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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: Posição Geográfica e organização político-espacial


04 1.1 - Posição geográfica do Estado do Amazonas
06 1.2 - Organização político-administrativa
07 1.3 - Perfil das sub-regiões do Amazonas
11 1.4 - Perfil da região metropolitana de Manaus
12 1.5 - Poderes públicos e símbolos estaduais
14 1.6 - A hidrográfia e os recursos hídricos
24 Textos para discussão
26 Atividades de apoio e exercícios
28 Sugestão de atividades

CAPÍTULO 2: O desenvolvimento industrial


30 5.1 - A industria e a Zona Franca de Manaus
37 Textos para discussão
39 Atividades de apoio e exercísios
40 Sugestão de atividades
41 5.2 - Principais industrias e seus indicadores
50 Textos para discussão
53 Atividades de apoio e exercícios
54 Sugestão de atividades
55 5.3 - As fontes de energia
60 Textos para discussão
61 Atividades de apoio e exercícios
62 Sugestão de atividades

CAPÍTULO 3: O setor de serviços e o seu crescimento


64 7.1 - O comércio e o turismo
72 Textos para discussão
73 Atividades de apoio e sugestão de atividades
74 7.2 - Transportes e meios de comunicação
83 Textos para discussão
86 Atividades de apoio e sugestão de atividades

CAPÍTULO 4: Aspectos demográficos do Amazonas


88 8.1 - A formação étnica e os tipos humanos
90 8.2 - A formação cultural
92 Textos para discussão

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92 Textos para discussão
93 Atividades de apoio e exercícios
94 Sugestão de atividades
95 8.3 - A dinâmica demográfica no Amazonas
98 Textos para discussão
99 Atividades de apoio e exercícios
100 Sugestão de atividades
101 8.4 - Estrutura da população Amazonense
110 Textos para discussão
111 Atividades de apoio e exercícios
112 Sugestão de atividades

113 Glossário
115 Siglas
116 Fontes utilizadas

William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


CAPÍTULO

POSIÇÃO GEOGRÁFICA
E ORGANIZAÇÃO
POLÍTICO-ESPACIAL

William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


1.1 - POSIÇÃO GEOGRÁFICA DO ESTADO DO AMAZONAS
O estado do Amazonas é uma das 26 unidades com autonomia político adminis-
trativa que integram a República Federativa do Brasil. Com uma área territorial de
1.570.745,68 km2 (IBGE) constitui-se no maior estado brasileiro, o que equivale a 18%
do território nacional, 31% da Amazônia Brasileira e 40% da região Norte.
O Amazonas está localizado no norte do Brasil com mais seis estados da federação
brasileira, possuindo limites com cinco destes. É o único estado brasileiro que possui
fronteira com três nações sul-americanas (Quadro 1). No aspecto da localização, a ob-
servação de suas fronteiras internacionais e de sua posição astronômica, nos remete as
seguintes referências:

Quadro 1 - Limites Territoriais do Amazonas


Norte Roraima e Venezuela
Noroeste Colômbia
Oeste Peru e Colômbia
Sudeste Acre
Sul Rondônia
Sudeste Mato Grosso
Leste Pará

I) Região geográfica da Amazônia


As terras amazonenses se encontram no centro da Amazônia, uma das grandes
regiões selvagens do planeta, ocupada pela floresta equatorial Amazônica, que abran-
ge no Brasil os estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e
Tocantins, a porção central e norte do Mato Grosso e a porção oeste do Maranhão.
Porém, os limites desse gigante complexo regional ultrapassam, por suas caracterís-
ticas fisicas, as fronteiras do Brasil, compreendendo a "Amazônia Internacional ou
Continental", com partes da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guianas,
Suriname e Guiana Francesa.

Quadro 2 - Pontos Extremos do Amazonas


Extremidade Localidade Latitude Longitude
Setentrional (N) Serra Parima 2º 14’ 49” N 67º 24’ 35” W
Medirional (S) Posto Fiscal do Rio Abuná 9º 48’ 51” S 66º 48’ 21” W
Oriente (L) Outeiro de Marassú 2º 02’ 12” S 56º 05’ 49” W
Ocidente (O) Nascente do Rio Javari 7º 06’ 41” S 73º 48’ 03” W
Fonte: IBGE/2007.

São 1.532,17km de fronteira com a Colômbia, mais 951,60km com o Peru e 739,17km
com a Venezuela, constituídos predominantemente de linhas naturais (rios, serras, etc).
As linhas artificiais ocorrem, sobretudo, com a Colômbia, desenhando a chamada
“cabeça do cachorro” e próximo à entrada do rio Solimões.
A parcela que fica dentro do Brasil, a Amazônia brasileira, abrange cerca de 4,8 mi-
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lhões de Km2, o que corresponde a mais da metade do território nacional. Somando essa
parte com a dos outros países temos a Amazônia internacional, totalizando cerca de 7,8
milhões de Km2 da América do Sul, sendo delimitados levando-se em conta o predomínio
da floresta e clima equatorial e dos rios que compõem a bacia hidrográfica Amazônica.
Utiliza-se também no Brasil o termo “Amazônia Legal”, estabelecido pelo Governo
Federal em 1966, quando criou a Superintendência para o Desenvolvimento da Ama-
zônia (SUDAM), com o objetivo de desenvolver a região. Embora tenha incentivado
vários empreendimentos exitosos, certos projetos que contribuíram para aumentar a
degradação ambiental, além do envolvimento em desvios de verbas, levaram à extin-
ção da SUDAM e a criação da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA),
que durou pouco, pois, devido à sua importância para a região, o governo decidiu
reinstalar a SUDAM.
A área da Amazônia Legal (cerca de 5 milhões de Km2) foi delimitada incluindo 6
unidades da região Norte, parte do Mato Grosso ao norte do paralelo 16° S (que depois
se desmembrou do Mato Grosso do Sul em 1977), o norte de Goiás a partir do paralelo
13° S (que se tomou o estado de Tocantins em 1988, ao ser desmembrado de Goiás)
e a porção oeste do Maranhão a partir do meridiano de 44° W. A Amazônia Legal
subdivide-se em Oriental e Ocidental, esta última formada pelo Amazonas, Acre,
Rondônia e Roraima.

Quadro 3 - Municípios de fronteira no Amazonas


País Município População Área (Km2) Hab./(Km2)
Venezuela Barcelos 17.342 123.120,9 0,14
Venezuela Santa Isabel do Rio Negro 17.702 63.127,2 0,28
VenezuelaiColômbia São Gabriel da Cachoeira 36.639 109.669,0 0,33
Colômbia Japurá 8.573 56.042,9 0,15
Peru Atalaia do Norte 15.113 76.687,1 0,19
Peru Benjamim Constant 33.361 8.742,6 3,81
Colômbia Santo Antônio do Içá 24.421 12.363,0 1,97
Peru/ Colômbia Tabatinga 52.120 3.239,3 16,08

Fonte: IBGE - Censo 2010

Assim, não é difícil concluir que o estado possui uma posição relevante para o desen-
volvimento e integridade do território brasileiro, tanto pelos limites nacionais, quanto
por suas fronteiras internacionais, que chegam a aproximadamente 3.611km de exten-
são, representando 15,6% do total nacional.

II) Macrorregiões de planejamento do Brasil


A Região Norte corresponde à área formada por sete estados que se encontram ao
norte do Brasil: AM, PA, AC, TO, RO, RR e AP. Trata-se de uma das cinco macrore-
giões de planejamento em que o Brasil foi dividido pelo IBGE, na década de 60, com
base na divisão política dos estados, ou seja, nas fronteiras dos estados, delimitando as
regiões que são caracterizadas por sua localização em relação ao território nacional.
Porém, a realidade geográfica é complexa e nem sempre os limites dos estados corres-
pondem às fronteiras geográficas claras, embora às vezes ocorram coincidências.
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SAIBA MAIS
Origem da palavra "Amazonas"
Originariamente a palavra "amazonas", criada pelos gregos, quer dizer "sem seios". Os
exploradores europeus, em especial Francisco Orellana, aplicaram esTta palavra primei-
ramente ao grande rio, por terem observado em meio aos índios Tapajós, a existência de
mulheres guerreiras de grande combatividade nas linhas de frente, semelhante às mulhe-
res guerreiras gregas, que extirpavam o seio direito para melhor manejarem o arco.

Ao contrário das noções de Amazônia, a noção de Região Norte proporciona uma


compreensão restrita aos estados dessa área, pois ficam de fora o norte de Mato Grosso
e parte do Maranhão.
Assim sendo, essa divisão atual já tem sido colocada em discussão e na prática co-
meçam a ser adotadas outras formas mais voltadas à realidade nacional. Não obstante,
a divisão do IBGE estabelece os parâmetros para diversos estudos, já que é responsá-
velpela coleta e divulgação de dados oficiais sobre os indicadores sócio-econômicos e
levantamento da geografia fisica e política do território. É preciso ressaltar ainda, que
o território amazonense se localiza a baixas latitudes, ou seja, está debaixo da linha do
Equador, fato que repercute intensamente em sua paisagem natural.

1.2 - ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Segundo sua Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1989, o estado do Ama-


zonas foi fundado na união indissolúvel com os demais estados da federação e no reco-
nhecimento aos fundamentos da nação brasileira. Seus objetivos prioritários são:

• I - garantia de controle pelo cidadão e coletividade dos atos do governo;


• II - defesa da floresta e aproveitamento racional, respeitando o ecossistema;
• III - regionalização das atividades administrativas;
• IV - segurança pública e afixação do homem no campo;
• V - garantia de um sistema educacional universal mas que ressalte a identidade da população;
• VI - saúde e o saneamento público;
• VII - assistência aos municípios.

A Carta Magna do Amazonas prevê a atuação do governo na regionalização do estado,


com fins de:

• I - articular sua ação para efeitos administrativos;


• II - desencadear um processo de transformação global do estado, respeitando as características
da realidade amazônica;
• III - promover o desenvolvimento regional para melhorar o nível de vida;
• IV - reduzir desigualdades;
• V - fortalecer os núcleos urbanos;
• VI - promover o zoneamento socioeconômico-ecolágico para fins de utilização racional do
Estado;
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• VII - criar núcleos para salvaguarda da integridade territorial, abertura de novas Fontes de
desenvolvimento ou auxílio a núcleos isolados;
• VIII - o Estado poderá ocupar as terras devo lutas com o objetivo de criar assentamentos
rurais ou urbanos para a população de baixa renda.

O Amazonas possui atualmente 62 municípios instituídos oficialmente, embora


mais 32 tenham sido indicados para o texto da Constituição por Decreto da Assem-
bleia Legislativa, o que elevaria o total para 94. No entanto, nenhum desses novos
municípios imaginados foi implantado, sendo que apenas 11 chegaram até a ser de-
limitados, mas foram impedidos de ser estruturados oficialmente, conforme texto da
Constiuição Federal.
Quanto à questão da regionalização e dos seus critérios norteadores, O estado do Amazo-
nas, para efeito de administração e planejamento das políticas públicas, vem consideran-
do o disposto em sua Constituição, Capítulo X, do Desenvolvimento Urbanoregional,
Seção I, Disposições Gerais, Artigo 130, que “O Estado, visando ao seu desenvolvi-
mento urbano-regional, guardará obediência às seguintes diretrizes:

I - articular sua ação para efeitos administrativos, programação e investimentos, considerando o


contexto regional, com seus aspectos geoeconômico-sociais;
II - desencadear, no âmbito do território, um processo de transformação, de forma ordenada,
compatível com padrões de racionalidade e adequado às condições excepcionais da realidade
amazônica;
III - criar ou estabelecer as condições que possibilitem a melhoria da qualidade de vida da popu-
lação do interior, mediante a internalização do processo de desenvolvimento a partir de seu pólo
dinâmico - a capital;
IV - reduzir as desigualdades existentes no ambiente socioeconômico-cultural;
V - fortalecer os núcleos urbanos através de suas inter e intradependências.
Parágrafo único. Para efeito do que trata este artigo, o espaço territorial do Amazonas se inte-
grará de nove sub-regiões, especificas do art. 26, do Ato das Disposições Constitucionais Transitó-
rias, desta Constituição.”

O Artigo 26 do “Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”, diz que “Para


efeito do que trata o Artigo 130, da Constituição, o espaço territorial do estado do Ama-
zonas se integrará de nove Sub-regiões, especificadas no Quadro 4 e Figura 4:
Mas, além desta divisão utilizada pelo governo do Amazonas, existe a divisão do
IBGE, que trabalha com quatro Mesor-regiões (Norte, Sudoeste, Centro e Sul 1 a Su
-Região - Região do Alto Amazonense) e treze Microrregiões, como Solimões se pode
ver na Figura 5.

1.3 - PERFIL DAS SUB-REGIÕES DO AMAZONAS

Para se ter uma noção, elaborou-se um brevíssimo comentário sobre cada uma das
sub-regiões utilizadas pelo Governo do Amazonas, no tocante às regiões de planeja-
mento.
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1a Sub-Região - Região do Alto Solimões
Trata-se de uma região de fronteiras com o Peru e a Colômbia, constituindo-se em
uma área de grande importância geoestratégica para a Amazônia Brasileira, por se
tratar de uma entrada de mercadorias desses países vizinhos. Nesta região pratica-se o
extrativismo vegetal, a pesca e a agricultura de subsistência. Têm como principais vias
de acesso os rios Solimões e Juruá, responsáveis pelo transporte de carga e passageiro.

Quadro 4 - Sub-regiões e municipios do Amazonas


Sub-regiões Municipios Quant.
Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga,
(08) Alto Solimões Tocantins, São Paulo de Olivença, Amaturá e Santo 07
Antônio do Iça
Japurá, Maraã, Fonte Boa, Jutaí, Juruá, Uarini, Tefé
(09) Jutaí / Solimões / Juruá 08
e Alvarães
(10) Purus Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama e Tapauá 05
Ipixuna, Eirunepé, Itamarati, Envira, Guajará e Ca- 06
(11) Juruá
rauari
(12) Madeira Borba, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá e Apuí 05
São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Ne- 03
(13) Alto Rio Negro
gro e Barcelos
Coari, Codajás, Anori, Beruri, Anamã, Caapiranga, 15
Iranduba, Manacapuru, Novo Airão, Manaquiri,
(14) Rio Negro / Solimões
Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Manaus, Au-
tazes e Rio Preto da Eva
Presidente Figueiredo, Itapiranga, Silves, Itacoatia- 07
(15) Médio Amazonas
ra, Urucurituba, Maués e Nova Olinda do Norte
São Sebastião do Uatumá, Urucará, Boa Vista do 06
(16) Baixo Amazonas
Ramos, Barreirinha, Parintins e Nhamundá
Total 62
Fonte: SEPLAN.

Localizada no meio da selva amazônica, à margem esquerda do Rio Solimões, a


cidade de Tabatinga, destaque na subregião, faz fronteira com a Colômbia e o Peru
Limita-se com os municípios de Benjamin Constant, São Paulo de Olivença e Santo
Antônio do Içá. A distância entre a capital, Manaus, é de 1.105 km em linha reta e
1.607 Km em via fluvial.

2a Sub-Região - Região do Triângulo


Jutaí-Solimões-Juruá
A recente descoberta de petróleo e gás em suas terras proporciona um cenário de
mudança nas atividades locais. A região possui a Reserva de Desenvolvimento Susten-
tável de Mamirauá, onde as comunidades vêm se inserindo no contexto do desenvolvi-
mento sustentável, utilizando técnicas de manejo florestal e da pesca. Em sua economia
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encontramos o extrativismo vegetal, a pesca, a pecuária e a agricultura de subsistência.
Destaca-se a produção da farinha de uarini e o transporte fluvial pelo Rio Solimões.
A cidade de Coari, destaque nesta sub-região, localiza-se geograficamente no cen-
tro do estado, ao lado direito do rio Solimões, no coração da Amazônia. Limita-se
com os muninípios de Anori, Codajás, Maraã, Tapauá e Tefé. População estimada
em mais de 70 mil habitantes e taxa de alfabetização de 70,1%. O porto de Coari foi
construído na década de 1970 e está localizado no Lago de Coari, no Médio Soli-
mões. Devido ao seu cais flutuante com ponte metálica articulada, o Porto de Coari
permite atracações durante todo o ano. Possui um pátio de 1.400 m2, totalmente re-
vestido de blokrets, um armazém com 240 m2 e cais com 60 x 16m. Recente, o porto
passou por reforma e ampliação.

3a Sub-Região - Região do Purus


Seu nome provém do rio Purus, importante via para a região. Com suas águas bar-
rentas apresenta uma mudança de cor, conforme a época da cheia ou vazante. A fauna
e a flora em suas margens são riquíssimas, possuindo castanhais e seringais nativos. A
pecuária e a agricultura compõem a economia. Tem como sistema de transporte mais
utilizado o fluvial e o rodoviário (BR-319, BR-230 e BR-117).

4a Sub-Região - Região do Juruá


Sua economia encontra-se voltada principalmente para a agricultura (mandioca,
cana, milho, feijão, etc) e o extrativismo vegetal. Têm como as principais vias de acesso
os rios Solimões e Juruá, responsáveis pelo transporte de cargas e passageiros.

5a Sub-Região - Região do Madeira


Cortados pelo mais notável afluente do rio Amazonas, o Rio Madeira, apresen-
ta um grande movimento de embarcações saídas de Manaus com destino a Porto
Velho e vice-versa. Daí em diante as mercadorias seguem para o resto do país. Suas
principais atividades econômicas são o extrativismo vegetal, a pecuária e agricultura
(mandioca, frutas e cereais). Tem como sistemas de transporte mais utilizados o flu-
vial (Rio Madeira e Purus) e o rodoviário (BR-319- Porto Velho - Manaus, BR-230
- Transamazônica e BR-117).

6a Sub-Região - Região do Alto Rio Negro


Situada ao norte do estado, seus municípios ocupam a maior parte da bacia do Rio
Negro e seus afluentes. É uma região estratégica do ponto de vista militar e econômico,
haja vista a descoberta de riquezas em suas terras que, em sua maioria, estão dentro da
área de proteção indígena e ecológica. Seu povo se ocupa da extração vegetal e da pes-
ca, com destaque para a captura de peixes ornamentais em Barcelos. É a menos habita-
da de todas. O rio Negro e Japurá são as principais vias de comunicação e de transporte.

7a Sub-Região - Região do Rio Negro/Solimões


Se situa na parte mais central do estado, incluindo o baixo curso do rio Puros, baixo
curso do Solimões e sua confluência com o rio Negro. Além do transporte fluvial pelo
Rio Solimões-Amazonas, conta também com rodovias de grande extensão a BR-319
(Porto Velho-Manaus) e a BR-174 (Manaus-Boa Vista- Venezuela).
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O município de Manaus, onde fica a sede do Amazonas, é o principal pólo do estado.
Situada na margem esquerda do rio Negro, próximo ao Encontro das Águas, Manaus
nasceu de um pequeno forte que virou o primeiro núcleo povoado chamado de aldeia
de São José do Rio Negro ou São José da Barra, mais tarde conhecido por Lugar da
Barra. Em 24 de outubro de 1848, pela lei n° 145 da Assembleia Provincial do Pará, o
Lugar da Barra recebeu o título de cidade da Barra do Rio Negro.
Seu nome foi alterado definitivamente para Manaus em 4 de setembro de 1856, seis
anos após a elevação do território amazonense à categoria de Província do Pará (5 de
setembro de 1850). Sua história está ligada a expansão dos ciclos econômicos que co-
nheceu, como o ciclo da borracha e da Zona Franca de Manaus - ZFM.
No ciclo da borracha, a estrutura de Manaus foi marcada pela arquitetura impor-
tada da Europa, que desenhou e construiu prédios imponentes, como o da Alfândega,
o Palácio da Justiça, o Teatro Amazonas, o Palácio Rio Negro, o Mercado Municipal, o
Reservatório D’água (estrutura de ferro de Glasgow), os sobrados portugueses, entre
outros. Ganhou também o Porto Flutuante (Roadway) e diversas pontes construídas
pela engenharia inglesa.
Logo a chamaram de cidade risonha, pelos seus traçados e vistosos edifícios, em ave-
nidas e ruas limpas. Assim, começou a ser alvo de turistas, poetas, boêmios, etc., que se
deslumbravam com o seu progresso. Após a criação da ZFM, ocorreu a construção de
novos e belos edifícios, acompanhando o crescimento comercial, industrial e turístico.
Hoje, apesar de muito distante do litoral, possui uma infra-estrutura de metrópole, que
conta com os mais variados serviços públicos e particulares, assim como fornecimento
de água, energia, telefonia, ônibus, aviação, restaurantes e hotéis cinco estrelas.
Outro destaque é o município de Mana-capuru. Sua sede fica à margem esquerda
do rio Solimões, a apenas 80 km de Manaus. É considerado o centro sub-regional do
rio Negro-Solimões. Possui uma infra-estrutura razoável, cercada por bela paisagem,
onde encontramos lagos, rios e fazendas. O município dedica-se ao extrativismo tra-
dicional, a piscicultura, a pecuária de corte e à agricultura, com produção de maca-
xeira, milho, melancia, cupuaçu, juta e hortifrutigranjeiros, aproveitando as terras da
várzea e terras mais altas.

8a Sub-Região - Região do Médio Amazonas


Sua economia está voltada ao extrativismo vegetal, pesca e cultivo de produtos regio-
nais, se destacando a produção de cupuaçu, abacaxi, macaxeira, guaraná, cacau, cana,
etc. Além do transporte fluvial pelo Solimões-Amazonas, conta também com rodovias
de grande extensão a BR-319 e a BR-174.
O município de Itacoatiara é o centro sub-regional do Médio Amazonas Distante
a 240 km de Manaus pela rodovia AM-OIO e localizado à margem esquerda do rio
Amazonas. Possui vários serviços urbanos e um terminal graneleiro que está incluído
no programa “Corredor de Transportes da Amazônia”, para escoamento de soja e seus
derivados. É um dos mais prósperos do estado, com sua economia baseada na produção
de madeira, castanha, essências e borracha, no extrativismo. Na agricultura, o destaque
fica para as frutas regionais, figurando o cupuaçu e o abacaxi, e a produção de juta. No
setor da criação, possui os rebanhos de corte e a piscicultura. Conta com um variado
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calendário festivo, que inclui o carnaval, o aniversário (25 de abril), dois festivais de
música (FECANI e FESTIM), que a cada ano vem revelando novos talentos, o festival
folclórico e a Festa de São Pedro.
O município de Maués, a 365 km a leste de Manaus, ficou conhecido pela exu-
berân- cia de suas extensas e alvas praias fluviais e especialmente por ter se tomado
o centro nacional da produção de guaraná. Produz melancia, pau-rosa, borracha,
pescado, madeira e calcário de suas promissoras reservas minerais, os quais exporta
pelo seu porto. Mantém um comércio com os municípios de Barreirinha, Itacoatiara
e Parintins, no estado e Itaituba e Juruti, no Pará, além de negócios com Manaus e ci-
dades do sudeste do país. A cidade comemora carnaval, a festa de Cristo Rei Pescador,
Festival de Verão e a segunda maior festa popular do Amazonas, a Festa do Guaraná,
no mês de novembro.
Outro destaque nesta subregião é o município de Presidente Figueiredo, em que se
construiu a primeira usina hidroelétrica (rio Uatumã) do estado, a 177 km de Manaus.
Possui belíssimas cachoeiras e cavernas visitadas por turistas.

9a Sub-Região - Região do Baixo Amazonas


É uma região voltada ao extrativismo vegetal, pesca, pecuária, cultivo de mandio-
ca e frutas tropicais e regionais. A paisagem é composta por mata de várzea e terra
firme, apresentando uma pequena serra, lagos e ilhotas próximo a Parintins, o centro
sub-regional do Baixo Amazonas, localizado a 420 km a leste de Manaus por via
fluvial, à margem direita do rio Amazonas, na ilha de Tupinambarana, banhada pelo
Paraná do Ramos.
A cidade de Parintins vem apresentando grandes possibilidades econômicas, desta-
cando-se pelas fazendas de pecuária (corte e leiteira) e por produções agrícolas: man-
dioca, melancia, banana, milho e frutas regionais. No extrativismo temos as produções
de pau-rosa, borracha, castanha e madeira.
No mês de junho, de 24 a 30, ocorre o Festival Folclórico de Parintins, palco da
maior manifestação cultural do norte do País, com belíssima apresentação dos bois
bumbás Garantido e Caprichoso, no chamado “Bumbódromo”.

1.4 - PERFIL DA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS


Agente no processo de internalização dos valores da Amazônia frente à economia
nacional e mundial, enquanto "Coração da Amazônia", a RMM se constitui em ferra-
menta ordenadora e gerencial de recursos culturais, ambientais e humanos no sentido
de amplificar as relações em âmbito nacional e internacional e, via outras metrópoles,
encurtando o distanciamento e o desconhecimento que ainda paira sobre a complexi-
dade da região.
Sua interligação é feita com todos os integrantes por meio rodoviário, sendo que
com o município de Careiro da Várzea, a interligação é feita, ainda, via fluvial em
uma distância de 22,73 km. A RMM associa e alia interesses que circulam em seus
municípios e representa desígnios sociais e ambientais da Amazônia (cosmopolitanos
e metropolitanos).
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A região caracteriza-se pela grande diversidade de funções presentes nos municípios
que a compõem, em razão de suas peculiaridades, contando com um parque industrial
de Manaus e respectivos portos e aeroportos, e ainda com o porto de Itacoatiara, no
escoamento de grãos, na revitalização do pólo madeireiro.
Desempenha outras funções.de destaque em nível estadual, como a expansão das
atividades industriais do PIM, a implantação de agroindústrias, no aproveitamento
dos produtos dos municípios constantes da RMM, com especial atenção ao turismo,
ao comércio atacadista e varejista, ao atendimento melhor da saúde, da educação, da
habitação, do transporte rodoviário e aquático, e ao desenvolvimento sustentável, na
exploração racional dos produtos naturais de valor econômico.
A integração rodoviária mais rápida, ampliada com a ponte do Rio Negro, facilita o
escoamento da produção e a locomoção de pessoas entre os municípios integrantes da
Região Metropolitana, principalmente para a sede, e ainda com aproveitamento do gás
natural em abundância, o que influencia na mudança da matriz enérgica com maior
potencial de oferta, permitindo a implantação de agroindústrias nos municípios, espe-
cialmente aquelas que aproveitam o potencial dos recursos naturais localizados.
Em outras regiões metropolitanas, espalhadas no país, o processo de concentração
populacional se efetivou em razão do processo de industrialização. Entretanto, no caso
específico da RMM, a lógica seguida foi a partir de um modelo econômico existente na
cidade de Manaus - o Pólo Industrial de Manaus, onde centenas de projetos se insta-
laram, criando uma concentração econômica que levou a uma urbanização selvagem,
com reflexos estendidos nos municípios do entorno.
O agravante é que enquanto Manaus ostentava um parque industrial moderno e em
constante crescimento, os municípios ligados por fronteiras geográficos e de livre acesso
rodoviário ou fluvial, possuíam um procedimento econômico insatisfatório, com pouca
agregação de valores a economia da população, com encolhimento do mercado formal
e consequente deteriorização do salário da população economicamente ativa dos mu-
nicípios vizinhos, apresentando um desnível de qualidade de vida, trazendo problemas
graves como o aumento do processo migratório, no sentido interior para Manaus, pro-
movendo um aumento da favelização no perímetro urbano da cidade, ocupação irregu-
lar do solo, com invasões até em áreas de preservação ambiental.
A RMM passou a representar o maior avanço socioeconômico neste início de sécu-
lo, e marca, definitivamente, urna nova etapa de desenvolvimento do estado, centrado
na integração de interesses comuns que são revertidos para o crescimento socioeconô-
mico e cultural nos municípios que a integram.

1.5 - PODERES PÚBLICOS E SÍMBOLOS ESTADUAIS


Todos os estados brasileiros são governados por leis federais, estaduais e municipais.
Para todo o território nacional valem as leis federais, enquanto as estaduais vigoram nos
limites territoriais de cada unidade política. Já as municipais valem apenas dentro dos
limites de cada município. As constituições estaduais não podem conter leis que con-
trariem a Constituição Federal. O governo do Amazonas, se divide em três poderes.
O Amazonas é representado no Senado Federal por 3 senadores. Na Câmara Fe-
deral por 8 deputados federais e na Assembleia Legislativa, conta com 24 deputados
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estaduais. As sedes dos poderes concentram-se em Manaus, capital administrativa. O
poder Legislativo, responsável pela elaboração das leis, funciona no Palácio Rio Bran-
co, com os deputados estaduais. O Judiciário, que tem por objetivo verificar o cumpri-
mento das leis e punir os infratores, encontra-se no Palácio da Justiça. E o Executivo,
que tem por fim executar as leis no setor da administração pública, funciona em sua
Sede do Governo.

Quadro 5 - Distribuição dos três poderes


Poder/Esfera Federal Estadual Municipal
Presidente da República Governador Prefeito
Executivo Vice-Presidente Vice-Governador Vice-Prefeito
Ministros de Estado Secretários Estaduais Secretários Municipais
Congresso Nacional Assembleia Legislativa Câmara Municipal
Legislativo Câmara dos Deputados (Deputados Estaduais) (Vereadores)
Senado Federal
Tribunais Superiores Tribunais Fórum
Judiciário Ministros Desembargadores Juiz de Direito
Juízes
Fonte: Sene & Moreira. Espaço geográfico brasileiro e cidadania Scipione 2001.

O estado possui diversas Secretarias apoiando o Governo, assim como: Adminis-


tração, Educação, Cultura, Fazenda, Justiça, Planejamento e Desenvolvimento Econô-
mico, Produção Rural, Saúde, Segurança Pública, Serviço Social, Trabalho, InfraEstru-
tura, Comunicação Social, entre outras. Além disso, possui Procuradoria Geral, Gabi-
nete Civil, Casa Militar e representações em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Assim como o Brasil possui seus símbolos nacionais o estado do Amazonas também
é representado por símbolos:

O Escudo do Amazonas
Criado em 24 de novembro de 1897, decreto 204, retrata vários aspectos que repre-
sentam o estado. Na elipse aparece a confluência dos rios Negro e Solimões, que forma-
rão a partir daí o rio Amazonas. O campo azul representa o céu e o verde, as florestas.
Um barrete Phugio no engalhamento dos rios, retrata a lealdade para com a República.
O entrelaçado lembra a gênese da grandiosidade. A corrente de ferro em volta da elipse,
significa a estabilidade política do Amazonas.
No alto do escudo aparece a águia amazonense com asas abertas, unhas aduncas
e bico entreaberto, sobre o sol que desperta, representando a grandeza e a força da
pujança. O lado direito do escudo tem os emblemas da indústria e do lado esquerdo,
nascendo da âncora, os emblemas do comércio e da agricultura.
Pendendo da corrente, na parte inferior, encontram-se os emblemas da navegação,
unidos por um laço verde com duas pontas dobradas. À esquerda do laço, pode-se ler a
data em que a antiga Comarca do Amazonas.
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1.6 - A HIDROGRAFIA E OS RECURSOS HÍDRICOS

Visão geral da Bacia Hidrográfica Amazônica

A bacia Amazônica possui 1/5 da água doce da Terra, numa área de cerca de 5,9
milhões de Km2 em território brasileiro e 6,2 milhões de Km2 na América do Sul, cor-
respondendo a 5 das terras emersas. É a maior bacia fluvial do mundo (Molinier et al.,
1995), com 10 dos 20 maiores rios da Terra.
Essa grande bacia, estende-se desde 5° de latitude norte até 20° de latitude sul, apre-
sentando a norte o relevo do planalto das Guinas, a oeste a cadeia Andina, a sul o
planalto Brasileiro e a leste a costa do Atlântico. Abrange terras de oito países (Brasil,
Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), além de um terri-
tório (Guiana Francesa). A desembocadura do curso principal no Oceano Atlântico se
dá nas proximidades da linha do Equador.
Vários fatores contribuem para a existência de tamanha rede hidrográfica. Um deles
é a quantidade de chuvas que ocorrem na região aliada à sua localização. Cortada pela
linha do Equador, acaba se beneficiando do verão que ocorre nos dois hemisférios.
Quando é verão no norte, os rios desse hemisfério (margem esquerda do rio Amazonas)
é que ficam cheios, devido ao aumento no índice de precipitação nesta estação. O mes-
mo ocorrerá ao sul quando for verão. Assim, ora os rios da margem direita estão cheios,
ora da margem esquerda.

Quadro 6 - Área das bacias hidrográficas e dos rios


Rios Área das bacias hidrográficas (Km2) Extensão (Km) Nascente
Total No Brasil No Total No Brasil
Amazonas
Amazonas 6.217.220 5.886.470 1.556.988 8.570 3.100 Peru
Madeira 1.468.730 704.980 (1) 310.300 (1) 1.425 1.425 Bolívia/BR
Negro 715.000 609.200 378.540 1.700 1.210 Colômbia
Xingu 531.250 531.250 ----- 2.045 2.045 Brasil
Tapajós 460.187 460.187 (2) 923 1.980 1.980 Brasil
Purus 347.000 320.000 243.905 3.325 2.725 Peru
Juruá 347.000 347.000 257.810 3.325 3.120 Peru
Japurá 310.000 74.400 74.400 2.100 733 Colômbia
Içá 112.400 310 310 4.645 310 Equador
Javari 91.000 73.300 73.300 1.180 1.180 EQ / BR
IBGE. (1) Comprimento estimado da foz do Madeira, até a junção do Beni e Mamoré (1.252 Km).
(2) Considerou-se o rio Arinos (769 Km) como tronco principal do Tapajós, até a foz do Arinos (380 Km).

Graças a essa distribuição dos rios em hemisférios diferentes, as enchentes estão na-
turalmente em equilíbrio. Se não fosse assim, elas seriam catastróficas e o ecossistema
da várzea não existiria. Quando as chuvas do sul persistem durante muito tempo ou as
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do norte começam mais cedo, o que ocorre em média de 4 em 4 anos, as terras situadas
acima do nível médio das enchentes (10m no rio Amazonas) são inundadas.
O nível das águas do seu grande rio sobe gradualmente de novembro a junho, quan-
do começa a descer até fins de novembro. Nas regiões do médio e baixo Amazonas, as
cheias ocorrem no mês de junho e julho.
No alto Amazonas ou Solimões o regime de cheias ocorre duas vezes ao ano. A cheia
do rio Negro não ocorre ao mesmo tempo, uma vez que o período de chuvas em seu
vale só começa no primeiro trimestre de cada ano.
A enchente de 1953, que já foi considerada a maior, atingiu em Manaus 29,68m
acima do nível do mar, algo em tomo de 2,8m acima da média das anteriores. Mas, foi
superada pela enchente de 2009, que atingiu 29,95m (CPRM).
Outro fator que contribui, embora em menor escala, para alimentar a bacia hidro-
gráfica Amazônica é o derretimento das geleiras existentes na Cordilheira dos Andes,
constituindo o regime glacial de alimentação do rio principal e seus tributários, ao lado
do regime pluvial.

Origem geológica da Bacia Hidrográfica Amazônica

No capítulo 3, se observou que a bacia do Amazonas foi submetida a uma sedi-


mentação marinha, do Ordoviciano ao Devoniano, de maneira homogênea com o mar
transgredindo de L O, constituindo, nesse período, uma única bacia de forma alonga-
da na direção L O. No Devoniano-Eocarbonífero, o mar começou a regredir e expôs
toda a bacia à erosão. No Neocarbonífero, a bacia foi tripartida, originando às sub-ba-
cias do alto, médio e baixo Amazonas, tendo o alto do Purus separado as duas primei-
ras e o de Santarém ou Monte Alegre, as duas últimas.
Do Mesozóico até o Terciário, segundo Bigarella (1973) e Putzer (1984), o conjunto
da bacia sofreu sucessivas fases de erosão e sedimentação em meio continental. Na
porção ocidental, a oeste do arco de Iquitos, a drenagem da bacia se efetuava para o
oeste (no sentido do Pacífico). Com o soerguimento definitivo dos Andes (Oligoceno
Superior - Mioceno Inferior) fechou-se a “porta” de Guayaquil, assim chamada pelos
autores, abrindo-se as de Abunã e do Purus, bloqueando a drenagem da bacia do alto
Amazonas para o oceano Pacífico.
Desde aquela época, os rios da alta bacia transportam suas águas para o oceano
Atlântico, sendo as corredeiras do rio Madeira, no trecho onde foi construída a ferro-
via Madeira-Mamoré, testemunho do antigo divisor de águas (Grabert, 1967; Putzer,
1984). Finalmente, as variações eustáticas do nível do mar ao curso do Plioceno-Pleisto-
ceno condicionaram as fases de sedimentação e deposição da atual bacia do Amazonas
(Sombroek, 1966; Tricart, 1975, 1977; Klammer, 1984; Iron, 1976, 1984).
A bacia Amazônica é, hoje, uma vasta depressão achatada sobre a qual corre o rio
Amazonas desde o sopé dos Andes até o Atlântico. Possui uma declividade média,
variando de 1 a 2 cmJKm (Sioli, 1967). É essencialmente recoberta por sedimentos
da era Cenozóica (Quatemário). Essa deposição está ligada a flutuações do nível de
base do oceano Atlântico, com amplitude que vai além de 300m acima do Pleistoceno
(Klammer, 1984).
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Tipos de rios Amazônicos

Em 1951, o cientista Harald Sioli, com base no linguajar amazônico, classificou os


rios da Amazônia em três tipos de rios:
• Águas brancas (ou barrentas): são jovens, estando ainda numa fase de definição de
seu leito, com ativo processo de erosão, transportando uma elevada carga de mate-
rial em suspensão, posto que drenam terrenos recentes.
• Águas pretas (ou escuras): são velhos, já definidos, apresentando um processo ero-
sivo quase desprezível, porém transportando pelo seu leito arenoso material vegetal
arrastado pelas enxurradas sobre a floresta.
• Águas claras (ou esverdeadas): também velhos, drenam áreas de solo argiloso, que
retém o material orgânico proveniente da floresta.

No Quadro 7 é possível ver mais informações sobre essa classificação.

Quadro 7 - Classificação dos rios amazônicos segundo a cor de suas águas


Águas barrentas Águas escuras Águas esverdeadas
Ph entre 6.0 e 7.0 Ph entre 3.5 e 5.5 Ph entre 4.0 e 7.0
Intensa erosão Pequena erosão Leito estável
Muitos sedimentos Poucos sedimentos Ausência de várzeas
Presença de cachoeiras e
Ricos em sais minerais Presença de ácido húmico
corredeiras
Praias de areias brancas e
Ricos em matéria orgânica Pobreza em sais minerais
baixios arenosos
Escassez de peixes, insetos
Várzeas muito férteis Poucos sedimentos argilosos
e plantas aquáticas
Considerados rios fartos Presença de praias Pequena erosão
Terrenos rochosos e arenosos
Propício à fauna e flora aquática Ausência de varzeados
nas cabeceiras
Ex.: Madeira e Solimões Ex.: Negro e Urubu Ex.: Andirá e Tapajós
SALLES, Wademar Batista de. O Amazonas: o meio físico e suas riquezas naturais

O Rio Amazonas e suas características

Considerado o principal da bacia Amazônica, o rio Amazonas, com 8.570Km de ex-


tensão (IBGE), é o maior do mundo em extensão e em volume de água. Por isso, ele foi
chamado pelo explorador espanhol Vicente Yánez Pinzon, quem primeiro o avistou, de
“Rio Grande de La Mare Dulce”. Entretanto, ele foi batizado por outro espanhol, Fran-
cisco Orellana (lS41), segundo conta-se, observou em meio aos índios tapajós a existên-
cia de mulheres guerreiras nas linhas de frente, de grande combatividade, semelhante
às mulheres guerreiras gregas, que extirpavam o seio direito para melhor manejarem o
arco. Originalmente, a palavra amazonas, criada pelos gregos, quem dizer sem seios.
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Durante muito tempo acreditou-se que o rio nascia da confluência dos rios Ucayalli
e Marafion, na Cordilheira dos Andes, em território peruano. Porém isto constituía um
erro de geografia. Com os recursos modernos e a partir de uma reavaliação e consta-
tação de diversas expedições, passou-se a considerar a máxima extensão do rio, como
determinam as convenções, portanto a nascente do Ucayalli, passando assim a ser o
primeiro do mundo.
Os livros peruanos já registravam isso desde a década de 70, porém esta informação
ganhou maior destaque quando a equipe do cientista francês Jacques Cousteau esteve
na Amazônia, em 1982, confirmando ser o rio Amazonas maior que o Nilo (6.671km),
até então considerado o primeiro. Foi somente em 1994 que o INPE registrou este fato
no Brasil, através dos dados fornecidos pelas expedições à nascente do Amazonas no
Peru, entre os montes Mismi (S.669m) e Kcahuich (S.S77m) ao sul de Cuzco e próximo
ao lago Titicaca.
No seu percurso muda de nome sete vezes. Da nascente até Iquitos (Peru), recebe
quatro nomes. Inicialmente percorre 800 km com nome de Apurimac, até a conflu-
ência com rio Mantaro, onde passa a se chamar Ene. Percorre 150 Km e encontra-se
com o Perene, formando o Tombo, que segue por mais ISO Km, unindo-se depois ao
Urubamba e formando o Ucayalli, que meandra por 1.S00 Km até a confluência com
o Marafion, onde passa a se chamar Amazonas, no trecho que chega na foz do Javari,
fronteira do Brasil. Desse ponto até o encontro com rio Negro (Encontro das Águas)
chama-se de Solimões. A partir daí volta a se chamar Amazonas.
O Encontro das Águas é um espetáculo de rara beleza. Distante a 10km de Manaus,
os rios se encontram e correm cerca de 4,S milhas rio abaixo, até a ilha de Terra Nova,
permanecendo as águas barrentas do lado, sem se misturarem, com o Amazonas im-
prensando o Negro, lutando com o seu afluente, para que não seja dominado, vencido,
até que as águas do afluente se diluem. A profundidade nesse ponto é de 90m. Não se
tem uma explicação clara, até hoje, para tal fenômeno, porém é mais provável que este-
ja nas diferentes características básicas do rio:

I) Densidade: o Solimões por onde passa leva barrancos localizados nas suas mar-
gens, tomando suas águas bem mais pesadas que as do Negro, que são límpidas,
num tom escuro, parecidas com a cor de chá mate forte, não só devido ao processo
de decompo-
sição de substâncias orgânicas, como folhas, troncos de árvores, matupás, plantas
aquáticas, como também à grande quantidade de húmus que as águas das chuvas
carregam para seu leito arenoso, provocando um alto índice de acidez em suas águas
e a não proliferação de insetos.
II) Temperatura: por serem mais claras e haver maior penetrabilidade de luz solar
e por outros fatores, as águas do Solimões ficam mais quentes que as do Negro, que
são mais leves e puras, com temperatura de 26° C.
III) Velocidade: o Solimões corre entre 5~9km/h, represando as águas do Negro
que são calmas e correm cerca de 2km1h, variando conforme as estações.

É comum, no Encontro das Águas, o mergulhar do bôto, um dos mais belos espécimes
da fauna amazônica, assim como o vôo de pequenas aves. Seu acesso se dá por via
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fluvial em excursões de agências de turismo e, também, em barcos particulares ou pela
balsa Manaus/Careiro/Manaus, saindo do porto da Ceasa.
Como todo rio de planície, o rio Amazonas segue lentamente pelos seus 3.100Km
em terras brasileiras, devido à pequena declividade, com suave e progressivo desnível
a partir de 60m da fronteira com a Colômbia até a foz, sem cachoeiras ou corredeiras,
a uma velocidade média que varia de 2,5 km/h na estiagem, até 5 km/h na enchente.
Sua vazão média anual no oceano é da ordem de 209.000 m3/s (varia entre 190.000 a
222.000 m3/s), equivalente a 81 da produção total do Brasil, 14 do planeta, 63% da Amé-
rica do Sul ou, ainda, dezesseis vezes mais que o rio Nilo e quase o dobro do Mississipi.
Com esse imenso volume de água, despeja 1 bilhão de toneladas de sedimentos por ano.
Só para se ter uma ideia, a demanda mundial de água no ano 2000 foi estimada em
192.000 m3/s. Comparando ao potencial hídrico da bacia do Amazonas, que fica em
tomo de 209.000 m3/s, conclui-se que sua capacidade pode suprir as necessidades de
mais de 6 bilhões de habitantes da Terra, sem falar dos 25.000 m3/s de água subterrânea
armazenada no subsolo (lençóis freáticos).

Quadro 8 - Redes hidrográficas da Bacia Amazônica


Sub Bacia Rio Principal Vazão (m3/s)
10 Javari 4.545
11 Içá 8.769
12 Jutaí / Juruá / Japurá / Tefé 30.961
13 Purus / Coari 12.420
14 Negro 29.000
15 Solimões (Manacapuru) 102.500
16 Madeira 31.275
17 Uatumã / outros 3.370
18 Tapajós 13.500
19 Xingu / outros 27.475
20 Jari 1.880
------ Amazonas (foz) 209.000
Fonte: IBGE

O rio Amazonas possui largura variável, sendo a maior confluência com o rio Negro
(9,6km) e a menor em Óbidos (l,9km), no Pará. Quanto à profundidade, vai de 20m,
em Tabatinga, até 130 metros em Óbidos. No percurso do Solimões varia de 50~80m.
A maior profundidade registrada no Estado doAmazonas foi a de Parintins, com 118m.

O funcionamento hidrológico da Bacia do Amazonas


Devido à grande importância do conhecimento hidrológico para diversas linhas
científicas, muitos autores (Sioli, 1975; Meade et aI., 1991,1996; DNAEE e Molinier,
1992; Molinier et. aI., 1991/93/94/95) têm estudado a bacia Amazônica com o intuito
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de mostrar como se dá o fluxo hídrico superficial, tendo identificado variabilidades em
nível regional e sazonal, além do que, foi possível obter a disponibilidade hídrica global
da bacia Amazônica (DNAEE-ORSTOM,1994).
Os resultados obtidos mostram que o rio Amazonas, em termos hidrológicos, parece
se comportar como os demais grandes rios do planeta onde há pouco declividade na-
tural. Ou seja, as curvas-chave (relação cota-vazão) são em geral não-unívocas, o que é
causado pela variação contínua da declividade superficial durante o ciclo hidrológico
(Jaccon & Cudo, 1989). Na região de Manaus, a convergência dos aportes do Solimões,
Negro e Madeira traz aumento líquido significativo quando do aumento da superfície
de drenagem. Essa concentração de aportes, associada à fraca declividade (2crn/ km),
gera perurbações no escoamento, o que agrava a não-univocidade das curvas-chaves
(Meade etal.,1991).
Na parte ajusante de Manacapuru, principalmente entre Manaus e Óbidos, ainda
não se tem dados para descrever com mais detalhe, o funcionamento do sistema. Na
porção a montante, no entanto, as curvas-chaves parecem mostrar o padrão ‘em laço’
crescente ao sentido montante-jusante (Meade et aI., 1991; Molinier et aI., 1995). A
baixa declividade da linha d’água na bacia,juntamente com o fenômeno de ‘curvas em
laço’, parece indicar um regime de escoamento não clássico, sendo controlado prin-
cipalmente pela contribuição advinda dos rios de origem andina, onde as bacias têm
maior declividade (Molinier et al., 1993; Jaccon & Cudo, 1989).
Segundo resultados do projeto HiBAm - Hidrologia da Bacia Amazônica (Molinier
et al., 1994), a variabilidade sazonal está relacionada aos regimes climáticos. Assim, é
possível diferenciar os regimes hidrológicos em: tropical austral (Xingu, Tapajós, Ma-
deira, Purus e Juruá); tropical boreal, na bacia do rio Branco; Equatorial (Negro, Iça e
Japurá). Quanto ao curso principal, é caracterizado por um regime também do tipo
equatorial, porém alterado pelos diferentes aportes laterais, tanto dos rios que correm
do hemisfério norte, quanto daqueles que correm do hemisfério sul.

Afluentes do Rio Amazonas

Observando o mapa da hidrografia, é possível notar a existência de inúmeros rios


tributários do Amazonas. Em toda a extensão da bacia, chegam a aproximadamente
1.100 rios, formando um imenso labirinto, que deslumbra os visitantes em suas via-
gens. Alguns dos principais afluentes do rio Amazonas são:

Margem direita
JAVARI: Este rio nasce na Serra da Contamana (400m de altitude) com o nome de
Jaquirana, servindo seus 1.180 Km de extensão, de limite entre Brasil e Peru. Banhando
o município de Benjamim Constant, é muito sinuoso e em sua foz possui as ilhas de Is-
lândia e Petrópolis. Mesmo atravessando uma região inóspita, com população escassa,
é navegável por embarcações de pequeno e médio porte. Inicialmente segue na direção
nordeste até a confluência com o Bara, a partir de onde denomina-se Javari. Daí até as
proximidades de Envira, assume a direção norte. Depois corre novamente para o nor-
deste, desaguando no Solimões,junto à cidade de Atalaia do Norte.
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JUTAÍ: Com sua nascente próximo à região banhada pelo Ipixuna, afluente do
Juruá, possui passagens estreitas e águas barrentas.
JURUÁ: Nascendo no serro das Mercês (Serra da Contamana), a 453m de altitude,
é um dos mais importantes afluentes do Amazonas, por ser bastante caudaloso e o mais
sinuoso da região. Possui 3.283km de extensão e a largura na foz, em frente à ilha Cons-
ciência, próximo da vila de Tamaniquá (511 milhas de Manaus), varia de 350~400m.
Banha as cidades de Carauari, Juruá, Eirunepé, Itamarati, Ipixuna e Canamari. De sua
foz até o rio Tarauacá, a largura média é de 140m, caindo para 100~120m nos estirões
e 80~120m nas curvas.
Seu leito pode sofrer variações entre 8~16m no nível das águas, entre a vazante e a
enchente, respectivamente. Mais de 1.000Km de seu curso são navegáveis durante a cheia
(janeiro e fevereiro). No período da seca (maio e setembro), a navegação se restringe a 136
milhas de sua foz. Seus inúmeros tributários são intensamente navegáveis durante boa
parte do ano, pois no verão surgem, em alguns, baixios que impedem o tráfego.
MADEIRA: Com 3.240km, é o mais notável afluente do Amazonas, nascido da
junção dos rios Mamoré e Guaporé, em frente à cachoeira “Madeira”, formada por
grandes rochedos e ilhas, como também por entulhos trazidos durante as enchentes.
Pode ser navegado de sua foz até a cabeceira de Santo Antônio na divisa dos Estados do
Amazonas e Mato Grosso. O principal braço do Madeira deságua no Amazonas cerca
de 50km a montante da cidade de Itacoatiara.
Em suas águas barrentas carrega restos de árvores, terras caídas, balsedos e matupás,
principalmente na enchente, o que inspira muito cuidado, pois por ele trafegam centenas
de embarcações. Durante as estiagens, emergem bancos de areia, que mudam de direção
nas cheias, e baixos, que obrigam os práticos a reduzir a velocidade das embarcações.
PURUS: Com águas barrentas iguais às do Solimões e variando de cor conforme a
época da enchente ou vazante, este rio nasce com nome de Pucani, a uma altitude de
500m na Serra da Contamana, que o separa da bacia do rio Ucayalli. Seus principais
formadores são os riachos Curiuja e Cujar. É um rio bem extenso considerando que
possui cerca de 3.325 km de extensão.
TEFÉ: Surgindo das terras altas entre os rios Tapauá e Juruá, corre em direção nor-
deste, recebendo águas dos lagos e de inúmeros igarapés.
COARI: Durante a maior parte do ano a navegação é intensa, embora em alguns
momentos só trafeguem pequenas embarcações.
Margem esquerda
IÇÁ: Sua nascente encontra-se nos contrafortes andinos, em território equatoriano,
onde recebe o nome de Putumayo, após a junção de seus formadores. Com uma exten-
são de 1.645km, é dos mais importantes afluentes do Solimões, devido ao seu potencial
natural e mineral. Sua foz, próximo a Santo Antônio do Içá, com cerca de 700m de
largura e grande número de ilhas, dista 749 milhas de Manaus, sendo navegável até 100
milhas de sua nascente, por pequenas embarcações, na época da cheia (março a julho).
De agosto a fevereiro, época da seca, a navegação é impraticável. Entre as ilhas de sua
foz, podemos citar: Três Cairiris, Grande do Javari e Içá. Esta última, por possuir um
barranco de 20m, proporciona uma visão exótica do lugar. Neste ponto, a altitude é da
ordem de 55m.
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NEGRO: Nasce nas regiões do Popaiã, mais precisamente na Serra do Junai (Pla-
nalto Colômbiano), com o nome de Guainia, percorrendo cerca de 1.700km, sendo
aproximadamente 1.200km no Brasil, sobre leito arenoso, quase sem aluvião ou se-
dimentos. Isso se explica pelo fato de as áreas próximas à nascente e leito terem sido
“lixiviadas” durante milênios, pouco restando para depositar-se no rio, exceto húmus e
matéria vegetal em decomposição, dando essa cor escura e alto índice de acidez. Suas
águas são escuras, cor de alambre, diziam os primeiros cronistas, no seu natural, mas
brancas realmente. A luz solar, que penetra não mais que 5m, é um dos contributos, tal-
vez o maior. Como dito, se lança no rio Amazonas, misturando ambos as águas, desde a
costa do Puraquequara, a corrente clara forçando em curva a corrente escura (encontro
das águas). Ali as correntes de supeficie e de profundidade (o Negro corre à razão de
2km/h em leito fixo, encaixado; o Amazonas, mais rápido, numa média de 5km/h, em
leito variável) provocam remoinhos e a água “piririca”, como se fervesse. Segundo seus
aspectos fisicos, divide-se em quatro partes:

a) Da foz até as proximidades deAirão:


Com 249km, este trecho varia muito em largura. Inicia com 2km em Manaus, po-
dendo chegar até 24km em frente da vila de Castanheiro (Anavilhanas), voltando a
3Km no final dessa parte.
b) De Airão até barra do rio Branco:
Nestes 100Km, aproximadamente, o rio corre num leito mais regular, JAPURÁ:
Conhecido na Colômbia, não apresentando problemas para a onde nasce, pelo nome
de Caquetá, este navegação. rio apresenta uma extensão de 2.100Km.
c) Entre a barra do rio Branco e a vila do Tupuruquara: Compreendendo 452Km de
extensão, a largura também é irregular, assim como a variação de profundidade, im-
pedindo o tráfego de embarcações de grande calado em certas épocas do ano.
d) Corredeiras e cachoeiras: Últimos 40Km, onde o desnível total alcança cerca de
15m, em São Gabriel da Cachoeira. Pedras salientes, soltas ou reunidas, formam
ilhas, às vezes cobertas por vegetação. Nas barrancas também se pode ver pedras em
vários pontos. Vale ressaltar que suas margens estão praticamente livres de insetos,
devido à retirada da floresta do material vegetal e sucos pela “lavagem” das chuvas,
inibindo a reprodução e crescimento dos mesmos.

JAPURÁ: Conhecido na Colômbia, onde nasce, pelo nome de Caquetá, este rio
apresenta uma extensão de 2.100Km aproximadamente, dos quais 733Km estão em
território brasileiro. Originário de regiões bastante elevadas dos Andes colombianos,
liga-se ao Solimões por vários braços, que conduzem suas águas barrentas até a sua foz
em delta, com oito ramificações.
NHAMUNDÁ: Origina-se em terras altas, entre as cabeceiras do Uatumã e as do
Trombetas. Apresentam, em determinados trechos, um azul profundo, estendendo-se
por montes e espessa vegetação.
URUBU: Forma-se a partir dos igarapés Mbiara, Caranay e Urubutinga, em terras
altas, fronteiras da Guiana. Suas águas são pretas, sendo que na vazante parecem um
melaço após a segunda cachoeira. Comunica-se com o Amazonas por diversos canais
e igarapés.
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Fenômenos naturais e outros aspectos
Além do rio Amazonas e seus principais afluentes, alguns fenômenos naturais e ou-
tros aspectos que fazem parte da bacia hidrográfica, são relevantes para no seu estudo.
Existem inúmeros lagos formados pelo transbordamento dos rios, com a abundante
quantidade de chuvas. Uns são permanentes, outros temporários. Na maioria das vezes
ficam isolados, cobertos por vegetação aquática, atraindo diversas espécies de peixes,
tartarugas e jacarés, já que se tornam locais propícios à reprodução. Entre tantos, pode-
se destacar:
Margem esquerda: Caiçara, Calari, Jacaré, Tapira, Copeá, Onças, Mineruá, Anori,
Anamã, Tracajá, Calado, Amatari, Mocambo, Aduacá, Garças, Saracá, Canaçari, Pu-
raquequara, Miriti, Manacapuru e Codajás.
Margem direita: Urucará, Autaz, Janauacá, Coari, Jauará, Capitari, Tamanduá,
Paricatuba, Manaquiri, Auapuá, Beruri, Andirá, Araça, Canumã, Piranhas, Arari, Mu-
curani, Urucurituba, Uricuri, Rei e Arrozal.
Como se pode ver na figura, os pequenos cursos d’água, que unem os rios entre si ou
rios e lagos, denominam-se furos. Já os pequenos cursos d’ água, ligando-se aos rios e
possuindo suas próprias nascente, são chamados de igarapés. E os pequenos braços de
rios que contornam as ilhas chamam-se paranás. Entre os paranás mais importantes,
podemos citar: Urucurá, Janaucá, Itauacá, Cabori, Xiborema, Autaz, Careiro, Curari,
Janaucá, Manaquiri, Ayapuá, Codajás, Anamã, Auati-paraná e Tupinambarana (Para-
ná do Ramos).
Certamente, todo esse emaranhado de águas, forçosamen-te, formaria centenas de
ilhas fluviais: Tupinambarana (a maior delas, no município de Parintins), Terra Nova,
Grande Serpa, Manacapuru, Tupé, Ipixuna, Capitari, Jurará, Inajatuba, Marchanta-
ria, Jacitara, Codajás, Barreiras, Cuxiura, Javari, Jauaretê, Uaupé, Araçátuna, Tururi,
Carapanatuba, Onças, Muras e Cotia. São tantas, que chegam a formar os maiores
arquipélagos fluviais do nosso planeta: o Mariuá, com cerca de 500 ilhas, a 230km de
Manaus (rio acima) e o Anavilhanas, com cerca de 700 ilhas, a 100km de Manaus, no
município de Novo Ayrão.
O Arquipélago de Anavilhanas é protegido por legislação federal, que criou uma Es-
tação Ecológica, com 35.000ha. Nas cheias do Rio Negro (maio e junho), metade das
ilhas fica submersa, enquanto os animais se refugiam nas partes mais altas.
Quando inicia a vazante, as ilhas revelam praias e canais que entrecortam toda a
área, como uma malha distribuída por cerca de 90Km. Possui fauna e flora riquíssimas
e animais ameaçados de extinção como o peixe-boi e ariranha.
Dentre os diversos aspectos da hidrografia, um dos mais impressionantes é o fenô-
meno da pororoca. Essa palavra vem do tupi PORO’ ROKA, que quer dizer estrondar,
rebentar em casa. É uma espécie de macaréu (onda de rebentação), de alguns metros
de altura, com grande efeito destruidor e forte estrondo, que ocorre próximo à foz
do rio Amazonas, geralmente em períodos de lua cheia e lua nova, quando as marés
estão altas. Esse fenômeno não ocorre somente na foz do rio Amazonas, como muitos
pensam. No Estado do Amazonas, ele ocorre com menor intensidade no rio Purus e
no Paraná do Ramos.
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É notável, ainda, a existência de um fenômeno que ocorre nas margens dos rios, nos
períodos cheias, quando são arrastados pela ação das correntes fluviais enormes blocos
de terras, o que leva ao assoreamento. É o que se denomina de terras caídas (também
chamada derretido ou tiritiri). Essa ação sobre as margens do aluvião provoca a erosão
de pequenas e grandes extensões de terras, que são acumuladas em parte na margem
oposta, formando os terraços (baixios, praia). O efeito isostático restabelece a perda e a
vegetação contribui grandemente para solidificar o terreno novo, a várzea baixa, ótima
para a lavoura periódica.

Aproveitamento dos rios da bacia Amazônica

O Estado do Amazonas abriga boa parte dos rios que compõem a bacia Amazônica.
Eles são as “estradas naturais” dos habitantes locais. Existem cerca de 20.000Km de vias
navegáveis que interligam as comunidades mais distantes aos principais centros urbanos.
A maior parte dos rios da região, por serem de planície, favorecem o transporte fluvial,
que continua sendo um dos principais na Amazônia. Para se locomover, o caboclo usa a
canoa, um instrumento leve, capaz de se enfiar por entre os troncos da floresta alagada
sem espantar os peixes que serão pescados.
Por sinal, a pesca continua sendo uma das principais formas de aproveitamento dos
rios. Tira-se da bacia algo em tomo de 200.000 t de peixes por ano. A ocupação crescen-te
das planícies de inundação e a pesca comercial em grande escala j á começaram a pro-
duzir alguns estragos no estoque de peixes amazônicos. O volume pescado não diminui.
Tende até a aumentar. Considerada o rio com maior número de espécies de peixes do
mundo, o Amazonas garante a sobrevivência de boa parte da população.
No final da década de 1970, começaram a ser construídas usinas hidroelétricas na região.
Hoje elas são muitas, como, por exemplo: Tucuruí e Curuá-Uma, no Pará; Balbina, no
Amazonas; Samuel, em Rondônia; e Coaracy Nunes, no Amapá. Existem outras plane-
jadas ou em construção (a de Kararaô, por exemplo). A Eletronorte prevê a construção
de mais usinas até 2010.
As hidroelétricas em operação e as planejadas para a Amazônia têm provocado muita
polêmica, devido ao impacto que causam no meio ambiente. Com exceção de Tucuruí,
elas não são muito produtivas. Elas geram pouca eletricidade, levando em conta os enor-
mes investimentos necessários para a sua construção e os gigantescos lagos que criam. O
estrago que geraram ao ambiente foi enorme: Destruição de imensos trechos da floresta
com sua respectiva fauna; Perda de terras e dos tradicionais meios de vida (ribeirinhos e
indígenas); Deslocamento de tribos para longe de suas terras, arriscando a sobrevivência;
Submersão de imensas áreas de bons solos; Perda de material arqueoló- gico; entre outros.
Estas e outras atividades realizadas nos rios da região, estão assumindo um perfil que,
cada vez mais, se deixa influenciar pelo modelo de desenvolvimento econômico implan-
tado há dois séculos na Europa e atualmente disseminado por todo o planeta, que busca
um desenvolvimento contínuo da economia, o que resulta num aumento crescente do
consumo dos recursos hídricos e atividades afins, tanto para o uso domés- tico como para
a indústria e os serviços. A água, sendo um elemento indispensável à vida, toma-se um
produto cada vez mais disputado, à medida que cresce a população e a urbanização.
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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Equipe sobrevoa UCs da Amazônia e registra maior seca desde 1902

Equipe de gestores do Parque Nacional de Anavilhanas, do Jaú e a Reserva Ex-


trativista do Rio Unini, realizaram sobrevôo nos dias 9 e 1 O/Nov para registros
da maior seca do rio Negro desde 1902, quando começaram as medições. Além do
registro histórico, o sobre-vôo serviu para subsidiar a equipe de fiscalização que está
em operação nas três unidades. Segundo a CPRM, em 2010 o rio Negro atingiu
a cota de 13,63 metros. A equipe pôde observar a seca de vários afluentes do rio
Negro, como o rio Apuaú e Baependi, bem como os limites geográficos do Parque
Nacional de Anavilhanas.
Nos rios Unini e Jaú, a seca acentuou ainda mais as corredeiras e o surgimento de
praias, dificultando a passagem de embarcações. Os registros foram feitos por meio
de fotografias, vídeos e ferramentas de geoprocessamento.
‘’No período da seca, as três unidades apresentam um cenário completamente
diferente da cheia. A variação do nível da água, que diminui aproximadamente 15m
no período de estiagem, faz surgir centenas de praias, taludes, pedrais e corredeiras e
provoca a seca de canais e lagos”, explica o analista ambiental, Rafael Pinto. Muitos
consideram que nesta época a beleza cênica de Anavilhanas ainda é mais extasiante.
Além de afetar as comunidades que vivem nas margens dos rios, a seca dificulta
a fiscalização das Unidades de Conservação, que ficam mais vulneráveis ao ataque
de traficantes de animais silvestres e madeireiros. Em diversas praias formadas ocor-
rem a desova de quelônios, que nessa época são capturados e comercializados.
Juntas, as três unidades somam mais de 3 milhões de hectares, englobando dife-
rentes fisionomias florestais, tais como igapós, florestas de terra firme, chavascais,
campinas e campinaranas, que foram facilmente identificadas durante o sobrevôo.
Apesar de existirem alguns pontos de áreas antropofizadas, como no sul do Ar-
quipélago de Anavilhanas, onde a floresta é brocada pela extração ilegal de madeira,
e nas áreas de roçado das comunidades do Jaú e Unini, a área total ainda é bastante
preservada.
“O sobrevôo proporcionou uma maior compreensão da dimensão e fragilidades
das unidades, o que poderá nos auxiliar no planejamento daqui para frente”, arre-
mata a analista ambiental da Resex do Rio Unini, Josângela Jesus.
Apesar dos registros históricos mostrarem que a seca do rio Negro de 2010 foi a
maior já registrada, os moradores dos rios Unini e Jaú testemunham que a seca de
2009 foi ainda mais intensa. “Existem pontos nas três unidades que, em virtude da
extensão delas, possivelmente nenhum de nós poderia conhecer se este sobrevôo não
fosse possível”, diz a analista ambiental do Parque Nacional do Jaú, Iasmina Freire.
Instituto Chico Mendes - 24/11/2010 - http://www.icmbio.gov.br

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TEXTO 2: Seca atinge nível crítico nos principais rios do Amazonas

Vazante do Rio Negro já é pior do que a registrada na mesma época da seca de


1963. O rio Negro, que banha Manaus, estava na última sexta-feira apenas sete
centímetros abaixo do registrado na mesma data em 1963, ano da maior seca da
história. No dia 10 de setembro daquele ano, a cota do rio era de 20,33m ante
20,26m de sexta-feira. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Na seca de 1963, o Rio Negro atingiu em outubro, pico da estiagem, a marca de
13,64 metros.
O rio Solimões, que banha a maior parte dos municípios do interior, está em
nível ainda mais crítico. No dia 9, atingiu 32 centímetros negativos, ou seja, abaixo
do zero da régua medição menor do que o pico recorde registrado em 2005. O ano
registrou a maior vazante do Solimões já aferida pelo CPRM. Em 2005, no pico da
estiagem, verificado na primeira quinzena de outubro, a régua marcou dois centí-
metros positivos.
Os problemas que já acometem o interior, como isolamento de comunidades e
barcos impedidos de atracar nos portos, começam a dar sinais também na capital.
Há leitos de igarapés secos bem no meio de Manaus, como o igarapé do Quarenta,
que corta a capital.
Com o rio Negro a menos de cinco metros do nível crítico, a Capitania dos Portos
já emitiu alertas. Segundo a assessoria do órgão, na semana passada foram regis-
trados dois encalhes de barcos que estavam vindo para Manaus. Barcos menores
tiveram de transportar passageiros até o porto.
O prefeito do município de Itamarati (980km de Manaus), João Campelo, tam-
bém vice-presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), afirmou
que as plantações de vegetais e frutas de solo, como as de melancia e mandioca,
estão destruídas. “Como se não bastassem os problemas de agora, ainda há o do
futuro: como sobreviver.”
Todos os municípios do Amazonas dependem de energia de termelétricas e
já há cidades com estoque crítico de combustível. “As balsas que transportam
combustível estão levando menos da metade para fugir do encalhe e pelo menos
Itamarati, Tabatinga e Envira têm combustível para no máximo 15 dias”, dis-
se Campelo. Seis cidades decretaram estado de emergência, todos na calha do
Solimões e Juruá: Tabatinga, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Itamarati,
Ipixuna e Guajará.

Agência Estado. 11.09.10

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Por que a Bacia Amazônica é considerada a maior do mundo?


Que fatores concorrem para a sua existência?
2. Qual é a importância da Bacia Amazônica para a população regional?
3. Como o rio Amazonas foi considerado o maior do mundo também em extensão?
4. Relacione algumas características importantes do rio Amazonas.
5. Como se formam os lagos na bacia Amazônica? Quais os principais?
6. Caracterize os rios de água barrentas, esverdeadas e escuras. Dê exemplos.
7. Discorra sobre os períodos de cheias no rio Amazonas e no rio Negro.
8. Caracterize e classifique o regime hidrológico da bacia do Amazonas.
9. Qual a importância e como têm sido aproveitados os rios da bacia Amazônica?

EXERCÍCIOS

1. Coloque "C" quando a informação estiver correta e "F" quando for falsa:
a. ( ) O médio Amazonas tem regime de duas cheias anuais.
b. ( ) O rio Amazonas é navegável de Manaus até o seu estuário.
c. ( ) A bacia Amazônica é entulhada, em grande parte, por aluviões.
d. ( ) Rios de águas escuras carregam muitos materiais orgânicos e sedimentos.
e. ( ) O rio Juruá é o mais sinuoso da região.

2. Assinale a característica falsa quanto ao rio Amazonas:


a) Quem primeiro o avistou foi Vicente Pinzon.
b) Sua largura média é de 4 a 5 km.
c) Sua velocidade varia de 2,5 a 5 Km.
d) Nasce da confluência do Ucayalli com o Marafion.
e) Apresenta um desnível de 65 metros.

3. Associe as colunas:
(A) Furos
(B) Igarapés
(C) Paranás
( ) Pequenos braços de rios contornando ilhas.
(D) Pororoca
( ) Pequenos cursos d'água, que unem rios entre si ou rios e lagos.
(E) Terras-caídas
( ) As águas do oceano empurram as do rio Amazonas, com efeito
destruidor e forte estrondo.
( ) Enormes blocos de terras das margens dos rios são arrastados
pela correnteza.
( ) Pequenos cursos d'água que se ligam aos rios, possuindo suas
próprias nascente.
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4. (FUVEST-SP) Na bacia hidrográfica Amazônica ocorrem dificuldades para a im-
plantação de usinas hidrelétricas porque ela apresenta:
a) Oscilação na vazão fluvial maior que em outras bacias, o que exige grandes reser-
vatórios e altas barragens.
b) Relevo de altiplanos com solos friáveis que dificultam a execução de barragens.
c) Relevo com pequena variação altimétrica, exigindo extensos reservatórios que podem
acarretar forte impacto ao ambiente natural.
d) Relevo plano, regularidade na vazão fluvial e extensa cobertura florestal.
e) Quedas d’ água nos baixos cursos do af uente do Amazonas, que nas enchentes
dificultam a geração de energia.

5. Presença de ácido húmico e escassez de peixes, insetos e plantas aquáticas e submer-


sas, que certamente, levaram os nativos a denominá-I os “rios de fome”. Estas caracte-
rísticas dizem respeito aos rios de águas:
a) esverdeadas.
b) barrentas.
c) escuras.
d) brancas.
e) nenhuma das anteriores.

6. O arquipélago de Anavilhanas, a 100 Km de Manaus, situa-se no município de:


a) Barcelos
b) Presidente Figueiredo.
c) Itacoatiara.
d) Careiro.
e) Nenhuma das anteriores.

7. Assinale a característica que se aplica aos rios de água escuras:


a) Intensa erosão.
b) Leito estável
c) Ausência de varzeados.
d) Muitos sedimentos.
e) Nenhuma das anteriores.

8. O rio Amazonas passou a ser o primeiro do mundo por considerar-se:


a) Sua nascente no rio Ucayalli.
b) A confluência do Ucayalli com o Marafíon.
c) A afirmação do cientista Jacques Cousteau.
d) A área de abrangência da Bacia Amazônica.
e) Todas estão erradas.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADES

1. Após a leitura dos textos para discussão e debate, exponha à classe qual a sua opinião
acerca
das agressões humanas sofridas pelo rio Amazonas.

2. Pesquise sobre as demais bacias hidrográficas do Brasil com seus principais rios,
destacando
suas características, aproveitamento e situação ambienta\. Apresente à classe.

3. Elabore um quadro em que constem os rios da margem direita e os da esquerda do


rio Amazonas. Acrescente os dados que achar mais interessantes. *

4. Faça um painel com fotografias ou cartaz com os diversos aspectos dos principais
rios amazônicos, destacando algumas de suas curiosidades.*

* Individual ou em grupos.

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CAPÍTULO

O DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL

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5.1 - A INDUSTRIA E A ZONA FRANCA DE MANAUS

A evolução da atividade industrial

A partir da criação da Zona Franca de Manaus, o modelo econômico do Amazonas


voltou-se especialmente para as indústrias de bens finais, que se instalaram no Distrito
Industrial (DI) com base em uma matriz de importações (do mercado exterior e nacio-
nal) e de incentivos fiscais (isenções de impostos como IPI, IR, ICM, I.I, etc), adminis-
trados pela SUFRAMA e Governo Estadual.
Sem dúvida, essas condições concorreram para um extraordinário crescimento eco-
nômico, marcado por grande impulso no processo industrial e comercial. A dinamiza-
ção da economia, com o aumento do emprego, da acumulação do capital regional e da
receita tributária, aqueceram fortemente a demanda agregada do Estado, expandindoas
atividades produtivas destinadas ao atendimento do mercado regional, nacional e in-
ternacional.
Contudo, este surto de expansão econômica não foi suficiente para criar opções al-
ternativas de crescimento, especialmente no aproveitamento dos recursos naturais da
região, na medida em que não se estabeleceu uma total integração entre os setores da economia,
excluindo as verdadeiras riquezas regionais e o homem da terra, muitas vezes exposto a
uma cruel urbanização anômala, quando não abandonado à própria sorte.
Tendo recebido diversas críticas, o modelo ZFM sofreu várias mudanças principal-
mente a partir da implantação de medidas de abertura econômica do Brasil para os produtos
estrangeiros (década de 1990), forçando uma reestruturação e aperfeiçoamento do mo-
delo para se integrar no atual contexto. Essa política econômica da época reduziu suas
vantagens competitivas, uma vez que passou a ser direcionada à integração competitiva
no mercado internacional, reflexo da globalização e a neoliberalismo, que caracterizam
a atual ordem econômica mundial.
Um dos efeitos desse novo cenário foi sentido com o desdobramento do MERCOSUL,
que excluiu as zonas francas das vantagens do acordo. Tal acordo apresentaria vantagens para
as regiões envolvidas, porém não se atentou para os inúmeros prejuízos que causariam
ao PIM, que contribuíram para o fechamento de inúmeras empresas. Um outro fator
agravante foi a permanência da economia por longos períodos sem diversificação ou moderni-
zação, que induziu a uma fragilidade diante das oscilações no mercado, assim como
inserção de atividades inovadoras e competitivas e/ou políticas estruturais oriundas de
novas relações econômicas de um contexto mais atual.
A fragilidade da ZFM levou a definição de 2013, como data do seu encerramento. Mui-
tos defenderam que não deveria existir limite para sua extinção, mas sim prazo para
identificar políticas de fomento ou estudo de outro veículo que gerasse poder de com-
petição para uma economia em pleno crescimento. Esses fatores exigem a implantação
de melhorias na infraestrutura fisica, institucional e científica, atendendo às lacunas
em competitividade, tecnologia e capital, capazes de conduzir a um ordenamento das
cadeias produtivas, o que garantiria e se discute, no cenário político, a possibilidade de
sua perenização.
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Isto se concretizaria por meio de um pacto nacional de reconhecimento de um mo-
delo vital para a preservação da floresta, já que nas últimas três décadas, o Estado apre-
sentou apenas e tão-somente 2 de desflorestamento. Este é um forte apelo, posto que
exigem da região um modelo de desenvolvimento sustentável. Sendo assim, o Estado
poderia continuar, como tem sido, preservando a floresta, com a devida garantia de
poder desenvolver social e economicamente.
É neste sentido que o Amazonas, com suas riquezas naturais e vantagens comparati-
vas do Pólo Industrial de Manaus, deverá oportunizar o crescimento de uma economia
mais interiorizada. Essa tendência deve conduzir, naturalmente, em adequação à nova
realidade, a busca por alternativas que possam garantir o desenvolvimento sustentável,
impulsionan-do a economia para o incremento de novas atividades, com base nas po-
tencialidades regionais, desta feita, estabelecendo uma maior integração entre setores
econômicos e conferindo-lhes maior valor agregado aos processos produtivos básicos
dos novos produtos.

Quadro 1 - Comparação entre o modelo do PIM e o dos APLs


Modelo Atual (PIM) Modelo Descentralizado
É marcantemente importador de insumos e Sua principaal Fonte de matérias-primas são
matérias-primas; os recursos naturais da biodiversidade;
Por ser eminentemente importador deixa bai- Por utilizar recursos naturais do Estado, agre-
xíssimo valor agregado ao Estado; ga localmente enorme valor aos produtos;
Parque industrial concentrado integralmente Oferece amplas possibilidades de interioriza-
em Manaus agravando o desnível sócio-eco- ção da produção industrial de base levando
nômico em relação ao interior do Estado desenvolvimento aos demais municípios;
Opera a reversão do fluxo migratório pelas
Por concentrar suas atividades em Manaus,
atividades extrativista e de indústrias de base
provoca um fluxo migratório interior-capital;
que são realizadas no interior do Estado;
Por se direcionar a segmentos econômicos Por estar calcado em utilização de matérias
fortes anteriormente estabelecidos fora do Es- primas amazônicas, a singularidade dos seus
tado, determina uma rivalidade que o coloca produtos, não provoca os dissídios típicos do
em posição de fragilidade política, institucio- PIM, determinando maior solidez política e
nal e jurídica; jurídica;
Por estar em consonância com as vocações
Não possui qualquer afinidade com as voca- amazônicas, opera como coadjuvante de ou-
ções regionais. tros importantes segmentos, a exemplo do tu-
rismo e da geração de energia.
A viabilidade de um modelo nas potenciali-
O principal fator de viabilização econômica
dades regionais não se baseia exclusivamente
são os incentivos fiscais.
nos incentivos fiscais concedidos ao PIM.
Além de empregar mão-de-obra qualificada,
A principal mão-de-obra utilizada é a quali- envolve em toda sua cadeia produtiva o con-
ficada. tingente de mão-de-obra hoje marginalizada
na capital e interior do Estado.
Fonte: SEPLAN.
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Tudo leva a crer que o aproveitamento das potencialidades já esteja contribuindo para
uma nova etapa no desenvolvimento econômico no Amazonas. Alguns Arranjos Pro-
dutivos Locais (APLs) sinalizam positivamente ao valor agregado nos últimos anos, as-
sim como: Produção de Pescado; Fitocosméticos e Fitoterápicos (plantas medicinais);
Fruticultura (polpas, extratos e concentrados de frutas regionais); Madeira, Móveis e
Artefatos; Fécula e Farinha de Mandioca; Construção Naval; Turismo Ecológico e Ru-
ral, Artesanato; Produtos Florestais não-madeireiros; Base Mineral (Cerâmico-oleiro),
Castanha da Amazônia.

Em busca do desenvolvimento técnico-científico


Na busca de alternativas econômicas pautadas nas potencialidades regionais e se-
guindo a “revolução técnico-científica”, um passo importante foi a implantação do Centro
de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que deve se constituir em uma referência em
P&D de novas tecnologias voltadas à sustentabilidade industrial e servir de apoio ao
segmento da bioindústria, disponibilizando e consolidando competências em áreas de
grande relevância para o desenvolvimento biotecnológico, como o setor de propriedade
intelectual (coibindo a biopirataria), gestão de transferência de tecnologia e informação
sobre produtos naturais.
O objetivo é que as empresas passem a investir nas oportunidades a serem abertas
nas áreas de produtos farmacêuticos, bioinseticidas, enzimas, óleos essenciais, antioxi-
dantes, corantes naturais, aromatizantes, dentre outros. O CBA possibilita uma coorde-
nação de múltiplas parcerias por prospecção da biodiversidade amazônica, incremen-
tando a bioindústria da Amazônia.
Um estudo importante para o Amazonas, desenvolvido pelo Governo Estadual e a
Suframa, sobre riquezas naturais e vantagens comparativas, foi o Relatório sobre Poten-
cialidades Regionais (FGV /ISAE-1999), que conclui existir na região, a maior reserva
de plantas medicinais da Terra, com comprovação científica e reconhecimento da OMS.
A Suframa também vem realizando estudos para identificar os “gargalos tecno-
lógicos “ e conceber mecanismos para superá-los. Um deles foi feito pela Fundação
Centros de Referências em Inovação Tecnológica (CERTI), instituição com experi-
ência em projetos do gênero, assim como equipamentos de automação bancária e a
consagrada uma eletrônica que se tornou alvo de interesse de vários países, inclusive
dos Estados Unidos.
Outro trabalho, recente, imprescindível ao desenvolvimento do Estado foi o estudo
“Subsídios para Política Estadual de Biotecnologia”, realizado em 2002, que indicou
as potencialidades de geração de emprego e renda para diversos setores regionais em 10
anos, dentre eles os APLs selecionados no Amazonas.
O trabalho em APLs é uma estratégia atualmente sob a responsabilidade do MDIC
que une planejamento e ação e é, ao mesmo tempo, um processo de envolvimento e ne-
gociação entre todos os agentes econômicos: setor produtivo (empresas), setor público
(governos, principalmente as secretarias, universidades, centros de pesquisa e Funda-
ções de Amparo à Pesquisa) e sociedade civil organizada.
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Tudo começou com o programa “Plataformas Tecnológicas”, que procurou selecio-
nar os APLs visando incentivar o aproveitamento das potencialidades regionais para
o desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades regionais, indicou áreas
prioritárias, após reuniões com os setores de pesquisa, empresários, produtores e gover-
no, chegando-se a segmentos que deveriam ser enfatizados inicialmente: fitoterápicos e
fitocosméticos, fruticultura, piscicultura e madeira.
A utilização da abordagem dos APLs mostrou o empenho inicialmente do governo
federal por intermédio do MCT, que atuou firme na busca para resultados concretos
visando à geração local de renda e emprego e, consequentemente, à melhoria das con-
dições de vida da população. Por este meio o ministério procurou dar continuidade
ao processo de desconcentração espacial na aplicação dos recursos federais em C&T,
intensificando as parcerias com o estado e atuando com foco no setor produtivo, na
perspectiva da constituição e aperfeiçoamento de sistemas locais de inovação.
Este e outros estudos evidenciam a necessidade da estruturação de um sistema de
C&T e inovação capaz de dotar a região da competitividade necessária para conquistar
o mercado internacional de forma mais efetiva, permitindo fabricar produtos de última
geração com preços competitivos e maior valor agregado. A fabricação de chips, por
exemplo, possibilitaria ao PIM deixar de ser um mero centro de montagem para se to-
mar um pólo de desenvolvimento de tecnologias de produtos.

SAIBA MAIS
O que é um microchip
São microcircuitos de silício que contém elementos semiconduto-res como diodo, tran-
sistores e circui-tos integrados. É considerado o “cérebro” de uma unidade central de
processamento (UCP), responsável por uma infinidade de dados.

É possível que, se levadas adiante, estas iniciativas contribuam para resguardar e


transformar o PIM em um futuro tecnopólo, onde se observam esforços deliberados de
interação entre instituições, empresas e sociedade. A princípio pode parecer distante,
porém ao se pensar em biotecnologia, surge a ideia de que a Amazônia possui esta
vocação e que é preciso sensibilizar os países do G-7, detentores do capital em suas
transnacionais e defensores do desenvolvimento sustentável, de que isto pode se tomar
uma realidade.
Certamente que se trata de um projeto audacioso, mas não impossível, na medida
em que se apliquem políticas públicas dotadas de incentivos às empresas, que por
sinal precisam continuar, e investimentos na área de pesquisa e educação. Todos os
tecnopólos conhecidos (Vale do Silício, Paris Axe Sud, Rota 128-Boston, Tsukuba,
Municon Valley, Cambridge, etc) nasceram em tomo de importantes universidades e
centros de pesquisa.
O estado deve exercer um papel crucial nesse sentido, sendo o articulador dessas
estratégias, especialmente na área de educação e formação de mão-de-obra qualificada,
disponibilizando ensino do fundamental ao superior com cursos de graduação, espe-
cialização, mestrado e doutorado. Apesar de inúmeros fatores restritivos, já se respira
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no Amazonas um ambiente científico, com a criação de universidade públicas e parti-
culares e institutos que oferecem diversos cursos.

Quadro 2 - Universidades que atuam no Amazonas


NOME SIGLA
1 Universidade Federal do Amazonas UFAM
2 Universidade Estadual do Amazonas UEA
3 Universidade Paulista UNIP
4 Centro Universitário Nilton Lins UNINILTONLINS
5 Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas CIESA
6 Faculdade Objetivo UNINORTE
7 Faculdade Metropolitana de Manaus FAMETRO
8 Faculdade Dom Bosco FDB
9 Faculdade Martha Falcão MARTHA FALCÃO
10 Faculdade FUCAPI FUCAPI
11 Instituto Luterano de Ensino Superior ULBRA
12 Escola Superior Batista do Amazonas ESBAM
Fonte: SEPLAN.

Atualmente a “matéria-prima” que atrai as indústrias da revolução técnico-científica


é o conhecimento, a informação, e como se pode constatar, o Amazonas possui as con-
dições propícias para iniciar esse processo. Com o tempo, como aconteceu em outros
centros, as próprias empresas poderão criar seus próprios laboratórios, ficando menos
dependente dos investimentos do governo que, por seu turno, deve sempre buscar aten-
der as demandas prioritárias em uma sociedade.
Acredita-se no momento que estas estratégias, uma vez assumidas por toda a so-
ciedade amazonense, venham dar um novo rumo à história, transpondo os maiores
desafios surgidos a partir das atividades do PIM, como: reduzido grau de dinamização
com a base econômica regional; baixo investimento em C&T; inibição da inventividade
e da busca de soluções regionais; forte integração econômica com outras regiões do país
e com mercados internacionais, ocasionando baixo valor agregado na região; concen-
tração espacial da atividade econômica, posto que Manaus detém 98% da arrecadação
tributária estadual.
O governo estadual na busca de promover o desenvolvimento socioeconômico vem
implementando a política de Ciência e Tecnologia no Amazonas, atingindo os 62 mu-
nicípios. Investiu no Sistema Estadual de C&T, no período de 2003-2009, recursos na
ordem de R$ 1,39 bilhão, dos quais, R$ 68,4 milhões em 2003 e R$ 268,1 milhões em
2009, apresentando um crescimento total de 391,9% neste período.
Por meio de programas de pesquisa básica e aplicada, inovação tecnológica, fomen-
to aos projetos estruturantes das instituições de recursos humanos contribuiu para a
solução dos problemas socioeconômicos.
Por meio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas - SECT se
investiu de 2003 até setembro de 2009 derca de R$ 23,5 milhões em programas, ações
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


e atividades de incentivo, popularização e desenvolvimento da política de ciência e
tecnologia, criando novas articulações institucionais desta Secretaria com as demais
políticas públicas.
O governo do Amazonas criou em 2003, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-
tado do Amazonas - FAPEAM, como responsável pelo fomento das pesquisas básicas
e aplicadas no estado. Investiu no período de 2003 a 2009 mais de R$ 188 milhões em
desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas na formação de recursos humanos,
e em programas de inovações tecnológicas e empreendedorismo, beneficiando mais de
100 instituições públicas e privadas do Amazonas. Deste total, R$ 85 milhões foram
executados no pagamento de bolsas para estudantes, a partir da sa série do ensino fun-
damental até o nível de doutorado e pós-doutorado.

Quadro 3 - Investimentos em C&T (R$)


2003 1.791.322,22
2004 2.529.483,66
2005 3.695.538,69
2006 3.456.220,76
2007 3.698.811,90
2008 4.296.560,39
2009* 4.049.042,16
TOTAL 23.516.979,78
Fonte: GEOF/SECT.
Nota: * Dados até setembro.

O aumento contínuo dos investimentos provocou o crescimento exponencial das ações


de C,T&I no estado, resultando na oferta de 67 programas de fomento. Os programas im-
plementados em 2009 representaram um investimento na ordem de R$ 29 milhões, sendo
R$ 25 milhões oriundos do Tesouro Estadual e R$ 4 milhões resultantes de convênios.
Aproximadamente, 76% do total de recursos disponibilizados pela FAPEAM de
modo direto (fomento institucional) ou indireto (fomento disponibilizado aos pesquisa-
dores) foram destinados às maiores instituições de pesquisa do estado. Os 24 restantes
se destinaram ao Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane da Fundação Osvaldo
Cruz - CPqLMD/FIOCRUZ/Amazônia, ao Centro de Biotecnologia da Amazônia -
CBA, à Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - FMTAM, à EMBRAPA e a
outras instituições com menores demandas.

Quadro 4 - Bolsas concedidas,, por modalidade - 2003 - 2009


BOLSA 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* TOTAL
Iniciação Cientifica 260 767 811 895 957 1.201 1.055 5.946
Mestrado 81 117 48 151 206 220 151 974
Doutorado 26 23 2 44 98 116 51 360
TOTAL 367 907 861 1.090 1.261 1.537 1.257 7.280
Fonte: FAPEAM.
Nota: * Janeiro a Setembro.
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O governo estadual tem construí do uma rede de parcerias municipais, estaduais,
nacionais e internacionais. As parcerias com agências nacionais foram decisivas para
a consolidação do fomento a pesquisa estadual, a exemplo das firmadas com o Minis-
tério da Ciência e Tecnologia - MCT e suas agências, como a FINEP e o CNPq, com
destaque para o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência - PRONEX que, em suas
edições de 2003 e 2006, apoiou sete grupos de pesquisa no Amazonas com investimen-
tos de aproximadamente R$ 3 milhões.
O investimento na formação de recursos humanos é essencial para estruturar no-
vos arranjos produtivos, redes e plataformas tecnológicas. Nessa perspectiva, o Estado
apoia a formação científica do ensino fundamental ao pós-doutorado.
Destaque ao recém lançado Programa de Formação de Doutores em Áreas Es-
tratégicas - PDAEST IAM, em parceria com a CAPES e o CNPq, que concedeu 170
bolsas organizadas em blocos. Serão distribuídas 10 bolsas por área estratégica, a sa-
ber: Engenharia Agrícola, Engenharia Biomédica, Engenharia de Minas, Engenharia
de Transportes, Engenharia de Materiais e Metalúrgica, Engenharia Naval, Engenharia
Química, Engenharia Sanitária, Farmacologia e Arqueologia, identificadas a partir de
um estudo produzido no âmbito do Programa de Gestão de C&T.
O Programa de Desenvolvimento Científico Regional- DCR, desenvolvido em
parceria com o CNPq, tem o objetivo de atrair e fixar pesquisadores no Amazonas em
áreas estratégicas para o desenvolvimento do estado. Desde 2003, o DCR possibilitou a
colaboração de 105 doutores em instituições locais, dos quais, até o presente momento,
21 foram fixados no estado.
Nesta área, em forte articulação com o setor produtivo na inovação e empreende-
dorismo, o Estado investiu R$ 31.002.830,76, por intermédio dos programas abaixo
relacionados:
Destaque ao Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento Tecno-
lógico e Inovação em Micro e Pequenas Empresas na Modalidade Subvenção Econô-
mica - PAPPE SUBVENÇÃOIFINEP-AM, em parceria com o MCTI/FINEP, que, de-
vido a sua grande receptividade, teve duas edições seguidas, com investimento de mais
de R$ 5,2 milhões aplicados no financiamento de 37 projetos em sua maioria ligados
aos Arranjos Produtívos Locais - APLs do Amazonas.
Em um setor de ponta no cenário nacional, em mais uma parceria com o CNPq,
foi lançado o BIOCOM - Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologias
para a Produção de Biocombustíveis no Estado do Amazonas. Com valor global
de R$ 3.000.000,00, o programa apoia projetos na área de biocombustíveis que via-
bilizem o potencial produtivo de espécies nativas, conforme a Política de Mudanças
Climáticas, Unidades de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Estado do
Amazonas.
Na modernização da infraestrutura de universidades e institutos de pesquisa, o esta-
do, investiu R$ 12,4 milhões na construção de laboratórios e compra de equipamentos
para as instituições, com destaque para os laboratórios e programas de pós-graduação.
Para equipar, construir ou modernizar laboratórios de Instituições de Saúde, os investi-
mentos foram na ordem de R$ 3.571.346,00.
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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: O Centro de Biotecnologia da Amazônia - CBA

Recursos da ordem de R$ 3,5 milhões provenientes de convênios vão permitir o


funcionamento do CBA a partir de 2003, com a abertura de alguns laboratórios. No
Orçamento definido pela Suframa, foram incluídas verbas que totalizam R$ 17,6
milhões, um aporte que garantirá a operacionalização total do Centro.
Os convênios assinados pela Suframa prevêem o repasse dos recursos para a
UFAM, Fundação Institucional Rio Solimões (Unisol) e Conselho Nacional de De-
senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para a compra de equipamentos.
O modelo de gestão está se definindo, mas eventuais problemas de continuidade
do projeto foram descartados. Já estão acordados recursos de R$ 8,6 milhões no
orçamento da autarquia, mais R$ 9 milhões, destinados pelo MCT, totalizando R$
17,6 milhões.
Ficará a cargo do novo governo federal, a definição do modelo de gestão do
CBA, mas a equipe técnica dos organismos envolvidos no convênio apresentarão
propostas para serem analisadas, sugerindo formas de gerenciamento, além de pro-
jetos para serem incorporados pelo CBA.
O CBA é um complexo de laboratórios voltado para pesquisas básicas e aplica-
das, transferências de tecnologia, incubação de empresas e prestação de serviços
como a certificação de produtos, patenteamento e controle de propriedade indus-
trial, comercialização de produtos, serviços e tecnologias. Instalado em Manaus, o
CBA abre caminho para o pólo de bioindústria, com empresas que utilizam matéria
-prima local na elaboração de produtos oriundos da biodiversidade.
O complexo foi construído numa área de 12 mil m2, com 26 laboratórios nas áre-
as de química estrutural, purificação de biomoléculas, fermentação, biotecnologia,
pesquisa em produtos naturais para incubação de empresas e produção de extratos.
Também contará com central analítica, complexo de descontaminação, lavagem e
esterilização, cinco casas de vegetação, biotério, processos industriais, anfiteatro, bi-
blioteca, alojamento para pesquisadores e departamentos administrativos.
O CBA terá duas grandes áreas de pesquisa: produtos naturais e biotecnologia.
Para atender a primeira, estão sendo implantados laboratórios para produção de
extratos de origem vegetal, animal e microorganismos; química estrutural, purifica-
ção, caracterização e análise de biomoléculas e bioensaios. Os laboratórios de mi-
crobiologia, biologia molecular, engenharia genética, bioquímica, cultivo de células
e tecidos vegetais e animais e fermentação darão suporte na área da biotecnologia.
Sua operacionalização prevê parcerias com instituições de ensino e pesquisa
nacionais e do exterior, e com as comunidades locais, extrativistas e indígenas, de
modo a viabilizar o desenvolvimento científico com base no conhecimento das po-
pulações tradicionais, criando oportunidade para a qualificação profissional, além
de abrir um grande leque de atividades industriais e comerciais da região.
A Critica. 17.11.02

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TEXTO 2: Começa projeto que vai viabilizar clusters

O projeto de “Contribuição ao Desenvolvimento dos Principais Arranjos Pro-


dutivos (clusters, ou cadeias produtivas horizontais) dos Estados da Amazônia”,
encomendado pelo Banco da Amazônia (Basa) ao Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), iniciou-se em 2002 no Amazonas.
Técnicos dos dois órgãos apresentaram a parceiros públicos e privados e a repre-
sentantes do empresariado e dos pequenos produtores rurais, as linhas gerais e me-
todologia do projeto. O objetivo inicial é a articulação de parcerias com agentes que
possam contribuir para o desenvolvimento do trabalho, que inclui o levantamento
de dados primários, junto aos órgãos governamentais ligados ao fomento, institui-
ções de pesquisa, assistência técnica e capacitação gerencial e entidades empresa-
riais, com vistas a validar alguns aspectos preliminarmente definidos.
Na literatura econômica, clusters são concentrações, numa mesma região geográ-
fica, de empresas, fornecedores, instituições de pesquisa e capacitação, prestadoras
de serviços e comércio voltados para um determinado setor da atividade produtiva.
Um exemplo famoso é o Vale do Silício, nos Estados Unidos. Outro, o complexo
calçadista no Rio Grande do Sul. As diversas experiências têm mostrado que os clus-
ters são importantes para a inovação tecnológica e o desenvolvimento de regiões.
No Amazonas, foram selecionados, de forma preliminar, 6 clusters potenciais:
indústria de material elétrico e de comunicações, indústria de duas rodas, mandioca,
pesca, turismo e biotecnologia. O Amazonas entrou na segunda etapa do projeto,
com apresentação do diagnóstico sobre os clusters identificados, a partir de dados
primários e secundários, com esclarecimento de seu funcionamento, obstáculos e
ações específicas e o estabelecimento de parcerias com representantes setoriais e
empresários, também com vistas à aplicação do Fundo Constitucional de Financia-
mento do Norte (FNO).
A terceira fase se iniciou em setembro com uma reunião entre os parceiros, que
discutiram cada um dos clusters identificados e os desafios de consolidação dos
mesmos e para incentivar a apresentação de propostas de ações para a dinamização.
Também foram elaboradas sugestões de políticas nos âmbitos municipal, estadual e
federal, com vistas a elevar a competitividade dos diversos clusters e orientar a ação
de crédito do Basa.
Este projeto é o segundo passo de uma iniciativa pioneira do Basa: o estudo
“Opções estratégicas para investimento na Amazônia”, solicitado ao Ipea, no qual,
a partir de dados secundários, foram indicados potenciais de 235 clusters nos 9 es-
tados amazônicos.
O novo projeto foi montado com a participação de dezenas de parceiros locais,
entre instituições governamentais, universidades, empresas e entidades de classe. O
objetivo do Basa, com essa iniciativa é propiciar uma agenda positiva de parcerias
que deflagre ações capazes de viabilizar, na região, esse novo mecanismo de ativida-
de e de desenvolvimento sustentável, com aumento da produção e da produtividade
e a geração de mais empregos.
A Critica 06.08.02
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ATIVIDADES DE APOIO

11. Que condições propiciaram o desenvolvimento industrial do Amazonas?


12. O que pode ter contribuído para fragilizar a indústria da ZFM?
13. Indique uma alternativa para que a indústria do Amazonas venha a se inserir dentro
dos princípios do desenvolvimento sustentável.
14. O que tem sido feito no Estado do Amazonas no sentido de acompanhar o desen-
volvimento técnico-científico?
15. Por que se diz que a indústria é a base de toda economia? Justifique.
16. Elabore um quadro síntese com os principais indicadores industriais do Amazonas
(PIB, empregos, faturamento, crescimento, pólos e produtos, etc).
17. Qual a situação da indústria em termos de projetos e investimentos? Quem são os
principais investidores?

EXERCÍCIOS

1. A criação de indústrias na Região Norte, sobretudo em Manaus, está ligada à(s):


a) Presença de matérias-primas minerais e vegetais.
b) Oferta de abundante mão-de-obra especializada.
c) Necessidades do mercado consumidor local em expansão.
d) Obras de infra-estrutura básica, como estradas de ferro e usinas hidroelétricas.
e) Política de incentivos fiscais estabelecidos pelo Governo Federal.

2. Quanto à política para o setor industrial adotada pelo governo do Brasil a partir dos
anos 1990, pode-se afinnar que levou a:
a) diminuição dos gastos públicos.
b) abertura da economia para o mercado mundial, reduzindo as restrições às importações.
c) criação de uma política favorável aos investimentos externos no país.
d) privatização das empresas estatais.
e) todas estão certas.

3. (UFMG) Todas afirmativas relacionadas à Amazônia são verdadeiras exceto:


a) A Amazônia constitui um espaço econômico, social e político pouco estruturado e
potencialmente gerador de novas oportunidades.
b) A diversidade biológica ímpar da região lhe confere, atualmente, grande valor ten-
do em vista o desenvolvimento de biotecnologias.
c) A região apresenta focos de modernidade, exemplificados pela presença de uma
zona franca e de grandes projetos de mineração.
d) As disputas pela posse da terra envolvendo posseiros, fazendeiros, extrativis-tas,
garimpeiros, índios, mineradoras e madeireiras continuam intensas.
e) As taxas de investimento, ocupação e produção regionais são elevadas, mas o valor
da terra se mantém baixo.
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4. São indústrias de ponta na revolução científico-tecnológica ou Terceira Revolução
Industrial:
a) petroquímica, automobilística, siderúrgica.
b) alimentícia, bebidas finas, cosméticos.
c) metalúrgica, construção civil, naval.
d) informática, microeletrônica, biotecnologia.
e) elétrica, eletrônica, têxtil.
5. Qual é o elemento de base para uma pesquisa científica e tecnológica de ponta?
a) Construir ótimos edifícios para sediar laboratórios.
b) Dar volumosas verbas para os órgãos burocráticos encarregados de fiscalizar a
pesquisa em geral.
c) Importar cientistas estrangeiros que recebem baixos salários e colocá-los para tra-
balhar em projetos bélicos.
d) Dar um ótimo ensino de massa, do fundamental ao universitário.
e) Investir pesadamente na agricultura.
6. (FGV) A fase atual da industrialização, marcada pelo que se denomina de “Revolu-
ção Técnico-Científica”, tem como características principais:
a) mão-de-obra altamente qualificada e intenso uso do petróleo.
b) mão-de-obra altamente qualificada e tecnologia complexa.
c) tecnologia complexa e disponibilidade local de matéria-prima.
d) mão-de-obra altamente qualificada e disponibilidade local de matéria-prima.
e) Mercado consumidor significativo e intenso uso do petróleo.
7. (UFPA) A Amazônia atravessa uma fase de reorganização espacial. Isso ocorre porque:
a) As atividades econômicas regionais se estabilizam em tomo da população para a
industrialização.
b) o crescimento dos centros urbanos diminuiu pelo aumento da produtividade no campo.
c) Os impactos dos investimentos públicos e privados transformaram a região, modi-
ficando intensamente a organização espacial nos últimos trinta anos.
d) A presença dos grandes projetos proporcionaram a valorização da mão-de-obra
regional e o aumento da qualidade de vida no campo.
e) As atividades econômicas desenvolvidas na região nos últimos dez anos, garan-
tiram boa competitividade dos produtos amazônicos no exterior, com a criação em
todos os estados das Zonas de Processamento de Exportação.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE
1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão e debate, ex-
ponha à classe a sua opinião sobre as tendências da indústria no Amazonas.
2. Pesquise individualmente ou em grupo sobre um dos temas abaixo e apresente à clas-
se de conforme sua criatividade (cartaz, dramatização, entrevista, debate, seminário,
relatório, etc).
Tema 1: “Os cursos de ensino médio e superior existentes no Amazonas e o mercado
de trabalho para os mesmos”.
Tema 2: “A globalização e sua influência na Zona Franca de Manaus”
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5.2 - PRINCIPAIS INDUSTRIAS E SEUS INDICADORES

Neste seguimento serão abordados os principais tipos e subtipos de indústrias, com


seus respectivos pólos e indicadores, considerando as informações das empresas perten-
centes ao Sistema de Indicadores da Suframa/Seplan, amparadas pelas leis de Incenti-
vos Fiscais.

Indústria de transformação

Englobando a maior parte das atividades do setor industrial, a indústria de trans-


formação é uma das mais importantes atividades em todo o mundo, pertencente a um
conjunto que também abrange a indústria extrativa, a indústria de construção e as usi-
nas produtoras de energia, que serão estudadas adiante. De acordo com a natureza dos
bens produzidos, subdividi de-se em:

I - Indústrias de bens de produção


Conhecidas também como indústrias de base, produzem as matérias-primas secun-
dárias, ou seja, que já passaram por algum processo de transformação, necessárias a
outros processos industriais. Segundo a SUFRAMA, os principais pólos são o metalúr-
gico e o químico. Mas, além desses pólos, existem o petroquímico e o siderúrgico, que
constituem dois extremos. O primeiro por estar em ascensão e o segundo
por ter participação incipiente.
O pólo petroquímico apresenta uma das principais refinarias do norte do país, a Re-
finaria de Manaus (Remam), nome dado na época em que foi estatizada pelo governo
militar. Hoje, com o nome de Refinaria Isaac Sabbá, ela produz e distribui gasolina,
óleo diesel, querosene, etc. Sua origem data da mesma época da criação da Siderama,
quando tinha o nome de Companhia de Petróleo da Amazônia. Este pólo conta ainda
com usinas de asfalto e subprodutos.
Com o aumento da produção de gás natural e petróleo, a tendência é que se tome
um dos mais atrativos em termos de investimentos, em função da produção de seus
derivados. Um passo importante para a sua consolidação foi dado com a publicação da
portaria interministerial estabelecendo o Processo Produtivo Básico (PPB) para o pro-
duto resina de poliestireno, que na avaliação do Governo considera o poliestireno, mais
o gás natural e o petróleo, as bases para se consolidar o pólo petroquímico no Estado.
Além de definir o PPB para a resina de poliestireno, a portaria também estabelece
que no mínimo 70 do total produzido pela empresa no ano imediatamente anterior, em
peso, deverá ser destinado aos mercados da Amazônia Ocidental e ao mercado inter-
nacional, ficando 30 para o mercado interno. Ocorrendo exportações, esse percentual
poderá atingir o limite de até 50.
Quanto ao siderúrgico, este pólo teve suas atividades paralisadas em 16 de novem-
bro de 1998, com a extinção da única empresa que existia no Estado, a Siderama.
Fundada em 15 de setembro de 1961, a Cia. Siderúrgica da Amazônia foi estatizada
no governo militar, passando a ser controlada pelo Ministério do Interior, Sudam e Si-
derúrgica Brasileira S.A (Siderbrás). Ela recebia matéria-prima de outras siderúrgicas e
aqui só processava a laminação.
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Quando o Governo Federal decidiu vender as siderúrgicas estatais, em 1993, a Si-
derama não entrou na lista. Com a Lei 9.033/95 ela passou para as mãos da Siderbrás,
que posteriormente entrou em liquidação. Em 1997, o Ministério do Planejamento e
Orçamento aprovou a resolução n° 10, dissolvendo a Siderama, incluída na lista das
sociedades de economia mista liquidadas. O terreno onde funcionava foi cedido à Su-
frama para construir o EIZOF (detalhes no cap.7).

II - Indústrias de bens de capital ou intermediários


Inclui a produção de peças, equipamentos, ferramentas, componentes, etc e a indús-
tria mecânica, com produção de máquinas utilizadas por outras fábricas. Os principais
pólos segundo a SUFRAMA são: mecânico (artigos p/ cultura física; condicionador
de ar, partes para bicicletas, etc), madeireiro (painéis de madeira; madeiras serrradas;
madeiras compensadas, etc, mineral não-metálico (moldes para vidros; elementos pré-
fabricados p/ construção, etcj e o termoplástico (Frascos de plásticos, gabinetes, basti-
dores, partes p/ aparelhos de recepção e transmissão, etc.

III - Indústrias de bens de consumo


Este grupo produz os bens que serão consumidos diretamente pela população. No
Amazonas é o que possui o maior número de pólos e empresas, por ter sido o que mais
atraiu investidores do exterior e do próprio país, gerando um grande número de empre-
gos diretos e indiretos. O modelo ZFM apresentou resultados esplêndidos quanto ao
crescimento industrial deste grupo, face às exportações, em especial para outras regiões
brasileiras, de produtos industrializados que antes eram importados, concretizando a
meta do Governo Federal de substituição de importações, já que seus produtos atin-
giram, por vezes, índices superiores a 90 de nacionalização. Este ramo industrial se
subdivide em:

a) Bens de consumo não-duráveis:


Produz os bens que serão consumidos rapidamente pela população, como por exem-
plo, bebidas, brinquedos, material editorial e gráfico, isqueiros/canetas e artigos de
cutelaria, papel e papelão, produtos alimentícios, material têxtil, etc. Na classifica-
ção da SUFRAMA, os principais pólos são:
Bebidas: Cervejas de malte, água mineral/gaseificada, adicionada com açúcar e não
adicionada com açúcar;
Brinquedos: Jogos de vídeo, bonecos e outros brinquedos;
Editorial e Gráfico: Livros, brochuras e impressos, publicitário/catálogo; Isqueiro,
Caneta e Artigos de Cutelaria: Aparelho de barbear não elétrico, lâmina de barbear,
isqueiro, etc;
Papel e Papelão: Caixa, cartão ondulado, cartas de jogar, papel de higiene, etc;
Alimentício: Farinha de trigo, biscoitos, leite integral em pó e açúcar de cana;
Textil: Tecido de fibra sintética, sacos para embalagem de juta/outra fibra, fios de
juta retorcidos, etc;
Vestuário e Calçados: Calças, jardineiras, tules, filó, tecidos, camisas, blusas, etc;
Beneficiamento de Produtos Regionais: Castanha-da-Amazônia com casca e sem
casca, óleos essenciais, etc.
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b) Bens de consumo duráveis:
Fabricam bens que são consumidos mais lentamente pela população, assim como
eletroeletrônicos, mobílias, relógios, motocicletas, óculos,etc.
Eletroeletrônico: Telefone celular, televisor, aparelho de som, etc;
Mobiliário: Colchões, outras partes para aparelhos de rádio e receptores, etc;
Duas Rodas: Motocicleta, partes/acessórios para motocicleta e ciclomotor, bicicleta
sem motor, etc;
Ótico: Lentes para óculos, armações para óculos, papel para foto, etc;
Relojoeiro: Relógio de pulso e de parede, artefatos de joalheria, pêndulos, etc.

Indicadores do setor industrial


A atividade industrial normalmente representa a base de crescimento em toda eco-
nomia, embora o setor de serviços venha aumentando o seu percentual de participação
no PIB em todo o mundo. Entre outros fatores, isto ocorre porque quando as fábricas
se instalam em um lugar, a geração de empregos diretos aumenta o volume de dinheiro
em circulação na economia local, o que por seu turno, aumenta a oferta de empregos
nesse setor.
Por exemplo, a indústria de bens duráveis e a de construção civil são as que mais
geram empregos indiretos, em função da necessidade de matérias-primas de outras in-
dústrias para a produção. Certamente, a distribuição e manutenção desses bens,
também irão necessitar da formação de novas frentes de trabalho.
No Amazonas a indústria participou com 49,89% do PlB estadual. Considerando
as mais de 400 empresas incentivadas, o PlB industrial atingiu R$ 8,6 bilhões. Essas
empresas geraram, em média, 53,9 mil empregos, sendo 47,6 mil efetivos, 3,2 mil tercei-
rizados e 3,1 mil temporários, produzindo os mais variados bens, com alto nível tecno-
lógico, designe moderno e excelente qualidade, haja vista possuir mais de 200 empresas
certificadas com a IS09000 e 40 certificadas ou em processo de certificação pela ISO
14000, demonstrando um compromisso com a qualidade e o meio ambiente.
Em 2010, o conjunto das empresas do PIM faturou US$ 35 bilhões, sendo que 72%
das vendas foram realizadas no mercado nacional, 18 no regional e 10 no exterior, mes-
mo diante dos problemas e incertezas surgi das no decorrer do ano, com a valorização
do real frente ao dólar.
A Suframa aprovou 445 projetos em 2010 (227 industriais e 168 agropecuários).
Foram 263 projetos a mais que em 2009, representando um crescimento de 64 nos
investimentos, passando de U$ 2,8 bilhões em 2009 para U$ 4,6 bilhões em 2010. Os
investimentos estrangeiros correspondem a 57%, em média, de todo o capital aplicado.
Depois dos japoneses, os norte-americanos despontam como os maiores investidores,
seguidos dos coreanos.
Segundo a análise da SEPLANI AM para o PlB do Amazonas, o setor industrial
do Amazonas, como um todo, obteve crescimento real de 2,5%, mas perdeu participa-
ção no valor agregado do estado, passando de 42,5%, em 2007, a 41,4%, em 2008. As
Indústrias de Transformação tiveram crescimento de 2,3 e Produção e Distribuição de
Eletricidade e Gás, Água e Esgoto e Limpeza Urbana de 1,6%. A Construção civil apre-
sentou o melhor resultado do setor, 8,6, e Indústria Extrativa teve a única queda, -8,8%.
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A Indústria de Transformação no indicador acumulado no ano aumentou seu PlB
(3,9%), sendo que esse crescimento foi resultado do desempenho positivo de seis seg-
mentos, com outros equipamentos de transporte (16,7%), edição e impressão (22,2%) e
material eletrônico e equipamentos de comunicações (2,7%) liderando as contribuições
positivas sobre o índice global. Esses ramos foram influenciados, respectivamente, pelos
itens: motocicletas; DVDs; e telefones celulares.
Em sentido oposto na composição do PIE, produtos de metal (-15,1% ) e máquinas
e equipamentos (-11,7%) tiveram os principais impactos negativos, pressionados sobre-
tudo pelos itens aparelhos de barbear; e aparelhos de ar condicionado.

Indústria de Construção

A processo industrial e sua consequente urbanização tem propiciado grande desen-


voltura para essa atividade. O crescimento populacional e a própria dinâmica econô-
mica tem exigido e ainda exigem uma infra-estrutura urbana e de transportes cada vez
mais compatíveis às crescentes necessidades. A indústria de construção está subdividi-
da em civil, pesada e naval.
A construção civil a cada ano apresenta técnicas mais modernas, como é típico na
economia de mercado, com uma produção rápida e em série. Agora, a construção de
edifícios residenciais, comerciais ou de serviços, como escolas e até mesmo casas, é feita
num tempo bem menor. Várias empresas estão se especializando e aperfeiçoando seus
métodos para seguirem na produção de prédios, cada vez mais numerosos na paisagem.
Na construção pesada se incluem as empresas ligadas à construção de rodovias, tú-
neis, viadutos, pontes, aeroportos, usinas, portos, etc. Na maioria das vezes são emprei-
teiras contratadas pelos governos para construir obras de grande porte, como a Ponte
sobre o Rio Negro.
Segundo os indicadores da Suframa, é possível identificar coeficientes promissores
sobre o segmento da indústria de construção naval. De fato não se poderá deixar de
colocar em evidência a avaliação processada, diante de tantas medições que revelam a
evolução do contínuo crescimento que esse ramo vem desenvolvendo nos últimos anos.
Diante dos números, a indústria de construção naval assinala um ciclo benéfico que
necessita ser mais bem avaliado e assistido. Seu conjunto de indicadores favoráveis ins-
creve, com coordenadas no mapa, a mostrar que Manaus é o local muito bom para abri-
gar esse tipo de produção. E assim sendo, passa a requerer, por parte da govemança,
uma diligência que, além da derivação ao estímulo, conduza ações especiais com planos
e outros apoios, a fim de não somente lhe prover meios de se consolidar mas, também,
de sustentar o dinamismo gravado na série histórica em apreciação.
A intensidade do status adquirido por essa atividade não mais permite minimizar a
importância de sua participação na geração de riqueza e criação de emprego, no con-
texto da sociedade amazonense. Portanto, induzir o segmento a maior possibilidade de
competir no identificado mercado em expansão, adequando-o de infraestrutura especí-
fica à localização de empreendimentos semelhantes é, para o Amazonas, uma garanti-
da forma de ampliar recursos disponíveis à coletividade e uma inteligente estratégia de
fomentar a arrecadação de receita.
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Recente, os agentes econômicos (setor público, setor privado e sociedade civil orga-
nizada) iniciaram um trabalho de acompanhamento segundo demanda formulada por
comissão especial instituída na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas - ALE-
AM, com o objetivo de proceder estudos para a estruturação de uma espécie de Distrito
Industrial Naval, que permita a instalação em locais adequados, diante da falta de es-
paço e, até mesmo, as condições precárias de trabalho e dificuldade de financiamento.
Outra questão presente é a substituição da madeira pelo aço ou alumínio na fabricação
das embarcações regionais.
Para Manaus, terão de ser renovados e inovados os padrões de produção vigentes. A
cidade possui uma orla fluvial, que já foi belíssima, com praias limpas e acessíveis, mas,
hoje, inteiramente tomadas por lugares onde se assentam embarcações de todos os tipos
e tamanhos, dispostas ao serviço de poluir, porque ancoradas e aguardando a vez para
sofrerem consertos e reparos, trabalhos indispensáveis para o tipo de barcos utilizados
em nossa navegação.
Todavia há um grande hiato quanto ao tipo de embarcações que têm sido produzidas
e servem ao transporte de cargas e passageiros, e àquelas de interesse da segurança e
adaptabilidade reclamadas pelas condições de navegação dos rios da região, para poder
atender a essa nova condição indispensável e aprender a operar em um novo sistema,
assimilar um novo conhecimento e absorver o novo processo.
Muito embora o legado tenha permitido geração de renda e emprego, não se mostra
confortável para enfrentar uma concorrência externa, principalmente em obras de grande
porte. Usa, ainda, uma tecnologia de construção em barcos de madeira, que representa
uma participação superior a oitenta por cento e se identifica com o que os especialistas
denominam de obra de arte, uma peça de construção única, jamais replicável e cujos
desenhos para legalização do produto normalmente são efetuados após o barco pronto.
Sem ainda incorporar os conhecimentos científicos de flutuação, de segurança e
de desenho para maior velocidade, melhor capacidade de manobra e mais econômico
deslocamento, sustentam-se no exercício de uma prática repassada de pai para filho,
parente ou agregado. Por esses motivos, registra-se uma lista de naufrágios que muito
incomoda. Há, ainda, muitos especialistas, que defendem a preservação dessa tecnolo-
gia, como base para quaisquer ajustes futuros.
Entretanto, mudança não se faz como um corte, mas de modo ordenado e progres-
sivo, assim como vem sendo conduzida pela Universidade do Estado do Amazonas
- UEA, em Novo Airão, para repassar aos alunos residentes novas informações e co-
nhecimento, quando molda tecnólogos em construção naval. Pari passu, esse conjunto
produtor do Amazonas, incipiente e insipiente, não tem merecido aportes de recursos
monetários na dimensão de suas necessidades.
Os financiamentos para apoiar o desenvolvimento, além da dificuldade de acesso,
sofrem a restrição de oferta, como se observa no Fundo da Marinha Mercante, dirigido
quase exclusivamente ao Sudeste do país, o que não se justifica, porquanto aqui são tra-
balhados milhões, enquanto lá se operam bilhões. Todavia se seguido esse vetor como
determinante, não existirá redução das desigualdades regionais, meta sempre tida como
alvo e divulgada pelo Governo Central.
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Navegando em paralelo, independente de governos, apresenta-se uma outra forma
de possibilidades para o segmento de construção naval: as Associações de Desenvolvi-
mento, vinculadas ao Terceiro Setor, que é mister enfatizar para ratificar uma assertiva
anterior: um Distrito Naval somente terá facilidade para sua implantação se o Governo
do Estado definir o local e o Governo do Município de Manaus inserir no seu Plano
Diretor ações para a orla fluvial, em conjunto e afinadas em objetivos, posto que existe
a Região Metropolitana de Manaus a compeli-Ios a decisões ajustadas. Sem outras
maiores intervenções, a materialização de um Distrito poderá ter fôrma e formato via
uma Associação que incorpore todas as entidades envolvidas desse segmento.
Frente às condições hoje existentes, abrir-se-iam expectativas favoráveis, como:
• Fortalecimento das entidades ligadas à Construção Naval de Manaus;
• Redução dos níveis de tributos nas compras de equipamentos, de materiais, inclu-
sive importações;
• Redução no custo operacional;
• Ampliação das formas de receita;
• Aumento de possibilidade na obtenção de recursos públicos para programas de
pesquisas na área ambiental, social e tecnológica naval;
• Redução nos custos operacionais de serviços;
• Possibilidade de adequar à organização em função da Resolução CFC n° 1.003-04
e normas da ABNT NBR 16.001 e 16.002, Normas de Responsabilidade Social e
Ambiental.
• Melhoria da competitividade, com viabilização de programas complementares;
• Desenvolvimento de novos programas estratégicos de atendimento à população,
com concepção de novas unidades de negócios e de atividades complementares;
• Criação de Normas Técnicas Brasileiras de Navegação e Certificações das embar-
cações perante as Normas da ABNT;
• Possibilidade de criar uma Central de Compra Associativa e criação de um Condo-
mínio Consorciado de Produção;
• Facilidades para implantação de Treinamento e Capacitação;
• Possibilidade de tomar-se uma Referência na América Latina.
Se efetivamente essas expectativas forem atendidas, teremos um setor se consolidan-
do em sustentabilidade.

Indústria extrativa mineral: O pólo mineral


Atualmente a mineração é feita em outras regiões do país por grandes empresas que
detém condições financeiras e técnicas, como também pessoal especializado (geólogos,
engenheiros de minas, etc), que exploram minérios em quantidades abundantes para
abastecer o mercado nacional e internacional.
Trata-se de uma atividade que se tornou alvo de atenção, pois a exploração desgove-
mada de minérios tem levado a graves consequências ambientais, como desabamentos
de terrenos, assorearnentos, entulhamentos e poluição dos rios. A extração do ouro, por
exemplo, utiliza o mercúrio, que lançado no rio após o seu uso, contamina a água que
abastecerá várias cidades e seus moradores. Tem-se registrado diversos casos de morte
e doenças, devido a essa prática desorientada.
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No Amazonas a produção do Pólo Mineral é pouco expressiva, daí sua participação
relativamente pequena na economia, após ter recebido investimentos modestos para
uma atividade altamente lucrativa no resto do mundo, considerando-se outras áreas
com reservas similares. As reservas minerais do Amazonas são bem amplas, como se
pode ver no quadro a seguir. O destaque é a Cassiterita ( estanho), da Mineração Ta-
boca S.A. (Mina do Pitinga - Preso Figueiredo), representando mais de 80 do fatura-
mento. Produz-se também, nesta mina, a Columbita - Tantalita (Nióbio-Tântalo) cuja
representação é de 8% do faturamento.

Quadro 5 - Reservas Minerais do Amazonas


Bem Mineral Reservas (t) Localização
Argila (Cerâmica 35.877.339 Iranduba
Argila (Cerâmica 3.593.700 Itacoatiara
Argila (Cerâmica 3.975.971 Manaus
Bauxita 50.000.000 Nhamundá
Calcário 163.200.000 Maués
Calcário 44.708.707 Urucará
Caulim 3.457.370.330 Manaus
Criolita 8.824.121 Pres Figueiredo
Estanho 486.040 Pres Figueiredo
Ferro 8.131.250 S.S. do Uatumá
Ferro 17.918.829 Urucará
Gipsita 1.722.393 Urucará
Nióbio 81.421.631 S.G. da Cachoeira
Nióbio 781.080 Pres Figueiredo
Rubídio 1.962.400 Pres Figueiredo
Tântalo 88.760 Pres Figueiredo
Xenotima 102.160 Pres Figueiredo
Zirconita 3.388.040 Pres Figueiredo
Departamento Nacional de Pesquisas Minerais - DNPM.

Segundo Heindrich (DNPM-2001), o faturamento anual dos metálicos tem osci-


lado em torno de R$ 80 milhões, somados à produção estimada de aproximadamente
3,5 milhões de ml/ano de não-metálicos agregados (brita, seixo, areia) e argila para
cerâmica vermelha, gerando perto de R$ 40 milhões, o que perfaz o total de cerca de
US$ 50 milhões no setor (1% do PIB do Amazonas).
Os principais minerais contribuintes, segundo o DNPM são: Estanho, Columbita/
Tantalita, Água Mineral, Argila/Cimento, Gipsita, Ferro e Ca1cário.
As perspectivas de melhoria para este setor dependem de alguns fatores, dentre eles o
energético. A viabilização do gás de Urucu ou mesmo de Itapiranga-Silves (Projeto Ua-
tumã-Petrobrás), poderá incrementar ainda este ano a exploração das imensas reservas
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de sais, principalmente Silvinita (sal de potássio) para indústria de fertilizantes, em
Itacoatiara e Nova Olinda do Norte, e também de Caulim (Manaus), constituindo-se
como uma grande reserva de boa qualidade para indústria de papel e cerâmica bran-
ca. Espera-se, ainda, a melhoria do preço internacional do estanho, nióbio e tântalo,
para viabilizar o projeto Rocha Sã da Mineração Taboca-Mina do Pitinga, orçado em
R$ 130 milhões.
A mineração e seus desmembramentos constituem uma promissora opção de desen-
volvimento, porém não se deve permitir que ocorra como no Amapá, onde o capital es-
trangeiro majoritário levou ao esgotamento das reservas de manganês (Serra do Navio),
sem nenhum acréscimo aos cidadãos e à ecologia. Para evitar esse tipo de situação,
torna-se necessário aprofundar pesquisas e elaborar modelos específicos de exploração
mineral para incorporá-lo ao processo produtivo, favo- recendo de forma justa toda a
sociedade.
Consta no Relatório de Ação Governamental 2010, que essas potencialidades do
Amazonas quanto aos recursos minerais e de óleo e gás têm atraído bons investi-
mentos, segundo dados levantados junto ao DNPM e Agência Nacional do Petróleo
(ANP), como também em relatórios dos Fóruns Estaduais de Geodiversidade, con-
forme segue:

• Projeto de pesquisa para sais de potássio nos municípios de Autazes e Itapiranga,


pela Empresa Potássio do Brasil (Grupo Forbes & Manhattan) que, durante os exer-
cícios de 2009 e 2010, somaram valores em tomo de US$ 25 milhões;
• Pesquisa de ouro no município de Maués, pela Empresa MAPEX Mineração, ge-
rando investimentos de US$ 6 milhões (2009-2011);
• Mina do Pitinga - intermediada pela Mineração Taboca (Grupo Minsur), registrou
investimentos no biênio 2009/2010 da ordem de US$ 38 milhões;
• Empresa HRT na pesquisa e exploração de óleo e gás na Bacia Sedimentar Soli-
mões, prevê investimentos da ordem de US$ 2 bilhões nos municípios de Carauari,
Tefé e Coari.

No período de 2009 a 20 I O foram realizados Fóruns Estaduais de Geodiversidade


nos municípios de Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Maués, Apuí, Humaitá, Tefé, São
Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Iranduba. Com a contribuição de mais de 1.100 par-
ticipantes, os resultados dos fóruns foram consolidados no documento base do Atlas de
Geodiversidade do Estado do Amazonas, apresentado durante a II Conferência Esta-
dual de Geodiversidade, que contou com a presença de 42 instituições. Esse documento
vem contribuindo para a construção da política de Geodiversidade do Amazonas na
análise das Diretrizes para a Sustentabilidade da Mineração e Exploração de Óleo e
Gás no Amazonas.
O Relatório Governamental 20 I O também cita o Programa Chama Verde, que tem
por objetivo o ordenamento, consolidação e desenvolvimento sustentável do Polo Cerâ-
mico, criado em 2008 a partir de uma ação da Polícia Federal coibindo o uso indevido
de lenha não licenciada pelas olarias nas regiões do Cacau Pirêra, Iranduba e Ariaú,
Iranduba e Manacapuru. Entre os principais resultados se destacam:
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• Assinatura de 24 Termos de Ajuste de Conduta com o IPAAM pelos empreendi-
mentos oleiros, associados aos objetivos de recuperação das áreas historicamente
desmatadas para o consumo de lenha nos fomos cerâmicos, a partir de ações de
revegetação pelo plantio de 120.000 mudas de açaí;
• Aproveitamento de resíduos de madeira das indústrias do PIM nos fomos cerâmicos;
• Aprovação de projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradações
(REDD) pelas Indústrias Cerâmistas;
• Desenvolvimento de estudos tecnológicos de caracterização de matérias-primas e
produtos cerâmicos, e estudos de mercado;
• Conclusão do curso de Formação Inicial e Continuada em Produção Cerâmica
desenvolvido pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM) , em parceria com a SDS,
com a formatura de 38 jovens munícipes de Iranduba;
• Caracterização do Polo Cerâmico de Iranduba/Manacapuru como Arranjo Pro-
dutivo Local de Base Mineral, pelo Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais
(NEAPL), coordenado pela SEPLAN.

Dentro da política de ordenamento da atividade de exploração de bens minerais de


uso na construção civil, foram desenvolvidas campanhas de educação ambiental dire-
cionadas aos mineradores e motoristas que transportam minérios, no sentido do cum-
primento da Instrução Normativa (IN) que disciplina o tráfego de veículos utilizados no
transporte desses minerais e a responsabilidade quanto à manutenção da qualidade de
trafegabilidade dos ramais utilizados pelos empreendedores.
Também foi instituído o Programa Extrativismo Mineral Familiar visando propor-
cionar a centenas de extrativistas minerais a legalização de suas atividades de produção
de ouro ao longo do leito do rio Madeira. A legalização contou com a participação do
IPAAM, do DNPM, CPRM e da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação
Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME). Atende ao ordenamento da explo-
ração de ouro por balsas e em garimpos de terra firme, onde participam mais de 3.500
famílias nos municípios de Humaitá, Manicoré, Apuí e Novo Aripuanã.

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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Faturamento do PIM é o maior da história

O Pólo Industrial de Manaus comemora nova marca histórica. Empresas incen-


tivadas do PIM alcançaram, em 2010, faturamento de US$ 35.1 bilhões, o melhor
resultado obtido pelo polo em toda a sua trajetória. Os dados constam nos Indica-
dores de Desempenho do PIM divulgados pela SUFRAMA.
O faturamento do PIM em 2010 foi superior à meta prevista inicialmente, que
era de US$ 33 bilhões. O montante superou em 35,18 o faturamento alcançado em
2009, de aproximadamente US$ 26 bilhões. Em um comparativo com 2008, até en-
tão o ano de maior faturamento do PIM, quando atingiu US$ 30 bilhões, o aumento
foi de 17%. “Trata-se de um desempenho que pode ser comparado ao das principais
economias emergentes do mundo”, afirma a superintendente, Flávia Grosso.
Segundo a dirigente da autarquia, o comportamento do PIM nos últimos anos,
acumulando sucessivos recordes e reagindo de maneira positiva aos momentos de
crise, comprova que a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento
consolidado e que gera beneficios não somente para a região, bem como para todo
o País.
As vendas ao exterior também tiveram bom desempenho e retomaram ao pata-
mar do período pré-crise, somando no acumulado do ano passado, pouco mais de
US$ 1 bilhão. Esse volume foi 21,07 superior ao verificado no mesmo período de
2009, que foi de US$ 857.5 milhões. Essa retomada do crescimento das exportações
deve-se principalmente às estratégias adotadas pela SUFRAMA visando à inserção
internacional compettitiva dos produtos do PIM.
Com relação aos empregos, foram contabilizados em dezembro do ano em tomo
de 108 mil postos de trabalho, incluindo mão-de-obra efetiva, temporária e terceiri-
zada, ante 95 mil empregos contabilizados no mesmo mês de 2009. A média mensal
de mão-de-obra foi de 103 mil empregos em 2010. O PIM chega a gerar em tomo de
400 mil postos de trabalho indiretos.

Subsetores
O segmento Eletroeletrônico/Bens de Informática foi um dos grandes responsá-
veis por “puxar” o desempenho do PIM. Dejaneiro a dezembro, o subsetor atingiu
US$ 15.7 bilhões, o melhor desempenho de sua trajetória. No comparativo com
2009, cujo faturamento foi de US$ 11.4 bilhões, o aumento foi de 37,36%.
Em 2010, o segmento Duas Rodas voltou a crescer de forma mais vigorosa,
contabilizando de janeiro a dezembro, US$ 7 bilhões, um percentual 32,36%
maior que o contabilizado em igual período de 2009 (US$ 5.2 bilhões). O segmen-
to Químico continuou com a sua trajetória de crescimento, obtendo o melhor de-
sempenho de sua história a exemplo do segmento Eletroeletrônico. O faturamento
do polo somou US$ 4.2 bilhões, variação de 31,89% em comparação com 2009
(US$ 3,1 bilhões).
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Também merecem destaque os segmentos metalúrgico (faturamento de US$ 2.4
bilhões), termoplástico (faturamento de US$ 1.8 bilhão), mecânico (faturamento de
US$ 1.4 bilhão), isqueiros, canetas e barbeadores descartáveis (faturamento de US$
675.2 milhões) e relojoeiro (faturamento de US$ 506.4 milhões). O segmento Bene-
ficiamento de Borracha, cujo faturamento foi de US$ 2.1 milhões, foi o que obteve
o melhor desempenho percentual, 105,24.
Quanto à área de componentes, partes e peças, verificou-se faturamento de US$
5.8 bilhões em 2010, um crescimento de 35 em relação ao ano de 2009 (US$ 4.3
bilhões) e 26% no comparativo com 2008 (US$ 4.6 bilhões), significando que os três
principais segmentos representativos da cadeia produtiva (termoplástico, metalúrgi-
co e mecânico) apresentaram também recuperação e expansão.

Produtos
Os produtos que obtiveram melhor desempenho no período foram: televisor com
tela de cristal líquido (LCD), com produção de 8,1 milhões de unidades contra 3,8
milhões em 2009, crescimento de 1l3,8. A produção de motocicletas, motonetas e
ciclomotores atingiu volume de 1,6 milhão, alta de 15,87% frente à igual período de
2009, com 1,4 milhão de unidades fabricadas. Outros produtos com bom desempe-
nho foram telefone celular, totalizando 19,1 milhões de produtos fabricados (varia-
ção de 8,45%); rádios-aparelhos, reprodutores, gravadores de áudio (não portátil),
com 1,1 milhão de unidades (elevação de 91,91% ); condicionador de ar de janela ou
de parede de corpo único, somando 1 milhão (variação de 65,49%); câmera fotográ-
fica, totalizando produção de 3,2 milhões (variação de 39,69%); monitores com tela
de cristal líquido (uso em Informática), somando 1,5 milhão (variação de 38,27%);
receptor de sinal de televisão, com 8,1 milhões unidades (variação de 34,49%) e
home theater, com 647,1 mil (variação de 21,37%).

Fonte: Superintendência da Zona Franca de Manaus. lJ.02.lJ


http://www.vortexhost.com.br/sites/coreconlsite/index.php?paginas=noticia&cod=35.

Anotações:

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TEXTO 2: Manaus marca presença na Navalshore

Pela primeira vez, a Navalshore reuniu em um mesmo espaço alguns dos mais
importantes representantes do setor naval do Amazonas. Atualmente, a região conta
com uma boa infraestrutura e crescente incentivo governamental, por se tratar de
uma zona franca.
“Ao longo dos últimos cinco anos, Manaus obteve no segmento naval um cresci-
mento de, aproximadamente, 450%. O que representa um incremento de 20 no PIB
(Produto Interno Bruto)”, alega o assessor de imprensa do Sindnaval (Sindicato da
Indústria e da Construção Naval do Amazonas), Jorge Machado.
Segundo o presidente do Sindnaval, Matheus de Oliveira Araujo, esses dados são
um bom incentivo para que o Brasil volte suas atenções a região, cada vez mais pro-
missora. “Temos um projeto de criar um polo naval distrital, onde remanejaremos
todos os estaleiros para um novo local com condições técnicas e ambientais favorá-
veis”, alega Matheus.
Já durante a Navalshore, a reunião de estaleiros como o Bibi, São João, Erin
(Rio Negro), Eram (Rio Amazonas), M.O. Araujo Reparadora Naval e o Beconal
(Bertolini Construções Navais) tem como principal objetivo apresentar ao mercado
nacional as boas condições que Manaus possui de construir embarcações de mé-
dio e grande porte, assim como estreitar laços comerciais e modernizar seu parque
fabril. “É importante reforçar que somos uma significativa alternativa ao mercado
de construção naval, e com a grande demanda vinda do pré-sal, temos certeza que
aumentarão, ainda mais, as nossas encomendas”, conclui Ivan Araujo Salmito, vice
presidente da Sindnaval.

Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore, 12 de Agosto de 20 I O.

Anotações:

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Quais os principais tipos de indústria? Comente cada um.


2. Como se divide a indústria de transformação? Conceitue e dê exemplos.
3. Por que se diz que os pólos petroquímico e siderúrgico são dois “extremos”?
4. Que fatores têm levado ao crescimento e como se comportou a indústria de cons-
trução nos últimos anos?
5. Explique a situação das indústrias da construção civil, pesada e naval?
6. Como é realizada a mineração? Quais as consequências da exploração desordenada?
7. Como se encontra o Pólo Mineral em relação à economia amazonense? Cite suas
principais características (principais produtos, faturamento, etc).
8. Quais as perspectivas apontadas para o Pólo Mineral?

EXERCÍCIOS

1. A indústria metalúrgica pode ser classificada como:


a) indústria da construção.
b) indústria de consumo duráveis.
c) indústria de bens de produção.
d) indústria de bens de capital.
e) indústria extrativa.

2. Autopeças e material de transporte são produzidos pelas indústrias:


a) pesadas ou de base.
b) de bens de consumo duráveis.
c) de bens de capital.
d) de bens de consumo não-duráveis.
e) intermediárias.

3. Os eletrodomésticos e as motocicletas são classificados como indústrias:


a) pesadas ou de base.
b) de bens de consumo duráveis.
c) de bens de capital ou intermediárias.
d) de bens de consumo não-duráveis.
e) Nenhuma das anteriores.

4. (Adaptado) Diante de sua extrema diversidade, a indústria é passível de ser clas-


sificada de acordo com múltiplos critérios. Dentre as alternativas a seguir, assinale a
ÚNICA opção que expressa o conceito INCORRETO acerca de modos ou critérios de
classificação da indústria.
a) A indústria de base produz bens e matérias-primas para outras indústrias, como
por exemplo a siderurgia e as montadoras de veículos automotores.
b) A indústria de bens duráveis produz bens que não se esgotam imediatamente,
como eletrodomésticos e maquinaria agrícola.
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c) A indústria de alta tecnologia produz bens, cujos investimentos em pesquisa ultra-
passam 50% do custo final, assim como a robótica e a microeletrônica.
d) A indústria de bens de capital produz equipamentos para outras indústrias, como
os setores de caldeiraria pesada, prensas e tomos mecânicos.
e) Indústria tradicional é aquela cujo emprego de mão-de-obra é alto em relação
ao valor da produção, pouco automatizada, conforme alguns ramos dos setores
alimentícios e têxtil.

5. Produto químico utilizado na exploração do ouro, altamente nocivo ao homem e à


natureza:
a) Fosfato.
b) Estanho.
c) Potássio.
d) Nióbio.
e) Nenhuma das anteriores.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão e debate, faça
um comentário sobre algum aspecto relativo às “perspectivas da produção industrial no
Amazonas” ou outro aspecto que tenha chamado sua atenção.

2. Pesquise individualmente ou em grupo sobre um dos temas a seguir e apresente à


classe de acordo com sua criatividade.

Tema 1: “A Zona Franca de Manaus e o processo de substituição de importações”.


Tema 2: “O processo de privatização e sua influência na economia do Amazonas”.
Tema 3: “As principais reservas minerais da Amazônia e sua exploração”.

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5.3 - AS FONTES DE ENERGIA

Produção de energia elétrica

Embora o Amazonas possua uma usina hidroelétrica, ainda depende muito de usi-
nas termelétricas, que funcionam a partir do calor gerado pela queima de combustível
fóssil. A construção da UHE de Balbina (rio Uatumã) não resolveu o problema de
energia, especialmente em Manaus. Seu funcionamento não saiu como se esperava.
Pela área que inundou (2.360km2), ela deveria produzir muito mais que o absurdo
número de 250MW. Tucuruí com 2.168km2 produz 7.960MW, evidenciando Balbina
como um fiasco. Sua construção demorou tanto que, ao ser concluída, sua a produção
já não cobria mais a demanda de Manaus, que em 1995 foi de cerca de 416,4MW.
Para compensar esse déficit, foram contratadas empresas privadas para gerar a
energia necessária, com distribuição a cargo da Amazonas Distribuidora de Energia,
vinculada à Eletrobrás. Nos demais municípios predominam as termelétricas também
controladas pela Amazonas Distribuidora de Energia.
Da energia absorvida pela ZFM para a produção de bens, cerca de 70% provém de
matriz energética térmica, abasteci das com combustíveis importados, subsidiados em
75%, gerando energia de custo médio altíssimo (US$99,82IMWh, sem impostos), o que

Quadro 6 - Parque Gerador do Sistema Manaus


POTÊNCIA (MW)
EMPRESA USINA TIPO DE UNIDADE OBSERVAÇÃO
NOMINAL EFETIVA
Ute Balbina Turbinas Hidráulicas 250,0 250,0
Ute Aparecida Turbinas a Gás 110,0 92,0
Manaus Energia
Ute Electron Turbinas a Gás 120,0 102,0
Ute Mauá turbinas a Vapor 137,2 136,2
Usina A Turbinas a Gás 44,0 40,0
El Paso Amazonas Usina B Turbinas a Gás 120,0 110,0
Usina D Turbinas a Gás 88,0 80,0
El Paso Rio Negro Usina W Motores Diesel 166,4 157,5
Usinas São José, Encerramento
Ceará Geradora de 112,1 92,0 Contratual em
Flores e Cidade Grupos Diesel
Energia - CGE
Nova dez/2006
Breitener Energética Ute Tambaqui Motores Diesel 81,3 60,0 Potência Contra-
S/A Ute Jaraqui Motores Diesel 83,3 60,0 tada: 60MW
Companhia Energé- Potência Contra-
Ute Manauara Motores Diesel 85,0 60,0 tada: 60MW
tica Manauara
Rio Amazonas Ute Cristiano 85,0 65,0 Potência Contra-
Motores Diesel tada: 65MW
Energia Rocha
Geradora de energia Ute Ponta Potência Contra-
Motores Diesel 85,0 60,0 tada: 60MW
do Amazonas - Gera Negra
TOTAL 1.567,3 1.364,5
Amazonas Distribuidora de Energia. 2006.
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


reduz as vantagens competitivas da ZFM, sustentáculo da economia estadual, compa-
rado com outras regiões, sobretudo a Sudeste.
A Eletrobrás tinha planos de construir novas hidroelétricas, mas a descoberta de
petróleo e gás, levou o Governo Federal a reavaliar esta meta, dando uma pausa na
construção de hidroelétricas, para fazer uso desses combustíveis, em especial o gás, em
termoelétricas. Para resolver definitivamente o problema custo energético, é vital que o
óleo diesel e o óleo combustível utilizados na geração termoelétrica e na indústria, se-
jam substituídos pelo gás natural, biodiesel ou outraFonte de baixo custo de produção.

Os combustíveis fósseis: o gás natural e o petróleo

A Petrobrás concretizou na década de 1980 uma meta perseguida por quase 30 anos.
Em outubro de 1986, descobriu petróleo e gás natural em quantidades comerciais, na
bacia do Solimões, em plena selva amazônica, no centro da Amazônia Ocidental, no
município de Coari. São reservas de combustível fóssil suficiente para o abastecimento
de toda a região.
Mas, essa história teve início em 1954, quando a Petrobrás engatinhava e acabava de
chegar em Nova Olinda, Autás-Mirim e Maués. Mais tarde, em 1978, já com 25 anos
de atividade, descobriria gás na região do Juruá, impulsionando os trabalhos para as
margens de Urucu, município de Coari. A área da jazida, denominada posteriormente
de Província Petrolífera e Gaseifica de Juruá-Urucu, garante hoje ao Amazonas o pri-
meiro lugar como produtor terrestre (on shore) e o segundo em gás natural do país: 59
mil barris/dia e 7,5 milhões de m3/dia, respectivamente.

Quadro 7 - Produção da Província de Juruá-Urucu


Produto 1996 1998 2001
Óleo (barris/dia) 17.000 44.000 56.000
GLP (t/dia) 110 720 911
Petrobrás

A partir do aproveitamento dessas riquezas, o governo vem esboçando programas


de desenvolvimento que tem como principal meta a interiorização das atividades eco-
nômicas, através da implantação de pólos industriais e agro-industriais que tenham
como base energia de baixo custo e gerem empregos nas regiões de Coari, Humaitá,
Canutama, Lábrea, Manicoré, Manacapuru, Itacoatiara e Manaus.
Com o ingresso do gás natural, é possível traçar cenários favoráveis à energia, con-
siderando os dados de produção, projetados para os próximos vinte anos. Estudos re-
centes realizados apontam que a energia gerada a partir do gás, em Coari (US$21,00/
Mwh), é 43,2% mais barata que a da região Sudeste (US$37,00IMwh-Cemig).
A exploração do gás abre a possibilidade de investimentos diversos, utilizando-o
como matéria-prima (pólo químico) eFonte energética (pólo minerometalúrgica, ma-
deira, agro-indústria, abastecimento doméstico, comercial, etc). Isso pode trazer como
consequência imediata, a redução nos custos dos bens finais, que ora saem da região
como matéria-prima, sem que lhes sejam agregados outros valores. Podemos citar, por
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


exemplo, a instalação de algumas indústrias mine-rometalúrgicas para produção de li-
gas, aproveitando o potencial mineral do próprio Estado e dos estados vizinhos.

Quadro 8 - Mercado de Combustíveis Líquidos no Estado do Amazonas


CombusVo Consumo Anual Origem do Combustível (%)
Combustível Milhão (t/ano)
Participação (%) Outros estados Produção local
Óleo Diesel 407,7 39,0 81 19
Óleo Combustível 292,8 28,0 80 20
Gasolina 244,5 23,4 25 75
GLP 58,5 5,6 79 21
Outros 41,5 4,0 80 20
Total 1.045,0 100,0 67 33
Petrobrás

A região produtora de gás natural está localizada às margens dos rios Urucu e Juruá,
cerca de 300km de Coari e 613km de Manaus em linha reta, com reservas da ordem
de 90 bilhões de m3, sendo que são estimadas cerca de 130 bilhões de m3 na região, o
que significa mais da metade da reserva do Brasil (200 bilhões de m3). Esse empreen-
dimento de US$ 1,7 bilhão, que garantirá a geração de 930Mw adicionais à energia de
termelétricas e hidrelétricas, foi estruturado pela Petrobrás, Gaspetro, Eletrobrás, Cigás,
pelos Ministérios de Minas e Energia e do Planejamento e Orçamento, tendo obtido sua
aprovação no Comitê de Crédito do BNDES.
A produção, que no início era de 4 milhões de m3/dia em 1988, atingiu 7,5 milhões
de m3/dia em 2002 e a meta a partir de 2004 foi de mais 10 milhões de m3/dia. Essa
produção, contudo, ainda não chega totalmente ao mercado. Com a construção da
terceira Unidade de Processamento de Gás Natural, chegou-se à meta, que aumentou
em cerca de 500 t/dia a produção que era de 1,1 milhão de t/dia de GLP (Gás Lique-
feito de Petróleo ou gás de cozinha). Já a produção de óleo/LGN (Liquefeito de Gás
Natural, de onde se extrai a nafta), que vai para a Reman, aumentou de 59 mil barris/
dia para mais de 62,5 mil.
O óleo/LGN e o GLP são transportados por dutos que cortam a floresta até Coari
(261km do local da extração). O gasoduto Urucu-Coari, que garantiu suprimento ini-
cial de 2,5 milhões de ml/dia de gás a Manaus, está atendendo a demanda da capital
estimada em 4 milhões de mvdia de gás natural para a produção de energia elétrica,
mas poderá atingir 6 milhões de m3/dia no momento em que seu uso se disseminar em
outros setores.
Ao todo, o custo total projetado em gastos com gasodutos somou US$ 500 milhões,
totalmente financiados pelos sócios investidores da Cigás, e o previsto com infra-estru-
tura de distribuição para as cidades de Coari, Humaitá, Lábrea e Canutama, US$ 50
milhões. A construção do gasoduto Urucu-Porto Velho (550km) teve aprovação provi-
sória do IBAMA. A obra deve custar U$ 300 milhões e terá capacidade para transportar
2,5 milhões de m3/dia para termelétricas de Porto Velho. A Remam está sendo amplia-
da para ampliar o processamento. A Petrobrás iniciou um processo de formação de par-
cerias com a iniciativa privada no sentido de processar derivados e resíduos do petróleo.
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


A produção de Urucu e o refino de petróleo em Manaus pode propiciar a auto-sufi-
ciência de GLP e óleo diesel na região. Em futuro próximo espera-se a auto-suficiência
em gasolina, além da criação de um pólo petroquímico em Manaus. Apesar de a reser-
va de petróleo de Urucu ser pequena e o ano de 2002, ter ocorrido o início da redução
na produção, isto não afetará as perpectivas energéticas promissoras para o Amazonas,
pois além da reserva de gás natural da Província de Juruá-Urucu, recentemente desco-
briu-se outra, que é a do município de Itapiranga, do Projeto Uatumã-Petrobrás.
Estudos iniciados em 2002 sobre o 3-RUT-2AM, como é chamado o segundo poço
de gás perfurado na reserva próximo à Estrada da Várzea (Manaus-Itapiranga) não fo-
ram concluídos. Realizou-se um teste de formação, mas provavelmente necessita perfu-
rar um terceiro poço para estimar a real dimensão e as possibilidades de abastecimento
de Manaus. O poço tem capacidade para 370 mil m3 de gás natural e 200 barris de gás
líquido associado diariamente. O primeiro poço da reserva, perfurado em 1999, possui
cerca de 6 bilhões de m3 de gás, apenas o mínimo para viabilizar a exploração. Com o
segundo poço esse volume poderá ser ampliado e a perfuração de um terceiro servirá
para comprovar sua viabilidade.
Caso se confirme a viabilidade comercial do gás da nova reserva, abrem-se duas
possibilidades. O produto poderia ser distribuído em Manaus para geração de energia
por meio de gasoduto de 350km, o que não causaria impactos ambientais, pois acompa-
nharia a rodovia AM-OI O. Outra possibilidade seria a instalação de uma termelétrica
no local. Nesse caso, a Petrobrás não venderia o gás, mas a energia gerada. Mas, este
resultado depende de estudos posteriores.

Gás natural em Manaus

Segundo o Relatório Governamental, o Go-


Quadro 8 - Royalties no Amazonas
verno do Amazonas participa na condição de
acionista controlador da CIGÁS, sociedade de Destino Valor (R$1,00)
economia mista, com personalidade jurídica de Governo do Am 59.678.885
direito privado, que tem como objetivo social a Coari 19.143.801
exploração, com exclusividade, dos serviços lo- Manaus 683.556
cais de gás, entendendo-se como serviços locais
Careiro da Várzea 219.037
a distribuição e a comercialização de gás natural
e de outras origens, bem como as atividades de Iranduba 219.037
transporte fluvial ou canalizado e outras ativida- Total 79.944.317
des correlatas e afins, necessários para a distri- Fonte: DNPM. 2002.
buição do gás para todo segmento consumidor,
seja como combustível, matéria-prima, petroquímica, fertilizante ou como oxirredutor
siderúrgico, seja para geração de energia termelétrica ou outras finalidades e usos pos-
sibilitados pelos avanços tecnológicos.
A Companhia é parte importante no compromisso global firmado pelo governo de
reduzir as suas emissões de carbono e de buscar mecanismos de geração de energia mais
limpa para atender à população, propiciando não somente melhores condições de vida,
mas também o equilíbrio na interação com o meio ambiente. Assim, em seu primeiro
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


empreendimento, a CIGÁS distribuirá o gás canalizado oriundo de Urucu para as Usi-
nas Geradoras de Energia Elétrica em Manaus e alguns municípios do interior, o que
permitirá a inclusão do gás na matriz energética, em substituição ao óleo combustível.
Em Manaus, atenderá inicialmente ao parque termoelétrico para substituir os com-
bustíveis líquidos derivados do petróleo por Gás Natural, trazendo maior confiabilida-
de ao sistema elétrico, com a vantagem de diminuir a emissão de poluentes. Em uma
segunda fase, distribuirá o gás natural para as indústrias do Polo e adjacências, trazendo
da mesma forma os benefícios econômicos e ambientais.
O Governo do Amazonas, para estimular a cultura do gás natural, estruturou o Pro-
jeto Experimental de uso do Gás Natural de Urucu - em parceria com a Petrobrás. O
projeto possibilitou a antecipação do fornecimento do gás para uso veicular em Ma-
naus, antes da construção do Gasoduto-Coari-Manaus.
A implementação do projeto foi marcada pela inauguração do Posto de Abasteci-
mento da BR Distribuidora na Bola da Suframa, ocorrendo na mesma época em que
se iniciaram as obras de construção do Gasoduto Coari-Manaus. O público alvo do
Projeto são os taxistas de Manaus, a partir de critérios previamente discutidos com
lideranças da categoria de 220 taxistas beneficiados pelo programa e realizam ensaios
de consumo do GNV no trânsito com o objetivo de comparar os resultados já alcan-
çados em laboratório com sua efetividade. Esse piloto é realizado entre as parcerias
do SENAI e do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez
de Mello (CENPES), vinculado à Petrobrás. Os resultados são encaminhados à Agên-
cia Nacional de Petróleo (ANP) para análise, a fim de obter a liberação do GNV do
Gasoduto Coari-Manaus para uso definitivo de comercialização a toda a sociedade
amazonense.

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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

Fábrica de cilindros no DI

A White Martins deu mais um passo na consolidação do projeto de expansão dos


negócios no mais que promissor segmento de gás natural veicular (GNV). A partir
de investimentos de R$ 45 milhões, a empresa inaugurou, ontem, uma nova fábrica
de cilindros para GNV, no Distrito Industrial, onde pretende produzir inicialmente
170 mil unidades/ano. Atenta a um mercado que cresce na média de 70% anual-
mente, o grupo espera destinar cerca de 40% da produção de cilindros às exporta-
ções a partir de 2004.
A White Martins já produz cilindros para GNV na unidade Cilbras instalada
em Barra Mansa (RJ), onde são fabricadas 130 mil unidades/ano, 6 mil das quais
exportados mensalmente. Os cilindros, espécie de tanques de armazena-mento, são
peças essenciais na conversão de GNV utilizado nos veículos.
A opção de expandir a produção de cilindros para Manaus foi orientada pela ex-
pectativa de avanço da demanda nos próximos anos. Até 2005, mais de um milhão
de carros que circularão no País serão movidos a GNV, umaFonte limpa de combus-
tível que vem ganhando espaço em todas as regiões, à exceção do Norte.
Dados da empresa indicam que a cada ano 250 mil veículos da frota brasileira são
convertidos para GNV. Dos 600 milhões de carros que circulam no planeta, somente
2 milhões foram convertidos para gás veicular. No Brasil, entre 1,5% e 2,5% da frota
está convertida para a utilização do combustível alternativo, mas a expectativa é de
um potencial de 15%. “Acreditamos que essa é a coisa certa”, afirmou o presidente
da White Martins, Ricardo Malfitano.
Os incentivos fiscais concedidos pela ZFM, entre os quais a restituição de Impos-
to de Renda, foram determinantes como diferencial capaz de agregar mais compe-
titividade ao grupo, reconheceu. Também concorreu o esgotamento da capacidade
de produção da fábrica de Barra Mansa.
O reforço da produção de cilindros para GNV - as fábricas de Manaus e Barra
Mansa vão garantir a fabricação de 300 mil unidades/ano - dará fôlego ao projeto
de exportação da empresa. Com a produção do DI, a intenção é expandir as ven-
das externas para a Ásia, incluindo Paquistão, Índia, Malásia e Indonésia, além da
América do Sul, como Chile, Colômbia e Venezuela. Embora venha avançando em
todo o País, a utilização do GNV precisa ainda ser regulamentada pelo Governo
Federal para se ter procedimentos padronizados que permitam a utilização correta e
em larga escala do produto, destacou Malfitano.
O mercado de Manaus, ainda fechado por indefinição do sistema de transporte
do gás natural de Urucu, não chegou a ser considerado como alternativa pelo grupo
quando decidiu instalar nova unidade da Cilbras. “Mas a hora que esse mercado se
abrir estaremos com três braços abertos”, adiantou Malfitano.
A Critica. 26.08.02

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Por que o Amazonas ainda depende muito de usinas termoelétricas?


2. Explique por que a UHE de Balbina foi considerada um “fiasco”.
3. Como o Governo Federal pretende tratar a produção de energia elétrica na região a
partir da descoberta de gás natural?
4. Explique a situação atual do Amazonas com relação à produção de petróleo.
5. Quais os planos do Governo Estadual a partir do aproveitamento do petróleo e do
gás natural?
6. Que possibilidades econômicas poderão surgir com a produção do gás natural?
7. Qual a situação atual do Amazonas quanto à produção de gás natural.
8. Explique a diferença entre o GLP e o óleo/LGN? Caracterize suas produções.
9. Porque o transporte do gás natural pela Petrobrás no Amazonas causou tanta polê-
mica? Comente.
10. Existem outras reservas de petróleo e gás natural no Amazonas? Explique.

EXERCÍCIOS

1. O Estado do Amazonas já figura entre os principais produtores de combustíveis fós-


seis no Brasil. Sua participação na produção nacional de petróleo bruto e gás natural
em 1997 foi, respectivamente, de:
a) 4 e 2
b) 4 e 8
c) 8 e 4
d) 6 e 5
e) 2 e 4

2. Foi somente nos anos 80 que a Petrobrás anunciou a existência de petróleo às mar-
gens do rio Urucu, no município de:
a) Juruá
b) Careiro
c) Coari
d) Tefé
e) Nhamundá

3. A mais recente descoberta de gás natural foi feita no Sudoeste da Amazônia na:
a) Bacia de Campos
b) Serra dos Carajás
c) Bacia do Solimões
d) Bacia de Urucu
e) Nenhuma das alternativas.
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4. A extração do petróleo no subsolo é considerada:
a) uma atividade terciária
b) uma atividade primária
c) uma indústria extrativa
d) uma indústria de construção
e) uma indústria de transformação

5. As indústrias petroquímica e têxtil podem ser classificadas, respectivamente, como:


a) de base e de bens de consumo.
b) leve e pesada.
c) bens intermediários e leves.
d) de bens de consumo e de base.
e) as alternativas a e c estão certas

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão, exponha sua
opinião sobre exploração, transporte e aproveitamento dos combustíveis fósseis encon-
trados na região ou outro aspecto que tenha chamado sua atenção.
2. Pesquise individualmente ou em grupo sobre “A energia e o meio ambiente” e depois
apresente à classe de acordo com sua criatividade.

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CAPÍTULO

O SETOR DE SERVIÇOS
E O SEU CRESCIMENTO

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7.1 - O COMÉRCIO E O TURISMO

A expansão comercial
O comércio do Amazonas foi fortemente impulsionado pelo modelo ZFM. Cerca de
40% da receita tributária do estado, se origina da atividade comercial, cujas empresas
(em tomo de 37 mil- Sefaz) passaram por um amplo processo de expansão e moderni-
zação. Graças a isso, o estado recuperou suas finanças e vem mantendo sua máquina
administrativa atualizada (funcionalismo público, investimentos sócio-econômicos e
infraestruturais).
São mais de 40 anos de tradição de comércio importador da ZFM, especializado
em artigos eletro-eletrônicos, perfumaria, vestuário, porcelana, informática, etc, para o
mercado de consumo regional e nacional, como também importação de bens de capital
ou intermediários destinados às indústrias do PIM que, paralelamente, também reali-
zam vendas no comércio local.
O comércio exterior vem favorecendo o desenvolvimento regional, em virtude da polí-
tica fiscal da ZFM, que isenta do pagamento de impostos a importação e a exportação.
Até poucos anos atrás, era o único estado do Brasil a receber produtos importadas de
diversos países, bem como turistas brasileiros e do exterior, que deixaram boas somas
na região, o que fez de Manaus um grande pólo de atração, com dezenas de lojas insta-
ladas em seu centro e shoppins que se espalham por toda a cidade.
De 1994 a 1997 as importações apresentaram crescimento, aumentando o déficit
na balança comercial. Entretanto, a partir de 1998, houve registro de diminuição desse
déficit. As exportações continuaram crescendo, registrando em 1994 a soma de U$
133,95 milhões e em 2001 chegaram a U$ 851,22 milhões. Em relação a 2000 houve
um crescimento 10%, o que ficou acima da média dos demais estados brasileiros, que
foi em tomo de 5%. A Balança Comercial do Amazonas atingiu em 2007 a cifra de US$
1,11 bilhões atingindo a variação percentual de -27,82% em relação a 2006 que foi
de US$ 1,53 bilhões. Essa queda nas exportações foi ocasionada principalmente pela
diminuição da venda de celulares para exterior. Já em 2009, as exportações atingiram
a marca dos U$ 883 milhões (FOB) e as importações ficaram em U$ 6.940 milhões
(FOB) no Amazonas.
A Argentina figurou até 2001 como o principal parceiro, já que ocupava o 10 lugar
como destino das exportações do Amazonas, com cerca de 30,49%. Em 2002, com o
agravamento da crise argentina, este país caiu para o 2o lugar e os Estados Unidos, ape-
sar dos problemas e escândalos em seu mercado passou a ocupar o 10 lugar de destino
até 2009, quando desencadeou uma crise mundial e a Argentina volta a primeira posi-
ção nas exportações do estado (Fig. 25).
Diversas medidas vêm sendo articuladas em nível institucional no sentido de im-
pedir que o Estado se exponha às oscilações econômicas nacionais e mundiais. Nesse
sentido, o Governo vem dedicando esforços com vistas a ampliar a base de empresas
exportadoras, sobretudo as pequenas e médias, bem como diversificar a pauta de expor-
tação com produtos cuja base de insumos seja originária da biodiversidade amazônica.
Atualmente, cerca de 97% das exportações são feitas por empresas do PIM.
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Desse modo, o estado vem procurando se integrar às novas tendências do mercado
nacional e internacional apontadas pela globalização e regionalização, acompanhando
o objetivo do Governo Federal em reduzir as importações e aumentar as exportações,
para que o país possa apresentar saldos positivos em sua balança comercial. Os proble-
mas decorrentes do funcionamento do MERCOSUL, por exemplo, as definições sobre
a circulação de mercadorias (cotas) e pessoas nos países envolvidos, especialmente nas
fronteiras sem fiscalização, toma as operações na ZFM seguras e vantajosas, principal-
mente quando o assunto é procedência e garantia de qualidade.
A criação do EIZOF, administrado pela Suframa, propiciou a manutenção da po-
sição idônea do Amazonas junto aos mercados mundiais, pela credibilidade na segu-
rança e tranquilidade das operações realizadas em Manaus. É como uma espécie de
armazém, mantendo as mercadorias estocadas, para após a liberação seguir a outros
mercados. Os beneficiários desse sistema são empresas sediadas na ZFM, nas Áreas de
Livre Comércio, em qualquer ponto do Brasil ou exterior e nacionais ou estrangeiras
habilitadas para se instalarem em depósitos de uso privativo.

Quadro 1 - Principais produtos da Balança Comercial do Amazonas


Principais produtos importados US$ FOB %
Partes para aparelhos receptores, televisores, etc 177.405.136 5,5
Tubos catódicos para televisão a cores 120.832.108 3,8
Outros circuitos integrados 97.176.526 3,0
Óleo diesel 96.600.309 3,0
Partes para aparelhos transmissores e receptores 82.382.231 2,6
SUFRAMA.

Atualmente, a EADI-GRAMAN (Estação Aduaneira Interior) é a permissionária


do regime especial do entreposto aduaneiro e, portanto, depositária das mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas desde o seu recebimento até sua entrega ao
consignatário ou seu representante legal. Com a construção do Complexo de Arma-
zenagem e Comercialização de Mercadorias da ZFM na área da antiga Siderama, a
Suframa deverá administrar um regime semelhante ao do EIZOF.
As mercadorias admissíveis são: estrangeiras destinadas à venda por atacado para
todo o território nacional e à reexportação; matérias-primas, produtos intermediários,
materiais secundários e de embalagem, partes e peças e demais insumos para as indús-
trias da ZFM; nacionais destinadas à ZFM, Amazônia Ocidental, Área de Livre Co-
mércio ou mercado externo; e fabricadas na ZFM destinadas aos mercados externos ou
nacional. Não são admissíveis mercadorias de importação proibida, fumo e perigosas
(radioativos, químicos, inflamáveis, tóxicos, oxidantes ou explosivos).
As questões operacionais do comércio externo da ZFM estão diretamente liga-
das à administração dos incentivos fiscais, onde o Estado procura oferecer o melhor
possível em eficiência no atendimento à indústria incentivada, pois se trata de um
repositório de receitas importante para as finanças, daí a orientação do Governo no
sentido de dar uma atenção especial em relação à manutenção de receita e qualidade dos
níveis de controle.
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Neste sentido, a Sefaz vem fazendo investimentos em tecnologia voltada para a me-
lhoria do atendimento. No setor industrial incentivado a novidade é o desembaraço
eletrônico com a entrada do insumo nacional desde outubro/200 1. É um programa
voltado para o transportador. Hoje existe essa ferramenta em relação ao insumo indus-
trial nacional, não gerador de imposto para o estado, o desembaraço eletrônico, na mão
da transportadora.
Recentemente entrou em vigor o desembaraço eletrônico de saída. Anteriormente,
a indústria ou a transportadora tinha que ir com o malote até a repartição para selar a
nota, além de outros problemas. Hoje isso foi saneado, pois a própria transportadora
sela a nota na sua sede e já entrega a mercadoria à indústria caso não haja nenhum
problema. Com esse procedimento passou-se a evitar uma série de burocracias, pois
a indústria transmite o dado para a transportadora, que por sua vez transmite para a
Sefaz, responsável por validar o dado, emitir o selo e selar a nota.

Quadro 2 - Quem participa do SACE


Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Guiana, Equador,
Países membros
Colômbia, Peru,, Bolívia e Chile
Região Norte/Brasil Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins
Região Centro-Oeste/Brasil Distrito Federal, Goías, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul
SEBRAE

A Sefaz está em fase de conclusão da parte técnica em relação à comunicação com


os postos de fronteira, facilitando a entrada e saída de carga. Quem adquire insumo
nacional, por exemplo, pode saber com antecedência quando, qual transportadora, etc,
vai chegar aquela partida de mercadoria, sem perda de controle e de uma forma mais
tranquila.
Em curto prazo o Amazonas deverá estar com todo o sistema feito com transmis-
são eletrônica. Estão em curso algumas medidas na área de informática para agilizar
esses procedimentos, em especial nos postos fiscais de vistoria de importados (Porto,
Aeroporto, EADI, Passarão, Superterminal). Esses postos deverão receber via on-line
os dados, juntamente com a programação de vistoria.
Além dessas ações, outras foram encaminhadas no sentido de assegurar o bom
funcionamento do comércio externo da ZFM: o desenvolvimento do Projeto SACE
(Sistema Amazônico de Comércio Exterior); o Programa Novos Pólos de Exportação
(Ministério da Indústria e Comércio); o Ponto Focal Sipri (Sistema de Promoção de
Investimentos e Transferências de Tecnologias para Empresas); o Trade Point Manaus;
convênios com o Ministério das Relações Exteriores; o Corredor do Atlântico-Merco-
sul; entre outros.
Quanto ao comércio interno, podemos dizer que o Estado vem apresentando um au-
mento significativo nas duas modalidades desse setor: o varejista e o atacadista. As
redes de supermercado, feiras, mercados, pequenos e médios estabelecimentos, surgi-
ram num ritmo alucinante nestes últimos anos, indicando que o mercado consumidor
cresceu muito, principalmente o de gêneros básicos como, por exemplo, alimentos, ves-
tuário e remédios.
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O turismo: características e novas modalidades

Nas últimas três décadas, o turismo se tomou uma atividade expressiva, acompa-
nhando lado a lado os outros setores. Em 1971, no quarto ano da implantação da
ZFM, o Amazonas recebeu cerca de 100.000 visitantes. Os números foram crescendo
e, em 1986, só de brasileiros foram em tomo de 190.000, realizando compras no total de
US$150 milhões em produtos estrangeiros e US$ 35,4 milhões em produtos nacionais PIM.

Quadro 3 - Estabelecimentos hoteleiros cadastrados ou não na EMBRATUR


UNIDADES
TTIPO DE ESTABELECIMENTO No DE ESTAB. LEITOS
HABITACIONAIS
Hotéis Cadastrados 23 2.225 4.381
Hotéis Não Cadastrados 64 1.165 2.360
Apart Hotéis Cadastrados 2 88 177
Apart Hotéis Não Cadastrados 1
Alojamentos de Selva Cadastrados 10 402 850
Alojamentos de Selva Não Cadastrados 9 252 659
TOTAL 109 4.132 8.427
Fonte: Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH. Levantamento SEC / CADE. 2002.

Os abalos sofridos pela ZFM, no início dos anos 90, atenuaram a entrada de turistas, prin-
cipalmente os nacionais. Em 1995, foram 120 mil brasileiros e 37 mil estrangeiros, segundo
a Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH). Se por um lado o turismo sofreu um
abalo, por outro despertou da “doce ilusão” de contar eternamente com o comércio da ZFM,
forçando a busca de novas modalidades de turismo.
Manaus oferece um total de 109 estabelecimentos para hospedagem, sendo 23 hotéis ca-
dastrados pela EMBRATUR, 64 não cadastrados, 2 apart hotéis cadastrados e 1 não. Existem
alojamentos de selva que localizam-se na capital, mas a maioria está em municípios vizinhos
a Manaus. Dos 19 existentes, 10 são cadastrados na EMBRATUR. No total são oferecidos
4.132 Unidades Habitacionais e 8.427 leitos.
Os estados brasileiros que mais se destacam como emissores são: São Paulo, Rio de Ja-
neiro, Distrito Federal, Pará e Roraima, sendo o principal motivo os negócios. Minas Gerais
e Paraná aparecem como destaque em que o principal motivo é o turismo. Os Esta-
dos Unidos (26,92%), o Japão (11,81%), Portugal (7,06%), Alemanha (6,62%) e Itália
(5,53%), são os principais emissores de turistas estrangeiros.
O fato de ser o estado brasileiro com a maior área ambiental protegida do planeta
e considerando a possibilidade de transformar a atividade de turismo de natureza em
ecoturismo, constatou-se por meio da revisão dos fatores potenciais, a capacidade de
desenvolvimento do ecoturismo, dentro dos conceitos de desenvolvimento sustentável,
provenientes de uma das mais avançadas legislações do mundo, na área de conservação
e preservação dos atrativos naturais e turísticos. Antes de ser uma obrigação legal, a pre-
servação da natureza tomou-se uma grande oportunidade para a garantia de trabalho e
de renda às populações cujaFonte de renda é proporcionada pela exploração turística.
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O ecoturismo vem se consolidando a cada ano como uma atividade promissora,
principalmente com a implantação dos logdes (hotéis de selva). O Amazonas foi o primei-
ro a ofertar este tipo de hospedagem. São construções em meio à selva, na margem dos
rios ou flutuantes, sobre águas tranquilas de algum lago da Bacia Amazônica, onde os
visitantes se instalam nos alojamentos mais bem estruturados (resorts) ou até sem ener-
gia (usam-se lamparinas) e acompanham o modo de vida de uma parte da população
amazonense e, especialmente, a programação de passeios na floresta.

Quadro 4 - Número de turistas por país de origem


TPaís de origem 1997 1998 1999 2000 2001
Estados Unidos 6.932 7.571 7.013 7.233 7.631
Japão 3.777 3.948 3.013 3.114 3.246
Alemanha 3.044 2.471 2.276 2.129 2.064
Portugal 1.224 1.342 1.295 2.233 1.888
França 2.285 1.872 1.919 1.652 1.608
Itália 1.844 1.662 1.492 1.697 1.506
Espanha 1.230 1.409 1.508 1.448 1.449
Suíça 1.119 1.002 557 767 684
Outros 9.521 11.422 8.969 7.595 8.431
Total 30.976 32.699 28.042 27.868 28.507
Fonte: Amazonastur.

Por possuir esse produto turístico já consolidado, resultante da proximidade do ho-


mem junto aos recursos naturais, o Amazonas recebeu o título do governo federal de
“Estado Referência para o Ecoturismo no Brasil”, na ocasião em que foi dada ordem de
serviço aos projetos prioritários para a Amazônia, contidos no Plano de Metas “Brasil
em Ação”, pelo ex-presidente FHC. Essa indicação deu início à melhoria dos empreen-
dimentos, principalmente no que diz respeito às novas tecnologias ambientais e créditos
para a divulgação nacional e internacional.
Os governos Estadual e Federal, por meio do PROECOTUR, estão criando con-
dições para a ampliação da infra-estrutura ao estimular o setor privado a investir com
segurança no ecoturismo. Este programa é voltado para a exploração racional do po-
ten-cial ambiental, sócio-cultural e econômico de uma das regiões mais cobiçadas do
planeta, tendo sido executado em duas fases.
Na primeira fase, com aplicação de US$ 13,8 milhões (agosto/2000 a julho/2002),
se levantou a viabilidade de cada área e seu potencial de mercado para receber in-
fra-estrutura, marketing e planejamento estratégico. Na segunda fase, com US$ 200
milhões para toda a Amazônia Legal, num prazo de 36 meses, a partir de 2002, dire-
cionados para as áreas definidas pela Amazonastur, iniciativa privada e entidades da
sociedade organizada. Barcelos, Iranduba, Manacapuru, Novo Airão e Preso Figuei-
redo foram os municípios selecionados para o desenvolvimento do PROECOTUR,
no Amazonas.
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Quadro 5 - Alojamentos turísticos ecológicos em operação
Acajatuba Jungle Lodge Apurissawa Jungle Lodge
Amazon Lodge King´s Island
Amazon Village Pousada dos Guanavenas
Ariau Amazon Towers Hotel Vitória Régia
Hotel Ecológico Terra Verde Aldeia dos Lagos
Salvador Lake Lodge Verde Pousada Amazônica
Amazon Ecopark Lodge Amazon Fishing
Maiocas Jungle Lodge Jungle Palace
Plain Forest Lodge Pousada Ecológica Aldeia dos Lagos
Fonte: Amazonastur.

Outras modalidades que estão se estruturando são o turismo cultural e o turismo de


aventura, diante dos diversos eventos (festas, feiras e festivais) e lugares exóticos como
arquipélagos, corredeiras, cachoeiras, cavernas, etc., proporcionando lazer e diversão
tanto aos visitantes quanto à população amazonense, além de divulgar a cultura e a arte
da Amazônia para o mundo.
A capital do estado, através de recentes construções reformas, vem incrementando
novas opções de turismo, diversão e lazer, com o surgimento de shoppigs centers, cen-
tros de convenções, praças de alimentação, casas de shows, etc. Vem ocorrendo também
a valorização de seus antigos espaços culturais tais como: museus (do Índio, do Homem
do Norte, de Ciências Naturais da Amazônia, do Porto, etc.), exposições, zoológicos do
CIG’S, parques, Teatro Amazonas, etc.
Ainda em Manaus, os visitantes têm a opção de poder conhecer o Parque do Mindu,
que possui a Trilha da Selva, a Trilha Suspensa, a Vila Silvestre, o Canteiro de Ervas
Medicinais e Aromáticas, o Orquidário, etc. Pode-se visitar também o Bosque da Ciência
(INPA), a Praia da Ponta Negra, a Praia do Amarelinho ou ainda o Encontro das águas.
A partir de 2003, o estado priorizou a área de turismo, entendendo ser uma das ativi-
dades mais estratégicas para a sustentabilidade dos recursos naturais e da valorização da
cultura local. Nesse sentido, criou a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas - AMA-
ZONASTUR com a missão de implantar a Política Estadual de Turismo Sustentável.
Para a obtenção dos resultados inerentes às propostas contidas no Programa de Tu-
rismo, diversas ações vêm sendo desenvolvidas pelo governo estadual, em parceria com
os Ministérios do Turismo, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvi-
mento da Integração, Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, Superintendên-
cia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, secretarias, prefeituras e comunidades
organizadas.
Destacam-se das demais ações, aquelas voltadas para a melhoria na infraestrutura
turística, desenvolvimento de estudos, pesquisas e inventários, capacitação, conforme
segue:
Centro de Atendimento ao Turista - CAT - Previstos no Roteiro Oficial do Turismo
do Amazonas estão os CATs dos municípios de Iranduba, Manacapuru, Novo Airão,
Presidente Figueiredo, Manaus (Unidades da Avenida Eduardo Ribeiro e Aeroporto
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Internacional Eduardo Gomes), Tefé (Anfiteatro) e Tabatinga (Complexo Turístico do
Alto Solimões, compreendendo o CAT e o Centro Gastronômico), CU)O ob)eÜvo é
promover um atendimento formal aos turistas que visitam o Estado do Amazonas.
Terminal Fluvial Turístico - TFT - Sua importância justifica-se em razão de ser o
meio fluvial, a principal via de acesso dos municípios do Amazonas. Foram contempla-
dos com os terminais os municípios de Novo Airão, Iranduba, Barcelos e Manacapuru.
Houve um significativo aumento no número de hotéis urbanos e de selva, agências
de turismo e operadores de pesca no cadastramento junto ao órgão oficial de Turismo.
O volume de turistas registrado no estado do Amazonas, no período de 2003 a 2008,
foi de 2.245.896, conforme se verifica no gráfico a seguir, considerando a quantidade de
hóspedes da hotelaria urbana e de selva, o fluxo de turistas dos cruzeiros marítimos e o
número de turistas registrados nas temporadas de pesca esportiva.
Foi registrado um total de 152.263 turistas residentes no Brasil e 147.517 turistas
residentes no exterior. Houve ainda um fluxo de 45.336 turistas que não especificaram
sua procedência. Sendo assim, o fluxo parcial de turistas que o Amazonas recebeu em
2009 foi de 345.116, que representa um aumento de 11,78% com relação ao mesmo
período do ano anterior, quando foi registrado um fluxo de 308.752 turistas.
Segundo o Boletim de Ocupação Hoteleira, a quantidade de unidades habitacionais
que eram oferecidas no Amazonas em 2002 totalizava 2.082 apartamentos. Até outubro
de 2009 a quantidade passou para 16.442, como mostra o Gráfico 28. O gráfico acima
mostra a quantidade de leitos do Amazonas em 2002 e em 2009. Até 2002, a quanti-
dade de leitos oferecidos totalizava 3.850, passando para 37.585 até outubro de 2009.
A atuação do estado concernente à regulamentação e cadastro dos prestadores de
serviços turísticos, obteve um significativo resultado quanto ao número de empreendi-
mentos regulamentados e cadastrados junto ao órgão oficial de turismo. Segundo dados
de outubro de 2009, constatou-se 330 empresas cadastradas, representando um cresci-
mento de 184,48 no número de regulamentados em relação a 2002.
O Amazonas está presente nas feiras internacionais, promovendo o destino prefe-
rencial para a prática do ecoturismo e divulgando casos de sucesso como Mamirauá,
enfatizando a prática do turismo sustentável e a preservação da maior fatia de floresta
preservada da região amazônica.
Dentre os diversos eventos captados para o estado, citam-se: Congresso Brasileiro de
Bares e Restaurantes - Abrasei, XVI Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho, Fly-In Amazonas, Congresso Brasileiro de Arborização Urbana.
Além de idealizar, organizar e realizar eventos locais (como o Salão Amazonense de
Turismo, Receptivo para Convidados e Formadores de Opinião em Parintins - durante
os Festivais Folclóricos, e outros), o Governo do Estado, tem promovido workshops, em
cidades brasileiras como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador,
Porto Alegre, Curitiba, dentre outras; e em capitais do mundo como MADRI e ZARA-
GOZA / Espanha, LISBOA / Portugal, NOVA IORQUE e MIAMV, PARIS / França,
promovendo a cultura (pela realização de shows folclóricos de Boi-Bumbá), a gastrono-
mia (pela degustação de comidas e guloseimas típicas) e o artesanato.
Dentre os principais veículos de divulgação da Marca Amazonas, estão os Totens
Multimídia “Touch-Screen” com dispositivo Bluetooth, formando uma rede nacional
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de terminais interativos. Os sofisticados aplicativos publicados pelo mesmo,permitem a
consulta a mapas digitais, agenda cultural e às principais atrações turísticas do Amazo-
nas. Além disso, a rede possibilita a inserção de mídia digital interativa, levando mensa-
gens em 4 idiomas a um público altamente qualificado formado por turistas e viajantes.
São 33 terminais localizados nos 6 principais aeroportos do país, sendo 2 em São Paulo,
2 no Rio de Janeiro, 1 em Brasília e 1 na Bahia, representando o alcance da maior ma-
lha aérea brasileira de conexões nacionais e internacionais. Apenas no primeiro mês de
utilização foram contabilizados mais de 66.000 acessos.

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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Produto Interno Bruto do Amazonas 16,8 maior que em 2008


Manaus - De janeiro a setembro de 2010, o Amazonas produziu R$ 42,2 bilhões
em riquezas nos três principais setores da economia, incluindo os impostos arreca-
dados.
De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), o setor de ser-
viços foi o que mais produziu riquezas para o Estado fechando os primeiros nove
meses do ano com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 17,7 bilhões.
Para o cálculo, a Seplan considerou a participação média dos últimos cinco anos
do PIB do Amazonas no PIB nacional como sendo 1,58%. A partir da divulgação
do PIB do Brasil, o Departamento de Estudos, Pesquisas e Informações da Seplan,
calculou o PIB trimestral do Amazonas. De acordo com os resultados do PIB nos
primeiros nove meses de 2010, o PIB do Amazonas deve fechar o ano em R$ 56,3
bilhões, um resultado 16,8% maior que em 2008, R$ 46,8 bilhões, ano de intensa
produção de riquezas em todo o País, anterior à crise de 2009.
A indústria produziu nos primeiros nove meses do ano R$ 15,7 bilhões e a agro-
pecuária R$ 1,7 bilhão. Os impostos somaram R$ 7 bilhões de janeiro a setembro.
Para calcular o índice trimestral do PIB, a Seplan considerou a média de partici-
pação dos setores no PIE estadual durante os últimos cinco anos. Sendo a participa-
ção da Agropecuária de 4,1% , Indústria 37,3%, Serviços 41,9% e impostos 16,7%.
O setor de serviços compreende áreas de serviços e comércio e reparação, aloja-
mento e alimentação, atividades imobiliárias e aluguel, etc. De acordo com a Ama-
zonastur, em cinco anos, a capital teve um aumento de 64% no número de turistas.
Além disso, cinco cadeias de hotéis se instalaram na cidade nos últimos dois anos.
A presidente daAmazonastur, Oreni Braga, espera finalizar este ano com 640 mil
turistas, segundo o Portal do Turismo. Segundo a presidente, a expectativa da Ama-
zonastur é que em 2013 e 2014 o crescimento de turistas passe dos 20%.
“Esperando uma taxa um pouco maior, de 25 de crescimento em 2014, podemos
atingir ao fim do ano cerca de 1.250.000 turistas”, disse.
O PIB do Amazonas em 2008 foi de R$ 46,8 bilhões com participação de 1,5% do
PIB do Brasil, contra R$ 42 bilhões em 2007 e participação de 1,6% no PIB Nacio-
nal. O PIB de 2008 cresceu 4,5% em volume em relação a 2007, resultado inferior à
média da Região Norte (4,8%) e à média nacional (5,2%).
Em 2008, os cinco maiores municípios do Amazonas participavam no PIE do
Estado com 88,1%, apresentando a maior concentração espacial de renda do País,
seguido pelo Estado do Amapá com 87,6% e Roraima com 85,4%.
A participação da economia do Amazonas no PIB brasileiro evoluiu só O, I pon-
to percentua 1, entre 1995 e 2008, e a representação estadual passou de 1,4% para
1,5% das riquezas nacionais. Esse desempenho derrubou o estado da 14a para a l5a
colocação no ranking das unidades da federação que compõem o PIE. O posto foi
perdido para o Mato Grosso que, no período, teve sua participação no PIB elevada
de 1% para 1,7%.
www.d24am.com.br . 27/De7120 I O. Beatriz Gomes.

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Que benefícios o modelo ZFM proporcionou ao comércio do Amazonas?


2. Caracterize o comércio externo do Amazonas.
3. Qual a situação atual do comércio da ZFM?
4. O que significa EIZOF? Explique o seu funcionamento.
5. Como é o comércio interno do Amazonas?
6. Analise o fluxo de turistas ao Amazonas nas três últimas décadas.
7. Como tem se estruturado o ecoturismo no estado?
8. Por que o Amazonas foi considerado “referência” no ecoturismo do país?
9. Cite alguns atrativos turísticos do estado.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura dos textos para discussão, exponha sua
opinião acerca dos temas abordados ou outro assunto que tenha relação ao conteúdo
exposto.

2. Pesquise sobre os principais atrativos turísticos do Amazonas.


a) Visitem, filmem ou tirem fotografias dos pontos mais acessíveis ou aqueles que o
grupo escolher. Os componentes do grupo devem aparecer nas fotos ou filmagens
para que possam guardar de recordação.
b) Elaborem um álbum com as fotos, também explicando os pontos turísticos pes-
quisados.

3. Pesquise sobre o comércio interno e externo do Brasil e exponha à classe.

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7.2 - TRANSPORTES E MEIOS DE COMUNICAÇÃO

O transporte rodoviário
O Amazonas conta com uma malha rodoviária (federal e estadual) com cerca de
6.200km, dos quais apenas 1.706km são pavimentados. Nas rodovias federais, excetu-
ando-se o grupo das radiais (BR-OOl a 100), possui no conjunto das chamadas longi-
tudinais (BR-10l a 200) a BR-174, que ligará Cáceres (MT) a Boa Vista (RR), passando
por Manaus, quando for totalmente concluída.
No Amazonas, os seus 255km encontram-se totalmente asfaltados, contribuindo
para novas perspectivas de exportações ao mercado do Caribe, já que segue de Boa
Vista até a Venezuela, que espera assim, como outros países (Colômbia, Peru, Bolívia e
o Chile), aumentar sua participação no mercado sul-americano. Pela BR-174 é possível
ter acesso ao município de Presidente Figueiredo onde se encontram o Complexo do
Pitinga e a UHE de Balbina.
No grupo das transversais (BR-20l a 300), existe a Transamazônica (BR-230), que
ligará João Pessoa a Benjamim Constant, e a Perimetral Norte (BR-2l0), que ligará
Macapá até a fronteira com a Colômbia, caso sejam concluídas.
Fechando o grupo das federais, dentro das chamadas diagonais (BR-30l a 400), figura
em projeto a BR-307, que ligará as cidades de Içará a Taumaturgo, passando por Ben-
jamim Constant e Cruzeiro do Sul, e a Manaus - Porto Velho (BR - 319), dando acesso
a cidade de Humaitá. Esta última ficou muito tempo abandonada, mas foi recuperada
nos primeiros 1 66km, pela parceria de recursos entre o Governo Estadual e Federal.
As rodovias federais são de responsabilidade do DNIT, autarquia federal vinculada
ao Ministério dos Transportes, e as rodovias estaduais são administradas pelo DER!
AM. Neste último grupo encontra-se a rodovia Manoel Urbano (AM-070), que liga
Manaus a Manacapuru, dando acesso a Cacau Pirera e Iranduba.

Quadro 6 - Rodovias Federais do Estado do Amazonas


Código Discriminação Extensão Km Situação Física
BR-174 Entronc. AM-010 (Km 0) Div. AM/ RR (Km 259,7 255,0 Pavimentada
BR-319 Manaus - Porto Velho 847,2 Implantada
BR-317 Boca do Acre/AM - Rio Branco/AC 180,0 Implantada
Jacarecanga/PA - Benjamim Constant - São Ga- 1.526,7
BR-230
briel da Cachoeira
Cruzeiro do Sul - Benjamin Constant - São Ga- 1.520,3
BR-307
briel da Cachoeira
Roraima - Município de São Gabriel da Cachoeira 876,1
BR-210
(Vila de Lauaretê)
Divisão PA/AM - Entronc. BR 174 - BR-319 - 414,0 252Km
BR-080
Polícia Rodoviária Federal (Manaus) Planejada
TOTAL 5.619,3
Ministério dos Transportes
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É possível citar ainda a rodovia Manaus-Itacoatiara (Am-010), que passa também
por Rio Preto da Eva, necessitando reparos em alguns trechos, e a rodovia da Vár-
zea (AM-363), ligando Manaus a Itapiranga, passando por Silves. Muitos ramais estão
sendo abertos e mantidas pelos municipios, com o intuito de incrementar o estabele-
cimento de famílias e o escoamento de suas produções, como também a circulação de
pessoas, dinamizando suas economias. Por exemplo, a partir de Manacapuru pode-se
ter acesso a Novo Airão, Caapiranga Anamã, Anori e Codajás.
É vital para o estado que se recupere, amplie ou implante uma rede rodoviária para
propiciar o transporte da produção do interior, prejudicada pela falta desse transporte,
mais rápido que o fluvial, mas que não atende às necessidades de escoamento de uma
produção, que promete aumentar a cada ano, segundo os projetos de desenvolvimento
do meio rural.
Para melhorar a infraestrutura de apoio a produção, foi recuperado cerca de 740 km
de vicinais na área rural de Manaus, Manacapuru, lranduba, Guajará, Apuí, Barreiri-
nha, Rio Preto da Eva, Borba, Novo Aripuanã e São Gabriel da Cachoeira estando em
andamento alguns convênios com o INCRA e SUFRAMA para recuperar vicinais no
Distrito Agropecuário da SUFRAMA e área rural de Manaus.
A seguir é possível conhecer mais especificamente a situação de Estradas e Vicinais,
segundo o Relatório de Ação Governamental 2010 do estado do Amazonas:
Estrada da Várzea (Rodovia AM - 363): Tem importância estratégica para vários mu-
nicípios do Médio Amazonas, que estarão interligados a Manaus por via terrestre. Essa
rodovia teve os últimos 30km asfaltados e entregues em 2010. Com 360km de extensão, a
estrada tem um traçado que vai do município de Nhamundá a Itapiranga, chegando até
a AM-OIO. O estágio atual dessa rodovia é o seguinte: de Nhamundá até Itapiranga-pro-
jetada; de Itapiranga até a AM-O 1 O-implantada, totalizando 111,31 km de extensão.

SAIBA MAIS
Até junho/2010, o Detran/AM contabilizou uma frota de 546 mil carros no estado
(SEPLAN/ AM).
Em relação a motocicletas, a frota estimada foi de 150.411 unidades em julho/2010,
sendo 94.587 motos na capital e 55.824 no interior.

Estrada de Itacoatiara (AM-OIO): Com 267km de extensão, que liga Manaus ao


município de Itacoatiara, possui uma importância fundamental para o desenvolvimen-
to do município, além de Rio Preto da Eva e de outros que se interligam a ela através
da AM-363. O estado realizou, ao longo do ano de 2010, obras rotineiras e preventivas
de manutenção, tapa-buraco e recuperação de taludes e erosões. É totalmente pavi-
men- tada com revestimento de Areia Asfáltica à Quente (AAUQ). Nela constam três
pontes de concreto, sendo uma no Rio Preto da Eva, outra na Comunidade de Lindóia,
rio Urubu, e a outra a 20 km de Itacoatiara, também passando sobre o Rio Urubu. A
Secretaria de Estado de lnfraestrutura - SEINF - tem um contrato de manutenção, que
compreende os serviços de roçagem lateral em toda sua extensão, assim como serviços
de drenagens e tapa-buraco no pavimento e recomposição de erosões que venham ocor-
rer em suas margens. A rodovia é uma das mais importantes do estado, pelo fato de
fazer também o transporte de soja e abacaxi, e de outras culturas.
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Quadro 7 - Rodovias Estaduais do Amazonas
Código Discriminação Extensão Km Situação Física
RODOVIAS RADIAIS 362,9
010 Manaus-Itacoatiara 265,9 Pavimentada
020 Manaus-Aleixo 14,0 Pavimentada
070 Cacau-Pirera-Manacapuru 83,0 Pavimentada
RODOVIAS LONGITUDINAIS 229,0
170 Santa Isabel do Rio Negro 156,0 Planejada
175 Paulini - BR-317 73,0 Planejada
RODOVIAS TRANSVERSAIS 574,0
240 BR-174 - Hidrelétrica de Balbina 75,0 Pavimentada
245 Parintins - divisa do Pará 30,0 Planejada
254 BR-319 - Autazes/Nova Olinda do Norte/Maués 305,0 Imp/pla
280 Ipixuna - BR-307 164,0 Planejada
RODOVIAS DIAGONAIS 2.276,0
326 Urucurituba/Urucara - AM-363 46,0 Planejada
328 Itapiranga - AM-363 26,0 Implantada
329 Eirunepa/Envira/Divisa do Acre 206,0 Planejada
330 Silves - AM-363 15,0 Implantada
333 Concordia/Carauari - BR-230 190,0 Planejada
343 Coari - AM-366 120,0 Planejada
352 Airão - AM-070 104,0 Implantada
354 Manaquiri - BR-319 42,0 Implantada
356 Borba - BR-319 99,0 Planejada
360 Novo Aripuana - BR-319 98,0 Planejada
363 Nhamunda - AM-010 360,0 Imp/pla
364 Manicore - BR-319 84,0 Implantada
366 Jurua/Tefé/Tapaua - BR-319 666,0 Planejada
374 Santo Antonio do Iça - BR-307 160,0 Planejada
378 São Paulo de Olivença - BR-307 60,0 Planejada
RODOVIAS DE LIGAÇÃO 99,10
449 AM-010 Puraquequara 54,0 Pavimentada
450 AM-010 - Taruma-Ponta Negra 18,0 Pavimentada
451 AM-010 - Aeroporto de Itacoatiara 2,5 Pavimentada
452 AM-070 - Colonia do Calderão 8,0 Pavimentada
453 AM-070 - Colonia Bela Vista 8,6 Pavimentada
466 Canutama - BR-230 8,0 Planejada
TOTAL 3.541,0
Ministério dos Transportes
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Manaus-Manacapuru (AM-070) - A rodovia estadual Manoel Urbano interliga os
municípios de Manaus a Manacapuru, com uma extensão total de 86km. Ela também
faz a ligação entre os municípios de Iranduba e Novo Airão, formando um complexo
rodoviário de 203 km, totalmente pavimentada com revestimento AAUQ. Para manter
sua trafegabilidade durante o ano inteiro, a SEINF tem um contrato de manutenção,
que prevê a roçagem lateral, serviços de tapa-buraco de pavimento e prevenção de todas
as erosões que possam surgir ao longo das rodovias.

Estrada de Novo Airão (AM-352): Importante via de ligação entre o município de


Novo Airão com Manacapuru, Iranduba e a capital, recebeu serviços de conservação
e tapa-buracos, de modo a garantir sua trafegabilidade e o fluxo constante de veículos
de carga e de passageiros entre esses municípios. Todos eles, com exceção de Manaus,
têm na hotelaria de selva importanteFonte de renda, daí a necessidade de que a estrada
esteja sempre em excelentes condições de tráfego.

Manaus-Autazes (AM-254): Rodovia estadual que liga Manaus ao município de


Autazes, tem início no km 26 da BR-319, após a travessia da balsa do Porto Ceasa ao
Porto do Careiro da Várzea. A Rodovia tem uma extensão de 94 km, totalmente pavi-
mentada com AAUQ. Além de Autazes, esta rodovia dá acesso a várias comunidades
importantes, ao longo de extensão, dando escoamento às diversas culturas.

Manaus-Manaquiri (AM-354): A rodovia estadual AM-354, que liga Manaus ao


município de Manaquiri, entra no Km 90 da BR-319, após a travessia da balsa do Porto
Ceasa ao Porto do Careiro da Várzea. A Rodovia tem uma extensão de 44 Km, total-
mente pavimentada.

Manaus-Iranduba (AM-352 - Carlos Braga) - A rodovia estadual AM-352, que liga


os municípios de Manaus à Iranduba, com sua entrada no km 11 da AM-070, tem uma
extensão de 13 km, permitindo o escoamento para todas as culturas daquele município.
A Rodovia sofreu um alargamento para que sua plataforma fosse para 10 metros, ofere-
cendo melhores condições de trafegabilidade.

Manaus-Balbina (AM-240): A rodovia estadual AM-240, que liga o município de


Manaus à Vila de Balbina, com sua entrada no km 103 da BR-174, tem uma extensão de
75 km, que dá acesso à Vila de Balbina onde está localizada a Hidrelétrica de Balbina.

Boca do Acre (BR-317): Esta rodovia faz a ligação entre o município de Boca do
Acre e a divisa com o estado do Acre, permitindo a comunicação deste município com
o estado vizinho, facilitando a comunicação e o escoamento da produção local, prin-
cipalmente do setor agropecuário. O Custo da obra está orçado em R$ 76.776.239,50.
Obra em andamento.

Benjamin Constant a Atalaia do Norte (BR-397): Esta rodovia está pavimentada


em toda sua inteireza, ou seja, nos seus 26,4 km, dos quais 19 km são considerados da
esfera federal e 7,4 km estaduais. O valor global do investimento foi da ordem de R$
11.167.084,05, sendo que deste valor, R$ 9.033.054,29 são oriundos do Governo Fede-
ral e R$ 2.134.029 do Governo do Estado do Amazonas.
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O transporte hidroviário

Importante papel teve a navegação na aproximação dos povos num passado não
muito distante. Sem ela, não seria possível o descobrimento de novas terras, e tam-
bém não seria possível a disseminação do conhecimento entre continentes. O estado do
Amazonas, inserido na maior bacia hidrográfica do planeta, dos quais dezessete rios
afluentes do Rio Amazonas, é dependente da navegação interior.
Pelos rios ocorre a circulação de embarcações dos mais variados tipos, prestando
serviços de transporte de carga e pessoas para as mais distantes regiões do imenso terri-
tório do Amazonas, que possui a maior frota de barcos regionais do mundo (estima-se
em 50 mil).
De seus rios, lagos e igarapés, os ribeirinhos fazem deles, uma via de acesso para o
sustento e para o translado entre as comunidades. Os rios amazoneses são, praticamen-
te, navegáveis durante todo o ano. Exceções para os rios Negro, Alto Madeira, Urubu,
Aripuanã, Branco e Uapés que são obstruídos pelas formações em degraus, o que não
impede a navegação ordinãria, salvo as corredeiras do Alto Madeira e a cachoeira das
Andorinhas, no rio Aripuanã.
O cenário amazônico é bem específico, pois mesmo com toda a competitividade, o
estado principia na utilização de novas tecnologias e recursos para fabricação de peque-
nas embarcações inclusive para atender as necessidades regionais. Segundo Agência
Nacional de Transporte Aquaviários - ANAQ - foram obtidos os seguintes dados que
descrevem as características das embarcações no Amazonas: embarcações mistas (car-
gas e passageiros); 50% operam no mercado há mais de 10 anos; 90% da frota adquirida
com os próprios recursos dos armadores; mais de 50% das embarcações construídas em
pequenos estaleiros; tipo de cascos (60% madeira, 32% aço e 8% alumínio ou fibra);
70% com capacidade até 100 passageiros e 10% acima de 300 passageiros; principal
carga transportada é a de gêneros alimentícios.
Os tipos fundamentais de embarcação na região do Amazonas são as que atendem
os municípios, partindo da capital Manaus, fazendo a ligação entre duas ou mais ci-
dades do interior, ou partindo de cidades do interior ligando a outras cidades. São em-
barcações de médio porte que navegam até cinco dias para alcançarem seus destinos;
e, aquelas utilizadas pelos ribeirinhos e pelos moradores das cidades do interior, cujo
objetivo são as viagens curtas e utilização como meio de transporte.
O Roadway, como é chamado o Porto de Manaus, é o maior porto flutuante do mun-
do, com uma área total de 94.923 m2. Possui duas plataformas flutuantes, que acom-
panham a subida e a descida das águas. Do período áureo da borracha até o ano de
2005, ele atendeu navios de grande cabotagem ou transoceânicos e pequenas e médias
embarcações. Como este porto público deixou de atender ao transporte de cargas de
longo curso e cabotagem, outros portos privados entraram em operação, como:

SUPERTERMINAIS
• Área de Pátio e Tráfego: 70.000m2
• Área de Armazenamento: 9.000 m2
• Alberga: SRF, MAPA, Ministéro da Saúde, Transportes
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CHIBATÃO
• Complexo Portuário: 217.000 m2
• Pátio Alfandegado: 125.000 m2

A maior parte do acesso ao interior se faz pelas estradas naturais, através dos chama-
dos recreios. Das 50 mil embarcações, cerca de 27 mil têm licença, segundo a Capitania
Fluvial da Amazônia Ocidental, que procura aumentar a vigilância, face aos acidentes
ocorridos nos últimos anos, mas encontra dificuldades em fiscalizar efetivamente.
O subsistema portuário conta com os portos de Manaus, Itacoatiara, Tabatinga, Co-
ari e Parintins, além de portos e atracadouros diferenciados em estrutura, organização,
equipamentos e tráfego de embarcações. Algumas cidades têm cais para acostagem,
como Manicoré, no rio Madeira e Boca do Acre, no rio Purus.
O Porto de Itacoatiara foi inaugurado graças a uma parceria entre o Grupo Maggi
e o Governo do Amazonas, que criou também a Hermasa Navegação da Amazônia
S.A. Além de poder receber navios de até 60 mil t, o porto conta com um armazém
graneleiro com capacidade para 90 mil t. Também houve investi mente no terminal
graneleiro de Porto Velho e na aquisição da frota de barcaças e empurradores. Cada
barcaça é capaz de transportar 2 mil t de grãos e pode ser descarregada, em Itacoatiara,
em apenas uma hora.
O estado faz parte do Corredor de transporte da Amazônia, através das hidrovias do
rio Amazonas e do rio Madeira, servindo ao escoamento de cargas (principalmen-
te a soja), da cidade de Porto Velho até um ponto de transbordo para a navegação
de longo curso, em locais alternativos previstos: Itacoatiara (Terminal Graneleiro),
Santarém, Vila do Conde ou Belém (terminal da SOTAVE), de onde segue para os
Estados Unidos e Europa.
Os soma das principais rodovias com as hidrovias deu origem no estado a três eixos
de integração da região Norte: o Norte ( influência da BR-174), o Noroeste (influência
da BR-319 e a Hidrovia do Madeira, em direção ao Acre e Rondônia e ligação com
o resto do país) e um corredor natural, o Rio Amazonas, de natureza bioceânica que
promove uma integração inter e intra-regional além de abrir acessos aos mercados in-
ternacionais.
No estado, o rio Amazonas têm cerca de 2.100km e declividade média de 2 cmlkm.
Quanto a navegabilidade pode ser dividida em dois trechos:

I. Divisa com o Pará até Manaus, com cerca de 500km, apresentando calado entre
10 e 11m em águas altas (janeiro-agosto) e de até 8m em águas baixas (setembro-de-
zembro). É coberto por cartas náuticas, possui balizamento fixo, estando preparado
para navegação marítima de longo curso, cabotagem e fluvial;
II. De Manaus até Tabatinga, com 1.600km, onde o rio recebe a denominação Soli-
mões. No período de águas altas, a navegação se faz com 8m de calado, reduzindo-se
na estiagem a 4m de calado;
O rio Madeira é navegável desde a sua foz, no rio Amazonas, até Porto Velho, num
estirão de 1.056km. No período de cheias a profundidade é de 8,2m e no de estiagem
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reduz-se a 2,8m. Com a implantação da hidrovia do Madeira ocorreu uma considerável
rnelhoria de navegação por esse rio propiciando o escoamento de grãos produzidos
na região compreendida entre o Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, asse-
gurando condições de navegação entre Porto Velho (RO), e Itacoatiara (AM), numa
extensão de 1.056km.
O empreendimento (hidrovia do Rio Madeira) compreende sinalização e baliza-
mento nos 1.056km da hidrovia, entre Porto Velho e sua foz no rio Amazonas. A
área de influência da hidrovia já está apresentando sinais de desenvolvimento social
e econômico. Outros rios apresentam condições de navegação durante quase todo
ano, com alguma restrição na estiagem. Alguns como o Negro, o Branco, o Purus e o
Acre contam com linhas regulares para o transporte de passageiros e abastecimento
das cidades ribeirinhas. No entanto as embarcações nem sempre são adequadas e os
portos e atracadouros são escassos.
O transporte de cargas e de passageiros é feito quase que em sua totalidade, através
de balsas e dos chamados barcos recreio. Nesse sentido, se nota que o estado vem re-
alizando diversas obras de construção e ampliação de portos em vários municípios do
interior. Tais obras têm o objetivo de promover a interligação entre as comunidades
rurais com as sedes dos municípios, visando facilitar o escoamento da produção entre
os pequenos agricultores e os mercados consumidores.
O estado vem investindo recursos no Programa de Construção, Reforma, Amplia-
ção, Modernização e Fiscalização dos Portos em todo o interior. Além de Manaus,
estão sendo beneficiados também os municípios de Autazes, Boca do Acre, Borba, Co-
ari, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manicoré, Tabatinga (inaugurado) e Tefé. Sendo
que, Manacapuru, após a construção da Ponte sobre o Rio Negro, se tomará ponto de
ligação entre os municípios das Calhas dos Rios Solimões, Purus e Juruá a Manaus,
reduzindo consideravelmente as distâncias e os custos operacionais.

Os transportes aéreos

Como se viu, o transporte via terrestre é limitado pelas suas condições geográficas.
O emaranhado de rios, furos, igarapés, igapós, etc, impossibilita uma maior integração
rodoviária. O transporte hidroviário é, atualmente, o principal meio de locomoção,
tanto de passageiros como de cargas. Entretanto, esse meio ainda possui condições pre-
cárias, além de alguns rios da região não serem navegáveis durante todo o ano. Em um
território com dimensões continentais, porém de poucas condições de acessibilidade, a
consolidação do transporte aéreo é essencial.
O desenvolvimento do transporte aéreo no Amazonas foi marcado por dois momen-
tos. No primeiro, houve a fase do pioneirismo da aviação na Amazônia, representada
pela atuação da força aérea brasileira, pelos táxi-aéreos, empresas de transporte regular,
aviões particulares e helicópteros, com homens idealistas imbuídos da tarefa de desen-
volver esse transporte na região.
Desde a década de 50 já ocorria a exploração comercial do transporte aéreo no es-
tado do Amazonas, época quando as companhias aéreas voavam hidroaviões. Porém,
o restante do estado carecia de um sistema de transporte que propiciasse acessibilidade
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irrestrita a qualquer localidade, e que também fosse economicamente viável - um siste-
ma que viria a integrar a região. A solução mais rápida e econômica para percorrer as
grandes distâncias, bem como aquela que contribuísse para o patruIhamento de suas
fronteiras fracamente monitoradas, foi a construção de uma malha aeroviária. Nesta
época, havia 17 aeródromos na região, dos quais somente Manaus (AM) e Belém (PA)
eram asfaltados. Em 1953 foi criada a COMARA (Comissão de Aeroportos da Região
Amazônica), a qual foi responsável pela construção e recuperação de mais de 150 pistas
desde então, além de viabilizar mais de 70 obras de reformas de instalações aeroportu-
árias e vias públicas.
Neste primeiro momento, teve papel importante o primeiro aeroporto do estado,
o de Ponta Pelada, operado hoje pela FAB. Situado a cerca de 25km de distância do
Aeroporto Eduardo Gomes, a base aérea de Ponta Pelada, onde um dia foi o principal
aeroporto de Manaus, opera apenas com aviação militar, servindo de alternativa para
pousos de aeronaves comerciais quando não é possível o pouso, devido a condições
meteorológicas desfavoráveis na região do Eduardo Gomes. Sua pista é preparada para
receber aviões de grande porte.
Acompanhando o dinamismo econômico, o estado entrou em seu segundo e atual
momento, com a construção do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e suas com-
panhias, serviços e meios sofisticados de navegação aérea, contando ainda com vôos
regulares para diversos lugares, em aeronaves de primeira categoria como o Boeing 747,
Dc 10 e Airbus.
O Aeroporto Eduardo Gomes tem características que o equiparam em qualida-
de com os melhores do mundo, sendo capaz de comportar qualquer tipo de avião
comercial ou militar em operação ou em projeto, hoje e nos próximos anos. Duas
cidades estão dotadas de aeroportos classificados na segunda categoria: Tefé e Ta-
batinga, com aterrissagem até de Boeing 747 e Electra n. Outros municípios como
Parintins, Humaitá, Itacoatiara, Manicoré, São Gabriel da Cachoeira, Carauari e
Maués têm aeroportos classificados na terceira categoria, ou seja, podem receber
até os Bandeirantes.
Muitos aeródromos possuem limitações como, pistas rudimentares, auxílios à nave-
gação e comunicação deficientes, falta de equipamento para operação noturna, ausên-
cia de brigada anti-incêndio e de equipamentos para controle de passageiros e inspeção
de bagagens e cargas, deficiência na comunicação de voz e dados, além de outros pro-
blemas de infra-estrutura. Muito embora desempenhem papel fundamental às comuni-
dades, eles têm potencial comerciallimitado, o que por consequência impõe restrições
ao desenvolvimento econômico e social.
Em 2009 os investimentos priorizaram a realização de obras de recuperação nos
aeroportos de Parintins, Barcelos, Santa Izabel do Rio Negro, Manicoré, Eirunepé,
Lábrea, São Paulo de Olivença, Humaitá, Borba eF onte Boa. O estado encaminhou
ao Ministério da Defesa, projeto contemplando a recuperação dos onze aeroportos no
interior do Estado, que foram repassados ao Comando da Aeronáutica, que designou a
Comissão de Aeroportos da Região Amazônica - COMARA, para o desenvolvimento
dos projetos, de modo a atender às exigências feitas pela Agência Nacional de Aviação
Civil- ANAC.
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


Os meios de comunicação

Nas últimas décadas, registraram-se grandes investimentos neste setor, que possui
empresas atuando na radiodifusão por frequência modulada (FM) e no subsetor da
teledifusão local, apresenta as principais emissoras nacionais (Cultura, Bandeirantes,
Globo, Record, Rede TV e SBT) dispostas em VHF e três em UHF. Também no ano
2000, a Horizon Serviços Digitais se instalalou na capital do estado, com serviço de
TV a cabo. Após ter sido a Vivax, hoje esses serviços pertencem a NET Serviços de
Comunicação S.A.
No subsetor jornalístico, possui sete empresas com grande tiragem diária de jor-
nais. Acrescente-se ainda os serviços de telefonia convencional, que em 2002 registrou
366.000 telefones fixos, e celular (462.000), sem esquecer a atividade de postagem a
cargo da ECT com serviços de correio e de malote de entrega rápida, nacional e inter-
nacional.

SAIBA MAIS Aeroporto Internacional Eduardo Gomes


• Terminal de cargas: 49.505 m2
• 3a maior aeroporto do Brasil em termos de carga
• 6 Câmaras Frigoríficas, sendo 5 na área de importação com capacidade para
100t/dia e uma na área de internação com capacidade para 5 t/dia;
• 27.000 m2 de áreas de Armazenagem;
• Sistema de TV de vigilância com 53 câmeras;
• Capacidade para 12.000 t/mês;
• Armazém próprio para produtos perigosos;
• Sistema automatizado de armazenagem - Transelevador.

Quadro 8 - Acessos do serviço móvel, telefones de uso público e evolução da densidade

ESPECIFICAÇÃO QUANTIDADE
2005 2006 2007 2008 2009
Quantidade de acessos móveis do serviço mó- 2.144 2.536
1.219 1.318 1.693
vel (milhares de acessos)
18.593 18.320
Quantidade de telefones de uso público 18.420 18.486 18.677
23.331 27.927
Quantidade de aparelhos celulares com linha ------- 15.111 17.551
Fonte: SEPLAN.

Vale salientar que atualmente o estado se interliga cada vez mais ao mundo através
dos serviços da internet, na medida que boa parte de suas instituições, empresas, funda-
ções, autarquias, etc, utilizam esta recente e revolucionária forma de comunicação. As
empresas que exploram o setor de telecomunicações vem melhorando cada vez mais a
infraestrutura, como, por exemplo, a interligação por cabeamento de fibra ótica. Regis-
tram-se duas interligações deste tipo, sendo uma de Miami (EUA) passando pela Vene-
zuela e Roraima, e outra, que vem de Porto Velho e atravessa o rio Solimões.
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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Três empresas estão de ‘olho’ no novo Porto de Manaus


Brasília, 17 de Novembro de 2010 - Antônio Paulo

As propostas das três empresas que entraram no processo de licitação para cons-
truir o Porto novo de Manaus foram abertas nesta terça-feira (16) na Secretaria Espe-
cial de Portos (SEP). Os representantes do Grupo Libra Terminais, APM TerminaIs
e o Consórcio italiano Technital participaram da reunião e assinaram conjuntamen-
te os documentos exigidos.
Nesta quarta-feira (17), a comissão presidida pelo secretário de Planejamento e
Desenvolvimento Portuário da SEP, Fabrizio Pierdomenico, começa a analisar os
projetos, mas o conteúdo não poderá ser divulgado conforme determina a lei de
licitações n” 8.666/93. O anúncio do consórcio vencedor deverá ocorrer até o final
deste ano.
O novo Porto de Manaus será construído em uma área de 376,1 mil metros qua-
drados, na Estrada do Paredão, BR-319, no Distrito Industrial. Além da constru-
ção, a iniciativa privada também será responsável pela operação, porém será de uso
público, como na maior parte do mundo e atenderá basicamente o mercado local
principalmente o Polo Industrial de Manaus. Será a primeira vez, desde a edição
da Lei de Modernização dos Portos (8.630/93), que a União passará a gestão de
um complexo portuário para o setor privado. Ainda não há previsão de recursos. O
montante dependerá da proposta dos empresários e será conhecida após a avaliação
das propostas.
A concessão privada do novo porto de Manaus terá validade de 25 anos, reno-
vável por mais 25. As instalações devem ser entregues nos próximos dois anos. O
Governo destaca a prioridade para a movimentação de contêineres, mas as propos-
tas podem incluir espaço para granéis sólidos e líquidos. Segundo o secretário de
Planejamento e Desenvolvimento Portuário, a intenção é ampliar a capacidade de
Manaus.
“O porto público existente continuará. Pode ser que o funcionamento seja repen-
sado, mas isso depende das negociações com o Ministério dos Transportes”, afirma
Fabrizio Pierdomenico.
A construção do novo porto é um dos compromissos assumidos pelo Governo
Federal, quando delegou a administração portuária ao estado do Amazonas, em
1997. O empreendimento vai retirar a operação de cargas do Porto Organizado,
no Centro, que foi arrendado em 2001 a empresas particulares. O Ministério dos
Transportes e a Secretaria dos Portos estão em processo de retomada do Porto
de Manaus.

http://acritica.uol.com.brfmanausfAmazonas-Manaus-Amazonia-Porto_O_373162829.htm1

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TEXTO 2: Prefeituras terão que ajustar irregularidades nos aeroportos do Amazonas

Manaus, 20 de Dezembro de 2010. Leandro Tapajós

O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) enviou recomendação


a algumas prefeituras de municípios amazonenses para que solucionem irregulari-
dades em seus aeroportos. As recomendações são medidas administrativas e visam
evitar possíveis acidentes aéreos e melhorar o serviço prestado.
Entre os principais problemas apresentados nos aeroportos está a ausência de
equipamentos de combate a incêndio, lixões municipais implantados em área
de segurança aeroportuária, concentração de urubus, buracos e rachaduras na
pista de pouso e decolagem e irregularidades na inspeção e controle de bagagens
e pessoas.
De acordo com a assessoria de comunicação da Procuradoria da República no
Amazonas, as irregularidades foram detectadas pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) e pelo Comando Militar da Aeronáutica(CMA).
A assessoria informou ainda que a recomendação foi enviada no mês de dezem-
bro deste ano. As prefeituras terão um prazo de 30 dias para apresentar resposta
ao Ministério. Caso as exigências não forem cumpridas as prefeituras poderão ser
acionadas judicialmente e os prefeitos poderão ser acusados de improbidade admi-
nistrativa.

Urubus, buracos e rachaduras


Dentre os aeroportos vistoriados, estão os de Coari, Lábrea, Borba, Maués, Euri-
nepé, Barcelos e Santa Izabel do Rio Negro.
Segundo a Procuradoria, nos aeroportos apontados, aAnac e o CMA detectaram
diversas irregularidades, como a existência de lixões implantados em área de segu-
rança aeroportuária.
A presença desses depósitos de lixo teria aumentado a concentração de urubus.
Fato que apresenta risco de acidentes no pouso e decolagem de aeronaves.
Coari, Borba, Maués e Santa Izabel do Rio Negro não têm o serviço de combate
a incêndio ou estariam com os equipamentos parados por falta de manutenção. O
município de Coari firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o
CMA, no ano de 2007.
Mas, de acordo com as recomendações do MPF, as irregularidades observadas
mostram que o município descumpre o acordo. Buracos e rachaduras foram encon-
trados na pista dos aeroportos de Lábrea, Maués e Santa Izabel do Rio Negro.

http://acritica.uol.com.br/noticias/Prefeituras-ajustar-irregularidades-aeroportos-Amazo-
nas_0_393560664.html

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TEXTO 3: Peruanos oferecem saída para o Pacífico

Empresários peruanos se reuniram com o secretário de Desenvolvimento Eco-


nômico, Raymundo Noronha, para apresentar ao Governo uma proposta de inte-
gração econômica entre Peru e Brasil. Um dos pontos mais interessantes para o
Amazonas é a possibilidade de acesso ao Oceano Pacífico, por meio de transporte
intermodal até portos peruanos. Em contrapartida, o mercado do Amazonas estaria
aberto a produtos peruanos como fertilizantes, cimento e produtos agrícolas.
Raymundo Noronha manifestou o interesse do Governo do Estado em concre-
tizar a parceria, desde que o caminho sugerido, que inclui navegação pelo rio Ma-
rafíon e transporte rodoviário até o porto da cidade peruana de Paitta, se mostre
viável. A iniciativa tem o apoio da Corporação Andina de Fomento, que se propõe a
financiar obras de melhoria no porto peruano e o asfaltamento de 120km da estrada
que liga o rio Maraãon ao porto peruano.
Uma comitiva esteve na Suframa, em reunião com o superintendente-adjunto de
Planejamento, Isper Abrahim, e técnicos da autarquia. De acordo com o assessor
do presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), Guillermo Vega, uma
das metas prioritárias da missão empresarial peruana é buscar formas de iniciar o
comércio via aérea entre cidades vizinhas do Brasil e Peru.
“Este é um dos principais objetivos desta missão”, afirmou Vega, citando ou-
tras propostas que podem contribuir de forma significativa para o incremento do
intercâmbio comercial, como a facilitação da logística, que depende da viabiliza-
ção de eixos intermodais que permitam o escoamento da produção. Outra suges-
tão apontada pelos empresários peruanos é a operacionalização de aduanas ele-
trônicas com funcionamento ininterrupto, 24 horas por dia. Vega também sugeriu
a instalação de dois Centros de Concentração de Mercadoria (entrepostos alfan-
degados) - um em Manaus ou Itacoatiara, e outro em Quito, no Equador - para a
troca de mercadorias.
Isper Abrahim destacou a importância dos eixos intermodais para o incremen-
to das relações comerciais entre o Brasil e os demais países da América Latina, e
afirmou que a Suframa está empenhada em viabilizar as condições necessárias que
possibilitem o aquecimento do comércio entre os estados da Amazônia Ocidental e
os países vizinhos. “Sem dúvida, o Amazonas é uma porta de entrada para os pro-
dutos da América Latina. Além disso, o mercado latino-americano é vital para as
exportações do Pólo Industrial de Manaus, assim como também deverá absorver os
produtos regionais”, destacou.

A Crítica. 10/07/02.

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Explique a situação das rodovias federais no Amazonas?


2. Quais as principais rodovias estaduais? Comente.
3. Qual a importância das rodovias para o desenvolvimento do Estado?
4. Por que o transporte fluvial é o mais importante no Estado? Quais os seus principais
problemas?
5. Caracterize o Roadway e o Corredor de Transportes da Amazônia.
6. O Estado é bem servido de transportes aéreos? Comente.
7. Como se encontra o estado em termos de comunicações?

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão, exponha sua
opinião acerca do tema abordado ou outro assunto que tenha relação ao conteúdo ex-
posto.

2. Pesquise sobre a situação atual dos transportes na Amazônia e no Brasil e exponha


à classe.

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CAPÍTULO

ASPECTOS
DEMOGRÁFICOS
DO AMAZONAS

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8.1 - A FORMAÇÃO ÉTNICA E OS TIPOS HUMANOS

Assim como em todo o Brasil, participaram da formação da sociedade amazonense


três elementos nitidamente marcantes:

O Indígena
Representado pelo elemento nativo, este grupo teve e ainda tem participação pre-
ponderante na composição étnica da região, uma vez que o caboclo amazonense, nas-
cido da miscigenação com o branco, herdou boa parte de sua cultura. Para se ter uma
ideia dos 362.890 índios existentes em todo o país (IBGE/2000), cerca de 84.785 vivem
no estado, divididos em 68 etnias.
Antes da chegada dos europeus os índios viviam no período que a História classifica
como Neolítico ou idade da pedra polida. Eles estavam divididos em grupos ou nações,
das quais podemos destacar: os tupis-guaranis, os panos, os tucanos, os caribas e, em
especial, os aruaques, que ocupavam o vale médio do rio Amazonas e possuíam uma
agricultura mais apurada.
Todos trabalhavam a terra e a diferenciação de funções entre seus membros era pe-
quena. Cultivavam mandioca, milho, feijão, amendoim, tabaco, batata, cará, abóbora,
pimenta, guaraná, mate, cabaças, varas de flechas, etc, os quais eram repartidos igual-
mente entre seus membros.
Apesar de haver semelhanças, cada grupo indígena possui costumes próprios e se
relaciona de maneira diversa com branco. Algumas tribos estabeleceram relações pací-
ficas com os brancos; outras resistiram à influência branca, revoltaram-se e revoltam-se,
sobretudo com a invasão de suas terras e a exploração de recursos naturais (madeireiras,
mineradoras, hidrelétricas, etc).
À medida que os colonizadores europeus avançaram, os índios foram obrigados a
abandonar muitos de seus hábitos e costumes para assimilar a cultura dos brancos. Do
século XVI (1501 a 1600) até hoje, os índios foram lentamente escravizados ou’ dizi-
mados pelos homens brancos, que impuseram seus conhecimentos e religião, além das
doenças, sofrimentos e mortes aos verdadeiros donos dessas terras.
Hoje, os índios ainda enfrentam problemas como a invasão de suas terras por pos-
seiros, madeireiras, mineradoras, entre outros. Esses invasores desenvolvem atividades
que levam à degradação do ambiente natural, como a poluição dos rios e o desmata-
mento, e à deterioração da qualidade de vida dos indios. Na reserva dos Yanomamais,
por exemplo, os garimpeiros chegaram a abrir 87 pistas de pouso até o início da década
de 1990, posteriormente fechadas pela Polícia Federal.
A maior parte da população indígena abandonou seus costumes, cedendo ao assédio
de grandes proprietários, madeireiras, etc, dos quais acabaram se tomando empregado.
Quando resistem são expulsos por jagunços contratados por empresários, mas alguns
grupos ainda vivem isolados, sustentando-se da caça, da pesca e da coleta. Apesar dos
problemas, o processo de demarcação prossegue, onde se registra 178 terras indígenas
no estado.
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


SAIBA MAIS Contribuições culturais indígenas
• Vocabulário e artesanato.
• Meios de transporte e moradia;
• Práticas agrícolas (roçados de subsistência);
• Hábitos alimentares (derivados da mandioca e peixe);
• Descoberta de frutas silvestres e captura de animais;
• Coleta de produtos da floresta (drogas do sertão, ervas medicinais);

SAIBA MAIS Contribuições culturais europeias


• Pecuária;
• Arquitetura;
• Hábitos alimentares;
• Artes, vocabulário e religião católica.
• Reconhecimento geográfico da região;
• Organização econômica, política e jurídica;

O Europeu
O elemento branco (espanhol e português principalmente) foi responsável pela al-
teração do espaço geográfico original para o panorama atual de civilização. Como se
sabe, ele participou com o índio da miscigenação que deu origem ao elemento mestiço:
o caboclo amazonense, predominante na população.
Tanto portugueses como espanhóis, no processo de colonização, impuseram e difun-
diram os valores culturais europeus. Ao receber o impacto dominante desses valores,
o elemento nativo aculturou-se, por via de submissão, acomodação, assimilação ou
conflito, sobrepondo-os ou integrando-os à sua própria cultura original. Por outro lado,
os conquistadores que vieram colocar a Amazônia a serviço da fé e do colonialismo
tiveram que ceder e adaptar-se ao mundo tropical para poder sobreviver em meio as
adversidades e agressividades do ambiente amazônico.
Além desses, outros vieram compor a população, desde estrangeiros até grupos pro-
cedentes do próprio território brasileiro, como ingleses, holandeses, franceses, sírios-li-
baneses, japoneses e nordestinos. Este último começou a se fixar na região na época da
borracha. Com o seu declínio, passaram a se dedicar a outras atividades e ainda hoje
exercem influência na economia. Como traziam consigo a mestiçagem ocorrida na
região Nordeste do país, o cruzamento com os índios constituiria algo bem peculiar
na composição étnica brasileira, a formação de dois tipos de mamelucos: o tapuio,
cruzamento do branco com índio, e o arigó, cruzamento do nativo com o nordestino,
principalmente cearense.

O negro
A participação do elemento negro não se deu como nos casos anteriores, pois foi
muito reduzida, uma vez que os colonizadores tentaram utilizar o índio como mão-
de-obra forçada, ao invés do africano. Entretanto, nas três últimas décadas, vem se
observando a entrada cada vez maior desse grupo, seja originalmente ou apresentando
a mestiçagem, como os mulatos, por exemplo.
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


Foram identificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social- MDS, em parceria
com a Secretaria de Estado de Assistência Social- SEAS, famílias descendentes dos
quilombos distribuídas em 13 comunidades rurais no interior do Amazonas. Segundo
Maria de Lourdes Siqueira, os qui lombos mais representativos são os da Bacia do Rio
Trombetas e do Baixo Amazonas, relevantes, não só do ponto de vista político, mas
também econômico e social, pelo nível de desenvolvimento que alcançaram, ao reali-
zar intercâmbios, o que lhes conferiu uma consideração especial entre os quilombos da
Amazônia e em relação aos do Nordeste. O Quilombo de Trombetas chegou a reunir
mais de dois mil quilombolas nas proximidades da região de Óbidos.
Também, diversos grupos de sulistas, descendentes de alemães, holandeses, polo-
neses, italianos, etc, dedicados à atividade agrícola ou outra, vem contribuindo nesse
rico quadro humano do Amazonas. Considerando os fenômenos típicos das sociedades
capitalistas e a atual fase sócio-econômica, é possível afirmar que a população amazo-
nense segue, ainda hoje, em seu processo de miscigenação e aculturação,já que continua
assimilando diversos valores externos em detrimento da cultura típica regional.
Por outro lado, mesmo estando acompa-nhando a modernização capitalista que
atinge as mais longínquas áreas do planeta, o Amazonas conserva traços de originali-
dade em alguns tipos humanos, como, por exemplo:
O mateiro: caboclo nato, quase índio, conhecedor dos segredos da mata. É humilde
e desconfiado, mas valente e destemido quando necessário.
O regatão: é mercador, vendedor de diversos artigos adquiridos na cidade e comercia-
lizados no interior, às vezes até na base da troca.
O atravessador: intermediário entre o caboclo e o negociante que vende ao consumi-
dor nos mercados e feiras, próximos à orla fluvial da cidade.
Existe também o pescador, o juticultor, o seringueiro e o ribeirinho, fazendo parte
das tradicionais figuras da população amazonense. Certamente, com tantas transfor-
mações, outros tipos humanos da moderna sociedade brasileira também vem marcar
presença na demografia do Amazonas, assim como o colono vindo da região Centro-
Sul do País, acompanhando a chamada fronteira agrícola, e o operário, categoria social
que mais cresceu nas últimas décadas em todo o Brasil.

8.2 - A FORMAÇÃO CULTURAL

A figura amazonense pouco expressiva do passado,já ficou para trás, pois a cada dia
ela está se tomando parte de uma realidade global, especialmente pela cultura que vem
apresentando. Assim, como nos estados mais tradicionais do Brasil, o Amazonas vem
mostrando seus diversos aspectos culturais, através da aceitação de uma herança cultural
indígena magnífica. Seu folclore vem sendo conhecido e valorizado pelo mundo afora.

Folclore: É o conjunto de crenças, costumes e tradições, conservado


ou modificado, transmi do pelo povo de geração para geração. Dele-
fazem parte canções, contos, lendas, danças, adivinhações, supers -
ções, festas populares e religiosas, comidas picas, artesanato, trajes
regionais e tudo que es ver ligado ao saber do povo.
Adaptado de: Antunes, Celso. Estudos Sociais. Scipione. 1996. SP
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As lendas regionais, o artesanato indígena, as danças regionais, as toadas do boi
-bumbá, as comidas típicas, as festas religiosas, os eventos populares e os festi-vais fol-
clóricos realizados hoje com muito sucesso, todos enfim, vem merecendo grande aten-
ção pela riqueza cultural que possuem.
A cada ano, o amazonense descobre o quanto ele pode desfrutar de sua riqueza
cultural, não só do folclore, como também das artes em geral, valorizando cada vez
mais seus artistas, que procuram, através de sua capacidade intelectual e sensibilidade,
retratar a rica natureza que o cerca, assim como também o "dia a dia" do amazonense.
Na literatura, podemos citar os escritores: Elson Bentes de Farias, Luiz Franco de
Sá Barcellar, Paulo Herban Maciel Jacob, Álvaro Botelho Maia, Jorge Tufic Aláuzo e
Amadeu Thiago de Mello.
Na música, temos cantores com os mais variados estilos como: Chico da Silva, Tor-
rinho, Arlindo Júnior, Tony Medeiros, David Assayag, Celdo Braga, Eliana Prints, Lu-
cinha Cabral, entre outros, destacando temas regionais e da música popular brasileira.
Além desses, temos diversos grupos regionais: Raízes Caboclas, Ajuri, Ases do Pagode,
Vermelho e Branco, Os Aristocratas, Os Embaixadores, Sucessamba, Atrassamba, etc.
Na pintura e na escultura destacamos: Afrânio Castro, Otoni Mesquita, Jair Jacq-
mont, Stevesson, Sérgio Cardoso, Moacir de Andrade, Van Pereira, Cristóvão Couti-
nho, entre outros.
No ano em que o Amazonas tem a honra de ser contemplado como a primeira capi-
tal da Região Norte a sediar o maior evento desportivo do mundo - a Copa do Mundo,
a política cultural que vem sendo executada é reconhecida pela população como uma
das melhores, dentre todas as desenvolvidas pelo estado.
A convicção de se trabalhar com propostas pautadas em ações voltadas à popula-
rização e interiorização com destaque na difusão, formação técnica e artística, regis-
tro e preservação do patrimônio cultural, captação de parcerias, realização de eventos,
promoção do estado e com expressiva contribuição à geração de emprego e renda e à
elevação da auto-estima do amazonense, corroboram e comprovam essa afirmação,
que também é apontada pela própria população em todas as pesquisas qualitativas que
o governo realiza.
A cultura é considerada base essencial de valorização do homem, elemento primor-
dial à sociedade. Com essa premissa e estruturação de uma política pública contínua,
foram acumulados avanços significativos. O alargamento do campo de atuação das po-
líticas, o esforço do estado na promoção de mecanismos mais transparentes e igualitá-
rios de apoio à produção artística e cultural, e os altos investimentos nas ações voltadas
à formação técnica e artística e preservação do patrimônio cultural, são apenas alguns
exemplos das iniciativas que foram implementadas.
De 2003 a 2009, foram criados e desenvolvidos diversos programas, espaços culturais,
eventos, firmadas parcerias com a iniciativa privada, quebrando o paradigma equivocado
que coloca o estado como o único e exclusivo financiador da cultura. Podem-se dizer que
nesses anos o povo participou, aplaudiu e aprovou os espetáculos, programas e projetos.
Além disso, novos espaços culturais foram implantados, passando de 29 espaços culturais
no início de 2003 para 47 em 2009, atendendo assim uma média de 1.500.000 de pes-
soas/ano que prestigiaram gratuitamente os mais diversos espetáculos de teatro, dança,
música, circo, exposições, sessões de cinema e vídeo, entre outras atividades culturais que
estão disponibilizadas nesses centros de entretenimento, cultura e lazer.
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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

Povo Waimiri Atroari


Kinja é como se autodenominam os Waimiri Atroari, pertecentes à família lin-
guística Karib. Sua população atual é de 715 pessoas que vivem em 14 aldeias, dis-
tribuídas pelos 2,5 milhões de hectares de sua área demarcada, entre os estados do
Amazonas e Roraima.
Até o ano de 1969, eles viveram praticamente isolados, mantendo apenas con-
tatos esporádicos com caçadores, pescadores e extrativistas, que eram considerados
invasores de seu território, motivo do desencadeamento de uma série de conflitos
históricos.
A mudança drástica no cotidiano dos Kinja, aconteceu entre os anos 70 e 80
devido a invasão de suas terras por uma série de obras e projetos econômicos. Em
primeiro lugar, a construção da BR-174, que cortou o território indígena causando
conflitos, doenças e a consequente redução populacional.
Dos quase 3 mil estimados na década de 60, os Waimiri Atroari foram reduzidos
a 360 no início dos anos 80. Em seguida, foi implantada uma empresa de mineração
que conseguiu se apoderar de 1/3 das terras tradicionais dos Kinjas. Por fim, veio
a construção da hidrelétrica de Balbina que causou o alagamento de 30 hectares da
área indígena, obrigando a remoção de duas aldeias.
Devido a este último impacto, a FUNAI e a Eletronorte - responsável pela cons-
trução da hidrelétrica-firmaram, em 1987, um convênio criando o Programa Wai-
miriAtroari (PWA).
Trata-se de um conjunto de ações na área de saúde, educação, meio ambiente,
atividades produtivas e vigilância dos limites, cujo objetivo é melhorar a qualidade
de vida dos índios, degradada pelo contato com os brancos, valorizando sua cultura
e preparando-os para a sua autonomia.
Hoje, os Kinja voltaram a crescer, recuperando a saúde, a dignidade e a tranqui-
lidade necessárias para manter a sua cultura, caracterizada pelos rituais, denomi-
nados genericamente de maryba; pelo artesanato, onde se destacam os trançados
e flechas de ponta de metal; pelas grandes plantações coletivas de mandioca, ba-
nana e outros produtos; pelas caçadas e pescarias; pela organização social; pelos
mitos e pelas grandes malocas coletivas que formam cada uma das aldeias Wai-
miri Atroari.

Memórias da Amazônia. Belfort Eventos & Comunicações.

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Que tipo humano predomina na população amazonense? Como surgiu?


2. Caracterize o modo de vida dos indígenas.
3. Como se encontra atualmente a situação dos indígenas na região amazônica?
4. Cite algumas influências indígenas e europeias na cultura amazonense.
5. Quais os principais grupos de estrangeiros que participaram da composição étnica
do Amazonas?
6. Analise a participação do nordestino na formação da população amazonense?
7. Explique como se deu a participação dos negros e dos sulistas na formação popula-
cional do Amazonas.
8. Cite alguns tipos humanos da população amazonense. Fale sobre cada um.

EXERCÍCIOS

1. O principal elemento humano da população amazonense, o caboclo, resultou do


cruzamento do:
a) indígena com nordestino.
b) europeu com indígena.
c) africano com indígena.
d) mestiço com europeu.
e) n.d.a.

2. (UTAM) Vale do Javari - Ronaldo Barbosa e João MeIo:


“Javari, Ituí - Javari, Curuçá - Javari - Bacia dos belos Matis, Itul - Berço brabo dos Mayorum,
Curuçá - Sina feliz dos Kulina, Itacuai - Berço forte dos Marubu, Javari - Cacete de morte dos
Quixitos Kaniwá ... ‘’
O trecho acima se refere a uma região das terras indígenas na Amazônia que está:
a) Ao norte do Amazonas, entre Roraima e Venezuela.
b) No sudoeste do Amazonas, entre Acre e Peru.
c) Ao sul da Amazônia, entre Pará Tocantins e Mato Grosso.
d) No sudeste da Amazônia.
e) A leste do Amazonas, na fronteira com o Pará.

3. “É o caboclo puro, quase índio para quem a mata não tem segredos. É destemido e
valente, embora humilde e desconfiado”. A informação refere-se ao:
a) regatão.
b) pescador.
c) mateiro.
d) juticultor.
e) atravessador.
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4. A vinda de nordestinos para o Amazonas se deu por causa da:
a) seca de 1957.
b) descoberta de petróleo.
c) falta de uma política agrária.
d) II Guerra Mundial.
e) fase áurea da borracha.

5. O cruzamento do elemento nativo da Amazônia com o nordestino deu origem a um


tipo humano peculiar na formação étnica do Brasil. Trata-se do:
a) tapuio.
b) senngeurro.
c) mulato.
d) arigó.
e) mateiro.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão, expo-nha
sua opinião acerca do tema abordado ou outro assunto que tenha relação ao conteúdo
exposto.

2. Para um maior conhecimento sobre as influências dos grupos que participaram da


formação étnica do Amazonas, propõe-se uma pesquisa sobre os aspectos culturais que
deverão ser expostos à classe. Para uma melhor divisão de tarefas, deverão ser formados
cinco grupos e cada um receberá, através de sorteio, um dos temas abaixo:
I Gastronomia: comidas típicas da região.
Il. Artes plásticas e artesanato regional.
IlI. Literatura regional: poesias, contos, romances, lendas, etc ..
IV. Folclore, festas e eventos do Amazonas.
V. A música regional e seus representantes.

3. Pesquise sobre a formação étnica da população brasileira e depois exponha à classe.

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8.3 - A DINÂMICA DEMOGRÁFICA NO AMAZONAS

O crescimento e distribuição populacional

Ao iniciar este estudo, é preciso lembrar que no levantamento do crescimento popu-


lacional se consideram duas variáveis importantes. A primeira está relacionada ao cha-
mado crescimento natural ou vegetativo, que é a diferença entre a taxa de natalidade e
a de mortalidade, e a segunda diz respeito aos movimentos demográficos ou migrações.
Em 1970, o Amazonas tinha uma população de 960.934 habitantes, segundo o
IBGE. Em 1980, esta população aumentou para 1.449.135 habitantes, e, no censo de
1990, já registrava um total de 2.102.901 habitantes. A população do estado continuou
crescendo, como se pode notar no quadro abaixo, ficando com quase 3,5 milhões de
habitantes.

Quadro 1 - População absoluta do Amazonas


1998 1999 2000 2010
2.520.684 2.580.860 2.812.557 3.480.937
Fonte: IBGE/DEPI/SEPLAN

No crescimento vegetativo, o estado apresentou uma taxa bruta de mortalidade em


torno de 5,3 e uma taxa bruta de natalidade de 31,6. Como se vê a taxa de natalidade
vem superando em muito a de mortalidade, colocando o Amazonas entre os estados
que apresentam crescimento populacional superior a 3 a.a., ou seja, um dos maiores
do país.
As migrações têm contribuído bastante para elevar esta taxa de crescimento, através
da vinda de pessoas de outros estados, regiões e até países mais próximos. É uma taxa
de crescimento muito elevada em relação às outras unidades da federação, tendo em
vista a pressão demo gráfica que vem ocorrendo nos últimos anos, embora tenha grande
área territorial. Isso acontece porque o estado ainda carece de infra-estrutura satisfató-
ria capaz de absorver tamanho contingente humano, em curto espaço de tempo.
Para um estado que até algum tempo, junto aos demais da região, vinha constituin-
do um verdadeiro vazio demográfico, começa a dar sinais de aglomeração humana em
certas áreas, causando, como em todo o país, uma irregular distribuição da população.
Em 1970, a densidade demográfica era de 0,61 hab/km2. Hoje, pegando-se a popula-
ção do último censo do IBGE e dividindo-se pelo território, teremos uma densidade de
2,22hab/km2.
Com esta observação não se pretende sugerir uma igual repartição da população,
pois, como se sabe, isso está ligado a diversos fatores históricos e econômicos. Toda-
via, procura-se dar maior atenção ao fato de que, na maioria das vezes, a pressão tem
sido tão grande que dificilmente se consegue soluções plausíveis aos grandes problemas
sociais, decorrentes do fenômeno da urbanização. Mesmo em países considerados de-
senvolvidos, observou-se um desajuste entre o crescimento urbano e a necessária infra
-estrutura, em determinadas aglomerações humanas.
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População rural e população urbana

Um fenômeno humano presente em todas as regiões de economia de mercado


(capitalista) é a urbanização, ou seja, o crescimento da população da cidade e a dimi-
nuição da população do campo. Estando o Amazonas em uma federação que adota o
capitalismo, certamente apresenta os fenômenos sociais sincronizados a esse modo de
produção.

Quadro 2 - População relativa (hab/km2) do Amazonas


1998 1999 2000 2010
1,60 1,64 1,79 2,22
SEPLAN.
Cálculo: População Total (ano x)
/ Área total(1) = População relativa.
(1) = 1.570.745,6 Km2.

Quadro 3 - População rural e urbana do Amazonas


1998 1999 2000 2010
Rural 624.128 628.572 725.358 725.181
Urbana 1.896.556 1.952.288 2.087.199 2.755.756
Fonte: IBGE

A industrialização, principal causadora desse processo, vem concorrendo para que o


homem do interior (meio rural) se desloque em direção à cidade (meio urbano), levado
pelo anseio de melhorar de vida e de saúde, atraído que é pelo desenvolvimento da in-
dústria, comércio e serviços que ocorrem na zona urbana.
Essa população do rural (25,08%) é constituída principalmente pelo caboclo, que
vive às margens dos cursos d´água. Vive da pesca, do extrativismo e da pequena roça
para sua subsistência. Trata-se de uma forma incipiente de sobrevivência, na medida
em que desconhece processos racionais de cultura, tornando-se quase sempre desnutri-
do e abandonado à própria sorte, quando não é explorado impiedosamente por comer-
ciantes, atravessadores ou grandes proprietários de terras.
As moradias são simples, feitas de madeira, cobertas por palhas, telhas de zinco
ou barro, quase sempre distantes umas das outras, ou como vilas e pequenas aglo-
merações. Encontram-se ainda casas de taipa, palafitas e flutuantes, estes últimos
funcionam também como centros comerciais, abastecendo as localidades com estivas,
remédios, combustíveis, etc. A base da alimentação é o peixe, farinha, frutas e conser-
vas. É uma dieta precária, pois apresenta poucas vitaminas e proteínas, diferente da
recomendada pela OMS. O chibé chega a ser a única refeição de uma pessoa durante
todo o dia.
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Como se vê, o meio rural no Amazonas, diante desse quadro, não poderia ser dife-
rente das outras unidades federativas do país, o que têm levado à prática da migração
campo-cidade. Problemas como a falta de assistência médica, falta de escolas, falta de
uma política agrária, conflitos de terras, tragédias naturais (enchentes por exemplo),
propaganda paternalista do governo (distribuição de rancho, vales, bolsas ... ), entre
outros, têm concorrido para que esse fenômeno esteja presente no Amazonas.
A implantação do PIM trouxe progresso para a capital, mas também os problemas
que advêm de um processo de industrialização e urbanização anômala, principal-
mente a atração exerci da sobre o homem do interior. A vinda de grande número
de trabalhadores não-qualificados para a cidade gerou possibilidades de as empresas
empregarem uma mão-de-obra farta e barata. Por outro lado, o despreparo do interio-
rano para enfrentar com sua família a vida na cidade tem aumen-tado os problemas
sociais urbanos como desemprego, marginal idade, subemprego, menores de rua, as
invasões de terras, etc.
Comparação semelhante a que se fez do meio rural do estado aos demais do Bra-
sil, pode ser feita com a zona urbana. A capital do estado, que concentra metade da
população, convive atualmente com índices elevados de pobreza, criminalidade, mor-
talidade infantil, má nutrição e um custo de vida dos mais altos do Brasil. Além de
Manaus, como se pode ver no Quadro 72, outras cidades somam uma boa parcela da
população, representando futuras áreas de aglomerações humanas. Os municípios que
apresentaram as maiores taxas de crescimento no período de 2000/2010 foram: Mana-
quiri (6,02%), Santa Izabel do Rio Negro (5,55%), Juruá (5,09%), Presidente Figueire-
do (4,54%), Anamã (4,50%), Novo Airão (4,35%), Atalaia do Norte (4,19%), Ipixuna
(4,17%), São Sebastião do Uatumã (4,09%) e Rio Preto da Eva (3,89%).

Quadro 4 - Municípios mais populosos


Município 2010 2000 1991
Manaus 1.802.525 1.405.835 1.255.049
Parintins 102.066 90.150 80.277
Itacoatiara 86.840 72.105 70.314
Manacapuru 85.144 73.695 71.007
Coari 75.909 67.096 63.815
Tefé 61.399 64.457 67.800
Tabatinga 52.279 37.919 31.846
Maués 51.847 40.036 41.082
Manicoré 47.011 38.038 33.422
Humaitá 44.116 32.796 26.523
Fonte: IBGE

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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Cinco municípios do Amazonas pedem recontagem populacional


Até esta terça-feira (23.11.10), apenas cinco municípios do Amazonas - Amaturá,
Tonantis, Beruri, Maués e São Gabriel da Cachoeira - haviam solicitado a revisão
da contagem do Censo 2010. O prazo para que solicitem o recenseamento termina
nesta quarta-feira (24.11.10). Dos cinco municípios que pediram ‘socorro’ do IBGE,
nenhum está entre as onze cidades que tiveram redução de habitantes nos últimos
dez anos.
Os municípios amazonenses que sofreram diminuição de população entre os
Censos de 2000 e 2010 foram: Barcelos, Envira,Fonte Boa, Guajará, Itamarati, Ja-
purá, Jutaí, Santo Antônio do Içá, Urucará, Tapauá e Tefé.
O chefe do IBGE no estado, Carlos Simonaio, avaliou como superficiais os dados
repassados pelas prefeituras dos municípios amazonenses que já encaminharam o
pedido de recontagem populacional. O técnico evitou dar mais detalhes sobre os
pedidos.
“Nos pedidos, os prefeitos deveriam informar quais as localidades, comunidades,
que segundo eles não foram recenseadas”, resumiu ele. Simonaio ressaltou que os
pedidos devem ser protocolados na sede do órgão.
O pedido de revisão da contagem populacional se faz necessário principalmen-
te para os casos em que os gestores municipais identificaram que tiveram redução
em sua população, o que poderá ocasionar mudança de faixa populacional, vindo
a comprometer as finanças municipais, a partir da redução dos repasses. Os dados
do Censo 2010 servirão de base para os cálculos do Fundo de Participação dos
Municípios.
Com a divulgação dos resultados do Censo 2010, ocorrida no dia 5 de novembro,
constatou-se que o Amazonas foi o estado com maior número de municípios (23)
com redução nas suas populações.
A base da contestação a ser encaminhada pelos prefeitos deverá ter dados que
demonstrem o aumento populacional, como o censo escolar, população votante ou
número de ligações elétricas e de água.
Fonte: Tereza Teófilo. 23 de Novembro de 2010.
http://acritica.uol.com.br/rnanaus/ Arnazonas-Manaus-Amazonia-Censo _2010_0_377362385 .htrnl

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Como se comportou o crescimento populacional do Amazonas nos últimos Censos?


Comente.
2. Qual é a população total e relativa do Amazonas segundo o Censo/2000 realizado
pelo IBGE?
3. Qual a relação existente entre o capitalismo e a urbanização?
4. Podemos afirmar que existe urbanização no Amazonas? Justifique.
5. O que tem causado a migração campo-cidade no Amazonas?
6. Como é a vida do homem do interior do Amazonas?
7. Qual a situação dos interioranos que chegam à zona urbana?
8. Quais as principais cidades do Amazonas?

EXERCÍCIOS

1. A diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade é chamada de:


a) Expectativa de vida.
b) Densidade demográfica.
c) Crescimento populacional.
d) Média de vida.
e) Crescimento vegetativo.

2. Quanto à população amazonense podemos afirmar que apresenta:


a) elevado crescimento populacional.
b) alta densidade demográfica.
c) bom padrão de vida e baixa expectativa de vida.
d) elevado índice de mortalidade.
e) todas estão certas.

3. As opções abaixo apresentam causas da migração campo-cidade, porém uma não é


verdadeira. Identifique-a:
a) Conflitos de terras.
b) Diminuição da produção rural.
c) Falta de assistência médica.
d) Falta de uma política agrária.
e) Tragédias naturais.

4. (UFAM) A Zona Franca de Manaus foi implementada há mais de 30 anos como


parte de um programa de desenvolvimento e integração regional dirigido pelo Estado
brasileiro.
Fazendo um balanço de seus resultados, é possível afirmar que:
a) A expansão planejada da rede urbana garantiu a absorção de altos contingentes
populacionais que afluiram para Manaus.
b) A política de incentivos fiscais permitiu elevados investimentos do poder público
no atendimento integral das necessidades básicas da população manauara.
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c) A dinamização da economia do Estado fez desaparecer um quadro social marcado
pelo desemprego e subemprego em Manaus.
d) O projeto da ZFM foi articulado com uma política agrícola consistente que am-
pliou os níveis de produção e fixou a população no interior.
e) A implantação da ZFM e sua política de incentivos fiscais representou uma deses-
truturação da economia do Estado pela concentração das atividades nos setores
industrial e comercial.

5. As taxas de mortalidade infantil são muito elevadas no Estado do Amazonas. Isto se


deve principalmente:
a) aos baixos salários.
b) a poluição de todos os tipos.
c) ao desemprego e subemprego.
d) a doenças infecciosas e contagiosas.
e) todas estão certas.

6. A base da alimentação do homem do interior amazônico é:


a) rica em vitaminas, mas pobre em proteínas.
b) muito rica, já que o peixe é um alimento completo.
c) exclusivamente à base de peixe, conservas, farinhas d’água e frutas regionais.
d) é uma alimentação equilibrada com carne, frutas e verduras.
e) todas estão certas.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado e após a leitura do texto para discussão, exponha
sua opinião acerca do tema abordado ou outro assunto que tenha relação ao conteúdo
exposto.

2. Faça uma pesquisa sobre o crescimento da população brasileira e apresente à classe.

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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


8.4 - ESTRUTURA DA POPULAÇÃO AMAZONENSE

Distribuição por setores de atividades

Pelo exposto até aqui, percebe-se que o Amazonas apresenta hoje um quadro hu-
mano similar ao restante do país, em virtude de sua maior participação no contexto
nacional, especialmente no que diz respeito ao processo industrial. Justamente essa
atividade é que tem estimulado outros setores da economia, possibilitando uma maior
dinamização dos mesmos por parte da sociedade.
Boa parcela da população que se dedicava às atividades primárias vem se deslocan-
do para as principais cidades, causando, especialmente em Manaus, por exemplo, um
crescimento desordenado da mesma. Enquanto o setor primário tende a se esvaziar,
determinado pela falta de estímulos por parte dos governos no meio rural, os setores
secundário e terciário, principalmente este último, vêm apresentando uma hipertro-
fia, ou seja, inchaço populacional, gerando um verdadeiro exército de reserva, dis-
ponível no mercado de trabalho. A implantação da ZFM, com seu pólo industrial e
comercial, provocou uma maior concentração da população economicamente ativa
nestas atividades.

Quadro 5 - População Economicamente Ativa (PEA)


Pessoas de 10 ou mais de idade
1997 1998 1999 2000 2010*
776.591 754.936 820.404 1.045.854 1.497.945
Fonte: IBGE.
*Nota: PEA=Pop. Ocupada (1.371.347) + Pop. Desocupada (126.598)

Oscilações na economia brasileira e a instabilidade política forçaram os governos


estadual e municipal a absorver boa parte da população vinda do interior e aquelalibe-
rada pela indústria, nos momentos de crise econômica e particularmente pela automa-
ção ocorrida neste setor. As pessoas que não têm conseguido uma colocação recorrem
ao setor informal, que é composto de pequenas atividades exercidas basicamente por
trabalhadores autônomos, que não declaram seus rendimentos, não têm carteira assi-
nada ou contrato de trabalho, portanto vínculo empregatício e remuneração específica,
caracterizando o que chamamos de subemprego, assim como domésticas, vendedores
de semáforo, etc.
Na verdade, quando se optou por um modelo econômico urbano e industrial, se
esperava, como nas demais áreas do país, que a população ativa aumentasse, porém
a realidade saiu bem diferente. Por essa razão, estado e sociedade procuram corrigir
distorções, apoiando antigas atividades e criando novas, objetivando melhor distribuir a
população ativa nos setores da economia, garantindo e procurando eliminar aos poucos
o chamado modelo “excludente e concentrador”, típico do capitalismo selvagem.
101

William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


Distribuição etária e sexual da população

Para efeitos de estudos de demografia, as populações são classificadas em três faixas


etárias ou faixas de idade: Jovens (O até 19 anos), Adultos (entre 20 e 59 anos) e Ido-
sos (60 anos ou mais). Nas regiões em desenvolvimento havia uma tendência usual de
altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida. Por isso, ela aparecia com uma
estrutura jovem.

SAIBA MAIS Esperança de vida ao nascer


Número médio de anos que um indivíduo espera viver a partir do nascimento,
respeitados a estrutura e os níveis da mortalidade por idade observados naquela
população.

Quadro 6 - População por faixa de idade


Grupos de idade (em anos)
ANO
0a4 5a9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 ou + TOTAL
1991 206.284 317.933 534.974 360.184 255.429 153.421 88.645 88.904 2.005.774
2000 387.011 366.220 674.720 524.127 357.982 234.248 131.189 137.060 2.812.557
2008 342.579 386.710 746.984 638.194 503.963 342.581 223.864 213.736 3.398.611
Anuário Estatístico do Amazonas - IBGE/DEP/SEPLAN

Em todas as faixas de idade se nota que houve aumento, certamente em função do


próprio crescimento populacional. No entanto, o número de jovens, antes predomi-
nante, vem perdendo espaço na população amazonense, ficando com 1.476.273 habi-
tantes. Os adultos somaram 1.708.602, agora em maior número, enquanto os idosos
totalizaram 213.736. Este resultado segue o contexto nacional, na medida que houve
um aumento da população adulta e idosa, embora o Brasil ainda seja um país em de-
senvolvimento.
A população amazonense apresenta quase uma igualdade numérica entre homens e
mulheres, acompanhando, neste caso, a superiodade brasileira apresentada desde 1940.
Esse fato vem contribuindo para uma maior participação da mulher no mercado de tra-
balho. No Amazonas a esperança de vida ao nascer para os homens ficou em 66 anos
e para as mulheres ficou em 72 anos.

Indicadores do desenvolvimento humano

Trata-se de estatísticas que ajudam na busca de um realinhamento entre o grau de


desenvolvimento e o padrão de vida compatível às necessidades da população, por in-
termédio de ações governamentais e não governamentais, com movimentos sociais,
que podem atenuar os problemas sociais mais graves decorrentes da falta de renda nas
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


Quadro 7 - Distribuição da população por sexo
1997* 1998 1999* 2000** 2010**
Feminina 940.653 984.538 999.054 1.339.631 1.751.328
Masculina 900.653 912.559 953.234 1.324.224 1.729.609
* Exclusive a população rural. ** Censo Demográfico - IBGE, incluindo a população rural. IBGE

famílias, como o desemprego, a delinquência, a prostituição, o tráfico, entre outros, não


só na capital do estado, como também no interior, em que muitas famílias vivem em
situação de pobreza.
O ritmo de crescimento acelerado da população, superior ao da economia, pode ge-
rar uma incompatibilidade quanto ao suprimento das necessidades básicas. O próprio
mecanismo de funcionamento da economia de mercado, possibilita, como em todos os
lugares onde é adotado, o surgimento de grandes desigualdades sociais, que são niti-
damente visíveis na própria paisagem humana, através dos contrastes entre os tipos de
moradia ou equipamentos urbanos destinados a cada comunidade.

Quadro 8 - Renda per capita (R$ 1,00)


1996 1997 1998 1999 2010
5.519 5.496 5.613 5.577 13.042
Fonte: IBGE/DEPI/SEPLAN

Quadro 9- Classes de rendimentos mensal


Pessoas de 10 anos ou mais, economicamente
Salário mínimo ativa, na semana de referência
1996 1997 1998 1999 2000
Até 1/2 8.311 10.869 1.604 1.196 18.003
Mais de 1/2 a 1 81.414 97.837 126.209 109.680 173.512
Mais de 1 a 2 150.342 160.678 163.497 195.821 218.587
Mais de 2 a 3 107.038 109.050 86.155 126.025 96.870
Mais de 3 a 5 110.157 118.221 94.162 79.767 99.506
Mais de 5 a 10 86.612 75.769 75.333 69.405 59.852
Mais de 10 a 20 44.692 33.292 32.457 26.326 19.402
Mais de 20 15.239 17.325 9.219 7.580 15.449
Sem rendimento 99.748 153.210 165.498 202.211 116.228
Sem declaração 2.425 340 802 2.393 0
Total 705.978 776.591 754.936 820.404 817.409
Anuário Estatístico do Amazonas
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


O aparecimento de favelas no entorno de Manaus, demonstra que houve um de-
salinhamento entre a economia real e a ideal, ou seja, aquela que poderia abastecer a
maioria da sociedade amazonense quanto aos bens de que necessita, sejam materiais ou
espirituais. A acumulação de capital contribui para que o padrão de vida de alguns seja
comparável ao dos países do Norte, mas, por outro lado, faz com que a maioria fique
desprovida dos meios de sobrevivência, na medida em que uma minoria vai se apro-
priando rapidamente das riquezas e dos meios de produção.
Baixos salários, alimentação precária, falta de moradia, transportes, hospitais e esco-
las, são alguns aspectos que compõem o baixo nível de vida de boa parcela da popula-
ção, consequência da desigual distribuição da renda. A compreensão de que a pobreza
é um estado de carência, de privação, que pode colocar em risco a própria condição
humana, leva a crer que ser pobre é ter, portanto, sua humanidade ameaçada, pela satis-
fação de necessidades básicas ou pela incapacidade de mobilizar esforços e alternativas
a fim de suprir tais necessidades (apud SCHERER [s.dJ).

SAIBA MAIS O índice de Desenvolvimento Humano


O IDH é um índice que reúne três varáveis: saúde, escolaridade e renda.
A escala do IDH vai de 0,0 a 1,0 sendo:
• IDH baixo: menor que 0,500;
• IDH médio: entre 0,500 e 0,799;

Scherer (2006) afirma que existe uma ilusão de que a economia proporcionada pelo
MZF tem possibilitado amplo direitos de cidadania, posto que, existe um grave contras-
te visualizado no desemprego, na pobreza e miséria de segmentos expressivos da po-
pulação vivendo em situações que, se convencionou chamar de social. Vulnerabilidade
social, faz referência à uma conjuntura de “risco social”, ou seja, pessoa que enfrentam
fatores adversos,mgeralmente negativos, em suas moradias (OBSERVATÓRIO DAS
METRÓPOLES, 2009).
Atualmente vem se utilizando o IDH - para medir o grau de prosperidade da
população, não se atendo somente ao índice do PIB/per capita, que no Amazonas é
de R$ 13.042,83 (IBGE), calculado pela taxa de câmbio do mercado, pois este último,
muitas vezes esconde a realidade, o que acontece com frequência em estados onde a
renda é muito concentrada .
Segundo o PNUD (2000), o estado do Amazonas apresenta um IDH de 0,713, fican-
do o IDH educação em 0,813, o IDH longevidade de 0,692 e o IDH renda em 0,634.
Os números que compõem o IDH são compilados do IBGE, portanto de médias em
tomo de indicadores selecionados. O PNUD também utiliza o Índice de Vulnerabilida-
de Social, tomando Manaus como referência, ficando o IVS 2000 em 0,205, o IVS 2000
- ciclo de renda familiar em 0,278, o IVS 2000 - educação 0,200 e o IVS 2000 - renda
em 0,165.
Por outro lado é importante considerar também outros indicadores essenciais na
análise da questão social, como por exemplo, a distribuição de renda, ponto primordial
para reduzir as grandes desigualdades sociais, que podem ser resolvidas através de in-
vestimentos demográficos (assistência social, educação, saúde, moradia, alimentação,
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William Rubens Evangelista Oliveira - 10195902629


Quadro 10 - Resultado Comparativo do IDEB
Localização Nível/Etapas de ensino 2007 2009
Fundamental - Séries Iniciais 4,2 4,6
Brasil Fundamental - Séries Finais 3,8 4,0
Ensino Médio 3,5 3,6
Fundamental - Séries Iniciais 3,4 3,8
Norte Fundamental - Séries Finais 3,4 3,6
Ensino Médio 2,9 3,3
Fundamental - Séries Iniciais 3,6 3,9
Amazonas Fundamental - Séries Finais 3,3 3,5
Ensino Médio 2,9 3,3
Fonte: MEC/INEP/SEDUC/DEPLAN/GEPIE.

aposentadoria, etc). Apesar das limitações, os indicadores sociais são importantes para
chamar a atenção para os graves problemas sociais que precisam ser resolvidos.
Um caminho para mudar, passa pela melhoria da educação, índice que compõem o
IDH. Os resultados apresentados no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB) e Índice do Desenvolvimento da Educação no Amazonas (IDEAM) refletem
ações dos programas que formam o eixo estratégico do sistema estadual de ensino pú-
blico, segundo o Relatório de Ação Governamental de 2010. Uma demonstração desse
fato está na superação dos índices projetados para o estado pelo MEC. A rede estadual
de ensino já havia ultrapassado o índice projetado de 3,3 em 2007, equiparando sua
média ao esperado ainda para 2013.
Segundo o referido relatório, as ações dos programas estratégicos, como o ensino
médio presencial mediado por tecnologias, promovem as ferramentas que impactam
positivamente nos índices de avaliação do ensino, ao disponibilizar aos moradores das
localidades rurais dos municípios do estado do Amazonas, novas vagas nas modalida-
des do Ensino Fundamental e Médio, e ao transportar a escola para os beiradões do
sertão amazônico, adequada à qualidade e excelência do quadro docente e dos recursos
tecnológicos necessários para tal empreendimento.
No relatório consta que a criação de um novo modelo de escola, capaz de suplantar
os mais diversos obstáculos, com o uso da tecnologia IPTV (Internet Protocol Televi-
son - sistema de transmissão de TV digital sobre o protocolo IP (Internet Protocol)), por
meio de ligações de banda larga, o número de Escolas de Tempo Integral e Centros de
Educação de Tempo Integral (CETIs) está sendo ampliado com a construção de novas
unidades, tanto na Capital quanto no interior, favorecendo o desenvolvimento integral
do discente, em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
com atividades didático-pedagógicas de complementação, esportivas e socioculturais.
Destaca também, como atividade significativa de 2010, a adesão de 124.000 alunos
ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que envolveu professores e técnicos da
Educação. Outra relevância destacada no relatório foi a participação docente no Pro-
grama Ciência na Escola - BPC/ FAPEAM, com a aprovação de 176 Projetos Científi-
cos, entre os quais, 91 deles provenientes de escolas do interior do estado.
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Quadro 11 - Atendimentos Realizados na Educação Profissional - 2010
ATENDIMENTOS
DESCRIÇÃO CURSOS
Capital Interior Estado
Formação Técnica 58 3.960 7.614 11.574
Qualificação Profissional 319 39.428 13.105 52.533
Inclusão Digital 18 27.476 30.530 58.006
TOTAL 395 70.884 51.249 122.113
Fonte: CETAM

Quanto à educação profissional, o estado conta com diversas instituições, como


por exemplo, o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas - CETAM, que seguiu
com a execução de ações relacionadas à oferta de educação profissional, atingindo
marcas relevantes, tanto no número de cidadãos atendidos, ultrapassando a casa dos
400 mil em 2010, quanto na variedade de cursos disponibilizados, que correspondem
a 395 cursos distintos, dentre técnicos de nível médio e de qualificação profissional.
O Centro desenvolveu suas ações nos 61 municípios do interior do estado, além da
cidade de Manaus.
As vagas de cursos técnicos disponibilizadas no estado, colocaram o Amazonas em
situação de destaque na região Norte, com a oferta de vagas acima do dobro em relação
à soma dos demais estados, conforme se pode observar no Quadro 79.
Uma ação que merece destaque neste quesito da educação é o "Reescrevendo o Fu-
turo", desenvolvido pelo governo do estado, por intermédio do extinto Conselho de
Desenvolvimento Humano (CDH), UEA, SEDUC, e com a parceria das Secretarias
Municipais de Educação e MEC, o projeto foi criado com o objetivo de diminuir o ín-
dice de analfabetismo registrado no Amazonas.
Criado em 2003, o programa já atendeu 199 mil pessoas, tendo alfabetizado 108.698,
deste ano está previsto para mais 40.740 pessoas. Dos 62 municípios do Amazonas, 44
receberão o selo do Ministério da Educação de "Municípios Livre do Analfabetismo" e
18 o selo de "Município Alfabetizador", por atenderem mais de 50 dos analfabetos em
sua jurisdição. O analfabetismo já foi totalmente erradicado nas zonas urbanas de 37
municípios.
O programa registra um índice de aproveitamento de 73% (alunos alfabetizados),
com uma evasão de 7 e 20 de não alfabetizados, alcançando municípios e etnias, con-
forme destaque a seguir: Municípios com analfabetismo erradicado (Zona Urbana e
Rural): Alvarães, Anamã, Beruri, Boa Vista do Ramos, Guajará, Itamarati, Manaquiri,
Nhamundá, Silves, São Sebastião do Uatumã, Uarini e Urucurituba.
Municípios com analfabetismo erradicado (Zona Urbana): Apuí, Barreirnha,Ben-
jamin Constant, Boca do Acre, Caapiranga, Careiro Castanho, Careiro da Várzea,
Erunepé, Envira, Humaitá, Ipixuna, Iranduba, Itapiranga, Japurá, Maués, Novo Ai-
rão, Pauiní, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, São
Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tapauá, Urucará, Arnaturá, Anori e
Tonantins.
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Quadro 12 - Vagas ofertadas nos estados da região Norte
ESTADOS 2005 2006 2007 2008
Acre 1.352 1.003 859 1.572
Amapá 570 522 218 453
Amazonas 1.349 5.813 7.247 8.247
Pará 3.626 1.707 2.028 1.338
Rondônia 105 0 386 122
Roraima 67 0 0 0
Fonte: MEC, 2008.

Quadro 13 - Alfabetização
Total Urbana Rural
População com 5 anos ou mais de idade 3.056.032 2.548.546 507.486
Alfabetizadas 2.703.102 2.306.933 396.169
Não Alfabetizadas 352.930 241.613 111.317
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domícílios. 2008

Quadro 14 - Programa Reescrevendo o Futuro / Alunos Alfabetizados / 2003-2009


ANOS / NÚMERO DE ALUNOS TOTAL
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 DE ALUNOS

25.050 32.000 25.050 22.818 23.404 22.527 40.740 191.589


Fonte: UEA

Etnias indígenas beneficiadas (desde 2003): Apurinã, Arara, Arapaso, Baniwa,


Baré, Cambari, Cuiawi, Deni, Desana, Havaí, Jamamadi, Kaixana, Kambeba, Kana-
mari, Kokama, Kubeo, Kuripaco, Kulina, Marubo, Mayuruna, Miranha, Miriti- Ta-
puya, Maku, Mura, Pira- Tapyua, Sateré-Mawé, Tariana, Tikuna, Tucum, Tukano,
Tuyuka, Wanano, Werekena, Yanomami.

Selo Município Alfabetizador conferido pelo MEC - Municípios que atenderam


50 dos analfabetos do local: Apuí, Barcelos, Boca do Acre, Carauari, Careiro Casta-
nho, Coari,Fonte Boa, Humaitá, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manicoré, Maraã, Nova
Olinda do Norte, Santa Isabel do Rio Negro, São Paulo de Olivença, Tapauá, Tefé.
Selo Município Livre do Analfabetismo - Municípios com menos de 4 de analfabe-
tos: Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, Atalaia do Norte, Autazes, Barreirinha, Benja-
min Constant, Beruri, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Canutama, Careiro da
Várzea, Codajás, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Iranduba, Itacoatiara, Itamarati,
Itapiranga, Juruá, Lábrea, Manaquiri, Manaus, Maués, Nhamundá, Novo Airão, Novo
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Aripuanã, Parintins, Pauiní, Presi-
SAIBA MAIS Taxa de mortalidade infantil
dente Figueiredo, Rio Preto da Eva,
Número de crianças que não irão sobreviver ao pri-
Santo Antonio do Içá, São Gabriel
meiro ano de vida em cada 1.000 nascidas vivas.
da Cachoeira, São Sebastião do Ua-
tumã, Silves, Tabatinga, Tonantins, Taxa de mortalidade infantil
Uarini, Urucará, Urucurituba. Brasil Amazonas
E para completar a análise dos 1940 149,0 por mil
indicadores do desenvolvimento hu-
1991 45,0 por mil 50,36 por mil
mano, é necessário verificar a ques-
tão da saúde. Segundo o Relatório 2000 31,0 por mil 37,95 por mil
de Ação Governamental de 2010, o Meta do Milênio - 17 por mil em 2015
estado do Amazonas, em uma ten-
dência apresentada nos últimos seis anos, vem figurando em primeiro lugar quanto à
aplicação de recursos próprios na saúde, aplicando em média 21 ,5% de seus recursos,
ultrapassando em muito o determinado pela Emenda Constitucional n° 29 que estipula
em 12% a obrigatoriedade de aplicação dos estados brasileiros em saúde (Quadro 12).
No Quadro 13 é possível observar a participação das esferas com recursos oriundos
do Estado e da União.

Quadro 12 - Recursos em Saúde (% aplicados/ano) - Região Norte


UF 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Média
Rondônia 10,54 11,42 12,11 12,1 12 12,78 11,76
Acre 12,96 12,48 12,05 13,77 13,82 14,34 13,4
Amazonas 20,37 21,15 20,78 23,47 22,17 19,21 21,51
Roraima 13,26 11,53 12,77 13,22 13,64 14,95 13,14
Pará 10,31 12,04 12,41 12,74 12,61 12,77 12,07
Amapá 14,99 14,14 11,31 12,93 13,74 13,91 13,37
Tocantins 11,32 12,02 12,05 13,52 14,74 13,79 12,98
Fonte: Sistema de Informação Orçamento Público em Saúde - SIOPS / Ministério da Saúde.
Nota: Percentual Mínimo para área de Saúde, segundo EC 29 é 12%.

Quadro 13 - Evolução dos Gastos da Saúde no Amazonas - 2006-2009


FONTE 2006 % 2007 % 2008 % 2009* %
Tesouro Estadual 877.484.067 79,9 996.424.878 81,29 947.565.635 78,51 1.298.267.787 76,23
Tesouro Federal/
213.148.353 19,41 222.185.525 18,12 248.932.470 20,63 383.415.946 22,51
SUS
Convênios 6.779.675 0,62 6.398.745 0,52 9.805.616 0,81 20.992.080 1,23
Outros 727.409 0,07 822.684 0,07 568.304 0,05 397.025 0,02
TOTAL 1.098.139.504 100 1.225.833.839 100 1.206.872.025 100 1.703.072.840 100
Fonte: Fundo Estadual de Saúde - FES. Nota: Dados atualizados até 12/11/09
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Quadro 14 - Coeficiente de Mortalidade infantil no Amazonas
COEFICIENTE P/ 1.000
NASCIDOS VIVOS No DE ÓBITOS < 1 ANOS
ANOS NASCIDOS VIVOS
Estado Capital Interior Estado Capital Interior Estado Capital Interior
2004 71.345 36.967 34.378 1.332 628 704 18,67 16,99 20,48
2005 73.488 38.022 35.466 1.346 674 672 18,32 17,73 18,95
2006 75.584 38.697 36.887 1.381 655 726 18,27 16,93 19,68
2007 73.469 37.453 36.016 1.247 592 655 16,97 15,81 18,19
2008 74.642 38.292 36.350 1.233 598 635 16,52 15,52 17,47
2009* 74.544 39.516 35.029 1.232 591 641 16,53 14,96 18,30
Fonte: FVS/NUSI.
Nota *Dados sujeitos à retificação.

Um dos aspectos que salta na análise da saúde é a mortalidade infantil, pois as-
crianças são as primeiras a ser afetadas quando não se realizam os devidos investi-
mentos. O Coeficiente de Mortalidade Infantil do Amazonas nos últimos anos se
encontra dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde. A evolução desse indicador
demonstra um declínio substancial, passando de 18,6/1.000 nascidos vivos em 2004
para 16,5/1.000 em 2009, ficando assim, dentro dos Objetivos do Desenvolvimento
do Milênio (ODM) que é de 17 por mil em 2015, Na capital, esse indicador expressa
sensível declínio, o que se deve ao conjunto de ações empreendidas pelo governo es-
tadual para a melhoria da atenção a esse extrato populacional, com a intensificação
das ações de assistência integral à criança e à mulher, respectivamente, nos Centros
de Atenção Integral à Criança (CAIC) e Maternidades, ressaltando a construção e
implantação do Instituto da Mulher em 2010 com ampliação de leitos obstétricos e de
UTI neonatal e materna.
Diversos fatores também podem ter contribuído para a queda da mortalidade infan-
til, dentre os quais se destacam: intensificação nas campanhas de vacinação; redução
das doenças infecciosas, resultando numa maior queda da mortalidade no período pós-
neonatal; melhoria das condições ambientais e nutricionais da população, entre outros.
No Amazonas, o alto índice de mortalidade infantil, no que tange às afecções pe-
rinatais, é um problema a ser enfrentado, necessitando do envolvimento de todos os
segmentos, bem como trabalhar a sensibilização dos profissionais da área de saúde para
uma resposta de forma mais efetiva a problemática.
A ação de vacinação para as crianças tem contribuído para reduzir a morbimortal
idade por doenças imunopreveníveis, melhorando a qualidade de vida, man- tendo
a erradicação da poliomielite, o controle do sarampo, a síndrome da rubéola con-
gênita e da febre amarela urbana. Outro fator importante para a redução da taxa de
mortalidade infantil são as ações focadas no aleitamento materno, destacando que o
Amazonas possui um Banco de Leite Humano - BLH na Maternidade Ana Braga, o
maior do Brasil.
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TEXTOS PARA DISCUSSÃO

TEXTO 1: Mais de 99 das crianças estão na escola no AM


Brasília - O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou, na
última quinta-feira (19), as primeiras análises referentes à situação da educação bra-
sileira resultantes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Reali-
zada em 2009, a pesquisa mostra que um dos principais indicativos de melhoria no
sistema de educação é a evolução expressiva do chamado índice de escolarização
bruta, que indica a capacidade de atendimento escolar. Os números mostram que a
capacidade de atendimento no Amazonas supera a média nacional.
Conforme o Ipea, a taxa nacional de atendimento escolar à população na moda-
lidade de Ensino Fundamental, com faixa etária entre 7 e 14 anos, é de 85,7%. No
Amazonas essa taxa apresenta níveis bem maiores, chegando a 99,5%. De acordo
com o Departamento de Estatística da Secretaria de Estado de Educação, a evolu-
ção é progressiva e nos últimos três anos avançou mais de cinco pontos percentuais.
No Ensino Médio, entre a faixa de 15 a 17 anos, a evolução foi notável. Segundo
o Pnad, a taxa de escolarização nacional neste segmento é de 50,9. No Amazonas, a
mesma taxa é de 87,1%, apresentando evolução de 14% nos últimos três anos.
Para o Secretário de Estado de Educação, professor Gedeão Amorim, a evolução
dos índices amazonenses e a superação dos índices nacionais são resultantes de uma
série de ações que estão favorecendo o acesso escolar aos amazonenses residentes na
capital e também nas comunidades rurais do interior. Ainda conforme os dados do
Pnad, o Amazonas avançou no combate ao analfabetismo. No ano de 2006 a taxa
era de 10,4% e hoje, os índices foram reduzidos a 7,0%.
22 Nov 2010. http://www.d24am.comlnoticias/amazonas/mais-de-99-das-criancas-estao- na-esco la-
no-amlI1488?utm _ source=twitterfeed&utm _medi um=twitter

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ATIVIDADES DE APOIO

1. Como está distribuída a população amazonense pelos setores da economia?


2. O que tem acontecido com as pessoas liberadas pelas indústrias, face à implantação
de uma tecnologia de automação?
3. O modelo industrial desenvolvido na ZFM atendeu às expectativas sociais do Estado?
4. Por que se diz que a população amazonense apresenta grandes desigualdades sociais?
5. Explique, de forma geral, como é o padrão de vida da população amazonense.
6. Por que o PIB/per capita não é considerado um bom indicador?
7. O que é IDH? Qual o problema existente com este indicador?

EXERCÍCIOS

1. Leia as frases abaixo e depois assinale a opção conforme se pede:


I. Ocorre urbanização quando temos o aumento da população do campo e da cidade.
II. A vinda de grande número de trabalhadores não qualificados para a cidade possibilitou às
empresas empregarem uma mão-de-obra farta e barata.
III. Os setores secundário e terciário apresentam os maiores percentuais da população ativa.
São verdadeiras as frases:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I,II,m
e) n.d.a

2. (UEBA) Quando se estudam as principais atividades econômicas de um estado, país


ou região, é muito comum relacionar o número de pessoas que trabalham na agricul-
tura com o número de pessoas que trabalham na indústria. A nomenclatura utilizada
para designar o conjunto de pessoas que trabalham, respectivamente, na agricultura e
na indústria é:
a) Setor primário e setor secundário.
b) Setor primário e setor terciário.
c) Setor primário e setor quatemário.
d) Setor secundário e setor primário.
e) Setor de economia formal e setor de economia informal.

3. A limitação dos empregos na capital do Amazonas tem feito muitas pessoas que vêm
do interior recorrer ao setor:
a) Estatal.
b) informal.
c) primário.
d) comercial.
e) turístico.
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4. Vem recebendo inúmeras concessões há várias décadas, sem no entanto retribuir à
população, talvez por falta de articulações demográficas, condições para melhorar o
padrão de vida como nos países do Norte. A informação refere-se às:
a) empresas privadas nacionais.
b) empresas estatais.
c) empresas multinacionais ou transnacionais.
d) fronteiras agrícolas nenhuma das anteriores.

5. (UTAM) O que significa a expressão” Investimentos Demográficos”?


a) Despesas com alimentação, saúde e educação de menores de idade.
b) Métodos anticoncepcionais como laqueadura ou vasectomia para a diminuição do
índice de natalidade ou como planejamento familiar.
c) Grandes contingentes de pessoas com baixo grau de instrução ocupando o merca-
do de trabalho urbano.
d) Despesas do Estado com educação, aposentadorias, programa de assistência social
e saúde da população.
e) Gastos de Estado para o pagamento de aposentadorias e pensões para a população
da terceira idade.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

1. Com base no que foi estudado, exponha sua opinião acerca do tema abordado ou
outro assunto que tenha relação ao conteúdo exposto.

2. Faça uma pesquisa sobre os indicadores sociais da população brasileira e apresente


à classe.

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GLOSSÁRIO
Amplitude Térmica: Variação entre a má- Existe, portanto, um Estado federal (União)
xima e a mínima temperatura durante um com seus respectivos estados membros (uni-
certo tempo. dades da federação). Sem estados federados
Assoreamento: concentração de areia, sedi- não se conhece federação.
mentos, etc, no leito de um rio. Baixios: são El dorado: os colonizadores esperavam en-
bancos de areia ou de lama, submersos. contrar riquezas, mas ficavam frustrados
Batráquios: animais anfíbios, anuros, por nesse propósito, já que não as cobriram na-
exemplo sapos, rãs, etc. quela época.
Biomassa: Quantidade total da massa orgâ- Esse nome vem da lenda de um príncipe que
nica, armazenada num conjunto de organis- se banhava em pó de ouro todos os dias.
mos vivos que existem num dado instante e Estações: costuma-se resumir as estações
local da superfície terrestre. na Amazônia em apenas duas - a chuvosa
Biodiversidade: Número de espécies vege- (inverno) e a seca (verão). A primeira coin-
tais e animais por espaço, desde nível mole- cide com os meses de janeiro a dezembro.
cular até o ecossistema. Existe uma mudança de temperatura nos
Capitalismo: Sistema econômico e social meses de abril-maio-junho e novamente em
baseado na propriedade privada dos meios agosto-setembro-outubro.
de produção, na organização da produção Estiagem: é um tempo sereno, seco, após a
visando ao lucro e empregando o trabalho chuva ou sua época, provocando escassez de
assalariado e no funcionamento da lei da água nos rios,Fontes, etc.
oferta e da procura. Estirões: são as seções retas ou mais ou me-
Climatologia: ciência que estuda o clima, nos retas do rio, em quilômetros de extensão.
quer dizer, examina estatística, científíca e Estrutura fundiária: maneira como a terra
prolongadamente o clima: tipo, característi- está organizada para o seu aproveitamento.
cas, comportamento, etc. Estrutura geológica: é o terreno (chão)
Deposição: depositar no chão (ou de lado) onde predomina um determinado tipo de
os detritos carregados pelas águas. rocha, servido de base para o relevo e outros
Dossel: Parte superior das árvores com suas elementos da paisagem.
folhagens. Federação: é um tipo de organização po-
Ecossistema: Sistema que se forma pela in- lítica de um país, em que cada estado tem
fluência ou ação recíproca entre os elemen- sua própria Constituição, mas obedecendo a
tos físicos e químicos de um certo ambiente uma Constituição maior da União.
e os seres vivos nele existentes. Hematófagas: Que se alimentam de sangue.
Efeito estufa: consiste na retenção natural Húmus: é a terra negra, proveniente da de-
de calor irradiado pela superfície terrestre, composição parcial de restos vegetais ou
partículas de gases e de água em suspensão animais, a qual forma a parte fértil do solo.
na atmosfera, garantido a manutenção do Impermeáveis: que não se deixam penetrar
equilíbrio térmico do nosso planeta. por fluídos; impermeabilidade.
Estado: existem duas acepções em seu sen- Íngreme: Dificil de subir; escarpado.
tido político. Uma corresponde a um estado Jazida: são concentrações naturais de mi-
politicamente organizado em um território: nérios ou rochas de valor econômico, em
Brasil, Japão, França, Argentina, etc. A se- proporção superior ao que ocorre em outras
gunda corresponde à divisão política interna partes da crosta terrestre.
de alguns Estados que formam uma fede- Latitude: é a distância em graus a partir da
ração. Nesse caso, as unidades internas da linha do Equador, variando de O a 900 para o
federação são também chamadas de estado. pólo norte ou para o pólo sul da Terra.
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Litosfera: camada sólida da superficie terres- uma jazida. Distinguem-se entre reservas
tre, também chamada de crosta terrestre. conhecidas (jazidas bem delimitadas e iden-
Longitude: é a distância em graus a partir tificadas) e reservas provadas (segundo esti-
do GMT, variando de O a 1800 para o leste mativas ou especulações).
ou para o oeste da Terra. Rocha: agregado sólido constituído de forma
Logística (ou logístico): ciência militar que natural por um ou mais minerais existentes
trata do equipamento, transporte, etc. na superficie da Terra, podendo ser classifica-
Marombas: são balsas feitas sobre toras de das em três tipos: magmáticas (ígneas / vul-
árvores, cercadas, onde o gado aguarda a cânicas), metamórficas e sedimentares.
vazante dos rios. Rocha sedimentar: é a rocha formada pela
Miscigenação: cruzamento entre; mestiça- concentração de sedimentos oriundos da
gem; mistura racial. desagregação de outros tipos de rochas ou
Montante: é a direção de onde correm as detritos da natureza. Pode ser: detrítica (pela
águas de um rio. erosão), química (dissolução e precipitação)
Pólo: cortes espaciais menores para áre- ou orgânica (restos vegetais e animais).
as com real potencial de desenvolvimento, Royalty: Comissão estabelecida entre pro-
podendo ser um centro de interação entre prietário e usuário de uma patente industrial
o sistema produtivo e o desenvolvimento ou entre o editor e o autor de uma obra.
tecnológico. A comunidade é vista como Tecnopólo: constituem os pontos de inter-
protagonista, empreendedora, autônoma e conexão dos fluxos mundiais de conheci-
interdependente, com um modelo mentos e informações, sendo interligados
de gerenciamento mais específico, voltado por uma densa rede de telecomunicações e
para a mobilização e a informação. computadores. São os centros irradiadores
Poronga: lamparina utilizada pelos serin- das inovações tecnológicas. Neles locali-
gueiros própria para a mata. zam-se as indústrias da informação e do co-
Potencialidades: segundo estudos da FGV, nhecimento fortemente baseadas na micro-
designa os recursos naturais, produtos, se- eletrônica: de semicondutores (microchips),
tores, ramos ou atividades econômicas informática (hardware e software), robótica,
(disponíveis mas não utilizadas ou total ou telecomunicações, biotec-
parcialmente utilizados) que, por suas carac- nologia, etc.
teristicas, têm apelo suficiente para estimular Terraço: levantamento do leito do rio por
ou inibir a implantação ou ampliação de uma efeito da contribuição aluviônica.
determinada atividade econômica, conside- Térmitas: Cupins.
rando os limites e as caracteristicas sócio-e- Urbanização: é o crescimento da popula-
conômicas e ambientais da Área de Estudo. ção das cidades a taxas superiores à média
Praia: existem dois tipos de praias formadas nacional. Exemplo: se a população do país
pela sedimentação "praia cambão" ou "praia cresce 2,5 ao ano e a das cidades 4, está ha-
de duas cabeças" e simples. A "praia cam- vendo urbanização, com o deslocamento de
bão" constitui-se de duas seções interrompi- pessoas das zonas rurais para as urbanas.
das a meio por barranco; Valor agregado: expressão utilizada para
Produto Interno Bruto (PIB): é o valor agre- designar o grau de tecnologia envolvida
gado dos bens e serviços gerados durante um no processo produtivo de um bem. Quanto
ano pela economia; é a somatória da salários, mais sofisticado um produto maior é o seu
juros, lucros e aluguéis. PIB per capita é o valor agregado.
quociente do resultado da divisão do volume Várzea: terra marginal baixa, levada pelas
total do PIB pelo total da população. águas fluviais ou lacustres e sempre aprovei-
Reservas: volume disponível e economica- tada para a lavoura, em virtude da sedimen-
mente viável de minerais não-renováveis de tação rica deixada pelas enchentes anuais.
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SIGLAS

AIPAM - Associação das Indústrias de IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de


Pescado Sifado do Amazonas Geografia e Estatística
ALCA - Área de Livre Comércio das IDAM - Instituto do Desenvolvimento
Américas Agropecuário do Amazonas
ALE/Am - Assembleia Legislativa do Es- INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da
tado do Amazonas. Amazônia
CFEM - Compensação Financeira pela INPE - Instituto de Proteção Ambiental
Exploração de Recursos Minerais do Amazonas
CIDE - Centro de Incubação e Desenvol- IPAAM - Instituto de Proteção Ambiental
vimento Empresarial do Amazonas
CIGÁS - Companhia de Gás do Amazonas MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia
MDIC - Ministério do Desenvolvimento,
CPRM - Companhia de Pesquisa dos Re-
Indústria e Comércio Exterior
cursos Minerais
MMA - Ministério do Meio Ambiente
COP - Comissão de Contratação e Fiscali-
OMS - Organização Mundial de Saúde
zação de Obras Públicas
ONU - Organização das Nações Unidas
CORECON - Conselho Regional de Eco-
PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S.A.
nomia
PGAI - Programa de Gestão Ambiental
DNER - Departamento Nacional de pes-
Integrada
quisas Minerais
PIM - Pólo Industrial de Manaus
DNPM - Departamento Nacional de Pes-
PROECOTUR - Programa de Ecoturismo
quisas Minerais
REMAN - Refinaria de Manaus
EIZOF - Entreposto Internacional da
SACE - Sistema Amazônico de Comércio
zona Franca de Manaus
Exterior
ECT - Empresa de Correios e Telégrafos SECEX - Secretaria do Comércio Exterior
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pes- SEFAZ - Secretaria de Estado da Fazenda
quisas Agropecuárias SUDAM - Superintendência para o De-
FEPESCA - Federação dos Pescadores do senvolvimento da Amazônia
Amazonas e Roraima SUFRAMA - Superintendência da Zona
FGV - Fundação Getúlio Vargas Franca de Manaus
FNO - Fundo Constitucional do Norte UNICAMP - Universidade de Campinas
FTI - Fundo de Fomento ao Turismo USP - Universidade de São Paulo
mAMA - Instituto Brasileiro do Meio Am- ZEE - Zoneamento Ecológico-Econômico
biente e dos Recursos Naturais Renováveis ZFM - Zona Franca de Manaus
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FONTES UTILIZADAS

BIBLIOGRÁFICAS

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COELHO, Marcos Amorim. Geografia Geral. São Paulo. 3' edição. Moderna. 1997.
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MAGNOLI, Demétrio. O novo mapa do mundo. São Paulo. Scipione. 1996.
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Imprensa Oficial. 1975.
SCALZARETTO, Cláudio Vicentino e Reinaldo. A nova ordem internacional. São Paulo.
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SIOLLI, Harald. The Amazon: limnilogy and landscape ecology of a mighty tropical river and
it s basin. Tradução. U.A ..
VESENTINI, J. Willian. Geografia: Natureza & Sociedade. São Paulo. Contexto. 1989.
VESENTINI, J. Willian. Brasil - Sociedade & Espaço. São Paulo. Ática. 1998.
VESENTINI, Vânia Vlach e J. Willian. Brasil - Geografia Crítica. São Paulo. Ática. 1998.
VLACH, Salathiel Brenner e Vânia. Transportes e Comunicações. São Paulo. Ática. 1995.

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CD-ROM
Almanaque Abril. São Paulo. Abril Multimidia. 2008.
Almanaque do Empreendedor. Governo do Amazonas. 20 I O.
Guia de Investimento em energias renováveis no Brasil. ANEEL & CENBIO. 1998.
Enciclopédia Geográfica. São Paulo. Globo Multimídia. 1996.
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Seminário sobre ZEE na Amazônia Brasileira. Manaus-Am, 3 a 5/1 0/2000.
Sistema Amazônico de Comércio Exterior (SACE). Macrotempo Consultoria Econô-
mica S/C Ltda.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS
www.agricultura.gov.br www.queimadas.cnpm.embrapa.br
www.brasil.gov.br www.socioambiental.org
www.mdic.gov.br www.suframa.gov.br
www.eixos.gov.br www.petrobras.com.br
www.embrapa.gov.br www.sefazam.gov.br
www.funai.gov.br www.visitamazonas.com.br
www.ibama.gov.br www.fucapi.br
www.ibge.gov.br www.cade.com.br/cigeogra.htm
www.incra.gov.br www.escola.org/geografia
www.inpe.br www.geipot.gov.br
www.mct.gov.br www.manaus-online.com.br
www.mda.gov.br www.nationalgeographic.com
www.mma.gov.br www.transportes.gov.br
www.museudoindio.org.br www.tvcultura.com.br
www.ipea.gov.br www.acrítica.com.br
ATLAS
DARÓS, Vital. Atlas Mundial. São Paulo. FTD.
FERREIRA, Graça Maria L.. Atlas geográfico. São Paulo. Moderna. 1998.
MARQUES, José F .. Atlas geográfico atual. São Paulo. Atual. 1992.
SIMIELLI, Maria Helena. Geoatlas. São Paulo. Ática. 1995.
YOUSSEF, et ali Maria da P. Bertoldi. Atlas dos ambientes brasileiros. São Paulo.
Scipione. 1997.

REVISTAS
Geográfica Universal. Bloch Editores. Rio de Janeiro.
Horizonte Geográfico.
ICOMOS - Brasil. São Paulo.
Terceira Civilização. Editora Brasil Seikyo Ltda.
Isto é. São Paulo. Editora Três.
Amazônia em foco. Manaus. Publicom.
Amazônia Nossa. Porto Velho. Fênix.
Veja. São Paulo. Abril.
Super Interessante. São Paulo. Abril.
Amazônia Vinte e Um. Editora Vinte e Um. Manaus.
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