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COM1720

TURMA 2AC
Giovanna Ferrari Pinto Sassi

Mulheres e cultura de massa no modernismo

Na modernidade, a masculinidade era relacionada à ação, aos negócios, indústria e


ciência, enquanto a feminilidade era atrelada a uma oposição à burguesia. Isso seria como
um método de exclusão das mulheres. Cria-se um imaginário da feminilidade posto como
real pela misoginia. O modernismo busca se distanciar da trivialidade cotidiana. Nesse
quadro, a subjetividade – por ser relacionada a emotividade – é repreensível. Contudo,
em um contexto de garantia masculina por outros âmbitos, a supressão do “eu” homem
se torna mais simples, enquanto diretamente relacionada à narrativa feminina.

Assim, a mulher, no imaginário social do fim do século XIX, consome de maneira


massificada, sendo relacionada à cultura de massa. A cultura autêntica seria destinada aos
homens. Um movimento histórico que ganha novos contornos no modernismo. Além
disso, “massa” cria um sujeito oculto, supostamente espontâneo, sem definições e
posicionamentos a serem destacados – o outro. A cultura de massa, a indústria cultural,
tem suas teias sociais fundamentando suas origens hierárquicas, no caso, relacionadas ao
gênero.

A mulher é posta como inspiração ao artista homem, a tentação da cultura inautêntica,


imitativa e reprodutiva o que influencia questões políticas ligadas ao sufrágio universal e
à criação da imagem histérica de massas proletárias como projeção para o medo político
reacionário – o medo da mulher, da sexualidade e da natureza incontrolável.

A cultura de massa se trata de consumir, não produzir. Dessa forma, a estética modernista
relacionada ao trabalho também é posta como mais um formado do seu princípio de
realidade, distante do prazer. Ainda assim, na ilusão do pregresso ilimitado, os processos
mundanos da modernização que a estética critica ainda estão enraizados. E essa crença é
desmistificada com os movimentos consequentes. Destaca-se a relação que existe entre
as pautas sociais, em que o modernismo, para além do espaço cultural e industrial afetou.
Ainda que o modernismo aparente ser algo passado, seus traços operantes ainda refletem
muito nos dias atuais. Artes feministas na pós-modernidade por exemplo não são postas
como características da estética e ainda há uma distância cultural entre obras produzidas
por diferentes gêneros. Houve avanços entre épocas e um início à conexão entre as artes
revolucionária e política que foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial. No
americanismo dos anos 60, observou-se um maior efeito dos movimentos sociais e sua
interseccionalidade. As vanguardas históricas não escaparam do patriarcado e misoginia
em diferentes expressões artísticas, mas suas motivações contrarias à expressão cultural
tradicional gerou um terreno fértil à política estética feminista em que é possível tornar
obsoleta a representação do gênero feminino massificado.

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