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"Panorama atual e perspectivas da

Geologia e Geofísica Marinha no Brasil"

PUBLICAÇÃO ESPECIAL
(Resumos das palestras disponibilizadas)

I SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE GEOLOGIA E
GEOFÍSICA MARINHA
(I SBGGM)

05 a 09 de novembro de 2018
Centro de Convenções Mirador Rio Hotel
Copacabana - Rio de Janeiro - RJ
PROGRAMA DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA
(PGGM)

PUBLICAÇÃO
ESPECIAL
(Resumos das palestras disponibilizadas)

I SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA
(I SBGGM)

1a Edição

Rio de Janeiro
P2GM Projetos e Produções
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971

S612 Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (1.


: 2018 : Rio de Janeiro).
Publicação especial (resumo das palestras
disponibilizadas) [recurso eletrônico] / Programa de
Geologia e Geofísica Marinha. —— Rio de Janeiro : P2GM
Projetos e Produções, 2019.
Dados eletrônicos (pdf).

Evento realizado nos dias 05 a 09 de novembro de 2018, no


Centro de Convenções Mirador Rio Hotel Copacabana, Rio de
Janeiro.
“Panorama atual e perspectivas da geologia e geofísica
marinha no Brasil”.
ISBN 978-65-80022-01-4

1. Geologia marinha. 2. Geociências. 3. Geofísica


marinha. I. Programa de Geologia e Geofísica Marinha
(PGGM). II. Título.
CDD 551.46
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

SOBRE O PGGM

A história da Geologia e Geofísica Marinha no Brasil tiveram seu início e


evolução impulsionados pela organização de grandes cruzeiros oceanográficos,
associados à disponibilidade de navios nacionais e internacionais, à criação de
laboratórios de pesquisa, e às demandas de projetos nacionais no fim da década de
1960.
A primeira expedição que deu início ao levantamento sistemático da plataforma
continental brasileira foi a Operação GEOMAR I, realizada em 1969. Esta expedição,
organizada pela Marinha do Brasil, a bordo do Navio Oceanográfico Almirante Saldanha
(H10/Marinha do Brasil), tinha como objetivo principal estudar o fundo submarino na
região da Foz do Rio Amazonas. Participaram representantes da PETROBRAS, do
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), além de várias universidades e
pesquisadores brasileiros.
Após a GEOMAR I, foram criados dois importantes centros de pesquisa de
referência que perduram até os dias atuais, sendo eles: o Centro de Estudos de
Geologia Costeira e Oceânica (CECO) - da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) - e o Laboratório de Geologia Marinha (LAGEMAR) - da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ); posteriormente transferido para a Universidade Federal
Fluminense (UFF).
Devido ao sucesso alcançado pela GEOMAR I, em 1971, ocorreu o 1o Encontro
de Diretores de Instituições de Pesquisa no Mar; com o intuito de discutir diretrizes para
a pesquisa oceanográfica no Brasil. Este evento foi organizado pela Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN/Marinha do Brasil), pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e contou ainda com a presença de
diversas instituições acadêmicas e de pesquisas brasileiras. Durante o evento foram
formados grupos de trabalho nas grandes áreas da Oceanografia e, entre eles, um
grupo de professores/pesquisadores na área de Geologia e Geofísica Marinha. Este
grupo de trabalho, tomando como exemplo o sucesso da Operação GEOMAR I,
delineou os primeiros passos para a implantação do que foi denominado de: Programa
de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM). Assim, surgiu em 1971 a primeira “rede de
pesquisa oceanográfica brasileira” no âmbito do PGGM. Para isto foi estabelecida uma
coordenação da DHN com o PGGM, que propôs a criação de um Programa Plurianual
de Pesquisas do Mar, onde foi possível se estabelecer, em grandes linhas, um programa
nacional trienal (1970 - 1972); o que permitiu ao Brasil se integrar a uma série de
projetos internacionais, resguardando os interesses nacionais no Atlântico Sul.
Os esforços iniciais dessa rede de pesquisadores do PGGM objetivaram
principalmente: o avanço da Geologia e Geofísica Marinha no Brasil e no exterior, a
proposição de soluções para a carência de recursos naturais e a investigação científica
da costa e plataforma continental brasileira. Em pauta estavam discussões sobre a
filosofia do PGGM, a necessidade de meios de execução (navios), a formação de
recursos humanos e a aquisição/desenvolvimento da instrumentação básica necessária
às pesquisas. Para tanto, o PGGM tinha como objetivo geral "fazer o reconhecimento
da costa e da margem continental brasileira e promover o desenvolvimento da infra-
estrutura de equipamentos e pessoal necessários para a Geologia e a Geofísica
Marinha". Neste contexto, até o ano de 1986, foram realizadas, com grande êxito, um

iii
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

total de 24 Operações GEOMAR, coordenadas pelo PGGM, nas quais foram


empregados os navios oceanográficos NOc "Almirante Saldanha" e NOc. "Almirante
Câmara" da DHN/Marinha do Brasil. Neste período foram também realizadas diversas
operações em áreas costeiras (Operações GEOCOSTAS), com bastante êxito, pelas
instituições participantes do PGGM.
As iniciativas e esforço do PGGM foram o embrião para a concretização do
Projeto de "Reconhecimento Global da Margem Continental Brasileira" (Projeto
REMAC); sem dúvida um dos maiores levantamentos sistemáticos da margem
continental brasileira, realizado nas décadas de 1970 a 80. Neste projeto foram
incorporados novos parceiros ao PGGM, como a PETROBRAS, o extinto Departamento
de Produção Mineral (DNPM - atualmente Agência Nacional de Mineração (ANM) – a
Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM) – atualmente Serviço Geológico
do Brasil – a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM); além da DHN
e do CNPq que já integravam o PGGM. Além dessas instituições, colaboraram várias
instituições estrangeiras como a Woods Hole Oceanographic Institution (MIT), o
Lamont-Doherty Earth Observatory (Columbia University) e o Centre National pour
I‘Exploitation des Océans (IFREMER).
Atualmente o PGGM integra uma rede que engloba 27 instituições, desde o Rio
Grande do Sul até o Amapá (Tabelas I e II), dividido entre instituições efetivas
(universidades, institutos e centros de pesquisa) e instuições colaboradoras (órgãos e
empresas públicas). Desta integração resultam publicações científicas nacionais e
internacionais, livros, manuais metodológicos e guias de diretrizes, além do intercâmbio
interinstitucional.

Tabela I. Instituições efetivas que integram o PGGM. Fonte: http://pggmbrasil.org/instituições


Instituições efetivas Sigla
Universidade Federal do Rio Grande FURG
Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Universidade Federal de Santa Catarina UFSC
Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI
Universidade Federal do Paraná UFPR
Universidade de São Paulo USP
Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ
Universidade Federal Fluminense UFF
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
Universidade Federal do Espírito Santo UFES
Universidade Federal da Bahia UFBA
Universidade Federal de Pernambuco UFPE
Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN
Universidade Estadual do Ceará UECE
Universidade Federal do Ceará UFC
Universidade Federal do Maranhão UFMA
Universidade Federal do Pará UFPA
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira IEAPM
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá IEPA

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I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

Tabela II. Instituições colaboradoras que integram o PGGM. (Modificado de:


http://pggmbrasil.org/instituições)
Instituições colaboradoras Sigla
Comissão Interministerial para os Recursos do Mar CIRM
Diretoria de Hidrografia e Navegação DHN
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MCTIC
Ministério do Meio Ambiente MMA
Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (Serviço Geológico do Brasil) CPRM
Departamento Nacional de Produção Mineral (Agência Nacional de Mineração) DNPM / ANM
Petróleo Brasileiro SA PETROBRAS

Portanto, ao longo dos últimos 49 anos, o PGGM vem contribuindo ativamente


para a elaboração e execução de políticas públicas visando ampliar o conhecimento da
margem continental brasileira e do Atlântico Sul, em seus vários aspectos: científicos,
acadêmicos, estratégicos, de soberania nacional, de gestão ambiental, de divulgação e
de formação de recursos humanos.
Dentre os principais projetos de âmbito nacional e internacional realizados com
a participação PGGM - alguns ainda em execução - se destacam:
- o Projeto de Reconhecimento Global da Margem Continental Brasileira (REMAC; 1970
-1985);

- o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC, 1988 - 2013);

- o Levantamento da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (Projeto


LEPLAC/Amazônia Azul,1990 - 2010);

- a Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva


(Projeto ReviZEE, 1994 - 1998);

- a Avaliação do Potencial Mineral da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (Projeto


REMPLAC, 1997 - atual),

- o de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico


Sul e Equatorial (Projeto PROAREA, 2012 - atual),

- o Programa "International Ocean Discovery Program" (Programa IODP/ CAPES-Brasil,


2015 - atual) e

- o Programa Nacional para Conservação da Linha de Costa (PROCOSTA/MMA, 2018


- atual).

O I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM) é fruto da


filosofia do trabalho pioneiro do PGGM, em “rede de pesquisa” no Brasil, ao longo
desses 49 anos de história.

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias


Coordenador do PGGM
Faculdade de Oceanografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

v
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

APRESENTAÇÃO DO I SBGGM

Sob o tema “Panorama atual e perspectivas da Geologia e Geofísica


Marinha no Brasil”, o Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM),
realizou de 05 a 09 de novembro de 2018, o I Simpósio Brasileiro de Geologia e
Geofísica Marinha (I SBGGM) e a 49ª Reunião Anual do PGGM, na cidade do
Rio de Janeiro - RJ, no Centro de Convenções do Mirador Rio Hotel –
Copacabana, tendo como instituições organizadoras a Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O evento contou com apoio institucional do MME, MMA, MCTIC, CAPES,
CNPq, CIRM/SECIRM, PETROBRAS, CPRM, DHN/Marinha do Brasil, DNPM,
FAPERJ, IPT, AOCEANO, Mirador Rio Hotel e Sistema Labgis/UERJ. Contou
ainda com o patrocínio de instituições públicas e privadas ligadas à Geologia e
Geofísica Marinha, como AML Oceanographic, QPS, Geoforce, IMS, Meridata,
ARATU, HIDROTOP, Grupo Acquaplan, Dragabras, Sight, A2 Marine Solutions,
FEMAR, UERJ, UFF, UFRJ.
Pelo terceiro ano consecutivo, ocorreram simultaneamente ao evento, o
3º Workshop de Geologia e Geofísica Marinha e o 3 o Workshop International
Ocean Drilling Program (IODP / CAPES). Além destes, atendendo a crescente
demanda do mercado na área de Levantamentos Hidrográficos (LH), foi
realizado o 1º Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera. Por fim, foi
realizada ainda a 49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica
Marinha (PGGM).
O I SBGGM teve um público diário de aproximadamente 500
congressistas e possibilitou a estudantes, profissionais e pesquisadores uma
programação de alto nível a um baixo custo. Foram oferecidos 04 minicursos pré
e pós Simpósio, 03 workshops e 04 sessões temáticas (Zona Costeira, Margem
Continental, Oceano Profundo e Hidrografia Portuária e Petrolífera), com 58
palestrantes de renome nacional e internacional, 04 mesas redondas e uma
excursão técnica. Foram apresentados 126 trabalhos acadêmicos e científicos
em formato Pôster, por estudantes de graduação e pós-graduação,
pesquisadores e profissionais das ciências do mar, sendo que no total foram
submetidos 152 resumos para avaliação da Comissão Científica.
Como um dos produtos finais do I SBGGM, foram publicados os 126
trabalhos apresentados em formato pôster nos Anais do I SBGGM (ISBN: 978-
65-80022-00-7).
Atendendo a vários pedidos, escontram-se aqui nesta Publicação
Especial do I SBGGM, os resumos das palestras disponibilizadas pelos autores,
que estão também disponíveis em www.pggmbrasil.org/publicacoes.
Comissão Organizadora do I SBGGM
vi
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias (UERJ)


Coordenador do PGGM GESTÃO 2018-2019
Coordenador Geral do Evento
pggm@pggmbrasil.org

Prof. Dr. Alex Cardoso Bastos (UFES)


Vice Coordenador do PGGM GESTÃO 2018-2019
alex.bastos@ufes.br
alexcardosobastos@gmail.com

Oc. M.Sc. Caroline Fontelles Ternes


Produção Executiva do I SBGGM
secretaria@pggmbrasil.org

vii
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Alex Cardoso Bastos (UFES)


Vice Coordenador do PGGM GESTÃO 2018-2019
Coordenação da 3ª Reunião CAPES-IODP/Brasil e da Sessão Temática
Geologia e Geofísica Marinha – Oceano Profundo
alex.bastos@ufes.br
alexcardosobastos@gmail.com

Profa. Dra. Flavia Lins de Barros (UFRJ)


Coordenação da Sessão Temática Geologia e Geofísica Marinha –
Zona Costeira
flaviamlb@ufrj.br
flaviamlb@gmail.com

Prof. Dr. Gilberto Tavares de Macedo Dias (UFF)


Coordenação da Sessão Temática Geologia e Geofísica Marinha –
Margem Continental
gilbertotmd@id.uff.br
gilbertotmd@gmail.com

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias (UERJ)


Coordenador do PGGM GESTÃO 2018-2019
Coordenação do 1° Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
Coordenador Geral do Evento, Abertura, Mini-Cursos, Palestras,
Excursão Técnica
sperle@uerj.br
marcelo.uerj@globo.com

viii
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO

APOIO INSTITUCIONAL

PATROCÍNIO

ix
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

SUMÁRIO

SOBRE O PGGM.................................................................................... iii


APRESENTAÇÃO DO I SBBGM............................................................. vi

COMISSÃO ORGANIZADORA............................................................... vii

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA............................................................... viii

REALIZAÇÃO.......................................................................................... ix

ORGANIZAÇÃO...................................................................................... ix

APOIO INSTITUCIONAL......................................................................... ix

PATROCÍNIO.......................................................................................... ix

I – RESUMOS DE PALESTRAS DISPONIBLIZADOS PELOS


AUTORES............................................................................................... 11

x
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

RESUMOS

DAS PALESTRAS

DISPONIBILIZADAS

PELOS AUTORES

11
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

TÍTULO PALESTRANTE PG.


ATLAS GEOLÓGICO-OCEANOGRÁFICO DA PLANÍCIE COSTEIRA E SISTEMA PRAIAL
NORBERTO OLMIRO HORN FILHO 13
DO LITORAL DE SANTA CATARINA, SC, BRASIL

PADRÕES GEOACÚSTICOS DE FUNDO E SUBFUNDO E SUA IMPORTÂNCIA NA


MARCELO SPERLE DIAS 14
HIDROGRAFIA PORTUÁRIA E PETROLÍFERA
SÍNTESE DAS PESQUISAS DO LABORATÓRIO DE ESTUDOS COSTEIROS DA UFPR
MARIA CRISTINA DE SOUZA 15
NO ÂMBITO DO PGGM
RISCOS NATURAIS E ANTRÓPICOS ASSOCIADOS A PROCESSOS COSTEIROS NO
LAURO JULIO CALLIARI 16
LITORAL DO RIO GRANDE DO SUL (RS)
O DELTA DOMINADO POR ONDAS DO SÃO FRANCISCO: ARQUITETURA
JOSÉ MARIA LANDIM DOMINGUEZ 17
DEPOSICIONAL E SUBIDA DO NÍVEL DO MAR DESDE O ULTIMO MÁXIMO GLACIAL

DIAGNÓSTICO DAS RELAÇÕES ENTRE A EROSÃO E AS OBRAS COSTEIRAS RODOLFO JOSÉ ANGULO 18

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS ZONAS COSTEIRAS CLAUDIO FREITAS NEVES 19

ALTERAÇÕES HISTÓRICAS DA GEOMORFOLOGIA DAS PRAIAS ARENOSAS DA


FLAVIA MORAES LINS DE BARROS 20
CIDADE DO RIO DE JANEIRO
THE GEOMORPHOLOGY OF BRAZILIAN ESTUARIES GUILHERME CAMARGO LESSA 21

PANORAMA DA EROSÃO COSTEIRA NO BRASIL DIETER MUEHE 22

EVOLUÇÃO PALEOGEOGRÁFICA DAS PALEODRENAGENS DA REGIÃO COSTEIRA


IRAN CARLOS STALLIVIERE CORRÊA 23
DO RIO GRANDE DO SUL NO QUATERNÁRIO TARDIO
TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS ENTRE PROMONTÓRIOS DA COSTA DO ESTADO
ANTONIO HENRIQUE DA FONTOURA
DE SANTA CATARINA (SC), COMO SUBSÍDIO PARA ENTENDIMENTO DE KLEIN
24
PROCESSOS PRAIAS EROSIVOS E DEPOSICIONAIS
CARACTERIZAÇÃO DE AMBIENTES CONVERGENTES COM SUBDUCÇÃO A PARTIR
EVERTON BONGIOLO 25
DE REGISTROS VULCÂNICOS E SEDIMENTARES SUBAQUOSO
ESTIMATIVAS DA VARIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE SUPERFICIAL NA PORÇÃO
CENTRAL DA BACIA DE SANTOS DESDE O ÚLTIMO PERÍODO GLACIAL COM BASE FELIPE LIMA TOLEDO 26
NA ASSOCIAÇÃO DE COCOLITOFORÍDEOS
UM CAMPO DE POCKMARKS NO TALUDE SUL DO BRASIL: MORFOLOGIA,
MICHEL MICHAELOVITCH DE MAHIQUES 27
SEDIMENTAÇÃO E EVIDÊNCIAS DE EXSUDAÇÃO MODERNA

TERRAÇO DO RIO GRANDE: NOVOS DADOS GEOLÓGICOS E GEOFÍSICOS JOSÉ GUSTAVO NATORF DE ABREU 28

FUNDOS DE RODOLITOS E SUSCEPTIBILIDADES AOS IMPACTOS AMBIENTAIS GILBERTO TAVARES DE MACEDO DIAS 29

RELAÇÃO ENTRE A PESCA E O TIPO DE FUNDO NA PLATAFORMA CONTINENTAL


GEORGE SATANDER SÁ FREIRE 30
DE ICAPUÍ

GEOACÚSTICA SUBMARINA: NOVOS DESAFIOS NA CARACTERIZAÇÃO DOS


ARTHUR AYRES NETO 31
SEDIMENTOS DO FUNDO MARINHO

A VARIAÇÃO DA GEOMETRIA CRUSTAL DA MARGEM BRASILEIRA AO LONGO DE


PEDRO VICTOR ZALÁN 32
TODA A SUA EXTENSÃO

ILHAS VULCÂNICAS NA MARGEM CONTINENTAL LESTE BRASILEIRA WEBSTER MOHRIAK 33

PROJETO LEPLAC: SITUAÇÃO ATUAL NA UNCLOS LUIZ CARLOS TORRES 34

MITOS E VERDADES SOBRE OS "CORAIS DA FOZ DO AMAZONAS" ALBERTO GARCIA FIGUEIREDO JR. 35

UMA VISÃO REGIONAL INTEGRADA DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DEPOSICIONAIS DE


ÁGUAS PROFUNDAS QUATERNÁRIOS DAS BACIAS DE CAMPOS E ESPÍRITO
CIZIA MARA HERCOS 36
SANTO, SUAS RELAÇÕES COM A FISIOGRAFIA BACINAL E COM OS PROCESSOS
COSTEIROS E PLATAFORMAIS
FUNDOS LAMOSOS EM ÁREAS PORTUÁRIAS E CANAIS DE NAVEGAÇÃO SUSANA VINZÓN 37
MEGA-AGREGADOS EM SUSPENSÃO NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS E SEUS
GUILHERME CAMARGO LESSA 38
REFLEXOS NAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS
MAPEAMENTO GEOACÚSTICO DE LAMAS-FLUÍDAS EM ÁREAS PORTUÁRIAS: UMA
MARCELO SPERLE DIAS 39
PROPOSTA METODOLÓGICA

12
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

ATLAS GEOLÓGICO-OCEANOGRÁFICO DA PLANÍCIE COSTEIRA E


SISTEMA PRAIAL DO LITORAL DE SANTA CATARINA, SC, BRASIL

HORN FILHO, N.O.

Palestra proferida por: Dr. Norberto Olmiro Horn Filho (Universidade Federal de Santa Catarina,
norberto.horn@ufsc.br)

A planície costeira e a plataforma continental representam os domínios emerso e


submerso das bacias marginais marinhas de Santos e Pelotas no estado de Santa
Catarina, nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Entre os depósitos quaternários da
planície costeira e as fácies sedimentares da plataforma continental instalaram-de
diferentes sistemas praiais, que caracterizam os depósitos marinhos praiais na transição
entre os depósitos eólicos na forma de dunas embrionárias e frontais e os sedimentos
geralmente arenosos dos setores morfológicos da face praial e antepraia. Considera-se
ainda como integrante da província costeira de Santa Catarina, os litotipos magmáticos
e metamórficos e secundariamente os sedimentares do embasamento, de idade pré-
Cenozoica. Nesse enfoque, desde 1991 aos dias atuais, foi mapeada do ponto de vista
geológico-geomorfológico, 20 unidades geológicas de toda a planície costeira
catarinense nos seus 38 municípios costeiros, considerando 4.212km2 de área territorial
total, onde vivem 2.378.055 habitantes, que representa 38,1% da população do estado,
o que justifica a importância de realização de estudos geológicos, geomorfológicos,
oceanográficos, sedimentológicos e paleogeográficos, contribuindo para a gestão
costeira. As unidades geológicas deposicionais e o embasamento indiferenciado da
planície costeira foram individualizadas e representadas em imagens, com objetivo de
retratar a frequência e a distribuição de cada unidade ao longo da área de estudo. Os
cálculos geométricos das áreas, representadas pelas feições de cada unidade
deposicional mapeada, tiveram por base os arquivos em shapefile do mapeamento
geológico-geomorfológico que serviu de base a esse trabalho, sendo possível mensurar
a dimensão das diversas feições geológicas a partir de polígonos e elementos
topológicos distintos com o auxílio das ferramentas de medidas geométricas do software
ArcGIS 10.1®. A visita aos 370 pontos de observação referente às 260 praias arenosas
do litoral catarinense se deu em 26 trabalhos de campo, durante o período de dezembro
de 2007 a junho de 2012, considerando os 27 municípios costeiros de frente para o
oceano Atlântico, perfazendo uma extensão total de 696.937m. Esse trabalho é
resultado de duas importantes publicações que deverão ser lançadas no início de 2019:
(i) a primeira relacionada à planície costeira, intitulada “Atlas geológico da planície
costeira do estado de Santa Catarina, Brasil, em base ao estudo dos depósitos
quaternários” (AGPCSC), onde serão apresentados 59 mapas geológicos e, (ii) a
segunda relacionada ao sistema praial, intitulada “Atlas geológico-oceanográfico das
praias arenosas oceânicas de Santa Catarina, Brasil” (APRASC), onde serão
apresentadas características geológico-oceanográficas de todas praias arenosas,
complementado por cinco mapas em base aos satmaps dos litorais Norte, Centro-norte,
Central, Centro-Sul e Sul de Santa Catarina. Ambos os projetos foram desenvolvidos no
âmbito do Departamento de Geociências, Laboratório de Geologia Costeira e
Laboratório de Sedimentologia da Universidade Federal de Santa Catarina, no âmbito
do PGGM.

13
I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

PADRÕES GEOACÚSTICOS DE FUNDO E SUBFUNDO E SUA


IMPORTÂNCIA NA HIDROGRAFIA PORTUÁRIA E PETROLÍFERA

SPERLE, M.

Palestra proferida por: Dr. Marcelo Sperle (Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
marcelo.uerj@globo.com)

A determinação de padrões geoacústicos de fundo e do sub-fundo tem grande importância para


uma série de atividades e estudos em áreas portuárias. Dentre eles pode-se destacar: a
segurança da navegação, as dragagens e derrocagens, a hidrodinâmica de fundo, o
assoreamento e erosão, a poluição aquática, dentre outros. No entanto, sua determinação e
quantificação dependem da inter-relação de diferentes variáveis que dependem dos parâmetros
geológicos e geotécnicos, das especificações técnicas dos equipamentos acústicos, da
estratégia de aquisição dos dados, das técnicas de processamento empregadas e da experiência
dos profissionais intérpretes. Portanto, pode-se verificar que os produtos finais dessas atividades
e estudos são, em geral, qualitativos e muito subjetivos; o que dificulta sobremaneira o seu
emprego no dia-a-dia das atividades portuárias e de seus diversos “atores” (Autoridade Portuária,
Praticagem, Armadores, Capitania dos Portos, Comandantes, Centro de Hidrografia da Marinha
do Brasil, dentre outros). Neste contexto, o principal objetivo desse trabalho é mapear e
quantificar os principais padrões geoacústicos de fundo e sub-fundo presentes em diversos
portos brasileiros; em particular nos portos: do Rio de Janeiro, de Santos, de Rio Grande, de
Itajaí, de Paranaguá, de São Francisco do Sul, de Vitória, de Sergipe e do Rio Grande do Norte.
Para isto, foram utilizados um sistema de sísmica de alta resolução multifrequência (CHIRP/2-
16kHz), um ecobatímetro monofeixe (210kHz) e um sistema de sonar de varredura lateral
(100kHz) e diversos amostradores sedimentológicos. Todos os dados foram integrados a um
sistema de posicionamento DGPS (L1-L2) com precisão submétrica. As principais características
geoacústicas observadas nos resultados ecobatimétricos foram: i) traço-duplo (“double-echo”),
onde ocorrem as lamas-fluidas; ii) traço-único (“single-echo”) pouco refletivo e descontínuo, onde
ocorrem lamas plásticas; iii) traço-único (“single-echo”) refletivo e contínuo, onde ocorrem as
lamas-plásticas-arenosas e iv) traço-único (“single-echo”) muito refletivo e contínuo, onde
ocorrem areais-lamosas. Os resultados obtidos após o processamento dos dados sísmicos
revelaram que os padrões são: a) muito pouco refletivo (quase transparente) e contínuo, ao longo
dos depósitos de lamas-fluídas; b) contínuo e pouco refletivo, onde ocorrem lamas-plásticas; c)
contínuo e intercalado/zebrado (refletivo e semi-transparente), onde ocorrem as lamas-plásticas-
arenosas e iv) contínuo e muito refletivo, onde ocorrem as areais-lamosas. Já os resultados
obtidos após o processamento dos dados sonográficos, se mostraram compatíveis apenas para
a indicação da presença de lamas-plásticas, lamas-arenosas e areias-lamosas; não
apresentando padrões significativos para as lamas-fluídas. Após a integração dos resultados
geológicos, geotécnicos e geofísicos foram estabelecidos 04 (quatro) padrões geoacústicos
devidamente parametrizados (“ground truth”); quais sejam: Padrão I – Lamas-Fluídas; Padrão II
– Lamas-Plásticas; Padrão III – Lamas-Plásticas-Arenosas (SiO2) e Padrão IV – Areias-
Lamosas. Conclui-se que o uso de métodos geofísicos acústicos integrados, principalmente a
sísmica rasa de alta resolução, com tecnologia CHIRP - onde as bandas de frequências são
moduladas (FM); o que aumenta a relação sinal-ruído – é fundamental para a determinação de
padrões geoaústicos de fundo e sub-fundo em áreas portuárias. Esses estudos foram
desenvolvidos no âmbito do Grupo de Pesquisa em Oceanografia Geológica da UERJ (GPOG-
UERJ/CNPq, v.10) e contaram com financiamentos da SR2-UERJ, FAPERJ e CNPq.

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49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

SÍNTESE DAS PESQUISAS DO LABORATÓRIO DE ESTUDOS COSTEIROS


DA UFPR NO ÂMBITO DO PGGM

SOUZA, M. C.; ANGULO, R. J.

Palestra proferida por: Dra. Maria Cristina de Souza (Universidade Federal do Paraná,
cristinasouza2527@gmail.com)

No âmbito do Programa de Geologia e Geofísica Marinha PGGM, o Laboratório de


Estudos Costeiros – Lecost, do Departamento de Geologia, da Universidade Federal do
Paraná desenvolve pesquisas relativas às variações do nível do mar no Quaternário,
caraterísticas sedimentares de plataformas rasas, evolução de planícies costeiras,
avaliação da vulnerabilidade e riscos geoambientais; utilização de materiais dragados;
avaliação de impactos de obras costeiras; e subsídios à gestão de zonas costeiras. As
pesquisas foram realizadas principalmente nas costas paranaense, norte catarinense e
extremo sul paulista e nas ilhas oceânicas brasileiras, que resultaram na formação de
recursos humanos nos níveis de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-
doutorado, publicação de diversos artigos e capítulos de livros, apresentações em
congressos e atividades de extensão. Destacam-se os trabalhos sobre revisão
conceitual de indicadores costeiros de paleoníveis marinhos quaternários no Brasil;
variações do nível do mar no Holoceno na costa leste brasileira e na Ilha da Trindade,
Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Arquipélago de Abrolhos, Atol das Rocas e
Arquipélago de Fernando de Noronha; caracterização da plataforma interna paranaense
e insular da Ilha da Trindade; evolução das planícies costeiras quaternárias paranaense
e catarinense de Itapoá, São Francisco do Sul e Pinheira; avaliação de vulnerabilidade
e riscos geoambientais na Ilha da Trindade e em duas bacias hidrográficas da Baía de
Paranaguá; utilização de sedimentos dragados no canal de acesso aos portos de
Paranaguá e Antonina para alimentação de praias; análise da deformação das ilhas
oceânicas; vulcanismo na Ilha da Trindade; impactos antrópicos na morfologia e
processos sedimentares e panorama da erosão costeira na costa paranaense.

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RISCOS NATURAIS E ANTRÓPICOS ASSOCIADOS A PROCESSOS


COSTEIROS NO LITORAL DO RIO GRANDE DO SUL (RS)

CALLIARI, L. J.

Palestra proferida por: Dr. Lauro Julio Calliari (Universidade Federal do Rio Grande,
lcalliari@log.furg.br)

Processos relacionados à hidrodinâmica, geomorfologia e movimentação de


sedimentos apresentam riscos costeiros ao longo do litoral do estado do Rio Grande do
Sul (RS). Os perigos implicam em erosão costeira, perda de habitat, mudança ambiental
e acidentes graves, incluindo fatalidades para os usuários do litoral. A morfologia da
antepraia, as tempestades e os sangradouros induzem erosão em locais específicos do
litoral. As tempestades e os sangradouros, juntamente com a morfodinâmica da praia e
os processos deposicionais, tanto a eólicos quanto hidrodinâmicos, representam riscos
latentes para a integridade física das pessoas que vivem e usam esse ambiente. Os
padrões de refração de ondas (SE a SW) causam erosão em dois setores costeiros nas
proximidades do Farol da Conceição e da Praia de Hermenegildo, respectivamente
localizadas na porção central e sul do litoral do RS. Em ambas as áreas, o elevado
número de sangradouros amplifica a erosão destruindo as dunas frontais e a praia
subaérea. Adicionalmente, as terras baixas da barreira adjacente a pequenas lagoas de
bolso no litoral norte são mais suscetíveis à erosão por cursos d´água. Ambos, os
padrões de refração e os sangradouros, podem ser associados a dois padrões de rotas
de tempestades e ciclones extra-tropicais que aumentam a erosão e a inundação da
zona costeira. Variações bruscas de pressão atmosférica causada pela passagem de
linhas de estabilidade geram ondas semelhante as geradas por tsunamis
meteorológicos que se propagam rapidamente e atingem as praias na forma de
vagalhões causando destruição e mesmo fatalidades. A combinação de maior
população durante as estações de verão e praias intermediárias com quantidades
consideráveis de areia média tornam as praias do litoral norte e extremo sul mais
perigosas para os banhistas. A orientação do litoral em relação ao vento NE
predominante faz com que a areia do vento sopre para invadir a planície costeira na
forma de dunas transgressivas, causando vários perigos principalmente no litoral norte
entre Tramandaí e Mostardas. Efeitos de curto prazo associados a eventos episódicos
de deposição de lama durante fortes tempestades na Praia de Cassino influenciam o
comportamento morfodinâmico nos setores afetados pelos depósitos de lama, criando
riscos costeiros relacionados ao uso da praia.

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O DELTA DOMINADO POR ONDAS DO SÃO FRANCISCO: ARQUITETURA


DEPOSICIONAL E SUBIDA DO NÍVEL DO MAR DESDE O ULTIMO MÁXIMO
GLACIAL

RANGEL, A. G. DE A. N., DOMINGUEZ, J. M. L.

Palestra proferida por: Dr. Jose Maria Landim Dominguez (Universidade Federal da Bahia,
landim@ufba.br)

Durante o Quaternário tardio as variações nas taxas de subida do nível do mar


exerceram um importante controle no desenvolvimento dos deltas holocênicos. O
presente trabalho apresenta os resultados de levantamentos recentes de sísmica rasa
de alta resolução na clinoforma deltaica do delta do São Francisco. Foi identificada a
última sequência deposicional da porção submersa do delta, depositada desde o último
máximo glacial (20 ka AP) até o presente. Esta sequência foi subdividida em quatro
unidades estratigráficas depositadas sobre o embasamento acústico, situado 120m
abaixo do nível do mar atual. O embasamento acústico representa uma superfície de
discordância subaérea que marca o limite inferior da sequência deposicional. A Unidade
1, sobreposta ao embasamento acústico, é caracterizada por corpos sedimentares de
espessura reduzida e pequena continuidade lateral. Esta unidade se depositou durante
o início da inundação da plataforma continental, constituindo a porção mais basal do
trato de sistemas de nível baixo. A Unidade 2 tem seu topo situado cerca de 80 metros
abaixo do nível do mar atual e apresenta refletores plano-paralelos com terminação em
onlap. A Unidade 3 tem seu topo situado cerca de 60 metros abaixo do nível do mar
atual e apresenta características muitos similares à Unidade 2. Estas duas unidades (2
e 3) foram interpretadas como resultantes de uma diminuição nas taxas de subida do
nível do mar, que culminou no Younger Dryas, e integram a fase transgressiva do delta.
A Unidade 4 cujo topo é o leito marinho atual, corresponde ao episódio de progradação
mais recente do delta e exibe uma geometria clinoformal típica, com refletores com
terminação em downlap sobre uma superfície de inundação máxima. Esta unidade
integra o trato de sistemas de nível alto. Durante o desenvolvimento do delta, a variação
nas taxas de subida do nível do mar foi o controle mais importante na evolução do delta.

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DIAGNÓSTICO DAS RELAÇÕES ENTRE A EROSÃO E AS OBRAS


COSTEIRAS

ANGULO, R. J.; SOUZA, M. C.

Palestra proferida por: Dr. Rodolfo José Angulo (Universidade Federal do Paraná,
fitoangulo@gmail.com)

Os problemas de erosão costeira no Brasil vêm se avolumado nas últimas décadas e


ameaçando um importante patrimônio: as suas praias. Diversas e numerosas obras têm
sido realizadas na tentativa de resolvê-los. Algumas tiveram sucesso, outras não, e
outras ainda agravaram os problemas que pretendiam resolver. Ademais, ainda não há
consenso sobre quais são as ações ou obras mais adequadas para resolvê-los. Existem
propostas desde o recuo da ocupação para liberar a faixa dinâmica da praia até diversos
tipos obras. A análise critica dos sucessos e fracassos, pode contribuir
significativamente para direcionar ações futuras, que protejam o patrimônio costeiro e
ampliem e melhorem seus usos e, sobretudo, beneficiem as populações que dele
dependem ou usufruem. A zona costeira tem múltiplas funções e nela se desenvolvem
diversas atividades, frequentemente conflitantes. Algumas atividades demandam obras
para adequar o ambiente natural às suas necessidades, tais como profundos canais de
acesso aos portos e cais abrigados das ondas. Porém, as obras podem beneficiar uma
atividade e prejudicar outras. Deste modo, são frequentes os conflitos de uso. Apesar
dos seus sucessos e insucessos e dos conflitos gerados, não existe diagnóstico desta
vasta experiência que possa contribuir para orientar ações futuras, que visem resolver
os crescentes problemas de erosão, contaminação e degradação da zona costeira.
Ademais, é bem conhecida a ampla diversidade da costa brasileira, que inclui costas
dominadas por ondas e por marés, com plataforma estreita e larga, com aporte fluvial
grande e reduzido, com e sem recifes, entre outras características. Assim, pretende-se
realizar um amplo diagnóstico das obras costeiras e sua relação com a erosão ao longo
do litoral com o objetivo de orientar futuras ações que visem resolver os inúmeros e
graves problemas de erosão e degradação da zona costeira.

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IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS ZONAS COSTEIRAS

NEVES, C.F.

Palestra proferida por: Dr. Claudio Freitas Neves (Universidade Federal do Rio de Janeiro,
neves@oceanica.ufrj.br)

As mudanças climáticas, que são esperadas ao longo do século XXI, introduziram


elevado grau de incertezas sobre a geofísica dinâmica (atmosfera, hidrosfera, criosfera,
crosta terrestre), até então nunca experimentado pelo homem. Nos séculos passados,
pelo menos até o Renascimento, os fenômenos climáticos extremos eram considerados
como castigo divino, contra o qual nada poderia ser feito. A visão pós-moderna, porém,
trouxe a possibilidade de que o Homem seja a causa do castigo a ser inflingido contra
a própria Humanidade, agora em escala global, enquanto antes era em escala local. Isto
talvez constitua a essência da tragédia humana no século XXI. O que antes era
“castigo”, agora tornou-se “escolha”. A zona costeira, em particular, é exposta a eventos
extremos de diversas origens (meteorológica, hidrológica, oceanográfica, tectônica,
sísmica), algumas vezes simultaneamente, o que a torna a região de mais alto risco no
planeta sob a ótica das instituições de resseguros. Evidências mostram que o Homem
aumentou este risco ao povoar, de maneira desordenada e despreparada, a região
costeira. Em todo o mundo repetem-se os casos de desastres naturais, há registros de
danos materiais, perdas de vida e desequilíbrios ecológicos associados a tais desastres.
O derretimento de geleiras expõe terrenos que se instabilizam sob precipitacão mais
intensa. O derretimento da tundra em altas latitudes aumenta a liberação de gases de
efeito estufa, transforma extensos ecossitemas e desencadeia novos processos de
aquecimento global. O derretimento do gelo no Oceano Ártico liberou as rotas de
navegação entre a Europa e a Ásia, o que significa impactos ambientais (ondas,
poluição atmosférica, possíveis contaminações aquáticas) e ecológicos sobre a fauna e
as culturas locais. Grandes nuvens de areia levantm-se em regiões onde nunca se
registraram ventos mais fortes. O Homem, por sua vez, também tem auxiliado na
amplificação dos desastres ambientais ao deixar de perceber que a Natureza evolui,
embora suas obras tenham sido projetadas para condições naturais que não mais
existem e que, portanto, exigiriam adaptações ao longo das décadas. No Brasil, estamos
certamente a dançar perigosamente junto à fogueira, até mesmo talvez a brincar com o
fogo de modo displicente. Não estamos a desprezar as mudanças climáticas. Muito mais
sério, estamos a desprezar o clima (meteorológico, oceanográfico), os agentes naturais
e o próprio meio ambiente. A legislação ambiental direciona-se exclusivamente aos
impactos causados pelos empreendimentos humanos, mas é omissa quanto aos
impactos que um clima em acelerada evolução pode vir a causar sobre os mesmos
empreendimentos. Exige-se um novo conceito para a obra, uma nova metodologia de
projeto, um constante monitoramento e manutenção preventiva, que contemple um
ambiente climático em mudança. Sob esta ótica, faz-se uma avaliação geral das
vulnerabiidades das zonas costeiras (não apenas no Brasil), uma crítica sobre as atuais
ferramentas de previsão dos efeitos das mudanças climáticas e uma previsão otimista
sobre possíveis caminhos em direção a ambientes costeiros mais seguros
(especialmente no Brasil).

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ALTERAÇÕES HISTÓRICAS DA GEOMORFOLOGIA DAS PRAIAS


ARENOSAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

LINS-DE-BARROS, F. M.

Palestra proferida por: Dra. Flavia Moraes Lins de Barros (Universidade Federal do Rio de
Janeiro, flaviamlb@gmail.com)

Alterações antrópicas diretas em costas oceânicas começaram a ocorrer em larga


escala principalmente a partir do século XIX, com a acomodação de navios cada vez
maiores (Nordstrom, 1994), e a difusão do valor das praias para o banho de mar e de
sol (Corbin, 1988). No entanto, é apenas a partir de meados do século XX com o
crescimento urbano e populacional acelerado em direção ao litoral, quando ocorrem
transformações mais significativas. Consequentemente, em escala global, constatam-
se importantes alterações da dinâmica natural das praias, especialmente no que se
refere ao balanço sedimentar (Valiela, 2008) e a obras de engenharia para estabilização
de praias (Pilkey e Wright, 1988). O presente trabalho tem como objetivo realizar um
resgate histórico das alterações da geomorfologia das praias cariocas (entre o centro e
praia da Macumba), desde o começo do século XX até hoje. Pretende-se contribuir para
uma visão crítica do modelo de expansão urbana das praias cariocas e assim fornecer
elementos para a gestão costeira. Para tanto, foram analisadas fotos e documentos
históricos, assim como publicações sobre a evolução urbana e projetos de engenharia
nas praias. Como resultado é proposta uma periodização com cinco momentos
históricos associados à diferentes tipos de alterações geomorfológicas. O primeiro entre
1900 até 1920, quando as praias localizadas na região central da cidade até o Flamengo
foram aterradas para a construção do novo porto e da Avenida Beira Mar, alterando a
configuração das enseadas que ali existiam. Os aterros e a colocação de muros nas
praias da entrada da Baía da Guanabara marcam este primeiro momento. No segundo
período, entre 1920 e 1960, predomina a valorização imobiliária e turística de
Copacabana, Ipanema e Leblon, com a ocupação do extenso areal que ali existia
(O’Donell, 2013). Entre 1960 e 1970, terceiro período, se observa, de um lado, a
ampliação da praia de Copacabana motivada pelas constantes ressacas e, de outro
lado, a criação do aterro do Flamengo que resultou na completa artificialização do litoral
entre Flamengo e Glória. Copacabana passa por intensa transformação com a
duplicação da Avenida Litorânea e grande projeto de alimentação artificial modificando
sua morfodinâmica (Linhares, 2017). A enseada de Botafogo, onde a faixa de areia era
praticamente inexistente, e a nova praia do Flamengo, também passam por alimentação
artificial de areia, mostrando processo de valorização do banho de sol e de mar. O quarto
momento ocorre a partir da década de 1970 até os anos 2000, com a intensificação da
ocupação do arco praial Arpoador-Leblon, São Conrado e Barra da Tijuca, resultando
na retirada de grande parte das dunas frontais, principalmente no Leblon, e das
restingas existentes à retaguarda destas praias. Em função de erosão por ressacas
Arpoador e Leblon receberam colocação pontual de areia. O último momento, a partir
de 2000, é marcado pelo avanço da área de lazer e dos quiosques para dentro da faixa
dinâmica da praia, com destaque para a orla da praia da Macumba, onde este avanço
associado à retirada de areia resultaram em fortes eventos de danos por ressacas.

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THE GEOMORPHOLOGY OF BRAZILIAN ESTUARIES

LESSA, G. C.1; CORRÊA-GOMES, L. C.1; SANTOS, F. M.1; SOUZA FILHO, P. W.2

Palestra proferida por: Dr. Guilherme Camargo Lessa (Universidade Federal da Bahia1,
gclessa@gmail.com); Universidade Federal do Pará2

From a geological perspective, estuaries are associated with long term coastal flooding
and recession, and not with coastal emergence and progradation (coastline advancing
upon the sea), such as the case of river deltas. The most common geological definition
of estuaries put forth by Dalrymple et al. (1992), implies the existence of gradients in
sediment size and composition, and acknowledges the estuary as an accommodation
space landward of the coastline. This study considers estuaries as a coastal indentation
where fluvial sediments are largely retained, with no appreciable effect on the
sedimentation processes of the open coast, and where biogeochemical gradients may
exist. Forty-one estuaries larger than 40 km2 was identified along the Brazilian coast.
The largest Brazilian estuary is Lagoa dos Patos (10,360 km2), followed by the three-
digits-area estuaries of São Marcos (2,568 km2), São José (1,309 km2), Todos os
Santos (1,233 km2) and Turiaçu (1,171 km2) bays. Most of the estuaries have strong
structural control, i.e., geological faults either influence the overall shape of the estuary
or define a limit to its longitudinal or lateral extension. The tectonic bearing on the
geomorphology obscures the evidence of fluvial erosion that has likely occurred during
successive lowstand periods in the Late Quaternary. We argue that Holocene
subsidence within these grabens has locally offset the sea level fall of the last few
thousand years, creating conditions for either the preservation or regeneration of
accommodation spaces, thus allowing for the existence of the current estuaries. Along
the coasts of Maranhão and Pará neotectonic movements have been indicated by
ground-penetrating radar and road-side exposures. The downward movement of this
large coastal sector has given rise to numerous coastal plain estuaries harboring the
largest contiguous mangrove area in the world. Along the northeast coast, sedimentary
plateaus are intersected by numerous faults reaching Holocene sequences, with incised
river valleys organized along graben structures oriented normal to the coastline.
Sedimentological and chronostratigraphic evidence of Holocene subsidence exist in
various estuaries, indicating that relative sea level rise promoted the inundation of low-
lying areas in the last 6000 years. The east-southeast coast shows larger graben
structures that tend to be aligned with the coastline. These grabens are highly fractured
and subdivided in several sub-grabens that apparently underwent distinct relative vertical
movements, such as in Todos os Santos Bay, where dated samples from its western
side shows that sea level has not been higher than today’s in the past 9,200 years. In
Cananéia estuary, concurrent GPS and tide-gauge measurements between 2002 and
2005 show that 67% of the RSL long-term rise would be due to a land subsidence of 3.8
mm y-1. Although scattered, evidence of tectonic subsidence in several estuaries are
compelling enough to encourage chrono-stratigraphic studies to test this hypothesis. The
possibility that local subsidence is accentuating ongoing sea level rising rates deserves
due consideration, as long-term planning for urban and industrial accommodation of the
predicted eustatic sea level rise is generally based on open-coast sea level data.

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PANORAMA DA EROSÃO COSTEIRA NO BRASIL

MUEHE, D.

Palestra proferida por: Dr. Dieter Muehe (Universidade Federal do Espírito Santo,
dieter.muehe@gmail.com)

Considerando o estado de transição climática em que nos encontramos, com mudança,


entre outras variáveis, da taxa exponencial de elevação do nível do mar dos atuais 3
cm/década para 6 a 12 cm/década, chegando a um aumento absoluto previsto de 50 a
100 cm até o final do século, estamos nos aproximando do momento em que a
capacidade de absorção das praias e da zona costeira, como um todo, ao aumento da
intensidade dos processos costeiros, será rompida de forma mais generalizada e,
quanto mais cedo pudermos comprovar essas mudanças, maior será a capacidade de
convencimento de tomadores de decisão para a implementação de estratégias de
adaptação. Alterações na intensidade e frequência de eventos extremos como
inundações devido a transposição de ondas, aumento da amplitude de marés
meteorológicas, alterações na transferência de calor da Célula de Revolvimento
Meridional do Atlântico (AMOC) e seu efeito no clima global, confirmações da taxa de
incremento da elevação do nível do mar e erosão costeira, já são inferidos, ou mesmo
comprovados, sinalizando riscos para um número crescente de habitantes que
rapidamente chegarão à ordem de dezenas de milhões à medida que nos aproximamos
do final do século. Tendo este cenário como pano de fundo é apresentado um panorama
da erosão costeira no Brasil a partir do mais recente levantamento realizado pelos
diferentes grupos de pesquisa associados ao Programa de Geologia e Geofísica
Marinha (PGGM) e uma comparação de alguns destes resultados com os obtidos, em
nível global, através de imagens de satélite por meio de métodos de detecção
automática da linha de costa a partir da plataforma Google Earth Engine (GEE).

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EVOLUÇÃO PALEOGEOGRÁFICA DAS PALEODRENAGENS DA REGIÃO


COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL NO QUATERNÁRIO TARDIO

CORRÊA, I.C.S.; WESCHENFELDER, J.

Palestra proferida por: Dr. Iran Carlos Stalliviere Corrêa (Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, iran.correa@ufrgs.br)

Registros sísmicos obtidos na Lagoa dos Patos revelaram a presença de paleocanais


soterrados que dissecavam a planície costeira do Rio Grande do Sul (RS) no
Quaternário Tardio. Dois sistemas distintos de paleocanais foram estabelecidos na
Lagoa dos Patos: a) “Pleistoceno tardio”, soterrado por um pacote sedimentar, com
espessura em torno de 12 m, formado por areias e lamas costeiras; b) “Pleistoceno
tardio/Holoceno”, recoberto por um pacote de lamas lagunares com até 2 m de
espessura. O preenchimento dos canais mais novos é de idade holocênica, como indica
a datação radiométrica; a sua incisão está relacionada com a última regressão marinha
do Pleistoceno tardio, correspondente ao estágio 2 do isótopo de oxigênio. A incisão e
o preenchimento do sistema mais antigo estão relacionados ao evento regressivo-
transgressivo anterior, correspondente aos estágios isotópicos de oxigênio 6-5. Os
paleocanais podem ser conectados com os paleovales previamente reconhecidos na
plataforma e talude continental adjacente. Na planície costeira os paleocanais são
correlacionados aos cursos atuais dos rios Jacuí e Camaquã. A rede de paleodrenagem
reconhecida na planície costeira e plataforma continental representa um sistema de
plataforma fluvial, ligando a bacia de drenagem às configurações deposicionais na bacia
marginal, recortando a plataforma continental exposta durante um evento de regressão
forçada. A descarga sedimentar do sistema mais novo alimentou um complexo de
sistemas deltaicos instalados na borda da plataforma continental durante a regressão
do nível do mar que durou até o final da última glaciação em torno de 17,5 ky. O último
evento pós-glacial transgressivo afogou os vales incisos, preenchendo-os e, finalmente,
fechando as enseadas anteriormente existentes entre o protótipo da Lagoa dos Patos e
o Oceano. A paleodrenagem incisa aqui considerada pode ter desempenhado um papel
importante na arquitetura da margem da bacia, na distribuição de fácies e acomodação
durante os eventos de subida e descida do nível do mar do Quaternário.

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TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS ENTRE PROMONTÓRIOS DA COSTA


DO ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), COMO SUBSÍDIO PARA
ENTENDIMENTO DE PROCESSOS PRAIAS EROSIVOS E DEPOSICIONAIS

KLEIN, A.H.F.

Palestra proferida por: Dr. Antonio Henrique da Fontoura Klein (Universidade Federal de Santa
Catarina, Antonio.klein@ufsc.br)

A transposição de sedimentos (by and overpassing) é o processo pelo qual os


sedimentos arenosos são transportados de um lado para o outro de um promontório
pela ação das ondas, correntes e vento. Este trabalho apresenta uma identificação e
quantificação dos processos (vento, ondas, marés e correntes) responsáveis pelo
transporte de sedimentos entre praias de enseada, contornando e ou ultrapassando os
promontórios rochosos. Por fim, um modelo conceitual do processo de transposição é
apresentado utilizando trabalhos de campo e modelagem numérica - análise baseada
em processos, para o litoral central e norte de Santa Catarina. Foi utilizado
levantamentos topográficos e batimétricos, experimentos de transporte de sedimentos,
técnicas de geoprocessamento e modelagem numérica baseada em processos
(Deflt3D) para avaliar a contribuição de ondas, maré e vento para a transposição de
sedimento e identificar as condições ambientais que favorecem este processo. Os
principais resultados deste trabalho são: (i) Em uma escala histórica, há um suprimento
cíclico de sedimento pela deriva litorânea de sedimentos (pulsos) que ultrapassa os
promontórios rochosos pela antepraia, e forma os esporões arenosos (spits) que migram
de leste para oeste.(ii) Há um suprimento cíclico de areia da praia para o campo de
dunas transgressivo e para a praia novamente (entrada de 6.000 m3 y-1 e saída de
3.000 a 5.000 m3 y-1), sendo este o principal mecanismo de transposição de eólica. (iii)
Na plataforma interna existe uma contínua transposição de sedimentos impulsionada
pelas ondas (7.000 m3yr-1). (iv) Parte desta areia acumula-se em frente ao promontório
formando um corpo de areia com um volume de ~ 10 Mm3, cujo o suprimento foi de
aproximadamente 2.000 a 3.000 m3 ano-1 nos últimos 6.000 anos. (v) Em resumo, a
onda e o vento dominaram a transposição de sedimentos (by e overpass) nas áreas
expostas, respectivamente, e o processo de espraiamento da onda sobre a face da praia
(swash) e as correntes de maré dominam nas áreas protegidas. Os processos de
transposição de sedimentos classificam-se em: (i) Overpassing: subaéreo e dominado
pelo vento; (ii) Bypassing na praia (transporte ao longo da costa): dominado por
processos do espraiamento da onda ou da zona de surfe; (iii) Transposição pela
plataforma interna: Dominado pela ação das ondas, podendo ser amplificado por
correntes de maré. Os processos de transposição podem ocorrer episodicamente
(swash - bypass de praia e antepraia e pelo overpassing de dunas) durante eventos
extremos ou continuamente (bypass pelo bancos e antepraia). Sendo um processo
importante para o balaço de sedimentos em costas com a presença de praias
intercaladas por promontórios rochosos.

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I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

CARACTERIZAÇÃO DE AMBIENTES CONVERGENTES COM SUBDUCÇÃO


A PARTIR DE REGISTROS VULCÂNICOS E SEDIMENTARES
SUBAQUOSO

BONGIOLO, E.1; CHEMALE JR. F.2; TEIXEIRA, W.3

Palestra proferida por: Dr. Everton Bongiolo (Universidade Federal do Rio de Janeiro,
ebongiolo@geologia.ufrj.br); Universidade do Vale do Rio dos Sinos2; Universidade de São
Paulo3

O projeto desenvolve investigações científicas nas seguintes áreas de estudos: Zona de


Retro-Arco (rear-arc) de Izu-Bonin Mariana, no Oceano Pacífico (Expedição 350); Zona
sismogênica de Sumatra no Oceano Índico (expedição 362), Maurice Ewing Banks
(Expedição DSDP 36), no Oceano Atlântico Sul; Agulhas Plateau, no Oceano Índico,
Margem de Subdução Hikurangi na Ilha Norte da Nova Zelândia, Oceano Pacifico
(Expedição 375) e Sismogênese da Costa Rica (Expedição 344), na margem SE de
Costa Rica. Os resultados obtidos por meio de estudos integrados envolvem diversas
ferramentas cientificas como petrografia, estratigrafia, sedimentologia, geofísica e
geoquímica isotópica de alta e baixa temperatura. Resultados, interpretações e
discussões científicas são diversos e abrangem temas científicos de relevância e
inovadores como: (i) a variação climática e a proveniênncia de leques submarinos com
aporte de material proveniente de orógenos recentes; (ii) a caracterização das
fontesmantélica e processos pós-cristalização na geração de magmatismo toleíitico do
tipo MORB e magmatismo astenosférico alcalino associado à pluma mantélica,próximos
a zona de subducção; (iii) caracterização dos processos de aporte vulcânico controlado
pelo períodos glaciais e interglaciais em sedimentos vulcanoclásticos em zona de
subducção; (iv) definição da história térmica de bacias sedimentares em ambiente de
subducção bem como padrão de dispersão de sedimentos associados a eventos
sísmicos de deslizamento ao longo do zonas de subducção; (v) caraterização
petrocronológica (com definição de Pressão-Temperatura-Tempo) de terrenos de alto
grau gerados em ambiente de subducção.

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49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
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1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

ESTIMATIVAS DA VARIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE SUPERFICIAL NA


PORÇÃO CENTRAL DA BACIA DE SANTOS DESDE O ÚLTIMO PERÍODO
GLACIAL COM BASE NA ASSOCIAÇÃO DE COCOLITOFORÍDEOS

HIRAMA, M. V.; TOLEDO, F. A. L.

Palestra proferida por: Dr. Felipe Lima Toledo (Universidade de São Paulo; ftoledo@usp.br)

Neste estudo foi realizada análise quantitativa de cocolitoforídeos com o intuito de


estimar a variação da paleoprodutividade primária superficial marinha e relacioná-la com
a variação elementos maiores (Ti, Fe, Ca, Al e K) para os últimos 35 mil anos em um
testemunho coletado na Bacia de Santos. A paleoprodutividade apresentou relação
com elementos maiores em períodos de nível do mar baixo, com altas e baixas
pluviosidade. Adicionalmente buscou-se identificar as associações de cocolitoforídeos
para os estágios isotópicos marinhos 1, 2 e 3. Foram observadas duas associações de
espécies: uma com maiores abundâncias relativas durante o Glacial e outra no
Interglacial. Por último procurou-se relacionar as variações das espécies de
cocolitoforídeos aos eventos climáticos Younger Dryas e Heinrich 1, 2 e 3, porém os
táxons não apresentaram padrão de variação em suas abundâncias durante estes
eventos.

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49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

UM CAMPO DE POCKMARKS NO TALUDE SUL DO BRASIL:


MORFOLOGIA, SEDIMENTAÇÃO E EVIDÊNCIAS DE EXSUDAÇÃO
MODERNA

MAHIQUES, M.M.1; RAMOS, R.B.1; SANTOS, R.F.1; SCHATTNER, U.2; LOBO, F.3; FIGUEIRA,
R.C.L.1; BÍCEGO, M.C.1

Palestra proferida por: Dr. Michel Michaelovitch de Mahiques (Universidade de São Paulo;
mahiques@usp.br); University of Haifa, Israel2; Instituto Andaluz de Ciencias de la Tierra,
Espanha3

Em um mundo de mudanças climáticas rápidas, a identificação e diferenciação de fontes


naturais e antropogênicas de metano (um potente gás estufa), torna-se um desafio.
Dentre os reservatórios naturais de metano, as margens continentais possuem papel
destacado, atuando seja como sumidouros, seja como fontes de metano para o oceano
e a atmosfera. Em um levantamento de multibeam, executado em 2011, foram
identificados 984 pockmarks, em uma superfície de 130x30 km. Esses pockmarks
apresentam dimensões extremamente variadas, com diâmetro máximo de 230 metros
e profundidade máxima de até 90 metros. Registros sísmicos indicam que o escape de
gás, determinante para a formação dos pockmarks, está fortemente associado à
tectônica de sal, atuante na Bacia de Santos, ocorrendo, inclusive, a exumação de
diápiros salinos. Estudos sedimentológicos, geoquímicos e geofísicos que vêm sendo
desenvolvidos no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, indicam haver
exsudação residual de gás, comprovada não apenas por indicadores geoquímicos
inorgânicos mas, também, por indicadores moleculares e biológicos. Além disso, a
despeito da área se encontrar sob o domínio intenso da corrente do Brasil, a geometria
dos pockmarks permite que os mesmos atuem como armadilhas de sedimentos
terrígenos na Bacia de Santos.

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1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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TERRAÇO DO RIO GRANDE: NOVOS DADOS GEOLÓGICOS E


GEOFÍSICOS

ABREU, J. G. N.1; MAHIQUES, M.M.2; SOUZA, L.A.P.3; CARRIÓ, J.A.2

Palestra proferida por: Dr. José Gustavo Natorf de Abreu (Universidade do Vale do Itajaí;
gabreu@univali.br); Universidade de São Paulo2; Instituto de Pesquisas Tecnológicas - São
Paulo3

O Terraço de Rio Grande (TRG) é uma feição fisiográfica protuberante da Margem


Continental Sul do Brasil, com área de aproximadamente 4.000km², localizada entre o
norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina e entre as latitudes 29°15’S e
30°45’S e longitude 47°30’W e 48°30’W. Situa-se sobre o Arco de Torres, feição
estrutural que divide as bacias sedimentares de Pelotas e Santos. A isóbata de 200m é
o limite interno e o externo pode ser considerado como a isolinha de 1000m já no talude
médio e inferior. Sua cobertura sedimentar e seu relevo já foram descritos em trabalhos
publicados desde o Projeto REMAC na década de 1970, até o início dos anos 2000.
Graças ao Cruzeiro Talude* realizado à bordo no NPq. Alpha Crucis do Instituto
Oceanográfico da USP, realizado entre 30 de novembro e 05 de dezembro de 2017,
novos dados sobre a morfologia, cobertura sedimentar e sobre novas ocorrências de
fosforita, puderam ser analisados. Durante o levantamento foram realizados 12 perfis
sísmicos utilizando perfilador de sub-fundo Knudsen modelo 3260 de 3,5kHz e um
amostrador box-corer para coleta de sedimento. Os registros obtidos confirmam que o
relevo é preponderantemente plano, localmente marcado por sulcos e formas erosivas
e por irregularidades de maiores dimensões associadas à escorregamentos e fluxos
gravitacionais, principalmente na porção externa onde a declividade é mais acentuada.
Doze amostras sedimentológicas foram coletadas e a análise granulométrica indicou
que os sedimentos depositados na superfície do TRG variam de areia fina quartzosa à
silte muito fino, com presença ainda, de areias fosforíticas. Foram coletados nódulos e
concreções de fosforita, de tamanho variando de poucos centímetros à quase 1,0m. Nas
estações onde este material foi coletado os registros apresentaram forte refletividade
acústica e formas de relevo onduladas e pequenas irregularidades indicando a
associação entre esse eco-caráter e a presença de fosforita. O Cruzeiro Talude
comprovou que o TRG é uma região de potencial ocorrência de fosforitas, conforme
trabalhos anteriores já indicavam. Contudo, novas pesquisas deverão ser realizadas no
futuro para aumentar o nível de detalhamento destas ocorrências, bem como do relevo
superficial, estruturas subsuperficiais e sobre pockmarks que foram observados na área.
*Este cruzeiro oceanográfico recebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para o projeto n°2016/22194-0.

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FUNDOS DE RODOLITOS E SUSCEPTIBILIDADES AOS IMPACTOS


AMBIENTAIS

DIAS, G.T.M.

Palestra proferida por: Dr. Gilberto Tavares de Macedo Dias (Universidade Federal Fluminense;
gilbertotmd@id.uff.br)

A maioria dos estudos sobre rodolitos/maerl consideram suas ocorrências sobre o fundo marinho
como sendo “rhodoliths beds”. Esta única denominação não sustenta todas as variações de
ocorrências, ainda existem muitas indefinições sobre o significado desse termo. Os rodolitos
podem ter vida própria, independente do fundo subjacente. Neste trabalho é feita uma revisão
da literatura sobre os principais fatores ecológicos que condicionam a grande variedade de tipos
de ocorrências de algas calcárias, reconsiderando o significado dos termos rhodolith/maerl bed;
rhodolith/maerl bank; rhodolith/maerl bottom e seus respectivos valores ecossistêmicos. Como
qualquer sedimento marinho, fundos de rodolitos/maerl abrigam espécies da fauna e flora em
equilíbrio com os fatores hidrodinâmicos atuantes em cada local de ocorrência. Alguns depósitos
sofrem constantes movimentações naturais do fundo e os distúrbios provocados pela
remobilização das partículas tornam os habitats instáveis. Por essa razão, a parte viva superficial,
formada por invertebrados bentônicos sésseis ou pouco móveis não é significativa, sendo
comparável em termos de riqueza especifica, às areias siliciclásticas. Fundos de maerl na
Bretanha podem inclusive ter macrofauna idêntica à existente em sedimentos siliciclásticos areno
cascalhosos (mesmo habitat provision). Isto prova que a porosidade intergrãos (arcabouço
tridimensional) é o fator condicionante do recrutamento das espécies bentônicas,
independentemente da composição dos grãos do sedimento. Mapeamentos mostram que não
existe um único tipo de ecossistema característico de Rhodolith/maerl, mas sim uma complexa
variedade de tipos de fundo com ocorrência de rodolitos. O valioso serviço ecossistêmico das
algas calcárias é observado somente em condições de estabilidade do fundo marinho. O
arcabouço tridimensional estável, formado pelos talos das algas do tipo maerl ou os aglomerados
de rodolitos esféricos, constituem “recifes” (unatached algal reef), que podem fornecer abrigo
para centenas de espécies bentônicas. As algas calcárias propriamente ditas são os organismos
mais resilientes às variações do meio em que vivem, são grãos minerais em condições de
soterramento, ou organismo vivo, sob exposição à luz solar. O termo rhodolith bank ou rhodolith
bed deve ser usado apenas para designar a camada superficial, homogênea e estável, de
rodolitos vivos sobre o fundo. Em fundos móveis não existe esta camada superficial fixa, e as
associações de espécies bentônicas não estão relacionadas aos rodolitos, mas sim aos
sedimentos que compõem o fundo, sob os rodolitos. Nestes casos a denominação deveria ser
“fundo com presença de rodolitos”. As comunidades biológicas do fundo marinho sofrem
importantes, e imprevisíveis, variações ao longo do tempo. Mesmo para comunidades
relativamente estáveis, os eventos episódicos de tempestades podem afetar por longos períodos
a estrutura dessas comunidades. Na plataforma rasa ao sul do Espírito Santo-Brasil, o fundo
marinho sofre constantes impactos ambientais naturais, obedecendo a uma ciclicidade sazonal.
É difícil identificar os impactos de uma determinada fonte de distúrbios em sistemas instáveis
onde a variabilidade natural é alta, e esta situação se complica, pelo fato de outras atividades
impactantes não serem consideradas. Não são exigidos Estudos de Impacto Ambiental da
Indústria Pesqueira, apesar da “International Council for the Exploration of the Sea” (ICES)
afirmar que esta atividade é muito mais impactante do que todas as outras atividades atuantes
sobre o fundo marinho.

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RELAÇÃO ENTRE A PESCA E O TIPO DE FUNDO NA PLATAFORMA


CONTINENTAL DE ICAPUÍ

FREIRE, G. S. S.; ABREU NETO, J. C.; MARINHO, R. A.

Palestra proferida por: Dr. George Satander Sá Freire (Universidade Federal do Ceará;
freire@ufc.br)

Em cidades costeiras, a pesca é uma atividade econômica importante, e em municípios


como Icapuí se apresenta como a principal atividade da região. Espécies marinhas,
principalmente aquelas que vivem e se locomovem no fundo marinho, tem sua
distribuição associada ao tipo de material que compõe o substrato. Este trabalho tem
como objetivo relacionar os tipos de atividade pesqueira e sua distribuição ao tipo de
fundo, que foi classificado de acordo com proposta de Freire et al. (1997). De acordo
com Almeida (2010), muitos pesqueiros encontram-se sobre fundo de pedra que
aumentam em altura e largura de acordo com a profundidade, enquanto Oliveira (2009)
complementa que tais afloramentos possivelmente correspondem a arenitos que estão
associados à antigas linhas de costa, resultantes das variações do nível médio do mar,
distribuídas paralelas à linha de costa. Existem 3 principais atividades de pesca em
Icapuí: a da lagosta, do polvo e de peixes em geral, sendo a pesca da lagosta a
predominante na área. A ocorrência dessas espécies está diretamente ligada ao
substrato marinho, onde a ocorrência da lagosta está associada aos sedimentos
carbonáticos, formado por fragmentos de algas calcáreas do tipo Halimeda e
Lithothamnium, entre as profundidades de 10 e 20 metros, a distribuição dos polvos se
dá em áreas de sedimentos litoclásticos, próximo a profundidades de 20 metros e de
afloramentos rochosos, enquanto a pesca de peixe ocorre de forma difusa, sobre
diferentes tipos de substrato. Assim é possível afirmar que as ocorrências de lagosta e
polvo na plataforma continental de Icapuí estão relacionadas ao tipo de sedimento de
fundo, enquanto que a pesca de peixes não apresentam relação aparente com a
sedimentologia da área.

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GEOACÚSTICA SUBMARINA: NOVOS DESAFIOS NA CARACTERIZAÇÃO


DOS SEDIMENTOS DO FUNDO MARINHO

AYRES NETO, A.

Palestra proferida por: Dr. Arthur Ayres Neto (Universidade Federal Fluminense,
aayres@id.uff.br)

A caracterização geológica, ambiental e geotécnica do fundo marinho de forma quantitativa,


sempre representou um grande desafio para a comunidade cientifica. Por ser de difícil acesso
direto, mesmo em regiões de águas relativamente rasas, métodos geofísicos acústicos são
utilizados no mapeamento do fundo dos oceanos. Sabe-se que o sinal de retorno é “deformado”
dependendo das características do pulso acústico e do material que compõe o fundo marinho
(frequência e a diretividade do pulso; ângulo de incidência do sinal em relação ao fundo marinho;
granulometria; presença ou não de gás no sedimento; relação de contato entre os grãos;
bioturbação; etc.). Na verdade, o que acontece é o resultado de uma interação complexa desses
vários fatores atuando simultaneamente e em diferentes escalas, dependo do ambiente
geológico-oceanográfico. Atualmente, com o avanço da exploração dos recursos minerais
marinhos em direção a águas profundas, o nível de risco para instalação de estruturas aumentou
consideravelmente, gerando uma demanda por dados mais precisos e quantitativos. A
Geoacústica Submarina baseia-se na relação matemática e estatística entre os atributos
acústicos dos diferentes dados (backscatter, mosaico sonográfico e traço sísmico) e as
propriedades geológicas e geotécnicas dos sedimentos marinhos. O objetivo é caracterizar estes
últimos de forma mais quantitativa, realizando estimativas mais consistentes de propriedades
como granulometria, densidade, teor de água e matéria orgânica, resistência ao cisalhamento,
entre outras. Estudos realizados na UFF mostram que é possível estimar, por exemplo, o COT
(Carbono Orgânico Total) nos sedimentos através da amplitude sísmica com precisão de 5%.
Um trabalho realizado no talude continental das Ilhas Shetland do Sul, Antártica, mostram que a
combinação de determinados atributos sísmicos monocanal, permite diferenciar diferentes
litologias do fundo marinho. Estudos realizados em crostas polimetálicas de três áreas distintas
da margem continental brasileira, mostraram que a impedância acústica está diretamente
correlacionada com o teor de metais como Fe, Mn, Cu, Pb, Zn e Co. Os resultados também
evidenciaram que as crostas polimetálicas apresentam valores de impedância acústica
intermediários aos sedimentos e rochas. A combinação destes resultados permitiria identificar
áreas de ocorrência de crostas e, teoricamente, o teor de metal presente. Pesquisas mostraram
que existe uma clara correlação entre a impedância acústica e parâmetros geotécnicos dos
sedimentos marinhos da Bacia de Santos, evidenciando que o ambiente deposicional modifica
estas relações. Nesta mesma linha, estudos realizados na Baia Forster, Ilha Deception, Antártica,
mostrou que apesar de haver três ecocaracteres na área, os sedimentos de fundo são compostos
por siltes, sugerindo que o processo de sedimentação influenciaria as características acústicas
dos sedimentos. Estudos com backscatter na Baia do Almirantado, Antártica, e na Baia da Ilha
Grande, mostram que sinais de baixa frequência, mostram que os atributos acústicos
apresentam um componente de volume, que sofrem interferência de outros materiais que
estejam em subsuperfície, mas dentro da resolução do sinal. Trabalhos futuros miram na direção
de uma melhor definição da correlação entre os atributos acústicos e as propriedades
sedimentológicas. Alem disso, técnicas de machine learning estão sendo testadas na
identificação de padrões nas respostas de diferentes tipos de dados acústicos, o que agilizaria o
processo de caracterização dos sedimentos.

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A VARIAÇÃO DA GEOMETRIA CRUSTAL DA MARGEM BRASILEIRA AO


LONGO DE TODA A SUA EXTENSÃO

ZALÁN, P.V.

Palestra proferida por: Dr. Pedro Victor Zalán (ZAG Consultoria em Exploração de Petróleo
Ltda.; pvzalan@uol.com.br)

A margem continental brasileira apresenta todos os 3 tipos conhecidos de margens passivas, ao


longo de seus quase 8.000 km de extensão e 17 bacias sedimentares individualizadas. De Sul
para Norte, a Bacia de Pelotas é uma típica Margem Passiva Vulcânica com seus espessos riftes
basais preenchidos exclusivamente por SDRs (Seaward Dipping Reflectors); representando a
continuação e término de uma contínua faixa de SDRs que se estende desde o Sul da Argentina,
passando pelo Uruguai. Na transição para Santos ocorrem abundantes SDRs cobrindo um micro-
continente (Elevação do Rio Grande) e vários blocos continentais menores espalhados pela
crosta oceânica ao sul da Zona de Fratura Oceânica de Florianópolis. Ao norte desta ZFO, a
margem passa a ser do tipo Margem Passiva Pobre em Magma, incluindo as Bacias de Santos,
Campos, Espírito Santo, Mucuri, Cumuruxatiba, Jequitinhonha, Almada, Camamu e metade sul
de Jacuípe. Estas margens são caracterizadas pela existência de riftes basais preenchidos
predominantemente por rochas sedimentares, pela ausência de SDRs e por exumação de manto
no contato crustal (continental-oceânico, COB). O magmatismo sin-rifte aparece com
quantidades variáveis (abundante em Santos, diminuta a inexistente de Campos até Camamu),
intercalado com as rochas sedimentares. Da metade norte da Bacia de Jacuípe até a Bacia do
Ceará, incluindo as Bacias de Sergipe-Alagoas, Pernambuco-Paraíba e Potiguar, aparece o
terceiro tipo de margem passiva, a Margem Passiva Transicional. Nestas bacias, os riftes
sedimentares ocorrem na parte proximal e os riftes vulcânicos, com SDRs, na parte distal,
fazendo o contato com crosta oceânica. A partir da Bacia de Barreirinhas, passando por Pará-
Maranhão, até a da Foz do Amazonas, a margem continental volta a ser do tipo Margem Passiva
Pobre em Magma. Não se deve confundir o mecanismo de deformação tectônica que provocou
o estiramento e a ruptura da margem continental com a evolução termo-mecânica da mesma. As
bacias sedimentares da margem continental brasileira foram formadas por deformação
distensional ortogonal (bacias da Margem Leste) e oblíqua (transtensão, na Margem Equatorial).
As diferenças produzidas por estes diferentes tipos de deformação se traduzem principalmente
na geometria e profundidade dos grábens da fase rifte e na orientação de seus trendes internos.
Ao mesmo tempo, diferentes segmentos da margem se desenvolveram sob a influência da maior
ou menor proximidade da energia térmica oriunda das plumas mantélicas responsáveis pelo
rompimento da grande placa litosférica gonduânica pré-existente. As diferenças produzidas por
evoluções termo-mecânicas diferentes refletem-se na quantidade e tipo de vulcanismo sin-rifte,
no preenchimento dos riftes, nas taxas de distensão, pela maior e menor quantidade de crosta
hiper-distendida e pelo tipo de COB. Os perfis de afunilamento crustal da margem continental
brasileira são muito variáveis e podem apresentar desde uma margem extremamente larga, com
perfil do tipo én boudinage, como na Bacia de Santos, até uma margem estreita com perfis de
afunilamento bastante abruptos e estreitos, como na Bacia de Jacuípe. Estas diferenças são
controladas pela herança tectônica dos terrenos pré-cambrianos subjacentes.

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ILHAS VULCÂNICAS NA MARGEM CONTINENTAL LESTE BRASILEIRA

MOHRIAK, W.

Palestra proferida por: Dr. Webster Mohriak (Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
webmohr@gmail.com)

A margem continental brasileira é caracterizada por algumas ilhas vulcânicas na


margem leste e um único arquipélago não vulcânico na margem equatorial. São
discutidos neste trabalho os diversos eventos magmáticos registrados na margem
brasileira, distribuidos no tempo geológico entre o Cretáceo Inferior e o Pleistoceno.
Destacam-se como foco da análise as ilhas do Complexo Vulcânico de Abrolhos,
notadamente a Ilha de Santa Bárbara no limite entre Espírito Santo e Bahia, a ilha de
Trindade no extremo leste da Cadeia Vitória-Trindade, a ilha de Fernando de Noronha
na região nordeste, e as ilhotas de São Pedro e São Paulo próximas da dorsal meso-
atlântico. Num contexto de alto vulcânico atualmente submerso sugere-se que o Alto do
Rio Grande (a sudeste da Bacia de Santos) constituiu uma das maiores ilhas na margem
continental brasileira no Cretáceo Superior. O Complexo Vulcânico de Abrolhos
corresponde a maior expansão da plataforma continental na região leste brasileira, e
dados sísmicos e perfuração de poços indicam um importante evento magmático no
Terciário Inferior a Médio. A Ilha de Santa Barbara é caracterizada por rochas vulcânicas
intrusivas intercaladas com uma sequencia sedimentar siliciclástica do Terciário Médio.
Na região do Complexo Vulcânico de Abrolhos destacam-se intrusões ígneas e feições
compressionais na plataforma continental e na região distal, já em crosta oceânica. Ao
sul do Complexo Vulcânico de Abrolhos estende-se a Cadeia Vitória-Trindade que
apresenta uma direção aproximada leste - oeste e na qual salientam-se diversos montes
submarinos que alguns autores sugerem corresponder ao traço de um ponto quente
mantélico. No extremo leste da cadeia afloram rochas ígneas intrusivas e extrusivas na
Ilha de Trindade, as quais provavelmente registram o ultimo episódio de vulcanismo em
território brasileiro, com rochas ígneas apresentando idades radiométricas menores que
1 Ma (Pleistoceno). A Ilha de Fernando de Noronha situa-se no nordeste brasileiro, e
apresenta rochas ígneas consolidadas entre o Mioceno e Pleistoceno. Já as ilhotas de
São Pedro e São Paulo situam-se próximo do centro de espalhamento meso-atlântico,
e são caracterizadas por afloramentos de rochas do manto superior, provavelmente
devido a transpressão dextral na região da zona de fratura de São Paulo. O Alto do Rio
Grande caracteriza-se pela maior elevação submarina na região sudeste brasileira,
localizada em crosta oceânica com idades em torno de 80 Ma, e provavelmente
relaciona-se a um excesso de magmatismo no centro de espalhamento oceânico
formado entre o Santoniano e Cretáceo Superior, de acordo com as idades dos basaltos
mais antigos que ocorrem abaixo dos sedimentos terciários. Observa-se na parte central
do Alto do Rio Grande uma feição tectônica caracterizada por falhas extensionais ativas
no Terciário Superior, provavelmente associadas com transcorrência dextral. Sugere-se
que a região do Alto do Rio Grande sofreu um soerguimento expressivo durante a
formação do centro de espalhamento, com algumas analogias com a região da Islandia
no Atlântico Norte.

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PROJETO LEPLAC: SITUAÇÃO ATUAL NA UNCLOS

TORRES, L.C.

Palestra proferida por: CMG (RM1) Luiz Carlos Torres (LEPLAC / Diretoria de Hidrografia e
Navegação - Marinha do Brasil, torres.luizcarlos@gmail.com)

A palestra terá como propósito apresentar uma panorâmica da construção dos limites
marítimos brasileiros, desde a assinatura da Convenção das Nações Unidas para o
Direito do Mar até o estágio atual. Irá enfatizar a coleta de dados geofísicos, seu
processamento, interpretação e finalmente os produtos que fazem parte dos
documentos submetidos para análise da Comissão de Limites da Plataforma
Continental.

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MITOS E VERDADES SOBRE OS "CORAIS DA FOZ DO AMAZONAS"

FIGUEIREDO JR., A. G.

Palestra proferida por: Dr. Alberto Garcia Figueiredo Jr. (Universidade Federal Fluminense,
afigueiredo@id.uff.br)

A plataforma continental do Amazonas iniciou a deposição de sedimentos marinhos com


a abertura do Atlântico Equatorial no Paleoceno, por volta de 65 milhões de anos. Um
mar raso, sobre uma extensa plataforma e ainda sem a influência da pluma de
sedimentos do Rio Amazonas, proporcionou o ambiente ideal para o desenvolvimento
de uma plataforma carbonática. Esta plataforma se desenvolveu ao longo de 60 milhões
de anos, atingindo uma espessura máxima de 2.500m. Posteriormente, com o
soerguimento dos Andes, no lado Oeste da América do Sul, e o rebaixamento do Arco
de Purus na Bacia Amazônica, por volta de 8 milhões de anos, forçou o fluxo do rio no
sentido do Atlântico. A sedimentação siliciclástica oriunda desta inversão cobriu a
plataforma carbonática, atingindo espessuras de até 2.000m, próximo à foz do rio, e
assim inibindo a continuidade da deposição carbonática. Variações do nível do mar
fizeram com que o sedimento siliciclástico, que além de cobrir a plataforma carbonática,
parte dele fosse dirigido através de cânions para oceano profundo, dando início à
formação do leque submarino do Amazonas. Bem mais tarde, por volta de 18 mil anos,
ao final do último glacial máximo, o nível do mar caiu cerca de 120m abaixo do atual,
deixando a borda da plataforma continental do Amazonas em águas rasas e até exposta
em alguns pontos. Neste momento, o fluxo sedimentar do Rio Amazonas estava
totalmente direcionado ao cânion homônimo, e o sedimento siliciclástico mais uma vez
foi dirigido ao leque submarino. Na borda de plataforma, ao norte do cânion, era iniciado
o desenvolvimento de recifes carbonáticos de borda de plataforma. Na medida em que
ocorria a elevação do nível do mar durante o início do Holoceno, a cerca de 11 mil anos,
os recifes carbonáticos se desenvolviam verticalmente, em uma tentativa de
acompanhar esta subida de nível de base, sendo finalmente “afogados”. Atualmente
estes recifes estão a uma profundidade entre 80 e 120m e são basicamente constituídos
de algas calcárias, em sua maioria mortas, além de esponjas. Datações de sedimentos
carbonáticos superficiais indicam idades entre 14 e 20 mil anos. Nesta região, o
ambiente é lamoso e, portanto, não favorável à deposição carbonática. A falta de
conhecimento científico tem propalado a visão da existência de "recifes coralinos" vivos
na foz do Amazonas, induzindo leigos a uma falsa campanha de preservação. Na
verdade, não são observados corais e algas calcárias vivos, nas áreas onde estão os
blocos exploratórios para petróleo. Nestas áreas ocorrem apenas recifes mortos e
parcialmente soterrados, não estando localizados na foz do Rio Amazonas, mas sim na
borda da plataforma, a pelo menos 300km da desembocadura. Este trabalho visa
contribuir para o esclarecimento da comunidade científica, bem como da população em
geral, sobre a inexistência de impactos ambientais a esta suposta comunidade
bentônica, cientificamente embasado em estudos geológicos e oceanográficos.
Pretende, desta forma, elevar esta discussão a um patamar científico, apolítico, sem
paixões e isento de interesses econômicos, permitindo que o desenvolvimento desta
remota região brasileira possa ocorrer de forma sustentável e pungente.

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I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (I SBGGM)
49a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

UMA VISÃO REGIONAL INTEGRADA DOS PRINCIPAIS SISTEMAS


DEPOSICIONAIS DE ÁGUAS PROFUNDAS QUATERNÁRIOS DAS BACIAS
DE CAMPOS E ESPÍRITO SANTO, SUAS RELAÇÕES COM A FISIOGRAFIA
BACINAL E COM OS PROCESSOS COSTEIROS E PLATAFORMAIS

HERCOS, C. M.

Palestra proferida por: Dra. Cizia Mara Hercos (Petróleo Brasileiro S/A – CENPES/PDEP/GSE,
cizia@petrobras.com.br)

Durante o Quaternário desenvolveram-se 7 grandes sistemas turbidíticos nas bacias de Campos


e Espirito Santo, denominados de sul para norte como São Tomé, Câmara, Itabapoana,
Marataízes, Vitória, Watu e Doce. Durante os estágios glaciais, muito frequentes neste período,
ocorreu o rebaixamento do nível relativo do mar, expondo a plataforma e propiciando o avanço
dos sistemas fluviais (Paraíba do Sul e Doce, por exemplo) que alimentaram os cânions maduros
dos sistemas São Tomé, Câmara, Itabapoana, Watu e Doce. Na porção plataformal, situada à
montante destes sistemas, é possível observar nos registros batimétricos as cunhas de
sedimentos siliciclásticos associadas aos paleodeltas. Esse tipo de sistema foi abastecido por
grande quantidade de sedimentos arenosos que chegaram a alcançar as porções mais distais
da bacia. Já a porção proximal dos sistemas Marataízes e Vitória, no talude superior/médio,
possui um padrão de drenagem retilíneo, paralelo, convergente em direção ao talude
médio/inferior, composto por canais de talude de menor largura e profundidade, alimentados por
múltiplas fontes relacionadas a um sistema plataformal faminto, mais rico em carbonatos e
caracterizado por múltiplos canais. Segundo Bastos et al (2015), na retaguarda desses sistemas,
na porção costeira, ocorrem as falésias da Fm Barreiras. Esses sistemas turbidíticos
caracterizam-se pela presença de depósitos de canais e lobos mais proximais que se
desenvolveram principalmente no talude inferior, a partir de uma quebra de gradiente. A
transferência de areias para as porções distais foi mais restrita. Em todos os sistemas houve
transferência de areias durante o último período glacial (Biozona Y, 84-11Ka AP), com exceção
do Itabapoana, cujo último evento de transferência ocorreu durante o penúltimo período glacial
(Biozona W, 156-128 Ka AP). A geometria deposicional das porções distais dos sistemas
Câmara, Itabapoana, Vitória e Watu foi influenciada pela topografia criada pela halocinese. No
sistema Doce esta influência ocorre desde a sua porção proximal. Entremeados com os turbiditos
ocorre considerável volume de depósitos de movimentos de massa (DMM), principalmente
debritos e slumps de composição lamosa. Os DMMs são observados no talude inferior e Platô
de São Paulo adjacente; resultam da mobilização de grandes volumes de sedimentos com
expressivos runouts a partir da ruptura do talude. Também estão presentes no interior dos vales
submarinos decorrentes de fluxos laterais e/ou longitudinais, porém com menor frequência e
volume. Por vezes, DMMs pretéritos condicionam o caminho dos fluxos de densidade
subsequentes. Após a subida do nível relativo do mar, durante o Holoceno, a sedimentação em
águas profundas é representada principalmente por um drape pelágico/hemipelágico que
mimetiza o relevo herdado do final do Pleistoceno. Em alguns sistemas, como São Tomé,
Câmara (Viana et al., 2001), Watu e Doce, ocorre uma transferência de areias bem menos
efetiva, sob influência de correntes de fundo que transportam areias ao longo do talude superior-
borda da plataforma até encontrar o conduto alimentador (cânion), ou por fluxos gravitacionais
de areia relíquia plataformal nas cabeceiras dos cânions maduros.

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FUNDOS LAMOSOS EM ÁREAS PORTUÁRIAS E CANAIS DE NAVEGAÇÃO

VINZÓN, S.

Palestra proferida por: Dra. Susana Vinzón (Universidade Federal do Rio de Janeiro,
susana@oceanica.ufrj.br)

Sedimentos finos, em geral oriundos das bacias hidrográficas, encontram condições


para a formação de depósitos lamosos em estuários e regiões costeiras. A formação de
agregados, com alto conteúdo de água, dificulta a formação de uma interface bem
definida, como é o caso quando o material em suspensão é de areias. Assim, no leito
lamoso, encontramos uma transição desde uma suspensão diluída a um fundo
consolidado. Para a navegação é preciso mapear as profundidades, que encontramos
registradas, por exemplo, nas Cartas Náuticas. Na prática, esta profundidade navegável
é determinada a partir dos registros de ecobatímetros em frequências em torno dos 200
kHz, ou utilizando sonares multifeixe, também em frequências altas. Em fundos
arenosos, rochosos ou mesmo em fundos lamosos consolidados, essa determinação
não apresenta maiores dificuldades ou controvérsias. Porém, em fundos lamosos, esses
registros acústicos podem resultar em ambiguidades. O fundo lamoso, que recebe
aportes de sedimentos finos ou que é submetido a agentes hidrodinâmicos que
impedem a sua consolidação, apresenta camadas superiores de lama fluida, cujas
propriedades físicas e mobilidade vertical variam em tempo e espaço. Há consenso de
que o registro acústico em alta frequência detecta o primeiro gradiente de densidade,
ou primeira lutoclina, que pode representar o topo da camada de lama fluida. Porém, a
mobilidade desta camada superior, dificulta o estabelecimento de uma superfície
estática, representativa do fundo. Por outro lado, há um aumento incessante do tamanho
dos navios e, portanto, das profundidades necessárias para a operação portuária, que
resultam em altos custos de dragagem e impactos ambientais decorrentes da remoção
e disposição de material lamoso. Esse cenário tem levado a considerar a utilização das
camadas superiores da lama dentro da profundidade navegável. Camadas de lama
fluida são utilizadas para a navegação em diversos portos e canais de acesso no mundo.
As características físicas da lama devem ser compatíveis com a manobrabilidade e
controlabilidade do navio. Esses aspectos são discutidos no conceito de fundo náutico,
propiciado pela PIANC. Trata-se da análise, caso a caso, das características in-situ do
material lamoso nos canais de navegação e bacias portuárias, e sua relação com as
propriedades reológicas do material. Ensaios em laboratório, em tanques numéricos ou
mesmo em escala de protótipo são realizados para dar garantias à segurança de
passagem dos navios sem folga embaixo da quilha, ou ainda com folga negativa,
navegando a lama.

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MEGA-AGREGADOS EM SUSPENSÃO NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS E


SEUS REFLEXOS NAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS

LESSA, G.C.; OLIVEIRA, W.

Palestra proferida por: Dr. Guilherme Camargo Lessa (Universidade Federal da Bahia,
gclessa@gmail.com)

Um aspecto curioso do material particulado em suspensão (MPS) na Baía de Todos os


Santos (BTS) é a existência de concentrações muito elevadas de agregados
filamentosos excessivamente grandes (macro-agregados) em ambiente estuarino. O
hidrodinamismo nestas regiões é limitante ao crescimento de flocos e agregados, com
os maiores tamanhos documentados na literatura se restringindo a ~1 mm de diâmetro
em seu maior eixo. Os macro-agregados observados na BTS alcançam tamanhos
decimétricos, e sua presença deve causar um acentuado aumento da taxa de
decantação do material particulado em suspensão, fator de crucial importância para
manutenção da navegabilidade dos canais portuários na baía. Desta forma, o objetivo
principal deste trabalho é caracterizar o campo termohalino e de MPS da BTS,
documentar a existência dos macro-agregados, e determinar suas características
físicas, hidrodinâmicas e composicionais, procurando verificar se estes potencializam
ou não as taxas de sedimentação dentro da baía. A BTS é um estuário bem misturado,
com diferenças verticais máximas registradas de salinidade e temperatura iguais a 4.3
psu e 2oC. Cinquenta e cinco campanhas hidrográficas mapearam a distribuição
espacial da concentração do MPS entre 2012 e 2017. A concentração média do MPS
é de 13 mg.L-1, variando entre 6 mg.L-1 em marés de quadratura e 20 mg.L-1 nas marés
de sizígia. As concentrações de MPS aumentam para dentro da baía, crescendo 6 mg.L-
1
(30 mg.L-1) naquela direção em quadratura (em sizígia). O teor médio de material
inorgânico do MPS variou entre 59% na entrada da baía e 75% no interior. Os valores
médios de transporte vertical do MPS variaram de 25,8 g.m-2.d-1 próximo à superfície a
93,5 g.m-2.d-1 a 20 m de profundidade. Os mega-agregados concentraram-se
principalmente no centro da BTS, entre as ilhas dos Frades e da Maré, concentração
máxima de 230,6 mg.m-3. O comprimento, área e volume médio dos mega-agregados
foi de respectivamente 45 mm, 37,3 mm2 e 6,2 mm3. As relações do comprimento com
a área e o volume foram positivas, com coeficiente de correlação igual a 0,85 e 0,62. A
densidade efetiva média dos macro-agregados foi de 6,9 kg.m-3, variando de 2,1 kg.m-
3 a 10,9 kg.m-3, sendo que a velocidade média de queda foi de 20±6 mm.s-1, com
mínimo e máximo de 12 mm.s-1 e 34 mm.s-1 correspondentes a indivíduos com
comprimentos de 30 mm e 98 mm, respectivamente. Dado a elevada velocidade de
decantação e comumente alta concentração junto ao fundo, a possibilidade de
dispersão dos macro-agregados para fora da BTS se torna reduzida, uma vez que os
fluxos médios na metade inferior da camada d’água ocorre em direção ao interior da
baía.

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MAPEAMENTO GEOACÚSTICO DE LAMAS-FLUÍDAS EM ÁREAS


PORTUÁRIAS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

SPERLE, M.

Palestra proferida por: Dr. Marcelo Sperle (Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
marcelo.uerj@globo.com)

A determinação de padrões geoacústicos de fundo e sub-fundo tem grande importância


para uma série de atividades e estudos em áreas portuárias. No entanto, sua
determinação e quantificação dependem da inter-relação de variáveis associadas a
parâmetros geológicos e geotécnicos, às especificações técnicas dos equipamentos
acústicos, à estratégia de aquisição dos dados, às técnicas de processamento
empregadas e à experiência dos profissionais intérpretes. Portanto, pode-se verificar
que os produtos finais desses estudos são, em geral, qualitativos e muito subjetivos; o
que dificulta sobremaneira o seu emprego no dia-a-dia das atividades portuárias e de
seus diversos “atores”. Neste contexto, o principal objetivo desse trabalho é apresentar
uma proposta metodológica para mapear e quantificar os principais padrões
geoacústicos de fundo e sub-fundo presentes em diversos portos brasileiros. Para isto,
foi utilizado um sistema de sísmica de alta resolução multifrequência (CHIRP/2-16kHz)
integrado a um sistema de posicionamento DGPS (L1-L2) com precisão submétrica. O
experimento foi desenvolvido no Porto de Niterói (antigo Porto do Moinho) e contou com
a presença de um rebocador que produziu uma aeração tangencial do fundo lamoso ao
ligar e desligar seus motores durante as manobras de atracação. As principais
características geoacústicas observadas nos resultados obtidos após o processamento
dos dados sísmicos revelaram que i) os padrões sísmicos são muito pouco refletivos
(quase transparentes) e contínuos, quando os depósitos de lamas-fluídas não são
“perturbardos” (aerados pelos motores do rebocador) e ii) são descontínuos,
desaparecendo por completo, quando são aerados e entram em suspensão se
misturando à agua do mar. Conclui-se portanto que o uso da sísmica rasa de alta
resolução, com tecnologia CHIRP - o que aumenta a relação sinal-ruído – associada à
técnicas de aeração tangencial do fundo é bastante eficiente para a determinação in situ
e em tempo real de padrões geoacústicos de fundo e sub-fundo associados às lamas
fluidas em áreas portuárias. Esses estudos foram desenvolvidos no âmbito do Grupo de
Pesquisa em Oceanografia Geológica da UERJ (GPOG-UERJ/CNPq, v.10) e contaram
com financiamentos da SR2-UERJ, FAPERJ e CNPq.

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3O Workshop International Ocean Drilling Program (IODP / CAPES)
1O Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
3O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha

PALESTRAS DO I SBGGM

Palestra Prof. Dieter Muehe (UFES). Foto: LAPS Palestra de Abertura do I SBGGM – Dr. Regis Lima (MMA).
Foto: Acervo I SBGGM

Palestra Prof. Jose Maria Landim Dominguez (UFBA). Palestra Prof. George Satander Freire (UFC). Foto: LAPS
Foto: LAPS

Palestra Prof. Gilberto Tavares de Macedo Dias (UFF). Foto:


Mesa redonda Sessão Temática de Hidrografia Portuária e
LAPS
Petrolífera. Foto: LAPS
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