhecimento, os problemas e correntes da Filosofia do conhecimento, sobre a verdade e a
epistemologia contemporânea.
Por fim, o conteúdo da 11ª Classe termina na 4ª Unidade, que encerra as matérias da 11ª
Classe, tem como título “Introdução à Lógica”. Apresenta o conceito e objeto da lógica, a
linguagem como fundamento da condição humana, os princípios da razão e a lógica do
conceito e termo. Trata-se, por assim dizer, da introdução à lógica formal. Biriate & Geque,
(2014).
Na 1ª Unidade da 12ª classe trata do título “Introdução à Lógica II”, que se trata de uma
continuidade da temática anterior, ou mesmo do ano anterior. Comporta a lógica e
argumentação, lógica do juízo e proposições a lógica do raciocínio, o silogismo e a lógica
proposicional.
Na 2ª Unidade trata do título “Filosofia Política”. Trata da convivência política entre os
homens. Apresenta a Filosofia política na história, formas de sistemas políticos, filosofia
política em África. Esta unidade veicula questões da Filosofia Política em geral, como temas
como Democracia e Justiça, na filosofia ocidental e na africana, em particular.
A 3ª Unidade, por sua vez, contextualiza o debate sobre a existência ou não da filosofia
africana. Apresenta as correntes da “filosofia africana” e, de forma apaixonada, procura
fundamentos de uma possível filosofia africana.
Na 4ª e ultima Unidade da 12ª classe trata do titulo “Metafísica e Arte” e ou outros ainda
“Metafísica e Estética”. Nesta unidade, parte da definição dos conceitos e apresenta aspectos
gerais da metafísica e ontologia e culmina com questões da estética subdividida em teoria
sobre a beleza e teoria sobre a arte, (Pinto e Sousa 2019,p.315),

1.2. O Lugar da Filosofia no Elenco Curricular


É hoje questão discutida a de sabermos se o lugar de ensino da filosofia no currículo devera
situar-se no término dos estudos secundários. Tal posicionamento adquiriu foros de tradição
em virtude das próprias características da reflexão filosófica serem de tal modo
abstractizantes e exigirem uma atitude de indagação tão radical que se pensava apenas
poderem vir a ser atingidas quando o desenvolvimento psicológico do jovem aluno tivesse
atingido a sua plenitude. Por outro lado, o ensino da filosofia esteve historicamente

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vocacionado num longo período de sedimentação da cultura ocidental para uma função de
preparação dos estudos teológicos, pressupondo, uma orientação das várias dimensões do
homem no plano intelectual, moral e espiritual, para a compreensão da sua essência e da sua
situação única na ordem transcendente da “criação”.

De acordo com Marnoto (S/d. p.249),

Desde a antiguidade clássica que a filosofia era entendida como uma


forma de vida teórica, pensada para muito poucos (e sempre adultos)
ou seja, para aqueles que atingiram a consciência da ignorância e
caminham para uma acrescida consciência de si. A vida filosófica
entendida como vida teorética suponha, na sua origem, o
distanciamento fácil à imediatez do acontecer quotidiano, condição
prévia da consciência que reflecte sobre o objecto, já depurada dos
factores que ocultam a possibilidade de um verdadeiro e objectivo
conhecimento. A atitude filosófica distingue-se da “ polimathia”
sofistica e de todas as formas de saber “cultural” que se apresentam
sob a forma de conhecimentos gerais e genéricos e de síntese,
contrastando pela exigência e radicalidade do seu questionamento.

Também hoje se poderá continuar a pensar essa distinção entre o conceito de filosofia tal
como foi entendido pelas tradições antigas e medievais que a assumiram como um caminho
de pensamento e, por outro lado, um entendimento da filosofia como uma história da ideias ou
teoria do pensamento ideológico.

Assim, a presença da filosofia num programa de estudos destinado a adolescente é situação


recente criada a partir de condicionamento histórico e sociais que tornaram obrigatória a
escolaridade ate níveis etários progressivamente mais elevados e que exigem a presença de
uma componente humanística de síntese a cujo perfil a filosofia devera tentar corresponder,
sob o risco de ser suprimida do currículo.

Numa analise de evolução histórica dos desenvolvimentos


curriculares será de notar que a componente de estudos filosóficos vai
sendo introduzida cada vez mais precocemente (em níveis mais
iniciais do esquema curricula), mais destituído a filosofia da
dimensão mais radical da sua primitiva finalidade e restringindo a sua
aprendizagem mais a um desenvolvimento de capacidade ou destrezas
mentais, (Marnoto, S/d. p.250).

Com o humanismo pois renascentista a filosofia reorientasse para novas temáticas que se
sobressaem os temas do homem e da tradição estético-cientifica clássica. O ensino de filosofia
neste contexto de desenvolvimento epistemológico é reorientado, que no que diz respeito a
métodos didácticos quer mesmo no modo como se associa ao ensino das ciências, a título de
reflexão sobre os princípios e métodos da sua investigação. É essa investigação cientifica que
proporciona ao filosofo um vasco conjunto de temas e problemas que suscitam a necessidade
de repensar que as origem do conhecimento humano, bem como as formas especificas do
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saber de cada ciência, que os processos metodológicos que conduziram a formulação das
teorias cientificas, que ainda, e finalmente, os critérios de verdade no próprio conhecimento
cientifico.

O século das luzes entendeu a reflexão filosófica fazendo parte da Aufklarung: visam
esclarecedora do significado da cultura e do homem, mas a filosofia não perde a sua
característica de pensamento radicalizante da racionalidade.

De acordo com Marnoto (S/d. p.250),

A ideia de considerar a filosofia como uma actividade lógica ou como


um processo de construção e desconstrução critico operado por uma
mente analítica corresponde já a uma perspectiva contemporânea. De
inspiração de neo-positivista propõe-se mais como um método, do
que como um diário, e dai que a aprendizagem das tarefas que
constituem, segundo esses pensadores, a finalidade única (é o objecto
consentido) da filosofia possa ser iniciada aguando do
desenvolvimento das estruturas cognitivas adequadas ao pensamento
lógico nas suas diversas fases.

Dai que estejam já em curso em vários países experiencias que tendem a demonstrar que o
ensino da filosofia as crianças de 6-7 anos de idade ou mesmo de níveis etários inferiores é,
não só possível, mais desejável enquanto contributo da disciplina de filosofia para a formação
integral do aluno. Sem nos alongarmos nos processos de ensino-aprendizagem, que estas
experienciam envolvem, diríamos apenas que assentam no adestramento das capacidades de
verbalização e expressão do pensamento e consiste, em traços muito gerais, em integrar no
conjunto das questões que são habitualmente postas à criança no decurso do seu
desenvolvimento intelectual, questões de índole filosófica, ajudando-a a descriminar níveis de
interrogação e tipos de questões pela via de uma análise lógica da linguagem.

Serviu este parêntese para mostrar que a ideia de impossibilidade de se ensinar filosofia a
crianças parece ser hoje acusada por alguns como sendo mais um mito a abater, pondo de
novo em discussão com novos dados como o problema do lugar da filosofia no elenco dos
estudos secundários.

1.3. O valor Pedagógico da Filosofia

Segundo Marnoto (S/d. p.260), Podemos encontrar um triplo valor do ensino da Filosofia que
é Cientifico, pedagógico e filosófico.

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a) Ao nível científico: desempenhar um papel de lugar especialmente vocacionado para
uma reflexa interdisciplinar, de fundamentação metodológica e epistemológica dos
saberes função mediatizante, sistematizante e crítica do mundo da cultura.
b) Ao nível pedagogico-formativo: desempenhar uma função de algum modo análoga a
desempenhada pelas disciplinas de Matemática e gramática como disciplinas lógicas
de valor basilar para a aquisição dos instrumentos conceptuais mínimos para
apreensão dos vários conteúdos disciplinares em outras áreas científicas.
c) Ao nível filosófico existencial: desempenhar o papel de um contributo para a
formação dos jovens, fazendo despertar neles uma atitude critica de redobrada atenção
a si mesmos, a vida e aos valores intersticiais do tecido cultural dimensionados no
quadro amplo de um saber totalizador do sentido da própria vida.

1.4 Dos Objectivos do Ensino da Filosofia ao Valor Pedagógico deAaulas

Antes de referirmos o que se entende pela expressão objectivos de ensino da Filosofia convirá
porventura equacionar a questão geral do que se entende por objectivos de ensino.

A chamada pedagogia por objectivos nasceu como uma atitude decorrente de uma
determinada análise do acto educativo concebido como um conjunto de condutas
objectivamente observáveis desencadeadas como resposta a estimulos previamente
seleccionados. O acto educativo é então entendido essencialmente como um acto de ensino-
aprendizagem, estando sujeito aos mesmos mecanismos psicológicos que qualquer outra
forma de aprendizagem.

A visão comportamentalista da aprendizagem criou, a nível


pedagógico, necessidade de estudar as formas de rentabilização dos
esforços didácticos e de estudo dos mecanismos que tornam
particularmente eficaz a acção do ensinante. Bloom, Landsheere,
Mager, e outros desenvolveram em obras hoje clássicas uma vasta
teoria do ensino-aprendizagem que desenvolve precisamente toda
uma filosofia do acto educativo centrada na noção de objectivo,
Marnoto (S/d. p.261)

Na sua Taxonomia Bloom e outros definem os objectivos segundo très niveis. Em primeiro
lugar começam por propor uma descrição verbal de uma determinada categoria
comportamental visada. Seguidamente elaboram uma lista de objectivos pedagógicos
referentes a essa categoria. Por último, propõem exemplos comportamentais concretos ou

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específicos que consistem em tarefas a desempenhar como, por exemplo, as que figuram em
questões de exames, ou em outras formas de avaliação'.

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Conclusão
Depois de muita leitura e compreensão do trabalho, concluísse que o currículo do ensino de
filosofia no ensino secundário abrange duas classes que são 11ª e 12ª classe. A 11ª classe é
composta por 4 unidades assim como a 12ª classe. Os livros de Filosofia que são usados no
ensino secundario são Biriate M. & Geque, E. Filosofia: 11ª /12ª- Pré-universitário. Person
Maputo 2014, Boeges, J et al. Introdução a filosofia. Plural editors. Maputo, 2014 e
Chambisse, E. & Numaia, A. M. Filosofia: 11ª/ 12ª Classe. Texto Editor. Maputo 2008.

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Referencia Bibliográfica

Marnoto. Isabel, s/d. Didáctica da filosofia 1.vol.1. p. 249-261.

Mendes, A. B. da C. Lições sobre o Ensino da Filosofia em Mocambique. Disponível em:


http://www.publicaciencia.com.br/2018/04/24/licoes-sobreoensino-da-filosofia. Acesso em 19
de julho de 2021.
Pinto, Valmir Flores & Sousa, Samuel António, 2019. RECH- Revista Ensino de Ciências e
Humanidades – Cidadania, Diversidade e Bem-estar: Filosofia no contexto do ensino
secundário geral do 2º ciclo em Moçambique. P.314-315.

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