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ANAIS

WORKSHOPS DO PGGM
- EDIÇÃO AMAZÔNICA -
09 A 13 DE NOVEMBRO DE 2020
EVENTO 100% ON-LINE E GRATUITO
PROGRAMA DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA
(PGGM)

ANAIS
DOS

WORKSHOPS DO PGGM – EDIÇÃO


AMAZÔNICA

1a Edição

Rio de Janeiro
P2GM Projetos e Produções
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Lumos Assessoria Editorial
Bibliotecária: Priscila Pena Machado CRB-7/6971

A532 Anais dos workshops do PGGM : edição amazônica [recurso


eletrônico] / organizador Programa de Geologia e
Geofísica Marinha. —— 1. ed. —— Rio de Janeiro : P2GM,
2O2O.
Dados eletrônicos (pdf).

ISBN 978-65-992571-1-7

1. Geologia marinha. 2. Geociências. 3. Geofísica


marinha. I. Programa de Geologia e Geofísica Marinha
(PGGM). II. Título.

CDD 551.46
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

APRESENTAÇÃO DOS WORKSHOPS DO PGGM – EDIÇÃO AMAZÔNICA

O Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM), realizou de 09 a 13 de


novembro de 2020, os Workshops do PGGM – Edição Amazônica e a 51ª Reunião Anual
do PGGM. O evento, 100% on-line e gratuito, teve como instituições organizadoras
locais o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA),
a Universidade do Estado do Amapá (UEAP), a Universidade Federal do Ceará (UFC)
e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Pelo quinto ano consecutivo, ocorreram simultaneamente aos eventos do PGGM,
o 5º Workshop de Geologia e Geofísica Marinha e o 3o Workshop de Hidrografia
Portuária e Petrolífera. Além destes, atendendo a crescente demanda e interesse da
comunidade científica, foram realizados ainda o 1º Workshop de Sistemas Costeiros
Amazônicos e o Workshop de Oceano Profundo.
Os Workshops do PGGM – Edição Amazônica tiveram aproximadamente 1600
inscritos, durante os 5 (cinco) dias do evento, propiciando a estudantes, profissionais,
professores e pesquisadores nacionais e internacionais, uma programação de alto nível
científico no estado-da-arte do conhecimento das geociências marinhas. Foram
oferecidos 01 Webinar Seabed 2030 Brasil, 04 minicursos pré-evento, 04 workshops e
04 mesas redondas temáticas (Hidrografia Portuária e Petrolífera, Geologia e Geofísica
da Margem Continental Brasileira, Gerenciamento Costeiro e Marinho dos Sistemas
Costeiros Amazônicos, e Recursos Minerais e Programas em Oceano Profundo).
O evento contou com a presença de 35 palestrantes sêniores, de renome nacional
e internacional. Além das excelentes palestras, foram ainda apresentados 96 trabalhos
científicos por estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e profissionais
das ciências do mar.
Durante a cerimônia de abertura, foram realizadas homenagens à personalidades
que se destacaram no ensino e pesquisa nas áreas de geologia e geofísica marinha no
Brasil e na região amazônica/norte do Brasil. Nesta ocasião foram ainda lançados 02
livros inéditos no Brasil: “Geografia Marinha – Oceanos e costas na perspectiva de
geógrafos” e “Plataforma Continental Brasileira (Série II)”. Os livros estão disponíveis
para download gratuito no Website do PGGM (www.pggmbrasil/publicações).

Diversas empresas e instituições públicas e privadas patrocinaram o os


Worskhops do PGGM – Edição Amazônica (SGB/CPRM, UNIPILOT, AMCEL,
OCEANPACT, AML, QPS, ACQUAPLAN, A2 Marine Solution, SIGHT, FEMAR, IMS,
MERIDATA, DRAGABRAS, HIDROTOP, GEOFORCE e ARATU). Destaca-se, em
particular, o apoio das associações parceiras do PGGM: Associação Brasileira de
Estudos do Quaternário (ABEQUA), Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf),
Associação Brasileira de Oceanografia (AOCEANO), Sociedade Brasileira de Geologia
(SBG) e a Sociedade Brasileira de Hidrografia (SBHidro).
Como produto final dos Workshops do PGGM – Edição Amazônica, foram
publicados os Anais do evento, contendo os resumos e os e-pôsteres apresentados,
que estão disponíveis para download gratuito no Website do PGGM
(www.pggmbrasil/publicações).

Comissão Organizadora
iv
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

SOBRE O PROGRAMA DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA (PGGM)

A história da Geologia e Geofísica Marinha no Brasil teve seu início e evolução,


no fim da década de 1960, impulsionada pela organização de grandes cruzeiros
oceanográficos, nacionais e internacionais, pela criação de laboratórios de pesquisa em
geologia e geofísica marinha nas universidades brasileiras e pelas demandas de
projetos nacionais na área das ciências marinhas.
A primeira expedição oceanográfica, que deu início ao levantamento sistemático
da plataforma continental brasileira, foi a Operação GEOMAR I, realizada em 1969. Esta
expedição, organizada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do
Brasil, a bordo do Navio Oceanográfico Almirante Saldanha (H10), tinha como objetivo
principal estudar o fundo submarino na região da Foz do Rio Amazonas. Participaram
representantes da PETROBRAS, do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM, atualmente ANM) e professores/pesquisadores de várias universidades
brasileiras.
Após a GEOMAR I, foram criados 02 (dois) importantes centros de pesquisa em
geologia e geofísica marinha, que perduram até os dias atuais, sendo eles: o Laboratório
de Geologia Marinha (LAGEMAR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) -
posteriormente transferido para a Universidade Federal Fluminense (UFF) – e o Centro
de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS).
Devido ao sucesso alcançado pela GEOMAR I, em 1969, foi planejado o “1o
Encontro de Diretores de Instituições de Pesquisa no Mar”; com o intuito de discutir
diretrizes para a pesquisa oceanográfica no Brasil. Este evento foi organizado pela
Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN/Marinha do Brasil), pelo Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O evento contou com a presença
de diversas instituições acadêmicas e de pesquisas brasileiras atuantes nas ciências
marinhas. Durante o evento foram formados grupos de trabalho nas grandes áreas da
Oceanografia e, entre eles, um grupo de professores/pesquisadores na área de geologia
e geofísica marinha. Este grupo de trabalho, tomando como exemplo o sucesso da
Operação GEOMAR I, delineou os primeiros passos para a implantação do que foi
denominado na época de: Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM).
Assim, surgiu a primeira “rede de pesquisa oceanográfica brasileira” no âmbito do
PGGM. A partir de então, foi estabelecida uma cooperação entre a DHN e o PGGM, que
propôs a criação do primeiro “Programa Plurianual de Pesquisas do Mar”; onde foi
possível se estabelecer, em grandes linhas, um programa nacional trienal (1970 - 1972).
Este Programa permitiu ao Brasil se integrar a uma série de projetos internacionais,
resguardando os interesses nacionais no Oceano Atlântico Sul.
Os esforços iniciais dessa rede de pesquisadores do PGGM objetivaram
principalmente: o avanço da Geologia e Geofísica Marinha no Brasil e no exterior, a
proposição de soluções para a carência de recursos naturais e a investigação científica
do litoral e da plataforma continental brasileira. Em pauta estavam discussões sobre a
filosofia do PGGM, a necessidade de meios de execução (navios), a formação de
recursos humanos e a aquisição/desenvolvimento da instrumentação básica necessária
às pesquisas marinhas. Para tanto, o PGGM tinha como objetivo geral: "Fazer o
reconhecimento da costa e da margem continental brasileira e promover o
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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

desenvolvimento da infra-estrutura de equipamentos e pessoal necessários para o


desenvolvimento da Geologia e a Geofísica Marinha no Brasil".
Neste contexto, até o ano de 1986, foram realizadas, com grande êxito, um total
de 24 Operações GEOMAR e 11 Operações GEOCOSTAS, coordenadas pelo PGGM,
nas quais foram empregados os navios oceanográficos N.Oc. "Almirante Saldanha" e
N.Oc. "Almirante Câmara" da DHN/Marinha do Brasil.

As iniciativas e o esforço do PGGM, durante essas Operações, foram o embrião


para a concretização do Projeto de "Reconhecimento Global da Margem Continental
Brasileira" (Projeto REMAC); sem dúvida um dos maiores levantamentos sistemáticos
da margem continental brasileira, realizado nas décadas de 1970 a 80. Neste projeto
foram incorporados novos parceiros ao PGGM, como a PETROBRAS, o extinto
Departamento de Produção Mineral (DNPM) - atualmente Agência Nacional de
Mineração (ANM) – a Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM) –
atualmente Serviço Geológico do Brasil – a Secretaria da Comissão Interministerial para
os Recursos do Mar (SECIRM); além da DHN e do CNPq, que já integravam o PGGM.
Também colaboraram com o PGGM, várias instituições internacionais como a Woods
Hole Oceanographic Institution (MIT), o Lamont-Doherty Earth Observatory (Columbia
University) e o Centre National pour I‘Exploitation des Océans (IFREMER).

Desde o Projeto REMAC, as instituições que integram o PGGM participaram da


elaboração, planejamento e execução de todos os grandes projetos oceanográficos
nacionais e internacionais no Atlântico Sul.

Atualmente o PGGM integra uma rede que engloba 27 instituições, desde o Rio
Grande do Sul até o Amapá (Tabelas I e II), dividido entre instituições efetivas
(universidades, institutos e centros de pesquisa) e intuições colaboradoras (órgãos e
empresas públicas). Desta integração resultam publicações científicas nacionais e
internacionais, livros, manuais metodológicos e guias de diretrizes, além do intercâmbio
interinstitucional.
Tabela I. Instituições efetivas que integram o PGGM. Fonte: http://pggmbrasil.org/instituições
Instituições efetivas Sigla
Universidade Federal do Rio Grande FURG
Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Universidade Federal de Santa Catarina UFSC
Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI
Universidade Federal do Paraná UFPR
Universidade de São Paulo USP
Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ
Universidade Federal Fluminense UFF
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
Universidade Federal do Espírito Santo UFES
Universidade Federal da Bahia UFBA
Universidade Federal de Pernambuco UFPE
Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN
Universidade Estadual do Ceará UECE
Universidade Federal do Ceará UFC
Universidade Federal do Maranhão UFMA
Universidade Federal do Pará UFPA
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira IEAPM
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá IEPA

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

Tabela II. Instituições colaboradoras que integram o PGGM. (Modificado de: http://pggmbrasil.org/instituições)

Instituições colaboradoras Sigla


Comissão Interministerial para os Recursos do Mar CIRM
Diretoria de Hidrografia e Navegação DHN
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MCTIC
Ministério do Meio Ambiente MMA
Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (Serviço Geológico do Brasil) SGB / CPRM
Departamento Nacional de Produção Mineral (Agência Nacional de Mineração) DNPM / ANM
Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS

Portanto, ao longo dos últimos 51 anos, o PGGM vem contribuindo ativamente


para a elaboração e execução de políticas públicas visando ampliar o conhecimento da
margem continental brasileira e do Atlântico Sul, em seus vários aspectos: científicos,
acadêmicos, estratégicos, de soberania nacional, de gestão ambiental, de divulgação e
de formação de recursos humanos.
Dentre os principais projetos de âmbito nacional e internacional realizados com a
participação PGGM - alguns ainda em execução - se destacam:
- o Projeto de Reconhecimento Global da Margem Continental Brasileira (REMAC; 1970
-1985);

- o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC, 1988 - 2013);

- o Levantamento da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (Projeto


LEPLAC/Amazônia Azul,1990 - 2010);

- a Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva


(Projeto ReviZEE, 1994 - 1998);

- a Avaliação do Potencial Mineral da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (Projeto


REMPLAC, 1997 - atual),

- o de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico


Sul e Equatorial (Projeto PROAREA, 2012 - atual),

- o Programa "International Ocean Discovery Program" (Programa IODP/ CAPES-Brasil,


2015 - atual) e

- o Programa Nacional para Conservação da Linha de Costa (PROCOSTA/MMA/MME,


2018 - atual).

Os Workshops do PGGM – Edição Amazônica (2020) são, portanto, fruto da


filosofia do trabalho pioneiro do PGGM, em “rede de pesquisa” no Brasil, ao longo
desses 51 anos de história da geologia e geofísica marinha.

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias


Coordenador do PGGM (Gestão 2020-2021)
Faculdade de Oceanografia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

COORDENAÇÃO GERAL DO EVENTO

Profa. Dra. Valdenira Ferreira dos Santos (IEPA)


Coordenadora Geral do Evento
valdeniraferreira@gmail.com

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias (UERJ)


Coordenador do PGGM GESTÃO 2020-2021
pggm@pggmbrasil.org

Prof. Dr. Alex Cardoso Bastos (UFES)


Vice coordenador do PGGM GESTÃO 2020-2021
alexbastos@pggmbrasil.org

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO

Profa. Dra. Valdenira Ferreira dos Santos (IEPA)


Coordenadora Geral do Evento
valdeniraferreira@gmail.com

Profa. Dra. Helenice Vital (UFRN)


Comissão Científica
helenicevital2004@yahoo.com.br

Prof. Dr. George Satander Freire (UFC)


Comissão Científica
freire@ufc.br

Oc. M.Sc. Caroline Fontelles Ternes


Produção Executiva e Secretaria do PGGM
secretaria@pggmbrasil.org

M.Sc. Kerly Araújo Jardim (UFF/IEPA)


Secretaria do evento
kerllyjardim@gmail.com

Profa. Dra. Fernanda Souza (UEAP)


Secretaria do evento
oc.fernandasouza@gmail.com

Edineuza dos Santos Rosario (IEPA)


Tesouraria do evento
edineuza.rosario@gmail.com

COMISSÃO DE APOIO

Profa. Dra. Narelle Maia de Almeida (UFC) João Paulo Ferreira da Silva (UFRN)
Divulgação em mídias sociais Monitor de minicurso
narelle@ufc.br jp.fsilva@yahoo.com

Raquel Rocha dos Santos (UEAP) Thiago Augusto Bezerra Ferreira (UFRN)
Divulgação em mídias sociais Monitor de minicurso
theraquelrocha@gmail.com ferreira.augustus@gmail.com

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

COMISSÃO CIENTÍFICA

Profa. Dra. Helenice Vital (UFRN)


helenicevital2004@yahoo.com.br

Profa. Dra. Valdenira Ferreira dos Santos (IEPA)


valdeniraferreira@gmail.com

Prof. Dr. George Satander Sá Freire (UFC)


freire@ufc.br

Prof. Dr. Alex Cardoso Bastos (UFES)


alex.bastos@ufes.br

Prof. Dr. Cleverson Guizan Silva (UFF)


cguizan@id.uff.br

Prof. Dr. Pedro Walfir M. S. Filho (UFPA)


pedropwm@gmail.com

Prof. Dr. Marcelo Sperle Dias (UERJ)


pggm@pggmbrasil.org

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

REALIZAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

APOIO INSTITUCIONAL

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

PATROCÍNIOS

PATROCÍNIO PLATINA

PATROCÍNIO OURO

PATROCÍNIO COBALTO

PATROCÍNIO MANGANÊS

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DOS WORKSHOPS DO PGGM – EDIÇÃO AMAZÔNICA... iv


SOBRE O PROGRAMA DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA (PGGM).... v
COORDENAÇÃO GERAL DO EVENTO........................................................ viii

COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO..................................................... ix

COMISSÃO CIENTÍFICA.................................................................................... x

REALIZAÇÃO...................................................................................................... xi

ORGANIZAÇÃO.................................................................................................. xi

APOIO INSTITUCIONAL..................................................................................... xi

PATROCÍNIOS.................................................................................................... xii

I - RESUMOS E e-PÔSTERES........................................................................... 14

13
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

RESUMOS

E e-PÔSTERES

WORKSHOPS DO
PGGM EDIÇÃO
AMAZÔNICA

Macapá/AP

14
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

TÍTULO DO RESUMO AUTORES PG.


CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E POSSÍVEIS CONTROLES SOBRE A
OLIVEIRA, JR. E.A.; PUGA-BERNABEU, A.,
SEDIMENTAÇÃO DOS SISTEMAS TURBIDÍTICOS DE LONGO ALCANCE DA MARGEM VIANA, A.R.
19
CONTINENTAL BRASILEIRA
INTERPRETAÇÕES SISMOESTRATIGRÁFICAS DE SUBFUNDO LACUSTRES NA JARDIM, K.A.; SANTOS, V.F dos.;
OLIVEIRA, U. R.; SILVA, J.P.F da.
21
PLANÍCIE COSTEIRA DO AMAPÁ, REGIÃO DO CABO NORTE
SISMOFÁCIES DO CINTURÃO LACUSTRE MERIDIONAL, COSTA AMAZÔNICA, CABO ARAÚJO, L.; SANTOS, V.; JARDIM, K.;
DELAVY, F.; SILVEIRA, O. (in memoriam)
23
NORTE, AMAPÁ
INTERANNUAL MORPHOLOGICAL CHANGES IN EXPOSED SANDY BANKS AMONG SILVA, M.; SILVA, J.; FIGUEIREDO, A.;
SANTOS, V.
25
EL-NIÑO EVENTS IN THE MACAPÁ BAY - AMAZON RIVER
DETERMINAÇÃO DO BACKGROUND E BASELINE GEOQUÍMICO PARA A PLANÍCIE XAVIER, D.; SANTOS, V.; MIRANDA, A.;
PARDAL, E.; BERRÊDO, J. 27
COSTEIRA AMAPAENSE
RECIFES DA AMAZÔNIA: DIAGNÓSTICO DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DA CALADO, J.F.; CARDOSO, F.L.
29
CIDADE DE MACAPÁ E DO OIAPOQUE - AMAPÁ, BRASIL
DINÂMICA SAZONAL DO ESTUÁRIO DO RIO OIAPOQUE, BRASIL-GUIANA FRANCESA LAUT, L.; BELART, P.; DA MATTA, G.;
SOUZA, F.; SANTOS, V.F. 31
FACIOLOGIA DO ESTUÁRIO DO RIO OIAPOQUE BARROS, B.; SANTOS, V.; BERREDO, J.
33
VARIAÇÃO DA LINHA DE COSTA NA REGIÃO DOS CABOS LAMOSOS NO EXTREMO FRAZÃO, M. D. P., SANTOS, V.F.
35
NORTE DO BRASIL, FRONTEIRA BRASIL E GUIANA FRANCESA
FEIÇÕES SEDIMENTARES – RIO PARÁ - AMAZÔNIA ORIENTAL DELAVY, F.; BERREDO, J.F.; MENDES, A.;
ROLLNIC, M.; MIRANDA, A.G.O. 37
MORFOESTRATIGRAFIA DOS DEPÓSITOS RECENTES DA PLANÍCIE COSTEIRA DE EL-ROBRINI, M.
39
MARACANÃ (NORDESTE DO PARÁ – AMAZÔNIA ORIENTAL)
CARACTERIZAÇÃO DE ECOFÁCIES NO CANAL DO VARADOR, PLATAFORMA SILVA, J.P.F.; JARDIM, K.A.; REYES, Y.A.;
CONTINENTAL AMAZÔNICA INTERNA AQUINO DA SILVA, A.G.; SANTOS, V.F.; 41
VITAL, H.
CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE FUNDO MARINHO COM BASE EM ATRIBUTOS ANJOS, J.V.M.C.; SANTOS FILHO, J.R.;
SÍSMICOS NA BACIA DA FOZ DO AMAZONAS CECILIO, A.B.; SILVA, C.G. 43

DISTRIBUTION, MORPHOLOGY AND INTERNAL COMPOSITION OF REEFS ON THE VALE, N.; BRAGA, J.; BASTOS, A.;
AMAZON CONTINENTAL MARGIN SALGADO, L.; MORAES, F.; KAREZ, C.; 45
MOURA, R.
MAPEAMENTO DA PLATAFORMA AMAZONICA UTILIZANDO DADOS GEBCO - CARTA SILVA, J. P. F.; JARDIM, K. A.; REYES, Y.
BATIMÉTRICA GERAL DOS OCEANOS A.; AQUINO DA SILVA, A. G.; SANTOS, V. 47
F.; VITAL, H.
INFLUÊNCIA DOS ÍNDICES CLIMÁTICOS TROPICAIS NO CLIMA DE ONDAS DA ZONA GUERREIRO, J.S.; EL-ROBRINI, M.;
COSTEIRA AMAZÔNICA SOUZA, E. B. 49

ASPECTOS TEXTURAIS E MINERALÓGICOS DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO SOUZA, T.; BERRÊDO, J.F.; BATISTA, A.
PARÁ 51

MINERALOGIA E QUÍMICA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DA REGIÃO DE SOUZA, T.; ASP, N.; BERRÊDO, J.F.;
CONFLUÊNCIA ENTRE O RIO AMAZONAS E XINGU GOMES, V.; MARQUES, A.; BRAGA, A.;
GOMES, J.; SOUZA-FILHO, P.; FRICKE, A.;
53
OGSTON, A.; NITTROUER, C.
EFETIVIDADE DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DAS ÁREAS DE MANGUEZAL DA FERNANDES, G. L.; MIRANDA, Z.P.;
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MARACÁ-JIPIOCA MACHADO, D. S 55

APLICAÇÃO DE RECEPTORES GLOBAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM (GNSS) OKAJIMA, L. M. L.; GREGORIO, A. M. DA
S.; ROSÁRIO, R. P. 57
COM CORREÇÃO DIFERENCIAL PARA DETERMINAÇÃO DA MARÉ
ANÁLISE DO MODELO OTIS PARA PREVISÃO DE MARÉ NA BARRA NORTE DO RIO FERNANDES, M.; ABDON, B.; MORAES, S.;
AMAZONAS SILVA, L.; MEDEIROS, P.; VALE, L.; 59
ROSÁRIO, R.
ANÁLISE DO MODELO OTIS PARA PREVISÃO DE MARÉ NO ESTUÁRIO DO RIO PARÁ ABDON, B.; MORAES, S.; ROSÁRIO, R.P.
61
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE ONDAS INTERNAS NA FOZ DO RIO ROSA, M.; MOURA, P.; MENDONÇA, L.F.F.;
LENTINI, C.A.D. 63
AMAZONAS ATRAVÉS DO SENSOR MODIS - SATÉLITE TERRA
EVOLUÇÃO MULTITEMPORAL DAS ÁREAS DE BOTA- FORA DA BAÍA DE GUAJARÁ MENDES, C.A.C.; EL- ROBRINI, M.
(PARÁ) ATRAVÉS DO USO DE CARTAS NÁUTICAS 65

REDES NEURAIS ARTIFICIAS APLICADAS A EXTRAÇÃO DA BATIMETRIA POR ANDRADE, L.; FERREIRA, I.; PINHEIRO, L.;
SANTOS, F. 67
RESPOSTA ESPECTRAL. ESTUDO DE CASO: LAGUNA DA JANSEN-MA
DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTOS DE FUNDO COMO INDICADOR DA VARIABILIDADE CARVALHO, K.L.V.; BORGES, K.K.;
SEREJO; J.H.F.; SANTOS; V.H.M. DOS;
HIDRODINÂMICA DO COMPLEXO ESTUARINO DE SÃO MARCOS, MARANHÃO – LIMA, H.F.; SOARES, R.A.; DIAS, F.J. DA
69
BRASIL SILVA
DINÂMICA DE CORRENTES E ESTRUTURA TERMOHALINA EM UM ESTUÁRIO DE SOUSA, L. L.; SANTOS, V. H. M.; LIMA, H.
MACROMARÉ NA INTERFACE AMAZÔNIA-SEMIÁRIDO: COMPLEXO ESTUARINO DE P.; SOARES, R. A.; DIAS, F. J. S.; TORRES,
A. R. 71
SÃO MARCOS
CIRCULAÇÃO HIDRODINÂMICA EM UM ESTUÁRIO DE MACROMARÉ DO NORDESTE LIMA, H. P.; SOARES, R. A.; RIBEIRO
BRASILEIRO JUNIOR, J. C. M.; SANTOS, V. H. M.; SILVA
JUNIOR, R. M.; TORRES JUNIOR, A. R.;
73
DIAS, F. J. S.

15
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

TÍTULO DO RESUMO AUTORES PG.


ANÁLISE SEDIMENTAR E PETROFÍSICA DE TESTEMUNHOS POR VIBRAÇÃO DE UM CRUZ, D.B.L.T.; VITAL, H.; AQUINO DA
CANAL DE MARÉ DA BAÍA DO CAJU, DELTA DO PARNAÍBA (PI-MA) SILVA, A.G.; SMITH, F.S.G. 75

ANÁLISE SEDIMENTAR E DE PERFIS DE RAIOS GAMA EM TESTEMUNHOS POR NÓBREGA, T.; VITAL, H.; AQUINO DA
SILVA, A.G.; SMITH, F.S.G. 77
VIBRAÇÃO DA PORÇÃO LESTE DO DELTA DO RIO PARNAÍBA
ANÁLISE SEDIMENTAR DE CANAL DE MARÉ NA REGIÃO DE ARAIOSES, DELTA DO ROCHA, D.R. DAS C.; VITAL, H.; SMITH, F.;
PARNAÍBA (PI-MA) DA SILVA, A.A. 79

CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA E SEDIMENTAR DO ESTUÁRIO DO RIO BORGES, K. K.; CARVALHO, K. L. V.; DIAS,
PARNAÍBA, PIAUÍ - BRASIL F. J. S.; FEITOSA, J. H. S.; DOS SANTOS, 81
V. H. M.; LIMA, H. P.; SOARES, R. A.
ESTUDO DOS EFEITOS AMBIENTAIS EM CONSEQUÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE MADRUGA, M.M.D.; MANSO, V. A. V.;
ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO COSTEIRA AO LONGO DA PRAIA ADJACENTE AO MADRUGA, J. D.; FREIRE, G. S. S.; 83
RESORT NANAI – PRAIA DE MURO ALTO-PE FERRO, I. M. M.
ARQUITETURA DEPOSICIONAL E DINÂMICA EVOLUTIVA DE CORDÕES LITORÂNEOS ARRAES, C.; FRANÇA, M.; FORNARI, M.;
SOB INFLUÊNCIA DE DELTA NO LITORAL NORTE DO ESPÍRITO SANTO (ES), BRASIL GIANNINI, P.; COHEN, M.; PESSENDA, L. 85
EVOLUÇÃO HIDROSEDIMENTOLÓGICA DO COMPLEXO DO GUAÍBA-RS CORRÊA, I.C.S.; WESCHENFELDER, J.;
NUNES, J.C.R. 87

CLIMA DE ONDAS AO LARGO DA ILHA DE TRINDADE – ARQUIPÉLAGO DE MARTIN SOUSA, M.F.; TAKASE, L. S.; SIEGLE, E.
VAZ 89
CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA INTEGRADA DE SEDIMENTOS FLUIDIZADOS: TERNES, C.F.; SPERLE, M.; RAMOS,
ESTUDO DE CASO DAS LAMAS-FLUIDAS NA PRAIA DO CASSINO, RIO GRANDE/RS R.R.C. 91
GEOMORFOLOGIA, SEDIMENTOLOGIA E PROJEÇÃO DE LINHAS DE COSTA FETTER, A. P.; ARAUJO, R. S.; BERRIBILLI,
FUTURAS PARA A PRAIA BRAVA, ITAJAÍ – SC M. P.; REIS, F. H.; SILVA, S. D. 93

CORRELAÇÕES TECTÔNO-MAGMÁTICAS ONSHORE-OFFSHORE E O PAPEL DA FERREIRA, C. L.; STANTON N.


HERANÇA GEOLÓGICA NA BACIA DE SANTOS (PLATÔ DE SÃO PAULO) 95

MORFOLOGIA DEL FONDO MARINO EN EL SECTOR DE ENTRADA DEL ESTUARIO DE SALVATIERRA, M. M.; ALIOTTA, S.;
BAHIA BLANCA (ARGENTINA) GINSBERG, S. S. 97

PADRÕES SONOGRÁFICOS DA PLATAFORMA MARINHA RASA ADJACENTE AO FABIN, C.E.G.S.O.; MANSO, V.A.V.;
PORTO DE SUAPE/PE ALMEIDA, N.M. 99
OCORRÊNCIAS DE CARBONATOS NA PLATAFORMA RASA DA BACIA DE FABIN, C.E.G.S.O.; MANSO, V.A.V.;
ALMEIDA, N.M. 101
PERNAMBUCO
FEIÇÕES MAGMÁTICAS NA BORDA SUL DA BACIA DE CAMPOS E A SUA RELAÇÃO STROBINO, E.; STANTON, N.
TECTÔNICA COM O SAL 103

BIOMASSA DE BOLIVINA ORDINARIA (FORAMINIFERA) COMO PROXY DE TORTORA, P.; BONETTI, C.


FLUTUAÇÕES PALEOCEANOGRÁFICAS AO LONGO DO QUATERNÁRIO 105

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO MONTE SUBMARINO TŪRANGANUI KNOLL, ENGELMANN DE OLIVEIRA, C.H.; CHIELE,
NOVA ZELÂNDIA M.B.; FIGUEIREDO, J.C.; THOMAS, G.A.; 107
GÖTZ, J.J.

INVERSÕES DE DERIVA LITORÂNEA NA EVOLUÇÃO DA BARREIRA HOLOCÊNICA DE BOGO, M.; SANTOS, S.F.; SOUZA, M.C.;
PARANAGUÁ - PR ANGULO, R.J. 109

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA PLANÍCIE COSTEIRA DA PRAIA DO FORTE, SÃO CABRAL, T.J.P.; SANTOS, M.I.F.; LUGLI-
FRANCISCO DO SUL – SC BERNARDES, D.O. 111

EVOLUÇÃO DA PLANÍCIE COSTEIRA DA PRAIA DO FORTE – SC, COM BASE NA CABRAL, T.J.P.; SANTOS, M.I.F.; LUGLI-
CARACTERÍSTICA SEDIMENTAR BERNARDES, D.O. 113

EVOLUÇÃO DESDE A ÚLTIMA ERA GLACIAL, INÍCIO DO HOLOCENO E SÉCULO XX EM SILVA, R.; MENDES, D.; VITAL, H.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS E CLIMÁTICAS ATRAVÉS DA MODELAGEM NUMÉRICA 115

AVALIAÇÃO DE ALGORITMOS PARA A ESTIMAÇÃO DA BATIMETRIA DA BAÍA DA FILIPPI, B.; ALMEIDA, L.P.M.; KLEIN,
BABITONGA ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO SATÉLITE SENTINEL-2 A.H.F., PINTO, M.W. 117

ANÁLISE DO RADARGRAMA NA BARREIRA PLEISTOCÊNICA DA PLANÍCIE DE SANTOS, S.F.; BOGO, M.; SOUZA, M.C.;
SUPERAGUI, PARANÁ ANGULO, R.J. 119

DEM BATIMÉTRICO DERIVADO DA BATIMETRIA MULTIESPECTRAL (LOG- DE PAULA, C.F.; LIMA, L.A.; CINTRA, J.P.;
TRANSFORMADA) UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT 8: UM ESTUDO DE CASO PARA OLIVEIRA, H.C.; COSTA, D.C.
121
A COSTA DE FORT LAUDERDALE
IDENTIFICAÇÃO E PREPARAÇÃO BIOGÊNCIA PARA ANÁLISES ISOTÓPICAS (δ13C E SOUZA, P.C.; BARROS, C.E.;
DE δ18O) DE UM TESTEMUNHO NA LAGOA DOS PATOS DEHNHARDT, B.A.; BAITELLI, R.; CORRÊA, 123
I.C.S.
RECONSTITUIÇÃO DO FUNDO TOPOGRÁFICO EM ÁGUAS RASAS A PARTIR DA DE PAULA, C.F.; LIMA, L.A.; CINTRA, J.P.
BATIMETRIA MULTIMÍDIA APLICADA A NUVEM DE PONTOS FOTOGRAMÉTRICA 125
(IMAGE MATCHING)
CARACTERIZACIÓN DE FACIES SÍSMICAS FLUVIALES EN EL SUBSUELO DEL ALIOTTA, S.; GINSBERG, S.S.; VECCHI,
ESTUARIO DE BAHÍA BLANCA, ARGENTINA L.G.; MINOR SALVATIERRA, M.; 127
ANDREOLI, A.

16
Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
O

1O Workshop de Sistemas Costeiros Amazônicos


Workshop de Oceano Profundo

TÍTULO DO RESUMO AUTORES PG.


CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA E TEXTURAL DOS SEDIMENTOS SLOMPO, T.; ABREU, J.G.; SILVA, S.
SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL CENTRO-NORTE DE SANTA 129
CATARINA E SUAS RELAÇÕES COM ESPÉCIES BIOINDICADORAS
CORRELAÇÃO AMBIENTAL E GEOCRONOLÓGICA ENTRE TRÊS TESTEMUNHOS NO BAITELLI, R.; BARROS, C.E; DEHNHARDT,
B.A.; SOUZA, P.C. 131
INTERIOR DA LAGOA DOS PATOS
MORFOMETRIA DOS DEPÓSITOS DE MOVIMENTO DE MASSA NEOGÊNICOS DO DIONISIO, G. M.; PANDOLPHO, B. T.;
TALUDE CONTINENTAL DO ALTO DE CABO FRIO, REGIÃO FRONTEIRIÇA DAS MACHADO, A. A.; KLEIN, A. H. F. 133
BACIAS DE SANTOS E CAMPOS
AVALIAÇÃO DA INCERTEZA DE DADOS BATIMÉTRICOS COLETADOS POR MEIO DE FERREIRA, I.; ANDRADE, L.; SANTOS, F.
PLATAFORMAS AUTÔNOMAS NÃO TRIPULADAS 135

ANÁLISE MULTIPROXI DA PASSAGEM DE CICLONE EXTRATROPICAL NA REGIÃO CABRAL, C.L.; CASTRO, J.W.A.;
DOS LAGOS FLUMINENSES, RIO DE JANEIRO, NO INÍCIO DO SÉCULO XX FERNANDES, D.; SILVEIRA, I.R.L.; 137
OLIVEIRA, D.M.V.; GOUVEIA JR., W.C.
ANÁLISE QUALITATIVA DOS MINERAIS PESADOS PRESENTES NOS SEDIMENTOS SILVA, S.; ABREU, J.G.; BERRIBILLI, M.
DEPOSITADOS EM TRÊS DIFERENTES SETORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA 139

INVERSÃO TECTÔNICA NA BACIA DO CEARÁ, NE BRASIL: IMPLICAÇÕES PARA A VASCONCELOS, D.L.; OLIVEIRA, K.L.;
EVOLUÇÃO DA MARGEM EQUATORIAL E DOS SISTEMAS PETROLÍFEROS ALMEIDA, N.M. 141

PARÂMETROS GRANULOMÉTRICOS VS. REGISTRO DE DIATOMACEAS COMO SANTOS, C.B.; CORRÊA, I.C.S.;
INDICADORES DE MUDANÇAS PALEOAMBIENTAIS OCORRIDAS DURANTE O WESCHENFELDER, J. 143
QUATERNÁRIO NO SUL DO BRASIL
CORREÇÃO DIRECIONAL DAS PARTIÇÕES DO ESPECTRO DO CSIRO PARA O SUL SAIDELLES, C.; ALBUQUERQUE, J.;
DO BRASIL E URUGUAI RAMOS, M.; FARINA, L.; NICOLODI, J. 145
LEONHARDT, A.; GONÇALVES, J.
A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE FUNDO SOBRE UM REGISTRO FÓSSIL DE
147
COCOLITOFORÍDEOS NA BACIA DE PELOTAS
O CONTROLE MORFOESTRUTURAL NA DISTRIBUIÇÃO DOS DEPÓSITOS OKOE, P.M.N.A.; TOLDO JÚNIOR, E.E.;
BIOCLÁSTICOS NA PLATAFORMA DO ALBARDÃO – RS FICK, C.; NUNES, J.C.R.; PUHL, E.; 149
CORRÊA, I.C.S.
DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DA LAGOSTA VERMELHA NA ZONA COSTEIRA DO ASANO-FILHO, M.; ABREU NETO, J.C. DE;
MUNICÍPIO DE ICAPUÍ – CE FREIRE, G.S.S. 151

DETERMINAÇÃO DA RETROGRADAÇÃO E VULNERABILIDADE COSTEIRA DO ALMEIDA, H.R.R.C.; MANSO, V.A.V.;


MUNICÍPIO DA BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS SANTOS, R.C.A.L; SILVA, D.F. 153

DISTRIBUIÇÃO DA FORÇA DE ONDAS EM TORNO DA ILHA DE ALCATRAZES, SP TAKASE, L.S.; STEIN, L.P.; HOFF, N.T.;
SIEGLE, E. 155

SEDIMENTOLOGIA Y PALEONTOLOGIA DE CORDONES COSTEROS HOLOCENOS EN ALIOTTA, S.; GÓMEZ-ESPINOSA, C.;


EL SECTOR INTERNO DEL ESTUARIO DE BAHÍA BLANCA, ARGENTINA GINSBERG, S.S.; FARINATI, E. 157

CARACTERIZAÇÂO FACIOLÓGICA DA PLATAFORMA CONTINENTAL DE ICAPUÍ – CE ABREU NETO, J.C. DE; FREIRE, G.S.S.
159

GEOINDICADORES DA LINHA DE COSTA: ESTUDO DE CASO DA PRAIA DA CAPONGA, MOURA DE ABREU, M. R.; ABREU NETO,
CEARÁ, BRASIL J. C. de; BARROS, V.M.de O. 161

CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTAR DE TESTEMUNHOS RASOS E DATAÇÃO POR SANTOS, J.R.; SANTOS, L.A.; FONTES,
CARBONO-14 (14C) NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE SERGIPE L.C.S.; CARNEIRO, M.E.R.; ARGUELHO, 163
M.L.P.M.; GARCIA, C.A.B.
ANÁLISE PALEOAMBIENTAL DE TESTEMUNHOS RASOS E DATAÇÃO POR CARBONO- SANTOS, J.R.DOS; SANTOS, L.A.;
14 NOS CÂNIONS DO TALUDE CONTINENTAL DE SERGIPE FONTES, L.C.S.; CARNEIRO, M.E.R. 165

AVALIAÇÃO MINERALÓGICA DA MINERALIZAÇÃO DE ILMENITA NO LITORAL DO RIO WUST, C.F.; CHEMALE, F., CHEMALE, L.
GRANDE DO SUL T., RIZZI, M.A.M. 167

U-Pb AND Lu-Hf ISOTOPES APPLIED TO THE PROVENANCE STUDIES OF THE Ti- RIZZI, M.A.M.; CHEMALE JR., F.;
BEARING PLACERS IN THE RIO GRANDE DO SUL COASTAL PLAIN DILLENBURG, S.R.; TAKEHARA, L.; 169
GIRELLI, T.J.; WUST, C.F.
FRAGMENTATION INTENSITY: A NEW (AND STANDARDIZED) METHOD TO ASSESS SUAREZ-IBARRA, J.Y.; FROZZA, C.F.;
DISSOLUTION EFFECTS ON PLANKTONIC FORAMINIFERA ASSEMBLAGES PETRÓ, S.M.; PIVEL, M.A.G. 171

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DA LINHA DE COSTA DO MUNICÍPIO DE BONFIM, A.A.T.L.; SOUZA, C.R.G.;
JEQUIÁ DA PRAIA, ALAGOAS SANTOS, R.C. DE A.L.; BEZERRA, K.L.T. 173

INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA DA BAÍA DA BABITONGA, SC, NO PLEISTOCENO GALVÃO, W.; KLEIN, A.; MAHIQUES, M.;
SUPERIOR E HOLOCENO PINTO, M.; PRADO, M.; ALMEIDA, L.; 175
PANDOLPHO, B.; DIAS, R.
OCORRÊNCIAS DE GÁS A PEQUENA PROFUNDIDADE EM AMBIENTES LAGUNARES TERRA, L.; PINHEIRO, L.; GARCIA-GIL, S.
COSTEIROS 177

TRANSPORTE DE SEDIMENTOS INDUZIDOS POR ONDAS NO SEGMENTO NORTE DA FERNANDES, D.; GOUVEA JUNIOR, W.C.;
ENSEADA DA BAÍA FORMOSA, RIO DAS OSTRAS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO VELÁSQUEZ, D.; SILVEIRA, R.L.I.; 179
CABRAL, C.L.; CASTRO, J.W.A.

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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TÍTULO DO RESUMO AUTORES PG.


ECOFÁCIES VINCULADAS AOS PROCESSOS SEDIMENTARES E HIDRODINÂMICOS LAGUE, J.P.G.; WESCHENFELDER, J.;
NA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL CORRÊA, I.C.S.; SANTOS, C.B.; HAHN, 181
A.R.O.; ROSA, L.M.
AVALIAÇÃO DAS CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS GEOFÍSICOS, MUNIZ, A.L.; AYRES NETO, A.; RAMALHO,
GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS EM UM PROJETO DE ENGENHARIA SUBMARINA A.S.; FREITAS, B.L.; GALLEA, C.G.; CLUA, 183
E.W.G.; BIONDI, M.; CARVALHO, L.F.R.
MEDIÇÃO DE DENSIDADE IN SITU – LIMITAÇÕES E POTENCIALIDADES DO FONSECA, D.; MANGANELI, C.; PEREIRA,
PERFILADOR DE DENSIDADE TIPO GARFO VIBRATÓRIO PARA A DETERMINAÇÃO DO Y.; VINZÓN, S. 185
FUNDO NÁUTICO
DISTRIBUIÇÃO DO FÓSFORO E SUAS ESPECIAÇÕES QUÍMICAS NOS SEDIMENTOS CARDINAL, K. O.; ABREU, J. G. N. de;
SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA DE FLORIANÓPOLIS, MARGEM CONTINENTAL SUL KUROSHIMA, K. N.; MORILLA, A. M. B. 187
DO BRASIL
CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTAR DE UM TRECHO PRAIAL DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ- CHACANZA, M.S.; MEDEIROS, M.E.M;
CE, BRASIL FREIRE, G.S.S.; ABREU NETO, J.C. 189

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE INTERPOLADORES GEOESTASTÍSTICOS PARA SANTOS, F.; FERREIRA, I.; TEIXEIRA, V.;
CONFECCÇÃO DE CURVAS CAV EM RESERVATÓRIOS DE ÁGUA ANDRADE, L. 191

IMPACTO DA REOLOGIA DE SEDIMENTOS LAMOSOS NOS VALORES DE DENSIDADE MANGANELI, C.; FONSECA, D.; VINZÓN, S.
OBTIDOS COM PERFILADOR DE DENSIDADE TIPO GARFO VIBRATÓRIO NO 193
CONTEXTO DE FUNDO NÁUTICO
O CAMPO DE DUNAS ESCALONARES DA PRAIA DO PERÓ - CABO FRIO, RIO DE SILVEIRA, I.R.L.; CRUZ JR, W.G.;
JANEIRO: ANÁLISES DE DADOS HISTÓRICOS DA DINÂMICA EÓLICA E IMPACTOS OLIVEIRA, D.M.V.; FERNANDES, D.; 195
AMBIENTAIS SOBRE A PLANÍCIE COSTEIRA CABRAL, C.L.; CASTRO, J.W.A.
SEDIMENTOLOGIA E PROPRIEDADES FÍSICAS DE TESTEMUNHOS MARINHOS DA COSTA, V.; VIEIRA, R.; PORTELLA, D.;
BAÍA PORT FOSTER, ILHA DECEPTION, ANTÁRTICA MARÍTIMA AYRES, A.; SIMÕES, J. 197

ANÁLISE DE PERFIS GPR DE COQUINAS EM SAN ANTONIO ESTE, ARGENTINA SCHFFER, P.N.M.; NUNES, J.C.; ALMEIDA,
L.; FICK, C.; ALIOTTA, S.; LIMA-FILHO,
F.P., TOLDO Jr., E.E.; REIS JÚNIOR, J.A.;
199
PUHL, E.
ESTUDO DOS SEDIMENTOS QUE ATAPETAM O SISTEMA LAGUNAR JEQUIÁ E SEU SOUZA, C.R.G.; LIMA, M.L.E.; LIMA, R.C.DE
CANAL A.L. 201

MORFOESTRATIGRAFIA DOS DEPÓSITOS DO HOLOCENO DA LAGUNA SALGADA DE PEREIRA, L.L.; EL ROBRINI, M.; FREIRE,
ITAREMA - LITORAL NW DO CEARÁ G.S.S; MARINO, M. T.R.D. 203

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DA LINHA DE COSTA DO MUNICÍPIO DE BEZERRA, K.L.T.; SANTOS, R.C. DE A.L.;
MARECHAL DEODORO, ALAGOAS SOUZA, C.R.G. 205

DESARROLLO SECUENCIAL DE FORMAS DE FONDO EN UN CANAL DE REFLUJO ANDREOLI, A.; ALIOTTA, S.; GINSBERG, S.
MESOMAREAL, ESTUARIO DE BAHIA BLANCA, ARGENTINA S. 207

CONTROLE ESTRUTURAL DA DISTRIBUIÇÃO DE ESPESSURAS SEDIMENTARES E CAVALCANTE, L.; ARAÚJO, M.N.;


TRAPAS DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA. EXEMPLO DAS BACIAS DE SCHMITT, R. 209
BARREIRINHAS, PIAUÍ-CAMOCIM, COSTA DO MARFIM E OESTE DE GANA

18
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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E POSSÍVEIS CONTROLES SOBRE


A SEDIMENTAÇÃO DOS SISTEMAS TURBIDÍTICOS DE LONGO ALCANCE
DA MARGEM CONTINENTAL BRASILEIRA

OLIVEIRA, JR. E.A.1; PUGA-BERNABEU, A.², VIANA, A.R.1

PETROBRAS S.A.1 (esmeraldinoar@gmail.com); Universidad de Granada2

Os sistemas de cânion e canal submarinos ao longo da margem continental Brasileira


apresentam distribuição variável, estando ausentes na margem sul e apresentando
grande densidade na margem norte. Em cinco trechos da margem continental, os
sistemas de cânion-canal formam grandes redes convergentes com expressão
morfológica no fundo do mar atual. O objetivo desse trabalho é através das características
morfológicas e sedimentológicas observadas nesses sistemas inferir os controles
atuantes na sedimentação de longo alcance numa margem como a brasileira (sem
influência glacial ou tectônica significativa). Inicialmente, esses sistemas podem ser
classificados em dois tipos: um puramente originados por fluxos gravitacionais, sendo
este tipo a maioria (4 sistemas: Maranhão, Macau, Paraíba-Rio Grande do Norte e
Columbia) e um misto gravitacional-contornítico (Sul da Bahia). Ao considerar-se os
componentes source-to-sink desses sistemas observa-se que, no continente, rios de
médio porte são as principais fontes de sedimentos. Sedimentos de natureza terrígena
foram observados no interior das partes distais de algumas feições, indicando
transferência ativa recente. Cada um dos cinco sistemas se encontra num contexto
morfológico da margem distinto, indicando que não há um perfil batimétrico/topográfico
especifico controlando o estabelecimento desses sistemas. Entretanto, foi observado
que, sistemas onde a planície abissal está mais afastada do continente, tendem a ser
mais extensos, indicando que a diferença de potencial entre a fonte e a bacia tem papel
importante na transferência de longo alcance. Cânions submarinos que incidem a borda
da plataforma e estão conectados aos sistemas fluviais alimentadores parecem ser os
principais condutos para o by-pass de sedimentos em direção à bacia oceânica. Dois
tipos de deep-sea channel são encontrados (após a confluência de todos os sistemas
talude acima). Um com grandes dimensões (>10km de largura e centenas de metros de
profundidade) e outro com características semelhantes à de canais normais (de <10km
de largura e dezenas de metros de profundidade), indicando também a influência de
processos externos sobre eles, as como correntes de fundo. Os controles atuantes sobre
esses sistemas possuem importantes implicações para a exploração na margem
Brasileira, assim como, para o estudo de geohazads submarinos pois se tratam de
sistemas responsáveis por grande parte da transferência de sedimentos terrígenos para
regiões mais profundas das bacias adjacentes.

Palavras-chave: Sistemas cânion-canal. Margem continental. Transferência de


sedimentos.

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3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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INTERPRETAÇÕES SISMOESTRATIGRÁFICAS DE SUBFUNDO LACUSTRES


NA PLANÍCIE COSTEIRA DO AMAPÁ, REGIÃO DO CABO NORTE

JARDIM, K.A.1,2; SANTOS, V.F dos.2; OLIVEIRA, U. R. 3; SILVA, J.P.F da.4

Universidade Federal Fluminense1 (Kerly Araújo Jardim, kerlyjardim@id.uff.br); Instituto de Pesquisas


Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá2; Universidade Federal do Rio Grande³; Universidade
Federal do Rio Grande do Norte4

Antigos sistemas de drenagens na costa do Amapá foram desativados, resultantes de


elevadas taxas de sedimentação provenientes da descarga sólida do rio Amazonas,
conjugado às correntes de marés que exercem papel importante na erosão, transporte e
sedimentação ao longo da costa; o que levou ao surgimento de grandes lagos na planície
costeira. O objetivo deste trabalho é avaliar as estruturas sismoestratigráficas de subfundo
lacustres a partir dos dados do perfilador sísmico StrataBox (ODEC) (resolução de 10 kHz)
e relacioná-las com os testemunhos sedimentares de subsuperfície e datações
radiocarbônicas (C14). Foram analisados quatro perfis sísmicos de quatro lagos (Botos,
Comprido de Cima, Mutuco e Lodão), três testemunhos sedimentares de dentro dos lagos;
e três datações C14 realizadas ao longo dos testemunhos. No lago dos Botos o primeiro
refletor é o fundo lacustre, que limita o topo da primeira sequência sismoestratigráfica. Essa
sequência não apresenta estruturas aparentes e abriga um único pacote sedimentar argiloso
até 2m. A partir daí um novo refletor marca o início da nova sismofácies até a profundidade
de 8 m, caracterizada por pacotes de estratificações plano paralelas (2-5 m) influenciadas
por marés e estratificações cruzadas tangenciais (5-8 m). O lago Comprido de Cima tem o
primeiro limite de sismofáceis o fundo lacustre até a profundidade de 2,5m. Esse horizonte
aparentemente não apresenta estruturas. A partir de 2,5m ocorre o segundo refletor sísmico
e marca o topo do segundo limite de sismofáceis com estratificações levemente cruzadas
plano paralelas, até a profundidade de 9 m. A partir daí inicia um novo refletor que registra o
topo da última sequência sísmica até 17m. Essa sequência registra um paleocanal com
fundo achatado. O lago Lodão tem sua primeira sequência a partir do fundo lacustre até 3m
de profundidade, sem estruturas aparentes. A partir de 3m começa a nova sequência até
18m, com estruturas plano paralelas de preenchimento de canal. No lago Mutuco a primeira
superfície estratigráfica corresponde ao fundo lacustre e delimita a primeira sequência até a
profundidade de 1m, sem estruturas evidentes. De 1 a 8m inicia a segunda sequência, e
apresenta estruturas de preenchimento de canal, com estratificações plano paralelas
acanaladas. Os testemunhos sedimentares corroboram a interpretação sísmica, indicando
uma arquitetura de fáceis estratigráficas típicas de ambientes de marés, dentro das feições
de paleocanais colmatados com sedimentos argilosos, siltosos e arenosos (areia muito fina),
de coloração cinza e marron e com laminações plano paralelas, acanaladas e estratificações
cruzadas tangenciais, indicando mudanças de direção de correntes. As amostras de
sedimentos datadas foram retiradas da base de cada testemunho e apontaram idades entre
3920 +/- 30 BP, para o lago dos Botos, e de 8460 +/- 30 BP e 8920+/- 30 para os testemunhos
retirados dos lagos Comprido de Cima e Mutuco, o que comprova a idade holocênica desses
sistemas. As relações entre as sismofáceis indicaram depósitos de preenchimento de canal
com arquiteturas de vales fluviais colmatados. O que relaciona a gênese dos lagos a antigas
drenagens fluviais da região do Cabo Norte desativadas durante rebaixamento do nível do
mar no Holoceno.

Palavras-chave: Paleodrenagem. Sismofáceis. Sistemas lacustres.

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3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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SISMOFÁCIES DO CINTURÃO LACUSTRE MERIDIONAL, COSTA


AMAZÔNICA, CABO NORTE, AMAPÁ

ARAÚJO, L.1; SANTOS, V.2; JARDIM, K.3; DELAVY, F.4; SILVEIRA, O. (in memoriam)5

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 1 (Lidiane Cristina Lima de Araújo,


lidianelimadearaujo@gmail.com); Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Científicas do Estado do
Amapá2; Universidade Federal Fluminense3; Arco Norte Logística4; Universidade Federal do Pará5

Dados sísmicos podem contribuir para o entendimento do arcabouço estratigráfico e


elucidar a história geológica recente de planícies quaternárias. O acesso a essas
informações são imprescindíveis para desvendar os processos de formação da paisagem
atual, a exemplo da região do Cabo Norte. Essa região guarda uma série de lagos
resultantes da desativação de drenagens do Pleistoceno, organizados na literatura
científica em três cinturões lacustres. Este trabalho apresenta os resultados da
interpretação de 30,2 km de linhas sísmicas de alta resolução do Cinturão Lacustre
Meridional (lagos Comprido de Baixo, Grande e dos Ventos), correspondendo a 11
seções sísmicas adquiridas no período de 21/05 à 02/06/2012, com o sistema StrataBox
(ODEC), em frequência de 10 Khz. Os perfis foram tratados no software ReflexW 6.0,
onde foi aplicado um filtro de realce para destacar as sismofácies. Foram reconhecidas
três sismofácies (Sf1; Sf2 e Sf3) e três superfícies estratigráficas (Se1; Se2 e Se3). A
base é marcada pela sismofácies Sf3, cujos refletores são indefinidos e pouco contínuos,
não identificados em determinados perfis, o que dificultou o reconhecimento da natureza
estratigráfica dessa descontinuidade. A Sf2 é, predominantemente, contínua, discordante
sobre a Se3 e, por vezes, termina em onlap sobre a mesma. A Sf1 possui refletores
paralelos a subparalelos que terminam em downlap sobre as Se3 e Se2 e truncam a Se1.
O padrão reflexivo associado com perfis geológicos de áreas adjacentes, já descritos,
sugere que a Sf2 pode estar relacionada a pelitos relativamente consolidados, que
apresentam feições como terraços e depósitos de canais. A Sf1 também se apresenta
como terraços, provavelmente mais recentes, relacionados a espessos depósitos
pelíticos, intercalados com sedimentos arenosos de padrão reflexivo claro e escuro,
respectivamente. A baixa penetração do sinal possibilitou a caracterização superficial das
sucessões estratigráficas. Sugere-se um número maior de dados em subsuperfícies, com
maior profundidade do sinal, para melhor compreensão da arquitetura dos depósitos
sedimentares da região.

Palavras-chave: Sismofácies. Costa Amazônica. Amapá.

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INTERANNUAL MORPHOLOGICAL CHANGES IN EXPOSED SANDY BANKS


AMONG EL-NIÑO EVENTS IN THE MACAPÁ BAY - AMAZON RIVER

SILVA, M.¹; SILVA, J.²; FIGUEIREDO, A.³; SANTOS, V.4

Universidade Federal de Pernambuco¹ (Marcos Vinícius Barros da Silva;


marcosilva.oc@gmail.com); Universidade Federal do Rio Grande do Norte²; Universidade Federal
Fluminense³; Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá 4

The seafloor mapping in stronger dynamic locals is indispensable for safe navigation,
especially close to harbor areas. Here, we verified the morphological changes through
multitemporal analysis of exposed sandy banks in the Northeast and Southwest of Macapá
Bay, Amazon River. For this, eight LANDSAT satellite images were chosen among El-
Niño periods, from 1991 to 2014 in the low tide. Our results point to three periods,
separated into continuous periodic correlation (CPC), interval periodic correlation (IPC),
and abrupt periodic correlation (APC). Thus, in the Northeastern area, on CPC
symmetrical bedforms were observed close to sheltered locals unlike the isolated zone
with both them growing toward to upstream and downstream. There was a flattening of
some bedforms trending to accumulate sediments downstream in IPC. In the APC,
asymmetry was identified on the sheltered and isolated areas, with the predominance of
chaotic bedforms toward downstream. Moreover, in the southwest area during CPC,
symmetry was observed in the sheltered and asymmetry on isolated. Bedforms were
extended in IPC, mainly in the sheltered and new banks were exposed to isolated locals.
Whereas APC, symmetry, and flattening of the bedforms were verified in both areas.
Nevertheless, it was identified each periodic correlation among events of El-Niño showed
a key year, where the size and morphological differences of the sandy banks were more
significant than the others. On the other hand, a variety of bedforms have been identified
as tidal channels, drainages, dunes, ripples, spits, and sand waves fields. In CPC, the key
year was 1994 when bedforms showed to be irregular and bidirectional, the formation of
small banks upstream and downstream, and tidal channels at the tidal plain. In IPC, the
largest bedforms appeared in 1997 and 2014 as ridges, dunes, and spits, generally
located close to isolate areas. It was observed a size decrease of the banks and
consequently on bedforms, except for the appearance of sand wave fields during the
abrupt periods (APC) in 2006. Also, an increase of exposed sandy banks can become a
problem to navigation, especially in periods of interval correlation, where they are larger
and has greater complexity. It is estimated the fluvial discharge, the tidal variation, and the
rainfall regime are the main forcing of the sandy banks. Finally, the dispersion of sediment
plume and the bedforms behavior show the Macapá Bay has a predominant character of
transport towards to mouth of the Amazon River.

Keywords: Morphodynamical. Bedforms. Multitemporal analysis. Mapping.

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DETERMINAÇÃO DO BACKGROUND E BASELINE GEOQUÍMICO PARA A


PLANÍCIE COSTEIRA AMAPAENSE

XAVIER, D.¹; SANTOS, V.²; MIRANDA, A.³; PARDAL, E.¹; BERRÊDO, J.1

Museu Paraense Emílio Goeldi¹ (Diego de Arruda Xavier, diego.a.xavier@gmail.com); Instituto de


Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá²; Universidade Federal do Pará³

Os ambientes costeiros são capazes de preservar o histórico evolucional sedimentar e


geoquímico, permitindo a compreensão dos agentes físicos bem como as características
geoquímicas atuantes durante os processos de sedimentação. Com essa premissa, o
objetivo desse resumo foi determinar os níveis de background e baseline geoquímicos de
metais pesados para a planície costeira amapaense. Foram amostrados 127 pontos de
sedimentos superficiais (n=63) e subsuperficiais (n=64) (em diferentes compartimentos
da zona costeira do Amapá (rio Cuñaní - 2°48'6.46"N/ 50°59'2.67"O, rio Sucurijú -
1°40'29.08"N/ 49°55'31.63"O, cinturão lacustre meridional 1°22'46.71"N/ 50°24'55.24"O,
Igarapé Piratuba - 1°38'21.29"N/ 50° 0'48.38"O, Macarry - 1°55'36.89"N/ 50°32'12.03"O e
Paratur 1°18'41.13"N/ 49°53'31.60"O). As concentrações de metais foram medidas, em
mg.kg-1, por meio de espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado. Os
valores de background, em mg.kg-¹, para V, Cr, Co, Ni, Cu, Zn, As, Hg, Pb registraram,
respectivamente, 78,48 – 133,18; 23,12 – 37,43; 10,98 – 16,70; 15,50 – 25,61; 6,14 –
23,43; 58,10 – 87,27; 9,02 – 19,98; 0,03 – 0,06 e 8,66 – 24,82. Os valores de baseline
geoquímico para os mesmos metais registraram, em mg.kg-¹, respectivamente, 102,23;
29,42; 13,54; 19,92; 12,00;71,21;13,42; 0,04 e 14,66. Os valores de background e
baseline geoquímicos são uma importante ferramenta para monitorar as concentrações
de metais e servem como linha de base para comparação com possíveis incidentes de
contaminação por esses elementos na zona costeira amapaense, bem como para o litoral
amazônico.

Palavras-chave: Background. Baseline. Metais pesados. Litoral amazônico.

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RECIFES DA AMAZÔNIA: DIAGNÓSTICO DO CONHECIMENTO DA


POPULAÇÃO DA CIDADE DE MACAPÁ E DO OIAPOQUE - AMAPÁ, BRASIL

CALADO, J.F.; CARDOSO, F.L.

Universidade do Estado do Amapá (Janaina Freitas Calado – janaina.calado@ueap.edu.br)

Neste trabalho verificou-se o conhecimento de três grupos (residentes de Macapá,


residentes do Oiapoque e estudantes universitários) sobre os Recifes da Amazônia.
Através de entrevistas semiestruturadas se identificou o perfil dos entrevistados, avaliou-
se o grau de conhecimentos dos mesmos e sua percepção sobre a exploração de petróleo
na área. Além disso, analisou-se a relação entre as variáveis grupo, sexo, idade,
escolaridade e renda com o grau de conhecimento e atitudes pró-ambientais dos
entrevistados. Foram entrevistadas 255 pessoas, sendo 54% mulheres, com idade média
de 27 anos em Macapá, 31 no Oiapoque e 24 na Universidade. A escolaridade variou
entre os grupos, com níveis mais altos para o grupo Universidade, seguido de Macapá e
Oiapoque. A renda teve uma distribuição distinta entre os grupos, com renda média maior
em Oiapoque e Macapá. De maneira geral, os entrevistados desta pesquisa sabem da
existência dos Recifes da Amazônia, mas não compreendem de forma detalhada seu
funcionamento e sua importância socioambiental. O grupo do Oiapoque apresentou-se
favorável à exploração do petróleo na área, mesmo afirmando compreender os riscos de
um possível derramamento de óleo. As pessoas com escolaridade mais elevada
apresentaram um conhecimento mais detalhado e preciso sobre os Recifes da Amazônia,
além disso, elas foram mais ponderadas ao analisar o custo-benefício da exploração de
petróleo na foz do rio Amazonas. Sugere-se que os esforços em Educação Ambiental
sejam focados em pessoas com menor escolaridade, especialmente os residentes no
interior do estado do Amapá. O grupo dos universitários apresentam características que
os potencializam para atuar na mobilização de multiplicadores e formação de atores
sociais atuantes. Este diagnóstico pode atuar como um ponto de partida na compreensão
da importância que a população local dá aos ambientes recifais e como a mesma
compreende a possível exploração de petróleo próximo a esses ecossistemas. Os
resultados desta pesquisa dão subsídios que podem direcionar campanhas educativas
que discutam o papel do ambiente marinho nas vidas das pessoas e que promovam a
cultura oceânica.

Palavras-chave: Grande Sistema recifal da bacia Amazônica, Exploração petrolífera,


Percepção ambiental.

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DINÂMICA SAZONAL DO ESTUÁRIO DO RIO OIAPOQUE,


BRASIL-GUIANA FRANCESA

LAUT, L.1; BELART, P.2; DA MATTA, G.1; SOUZA, F.3; SANTOS, V.F.4

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO1 (Lazaro Laut –


lazaro.laut@gmail.com); Universidade Federal do Rio de Janeiro2; Universidade Federal do
Amapá3; Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá 4

Os estuários são ambientes costeiros sujeitas a rápidas, e algumas vezes, extremas mudanças
nos parâmetros físico-químicos que podem ser amplificadas por processos antropogênicos,
causando a mudanças na qualidade da água e nas características dos sedimentos com influência
direta na biodiversidade. O uso de foraminíferos e tecamebas tem grande potencial como
ferramenta no monitoramento ambiental e na identificação de padrões hidrodinâmicos, uma vez
que esses organismos são encontrados em grande abundância em todos os ambientes aquáticos
(foraminíferos nos marinhos e tecamebas nos dulcícolas), respondem rapidamente as mudanças
ambientais e possuem alto grau de preservação no registro sedimentar. Embora não existam
mudanças significativas entre as estações do ano no ambiente equatorial, a variabilidade sazonal
na concentração de chuvas influencia significantemente a descarga fluvial que reflete em bruscas
mudanças nos parâmetros físico e físico-químicos da coluna d’água e nos processos costeiros. O
pouco conhecimento sobre a microfauna na região limita a sua utilização como bioindicadores
ambientais e peloambientais, assim como seu uso para estabelecimento de modelos futuros para
os cenários de mudanças climáticas globais. O presente estudo tem como objetivo caracterizar as
comunidades de foraminíferos e tecamebas do estuário do Rio Oiapoque em duas estações do
ano distintas (chuvosa – maio; e seca - outubro do ano de 2018) associado a parâmetros físico-
químicos e sedimentológicos para desenvolver um modelo microfaunístico e sedimentológico da
região. Os parâmetros físico-químicos medidos demonstraram que o estuário do Rio Oiapoque
apresenta características peculiares quando comparado a outros estuários amazônicos. Os
valores de turbidez são menores do que os encontrados em outros estuários mesmo para o
período chuvoso, enquanto que a salinidade apresenta valores mais altos para região. Os valores
mais altos de pH foram encontrados nos pontos mais externos do estuário, chegando a 8.5 no
período seco, assim como com os valores de salinidade que chegaram a 21.2 e a temperatura a
33°C. A influência marinha neste estuário reflete na riqueza de espécies na microfauna. Ao longo
das 37 estações amostrais foram identificadas 22 espécies de foraminíferos e 14 de tecamebas.
A fauna de foraminíferos predominante é composta por espécies aglutinantes típicas de
manguezal com dominância de Ammobaculites dilatatus, Miliammina fusca e Amotium morenoi
que indicam que há uma grande mistura e homogeneização na coluna d’água. Provavelmente a
cunha salina fica restrita a região da baía do Oiapoque. A influência fluvial pode ser notada pela
riqueza de espécies de tecamebas, que dominam quase toda extensão do estuário, que são
substituídas gradualmente pelos foraminíferos em direção à foz. A análise multivariada
destendenciada mostrou que a granulometria e a salinidade são dois fatores principais aos quais
as espécies estão associadas. A análise de agrupamento em CA mostrou que durante a estação
chuvosa a região estuarina tem um grande recou na zona de mistura com de águas ocorrendo
somente na foz e na baía do Oiapoque. Durante o período seco há uma grande expansão da zona
de mistura que chega muito próximo à cidade de São Jorge na margem da Guiana Francesa. Os
compartimentos estuários reconhecidos apresentam um grande potencial para o monitoramento
ambiental da região.

Palavras-chave: Estuários amazônicos. Monitoramento costeiro. Foraminíferos. Tecamebas.

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FACIOLOGIA DO ESTUÁRIO DO RIO OIAPOQUE

BARROS, B.1; SANTOS, V.2; BERREDO, J.3

Universidade Federal do Pará1 (Brenda Thays Barros Pinto, brendhabarrosgeo@gmail.com);


Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá 2; Museu Paraense Emílio
Goeldi3

Análises faciológicas fornecem informações essenciais à tipologia dos estuários, o


movimento, especialmentes para os estuários da costa amazônica que ainda são
desconhecidos do ponto de vista geológico. O estuário do rio Oiapoque está localizado
na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, encaixado em rochas do embasamento
cristalino e depositos holocênicos para a sua foz e não possui ainda nenhum estudo de
sua faciologia. O objetivo deste trabalho é apresentar a distribuição dos sedimentos ao
longo da porção estuarina deste estuário. Foram coletadas 87 amostras de sedimentos
superficiais no baixo curso do rio Oiapoque, ao longo de sua seção estuarina. As
amostras foram dessalinizadas, oxidadas (H2O2 a 37%) e descarbonatadas (HCl a 10%)
e peneiradas. As análises granulométricas foram feitas por refração a laser no analisador
de partículas Cilas 1190. A morfoscopia dos grãos foi realizada com lupa binocular. Os
resultados das análises granulométricas foram processados no software SysGran onde
foram determinados os parâmetros granulométricos e os resultados foram interpolados
com ferramentas de geoestatística no ArcGis Dekstop 10.5, onde foram gerados os
mapas de média, mediana, curtose, assimetria e seleção. Os resultados da análise de
média e mediana mostram a predominância de sedimentos mais finos ao longo do curso
do rio indicando que o estuário possui baixos níveis enérgéticos e que os sedimentos são
depositados provavelmente por suspensão. Os valores de assimetria,
predominantemente positiva, confirmam a abundância de partículas finas no ambiente.
Quanto ao grau de seleção, este apresentou um padrão heterogêneo com amostras mais
selecionadas na foz e menos selecionadas ao longo do rio, informando que nas porções
mais fundas o agente de transporte é mais eficiente em selecionar os grãos do que nas
margens estuarinas. A curtose demonstrou ser homogeneamente leptocúrtica em sua
maioria, mas com variações entre muito leptocúrtica e mesocúrtica localmente. A
distribuição dos sedimentos mostra no geral areias no interior do estuário e ao redor das
barras de meio canal, enquanto os sedimentos mais finos concentram-se nas margens
estuário com distribuição assimétrica na entrada da Baia do Oiapoque com
predominância de silte na margem direita e de areias na margem esquerda,
demonstrando diferença na energia de processos hidrossedimentares nessa região. Essa
distribuição dos sedimentos não condiz com a distribuição encontrada na literatura
científica para outros estuários amazonicos e outros estudos devem ser realizados para
compreender a distribuição dos processos hidrossedimentares e sua relação com a
distribuição dos sedimentos que ocorrem ao longo do estuário do rio Oiapoque.

Palavras-chave: Estuários. Sedimentologia. Costa amazônica.

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VARIAÇÃO DA LINHA DE COSTA NA REGIÃO DOS CABOS LAMOSOS NO


EXTREMO NORTE DO BRASIL, FRONTEIRA BRASIL E GUIANA FRANCESA

FRAZÃO, M. D. P., SANTOS, V.F.

Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – IEPA, (Maísa Dianne


Pantoja Frazão, frazaomaisa@gmail.com)

As linhas de costa são áreas extremamente dinâmicas e sensíveis a mudanças naturais


e antrópicas sendo necessários estudos que avaliem o seu comportamento migratório,
os quais são fundamentais para a pesquisa, as engenharias, o planejamento do uso e
ocupação do território e monitoramento costeiro. O Estado do Amapá apresenta uma
costa extremamente erosiva, ao norte da foz do rio Amazonas, no entanto com setores
de migração de cabos lamosos, no extremo norte do litoral brasileiro, indicando a
presença de processos acrescionários. Este estudo teve como objetivo investigar a
existência ou não de contínuo processo de acreção na região de início dos cabos
lamosos, fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, a partir da análise multitemporal de
imagens de sensores remotos óticos no período de 1988 a 2018. Foram adquiridas 10
imagens da série Landsat órbitas/ponto 226/57 e 226/58, de forma gratuita e online no
catálogo de imagens da United States Geological Survey (USGS) através da plataforma
Global Visualization Viewer (GloVis), que passaram pela rotina de processamento digital
de imagens, co-registro de imagens e criação de mosaicos. A vegetação manguezal foi
utilizada como marcador para a posição da linha de costa, posteriormente extraída
através da classificação não-supervisionada, utilizando o classificador isocluster. Para o
cálculo das taxas de acreção e erosão foi aplicado o método do polígono de mudança
que permite avaliar se houve progradação do litoral, com estabilização de bosques de
mangues ou recuo do litoral. No qual, a partir de duas linhas de costas previamente
vetorizadas distintas, é possível extrair áreas acrescidas e erodidas, através da geração
e subtração de polígonos. Os resultados apontam que embora exista tendência
acrescionária na região para o período analisado, verificou-se que os processos erosivos
foram mais intensos nos intervalos de 2000-2004, quando registrou-se a erosão de
69,990km (74%) e 25,088km (26%) de acreção da linha de costa, entre 2008-2012 as
taxas identificadas correspondem respectivamente a 76,431km (61%) de recuo e
49,243km (39%) de acréscimo, em 2012-2016, 49,500km, (64%) de áreas erodidas e
27,833km (36%) de áreas acrescidas e entre 2016-2018, os processos erosivos
quantificaram 29,642km, (68%), e os acrescionários registraram 14,089km (32%).
Enquanto os processos acrecionários foram mais intensos para os períodos de 1988-
1992 que identificou-se a acreção de 27,145km (61%) e 17,270km (39%) de erosão, na
quantificação entre 1992-1997, somou-se 64,152km (60%) e 41,885km (40%) de
subtração, no intervalo de 1997-2000, houve um acréscimo de 44,822km (51%), e perda
de 42,742km (49%) de áreas, entre 2000-2004 adicionaram-se 128,436km (61%) e
82,966km (39%) de áreas erodidas. Considerando período de análise 1988-2018 ocorre
um equilíbrio no balanço sedimentar da área de estudo. O uso da área de mudança como
indicador dos processos aponta que no geral existe uma progradação da linha de costa
com formação de bosques de mangue. Ainda é necessário análises para períodos anuais
a fim de verificar a tendência regional e comparar com outros estudos realizados no litoral
da Guiana Francesa.

Palavras-chave: Linha de costa. Processos costeiros. Polígono de mudança.


Sensoriamento remoto.

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FEIÇÕES SEDIMENTARES – RIO PARÁ - AMAZÔNIA ORIENTAL

DELAVY, F.1; BERREDO, J.F.2; MENDES, A.2; ROLLNIC, M.3; MIRANDA, A.G.O.3

Arco Norte Logística1 (Francielli Paula Delavy, delavy7@gmail.com); Museu Paraense Emílio
Goeldi2; Universidade Federal do Pará3

A área de estudo encontra-se a 150km da foz do rio Pará (longitudes 48,93° e 48,65° W
- latitudes 1,65° e 1,38°S) e abriga um dos maiores complexos portuários da Amazônia.
A técnica geofísica empregada na identificação das características morfológicas de fundo
consistiu de perfilagem sísmica contínua (agosto de 2013, período de baixa descarga
fluvial), além de um modelo digital de elevação (MDE) elaborado a partir da Carta Náutica
304 (2014). O MDE mostra que as principais morfologias deposicionais de macroescala
estão representadas por barras que juntamente com algumas ilhas individualizam dois
setores: Setor I, onde localiza-se o canal Principal, que corresponde ao curso principal do
rio; Setor II, onde encontra-se o canal de Acesso ao complexo portuário. Todas as barras
apresentam assimetria, tanto transversalmente como paralelamente ao seu comprimento;
as larguras variam entre 1,1km e 4km no segmento transversal ao fluxo e os
comprimentos variam de 7,3km a 23km. Os perfis sísmicos revelam a presença de dunas
muito grandes, com comprimento de onda de 111,5 a 129m (alturas entre 3,8 e 7,3m) e
dunas grandes, com comprimento de onda entre 16,5 e 99,5m (alturas que variam de 0,5
a 6,4m). Incluindo a denominação simétrica, quatro grupos de dunas se distinguem:
dunas muito grandes dominadas por vazante, dunas grandes dominadas por vazante,
dunas grandes dominadas por enchente e dunas grandes simétricas. No Setor I
encontram-se os quatro grupos, enquanto no Setor II foram registradas somente dunas
grandes dominadas por enchente. Dentre os grupos do Setor I, as dunas dominadas por
vazante possuem maior valor médio de comprimento de onda (L̅ = 119m), seguido pelo
das dunas simétricas (L̅ = 47m) e o menor valor médio de comprimento de onda foi
registrado nas dunas com assimetria de enchente (L̅ = 45.9m), no entanto, ele é
ligeiramente superior ao encontrado no Setor II (L̅ = 43.7m). A altura média das dunas
entre os setores comportou-se de forma análoga ao apresentado pelo valor médio do
comprimento de onda. O índice de simetria (Ls/Ll) variou de 1.0 (dunas simétricas) a 5.1.
As dunas grandes dominadas por vazante (Setor I) apresentaram a maior média do índice
(I̅ S̅ 2.4). Os dados dimensionais das feições apontam de forma qualitativa para o período
de baixa descarga, predominância junto ao fundo da corrente de vazante no Setor I e da
corrente de enchente no Setor II, com fluxos mais intensos no primeiro. De forma geral
os parâmetros dimensionais das dunas (H e L) apresentaram boa correlação (r = 0.73) e
a linha de tendência do conjunto revela valores médios e índices de inclinação
ligeiramente superiores aos da tendência global média, refletindo a intensidade das
forçantes hidrodinâmicas que atuam na região amazônica.

Palavras-chave: Dunas. Barras. Rio Pará.

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MORFOESTRATIGRAFIA DOS DEPÓSITOS RECENTES


DA PLANÍCIE COSTEIRA DE MARACANÃ
(NORDESTE DO PARÁ – AMAZÔNIA ORIENTAL)

EL-ROBRINI, M.

Universidade Federal do Pará (Maamar El-Robrini, robrini@pq.cnpq.br)

O litoral do Nordeste do Estado Pará caracteriza-se por um litoral de ¨falsas rias¨, segundo
orientação NW-SE, que está relacionado a eventos neotectônicos e de oscilações do nível
do mar (Holoceno). Neste litoral, está inserida a Planície Costeira de Maracanã, que é
influenciada por macromarés (>4m), predominando feições características: extensos
depósitos de lama de planície de maré com manguezais, estuários, furos, pântanos
salinos, ¨cheniers¨, dunas, praias e leques de lavagens associados. A análise
estratigráfica foi baseada na aquisição de testemunhos até 4/5m de penetração, mediante
uso de ¨vibracorer¨. Em laboratório, foram realizadas: análise da cor dos sedimentos;
granulometria (areia, silte e argila); classificação dos sedimentos (representação gráfica
triangular de Shepard e Pejrup). A região costeira de Maracanã está compartimentada
em 3 unidades geomorfológicos: Planalto Costeiro, Planície Estuarina e Planície Costeira.
A Planície Costeira é formada por 3 sucessões deposicionais, mostrando eventos
distintos durante o preenchimento por sedimentos desta região: (i) Sucessão
Transgressiva S1 - formada por areias de canal de maré e lama e areia estuarina (base);
e areias de crista de praia e paleoduna (topo); (ii) Sucessão Regressiva S2 - constituída
por areia de planície arenosa (base), e, posteriormente por lama orgânica de planície
lamosa (manguezal) e por lama de barra em pontal (topo); (iii) Sucessão Transgressiva
Atual S3 - marcada por areias praiais e dunares. Os sedimentos finos são provavelmente
provenientes dos rios da região amazônica. Os sediumentos arenosos podem indicar
fontes distintas: Cráton de São Luís e do Grupo Barreiras. As feições morfológicas e as
características estratigráficas dos depósitos sugerem que, assim como nas áreas
próximas (Bragança, Curuçá, Marapanim, Salinópolis, Soure), as oscilações do nível do
mar tiveram um papel preponderante nas mudanças da linha de costa de Maracanã,
influenciando no arranjo das sequências S1, S2 e S3, culminando com o processo atual
de migração de praias e dunas por cima dos manguezais.

Palavras-chave: Morfoestratigrafia. Planície Costeira de Maracanã. Sedimentação.

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Workshop de Oceano Profundo

CARACTERIZAÇÃO DE ECOFÁCIES NO CANAL DO VARADOR,


PLATAFORMA CONTINENTAL AMAZÔNICA INTERNA

SILVA, J.P.F.1; JARDIM, K.A.2; REYES, Y.A.1; AQUINO DA SILVA, A.G.1;


SANTOS, V.F.3; VITAL, H.1

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (João Paulo Ferreira da Silva, jp.fsilva@yahoo.com);
Universidade Federal Fluminense2; Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado
do Amapá3

A Plataforma Continental Amazônica (PCA) estende-se da foz do rio Pará até a fronteira do
Brasil com a Guiana Francesa e tem por limite externo a isóbata de 120m. Está sob influência
de um ambiente dinâmico único, resultante da superposição de fatores geológicos,
oceanográficos e climáticos, além das descargas hídrica e sedimentar do próprio Rio Amazonas.
Esta região ainda é uma fronteira de conhecimento para estudos geológicos e geofísicos,
principalmente nas porções mais rasas da plataforma interna, visto que os estudos pretéritos
realizaram mapeamentos em escala regional e em profundidade acima de 10m. Este trabalho
visa mapear, em escala de detalhe, os padrões de eco caráter presentes em uma porção da
PCA entre as isóbatas de 0m a 5m, nos arredores da Estação Ecológica Maracá-jipioca (EEMJ),
a norte da foz do Rio Amazonas. Para o mapeamento foi utilizado um sistema de perfilagem de
subfundo, Edgetech SBP 512i, do tipo chirp operado no range de frequência de 2kHz a 12kHz.
Os dados foram processados no Software Reflex win 9.1 e a interpretação ocorreu no Software
Petrel, considerando a quantidade de refletores, impedância acústica, profundidade de
penetração do sinal sísmico e geometria dos refletores. Os ecos encontrados na área foram
comparados com trabalhos pretéritos, para serem correlacionadas aos encontrados nas porções
mais profundas da PCA. Os resultados apontam a existência de cinco ecofácies (denominados
de A a E). Ecofácies A, caracterizada pela presença de um refletor de alta amplitude, plano com
pouca definição e espessura de 2m. Este tipo de ecofácies é encontrada, também, no talude
continental, mas com profundidade de penetração maior (7,5m a 13m). A ecofácies B é
caracterizada por uma camada transparente, logo abaixo do fundo marinho, com intercalações
de camadas plano paralelas, seguido de um refletor de alta amplitude a profundidade de -6 m,
o qual funciona como embasamento acústico, este padrão também é encontrado nas regiões
mais profundas a partir da isóbata de 800m. A Ecofácies C apresenta refletores bem definidos
e inclinados, com terminação em downlap na porção SW do pacote sedimentar. A Ecofácies D,
apresenta refletores com baixo contraste de impedância acústica, seguido por uma camada
transparente com espessura de 30m, indicando uma possível camada de lama fluida. Por fim,
na ecofácies E ocorre refletores bem evidenciados, seguidos pela ausência de sinal sísmico.
Essa característica de alto contraste de impedância acústica indica a presença de gás
(provavelmente biogênico). Este tipo de ecofácies é encontrado também no talude continental.
De maneira geral as ecofácies descritas, excetuando o padrão B, apresentam características
acústicas que indicam sedimentação lamosa, o que está de acordo com as amostras de fundo
coletadas na área. Além disso, foram observados arranjos de refletores que indicam a presença
de paleodrenagens. A partir dos resultados deste trabalho foi possível concluir que a área
apresenta uma evolução geológica complexa, caracterizando uma dinâmica hidrossedimentar
ímpar, a qual é influenciada tanto por processos fluviais quanto marinhos.

Palavras-chave: Plataforma Continental Amazônica. Ecofácies. Perfilagem de subfundo.

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CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE FUNDO MARINHO COM BASE EM


ATRIBUTOS SÍSMICOS NA BACIA DA FOZ DO AMAZONAS

ANJOS, J.V.M.C.; SANTOS FILHO, J.R.; CECILIO, A.B.; SILVA, C.G.

Universidade Federal Fluminense (João Victor Moraes da Costa Anjos, jv_anjos@id.uff.br)

Compreender a morfologia e a distribuição dos sedimentos no fundo marinho é uma tarefa


que cada vez mais vem atraindo o interesse de órgãos ambientais e da indústria, em
especial o setor de Óleo e Gás, devido à necessidade da exploração e produção offshore
se alinharem com a preservação da vida marinha e na consequente proteção de seus
respectivos habitats. A plataforma continental na bacia da Foz do Amazonas possui uma
distribuição de sedimentos mista, sendo caracterizada em sua maioria por sedimentos
litoclásticos lamosos ao largo da desembocadura do Rio Amazonas, arenosos na região
da plataforma média e carbonáticos em algumas áreas da plataforma externa. Quanto a
sua morfologia, as principais formas de fundo identificadas na bacia são relacionadas à
descarga fluvial, a feições relíquias de períodos de nível do mar mais baixo e a altos-
fundos possivelmente associados a bancos biogênicos. Neste trabalho, buscou-se avaliar
a potencialidade da utilização de dados sísmicos 2D na resposta geofísica dos atributos
sísmicos em relação à natureza composicional, textural e morfológica do fundo marinho
na Bacia da Foz do Amazonas. Desta forma, foi realizado um mapeamento da distribuição
sedimentar e da batimetria a partir da utilização de dados de batimetria monofeixe
provenientes do Banco Nacional de Dados Oceanográficos (BNDO), mantido pela
Marinha do Brasil, e de amostras de fundo do Banco de Dados Ambientais para a
Indústria do Petróleo (BAMPETRO). Os dados sísmicos 2D foram cedidos pela empresa
TGS e pelo Banco de Dados da Agência Nacional de Petróleo (BDEP). Foram gerados
mapas de anomalias dos atributos sísmicos de amplitude, fase instantânea, freqüência
instantânea, coerência, intensidade de reflexão e fator Q. A integração das anomalias de
atributos sísmicos com os mapas batimétricos e de distribuição dos sedimentos, permitiu
estabelecer potenciais zonas de construções biogênicas previamente não mapeadas
pelos métodos tradicionais. Os resultados fornecerão também subsídios para as
atividades da empresa Enauta na margem equatorial brasileira, auxiliando na gestão
ambiental, contribuindo com a melhoria dos programas de monitoramento e de proteção
de áreas sensíveis, reduzindo custos operacionais e agregando valor aos dados públicos
pré-existentes.

Palavras-chave: Classificação do fundo submarino. Gestão Ambiental. Morfologia.


Sedimentologia.

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DISTRIBUTION, MORPHOLOGY AND INTERNAL COMPOSITION OF REEFS


ON THE AMAZON CONTINENTAL MARGIN

VALE, N.1,2; BRAGA, J.2; BASTOS, A.3; SALGADO, L.1; MORAES, F.1; KAREZ, C.1;
MOURA, R.4

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 1, (Nicholas Farias Lopes do Vale,
nicholasdovale@gmail.com); Universidad de Granada (Spain) 2; Universidade Federal do Espírito
Santo3; Universidade Federal do Rio de Janeiro4

The Amazon Continental Margin (ACM) encompasses a high geomorphological


heterogeneity along the shelf-slope transition. In the Northern sector of the offshore
domains of the Amazon basin there are prominent structures, the so-called Amazon reefs,
whose role under the influence of the world’s largest river is controversial. This study is
the first systematic characterization of the distribution, composition and age of these
structures. The ACM prominent structures were sampled during an oceanographic cruise
with the M/V Alucia (Woods Hole Oceanographic Institution/ OceanX) in July 2017, using
the Deep Rover manned submersible. Their surficial characteristics were recorded by ultra
resolution videos (4K) and still images taken from inside the submersible in the same
campaign across the outer shelf and slope. Previous studies and campaigns already
revealed other seabed characteristics of ACM mesophotic habitats. The Amazon reefs
occur in the Northern outer shelf to shelf break. In front of the Amazon River mouth, at the
ACM Central zone there, is a long-term sediment accumulation and presents a slight shelf
break, whereas the Southern zone is characterized by an irregular shelf morphology
showing a significant increase in slope shelf-incised valleys. The tops of reef at Northern
zone (about 80 structures) vary from 109 to 163m depth. They are relict formations
composed of different types of carbonate/siliciclastic sedimentary rocks including
boundstone, rudstone and sandstone. They were formed at shallow waters during the Last
Glacial Maximum (LGM) and then were increasingly submerged during subsequent rising
sea level. Nowadays, a thin veneer of encrusting organisms (e.g., CCA, Sponges,
Foraminifera and Polychaetes) covers these formations at the Northern zone. The studied
features in the Southern zone are rudstone blocks that probably originated from rock fall
from the shelf to its present-day position at 180 m depth that composed by intraskeletal
and boring-filling pelloidal microbialite, partially or totally infilled primary voids and cavities
generated by bioeroders in invertebrate and calcareous algal skeletons. A living
community covers both formations with little relation to the creation of the relief on which
it thrives today. The geomorphological heterogeneity under a lesser influence of the
Amazon River Plume promotes a rich marine biodiversity. The connectivity between the
formations described here and other ACM habitats, such as the rhodolith beds in the
Central/South mid shelf, should be further explored in order to protect these ecosystems.

Keywords: Mixed carbonate-siliciclastic deposits. Paleoecology. Amazon reef. Calcareous


algae.

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MAPEAMENTO DA PLATAFORMA AMAZONICA UTILIZANDO DADOS


GEBCO - CARTA BATIMÉTRICA GERAL DOS OCEANOS

SILVA, J.P.F.1; JARDIM, K.A.2; REYES, Y.A.1; AQUINO DA SILVA, A.G.1; SANTOS, V.F.3;
VITAL, H.1

Universidade Federal do Rio Grande do Norte1 (João Paulo Ferreira da Silva,


jp.fsilva@yahoo.com); Universidade Federal Fluminense2; Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Estado do Amapá3

A Plataforma Continental Amazônica (PCA) é caracterizada como a região que se


estende da linha de costa do Estado do Amapá e parte do Pará até a isóbata de -120m
(quebra da plataforma) e do estuário do rio Pará até a latitude 5°N. É dividida em
plataforma interna, média e externa. A plataforma interna é limitada pela isóbata de -30m
e a média vai até a profundidade de 60m. A PCA está inserida em um sistema
oceanográfico de alta energia, resultante da interação dos ventos alísios, marés (meso a
macro maré), Corrente Norte Brasileira (CNB) e as descargas hídrica e sedimentar do Rio
Amazonas. A aquisição de dados geofísicos marinhos nesta região ainda é um desafio
devido suas características (fatores meteoceanográficos, dimensões e dificuldade de
acesso). Consequentemente, iniciativas como a Carta Batimétrica Geral dos Oceanos –
GEBCO, acrônimo de General Bathymetric Chart of the Oceans, se mostram como uma
importante ferramenta em escala regional para o seu mapeamento. O presente trabalho
objetiva apresentar os primeiros resultados do mapeamento da PCA utilizando o conjunto
de dados GEBCO. Nele estão disponíveis dados dos oceanos e das porções emersas
através de um modelo global de elevação do terreno. Nos oceanos, tem resolução
espacial de 15 arco-segundo, derivado da interpolação de dados gravimétricos por
satélite e de sondagens acústicas (ecobatimetria mono e multifeixe e sísmica). As
isóbatas foram geradas a partir de uma nuvem de pontos de resolução espacial de 400
metros. Após o controle de qualidade dos dados de profundidade para remoção de dados
espúrios, os pontos foram interpolados pelo método Inverse Distance Weighted (IDW).
Foram geradas isolinhas de profundidade considerando os dados disponíveis na
literatura. A análise dos resultados mostrou que a PCA possui uma largura que alterna
entre 270km, na foz do Rio Amazonas, a 120km, nas proximidades do Cabo Orange. Para
estes mesmos locais a plataforma interna apresenta largura variando de 150 a 35km,
enquanto a plataforma média tem largura de 75 a 11km. A plataforma externa apresenta
variações de 16 a 60km de largura, e apresenta batimetria mais acidentada, tais como:
uma grande concentração de feições de fundo irregulares na porção NW, a porção mais
proximal do cânion do Amazonas e o início do leque submarino do Amazonas. Em linhas
gerais a utilização de dados GEBCO mostrou-se uma ferramenta eficiente no
mapeamento regional da PCA, mostrando claramente feições já mapeadas, na porção
rasa e na plataforma externa, durante levantamentos geofísicos de melhor resolução
espacial.

Palavras-chave: Plataforma Continental Amazônica. Mapeamento do fundo marinho.


Batimetria (dados GEBCO).

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INFLUÊNCIA DOS ÍNDICES CLIMÁTICOS TROPICAIS


NO CLIMA DE ONDAS DA ZONA COSTEIRA AMAZÔNICA

DE SÁ GUERREIRO, J.; EL-ROBRINI, M.; DE SOUZA, E. B.

Universidade Federal do Pará (Juliana de Sá Guerreiro, julianaguerreiro_@hotmail.com)

Mudanças na circulação atmosférica e nos padrões de ventos em larga escala


determinam mudanças no clima de ondas de superfície, no transporte de sedimentos
induzidos pelas ondas e assim no comportamento costeiro. Os índices climáticos tropicais
tais como o ENSO (El Niño Oscilação Sul e o AMM (Modo Meridional do Atlântico)
impulsionam estas mudanças na Zona Costeira Amazônica (ZCA). Mitigar os riscos
relacionados às ondas (erosão costeira) depende da compreensão dos impulsionadores
‘drivers’ da variabilidade das ondas. As condições do clima de ondas, as médias mensais
da altura significativa de onda (Hs), do período médio da onda (Tz), e das condições dos
ventos (Wsp e Wdir) obtidas da base de dados do Era- Interim, foram compostos durantes
as diferentes fases do ENSO e do AMM no decorrer dos últimos 39 anos (1979-2017). As
médias mensais de precipitação também foram utilizadas para ajudar na compreensão
das condições de ondas. Os compostos mostraram uma variabilidade o clima de ondas
na ZCA durante as diferentes fases do ENSO e do AMM. Durante a fase positiva do
ENOS (El Niño) e na fase negativa do AMM a altura significativa de onda (Hs) foi menor
enquanto que na fase negativa do ENOS (La Niña) e fase positiva do AMM foi maior. O
período médio da onda (Tz) durante a fase negativa do ENOS (La Niña) e fase positiva
do AMM foi maior enquanto que na fase positiva do ENOS (El Niño) e na fase negativa
do AMM foi menor. Os ventos foram mais fracos durante a fase negativa do ENOS (La
Niña) e a fase positiva do AMM e foram mais intensos durante a fase negativa do ENOS
(El Niño) e fase positiva do AMM. Os compostos da precipitação mostraram ao longo da
fase positiva do ENOS (El Niño) e na fase negativa do AMM a quantidade de precipitação
é menor, enquanto que na fase negativa do ENOS (La Niña) e na fase positiva do AMM
a quantidade de precipitação foi maior. Estes resultados mostraram que as condições
atmosféricas relacionadas ao ENSO e ao AMM são capazes de modular a intensidade
dos ventos e da precipitação na Zonas Costeira Amazônica, devido ao deslocamento
meridional da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que, por sua vez, alteram a
magnitude das ondas na região. Assim, esta variabilidade de ondas descritas aqui,
especialmente aquelas que contrastam com o comportamento esperado para uma
determinada fase do ENOS de que ventos intensos geram as maiores ondas e maior
erosão costeira em diferentes partes do globo, enfatizam a importância de compreender
as relações entre o clima de ondas e as interações dos índices climáticos.

Palavras-chave: Zona Costeira Amazônica. Clima de ondas. Índices climáticos.

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ASPECTOS TEXTURAIS E MINERALÓGICOS DOS SEDIMENTOS


DE FUNDO DO RIO PARÁ

SOUZA, T.1; BERRÊDO, J.F.2; BATISTA, A.3

Universidade Federal do Rio Grande do Sul1 (Thiago Pereira de Souza,


thiagosouza03@live.com); Museu Paraense Emílio Goeldi2; Universidade Federal do Pará3

O rio Pará, principal integrante da baía do Marajó, constitui um conjunto sem nascente,
formado principalmente pelas contribuições de vazões dos rios Tocantins, Guamá, Acará
e de forma mais restrita o rio Amazonas. Configura-se como a principal via de acesso a
regiões portuárias, com destaque para a cidade de Belém e Vila do Conde e devido a
essa importância estratégica, tal região tem sido alvo de vários estudos hidrodinâmicos
importantes para gerenciamento do tráfego de embarcações na área. Tal fato evidencia
a importância de estudos a respeito das características da composição de fundo, que
refletem a interação entre a energia hidrodinâmica do ambiente, o aporte sedimentar e a
natureza do substrato. Com base nisso, este estudo visou a caracterização dos
sedimentos de fundo, baseada em parâmetros granulométricos e mineralógicos para a
compreensão dos processos de sedimentação da área. A coleta das 30 amostras
sedimentos foi realizada com um amostrador de fundo do tipo Petersen, com posterior
eliminação de sais e matéria orgânica. A seguir, as amostras foram submetidas à análise
granulométrica, em granulômetro a laser e análises mineralógicas por difração de raios-
X (amostra total) e minerais pesados. Em relação a granulometria, o Rio Pará apresentou
valores médios de areia (59,2%), silte (38,8%) e argila (8,3%). A variação da
granulometria ao longo da região de estudo individualizou dois grandes setores, o
primeiro setor é localizado ao sul, na porção interior do Rio Pará e ainda sob influência
das contribuições dos rios Amazonas e Tocantins. Apresenta hidrodinâmica mais branda
e substrato predominantemente lamoso. A segunda região mais ao norte da área de
estudo, localizada na desembocadura do rio é caraterizada pela presença significativa de
sedimentos arenosos, de hidrodinâmica alta. Os difratogramas das amostras revelaram
uma composição composta por quartzo, caulinita, muscovita, óxidos e hidróxidos de ferro
e mais restritamente feldspatos. Quanto aos minerais pesados transparentes, foram
identificados 12 diferentes tipos, com espécies de ampla distribuição representadas por
zircão, turmalina, rutilo, cianita e estaurolita e de distribuição mais restritas, como
andaluzita, epidoto, hornblenda, granada, diopsídio. Ao longo da área de estudo há a
presença de trends composicionais específicos quando verificados a variação de minerais
pesados da porção interior do Rio Pará em direção a sua foz no oceano atlântico. Há um
aumento de zircão, turmalina e estaurolita em direção a foz. De modo inverso, as
porcentagens de anfibólio e epidoto decrescem à nas amostras mais próximas à foz. As
características granulométricas e mineralógicas apresentaram importantes variações ao
longo do rio Pará e discriminaram duas grandes áreas; a primeira de composição matura
e arenosa, próxima à foz e outra na porção interior com a tendência inversa e predomínio
de sedimentos finos e mais imaturos.

Palavras-chave: Sedimentos. Granulometria. Mineralogia.

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MINERALOGIA E QUÍMICA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DA REGIÃO DE


CONFLUÊNCIA ENTRE O RIO AMAZONAS E XINGU

SOUZA, T.1; ASP, N.2; BERRÊDO, J.F.3; GOMES, V.2; MARQUES, A.2; BRAGA, A.2; GOMES,
J.2; SOUZA-FILHO, P.4; FRICKE, A.5; OGSTON, A.5; NITTROUER, C.5

Universidade Federal do Rio Grande do Sul1 (Thiago Pereira de Souza,


thiagosouza03@live.com); Universidade Federal do Pará2; Museu Paraense Emílio Goeldi3;
Instituto Tecnológico Vale4; University of Washington5

O rio Xingu configura-se como um importante afluente do rio Amazonas em termos de


descarga de água, destacando-se principalmente pela sua morfologia ímpar e dinâmica
sedimentar diversificada. Estudos hidrodinâmicos registraram o efeito da maré no baixo
rio Amazonas e sua propagação em tributários como o rio Xingu e Tapajós, ambos
classificados como tidal rivers. Esses estudos sustentam a hipótese de que o rio
Amazonas é um agente regulador no transporte e deposição de sedimentos nesses
ambientes, atuando ainda como fonte de sedimentos. Diante disso, este trabalho propôs
determinar a possível área de influência do rio Amazonas no baixo rio Xingu através de
proxies mineralógicos e geoquímicos. Os pontos de coleta de sedimentos de fundo
obedeceram a uma extensa malha amostral que abrangeu 109 pontos de coleta
transversais e longitudinais de canais principais e secundários do rio Xingu e 10 pontos
no rio Amazonas. As análises mineralógicas consistiram em dados de difração de raios-
X (amostra total e fração argila) e descrição petrográfica de minerais pesados. As análises
químicas totais foram realizadas em amostra total para quantificação dos elementos
maiores, traços e terras raras, por espectrometria de massa com plasma indutivamente
acoplado (ICP-MS e ICP-AES). Os resultados da análise mineralógica constataram a
presença de trends composicionais relacionados aos argilominerais e minerais pesados,
com a associação entre caulinita e minerais ultraestáveis para amostras à montante do
rio Xingu e altos teores de esmectita e minerais instáveis para amostras da região de
confluência entre rio Xingu e Amazonas, característica similar às amostras do rio
Amazonas. Apesar da diversidade de composições texturais, os sedimentos dos dois rios
não apresentaram variações significativas de elementos maiores, traços e terras raras ao
longo das estações de amostragem, porém os índices de alteração química (CIA)
indicaram condições diferenciadas de intemperismo na área fonte dos sedimentos do rio
Amazonas e Xingu. O tratamento estatístico dos elementos maiores, traços e terras raras
por PCoA e teste de significância PERMANOVA, confirmou a diferenciação de dois
grandes grupos, o primeiro englobando amostras do rio Amazonas, com relativa
similaridade as amostras da região de confluência com o rio Xingu e o segundo de
amostras à montante do rio Xingu, corroborando padrões já indicados pelas
características mineralógicas. De acordo com as análises realizadas, ficou evidente a
influência do rio Amazonas na composição dos sedimentos de fundo do rio Xingu em toda
a área de confluência com o rio Amazonas.

Palavras-chave: Tidal river. Sedimentos. Geoquimica.

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EFETIVIDADE DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DAS ÁREAS DE


MANGUEZAL DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MARACÁ-JIPIOCA

FERNANDES, G. L.; MIRANDA, Z. P.; MACHADO, D. S.

Universidade Federal do Estado do Amapá (Libna Gomes Fernandes,


fernandeslibna2@gmail.com)

A Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (EEMJ) localizada no município de Amapá - Planície


Costeira Atlântica Amapaense, abriga vasta área de ecossistema de manguezal, configurando-se
como um de seus alvos o papel indispensável de conservação para o bioma marinho-costeiro.
Entretanto, considerando que sua posição geográfica é adjacente à foz do Rio Amazonas, esta
unidade de conservação é acometida por modificações em sua linha de costa, consequentes da
atuação de forçantes naturais que promovem processos erosivos de deposição e transporte de
sedimentos. Estes processos causam instabilidade morfológica e ecológica, comprometendo o
desenvolvimento de um manejo eficaz e a conservação do ecossistema de manguezal. Este
trabalho teve por objetivo avaliar a efetividade de manejo pertinente as áreas de manguezal, afim
de determinar o estado atual de cumprimento de conservação deste ecossistema. O estudo foi
realizado através de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Para a avaliação da
efetividade de manejo utilizou-se uma adaptação do método Efetividade de Manejo de Áreas
Protegidas (EMAP), onde foram abordados 6 indicadores de manejo: Administrativo, Político-
Legal, Ameaças, Recursos Protegidos, Planejamento e Informações, aplicando os questionários
ao gestor, com matrizes de cenários, em que se estabeleceram cenários possíveis, desde a pior
até a melhor situação esperada para cada um dos indicadores de manejo pré-selecionados. Para
este estudo, o indicador Recursos Protegidos foi responsável por avaliar o estado atual de
conservação e/ou degradação dos ecossistemas de manguezal na EEMJ. O levantamento de
informações e análise documental à cerca das áreas de manguezal foram feitos por meio do
decreto de criação da EEMJ, Plano de Manejo, trabalhos científicos e dos dados cartográficos,
disponibilizados pelo gestor. Também foram realizadas visitas de campo às áreas de manguezal
acessíveis para observação e coleta de material fotográfico. A efetividade de manejo da EEMJ
qualificou-se como medianamente satisfatória, o mesmo padrão para o indicador Recursos
Protegidos. Através das pesquisas bibliográficas e documentais foi possível diagnosticar que a
EEMJ é acometida gradativamente por reduções de áreas em sua linha de costa. O plano de
manejo disponibiliza um mapa que ilustra estas perdas desde 1987 até 2014, totalizando
aproximadamente 71,46 km2, com redução de 13% de sua área. Tais perdas implicam diretamente
na gestão da EEMJ, pois o ecossistema de manguezal localizado nestas áreas de transição entre
os ambientes terrestres e marinhos é o principal afetado, configurando-se como indicador biológico
destas modificações. A intensidade das modificações causadas pela erosão é percebida através
das árvores do siriubal (Avicennia germinans (L.) L.) caídas no entorno da costa, além da redução
de área. Dado o contexto da unidade de conservação, metas devem ser traçadas e concretizadas
para consolidar a efetividade de manejo da EEMJ e assim, alcançar o padrão de excelência de
manejo, cumprindo com todos os objetivos de conservação determinados no Plano de Manejo e
salvaguardando os ecossistemas e espécies alvos da unidade de conservação, principalmente
nas áreas de manguezal.

Palavras-chave: Manejo. Ecossistema de manguezal. Forçantes naturais.

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

APLICAÇÃO DE RECEPTORES GLOBAL NAVIGATION SATELLITE


SYSTEM (GNSS) COM CORREÇÃO DIFERENCIAL
PARA DETERMINAÇÃO DA MARÉ

OKAJIMA, L. M. L.¹; GREGORIO, A. M. DA S.²; ROSÁRIO, R. P.1

Universidade Federal do Pará1 (Leandro Masayuki L. Okajima, leandrokajima@gmail.com);


Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar – CIABA²

A foz do rio Pará é um estuário localizado no nordeste paraense. Uma das suas
principais importâncias se dá pelo fato dessa região ser entrada dos principais portos
do estado do Pará, tendo o canal do Quiriri como passagem, que atualmente tem
profundidade que permite a passagem de embarcações de até 13,8 metros. Especula-
se que esses portos movimentam mais de 670 milhões de reais todos os anos. Os
métodos de medir a maré são diversos, sendo um dos mais utilizados, a aplicação de
marégrafos do tipo boia-contrapeso. Contudo, as metodologias tiveram um grande
avanço nesse âmbito. Atualmente o GPS de dupla frequência ou DGPS (Differential
Global Positioning System) possui elevada acurácia, devido suas medições
basearem-se em duas constelações de satélites, as redes GPS (Global Positioning
System) / GLONASS (Global NavigationSatellite System), juntamente com uma
antena instalada em terra (Sistema RTG - Real Time Gipsy). Com isso, esse
equipamento demonstra-se capaz de medir a maré, através da variação da altitude
elipsoidal. Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho é analisar e comparar a
acurácia e precisão do método de maregrafia por rastreio DGPS em relação ao
marégrafo digital do tipo boia-contrapeso, em um sistema estuarino tropical da região
amazônica, em duas situações, a primeira onde os equipamentos estavam distantes
um do outro e a segunda no qual estavam próximos. As séries temporais de GPS e
de maré foram analisadas através de regressões lineares e ondeleta de coerência. Os
resultados das regressões lineares e das ondeletas de coerência demostraram uma
forte correlação e coerência entre os dois métodos. Foi observado que quanto menor
a distância entre os dados coletados, maior correlação entre os dados de maré. Dessa
forma, concluiu-se que o método de obtenção de maré através da diferença da altitude
elipsoidal dos rastreios DGPS, apresentaram-se eficientes quando comparados com
o marégrafo digital do tipo boia-contrapeso. Vale ressaltar que a maregrafia por DGPS
é um método de custo elevado quando comparado com o marégrafo digital, devido a
isso, o mesmo é indicado para aqueles que visam obter a maré local e já possuem o
equipamento e uma embarcação.

Palavras-chave: Marés. Sistemas de Posicionamento Global. Medidores de marés.

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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
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5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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ANÁLISE DO MODELO OTIS PARA PREVISÃO DE MARÉ NA BARRA


NORTE DO RIO AMAZONAS

FERNANDES, M.; ABDON, B.; MORAES, S.; SILVA, L.; MEDEIROS, P.; VALE, L.; ROSÁRIO, R.

Universidade Federal do Pará (Matheus Lindemberg de Sousa Fernandes,


matheuslfer@gmail.com)

O canal da Barra Norte do Rio Amazonas é uma das principais rotas de escoamento de
produtos e commodities da região norte do Brasil. Esta região é caracterizada com regime de
macromarés semidiurnas e alta descarga fluvial e sedimentológica. O canal apresenta
limitações relacionadas à navegação, devido a presença de um calado de navegação
dinâmico, em virtude da ocorrência de lama fluida, característica da região, ocasionando
variações de nível em função da profundidade local e da maré. Devido a isso, estudos para
análise e obtenção de dados de maré são importantes. Diversos métodos para previsão das
marés nos oceanos e zonas costeiras são necessários e a utilização de modelos
globais/regionais para obter dados de maré de forma remota são de fundamental importância.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a acurácia entre os dados
provenientes do modelo OTIS - Oregon State University (OSU) Tidal Inversion Software
(OTIS) - e os dados provenientes das previsões de maré da Diretoria de Hidrografia e
Navegação (DHN). Foram adquiridos dados de maré provenientes da DHN no canal da Barra
Norte - Arco Lamoso (01°26, -49°13'), no ano de 2020, durante o intervalo de 01/03 - 16/03,
compreendendo as fases de quadratura e sizígia. Os dados foram interpolados linearmente a
fim de apresentar uma variação horária. O modelo OTIS foi executado em interface Matlab
chamada Tidal Model Driver (TMD). Os dados foram gerados a partir de um modelo regional
para a foz do Amazonas (Ams2010), que utiliza as seguintes constantes harmônicas: M2, S2,
N2, K2, K1, O1, P1, Q1, M4, MS4, MN4. As principais conclusões obtidas com a análise dos
dados foram: (1) durante o período da maré de quadratura, os valores máximos (preamar) e
mínimos (baixamar) apresentaram uma defasagem de aproximadamente 4 horas entre os
dados obtidos pelo modelo OTIS e os disponibilizados pela DHN, (2) em contrapartida,
durante a maré de sizígia a defasagem entre os valores máximos foram de aproximadamente
4 horas e de cerca de 3 horas entre os valores mínimos, (3) a variação de altura nas presentes
previsões foram de 3,8 (DHN) e 3,68 (OTIS) durante a maré de sizígia e 1,5 (DHN) e 1,55
(OTIS) durante a quadratura. Desse modo, as previsões de maré geradas pelo modelo OTIS
apresentaram uma defasagem média de 03h45min em relação aos dados de previsões da
DHN. Havendo também subestimação dos dados de altura do OTIS, fator este relevante para
a segurança da navegação. Estudos comparativos com dados in situ são necessários, para
melhor entendimento da aplicabilidade do modelo regional OTIS na foz do Amazonas.

Palavras-chave: Previsão de Maré. Modelo OTIS. Foz do Amazonas. Barra Norte.

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ANÁLISE DO MODELO OTIS PARA PREVISÃO DE MARÉ


NO ESTUÁRIO DO RIO PARÁ

ABDON, B.; MORAES, S.; ROSÁRIO, R.P.

Universidade Federal do Pará (Beatriz do Nascimento Abdon1, biahabdon@hotmail.com)

O estudo das marés no mundo tem diversas aplicações, nas quais podemos destacar o
auxílio à navegação, gestão de áreas portuárias e da zona costeira etc. Dentro deste
contexto está o estuário do rio Pará, que abriga diversos portos importantes para a região
norte do Brasil: porto de Vila do Conde, terminal petroquímico de Miramar e porto de
Belém. Com isso, a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) mantém previsões de
maré atualizadas em suas tábuas desde a desembocadura do estuário até seu interior.
Como destaque, podemos citar as previsões de maré na Ilha dos Guarás (05°09', 47°54'),
localizada na zona costeira e na ilha de Mosqueiro (01°09', -48°28') situada no estuário
médio, no qual apresenta um fundeadouro. Embora tenhamos uma rede satisfatória de
previsão de maré disponibilizada pela DHN, será que um modelo regional de maré pode
ser utilizado para melhorar a previsão dentro do estuário do rio Pará? Dessa forma, o
presente trabalho tem como a finalidade avaliar a acurácia dos dados previstos pela DHN
em relação aos dados gerados pelo modelo de maré da Oregon State University (OSU)
Tidal Inversion Software (OTIS). Foram adquiridas séries temporais de dados de marés
da primeira quinzena do mês de março de 2020 previstos pela DHN, na ilha dos Guarás
e Mosqueiro. Posteriormente, o modelo OTIS foi executado para os mesmos pontos em
interface Matlab chamada Tidal Model Driver. Os dados foram gerados a partir de um
modelo regional para a foz do Amazonas (Ams2010), que utiliza as constantes
harmônicas M2, S2, N2, K2, K1, O1, P1, Q1, M4, MS4 e MN4. Foi feito o cálculo da
defasagem e comparativos das alturas entre os resultados. As principais conclusões
obtidas na análise dos dados para a Ilha dos Guarás foram: (1) durante o período das
marés de quadratura, os valores máximos (preamar) apresentaram uma defasagem de 4
horas e os valores mínimos (baixarmar), defasagem de 3 horas em relação à previsão da
DHN, (2) enquanto durante as marés de sizígia a defasagem foi de 2 horas na preamar e
na baixamar, (3) a diferença entre o máximo e mínimo foi de 0,61m na quadratura e 0,86m
na sizígia em relação aos dados da DHN. Já para Ilha de Mosqueiro, observou-se: (4)
diferença de 3 horas na máxima e mínima das marés de quadratura, (5) na sizígia a
defasagem foi de 2 horas na preamar e 3 horas na baixamar, (6) a variação de nível
máximo e mínimo na quadratura foi de 0,24m, e 0,11m na máxima e mínima durante a
sizígia em comparação aos dados da DHN. Conforme exposto, as previsões de maré
geradas pelo modelo OTIS apresentaram uma defasagem média de 2h45min em relação
às realizadas pela DHN tanto para a Ilha de Mosqueiro, quanto para a Ilha dos Guarás.
As variações de níveis podem afetar a segurança da navegação no estuário do rio Pará,
tendo em vista a complexidade da dinâmica estuarina.

Palavras-chave: OTIS. DHN. Previsão de Maré. Rio Pará.

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE ONDAS INTERNAS NA FOZ DO


RIO AMAZONAS ATRAVÉS DO SENSOR MODIS - SATÉLITE TERRA

ROSA, M.; MOURA, P.; MENDONÇA, L.F.F.; LENTINI, C.A.D.

Universidade Federal da Bahia (Marcelo Caetano Barreto Rosa,


marcelorosa2005@yahoo.com.br)

Ao largo da Foz do Rio Amazonas, Ondas Internas Solitárias (OISs), ou sólitons, são
observadas desde meados dos anos 90 por fotografias aéreas tiradas a bordo de
estações espaciais e de imagens de satélites operando tanto na faixa do espectro visível
como no de micro-ondas. Essas observações apontam para a importância relativa dessas
feições na dinâmica da região, com aplicações na indústria de extração de óleo e gás, na
produtividade primária, no transporte de larvas e sedimentos, bem como nos estudos
numéricos de circulação oceânica. O escopo deste trabalho consiste em utilizar dados
derivados de sensores imageadores que atuam na faixa do espectro de energia
eletromagnética do visível em condição de sunglint, para investigar a presença e o
comportamento dessas OIs ao largo da Foz do Rio Amazonas. Com base em 11 anos
(2008 a 2019) de imagens diárias registradas pelo sensor Moderate Resolution Imaging
Spectroradiometer (MODIS), a bordo do satélite TERRA da plataforma Earth Observing
System (EOS), foram identificadas 414 OISs em 66 imagens, durante os meses de agosto
a outubro devido às condições favoráveis de sunglint e sem cobertura de nuvens. Desse
total, foram observadas 243 OISs em 92 pacotes, com uma média de ~ 3 ondas/pacote.
O restante das OISs apresenta apenas a onda interna principal. Essas ondas se formam
na região do talude devido à maré e se propagam em direção ao oceano aberto. O ângulo
de propagação predominante está em 30º do Norte Verdadeiro, enquanto o comprimento
de crista associado à direção predominante encontra-se entre pouco menos de 50km até
200km. Nota-se que à medida que os meses avançam, não só uma parte dessas ondas
passa a se propagar em 45º, mas também aumenta o comprimento das cristas, atingindo
valores de 50 a 300km. O histograma de distribuição de classes de comprimento de crista
de onda apresenta uma distribuição unimodal, deslocada para a esquerda em direção a
comprimentos de crista inferiores a 150km, que juntos perfazem um total de ~ 80% das
observações. O comprimento médio para o período analisado é de 85km. A classe
dominante (~ 42%) corresponde a comprimentos de onda de 50 a 100km. A frequência
de distribuição do número de observações versus a distância entre ondas de um mesmo
pacote e a distância entre pacotes de OISs para todo o período investigado (2008 a 2019)
também apresenta uma distribuição unimodal, sendo que a distância média total entre
ondas de um mesmo pacote é de ~ 8km, e a distância média da classe mais frequente é
de ~ 5km. Desta forma, a capacidade de usar imagens MODIS em condição de glint, em
combinação com imagens de radar de abertura sintética (SAR), tem aplicações
importantes no estudo da evolução do campo de OIS. Essa combinação pode fornecer
estimativas precisas da velocidade média de propagação, direção predominante de
propagação e regiões preferenciais de formação, cujos desdobramentos fornecerão
informações necessárias e relevantes para estudos numéricos de processos
biogeofísicoquímicos em sub e meso escalas.

Palavras-chave: Ondas Internas. Amazonas. Sensoriamento Remoto. MODIS.

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Workshops do PGGM – Edição Amazônica
51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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EVOLUÇÃO MULTITEMPORAL DAS ÁREAS DE BOTA- FORA DA BAÍA DE


GUAJARÁ (PARÁ) ATRAVÉS DO USO DE CARTAS NÁUTICAS

MENDES, C.A.C.; EL- ROBRINI, M.

Universidade Federal do Pará (Carlos Augusto Corrêa Mendes, augustomendes42@gmail.com)

Uma análise multitemporal de 26 anos (1984-2010) foi desenvolvida para identificar


alterações na morfologia e no volume de sedimentos de fundo antes (1984-1999) e depois
(2010) da criação das áreas de bota-fora na Baía de Guajará. A área de estudo é
caracterizada por meso-maré (3,7m). Foram utilizadas as cartas náuticas do Porto de
Belém (n° 320) dos anos de 1984, 1999 e 2010, onde foram identificadas as áreas de
bota-fora nº 1, 2 e 3. Os mapas batimétricos foram gerados a partir de dados de
profundidade. O processo de digitalização e interpolação (krigagem) das cartas náuticas
foram realizados mediante o uso do software Surfer 11. Foi estabelecido como limite a
isóbata de 5m, utilizada na análise multitemporal. A confecção dos perfis batimétricos
transversais permitiu a identificação das áreas de aprofundamento e/ou de assoreamento
nas áreas de bota-fora. Foram gerados 8 perfis batimétricos (transectos). Dispostos de
jusante para montante, o primeiro perfil foi gerado a norte, próximo ao Terminal
Petroquímico de Miramar, e o oitavo perfil foi gerado após o Ver-O-Peso, ao sul da baía.
O volume foi obtido com uso do Surfer 11. Cada ano teve uma mesma extensão
delimitada para cálculo do volume. As maiores profundidades da Baía de Guajará estão
no Canal da Ilha das Onças ou próximas dele, podendo chegar a 25 m de profundidade,
este canal é a feição mais importante da baía, com migração e aprofundamento
constantes, fator determinante na extensão e localização dos bancos de areia. Entre 1999
e 2000, foram despejados 2.600.000m³ de sedimentos nas áreas de bota-fora. O primeiro
período analisado, (1984 a 1999), mostrou diversas áreas em processos de
assoreamento e pontos de aprofundamento, já o segundo período, (1999 a 2010),
mostrou perda de sedimentos de fundo, com aumento de profundidade. Entre 1984 e
1999 o Canal da Ilha das Onças migrou para oeste, já entre 1999 e 2010 migrou para
leste, deslocando os bancos nas mesmas direções. O volume batimétrico de 1984 foi de
241.981.891m³, de 1999 foi de 245.812.221m³ e em 2010 foi de 285.967.820 m³,
indicando que a baía está em processo erosivo. A taxa de evolução da Baía de Guajará
para o período de 1984 a 1999 é de 0,10 cm/ano e para o período de 1999 a 2010 de
1,13cm/ano. Os maiores índices de assoreamento nas áreas dos bancos de areia foram
encontrados no período de 1984 a 1999. De 1999 para 2010 predominou erosão em toda
a baía (bancos e canais) resultando em aumento de profundidade, evidenciando que os
sedimentos ali depositados foram todos retrabalhados pela hidrodinâmica.

Palavras-chave: Baía de Guajará. Dragagem. Bota-fora. Morfologia.

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REDES NEURAIS ARTIFICIAS APLICADAS A EXTRAÇÃO DA BATIMETRIA


POR RESPOSTA ESPECTRAL. ESTUDO DE CASO: LAGUNA DA JANSEN-MA

ANDRADE, L.; FERREIRA, I.; PINHEIRO, L.; SANTOS, F.

Universidade Federal de Viçosa (Laura Coelho de Andrade, laura.andrade@ufv.br)

A necessidade do monitoramento contínuo de corpos d’água é um fato muito debatido


nos dias atuais, sobretudo para uma melhor gestão dos recursos hídricos. O uso do
sensoriamento remoto acústico para o mapeamento de locais submersos é a forma mais
precisa e tradicional de se obter a profundidade e consequentemente o volume dessas
áreas. Todavia, além do levantamento ser demorado em sua totalidade e necessitar de
uma grande experiência por parte do especialista, os equipamentos chamados de
ecobatímetros são de alto custo. Por outro lado, sistemas orbitais vêm sendo aprimorados
e oferecem imagens com resoluções centimétricas, capazes de fornecer modelos
batimétricos a um baixo custo operacional e de locais de difícil acesso. Recentemente,
diversos sistemas foram lançados oferecendo um imageamento amplo da superfície
terrestre, com resoluções adequadas e compatíveis para a utilização no sensoriamento
remoto ótico da água. Assim, o presente estudo teve como principal intuito, a utilização
de Redes Neurais Artificiais para extração da batimetria por resposta espectral na Laguna
da Jansen, situada na cidade de São Luís-MA. Nesse contexto, o treinamento das Redes
Neurais no software R, pelo método Backpropagation se deu, a priori, pela seleção de
300 pontos contendo quatro bandas espectrais existentes na imagem já ortorretificada do
Satélite PlanetScope do tipo Ortho Scene Product Level 3B, sendo essas azul, verde,
vermelho e infravermelho próximo. A arquitetura da rede possuía três camadas
escondidas do tipo feed forward e somente uma camada de saída, que no caso configura-
se como a profundidade estimada. Posteriormente, foi realizada uma comparação com
os dados batimétricos da mesma lagoa em questão levantados de maneira convencional,
quantificando a incerteza vertical através do estimador Incerteza Robusta e efetuado
também a comparação dos volumes obtidos pelos dados batimétricos de referência e
pela batimetria estimada por resposta espectral. Os resultados obtidos mostram uma
elevada coercitividade com os dados reais, uma vez que apresentaram uma incerteza
vertical de 0,49 metros. Além disso, a diferença de 10% no volume encontrado, evidencia
o potencial da metodologia para estudos primários para o aprimoramento da gestão
ambiental na área da Laguna, podendo gerar benefícios a curto prazo e a custos
reduzidos.

Palavras-chave: Redes Neurais Artificiais. Sensoriamento Remoto. Batimetria.

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DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTOS DE FUNDO COMO INDICADOR DA


VARIABILIDADE HIDRODINÂMICA DO COMPLEXO ESTUARINO DE
SÃO MARCOS, MARANHÃO – BRASIL

CARVALHO, K.L.V.; BORGES, K.K.; SEREJO; J.H.F.; SANTOS; V.H.M. DOS; LIMA, H.F.;
SOARES, R.A.; DIAS, F.J. DA SILVA

Universidade Federal do Maranhão (Kerlem Luina Vinhas Carvalho; kerlem.luina@hotmail.com)

Este trabalho objetivou analisar a distribuição granulométrica dos sedimentos de fundo e


sua utilização como indicador da variabilidade hidrodinâmica do Complexo Estuarino de
São Marcos (CESM). As aquisições de dados ao longo do CESM foram feitas durante a
estação chuvosa e final da estação chuvosa do ano de 2017, em condições de maré de
sizígia e quadratura, respectivamente. A medição do campo de correntes fora obtida com
auxílio de um ADCP (Sontek/YSI) com sensor acústico de frequência de 500 MHz e as
variáveis de estado e campo de massa foram adquiridos utilizando um CTD (EXO2/YSI)
como unidade autônoma. Para a análise granulométrica, os sedimentos de fundo foram
coletados com o auxílio de uma draga de Gibbs, e a análise através das técnicas de
peneiramento e pipetagem segundo Suguio (1973). Os dados obtidos foram tratados no
software livre R através do pacote Rysgran que possibilitou a obtenção das porcentagens
de cada fração granulométrica e a aplicação do diagrama de Pejrup. Os resultados no
CESM sugerem que através dos gradientes horizontais térmicos e salinos, a estação
chuvosa de 2017 apresentou-se com águas mais salinas, em comparação aos gradientes
observados no final da estação chuvosa. A análise dos índices termohalinos sugerem a
presença de três massas de água, uma Água Costeira (AC) e Água de Frente (AF)
durante o período chuvoso, enquanto no final do período chuvoso notou-se a presença
de uma Água de Rio (AR). O campo de correntes apresentou velocidades máximas de
2,5m.s-1 durante o período chuvoso e 2,3m.s-1 no final do chuvoso. A distribuição
granulométrica variou, mostrando-se heterogênea. Houve a predominância da fração
arenosa fina na maioria dos pontos amostrais do período chuvoso, com exceção de
alguns pontos que tiveram suas amostras classificadas como areia muito fina e média, as
velocidades mínimas observadas nesses pontos foram de 0,01m.s-1 e que, quanto a
hidrodinâmica, o diagrama de Pejrup mostrou que a região é regida por altas condições
hidrodinâmicas. A predominância de areia fina também foi observada nos pontos
amostrais do final da estação chuvosa, entretanto um ponto amostral mostrou a presença
de sedimento fino (silte) que, por sua vez, sugere-se está relacionado ao aporte fluvial e
ao manguezal adjacente a seção, onde foram observadas velocidades menores que
0,5m.s-1, favorecendo a deposição de tal material e, quanto a hidrodinâmica, o diagrama
de Pejrup mostrou que a área é regida por condição de hidrodinâmica muito alta. A
distribuição das amostras no diagrama Pejrup, em geral, corroborou com os dados das
velocidades de corrente. Portanto, a utilização do diagrama de Pejrup mostrou-se um
eficiente instrumento de diagnóstico na interpretação da hidrodinâmica atuante no
Complexo Estuarino de São Marcos.

Palavras-chave: Granulometria. Correntes. Macromaré.

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DINÂMICA DE CORRENTES E ESTRUTURA TERMOHALINA EM UM


ESTUÁRIO DE MACROMARÉ NA INTERFACE AMAZÔNIA-SEMIÁRIDO:
COMPLEXO ESTUARINO DE SÃO MARCOS

SOUSA, L. L.; SANTOS, V. H. M.; LIMA, H. P.; SOARES, R. A.; DIAS, F. J. S.; TORRES, A. R.

Universidade Federal do Maranhão (Laila Leite Sousa, lailamailg@gmail.com)

O presente estudo tem como objetivo estudar a variação temporal das propriedades
hidrográficas e da circulação durante 8 ciclos de maré (≈ 98 horas) no Complexo
Estuarino de São Marcos (CESM), em marés de quadratura e sizígia no final do período
chuvoso de 2018, classificar o estuário através do diagrama Estratificação – Circulação
proposto por Hansen & Rattray (1966), calcular o transporte advectivo de sal e a
contribuição dos termos advectivos. Os dados da estrutura termohalina (temperatura e
salinidade) foram adquiridos com um CTD (EXO2, YSI) e a circulação no sistema
estuarino foi medida com um ADCP de 500 kHz (Sontek, YSI). Os perfis da componente
longitudinal (u) apresentaram um escoamento bidirecional, com uma leve predominância
das correntes de vazante (u < 0) sobre as de enchente (u < 0). Durante a maré de
quadratura, a componente longitudinal variou entre -1,48ms-1 (enchente) e 1,87ms-1
(vazante), enquanto na maré de sizígia apresentou valores entre -1,54ms-1 (enchente) e
1,99ms-1 (vazante). Os valores obtidos da estrutura termohalina mostraram um
comportamento quase homogêneo verticalmente e leve distinção entre quadratura e
sizígia. As temperaturas variaram de 28,5 e 29,1°C, as salinidades entre 20,8 e 27 g kg-1
e sigma-t entre 10,5 e 18,6kgm-3. Sendo assim, a análise dos índices termohalinos
sugerem a presença da massa Água de Rio (AR) durante o final do período chuvoso. O
número de Richardson por camada apresentou uma condição de instabilidade vertical
durante o período amostral no CESM, corroborando com os valores da Anomalia da
Energia Potencial (10,2 x 10-5 a 6,6 x 10-5 J m-3 s-1) e mostrando um elevado potencial
energético associado à energia via maremotriz. Este ambiente foi classificado como do
tipo 1a (bem misturado e fracamente estratificado verticalmente). As principais parcelas
responsáveis pelo transporte advectivo de sal foram: descarga fluvial (98,14 a 133kg m-1
s-1), deriva de Stokes (-9,29 a -4,33 kg m-1 s-1) e correlação de maré (8,65 a 10,06 kg m-1
s-1). A descarga fluvial atuou como o principal mecanismo exportador de sal no CESM,
ao passo que a deriva de Stokes foi o principal mecanismo importador de sal,
apresentando um sentido contrário ao esperado. A longa série temporal realizada neste
trabalho mostrou um avanço para o melhor entendimento da hidrodinâmica em estuários
de macromaré.

Palavras-chave: Correntes. Estrutura termohalina. Transporte de sal. Macromaré.

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CIRCULAÇÃO HIDRODINÂMICA EM UM ESTUÁRIO DE MACROMARÉ


DO NORDESTE BRASILEIRO

LIMA, H. P.; SOARES, R. A.; RIBEIRO JUNIOR, J. C. M.; SANTOS, V. H. M.; SILVA JUNIOR, R.
M.; TORRES JUNIOR, A. R.; DIAS, F. J. S.

Universidade Federal do Maranhão (Hugo Pereira Lima, hugopl1991@gmail.com)

Estuários são ambientes complexos que precisam ser compreendidos, onde questões
ambientais, por exemplo, poluição, hipóxia e salinização, tornaram-se uma causa
crescente de preocupação nas últimas décadas. Nesse contexto, este trabalho tem como
objetivo estudar a variação temporal das variáveis de estado (TS), material particulado
em suspensão (MPS), oxigênio dissolvido (OD) e da circulação, durante ciclos completos
de maré (13 horas) ao longo do Complexo Estuarino de São Marcos (CESM). Para esse
estudo foram realizados dois fundeios, localizados ao norte (F-I) e ao sul (F-II) no CESM,
durante o período chuvoso (fevereiro) do ano de 2017. Os dados da estrutura termohalina
e OD foram adquiridos com um CTD (EXO2, YSI, Ohio, USA), a circulação estuarina foi
medida com um ADCP de 500 kHz (Sontek, YSI, CA, USA) e as amostras de água para
determinação do MPS foram obtidas com o auxílio de uma garrafa do tipo Niskin, em
superfície e a 1 metro do fundo. Os perfis da velocidade (V) apresentaram um
escoamento bidirecional, com uma pequena predominância das correntes de vazante (V
> 0) sobre as de enchente (V < 0). Geralmente, o Fundeio – I apresentou valores médios
maiores que o Fundeio – II, com as médias em (F-I) variando entre -0,92 m s-1 na enchente
a 0,98 m s-1 na vazante, enquanto que (F-II) apresentou valores médios de -0,66 a 0,96
m s-1. A estrutura termohalina mostraram um comportamento quase homogêneo na
vertical e pequena distinção entre os fundeios (F-I e F-II). As temperaturas variaram entre
28,7 e 29,1 °C, salinidades variaram entre 32,7 e 35,5 g kg-1 e sigma-t entre 20,26 a 22,49
kg m-3. A análise dos índices termohalinos sugerem a presença de uma Água Costeira
(AC) durante o período chuvoso. Na região foram observadas elevadas concentrações
de MPS (>500 mg l-1), com valores médios maiores que 285 mg l-1 ao longo das 13 horas
coletadas. O ambiente manteve elevadas concentrações de oxigênio dissolvido (OD >
195 µmol kg-1), apesar dos elevados valores de MPS encontrados na região, estando
estes dentro dos limites mínimos estabelecidos pelo órgão regulador (CONAMA). O
número de Richardson por camada indicou uma condição de instabilidade vertical ao
longo de todo o estudo realizado no CESM, corroborando com os resultados da Anomalia
da Energia Potencial (7,0x10-6 a 1,8x10-5 J m-3 s-1). Este ambiente foi classificado como
do tipo 1a (bem misturado e fracamente estratificado). A descarga fluvial foi o principal
mecanismo exportador de sal da região, enquanto que a deriva de Stokes foi o principal
mecanismo importador de sal, apresentando um sentido contrário ao esperado. Esses
resultados melhoraram o conhecimento da dinâmica em estuários de macromaré
localizados na interface Amazônia-semiárido e podem servir de base para a gestão da
qualidade da água.

Palavras-chave: Bacia do Mearim. Macromaré. Estrutura termohalina. Classificação


estuarina.

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ANÁLISE SEDIMENTAR E PETROFÍSICA DE TESTEMUNHOS POR


VIBRAÇÃO DE UM CANAL DE MARÉ DA BAÍA DO CAJU,
DELTA DO PARNAÍBA (PI-MA)

CRUZ, D.B.L.T.; VITAL, H.; AQUINO DA SILVA, A.G.; SMITH, F.S.G.

Universidade do Rio Grande do Norte (Diogo Bittencourt Leite Tinôco Cruz,


tinodiogo@hotmail.com)

O Delta do Rio Parnaíba, localizado na divisa entre os estados do Piauí e Maranhão,


apresenta suas características bem preservadas, e por isso, vem sendo alvo de
pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento. O presente trabalho teve como
finalidade identificar mudanças no ambiente deposicional, com base na análise de
sedimentos, que possivelmente foram causadas por uma mudança na direção do fluxo
do Rio Parnaíba. A metodologia utilizada compreendeu a análise sedimentar e petrofísica
de dois testemunhos (VC-03 e VC-10) coletados pelo método de vibração em um canal
de maré da Baía do Caju, que separa a Ilha do Caju da Ilha das Canárias. Em uma
primeira fase foram realizadas a análise espectral de raios gama e o registro fotográfico
dos testemunhos, seguidos da descrição estratigráfica, incluindo cor, textura, presença
de matéria orgânica, conteúdo fossilífero e a ocorrência de estruturas sedimentares.
Posteriormente, os testemunhos foram amostrados em intervalos regulares, a cada 4cm,
para realização das análises granulométricas, composicionais (matéria orgânica e
quantificação de carbonato de cálcio), morfoscópicas e de porosidade. Esta última
calculada de forma indireta através da densidade do sedimento coletado. Os resultados
obtidos com o testemunho VC-03, coletado na margem da Ilha das Canárias, mostraram
que a porosidade ao longo do testemunho se mantém constante, apesar de haver
variação granulométrica, o que permite inferir que esse sedimento é relativamente
recente e que não houve tempo suficiente para compactação. Os teores de matéria
orgânica e carbonato de cálcio apresentam variações relacionadas com o tamanho do
grão. Em sedimentos finos, siltico-argilosos, valores de matéria orgânica e carbonato
tendem a ser mais elevados. Também foi possível de observar comparando esses perfis
aos de Raio Gama e granulometria. No VC-10, coletado na margem da Ilha do Caju, foi
observado que o perfil de porosidade apresenta-se diferente do que foi observado no VC-
03, apresentando uma menor porosidade média na seção arenosa do testemunho. Essa
diferença pode estar relacionada ao tempo de soterramento dos grãos, sendo possível
inferir que o VC-10 seja mais antigo e assim com maior tempo para compactação, o que
resultaria em menor porosidade. A partir da integração de todos os dados analisados foi
possível observar que a mineralogia presente na base destes testemunhos coincide com
aquela identificada em estudos anteriores realizados a oeste, enquanto a mineralogia
observada no topo dos testemunhos analisados neste estudo coincide com a mineralogia
de outros estudos realizados a leste. O que sugere uma mudança no canal principal do
Rio Parnaíba ao longo do tempo, alterando assim, a fonte sedimentar da porção oeste.

Palavras-chave: Rio Parnaíba. Petrofísica. Testemunhos por vibração.

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ANÁLISE SEDIMENTAR E DE PERFIS DE RAIOS GAMA EM TESTEMUNHOS


POR VIBRAÇÃO DA PORÇÃO LESTE DO DELTA DO RIO PARNAÍBA

NÓBREGA, T.; VITAL, H.; AQUINO DA SILVA, A.G.; SMITH, F.S.G.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Tezeus Nóbrega, tezeusnb@hotmail.com)

Deltas são sistemas deposicionais dinâmicos influenciados por uma combinação de


processos por ação de rios, ondas e/ou marés. O Delta do Rio Parnaíba é um delta
dominado por ondas e influenciado por marés, que se localiza na divisa Piauí – Maranhão,
na Margem Equatorial Brasileira (MEB). O presente estudo tem como objetivo
caracterizar estratigraficamente os sedimentos coletados em um ponto situado a
aproximadamente 2.500 m da foz, na porção leste do Delta do Parnaíba e inferir tanto
variações nas condições de energia do ambiente como uma alternância de influências
continental e marinha no delta. Os dois testemunhos foram coletados por meio do método
de sondagem por vibração (Vibracore). O testemunho VC-06 teve uma recuperação de
172 cm, porém com uma lacuna no intervalo entre 64 e 100 cm, enquanto que o
testemunho VC-07 teve uma recuperação de 170 cm. Neles foram realizados a descrição
estratigráfica, a análise de perfis de raios gama convencional e o registro fotográfico; os
sedimentos foram analisados a intervalos regulares de 4 cm ao longo do perfil do
testemunho. Foram efetuadas análises morfoscópica, mineralógica e granulométrica,
além da quantificação dos teores de matéria orgânica (M.O.) e de carbonato de cálcio
(CaCO3). A integração dos resultados obtidos para o testemunho VC-06 mostrou um
padrão de granocrescência ascendente, sendo sua base constituída de grãos de tamanho
silte médio a grosso. Enquanto que em direção ao topo, ocorrem sedimentos com
granulometria areia muito fina a fina. Essa mudança está possivelmente relacionada a
um aumento na energia hidrodinâmica e uma influência continental (rio Parnaíba),
indicada pela diminuição na contagem total de raios gama, de teor de M.O. e de conteúdo
de CaCO3. Já o testemunho VC-07 apresentou variações nítidas na granulometria dos
sedimentos ao longo do seu perfil, caracterizando uma leve granodecrescência
ascendente e uma forte alternância de influências continentais e marinhas na deposição
dos sedimentos. Na sua base, foram observadas fácies silte com algumas intercalações
de areia. Na profundidade de 69 cm do testemunho, ocorre um contato abrupto entre a
camada de silte e a de areia fina acima, o que indica um brusco aumento na energia
hidrodinâmica do ambiente. Esse contato é bem marcado pela diminuição nos valores do
perfil de raios gama, assim como nas concentrações de M.O. e de CaCO3. No topo, ocorre
um leve aumento no teor de M.O., de CaCO3 e de radiação gama natural, caracterizando
a deposição de grãos de tamanho silte com lentes de areia fina intercalados. A partir da
integração dos dados foi possível inferir que esses testemunhos representam depósitos
de mangues do Delta do Parnaíba e são registros de alternância de influências fluviais
(ou continentais) e marinhas na deposição dos sedimentos.

Palavras-chave: Delta do Parnaíba. Análise sedimentar. Perfil de raios gama. Vibracore.

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ANÁLISE SEDIMENTAR DE CANAL DE MARÉ NA REGIÃO DE ARAIOSES,


DELTA DO PARNAÍBA (PI-MA)

ROCHA, D.R. DAS C.; VITAL, H.; SMITH, F.; DA SILVA, A.A.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Dhulya Rafaelly das Chagas Rocha,
dhulyarafaelly@hotmail.com)

Este estudo foi realizado na porção oeste do Delta do Parnaíba, em um canal de maré
nas proximidades da cidade de Araioses (MA) e teve como objetivo principal investigar o
registro sedimentar e estratigráfico, e processos associados nessa porção da margem
equatorial brasileira. Foram obtidos quatro testemunhos por vibração, método empregado
por recuperar testemunhos contínuos e não perturbados de materiais pouco
consolidados, o que permite observar o sedimento da maneira que foi depositado, sendo
possível distinguir estruturas sedimentares existentes. Um total de 5,02 metros de
material foi recuperado. Cada testemunho foi dividido em duas partes; uma das quais foi
arquivada e a outra descrita e analisada em laboratórios da UFRN. Inicialmente foi feito
uma descrição do topo para a base, observando características como cor, granulometria,
presença/ausência de matéria orgânica, conchas e estruturas sedimentares. Após a
descrição, os testemunhos foram amostrados em intervalos de quatro centímetros, nos
quais foram feitas análise granulométrica e quantificação do carbonato de cálcio (CaCO3)
dos sedimentos. O testemunho VC17031301 recuperou 1,31 metros predominantemente
de sedimentos finos (silte/argila) de cor escura, com apenas pequenas variações na
coloração; a presença de raízes e galhos de plantas foi observada em alguns intervalos.
O teor de carbonato de cálcio apresentou variação entre 8,1% e 17,9%, com os maiores
valores encontrados entre os 4 testemunhos analisados. No testemunho PC17031302
foram recuperados 0,86 metros de sedimentos; caracterizados por intervalos com
laminações marcadas pela alternância de areia fina de coloração mais clara e silte/argila
de cor mais escura; neste testemunho não há presença significativa de matéria orgânica
apresentando apenas algumas pequenas raízes de plantas na porção superior. O teor de
carbonato de cálcio variou entre 1,9% e 5,4%, registrando os maiores valores (5,4 a 4,4%)
na profundidade entre 0 e 40 centímetros. O testemunho VC17031303, recuperou 2,14
metros, constituído principalmente por sedimentos finos (silte/argila) apresentando em
poucos intervalos intercalações de areia muito fina; destaca-se a presença de pedaços
de madeira e folha na profundidade de 30 centímetros. O teor de carbonato de cálcio
variou entre 3,4 e 12,9%. No testemunho PC17031304, a recuperação foi de apenas 0,71
metros, sendo constituído de areia muito fina e silte/argila com pequenas variações na
coloração; a presença de raízes e folhas foi observada na profundidade de 45
centímetros. Esse testemunho apresentou teores de carbonato com variação entre de 4,8
a 12,6%. O predomínio de sedimento de granulometria fina permite inferir que se trata de
um ambiente com baixa energia.

Palavras-chave: Testemunhos por vibração. Margem Equatorial. Granulometria.

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CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA E SEDIMENTAR DO ESTUÁRIO


DO RIO PARNAÍBA, PIAUÍ - BRASIL

BORGES, K. K.; CARVALHO, K. L. V.; DIAS, F. J. S.; FEITOSA, J. H. S.; DOS SANTOS,
V. H. M.; LIMA, H. P.; SOARES, R. A.

Universidade Federal do Maranhão (Kassandra Kelen Borges, kassandraborges4@gmail.com)

Os estuários estão entre os ecossistemas costeiros mais produtivos e hidrologicamente


dinâmicos ao longo da interface terra-oceano, isso, devido às descargas fluviais, efeito
da precipitação, variação das marés e ação dos ventos. Os padrões de circulação e
mistura nos ambientes estuarinos são fundamentais para o controle da distribuição e
transporte de materiais sedimentares. Este trabalho tem como objetivo caracterizar a
hidrodinâmica e a distribuição sedimentar em suspensão e de fundo no estuário do Rio
Parnaíba (PI), em condições de maré vazante e enchente durante o período chuvoso do
ano de 2018. Para aquisição dos dados foram determinadas 8 (oito) seções transversais
ao escoamento e 8 (oito) estações hidrográficas. Foram mensurados parâmetros de
temperatura, condutividade e profundidade com auxílio de um CTD/Exo2 e para aquisição
dos dados de correntes foi utilizado um ADCP. As concentrações do Material Particulado
em Suspensão (MPS) foram obtidas por gravimetria e para a coleta de sedimentos foi
utilizado uma draga de Gibbs. A análise granulométrica foi realizada pelo método de
peneiramento e tratados no Software R. E posteriormente, as amostras foram analisadas
no Diagrama de Pejrup. A variação da temperatura em maré vazante foi de 30,8 a 31,7
°C e em maré enchente, foi de 29,8 a 32,0 °C. A variação da salinidade em maré vazante
foi entre 0,03 e 0,20 g.kg-1, não indicando variação significativa. No entanto, em maré
enchente, a variação foi entre 0,03 a 30,0 g.kg-1 resultando em um gradiente horizontal
de 1,49 g.kg-1.km-1. A distribuição vertical do Oxigênio em maré vazante indicaram
concentrações entre 157,2 e 172,2 μmol.kg-1 e em maré enchente foram entre 170,1 e
186,6 μmol.kg-1. A distribuição vertical do MPS na maré vazante variou entre 68,0 e 108,0
mg.L-1 e na maré enchente foi entre 19,2 e 79,2 mg.L-1. A disposição dos pares TS
indicaram a presença de duas massas de água distintas, sendo uma de origem
continental, caracterizada pela elevada temperatura (T ≥ 30°C) e baixa salinidade (S ≤ 5
g.kg-1) e uma outra resultante da mistura desta com a água costeira. Na variação das
velocidades de correntes foram observados maiores valores em maré vazante indicando
o intenso escoamento em decorrência do aporte fluvial, também explicitado nos
resultados de Transporte de volume (𝑇𝑣), Percentual de Água Doce (PAD) e Tempo de
Residência (𝑇𝑟), cujos resultados indicaram que quanto maior o percentual de água doce
maior é o tempo residual, conforme a influência da maré na região. Em geral, o
comportamento dinâmico do estuário do Rio Parnaíba evidenciou um grande aporte de
água doce no estuário decorrente do período chuvoso. Quanto às análises
granulométricas dos sedimentos de fundo, a classe de Areia Média foi predominante em
todos os pontos amostrais. O Diagrama de Pejrup classificou o estuário do Rio Parnaíba
como um ambiente de hidrodinâmica alta, com percentuais de Areia variando entre 90 –
100%, corroborando com os dados de correntes mensurados. Dessa forma, o diagrama
mostrou-se como uma importante ferramenta e diagnóstico na interpretação da
hidrodinâmica de um estuário de mesomaré (Rio Parnaíba).

Palavras-chave: Hidrodinâmica. Estuário. Mesomaré. Granulometria.

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ESTUDO DOS EFEITOS AMBIENTAIS EM CONSEQUÊNCIA DA EXISTÊNCIA


DE ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO COSTEIRA AO LONGO DA PRAIA
ADJACENTE AO RESORT NANAI – PRAIA DE MURO ALTO-PE

MADRUGA, M.M.D.¹; MANSO, V. A. V.²; MADRUGA, J. D.²; FREIRE, G. S. S.¹; FERRO, I. M. M.¹

Universidade Federal do Ceará¹ (Marcelo Menezes Diniz Madruga, marceloodiniz@hotmail.com);


Universidade Federal de Pernambuco²

O presente trabalho buscou avaliar a eficiência das estruturas de contenção localizadas


na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, Pernambuco, postas ao lado de um
importante resort do estado. Para atingir o objetivo, foi realizado um levantamento
batimétrico, dos dados de ondas e dos sistemas de correntes, sedimentologia do
segmento praial, e avaliação da estabilidade da geometria de uma enseada, utilizando o
software MEPBAY, que basea-se na análise da estabilidade da geometria de uma
enseada em função das ondas que difratam sobre uma estrutura. No levantamento
batimétrico foram realizados 52 perfis de sondagens na plataforma continental interna
adjacente, perfazendo aproximadamente 38km ao longo de toda a área, até a isóbata de
-12m, sendo 28 perfis para a área interna dos recifes. A área interna entre a praia e o
Recife de arenito é de pequena profundidade variando de -1m à -3 m, assumindo maiores
valores nas proximidades da abertura do recife. Provavelmente este assoreamento da
enseada é o resultado de anos de sedimentações, função exclusiva da mobilização das
areias, principalmente das falésias ali presentes, atraves do sistema de correntes ali
instalado. Os sedimentos que compõem o estirâncio das praias da área de estudo,
apresentam uma grande homogeneidade granulométrica, sendo formados por areia
média. Na plataforma continental adjacente apresenta, em alguns setores, como no limite
norte da área, uma granulometria fina sobreposta às areias médias, relíquias da
antepraia, podendo a sua deposição estar relacionada à desembocadura do rio Una, ou
à possibilidade da área apresentar pouca agitação marítima, decorrência de linhas de
cordões de recifes ao largo, reduzindo parte da energia das ondas incidentes. Na
avaliação do da geometria da estrutura de proteção, Como as ondas incidem frontalmente
à praia, o transporte de sedimentos dentro da enseada é nulo ou quase nulo, sedo assim,
a enseda se mantem estável ou quase estável. Partindo desses pressupostos, no
programa MEPBAY, foi considerado o ponto de difração principal das ondas incidentes
sobre os recifes de arenitos da praia, na abertura por onde as ondas incidem. Com uma
série de três imagens orbitais do google earth, simulou-se o MPE a fim de analisar,
primariamente, a estabilidade em planta. Os resultados preliminares mostram que a
porção mais tanjente ao embaimento apresenta uma linha de costa coincidente com a
linha estável do MPE. Enquanto que na região mais curvada, a periferia da enseada
encontra-se mais recuada.

Palavras-chave: Batimetria. Mepbay. Sedimentologia. Estruturas de proteção.

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ARQUITETURA DEPOSICIONAL E DINÂMICA EVOLUTIVA DE CORDÕES


LITORÂNEOS SOB INFLUÊNCIA DE DELTA NO LITORAL NORTE DO
ESPÍRITO SANTO (ES), BRASIL

ARRAES, C.1; FRANÇA, M.1,2,3; FORNARI, M.4; GIANNINI, P.5; COHEN, M.1; PESSENDA, L.5

Universidade Federal do Pará1 (Cláudia Maria Arraes Coutinho, arraes.claudia@gmail.com);


Instituto Federal do Pará2; Instituto Federal do Espírito Santo3; Universidade Estadual Paulista4;
Universidade de São Paulo5

Cordões litorâneos são feições morfológicas recorrentes em regiões costeiras de caráter


progradacional. Essas feições são comuns ao longo da planície deltaica do rio Doce.
Entretanto, ainda com dados incipientes, as investigações sobre esta área discutem a
evolução do delta do rio Doce e, portanto, os cordões são descritos de forma genérica
por meio de dados sedimentológicos e cronológicos pontuais. Assim, em um primeiro
modelo, os cordões litorâneos são classificados como produtos da evolução de um delta
intralagunar, entretanto, em outro modelo elaborado, afirma-se que a progradação
costeira se deu por formação de cordões sob ação de ondas. Isto é, a planície costeira
se desenvolveu em contexto de mar aberto, e, logo, caracterizaria um delta clássico
dominado por ondas. O imageamento da subsuperfície através de dados de GPR (Ground
Penetrating Radar) permite analisar a arquitetura dos depósitos sedimentares, bem como
a continuidade lateral das fácies. Desse modo, revestem-se de especial interesse para
discriminar modelos de formação e desenvolvimento de sistemas deposicionais. No
presente estudo, a arquitetura estratigráfica do complexo de cordões litorâneos da
planície deltaica do rio Doce foi investigada a partir da análise e interpretação de seções
GPR, as quais foram correlacionadas a dados geocronológicos e sedimentológicos
inéditos adquiridos no contexto do projeto temático 2011/00995-7 financiado pela
FAPESP e disponíveis na literatura. Neste trabalho foram utilizados três métodos:
sensoriamento remoto, processamento e análise de seções de GPR e compilação de
dados estratigráficos e geocronológicos. Através das imagens de satélite disponíveis nos
programas Google Earth e Global Mapper, os feixes de cordões foram reconhecidos em
planta quanto a geometria, orientação, topografia e distribuição espacial. Cerca de 180
km de seções GPR em malhas transversais e longitudinais à linha de costa foram
adquiridas com antena de 200 MHz em modo common offset (perfis de reflexão). Um total
de 30 km de seções foram processadas por meio do programa Reflex Win 6.0, com
aplicações de filtros, ganhos e remoção do background. A análise das seções foi
fundamentada na sismoestratigrafia adaptada para GPR com destaque para as
descrições de radarfácies a partir da forma, mergulho, relações mútuas e continuidade
dos refletores. A interpretação das radarfácies foi combinada aos dados estratigráficos já
publicados, referentes a 24 trincheiras, 6 testemunhos e 55 datações (LOE e 14C). A partir
disto, foram detalhados fatores e processos sedimentares relacionados a origem e
dinâmica evolutiva do complexo de cordões de acordo com as condições climáticas e
com as variações do nível relativo do mar (NRM).

Palavras-chave: Dinâmica Costeira. GPR. Mudanças Climáticas. Quaternário.

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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
5O Workshop de Geologia e Geofísica Marinha
3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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Workshop de Oceano Profundo

EVOLUÇÃO HIDROSEDIMENTOLÓGICA DO COMPLEXO DO GUAÍBA-RS

CORRÊA, I.C.S.; WESCHENFELDER, J.; NUNES, J.C.R.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Iran Carlos Stalliviere Corrêa, iran.correa@ufrgs.br)

O presente trabalho trata do levantamento sedimentológico e sísmico de detalhe do


complexo do Guaíba com o intuito de caracterizar e delimitar os depósitos sedimentares,
em especial os de composição arenosa, associados aos sedimentos de fundo, formados
a partir do material oriundo do sistema fluvial que deságua no referido complexo. A
justificativa principal para a elaboração do presente estudo foi o conhecimento e o
detalhamento destas áreas de ocorrência de depósitos de areias associados às
sequências sedimentares, em específico as áreas de afloramento dos mesmos e sua
implicação ao meio ambiente do complexo do Guaíba. O conhecimento da evolução
destas áreas possibilitou o desenvolvimento do monitoramento ambiental das mesmas e
um estudo de utilização destes depósitos de areias para explotação econômica, caso esta
não venha a comprometer o meio ambiente. Foi efetuado um levantamento sísmico de
reconhecimento do fundo do Guaíba em toda sua extensão. Com os dados obtidos no
levantamento sedimentológico, efetuado através de amostragens superficiais e de
testemunhos da sequência sedimentar de fundo, estes foram associados aos registros
sísmicos, possibilitando, com isso, uma visualização da evolução paleogeográfica da área
de estudo, associados aos dados de palinologia. O padrão de ondas no Guaíba foi
investigado e estimando usando o modelo matemático SWAN (Simulating WAves
Nearshore) ciclo III, na sua versão 40.85. Para o estudo de circulação foi utilizado o
módulo Delf3D-Flow do modelo numérico tridimensional Delft3D. Para o estudo
morfodinâmico foi utilizado os módulos de transporte de sedimentos e mudanças
morfológicas do fundo marítimo do modelo numérico Delft3D. Estes foram utilizados para
simulações de sedimentação associada ao projeto de mineração contemplado e o
impacto da atividade sobre as margens e morfologia de fundo do Guaíba. Para simulação
de transporte de sedimentos a formulação de VanRijn (1993, 2004) foi utilizada. A partir
dos dados obtidos foi possível mapeado as áreas de ocorrência dos depósitos de areias
e suas correlações com o canal de navegação presente na área de estudo e estabelecer
a evolução estratigráfica dos depósitos sedimentares do complexo Guaíba associados às
paleodrenagens mapeadas. O intuito principal foi o de estabelecer a possibilidade ou não
da mineração de areia no complexo do Guaíba e suas prováveis consequências
ecológicas e ambientais que possam ocorrer caso a explotação de areia venha a ocorrer.

Palavras-chave: Hidrosedimentologia. Complexo Guaíba. Sedimentologia.

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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
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3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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3 Workshop de Hidrografia Portuária e Petrolífera
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CLIMA DE ONDAS AO LARGO DA ILHA DE TRINDADE –


ARQUIPÉLAGO DE MARTIN VAZ

SOUSA, M.F.; TAKASE, L. S.; SIEGLE, E.

Universidade de São Paulo (Mariany Ferreira de Sousa, marianysousa@outlook.com)

As ondas introduzem energia nas regiões litorâneas e influenciam nos processos


costeiros, como morfodinâmica e transporte. Além disso, diversos estudos já observaram
relações entre ondas e biota, especialmente suas interações com as comunidades
bentônicas e ictiológicas. Aqui, caracterizamos o clima de ondas ao largo da Ilha de
Trindade, que se encontra no extremo oriental da cadeia de montanhas submarinas
denominada Vitória-Trindade, distante 1.160 quilômetros do continente, e pertencente ao
estado do Espírito Santo. Abrigo de uma ampla gama de espécies marinhas, pertencentes
a diversos grupos taxonômicos, a ilha de Trindade tem praias arenosas e costões
rochosos em seu entorno, o que torna a caracterização do clima de ondas essencial para
o entendimento dos processos costeiros da região. Foi utilizada uma série de 14 anos de
dados de ondas (altura - Hs, período - Tp e Direção - Dp) das porções sul e norte da ilha,
extraídos do modelo WaveWatch 3, desenvolvido pela NOAA, a partir desses dados foi
possível realizar cálculos estatísticos para definir o clima de ondas da região. Como
resultado observa-se que a altura das ondas prevalente é de 1,5-2,0 m, inclusive no ciclo
sazonal; o período médio ficou localizado no intervalo entre 11 e 12 s e a direção
predominante foi a de S-SW responsável por 47% dos dados. A partir dos resultados
pode-se concluir que anualmente coexistem ondas do tipo sea e do tipo swell. Em ambos
os setores, as ondas de leste são predominantes do tipo sea, enquanto nas demais
direções (especialmente sul e norte) são predominantemente de swell. Anualmente e
sazonalmente, a análise dos períodos que mais ocorrem na região indicam que as ondas
de swell são mais frequentes ao largo de Trindade. Dessa forma, identificamos que não
há variação significativa entre os padrões de ondas incidentes ao largo nas porções sul e
norte da ilha. Os dados indicam que as ondas são formadas em regiões mais afastadas,
resultantes da passagem de frentes frias vindas de sul e sudeste. Esta é uma primeira
avaliação do clima de ondas ao largo da ilha de Trindade, que pode nos fornecer dados
valiosos para o estudo da dinâmica costeira dessa importante ilha oceânica brasileira.

Palavras-chave: Clima de ondas. Dinâmica costeira. WaveWatch3. Arquipélago.

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CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA INTEGRADA DE SEDIMENTOS


FLUIDIZADOS: ESTUDO DE CASO DAS LAMAS-FLUIDAS
NA PRAIA DO CASSINO, RIO GRANDE/RS

TERNES, C.F.1; SPERLE, M.2; RAMOS, R.R.C.1

Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro1 (Caroline Fontellles Ternes,


carolfternes@gmail.com); Universidade do Estado do Rio de Janeiro2

O termo lama-fluida é dado à camada de sedimentos finos em suspensão, localizada


próximo ao fundo, que apresenta densidades próximas a 1.200 kg/m3. Os episódios de
ocorrência de lama fluida na Praia do Cassino (Rio Grande/RS) compõem uma situação
particular, onde sedimentos lamosos recentemente depositados, em porções da
plataforma continental interna, são remobilizados através de eventos de tempestade
(passagem de frentes frias na costa gaúcha); sendo episodicamente lançados sobre o
prisma praial. Este trabalho é fruto de um estudo multidisciplinar realizado para
caracterizar esses depósitos lamosos, abrangendo a relação entre: os aspectos
hidrodinâmicos e sedimentológicos, bem como seus efeitos sobre a praia e a ante-praia.
Neste contexto, foram realizados levantamentos geofísicos (ecobatimetria, sonografia e
sísmica rasa), levantamentos geológicos (amostragens de sedimentos de fundo e
testemunhos) e levantamentos reológicos (perfilagem de densidade na água e nos
sedimentos) para a caracterização desses depósitos. Através da identificação de um
“traço duplo” no registro ecobatimétrico de 210kHz, foi possível mapear o bolsão de lama
fluida, assim como sua espessura; mostrando a eficácia do método para o mapeamento
de lamas fluidas na plataforma continental interna. Esses dados foram compatíveis com
os dados do densímetro e das amostragens sedimentológicas. Após a integração dos
dados geológicos e geofísicos, foram encontrados quatro padrões geoacústicos distintos,
quais sejam: i) Padrão I – indicativo da presença de lama fluida; ii) Padrão II – indicativo
da presença de lama plástica; iii) Padrão III – indicativo da presença de lama arenosa e
iv) Padrão IV – indicativo da presença de areia lamosa. Foram realizados diversos testes
de correlação entre esses padrões e conclui-se que a integração dos métodos geofísicos
acústicos, principalmente a sísmica rasa de alta resolução, com tecnologia CHIRP
Multifrequência (2-16kHz) - associada aos parâmetros reológicos in situ, se mostrou muito
efetiva e robusta para a determinação espacial (x,y,z) das lamas-fluidas. Já a sonografía
(100/500kHz) auxiliou no estudo dos fundos lamosos. Porém, o uso do sonar de varredura
lateral não foi conclusivo na caracterização dos sedimentos fluidizados. Portanto, ficou
claramente evidenciada a necessidade da integração dos dados geofísicos acústicos,
principalmente a sísmica rasa CHIRP-Multifrequência, devidamente parametrizados por
amostragens geológicas, para a determinação e caracterização espaço-temporal da
dinámica das lamas-fluídas em áreas costeiras e portuárias.

Palavras-chave: Geoacústica submarina. Lamas-fluidas. Reologia de sedimentos.


Hidrografía Portuária.

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GEOMORFOLOGIA, SEDIMENTOLOGIA E PROJEÇÃO DE LINHAS DE


COSTA FUTURAS PARA A PRAIA BRAVA, ITAJAÍ – SC

FETTER, A. P.; ARAUJO, R. S.; BERRIBILLI, M. P.; REIS, F. H.; SILVA, S. D.

Universidade do Vale do Itajaí (Ana Paula Fetter, nana_fetter@hotmail.com)

A Praia Brava é um importante centro turístico regional do Estado de Santa Catarina e


nos últimos anos vêm apresentando um crescimento imobiliário acelerado, com intensa
ocupação da região costeira, incremento da construção civil e alteração das
características naturais. A presente pesquisa teve como objetivo estudar a geomorfologia
e sedimentologia da Praia Brava, Itajaí, para então projetar linhas de costa futuras
associadas à capacidade de resposta do ambiente a eventos de alta energia e possível
aumento do nível médio do mar. Para este estudo, a metodologia empregada fez uso de
levantamentos topográficos e coletas sedimentares, bem como análises da variação da
posição da linha de costa por meio de levantamentos aerofotográficos e imagens de
satélites de diferentes épocas. Em relação a geomorfologia praial, pode-se observar que
os meses de inverno apresentaram maior perda sedimentar em relação ao volume e a
largura, já os meses de verão apresentaram um maior incremento, principalmente de
volume. Os meses de julho e agosto de 2018 apresentaram maior perda sedimentar em
relação ao volume e largura nos perfis localizados na porção sul da Praia Brava, porém,
os últimos levantamento, de dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, indicaram que esses
perfis apresentaram um aumento significativo de volume e largura. No período estudado,
a Praia Brava apresentou declividade média de 2,85 ± 0,58º, onde a porção central da
área de estudo apresentou maior declividade (3,4º), e declividade média da face de 5,86
± 0,76º. Com base nas análises das variáveis geomorfológicas e sedimentares, os
resultados prévios sugerem que os perfis do sul da Praia Brava apontam uma perda
sedimentar significativa, já os perfis da porção central apresentam um equilíbrio dinâmico,
sem grandes perdas de sedimento. Por outro lado, os perfis do norte apresentaram um
incremento sedimentar em volume e largura, o que indica um transporte longitudinal de
sedimento, para o norte. Os resultados das análises sedimentares de 2018 e 2019
mostraram predomínio de areia média, bem selecionadas, assimetria negativa e curtose
mesocúrtica. Para facilitar a análise da variação da linha de costa ao longo dos anos a
área de estudo foi dividida em 4 grandes setores, do sul para o norte: setor 1, setor 2,
setor 3 e setor 4. Os setores 1 e 2 encontram-se em retração, o setor 3 em estabilidade
dinâmica e o setor 4 em progradação costeira. Portanto, as projeções de linhas de costa
futuras para 2070 indicaram maior avanço do nível do mar na porção sul da Praia Brava,
com maiores áreas propensas a inundações nos setores 1 e 2. Os resultados foram
apresentados em cartas temáticas, na forma de projeções de linhas de costa, delineando
esses pontos mais vulneráveis à erosão e inundação para cada região de estudo. Esses
ambientes altamente dinâmicos requerem estudos de variações de linha de costa,
morfologia praial e sedimentologia, importantes para o entendimento da dinâmica dos
agentes condicionantes dos processos erosivos e deposicionais, servindo como
ferramenta importante no processo de gerenciamento costeiro e tomada de decisões.

Palavras-chave: Variação da linha de costa. Nível do mar. Morfologia praial. Análise


sedimentar.

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CORRELAÇÕES TECTÔNO-MAGMÁTICAS ONSHORE-OFFSHORE


E O PAPEL DA HERANÇA GEOLÓGICA NA BACIA DE SANTOS
(PLATÔ DE SÃO PAULO)

FERREIRA, C. L.; STANTON N.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Luana Cunha Ferreira, luanacunha@id.uff.br)

Margens continentais passivas são resultantes da interação espaço-temporal de


processos tectônicos, sedimentares e termais e se diferenciam, essencialmente, pela
herança estrutural, evolução térmica e composição da litosfera. Em especial, os fatores
relacionados à herança estrutural exercem grande influência na distribuição e/ou
localização da deformação, na arquitetura da zona de transição oceano-continente e no
magmatismo. Na margem sudeste brasileira estão localizadas as duas principais bacias
petrolíferas nacionais, Santos e Campos, cuja formação iniciou-se no Cretáceo Inferior e
abrangeu vários eventos magmáticos. Este trabalho, nesse sentido, investiga a
arquitetura dos domínios Proximal e Necking na Bacia de Santos, com foco na sua
correlação tectono-magmática com a região continental (onshore) adjacente, a partir de
dados geológicos, do campo potencial e de poços com presença de ígneas. Como
resultado principal obteve-se mapa do Campo Magnético Anômalo (CMA) com dados
aerogeofísicos de alta resolução das regiões onshore e offshore da Bacia de Santos.
Esse mapa exibe anomalias de formas e trends variados em acordo com os domínios
tectônicos da margem e revela a ocorrência de fontes magnéticas reversas no Platô de
São Paulo (dipolos invertidos). Através desses dados, os padrões gravimétricos e
magnéticos observados indicam a presença de estruturas lineares que se estendem
desde o continente até a margem, com a presença de intrusões e/ou extrusões ígneas
preenchendo os riftes proximais em toda a Bacia de Santos. A região associada a Zona
de necking apresenta um padrão pouco afetada pelo magmatismo e o Domínio Distal no
Platô de São Paulo exibe um padrão magnético de alta amplitude e distintas direções
quando comparado aos demais domínios marginais, sugerindo uma mudança nas
estruturações do embasamento, com a presença de magmatismo. A região do Alto do
Cabo Frio apresenta inúmeras fontes ígneas muito rasas, localizadas sobre uma fonte
profunda.

Palavras-chave: Bacia de Santos. Magmatismo. Zona de Necking. Alto do Cabo Frio.

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MORFOLOGIA DEL FONDO MARINO EN EL SECTOR DE ENTRADA DEL


ESTUARIO DE BAHIA BLANCA (ARGENTINA)

SALVATIERRA, M. M.1,2; ALIOTTA, S.1,2; GINSBERG, S. S.1,2,3

Instituto Argentino de Oceanografía (UNS-CONICET)1 (Marta Minor Salvatierra; mminor@iado-


conicet.gob.ar); Universidad Nacional del Sur (UNS)2; Universidad Tecnológica Nacional3.

El estuario de Bahía Blanca está ubicado al sur de la provincia de Buenos Aires (Argentina).
Presenta una configuración regional que se caracteriza por una densa red de canales de diversas
dimensiones, generalmente de tipo divagante o meandroso. El canal Principal del estuario, fue
relevado con sonda multihaz y perfilador sísmico de 3.5kHz para identificar, analizar y mapear
los rasgos morfológicos del fondo y características del subfondo. Sobre el flanco norte del canal
se identificó un fondo rocoso con terrazas y desniveles escarpados con bordes irregulares, a los
13m de profundidad. En dirección sur hacia las mayores profundidades (15-19m), se identifican
afloramientos aislados, de la misma configuración sonográfica que las terrazas, los cuales
aparecen en forma de relictos mesetiformes. Los sismogramas muestran fuerte reflectividad en
el techo y piso de esta unidad y ausencia de sedimentos superficiales. Su configuración interna
se halla integrada por reflectores horizontales paralelos, que en algunos sectores tienen gran
continuidad lateral. Estos reflectores pueden aparecer intersectando la superficie del fondo con
terminaciones "top lap", lo cual evidencia la intervención de intensos procesos erosivos durante
la transgresión holocena. En el sector centro-sur del canal se presenta un gran campo de dunas
que adquieren diversas formas y tamaños, localizándose en el sector de mayor profundidad
(entre 19 y 24m del área estudiada). El mismo posee una configuración elongada ONO-ESE,
coincidente con la orientación del canal. Las crestas de las grandes geoformas se disponen con
una orientación aproximadamente perpendicular al eje del canal. En general, las crestas de las
dunas grandes y muy grandes, adquieren una configuración sinuosa, aunque también se
reconocieron dunas tipo barján. Esta cubierta sedimentaria, en general, no presenta una
configuración acústica definida y alcanza un espesor máximo de 4m en el sector sur del canal.
Las muestras sedimentológicas extraídas del campo de dunas, evidencian que el sedimento
principal es arena mediana con cantidades menores de fango o grava. Entre el campo de dunas
y la plataforma rocosa del flanco norte del canal se exhibe un fondo relativamente plano y de
suave pendiente hacia el sur. Este fondo tiene escasa o nula cubierta sedimentaria. Lindante con
la parte este del campo de dunas se presenta un fondo arenoso plano, sin la presencia de rasgos
morfológicos notables. A partir de la correlación de los datos batimétricos con registros sísmicos
y muestras sedimentológicas fue definida la distribución areal de cuatro tipos de fondos. Un fondo
rocoso con niveles aterrazados y estructuras relícticas, vinculadas a una antigua plataforma de
abrasión, labrada por el último proceso transgresivo marino, durante el Holoceno Temprano. Este
tipo de fondo se extiende a lo largo de gran parte del canal Principal y constituye una
característica morfológica regional. En dirección al centro del canal una franja con escasa o nula
cubierta sedimentaria separa a un amplio sector arenoso donde se desarrollan grandes dunas
de formas y dimensiones diversas. Como límite sur y este del mencionado campo se ubica un
fondo plano constituido por arena mediana-fina.

Palabras-clave: Estuario. Morfología de fondo. Relictos rocosos. Dunas.

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PADRÕES SONOGRÁFICOS DA PLATAFORMA MARINHA RASA


ADJACENTE AO PORTO DE SUAPE/PE

FABIN, C.E.G.S.O.¹; MANSO, V.A.V.1; ALMEIDA, N.M.2

Universidade Federal de Pernambuco1 (Carlos Eduardo Guedes Silva de Oliveira Fabin,


c.e.fabin@hotmail.com); Universidade Federal do Ceará2

O presente estudo objetivou a análise de padrões sonográficos utilizando um mosaico


gerado a partir de imagens obtidas por um sonar de varredura lateral. Tais padrões foram
correlacionados a amostras de sedimentos superficiais e de investigação geotécnica de
subsuperfície na área da bacia de manobras e do canal de acesso externo do Porto de
Suape, Pernambuco. Os dados do sonográficos compõem um conjunto de 15 perfis, com
varredura total variando de 100m a 150m, totalizando 415.73ha em área de levantamento.
Quatro padrões sonográficos foram reconhecidos na área, com base na intensidade de
reflexão do sinal e caráter textural: 1 - Padrão Rugoso, caracterizado por uma textura
rugosa devido à alternância de faixas claras e escura; 2 - Padrão Homogêneo de Baixa
Intensidade, que apresenta uma textura sonográfica lisa e sinal de mesma intensidade; 3
- Padrão de Dunas subaquosas, o qual é o mais abundante na área e é caracterizado por
um padrão de alta reflectância, com intercalações entre sinais de alta e baixa intensidade
e; 4 - Padrão de Fundo Inregular que corresponde a um fundo de reflexões de média
intensidade, com alternância de reflexões claras e escuras. A interpretação dos dados de
sondagens sugere que o padrão sonográfico de fundo irregular corresponde a rochas
Cretáceas aflorantes pertences à Bacia Sedimentar de Pernambuco. Este trabalho
contribui para o reconhecimento e caracterização do fundo marinho de uma região
portuária de importância econômica e logística brasileira.

Palavras-chave: Sonar de Varredura Lateral. Sonografia. Bacia Sedimentar de


Pernambuco.

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OCORRÊNCIAS DE CARBONATOS NA PLATAFORMA RASA


DA BACIA DE PERNAMBUCO

FABIN, C.E.G.S.O.¹; MANSO, V.A.V.1; ALMEIDA, N.M.2

Universidade Federal de Pernambuco (Carlos Eduardo Guedes Silva de Oliveira Fabin,


c.e.fabin@hotmail.com); Universidade Federal do Ceará2

Padrões de sismofácies em seções de sísmica rasa e dados de sondagens rotativas


foram analisados para a investigação geotécnica da subsuperfície da plataforma
adjacente ao Porto de Suape/PE. Os dados de sísmica de reflexão 2D compõem um
conjunto de 490 seções, divididas em trechos de 500m de extensão e com distância entre
linhas de 10m. Foram analisados 117 perfis geotécnicos de sondagens, que permitiu a
descrição estratigráfica das unidades subaflorantes entre as cotas batimétricas entre
15,5m e 20,3m de profundidade e comprimentos de perfuração entre 0,3m e 4,74m. A
partir da análise e interpretação dos dados, foi possível interpretar diversas sismofácies,
destacando-se os buildups carbonáticos, interpretados como margas e calcários
pertencentes à Formação Estiva, os quais ocorrem entre as isóbatas de 16,0 e 18,0
metros de profundidade. Essas unidades parecem estar relacionadas a elevações
topográficas condicionadas pelo vulcanismo da Suíte Magmática de Ipojuca (102 +-1 Ma),
as quais podem ter criado condições locais propícias para a deposição de carbonatos ao
longo do Cretáceo Superior (Cenomaniano-Turiano-Santoniano).

Palavras-chave: Sedimentação carbonática. Sísmica rasa. Sondagem Geotécnicas.


Bacia Sedimentar de Pernambuco.

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FEIÇÕES MAGMÁTICAS NA BORDA SUL DA BACIA DE CAMPOS E A SUA


RELAÇÃO TECTÔNICA COM O SAL

STROBINO, E.; STANTON, N.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Elisabeth de F. Strobino, beth.strobino@gmail.com)

A evolução tectonossedimentar da margem continental brasileira está relacionada à


estruturação do embasamento cristalino e aos eventos magmáticos atuantes desde o pré-
rifte até o recente. A Bacia de Campos foi afetada por sucessivos pulsos magmáticos
durante sua formação, entretanto, a distribuição espaço-temporal do magmatismo ao
longo da bacia é pouco conhecida. Esse trabalho objetiva estabelecer uma correlação
temporal entre os estratos e as feições magmáticas na Bacia de Campos, visando
investigar a influência do magmatismo durante a sua evolução. A partir da integração de
dados geofísicos, calibrados por poços com a presença de rochas ígneas, investigou-se
a distribuição de rochas ígneas na porção sul da Bacia de Campos e sua relação tectônica
com os depósitos sedimentares. A análise tectonoestratigráfica revelou a presença de um
alto vulcânico, quase aflorante no fundo do mar, separando lateralmente domos de sal,
próximo à área do Alto do Cabo Frio. Ao Alto vulcânico está associado uma anomalia
magnética positiva no perfil Reduzido ao Polo (RTP), suportando a sua natureza ígnea.
Refletores sísmicos em onlap são observados em suas bordas proximal e distal, com a
ocorrência de pequena estrutura dômica, exibindo sismofáceis semelhantes a evaporitos,
em sua superfície. Neste contexto, os resultados sugerem que o alto representa uma
larga estrutura vulcânica, que intrudiu a Bacia de Campos durante o rifte ou pós-rifte, e
permaneceu como um grande alto estrutural até o recente, separando a sedimentação
proximal e distal da bacia. A ausência de subsidência do alto vulcânico sugere um
processo termal diferenciado, e juntamente com sua dimensão, aponta para a importância
do magmatismo neste segmento.

Palavras-chave: Bacia de Campos. Magmatismo. Tectônica. Alto Vulcânico.

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BIOMASSA DE BOLIVINA ORDINARIA (FORAMINIFERA) COMO PROXY DE


FLUTUAÇÕES PALEOCEANOGRÁFICAS AO LONGO DO QUATERNÁRIO

TORTORA, P.; BONETTI, C.

Universidade Federal de Santa Catarina; (Patrícia Tortora, patrícia.tortora@gmail.com)

Proxies baseados em espécies ou associações de foraminíferos bentônicos podem ser


utilizados para reconstruir diversos parâmetros oceanográficos, como propriedades de
massas de águas, teor de oxigênio e fluxo de matéria orgânica para o fundo oceânico. O
objetivo dessa pesquisa foi identificar períodos de flutuações na produtividade primária e
variações na circulação oceânica, ao longo do Quaternário tardio, no talude da Bacia de
Pelotas, por meio de proxies biométricos obtidos a partir da espécie infaunal Bolivina
ordinaria. Foram usadas fotomicrografias digitais e o pacote ForImage, disponível no
software R, para obter medidas automatizas de comprimento, largura, profundidade,
índice de alongamento, volume e biomassa das testas. O estudo baseou-se na análise
dos testemunhos SIS 188, SIS 249 e REG-566, coletados nas profundidades de 1514 m,
2091 m e 2460 m, respectivamente. Foram analisadas 44 amostras, que resultaram no
estudo de 509 testas. B. ordinaria foi à espécie mais abundante da família Bolivinitidae
entre as dez espécies identificadas nos três testemunhos: Bolivina compacta, Bolivina
doniezi, Bolivina lowmani, Bolivina ordinaria, Bolivina sp., Bolivina striatula, Brizalina sp.,
Brizalina spinescens, Brizalina subaenariensis, Brizalina subspinescens. Sua abundância
relativa variou na forma de picos ao longo dos testemunhos, com máximos de 10,5% (SIS
188), 13,0% (SIS 249) e 8,1% (REG 566). O tamanho das testas (entre 90 e 340 µm) e a
biomassa média por amostra (entre 9,4.10-3 e 23,6.10-3µgC.µm-³) foram maiores no
estágio isotópico marinho EIM 5 (SIS 249) e menores no EIM 3 (para o SIS 249) e no
EIM 2 (SIS 188). No REG 566, os maiores valores concentraram-se abaixo de 120 cm de
profundidade. Os valores de biomassa média e de abundância relativa de B. ordinaria
não apresentaram correlação estatística, sugerindo respostas independentes entre estes
descritores populacionais. Os resultados obtidos refletem as flutuações nas massas
d´água e no fluxo de matéria orgânica para o compartimento bentônico durante o
Quaternário tardio, com maior enriquecimento orgânico e menor disponibilidade de
oxigênio durante o EIM 2 (período glacial). Esta conclusão é corroborada por trabalhos
prévios e poderá ser reforçada com a continuidade deste estudo, prevendo-se um
refinamento da resolução temporal das amostras e a análise biométrica de um número
maior de testas.

Palavras-chave: Foraminíferos Bentônicos. Bolivina ordinaria. Proxy. Biomassa.

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51a Reunião Anual do Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
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GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO MONTE SUBMARINO


TŪRANGANUI KNOLL, NOVA ZELÂNDIA

ENGELMANN DE OLIVEIRA, C.H.; CHIELE, M.B.; FIGUEIREDO, J.C.;


THOMAS, G.A.; GÖTZ, J.J.

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Christie Helouise Engelmann de Oliveira,


chelouise@unisinos.br)

A Margem de Subducção Hikurangi acomoda a subdução oblíqua da Placa do Pacífico


sob a Placa Australiana na Ilha Norte da Nova Zelândia. A placa subductada é composta
pelo Platô Hikurangi, uma grande província ígnea cretácea (~118-96 Ma), que tem a
presença de vários montes submarinos em seu interior. A formação dos montes
submarinos é associada ao breakup final do supercontinente Gondwana. Acredita-se que
os eventos de deslizamento lento (SSEs) presentes na Margem de Subducção Hikurangi
estejam relacionados à subducção destes montes submarinos. O monte submarino
Tūranganui Knoll está localizado no segmento norte do Platô Hikurangi e sua morfologia
é característica de outros montes submarinos internos do platô, com flancos íngremes e
um topo erosional relativamente plano. A Expedição 375 do IODP perfurou o monte
Tūranganui Knoll (Site 1526) e seu flanco oeste (Site U1520). Com o objetivo de trazer
um melhor entendimento da evolução dos montes submarinos, estudos geoquímicos e
geocronológicos em rochas vulcanoclásticas e ígneas dos sites U1520 e U1526 foram
realizados. As rochas vulcanoclásticas do Site 1520 tem idade central traços-fissão em
apatita de 54,15 ± 7,31 Ma, e as idades apatita (U-Th)/He variam de 2,7 a 85,4 Ma. As
lavas do monte submarino são semelhantes em composição aos dados publicados
anteriormente de outros montes do Platô Hikurangi amostrados pelo R/V Sonne 168
cruise. As amostras de lava mostram enriquecimento em elementos altamente a
moderadamente incompatíveis em relação a elementos menos incompatíveis (HREE). A
abundância de elementos incompatíveis é típica de rochas vulcânicas de basaltos de ilhas
oceânicas (OIB). A amostra de lava do Site 1520, no entanto, tem uma composição
ligeiramente diferente do Site 1526, provavelmente registrando uma evolução diferente
do monte submarino. A fim de melhor compreender a história de exumação do monte
submarino e sua idade de formação, modelagem térmica e datação de U-Pb em zircão
estão em processo.

Palavras-chave: IODP. Montes submarino. Geoquímica. Geocronologia.

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INVERSÕES DE DERIVA LITORÂNEA NA EVOLUÇÃO DA BARREIRA


HOLOCÊNICA DE PARANAGUÁ - PR

BOGO, M.; SANTOS, S.F.; SOUZA, M.C.; ANGULO, R.J.

Universidade Federal do Paraná (Marcelo Bogo, bogo.marcelo@gmail.com)

Feições morfológicas que evoluem sob influência das correntes de deriva litorânea, como
esporões e canais de maré, podem indicar mudanças nos padrões de transporte
longitudinais à costa e a ocorrência de eventos extremos na evolução de barreiras
costeiras. Na barreira holocênica de Paranaguá, sul do Brasil, evidências de migração
destas feições têm sido observadas tanto em superfície como em subsuperfície,
preservadas no interior da planície. O objetivo deste estudo é definir os padrões de
migração destes elementos, a forma como modificaram a arquitetura deposicional da
barreira regressiva e as conexões com um paleoestuário. A aquisição dos dados, em
perfis longitudinais e transversais aos cordões litorâneos, foi executada com coletor SIR-
3000 da GSSI™ (Geophysical Survey Systems, Inc.) e antena de frequência central de
200 MHz em arranjo Common Off-set, acoplada a um sistema GNSS (Global Navigation
Satellite System). Os radargramas foram processados com aplicação de filtros passa-
banda e de ganho de sinal, e interpretados com o software Prism® 2.5., utilizando
conceitos adaptados da sismoestratigrafia, com radarfácies definidas por sua amplitude,
geometria externa e terminação das reflexões. Em afloramentos no campo foram
descritas fácies sedimentares, posteriormente correlacionadas com as radarfácies, e
coletadas amostras para datação LOE (Luminescência Opticamente Estimulada). A
interpretação dos radargramas permitiu a definição de quatro unidades, delimitadas por
superfícies de radar, constituídas por fácies dos ambientes de face praial, face litorânea,
esporões e canais de maré. Truncamentos por mudança de ângulo dos estratos indicam
a ocorrência de eventos extremos. Reflexões em downlap sobre superfícies de
paleocanais, inseridas nestas unidades, são definidas pela migração lateral de esporões
erodindo sedimentos da barreira. Sentidos opostos de migração destes elementos
indicam que inversões de deriva litorânea e a dinâmica do paleoestuário condicionaram
o desenvolvimento de um esporão e de um paleoinlet migrando no sentido inverso ao da
atual deriva litorânea predominante, com idades LOE entre 4.0 ± 0.3 e 5.4 ± 0.4 ka.

Palavras-chave: GPR. Barreira holocênica. Datação LOE.

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DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA PLANÍCIE COSTEIRA DA


PRAIA DO FORTE, SÃO FRANCISCO DO SUL – SC

CABRAL, T.J.P.; SANTOS, M.I.F.; LUGLI-BERNARDES, D.O.

Universidade do Vale do Itajaí (Talles Joaquim de Paula Cabral, talles_kbral@hotmail.com)

A Praia do Forte está localizada na Baía da Babitonga, norte na Ilha de São Francisco do
Sul, litoral norte de SC. Nesta praia, a dinâmica entre os depósitos praiais atuais e antigo
quaternários é constante, com retrabalhamento dos sedimentos pela força das marés,
das ondas e do vento. A região apresenta, além de depósitos de planície arenosa, de
marisma e mangues. O transporte predominante de sedimentos ocorre do mar em direção
à Praia do Capri, a sudoeste, tornando a linha de costa da Praia do Forte naturalmente
instável, com formação de esporões arenosos e bancos de areia. O estudo objetivou
avaliar o desenvolvimento da porção leste da Planície Costeira (PC) da Praia do Forte,
comparando fotografias aéreas (FA) e imagens de satélites (IS) pretéritas (2003 a 2019)
para observação da história de remobilização e acúmulo sedimentar, mudança
geomorfológica e de ocupação da área de estudo. Foram usadas IS em alta resolução
obtidas pelo Google Earth Pro de 2019, 2018, 2017, 2016, 2014, 2012, 2011, 2009 e 2003
e a FA de 1995 dos arquivos de dados do LOG/UNIVALI. O georreferenciamento foi
realizado no software ArcMap 10.2.2 para análise da variação da linha de costa (LC).
Sete pontos referenciais em cada imagem foram posicionados no mapa base e calculada
a ocupação e uso do solo com um shape de polígono para o cálculo área total e
identificadas subáreas: Área alagada, Banco de areia, Esporão arenoso, Faixa de areia,
Floresta, Manguezal, Marisma, Oceano e Urbanização e calculadas as diferenças dos
dados ao longo dos anos investigados. Para variação de LC, foram usadas as imagens
georreferenciadas, criando um shape de linha, e gerando a LC de cada imagem e, um
mapa com os shapes na IS de 2019. A configuração da LC da Praia do Forte apresentou
constante mudança, passando por processos erosivos e de progradação, predominando
a acresção alimentada pelo grande aporte sedimentar. Em 1995 um pequeno esporão
arenoso se formou na porção oeste. Em 2003 houve aumento de 19,6637ha da PC, uma
retração de 3,1516ha em 2009, 2011 a LC retrocedeu 3,2409ha, 2012, o esporão cresceu
4,4749 ha e 2014 mais 3,4214ha. Em 2016 houve perda de 2,3092ha, em 2017 e 2018 o
esporão acresce para leste, 8,4396 e 4,8602ha sucessivamente, e mesmo cenário para
a LC em 2019 com acréscimo de 4,5876ha. As ocupações na área sofreram constantes
mudanças devido à grande dinâmica sedimentar verificada no período. Obtendo um
acréscimo sedimentar total de 36,76ha, aumentou Área alagada 15,67%, Banco de areia
15,19%, Esporão arenoso 17,42%, Floresta 0,27%, Manguezal 8,88%, Marisma 4,86%,
e Urbanização 2,23%, com redução Faixa de Areia 3,84% e Oceano 5,79%. As principais
mudanças foram o surgimento do esporão arenoso e o crescimento do manguezal,
sucedendo a marisma, processo atestado pela presença de propágulos de mangue em
meio aos marismas em 2019.

Palavras-chave: Geoprocessamento. Planície Costeira. Variação da Linha de Costa.


Praia do Forte.

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EVOLUÇÃO DA PLANÍCIE COSTEIRA DA PRAIA DO FORTE – SC,


COM BASE NA CARACTERÍSTICA SEDIMENTAR

CABRAL, T.J.P.; SANTOS, M.I.F.; LUGLI-BERNARDES, D.O.

Universidade do Vale do Itajaí (Talles Joaquim de Paula Cabral, talles_kbral@hotmail.com)

A Praia do Forte está localizada na Baía da Babitonga, norte na Ilha de São Francisco do
Sul, litoral norte de SC. Nesta praia, a dinâmica entre os depósitos praiais atuais e antigo
quaternários é constante, com retrabalhamento dos sedimentos pela força das marés,
das ondas e do vento. A região apresenta, além de depósitos de planície arenosa, de
marisma e mangues. Objetivou-se avaliar o desenvolvimento da porção leste da Planície
Costeira (PC) da Praia do Forte, comparando as características sedimentares em
superfície e em perfil estratigráfico nos subambientes espraiamento, berma, duna,
marisma e manguezal. Nas três campanhas de amostragem, estabelecidos dois
transectos (T1 e T2) perpendiculares à linha de costa (LC) abrangendo todos
subambientes, ao longo dos quais foram coletadas amostras superficiais e amostras
estratigráficas: até de 30 cm com tubos de PVC e, com trado holandês até o lençol freático
no marisma e manguezal. Também, obtidos dados de campo para cálculo da constante
de permeabilidade na berma, duna, marisma e manguezal. Foram feitas as topografias
do T1 e T2 segundo o método de Borges (1977) e, foram subdivididos de acordo com a
mudança aparente das fácies sedimentares. Nas amostras foi realizada a separação
textural pelo método de peneiramento. Não foi realizado a pipetagem devido todas as
amostras apresentarem porcentual de lama inferior ao necessário para a prática. Os
parâmetros estatísticos foram obtidos através do software SYSGRAN, segundo método
de Folk; Ward (1957). A dosagem de carbono orgânico e carbono inorgânico foi
quantificada no marisma e manguezal, o inorgânico por queima com Ácido Clorídrico e o
orgânico por combustão em mufla, e obtido o carbono total. Parâmetros estatísticos
(média, seleção, assimetria e curtose) foram comparados na busca de um padrão de
textura e teor de CO e CT para cada subambiente. Todas as amostras classificadas como
areia fina e as, as estratigráficas seleção iguais (bem selecionado), usando-se a
assimetria e curtose na comparação. O perfil do transecto 1, com a fácies A - marisma, B
- duna e C – berma, comparando-se os parâmetros dos subambientes do T1. No transecto
2, o ponto de mangue sem mudança nas fácies, o de marisma 3 também não mudou com
característica de um marisma 4 de menor topografia. O Marisma 1 com fácies A e B de
marisma e na fácies C – duna, devido a curtose e assimetria serem semelhantes às
classificações dos parâmetros dos subambientes superficiais correlacionados. CO e CT
com maior valor nas zonas de influência direta da lagoa que se encontra no transecto. A
permeabilidade foi mais alta nos ambientes com melhor selecionamento (berma, duna,
marisma 1), e a concentração de matéria orgânica no substrato causa a redução do
coeficiente de permeabilidade (marisma 2, marisma 4 e mangue).

Palavras-chave: Sedimentologia. Estratigrafia. Evolução da Planície Costeira. Praia do


Forte.

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EVOLUÇÃO DESDE A ÚLTIMA ERA GLACIAL, INÍCIO DO HOLOCENO


E SÉCULO XX EM CONDIÇÕES OCEÂNICAS E CLIMÁTICAS
ATRAVÉS DA MODELAGEM NUMÉRICA

SILVA, R.; MENDES, D.; VITAL, H.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Raissa Francicleide Sousa da Silva,


raissafran@hotmail.com)

O presente trabalho teve como objetivo realizar um comparativo entre tempos geológicos
distintos referente a resposta da circulação termohalina global sob condições de entrada
de água doce no Oceano Atlântico Norte, com destaque para a circulação oceânica
Equatorial. Para desenvolvimento da pesquisa, inicialmente foi realizado um
levantamento bibliográfico dentro da temática, posteriormente, foram utilizados dados de
três tempos geológicos distintos, provenientes de simulações numéricas conduzidas com
o modelo acoplado SPEEDY-HYCOM, em seguida através do software Panoply, foram
gerado mapas sazonais em Dezembro-Janeiro-Fevereiro e Junho-Julho-Agosto, com
enfoque nas mudanças de variáveis do oceano como cobertura de gelo e neve, cobertura
de neve, evaporação sobre o gelo glacial, cobertura de gelo no oceano, precipitação e
F1DT (que representa a refletividade da radiação solar sobre o gelo glacial), de dados
referentes à última era glacial, período do início do holoceno e do tempo presente (século
XX), para compreensão do comportamentos destas variáveis ao longo da evolução
geológica. Os resultados obtidos no estudo comprovou que ocorreram mudanças
abruptas desde a última era glacial se comparado ao período do início do holoceno, e
desta até a idade atual, cuja resposta evidenciou na influência do aquecimento global ao
longo do tempo geológico. Tais interpretações foram obtidas através dos mapas
sazonais, que evidenciaram um aumento na refletividade da radiação solar sobre o gelo
glacial (F1DT), e associado a isso, uma diminuição abrupta da cobertura de gelo e neve,
justificado pelo derretimento das geleiras, e assim causando um incremento do fluxo de
água doce no Atlântico Norte em padrões oceânicos, que afeta na formação de água
profunda, pois ela é intensamente sensível às mínimas variações de salinidade,
influenciando na perda de calor e também na densidade em águas profundas pelo
transporte da Circulação Termohalina Global (CTG), também denominada de Esteira
Transportadora (do inglês Conveyor Belt) oceânica. Como resultado da diminuição da
cobertura de gelo e neve, os mapas também apresentaram uma diminuição da
evaporação do gelo glacial, visto que a cobertura de gelo nos mapas do período do
holoceno diminuiu abruptamente desde a última era glacial, e mais intensamente entre
os mapas do holoceno com aqueles do tempo presente, motivo pelo qual essa
evaporação sobre o gelo glacial se destacou nos mapas da última era glacial, tendo em
vista ser o tempo geológico menos afetado pela incidência solar. Em relação a variável
de precipitação, é denominada pela forma líquida da água transformada em gotas. Na
última era glacial esta variável está acentuada devido ao aumento da umidade relativa na
atmosfera, decorrente da predominância de neve e gelo. Enquanto no início do Holoceno
a precipitação diminuiu, justificado pela redução de neve e gelo; e no tempo presente,
houve uma maior diminuição da umidade relativa na atmosfera.
Palavras-chave: Correntes oceânicas. Circulação. Atlântico Equatorial.

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AVALIAÇÃO DE ALGORITMOS PARA A ESTIMAÇÃO DA BATIMETRIA DA


BAÍA DA BABITONGA ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO SATÉLITE SENTINEL-2

FILIPPI, B.1; ALMEIDA, L.P.M.2; KLEIN, A.H.F.1, PINTO, M.W.3

Universidade Federal de Santa Catarina1 (Bianca Filippi, bianca.flpp@gmail.com); Universidade


Federal do Rio Grande2; Universidade Federal do Rio Grande do Sul3

O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes métodos para a estimação da batimetria
por satélite com sensor multispectral e indentificar qual o melhor algoritmo que representa
a batimetria da Baía da Babitonga, um estuário localizado ao Norte de Santa Catarina.
Um levantamento batimétrico monofeixe classificado com categoria B de acordo com a
NORMAM-25 foi realizado para calibração e validação dos algoritmos de derivação
batimétrica. Foi utilizada uma imagem do satélite Sentinel-2 aquisitada na mesma data
da execução do levantamento batimétrico. O processamento da imagem consistiu na
correção atmosférica para reflectância da superfície e aplicação de filtros para remoção
de ruídos. Foram testados diversos algoritmos compreendendo as bandas da região do
visível (bandas 1 a 5) das imagens multiespectrais, estes dados da reflectância do satélite
foram correlacionados com os dados medidos da batimetria para encontrar um algoritmo
para cada método avaliado. Os algoritmos foram aplicados para profundidades inferiores
a 20 m e áreas que apresentaram concentrações de material particulado em suspensão
estimado menor do que 10g/m3. A profundidade máxima encontrada no levantamento
batimétrico atingiu 28m, no canal de acesso aos portos da baía, e uma profundidade
mínima de 0,1m referenciada ao datum vertical da DHN. Como resultado, a raiz do erro
quadrático médio (RMSE) entre a batimetria medida em campo e estimada pelo satélite,
apresentou-se entre 2 e 3m para os diversos algoritmos avaliados. Dentre os métodos
testados, o índice NDWI utilizando as bandas 5 (infravermelho) e 3 (verde) apresentou os
menores erros (RMSE= 2,4m), estimando uma profundidade máxima de 18m e mínima
de 0,6 m. Com o objetivo de aumentar a acurácia do algoritmo, a área foi dividida em
duas zonas, a entremarés e a permanentemente submersa, e novas equações foram
aplicadas para cada zona. O RMSE para a zona entremarés reduziu 0,3m do encontrado
para toda a área da baía, enquanto o erro para a zona permanentemente submersa
aumentou 0,4m. Portanto, conclui-se que método utilizando o índice NDWI para as
bandas infravermelho e verde foi o melhor em representar a batimetria da Babitonga. A
derivação da batimetria por satélite mostrou-se mais robusta para zonas menos
profundas, e em áreas com maior profundidade, a acurácia do algoritmo diminui. Os
resultados do modelo são considerados satisfatórios para estimação batimétrica em
águas estuarinas e possibilitaram a identificação de feições morfológicas, visto as
limitações do material em suspensão e da profundidade.

Palavras-chave: Batimetria Derivada de Satélite. Sensoriamento Remoto. Material


Particulado em Supensão.

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ANÁLISE DO RADARGRAMA NA BARREIRA PLEISTOCÊNICA DA


PLANÍCIE DE SUPERAGUI, PARANÁ

SANTOS, S.F.; BOGO, M.; SOUZA, M.C.; ANGULO, R.J.

Universidade Federal do Paraná (Shaiely Fernandes dos Santos, fer.shay@gmail.com)

Na planície costeira do Paraná ocorrem pelo menos dois eventos transgressivos-


regressivos, dos quatro que são descritos e registrados na costa do Rio Grande do Sul,
um de idade pleistocênica (~120 a 125 ka) e outro de idade holocênica (~6 ka),
correspondentes aos sistemas barreira III e IV, respectivamente. Entretanto, há
evidências, através de datação por luminescência opticamente estimulada (LOE) que
sugerem a ocorrência do sistema barreira II (~200 ka) na planície de Superagui, sendo
ainda recomendada a busca por novas evidências, métodos e constatações. A fim de
certificar essa hipótese e complementar informações geológicas de subsuperfície na
região, um perfil de georadar (GPR), coletado perpendicular à linha costa, foi processado
e analisado. Os dados foram adquiridos segundo o método commom-offset utilizando o
coletor Cobra Plug-In (Radarteam Sweden AB) composto por uma antena aérea com
frequência central de 80 MHz e processados no software Prism®2.5. Dados de SRTM da
área também foram analisados através do software Qgis®3.10 para melhor entendimento
do relevo. A interpretação dos dados seguiu o método de sismoestratigrafia com base
nas terminações dos refletores, padrões de configurações internas e geometrias das
fácies. Quatro superfícies foram observadas no radargrama que poderiam corresponder
aos sistemas barreira II e III separados por um baixo no relevo ao longo de toda a planície.
A inferida barreira II se estende, aproximadamente, por 1 km no interior da planície até 8
m de profundidade e sua posição corrobora com a amostra datada por LOE onde obteve
a idade mínima próximo a 200 ka, atingindo o limite do alcance do método. Nota-se
também, uma ocorrência frequente de terminações de refletores em truncamentos e em
onlap que podem indicar a intercalação entre períodos de alta e baixa energia na
deposição de sedimentos. As radarfácies identificadas permitiram as interpretações de
prováveis ambientes de deposição como face litorânea, face praial e de estuário. Estes
são resultados prévios passíveis de mais trabalho de campo, como coleta de testemunho
de sondagem e datação, para maior confiabilidade das interpretações.

Palavras-chave: Barreira II. Barreira III. GPR.

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DEM BATIMÉTRICO DERIVADO DA BATIMETRIA MULTIESPECTRAL


(LOG-TRANSFORMADA) UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT 8:
UM ESTUDO DE CASO PARA A COSTA DE FORT LAUDERDALE

DE PAULA, C.F.1; LIMA, L.A.2; CINTRA, J.P.1; OLIVEIRA, H.C.2; COSTA, D.C.2

Universidade de São Paulo1 (César Francisco de Paula, cesardepaula@usp.br), Universidade de


Campinas2

As técnicas de batimetria por sonar, apesar de serem largamente utilizadas na estimativa


de profundidades, apresentam algumas limitações na coleta de informações em águas
rasas. O Green LiDAR ou LiDAR batimétrico, constitui uma excelente alternativa devido
ao seu alto desempenho na coleta dos dados e representação batimétrica acurada em
função da densa nuvem de pontos adquirida; ainda que a capacidade de mapeamento
está diretamente relacionada com a turbidez da água. A batimetria ótica ou batimetria
multiespectral se mostra como alternativa na estimativa da topografia submersa em
regiões costeiras rasas, com profundidades médias compreendidas entre 15 e 20 metros.
O princípio da batimetria multiespectral se baseia na atenuação da radiação
eletromagnética, nos diferentes comprimentos de onda ao penetrarem em um corpo
d’água. No modelo matemático empregado para batimetria ótica, todos os parâmetros
são dependentes do comprimento de onda, com exceção da profundidade, partindo da
premissa de que todas as propriedades da água são homogêneas, o que é não é verdade,
mas é tomado como ponto de partida. Na literatura são encontrados dois algoritmos
empregados na batimetria multiespectral: modelo proposto por Lyzenga (Log-Linear
Model) e modelo proposto por Stumpf (Log-Ratio Model). No primeiro, a radiação no corpo
d’água pode ser representada por uma função linear de reflectância de fundo topográfico
e profundidade por meio de uma função exponencial, enquanto que no segundo modelo
é utilizada uma transformação logarítmica para linearizar a relação entre a radiância da
banda espectral e a profundidade. É importante ressaltar que a limitação e efetividade da
técnica pode variar e estar relacionada com alguns fatores tais como resolução espectral
e espacial das imagens, turbidez da água, reflexão especular e presença de nuvens e
sombras. Alguns desses fatores, conforme mencionado anteriormente, afetam também
levantamentos executados com a tecnologia Green LiDAR. Os experimentos realizados
neste trabalho foram conduzidos para uma região da costa de Fort Lauderdale (Flórida –
USA), onde foi empregado algoritmo de Lyzenga (Log-Linear Model) na estimativa das
profundidades, utilizando imagens multiespectrais do Landsat 8 e amostras de
profundidades extraídas da batimetria derivada do Green LiDAR. É importante dizer que
foram utilizadas imagens tomadas em três épocas (01/2014, 03/2014 e 01/2018), com
diferença temporal em relação aos dados coletados pelo Green LiDAR (06/2015). Os
modelos batimétricos derivados da batimetria multiespectral apresentaram algumas
diferenças bastante relevantes quando comparadas com o modelo do Green LiDAR,
tomado como referência, as quais podem ser explicadas devido à turbidez da água no
momento da tomada das imagens e às dinâmicas submersas naturais ocorridas com o
tempo. Mesmo com algumas limitações da técnica, as profundidades obtidas pelo modelo
de regressão linear mostraram uma boa adaptação ao modelo de referência para
profundidades de até 22 metros, com um erro médio de -0,271m e um rmse de 0,936m.

Palavras-chave: Batimetria Multiespectral. Batimetria Ótica. Green LiDAR. Topografia


Submersa.

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IDENTIFICAÇÃO E PREPARAÇÃO BIOGÊNCIA PARA ANÁLISES


ISOTÓPICAS (δ13C E DE δ18O) DE UM TESTEMUNHO
NA LAGOA DOS PATOS

SOUZA, P.C.; BARROS, C.E.; DEHNHARDT, B.A.; BAITELLI, R.; CORRÊA, I.C.S.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Pedro Costabile de Souza,


pedro.costabile@gmail.com)

O presente trabalho trata sobre a preparação de amostras biogênicas para análises


isotópicas de carbono e de oxigênio. Este estudo tem como objetivo a identificação e a
preparação dos moluscos presentes ao longo do testemunho Pt-03 no interior da Lagoa
dos Patos (Rio Grande do Sul), setor nordeste. Este testemunho possui uma coluna
sedimentar de 4,83 m e 0,25 g de amostra foram coletadas de 10 em 10 cm. A preparação
dos sedimentos foi realizada no Laboratório de Sedimentologia do Centro de Estudos de
Geologia Costeira e Oceânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta
preparação diz respeito à lavagem e secagem dos sedimentos, separação dos biogênicos
em estereomicroscópio (identificação e fotografia dos exemplares) e a escolha dos táxons
a serem triturados. O processo de trituração é feito com um gral e um pistilo de ágata
para evitar a contaminação das amostras. O estudo encontra-se no estágio em que os
biogênicos do testemunho estão sendo fotografados e triturados para o material poder
ser enviado ao Laboratório de Geologia Isotópica da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul onde será obtido os níveis de δ18O e δ13C. Os táxons encontrados e seus
respectivos níveis de ocorrência foram: Erodona mactroides (0,1 m; 0,2 m; 0,55 m; 0,6 m;
1,4 m; 2,5 m e 2,8 m); Tawera gayi (0,55 m; 0,6 m; 1,4 m; 2,0 m; 2,5 m e 2,8 m);
Caryocorbula tryoni (0,55 m; 0,6 m e 2,8 m); Caryocorbula sp. (0,6 m e 1,4 m); Acteocina
bidentata (0,55 m; 0,6 m; 1,4 m; 2,0 m e 2,8 m); Heleobia australis (0,55 m; 0,6 m e 1,40
m); Heleobia sp. (0,55 m; 0,6 m; 1,4 m; 2,0 m; 2,5 m e 2,8 m); Caryocorbula caribea (1,4
m) e Nucula semiornata e Mactra marplatensis (2,0 m). Este trabalho é parte integrante
do projeto Evolução Paleoambiental da Lagoa dos Patos com enfoque em análises
isotópicas que proporcionarão importantes dados para interpretações sobre a evolução
paleoambiental da laguna observadas através do testemunho em questão.

Palavras-chave: Lagoa dos Patos. Testemunho. Molusco. Isótopos.

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RECONSTITUIÇÃO DO FUNDO TOPOGRÁFICO EM ÁGUAS RASAS A


PARTIR DA BATIMETRIA MULTIMÍDIA APLICADA A NUVEM DE PONTOS
FOTOGRAMÉTRICA (IMAGE MATCHING)

DE PAULA, C.F.1; LIMA, L.A.2; CINTRA, J.P.1

Universidade de São Paulo1 (Ulisses Rocha de Oliveira; ulisseslicke@yahoo.com.br)

Conhecer a topografia submersa do oceano não é uma tarefa trivial, assim como modelar
a topografia nas porções terrestres. Possuir um Modelo Digital de Elevação (MDE) ou de
profundidades do fundo oceânico compreende um insumo de grande importância
econômica, social e ecológica, sendo este material utilizado em estudos da dinâmica
costeira tais como erosão e depósito de sedimentos, uma vez que a partir deste modelo
pode-se avaliar e monitorar a da topografia do fundo do mar, auxiliando diretamente na
segurança da navegação, principalmente em águas rasas. As técnicas de batimetria por
sonar, apesar de serem largamente empregadas na estimativa de profundidades,
apresentam limitações na coleta de informações em águas rasas, bem como despendem
um grande tempo na coleta dos dados devido a pequena área de cobertura proporcionada
pelo equipamento. O Green LiDAR, se já estivesse inserido no contexto do Brasil, seria
uma excelente alternativa de mapeamento costeiro devido ao seu alto desempenho na
coleta dos dados, possibilitando a cobertura de extensas áreas e representação
batimétrica acurada em função da densa nuvem de pontos, ainda que sua capacidade e
qualidade de mapeamento submerso estejam diretamente relacionados com a turbidez
da água. Neste sentido, a batimetria ótica desenvolvida por meio de imagens
multiespectrais, pode ser considerada uma alternativa nos mapeamentos em regiões
submersas próximas da costa, em profundidades compreendidas entre 15 m – 20 m,
porém, a limitação e efetividade desta técnica podem sofrer algumas variações ocorridas
por fatores como resolução espacial e espectral da imagem, turbidez da água, reflexão
especular e presença de nuvens ou sombras. Outra técnica de batimetria que vem sendo
empregada na constituição de modelos batimétricos compreende na batimetria
multimídia, que é fundamentada na correção da refração da luz quando um feixe passa
de um meio para outro com diferentes coeficientes de refração (lei de Snell). Sua
aplicação é realizada sobre uma densa nuvem de pontos, obtida por meio da correlação
de pixels em pares imagens fotogramétricas (Image Matching). Para imageamento em
um corpo d’água, o feixe de luz refletido do fundo topográfico percorre um caminho que
se origina na água, passando pela atmosfera até ser registrado pelo sensor e, nesta
trajetória existem diferentes índices de refração. O Modelo Digital de Elevação (MDE)
derivado do Image Matching apresenta um deslocamento posicional aparente nas
coordenadas tridimensionais que deve ser corrigido com base na lei de Snell. É
importante dizer que assim como as demais técnicas mencionadas, a batimetria
multimídia apresenta limitações principalmente se as imagens fotogramétricas para o
corpo d’água possuírem reflexão especular (sun-glint). Este trabalho, realizado para uma
região do Mar Báltico Alemão com profundidade máxima de 10 metros, tem como objetivo
apresentar o modelo topográfico submerso derivado a partir da batimetria multimídia bem
como discutir a eficiência da remoção do efeito sun-glint nas imagens antes de realizar o
Image Matching. Os modelos batimétricos obtidos antes e após a correção da reflexão
especular apresentaram uma boa adaptação com o modelo derivado do Green LiDAR.

Palavras-chave: Image Matching. Batimetria Multimídia. Reflexão Especular.

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CARACTERIZACIÓN DE FACIES SÍSMICAS FLUVIALES EN EL


SUBSUELO DEL ESTUARIO DE BAHÍA BLANCA, ARGENTINA

ALIOTTA, S.1; GINSBERG, S.S.2; VECCHI, L.G.1; MINOR SALVATIERRA, M.1; ANDREOLI, A.1

Universidad Nacional del Sur1 (Salvador Aliotta; gmaliott@criba.edu.ar); Universidad Tecnológica


Nacional2

El estuario de Bahía Blanca, al sureste de la provincia de Buenos Aires (Argentina), comprende


un amplio sistema mesomareal, constituido por canales de variadas dimensiones, numerosos
islotes de escasa altitud y extensas marismas y llanuras de marea limo arcillo arenosas. En esta
investigación, mediante prospección sísmica (3,5 kHz), se analizan estructuras de paleocanales y
facies fluviales presentes en las secuencias sísmicas del subsuelo del estuario. Las unidades
correspondientes a antiguos ambientes fluviales sobreyacen a un basamento acústico regional
bien definido. El mismo se compone, según datos de perforaciones, de un limo arenosos con
cementación variable de carbonato de calcio, perteneciente a la Fm Pampiana (Plio-Pleistoceno).
Los registros sísmicos muestran, sobre el techo de esta última, la presencia de numerosos cortes
en “v”, producto de intensos procesos erosivos generados por antiguos cursos fluviales. Estas
incisiones, con características muy variables, se ubican, en general, por debajo de los 18 m del
nivel medio del mar, y poseen un ancho aparente que varía desde pocas decenas de metros hasta
más de 1km. En tanto que su cauce puede superar los 10m de profundidad. Las facies sísmicas
que forman las estructuras de relleno de los paleocauces son muy disímiles. En algunos casos se
observa una disposición horizontal de los reflectores, con terminaciones “onlap”, lo cual evidencia
un proceso sedimentario agradacional. Otras facies de relleno registradas son las de tipo
divergente y progradante, las cuales se presentan con mayor frecuencia. En particular, estas
últimas son del tipo tangencial y compleja, exhibiendo terminaciones “downlap” sobre la superficie
de discontinuidad erosiva del paleocauce. Por otro lado, cabe mencionar que un rasgo sísmico
conspicuo es la existencia de grandes acumulaciones de “shallow gas” asociadas a los depósitos
fluviales. Las facies de relleno de los paleocauces se hallan vinculadas a las condiciones
hidrosedimentológicas dominantes durante el proceso de colmatación de los mismos. Así, cuando
los reflectores se disponen relativamente horizontales, con terminaciones “onlap” a ambos lados
del cauce, revelan un proceso de agradación homogéneo, asociado a un curso fluvial rectilíneo.
En cambio, las facies de relleno progradantes, evidencian el dominio de acreciones laterales, con
una depositación asimétrica a través de toda la sección transversal del paleocauce. Dichas facies,
en muchos casos, se combinan con configuraciones complejas (estratificación entrecruzada), las
cuales son el resultado de una elevada variabilidad hidrodinámica del ambiente. Estos depósitos
progradantes-complejos evidencian un sistema fluvial principalmente meandroso, con cursos
divagantes, cercanos a su nivel de base. Los mismos, estarían vinculados a antiguas cuencas
pleistocénicas de escurrimiento regional que integraban los ríos Colorado (al oeste del estuario) y
Napostá Chico (al norte del estuario). En repuesta al ascenso marino, durante el Holoceno, los
paleocanales experimentaron una paulatina colmatación sedimentaria. Por último las Unidades
sísmicas marino-estuarinas, de amplia distribución regional, que sobreyacen a las facies fluviales
estudiadas, evidencian el proceso transgresivo-regresivo que origino la configuración costera
actual del estuario de Bahía Blanca.

Palabras-clave: Facies sísmicas. Paleocanales. Evolución costera. Estuario.

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CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA E TEXTURAL DOS SEDIMENTOS


SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL CENTRO-NORTE DE
SANTA CATARINA E SUAS RELAÇÕES COM ESPÉCIES BIOINDICADORAS

SLOMPO, T.; ABREU, J.G.; SILVA, S.

Universidade do Vale do Itajaí (Tainá Slompo, taina_slompo@hotmail.com)

Em setembro de 2015 foi realizado um cruzeiro oceanográfico à bordo


do NPq. Soloncy Moura cujo objetivo principal foi realizar o mapeamento geológico da
plataforma continental adjacente ao litoral setentrional de Santa Catarina na sua porção
interna, entre a ilha de Santa Catarina e a ilha de São Francisco do Sul. Os resultados
indicaram uma distribuição dos diferentes tipos de fundo de acordo com a textura e
composição mineralógica do sedimento, bem como a classificação sedimentar com as
associações bênticas. Para efetuar as análises em laboratório foram coletadas 21
amostras. O plano amostral na plataforma consistiu em sete transectos perpendiculares a
linha de costa desde a baía da Babitonga, ao norte, até o cabo Santa Marta, ao sul. Nestes
transectos foram coletadas amostras em 3 estações distribuídas entre as isóbatas de 10
e 70 metros, utilizando um busca-fundo van Veen de 0,1m² de área amostral. Em
laboratório foram realizados os procedimentos para a análise granulométrica que incluem
a lavagem da amostra, quantificação de matéria orgânica, determinação do carbonato,
peneiramento em malhas com aberturas em um intervalo de ¼ de phi (Φ) já o material
mais fino foi processado pelo método da pipetagem que separa o material em classes
baseado na Lei de Stokes. A análise das espécies macrobentônicas foi realizada a partir
dos organismos retidos na malha de 0,5mm, fixadas com solução salina de formol 4% no
microscópio estereoscópico. Os indivíduos foram identificados e contados em cada táxon
identificado. Ao analisar as amostras sedimentares e da macrofauna, pode-se relacionar
os resultados e construir um mapa de classificação sedimentar do fundo relacionando
com o a macrofauna bentônica amostrada. Os resultados deste trabalho mostram
predomínio dos sedimentos finos (silte e argila) nas desembocaduras fluviais e variando
com a profundidade e distância da costa. Nas áreas mais rasas próximo da costa o
sedimento tem predominância da areia com menores teores de matéria orgânica e
carbonato. O resultado da identificação da macrofauna, apresentou os táxons
Cirrophorus, Aricideae Heterophoxu sp. com maior abundância nas amostras argilosas e
em maior profundidade na da área de estudo. Essa predominância está provavelmente
associada à grande quantidade de matéria orgânica e de carbonatos.

Palavras-chave: Mapeamento. Distribuição. Textura. Bentos e classificação.

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CORRELAÇÃO AMBIENTAL E GEOCRONOLÓGICA ENTRE TRÊS


TESTEMUNHOS NO INTERIOR DA LAGOA DOS PATOS

BAITELLI, R.; BARROS, C.E; DEHNHARDT, B.A.; SOUZA, P.C.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ricardo Baitelli, baitelli@ufrgs.br)

O trabalho apresenta uma reconstrução paleoambiental, a partir de três testemunhos


extraídos do interior da Lagoa dos Patos (Rio Grande do Sul – Brasil) com base em
análises biogênicas e geocronológicas. Os testemunhos analisados e suas coordenadas
são: Pt–04 (-31o01'55” e -51o18'04”), PT-06 (-31o16'44” e -51o26'36”) e PT-07 (-31o26'52”
e -51o40'10”). Os biogênicos estudados são os moluscos: Tawera gayi, Mytella sp.,
Erodona mactroides, Acteocina bidentata, Heleobia australis, Heleobia sp., Caryocorbula
tryoni, Caryocorbula caribaea, Caryocorbula sp., Brachidonte sp., Mactra sp.; e o
Cirrípede do tipo Craca. As análises biogênicas e sedimentares foram realizadas no
Laboratório de sedimentologia do CECO/IG/UFRGS e as datações por radiocarbono pelo
Laboratório de Radiocarbono da Universidade Federal Fluminense. O testemunho Pt–04
ao norte da laguna, apresenta uma estreita zona mixohalina (3,05–3,35 m) representada
por E. mactroides, H. australis, Heleobia sp. e Craca. Acima, ocorre uma zona marinha
(1,45-3,4 m) e os moluscos são: T. gayi, A. bidentata, Heleobia sp. e C. tryoni, com idade
radiocarbono de 4.291 – 4.447 AP (3,0 m) e 4.080 – 4.240 AP (2,0 m). Acima desta zona,
encontra-se uma zona de transição (1,15–1,45 m) ausente de moluscos. No topo (0,25–
1,15 m), ocorre outra zona mixohalina com os táxons T. gayi e C. tryoni com idade de
3.825 – 3.931 AP (1,1 m) e 3.457 – 3.588 AP (0,5 m). O testemunho Pt–06, mais ao centro
da laguna, possui uma base (2,2–3,4 m) marinha rasa representada por: A. bidentata, H.
australis, Heleobia sp. e Caryocorbula sp. com idade radiocarbono de 4.429 – 4.487 AP
(3,2 m). Mais acima encontra-se uma zona mixohalina (2,0 m-2,1 m) com a presença de
E. mactroides, H. australis e Brachidonte sp. com idade de 3.687 – 3.834 AP (2,0 m). No
intervalo de 1,2–2,0 m, os moluscos caracterizam ambiente marinho raso: C. caribaea, E.
mactroides, T. gayi, H. australis, Heleobia sp. e A. bidentata. As idades radiocarbono são:
3.455 – 3.578 Ap (1,5 m) e 3.333 – 3.415 Ap (1,0 m). No topo do testemunho Pt-06, o
ambiente passa a ser mixohalino pela presença de E. mactroides, H. australis e Heleobia
sp.. No testemunho Pt–07, mais ao sul da laguna, observa-se uma base (3,0–2,8 m)
marinha rasa representada por: T. gayi, A. bidentata, H. australis, Heleobia sp., Mactra
sp. e Caryocorbula sp. com idade de 3.876 – 4.004 AP (2,5 m). Logo acima, encontra-se
uma zona de transição (1,5–1,8 m) ausente de moluscos. E entre 0 e 1,5 m, ocorre uma
zona mixohalina representada por E. mactroides, H. australis e Heleobia sp. com idade
de 3.205 – 3.355 AP (1,2 m). Observa-se que nos três testemunhos ocorre uma base
marinha migrando para um topo mixohalino. O testemunho Pt-04, apresenta zona de
níveis intercalados de marinho a mixohalino, antes do topo, podendo representar
depósitos de tempestade ou de sobrelavagem. Infere-se que a deposição destes
testemunhos pode ter ocorrido na fase transgressiva ao final do Holoceno.

Palavras-chave: Lagoa dos Patos. Moluscos. Idade radiocarbono. Holoceno.

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MORFOMETRIA DOS DEPÓSITOS DE MOVIMENTO DE MASSA


NEOGÊNICOS DO TALUDE CONTINENTAL DO ALTO DE CABO FRIO,
REGIÃO FRONTEIRIÇA DAS BACIAS DE SANTOS E CAMPOS

DIONISIO, G. M.1; PANDOLPHO, B. T.1; MACHADO, A. A.2; KLEIN, A. H. F.1

Universidade Federal de Santa Catarina1 (Giuliana Maria Dionisio, giu.mdionisio@gmail.com);


Universidade Federal da Bahia2

Os movimentos de massa ocorrem a partir da ruptura da estabilidade de grandes pacotes


sedimentares que se movem talude continental abaixo resultando em extensos depósitos sobre a
bacia sedimentar. Estudos envolvendo os movimentos de massa submarinos despertam o
interesse da indústria petrolífera devido ao grande potencial desses fenômenos de gerar danos
materiais e consequentemente econômicos. Apesar da relevância global dessa temática e dos
esforços para compreender os processos de instabilidade/ruptura e o papel dos depósitos de
movimento de massa (DMM), ainda existem lacunas nos estudos da margem continental brasileira.
A fim de contribuir para os avanços nesse tema, esse estudo buscou melhor compreender como
os movimentos de massa submarinos são expressos e distribuídos. Para este estudo foram
escolhidas áreas com movimentos de massa no talude continental previamente descritas na
literatura por meio de registros sísmicos e/ou batimétricos na região do Alto de Cabo Frio, região
fronteiriça das bacias de Santos e Campos, a fim de caracterizar e melhor compreender seus
padrões internos e externos e distribuição dentro das duas bacias. A fim de alcançar estes
objetivos foi realizada uma análise sismoestratigráfica, que permitiu identificar os movimentos de
massa submarinos a partir dos padrões de sismofácies, e que foram então caracterizados
morfometricamente a partir das medidas de comprimento, espessura máxima e profundidade
abaixo do fundo marinho. O maior complexo de movimento de massa (CMM) identificado na área
de estudo apresenta diversas cicatrizes erosivas e uma sucessão vertical de vários eventos de
deslizamento que vai da região norte da Bacia de Santos (BS) e se estende para a região do
extremo sul da Bacia de Campos (BC). Disposto do talude continental até o platô de São Paulo,
nas profundidades de 1.500m a 2.000m, o complexo de movimento de massa pôde ser dividido
em três diferentes domínios ou províncias. Da porção mais ao norte do CMM (sul de BC) para a
porção mais ao sul do CMM (norte BS), foi possível notar a transição entre conjuntos de depósitos
de movimento de massa empilhados e poucos espessos (domínio A), passando por depósitos
caóticos espessos de média amplitude (domínio B), até os depósitos com fácies transparente
sobre o platô de São Paulo (domínio C). Morfometricamente os depósitos se encontram entre 18m
e 370m abaixo do fundo do mar, a espessura máxima variando de 24m a 230m, e o comprimento
total entre 1.100m e 17.000m. Sismoestratigraficamente, os depósitos de movimento de massa
apresentaram sismofácies variando, desde fácies caótica à transparente, com algumas
ocorrências de refletores mais regulares e de amplitude moderada, o que indicam blocos de
materiais coesos. Além disso, refletores de alta amplitude presentes na base dos DMM sugerem
a deposição de um lençol hemipelágico anterior ou entre os períodos de instabilidade dos DMM.
Por fim, outras feições geológicas também foram identificadas nas seções sísmicas ao longo do
grande CMM dentre elas, diápiros de sal, falhas geológicas, canal e drift contornítico, revelando
mudanças importantes nos padrões laterais de deposição sedimentar e possíveis controles
estruturais sobre os depósitos de movimentos de massa submarinos identificados.

Palavras-chave: Movimento de Massa Submarino. Morfometria dos Depósitos. Bacia de Santos.


Bacia de Campos.

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AVALIAÇÃO DA INCERTEZA DE DADOS BATIMÉTRICOS COLETADOS


POR MEIO DE PLATAFORMAS AUTÔNOMAS NÃO TRIPULADAS

FERREIRA, I.; ANDRADE, L.; SANTOS, F.

Universidade Federal de Viçosa (Italo Oliveira Ferreira, italo.ferreira@ufv.br)

O principal objetivo dos levantamentos hidrográficos é produzir informações que suportam a


segurança na navegação marítima e fluvial, além da preservação do ambiente subaquático, assim
como a sua defesa e exploração. Nesse sentido, o controle de qualidade do dado coletado tornou-
se cada vez mais importante. Avaliar a qualidade, bem como detectar, analisar e eliminar dados
discrepantes, tornaram-se tarefas indispensáveis. Devido à natureza das informações
batimétricas, a avaliação da qualidade vertical e horizontal das sondagens não é uma tarefa
simples. Diante disso, o intuito desse estudo reside em apresentar um método para avaliação
teórica da Incerteza Propagada Total de sistemas de sondagem batimétrica embarcados em
ASV’s, bem como confrontar esses dados com as incertezas amostrais obtidas em um
levantamento batimétrico executado na Laguna da Jansen em São Luís – MA, visando a validação
do modelo de incertezas. Em um primeiro instante, foi realizada a avaliação e análise das fontes
de incerteza em detalhe. Após, essas foram quantificadas individualmente e de acordo com dados
secundários, ou seja, consultas bibliográficas, catálogo dos instrumentos e experiências práticas,
pode-se estimar a maioria das fontes de incertezas verticais e horizontais. As demais que não são
propagadas diretamente para a profundidade e posição, foram modeladas matematicamente.
Posteriormente, foi efetuado o cálculo das Incertezas (Vertical, Horizontal e Total).
Concomitantemente a essas etapas foi realizado o levantamento batimétrico na área de estudo
supracitada, bem como a avaliação estatística dos dados coletados. Adiante, o modelo teórico de
incertezas foi validado com os dados coletados em campo. Analisando os resultados, foi possível
perceber uma Incerteza Vertical Total para o sistema de sondagem de cerca de 20 centímetros
para profundidades entre 5 e 25 metros, enquanto a incerteza horizontal teórica é
aproximadamente 0,51 metros. Com isso, foi possível concluir que a metodologia mostrou-se
como uma excelente ferramenta de planejamento e pode ser utilizada para avaliar se determinado
sistema de sondagem é capaz de atingir as exigências de incertezas requeridas para uma
finalidade específica. Além disso, pode-se perceber que os valores teóricos de incertezas (IHT e
IVT) não podem ser empregados de forma isolada para avaliação de um levantamento batimétrico,
uma vez que os levantamentos de campo estão sujeitos a incertezas por vezes não modeladas ou
subestimadas. Outro ponto importante a salientar consiste, a lei de propagação de incertezas, nos
moldes aplicados, considera que as variáveis são não correlacionadas e seguem uma distribuição
normal. Neste contexto, destaca-se que é fundamental que nas atividades de campo empreguem-
se equipamentos calibrados, instalados adequadamente e que se tomem os cuidados necessários
nas etapas de coleta e processamento. Outra conclusão importante diz respeito a metodologia de
estimativa da qualidade vertical do levantamento. Notou-se que a mesma não pode ser
representada por um simples numeral ou intervalo de confiança, deve-se estender as análises
estatísticas buscando estimativas mais abrangentes.

Palavras-chave: Hidrografia. Batimetria. Incerteza Amostral.

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ANÁLISE MULTIPROXI DA PASSAGEM DE CICLONE EXTRATROPICAL NA


REGIÃO DOS LAGOS FLUMINENSES, RIO DE JANEIRO, NO INÍCIO DO
SÉCULO XX

CABRAL, C.L.1,2; CASTRO, J.W.A.1,2; FERNANDES, D.1,2; SILVEIRA, I.R.L.1,2;


OLIVEIRA, D.M.V.2; GOUVEIA JR., W.C.2

Universidade Federal do Rio de Janeiro1 (Caíque Lima Cabral; cabral@mn.ufrj.br); Museu


Nacional/UFRJ2

O setor oeste do Oceano Atlântico Sul, próximo à costa leste da América do Sul, é
conhecido como uma região favorável à gênese de ciclones. No litoral do Estado do Rio
de Janeiro, a passagem desse tipo de evento ocorre de forma episódica, porém
significativa, com grande impacto nos ambientes de sedimentação costeira e estruturas
urbanas locais. No hemisfério sul, estudos a partir de modelagens numéricas,
combinados a técnicas sedimentológicas e geocronológicas são relativamente comuns.
Estes estudos abordam principalmente questões relacionadas a passagens de frentes
frias e ondas de tempestades, no entanto, não abordam questões ligadas ao registro
sedimentar oriundo da passagem desses eventos. O presente estudo insere uma
abordagem multiproxi, apontando evidências da passagem de um ciclone extratropical,
de grande magnitude, na Região dos Lagos Fluminenses - Rio de Janeiro, Sudeste do
Brasil. Foram coletadas quatro amostras de lama orgânica superficial em quatro pontos
distintos, inseridos em uma área de pântanos costeiros dos Municípios de Cabo Frio e
Armação dos Búzios. As principais técnicas empregadas neste trabalho envolvem
análises sedimentológicas, faciológicas e palinológicas, complementadas por técnicas
geocronológicas inovadoras, a partir do percentual de carbono moderno – pMC e análise
de isótopos estáveis de carbono. Resultados geocronológicos de 108,3 ± 0.3 pMC, de
isótopos de δ13C = -21,9 ‰ somados a identificação de foraminíferos marinhos e demais
características sedimentares, sugerem passagem de um ciclone extratropical, que teria
rompido cordões litorâneos pela ação de ondas de tempestade, no início do século XX.

Palavras-chave: Ciclone extratropical. Multiproxi. Palinologia. pMC.

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ANÁLISE QUALITATIVA DOS MINERAIS PESADOS PRESENTES NOS


SEDIMENTOS DEPOSITADOS EM TRÊS DIFERENTES SETORES DO
ESTADO DE SANTA CATARINA

SILVA, S.; ABREU, J.G.; BERRIBILLI, M.

Universidade do Vale do Itajaí (Stévia Duarte Silva; steviaduarte@hotmail.com)

Os sedimentos depositados nas regiões costeiras, são originados dos aportes fluviais das
drenagens continentais, que chegam ao mar, sendo retrabalhados pelas ondas e
correntes, agentes hidrodinâmicos costeiros. Os sedimentos praiais são
predominantemente constituídos por quartzo e feldspatos que possuem densidade
inferior aos minerais pesados. Os minerais pesados são associados e relacionados aos
principais tipos de rochas fontes encontradas na Terra, fazem parte da composição
mineralógica de ambientes costeiros como praias e planícies. São considerados
traçadores ou indicadores, pois indicam a rocha fonte, direção e intensidade do
transporte. Foram identificadas espécies de minerais pesados nas frações 0,090mm e
0,063mm dos sedimentos depositados nas praias de Itapoá e Barra Velha, localizadas no
setor Norte; das praias de Joaquina e Garopaba, localizadas no setor Central; das praias
de Balneário Rincão e Morro dos Conventos localizada no setor Sul, ambas do litoral
catarinense. Para a análise mineralógica foram aplicados os métodos clássicos da
sedimentologia para separação das classes granulométricas, seguindo para a separação
gravitativa das frações pesadas e leves por líquido denso (Bromofórmio) e, por fim, a
identificação dos minerais pesados em lupa binocular. Foram analisadas 48 amostras,
identificando as espécies de minerais opacos: Ilmenita, Magnetita, Leucoxênio, Hematita
e Cassiterita; minerais não opacos: Epidoto, Turmalina, Augita, Diopsídio, Zircão,
Hornblenda, Cianita, Estaurolita, Rutilo, Silimanita, Hiperstênio, Granada, Andaluzita,
Almadina, Espessartita, Coríndon e Tremolita. Foi aplicada a análise estatística de
cluster, para identificar a similaridade média da composição mineralógica entre as praias
de cada setor. Ocorreu uma diferença significativa na similaridade média da composição
mineralogia das praias do setor Sul com as demais praias dos setores Central e Norte,
sendo observado que ambas as praias apresentaram uma similaridade média de 65 %
devido a ocorrência dos minerais pesados Zircão, Ilmenita, Epidoto, Turmalina e
Estarulita em todas as praias. Os minerais pesados possivelmente se originaram,
primeiro, do produto de intemperismo das rochas dos domínios geológicos do entorno
dos setores estudados e, segundo, dos processos hidrodinâmicos costeiros, como as
correntes de deriva litorânea e ondas, que são importantes agentes oceanográficos,
contribuindo com o transporte dos sedimentos, os redistribuindo e depositando nas
praias. O presente estudo pode suprir uma carência de informações sobre as espécies
mineralógicas existentes nas praias estudadas, contudo fica evidenciada a necessidade
da continuidade de estudos mineralógicos para a melhor compreensão dos dados
descritos.

Palavras-chave: Minerais Pesados. Áreas Fontes. Sedimentos e Praias.

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INVERSÃO TECTÔNICA NA BACIA DO CEARÁ, NE BRASIL:


IMPLICAÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DA MARGEM EQUATORIAL
E DOS SISTEMAS PETROLÍFEROS

VASCONCELOS, D.L.1; OLIVEIRA, K.L.2; ALMEIDA, N.M.3

Universidade Federal de Campina Grande1 (David Lino Vasconcelos,


davidgeologia2006.1@hotmail.com); Universidade Federal do Rio Grande do Norte2; Universidade
Federal do Ceará3

A Bacia do Ceará está inserida na Margem Equatorial Brasileira (MEB), que representa
uma margem continental do tipo transformante, controlada por zonas de fraturas
oceânicas, cadeias de vulcões submarinos e uma complexa estruturação litosférica. O
arranjo estrutural do sistema crosta-litosfera na MEB governa, em primeira instância, o
complexo desenvolvimento tectônico e o variado empilhamento estratigráfico das bacias
equatoriais. Pesquisas recentes mostraram evidências de inversão tectônica moderada
na sub-bacia Mundaú, em outras bacias do NE brasileiro e nas bacias da contraparte
Africana. Em diversos casos, essa deformação possui implicações positivas e negativas
nos sistemas petrolíferos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é mostrar os resultados
preliminares da investigação de inversão tectônica na Bacia do Ceará e suas possíveis
implicações para a evolução desta bacia e para os seus sistemas petrolíferos. Essa
pesquisa é norteada com os seguintes questionamentos: 1) quais fatores podem ter
induzido a inversão tectônica na Bacia Ceará? 2) quais os períodos de inversão
tectônica? 3) quais as implicações dessa inversão tectônica para a evolução da bacia e
da MEB? 4) quais os impactos no sistema petrolífero? Para isso, foram analisados dados
sísmicos 2D e 3D em conjunto com dados de poços. Os resultados preliminares indicam
que a inversão tectônica possui pelo menos três fases distintas, as quais estão
associadas a possíveis fontes de estresses diferentes. A primeira, ocorrida nos estágios
iniciais da fase rifte (110-100 Ma), está associada aos movimentos transpressivos da
Zona de Fratura Romanche relacionados à abertura do Oceano Atlântico Equatorial. A
segunda, ocorrida entre Cretáceo Superior e o Paleógeno (90-50 Ma), está associada a
estresses far-field. E a terceira fase, ocorrida entre o Oligoceno e possivelmente se
estendendo ao Pós-Mioceno (30 Ma ao presente), está associada tanto a estresses far-
field como possivelmente a intrusões magmáticas. A inversão tectônica mais intensa
ocorreu na primeira fase, onde os maiores rejeitos inversos e o desenvolvimento de
anticlinais foram mais registrados. Além disso, uma deformação transpressiva foi
observada. Esse tipo de deformação gera diversas armadilhas que podem atuar
acumulando hidrocarbonetos na Bacia Ceará. No entanto, as outras fases também são
importantes e podem estar associadas à migração de hidrocarbonetos, assim como
observado em bacias sedimentares na contraparte Africana. Por fim, a partir desse estudo
na Bacia do Ceará, sugere-se que a inversão tectônica nas bacias sedimentares do
Nordeste Brasileiro possui mais de uma fase e pode estar associada a diversas fontes.

Palavras-chave: Sub-bacia Mundaú. Deformação multifásica. Falhas inversas.

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PARÂMETROS GRANULOMÉTRICOS VS. REGISTRO DE DIATOMACEAS


COMO INDICADORES DE MUDANÇAS PALEOAMBIENTAIS OCORRIDAS
DURANTE O QUATERNÁRIO NO SUL DO BRASIL

SANTOS, C.B.; CORRÊA, I.C.S.; WESCHENFELDER, J.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cristiane Bahi dos Santos, cristianebahi@gmail.com)

Os parâmetros granulométricos exercem uma grande influência na acumulação e na distribuição de


diatomáceas em sequências sedimentares. As diatomáceas possuem alta adaptabilidade a uma ampla
variedade de condições ambientais, habitando em diferentes ecossistemas estabelecidos entre o mar
profundo e os ambientes terrestres; sendo particularmente abundantes em ambientes costeiros onde há
disponibilidade de areias finas e de lamas. Por este motivo, as análises granulométricas e de
diatomáceas oferecem uma variedade de oportunidades na realização de estudos multidisciplinares
desenvolvidos em ambientes costeiros. O presente estudo trata das conexões entre as mudanças na
distribuição granulométrica e de espécies de diatomáceas que são sensíveis, e relativamente
dependentes, dos padrões de deposição de sedimentos finos, utilizados para testar a sensibilidade e a
habilidade destes parâmetros ambientais, sedimentares e ecológicos na classificação e na distinção de
diferentes ambientes deposicionais estabelecidos durante o Quaternário no Sul do Brasil. Para tal, foram
selecionadas sessenta e oito subamostras provenientes de dois testemunhos de sondagem obtidos no
interior da Lagoa dos Patos com o intuito de explorar as possíveis relações entre as mudanças
granulométricas e da distribuição espacial de espécies de diatomáceas associadas a diferentes
ambientes deposicionais. As análises granulométricas foram realizadas utilizando o analisador de
tamanho de partículas à laser HORIBA LA-950 no laboratório de sedimentologia do
CECO/IGEO/UFRGS. As distribuições do tamanho de grãos foram processadas e transformadas em
coeficientes logarítmicos (ɸ) utilizados para descrever os principais parâmetros estatísticos e
granulométricos utilizando o programa GRADISTAT. Para a análise de diatomáceas, as subamostras
foram tratadas com peróxido de hidrogênio e ácido clorídrico. Foram montadas lâminas permanentes
utilizando a resina de alto índice refrativo Naphrax® como meio de inclusão lâmina-lamínula. As
diatomáceas foram selecionadas baseadas na combinação do cálculo de abundância relativa das
espécies combinadas às matrizes de areia, silte e argila. As ordenações multivariadas da Análise de
Componentes Principais (PCA) e de correspondência (CA), bem como as análises de correlação linear
e bivariada simples (XY) foram feitas utilizando o programa PAST®. A análise de PCA revela que a
distribuição de diatomáceas e de tamanho de grão, nos depósitos estudados demonstra a sua conexão
com diferentes facies sedimentares descritas e agrupadas entre diferentes ambientes deposicionais
estabelecidos no contexto das variações do nível do mar ocorridas durante o Pleistoceno tardio e
Holoceno. Diferentes espécies de diatomáceas foram agrupadas de acordo com ambientes
deposicionais específicos tais como marinho raso, estuarino transicional, fluvial-estuarino e marinho
holocênico. Os diagramas bivariados dos parâmetros de média vs. desvio padrão, assimetria e curtose
diferenciaram uma barreira pleistocênica de um ambiente marinho-raso. Os parâmetros de assimetria
vs. curtose são uteis para diferenciar um ambiente marinho raso de um ambiente marinho holocênico,
discriminando o impacto da rápida subida do nível do mar (MIS 1) de períodos de mar alto documentados
em idades anteriores ao LGM (MIS 2). Cada ambiente deposicional deteve a sua própria identidade,
representando diferentes cenários paleogeográficos durante o Quaternário e a abundância de
diatomáceas demonstra a habilidade de adaptação destes organismos às diferentes condições
ambientais.

Palavras-chave: Diatomáceas. Estatística de grão. Ambientes deposicionais.

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CORREÇÃO DIRECIONAL DAS PARTIÇÕES DO ESPECTRO


DO CSIRO PARA O SUL DO BRASIL E URUGUAI

SAIDELLES, C.¹; ALBUQUERQUE, J.²; RAMOS, M.¹; FARINA, L.¹;


NICOLODI, J.³

Universidade Federal do Rio Grande do Sul¹ (Claus William Saidelles Toledo,


toledoclaus@gmail.com); University of Auckland²; Universidade Federal do Rio Grande³

O projeto ROAD-BESM ‘Regional Oceanic and Atmospheric Downscalling-Brazilian Earth


System Modelling’ visa gerar o refinamento regional oceânico e atmosférico, propondo
indicar o avanço da cota de inundação e, servir como ferramenta de gerenciamento e
mitigação da vulnerabilidade costeira e riscos costeiros do Sul do Brasil. Dentro deste
contexto, este trabalho tem como objetivo corrigir às alturas das partições das reanálises
de ondas do CSiRO utilizando dados de satélites. Estas calibrações direcionais foram
realizadas nas alturas das vagas e das ondulações nas condições de fronteira para uma
reanálise regional. Os produtos de altimetria de satélites são fornecidos pelo projeto
Globwave (ESA/IFREMER) com cobertura global entre 1985-2013, disponibilizando o
parâmetro integrado de altura significativa de onda. Já, as reanálises do CSiRO oferecem:
uma partição das alturas e direções das vagas [Hs0 e Th0] e, três partições das alturas e
direções das ondulações [Hs1, Hs2, Hs3 e Th1, Th2, Th3]. Todos os pontos corrigidos
apresentaram menores valores do índice de espalhamento (‘scatter index’), quando
comparados aos dados brutos da reanálise do CSIRO, apontando o melhoramento das
estimativas das alturas de onda após a correção. Para as vagas, apenas alguns poucos
setores apresentaram superestimativas do CSIRO com relação aos dados dos satélites
e, estes setores não apresentaram um padrão direcional das correções das alturas de
onda. Evidenciou-se que, a porção norte do domínio das vagas, poucos setores
necessitam de correção, assim, demonstrando que a reanálise e os satélites estão em
conformidade. Todavia, a porção leste e sul do domínio mostram que muitos setores
precisam de correção para as vagas, pois o CSIRO subestimou às alturas de onda. As
reanálises do CSIRO subestimaram às alturas das ondulações nos setores leste, sudeste
e, nordeste da borda leste do domínio, justamente os setores com maior frequência de
ocorrência das ondulações. Comparações da reanálise do CSIRO bruta e da reanálise
do CSIRO corrigida com dados de boia na isóbata de 200m indicam o aprimoramento dos
resultados da reanálise do CSIRO corrigida. A técnica de correção das partições das
alturas da reanálise de onda apresenta uma promissora identificação dos erros
sistemáticos associados às reanálises de ondas. Entretanto, a técnica de correção pode
apresentar erros quando feita para pontos sobre a plataforma continental e, a eliminação
de altímetros mais antigos pode ser necessária nas calibrações. Contudo, as correções
feitas nas condições de fronteira localizadas em oceano profundo apontam o
melhoramento da acurácia e performance da reanálise.

Palavras-chave: Calibrações. Reanálises. Vagas. Ondulações.

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A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE FUNDO SOBRE UM REGISTRO


FÓSSIL DE COCOLITOFORÍDEOS NA BACIA DE PELOTAS

LEONHARDT, A.; GONÇALVES, J.

Universidade Federal do Rio Grande (Adriana Leonhardt, adriana.leonhardt@yahoo.com.br)

As reconstituições de paleoprodutividade auxiliam a revelar conexões entre os processos


oceanográficos regionais e mudanças climáticas globais. Estudos de associações de
cocolitoforídeos são excelentes ferramentas neste tipo de análise. No entanto, o registro
sedimentar e fóssil pode apresentar um viés introduzido por processos que ocorreram
durante ou após a deposição, afetando as interpretações paleoceanográficas. Baseado
no registro de cocolitoforídeos do testemunho sedimentar SIS188, recuperado do talude
da Bacia de Pelotas, este trabalho buscou compreender como os processos de fundo
podem alterar o registro sedimentar e fóssil. O modelo de idade foi estabelecido com base
em datações radiocarbônicas e isótopos de oxigênio em carapaças de Globigerinoides
ruber. As médias granulométricas da fração sedimentar de 10-63 μm foram obtidas por
difração a laser. Foram contados 500 cocólitos por amostra, com cálculo da abundância
absoluta e da Razão N. Esta última é um proxy para paleoprodutividade, relacionando
espécies oportunistas e da zona fótica inferior. Os conteúdos de CaCO3 e carbono
orgânico total (COT) foram quantificados nos sedimentos, por ataque com HCl e através
de oxidação catalítica por combustão, respectivamente. O testemunho investigado
compreende o período de tempo de 47,7 a 7,2 cal ka AP, contendo os Estágios Isotópicos
Marinhos (EIM) 1, 2 e 3. As espécies Florisphaera profunda, habitante da zona fótica
inferior, Emiliania huxleyi e Gephyrocapsa spp. dominam a associação ao longo de todo
o intervalo. Os cocolitoforídeos foram contribuintes tanto de carbonato como de carbono
orgânico para o fundo marinho no intervalo estudado. No entanto, as curvas de COT e de
cocólitos por grama de sedimentos apresentam uma tendência oposta à da Razão N no
EIM 3. As baixas quantidades de COT durante o EIM 3, apontado como um intervalo de
alta produtividade, podem ser explicadas pelas propriedades químicas das águas de
fundo. Durante o EIM 3, a Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico mais
vigorosa aumentaria a influência da Água Intermediária Antártica (uma massa d’água
oxigenada) no local de estudo, degradando parte da matéria orgânica depositada no
período. A baixa quantidade de cocólitos registrada para o EIM 3 pode dever-se ao efeito
da diluição destes nos sedimentos, associada a menor velocidade de fluxo da Corrente
de Contorno Oeste Intermediária (conforme indicado pela diminuição no tamanho médio
do silte), que permitiu uma maior taxa de sedimentação. As condições de fundo mudam
durante o EIM 2, permitindo o acúmulo de cocólitos, CaCO3 e COT. No EIM 1,
especialmente no Holoceno, todos os proxies apontam para um intervalo de maior
produtividade.

Palavras-chave: Carbono orgânico. Carbonato. Atlântico Sudoeste.

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O CONTROLE MORFOESTRUTURAL NA DISTRIBUIÇÃO DOS DEPÓSITOS


BIOCLÁSTICOS NA PLATAFORMA DO ALBARDÃO – RS

OKOE, P.M.N.A.; TOLDO JÚNIOR, E.E.; FICK, C.; NUNES, J.C.R.; PUHL, E.; CORRÊA, I.C.S.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Paul Michael Nii Anang Okoe, paulokoe@yahoo.com)

A morfologia da plataforma do Albardão, situada na borda SW da Bacia de Pelotas, é


caracterizada pela presença de vários bancos arenosos vinculados aos ciclos
transgressivos e regressivos do nível do mar formando linhas isobatimétricas irregulares,
os quais indicam a presença de diversos altos batimétricos associada à paleodrenagem
do Rio de La Plata. Abrange cerca de 33.000km² e está limitada ao norte pela
desembocadura da Lagoa dos Patos e ao sul pelo Arroio Chuí. Esses altos demonstram
indiretamente a depressão existente na zona sul da plataforma, a qual tem origem
estrutural ocorrida durante o processo evolutivo da bacia. Partindo dessa premissa, o
presente trabalho tem por objetivo interpretar geneticamente os sedimentos mistos
carbonático-siliciclásticos através da descrição faciológica e destacar a influência
morfoestrutural na distribuição dos depósitos bioclásticos no Albardão. Foram analisadas,
sedimentologicamente e tafonomicamente, 137 amostras de sedimento de fundo,
coletadas em 3 operações oceanográficas. Com base nessas análises, três fácies
carbonáticas foram reconhecidas em analogia ao esquema de classificação das rochas
carbonáticas, uma fácies híbrida e quatro fácies siliciclásticas. Estas foram agrupadas em
três associações: fácies de alta energia composta por rudstones (Rf) e grainstones (Gf),
com conchas altamente fragmentadas presentes abundantemente na zona de
arrebentação e antepraia superior, onde ocorre acentuado retrabalhamento mecânico dos
sedimentos durante eventos de tempestade; fácies de moderada energia composta de
areia híbrida (Hs), areia (S) e areia lamosa (mS) presente na zona de antepraia inferior
onde há uma baixa taxa de retrabalhamento; e fácies de baixa energia representada por
lama arenosa (sM), lama (M) e lama micrítica (Mc) com sem retrabalhamento dos
sedimentos uma vez que se encontra na zona abaixo do Nível de Base de Ondas de
Tempestade (offshore), com extensa ação de winnowing. Nas isóbatas menores de 30
m, em direção ao continente, preferencialmente nos altos batimétricos, Rf e Gf
prevalecem, exibindo uma geometria alongada na direção NE-SW com uma distribuição
lateral heterogênea, enquanto que sM, M e Mc predominam nas regiões mais profundas,
maiores que 50 m, com a mesma geometria. Hs, S, mS marcam a zona de transição,
sendo proposto o seguinte modelo faciológico marinho raso, em direção à praia; M, Mc,
sM, mS, S, Hs, Gf e Rf. Os resultados indicam uma faciologia do fundo controlada pela
profundidade, pela morfologia dos altos batimétricos, pela declividade da plataforma
interna, e pelo fluxo de energia das ondas incidentes.

Palavras-chave: Depósitos bioclásticos. Plataforma continental. Altos batimétricos.

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DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DA LAGOSTA VERMELHA NA ZONA


COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ – CE

ASANO-FILHO, M.; ABREU NETO, J.C. DE; FREIRE, G.S.S.

Universidade Federal do Ceará (Mutsuo Asano Filho, mutsuo.filho@hotmail.com)

A relação intrínseca entre as estruturas Bióticas e Abióticas, são de suma importância na


limitação da distribuição das espécies, uma vez que o tipo de substrato tem influência
direta na qualidade e composição da água, principalmente nas camadas mais próximas
ao fundo. Como os organismos vivos e o seu ambiente estão ligados e interagem entre
si, o tipo de substrato/fáceis sedimentares são fatores preponderantes para identificar as
zonas de distribuição das espécies marinhas, juntamente com os parâmetros físico-
químicos de temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade entre outros. Para as espécies
demersais, o fundo marinho tem forte influência para que haja ocorrência das espécies,
dentre as seis categorias para classificar ecologicamente os peixes em função do
ambiente que ocorrem e se alimentam, em quatro destas categorias, as espécies
marinhas vivem e alimentam-se próximos ao fundo. Informações sobre as fáceis
sedimentares e os habitats das espécies são em muitas vezes estudados e analisados
isoladamente. Porém quando agrupadas as informações biológicas e abióticas é possível
se ter uma visão muito mais abrangente e melhor utilização das informações, sendo
estas, importantes para a gestão de regiões e para os setores ambientais, sociais e
econômicos. Para avaliar a distribuição espacial da espécie, os estudos foram
direcionados e com foco para a espécie Panulirus argus (lagosta vermelha) que é um
animal bentônico e estenoalino, intolerante a baixas salinidades, apresenta uma
distribuição e abundância estreitamente ligada à ocorrência de baixo aporte fluvial e das
fáceis sedimentares formada por sedimentos consolidados, principalmente as algas
calcárias das classes Rhodophyceae e Chlorophyceae encontradas no Município de
Icapuí, que é localizado na parte mais oriental do Ceará, distante de Fortaleza por
aproximadamente 210km e acesso pela rodovia CE-040. Para a análise foram obtidos
resultados de levantamentos dos substratos da área avaliada e compiladas/agrupadas as
informações com estudos já realizados de ocorrência e habitat da espécie. Os pontos de
amostragem utilizados para a confecção das cartas faciológicas, foram classificados
segundo Larsonneur modificada, que classifica os sedimentos levando em consideração
as proporções de areia, cascalho, lama e carbonato de cálcio. Para a melhor
determinação da fácies, utilizou-se a batimetria para melhor compreender a distribuição
das mesmas. As fácies bioclásticas predominantes foram areias bioclástica, e bioclástica
com grânulos e cascalhos, onde ambas ocupam a maior parte da plataforma continental
de Icapuí, com a primeira distribuída no setor oeste da área a partir dos 5 m e no setor
leste a partir de 10 m e ocupando quase toda a área até os 50 m de profundidade. Dentro
de toda área avaliada, a lagosta vermelha apresenta ocorrência em uma região de
aproximadamente 1.591,5km2, (areia bioclástica: 1.108,9km² e areia bioclástica com
grânulos: 482,6km²), sendo estas áreas disponíveis e propícias para as atividades
econômicas de captura desta espécie.

Palavras-chave: Lagosta. Fácies. Icapuí.

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Workshop de Oceano Profundo

DETERMINAÇÃO DA RETROGRADAÇÃO E VULNERABILIDADE COSTEIRA


DO MUNICÍPIO DA BARRA DE SÃO MIGUEL, ALAGOAS

ALMEIDA, H.R.R.C.1; MANSO, V.A.V.2; SANTOS, R.C.A.L1; SILVA, D.F.1

Universidade Federal de Alagoas1 (Henrique Ravi Rocha de Carvalho Almeida,


henrique.ravi@ceca.ufal.br); Universidade Federal de Pernambuco2

Visto a necessidade de ampliar o conhecimento do meio físico para se estabelecer diretrizes


racionais de utilização de áreas costeiras no Estado de Alagoas, a presente pesquisa teve
como objetivo determinar o grau de vulnerabilidade à erosão costeira do Município da Barra
de São Miguel/Alagoas/Brasil, bem como delimitar áreas de proteção e manutenção da
paisagem costeira com base nos prognósticos de retrogradação da linha de costa, previsto
pelo The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) para as regiões litorâneas de
todo o planeta. A metodologia se baseou na coleta de sedimentos desde a região media do
estirâncio até a isóbata de 18m (plataforma continental rasa). Para a caracterização da face
praial, foram levantados perfis topográficos, perpendiculares à linha de costa, equidistantes
em aproximadamente 2km, adotando-se, para tanto, o método denominado de nivelamento
geométrico simples. A posição atual da linha de preamar máxima foi determinada através do
levantamento posicional espacial das feições morfológicas preexistes, materializadas por
coordenadas geodésicas através de receptor GNSS (Global Navigation Satellite System).
Para a categorização do grau de vulnerabilidade da costa, o litoral foi dividido em setor A
(A1, A2 e A3) e setor B, levando em consideração a ocupação antrópica, as altitudes
absolutas de linha de costa, a largura do perfil ativo da plataforma continental e as
características geormofológicas. Para processamento e interpretação dos dados, foram
utilizados os programas SysGran 3.0, Surfer free trial e QGIS 3.4.8. Os resultados
demonstraram que aproximadamente 57% do litoral da área de estudo (setor A) está
ameaçado pela elevação do Nível do Mar, apresentando alto grau de vulnerabilidade. Em
contraponto, o setor B, foi diagnosticado com baixo potencial de vulnerabilidade à erosão. O
prognóstico de retrogradação indicou que mesmo no cenário otimista de elevação do mar
de 48cm até o ano de 2100, os recuos serão elevados, atingindo todas as edificações do
setor A localizadas desde 11m até 37m a partir da linha de preamar atual. O Setor B, apesar
de apresentar alto nível de conservação ambiental, exibiria um recuo de 15,10m. A
determinação do limite terrestre não edificante (LTNE), demonstrou que a adoção prévia dos
resultados ao longo dos setores, seria suficiente para absorver os impactos futuros gerados
pela elevação do nível do mar sobre o litoral da área estudada. Desta forma, é válido afirmar
que os resultados obtidos são importantes para compreensão do ambiente costeiro,
podendo ser utilizado como fonte norteadora no monitoramento da região, através de
estudos complementares na ordem de anos e décadas, de maneira a obter parâmetros
morfodinâmicos espaço/temporais, auxiliando desta forma, na determinação das tendências
evolutivas do litoral da área pesquisada.

Palavras-chave: Profundidade de fechamento. Zona não edificante. Erosão costeira.


Gerenciamento costeiro.

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DISTRIBUIÇÃO DA FORÇA DE ONDAS EM TORNO DA ILHA DE


ALCATRAZES, SP

TAKASE, L.S.; STEIN, L.P.; HOFF, N.T.; SIEGLE, E.

Universidade de São Paulo (Leonardo Silveira Takase, leonardo.takase@gmail.com)

As ondas são as principais forças que atuam nos arquipélagos, interagindo com a
comunidade bentônica e alterando a morfologia das costas. Assim, investigamos a
distribuição da energia das ondas ao redor da ilha de Alcatrazes, pertencente ao
arquipélago de Alcatrazes, uma reserva marinha protegida no sudeste do Brasil e que já
foi alvo de diversos estudos relacionados a biota marinha. Para isso, uma série temporal
de 14 anos (2005-2018) extraída do WaveWatch III - um modelo global desenvolvido pela
NOAA - foi usada para obter o clima das ondas ao largo, definindo as condições de
contorno para o modelo de propagação de onda local (Delft3D Wave). As ondas mais
frequentes são de leste, sudeste e sul, com alturas entre 1,0 e 2,0m ao longo do ano e
períodos mais frequentes de 7 a 10s. Devido à incidência da direção das ondas
dominantes, a força das ondas é maior no lado leste mais exposto da ilha, com seu lado
oposto ao fluxo ficando à sombra dos trens de ondas principais. Com base na distribuição
geral da energia das ondas, as magnitudes variam sazonalmente, com o inverno e o
outono apresentando ondas mais energéticas ao sul e, consequentemente, maior força
das ondas ao longo das costas rochosas das ilhas. Embora Alcatrazes não seja habitada,
conhecer a variação da força de ondas em seu entorno é de especial importância nos
estudos de biota, uma vez que estudos em outras ilhas e praias demonstraram que a
exposição a diferentes forças de ondas influencia na distribuição das comunidades
marinhas, como de peixes e bentos. Com base nos resultados, concluímos que a
distribuição da energia das ondas é uma consequência das características das ondas
incidentes e da geomorfologia da ilha. Nossos achados, por fim, trazem a primeira
avaliação sobre o clima das ondas local e distribuição de energia das ondas ao longo da
costa rochosa da Ilha de Alcatrazes, fornecendo informações básicas importantes para a
compreensão de diferentes aspectos de seu funcionamento e gestão.

Palavras-chave: Clima de ondas. Modelagem de ondas. Delft3D. Força de onda.

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SEDIMENTOLOGIA Y PALEONTOLOGIA DE CORDONES COSTEROS


HOLOCENOS EN EL SECTOR INTERNO DEL ESTUARIO DE BAHÍA
BLANCA, ARGENTINA

ALIOTTA, S.1; GÓMEZ-ESPINOSA, C.2; GINSBERG, S.S.1,3; FARINATI, E.1

Universidad Nacional del Sur - Argentina1 (Salvador Aliotta; gmaliott@criba.edu.ar); Universidad


Autónoma de Guerrero - México2, Universidad Tecnológica Nacional – Argentina3

El estuario de Bahía Blanca, localizado al sureste de la provincia de Buenos Aires


(Argentina), se halla constituido por una extensa llanura fango arenosa surcada por una
compleja red de canales de marea mesomareales de diversas dimensiones. Esta región
estuarial fue afectada por el último evento de ascenso del nivel medio del mar (nmm), el
cual originó, a lo largo de toda la costa norte del estuario, depósitos cordoniformes areno
fosilíferos más o menos continuos, entre cotas de 5 y 6 m sobre el nmm. En este trabajo
se analizan las características sedimentológicas, estratigráficas y paleontológicas de los
cordones conchilíferos ubicados en la zona más interna del estuario, con el objeto de inferir
las condiciones paleoambientales de sedimentación que prevalecieron durante el evento
transgresivo marino. El área de estudio corresponde a una franja costera de 5 km de largo,
en la cual se presenta tres cordones aproximadamente paralelos y relativamente continuos,
con una separación entre ellos de 20-40 m, y una altura máxima de 2 m. Por medio de
calicatas y perforaciones profundas (hasta 15 m) se determinó la estratigrafía y se
obtuvieron las muestras sedimentológicas y paleontológicas para el análisis. El sedimento
predominante de los cordones es una arena fina con aproximadamente un 20 % de restos
de moluscos y una escasa proporción de pequeños rodados (< 1 cm) de cuarcita y calcrete.
Los cordones poseen estratificación paralela, con estratos que varían entre 4 y 10 cm de
espesor, levemente inclinados hacia el mar. Estos depósitos se apoyan, en discontinuidad
erosiva, sobre un limo arcillo arenoso de alta plasticidad. Dicho material pasa
transicionalmente hacia el mar a una arena fina. Entre los cordones y el nivel medio del
mar actual se ubica una amplia marisma holocena limo arenosa y la extensa llanura
intermareal (arcilla arena limosa). Todos los sedimentos descriptos sobreyacen a una
plataforma regional areno limosa, con cementación variable de carbonato de calcio
(calcrete) de origen continental y edad Mioceno-Pleistoceno (Fm Pampiana). El contenido
paleontológico de los cordones es representado principalmente por restos de moluscos,
con 13 especies de gastrópodos y 10 de bivalvos, siendo los más abundantes Littoridina
australis y Erodona mactroides. Los microfósiles presentes en los cordones corresponden
en mayor proporción a diatomeas, luego foraminíferos y ostrácodos. Entre las diatomeas
predominan las especies marinas, tanto bentónicas como planctónicas. Mientras que los
foraminíferos y ostrácodos evidencian condiciones de variada salinidad (mixohalina-
hipohalina). La conjunción de los resultados sedimento-estratigráficos y macro y micro
paleontológicos indican que durante el proceso transgresivo que afectó al área de estudio,
se generó un ambiente costero de condiciones marinas restringidas (baja energía de ola),
con una elevada variabilidad de la salinidad por los cambiantes caudales de los cursos
fluviales que surcaban el sector interno del estuario. La datación radiocarbónica de 5290
años obtenida del cordón más elevado es indicativa del máximo transgresivo, a partir del
cual tuvo lugar el proceso regresivo marino, originando las condiciones morfológicas y
sedimentológicas actuales del estuario de Bahía Blanca.

Palabras-clave: Cordón costero. Sedimentos. Fósiles. Holoceno.


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CARACTERIZAÇÂO FACIOLÓGICA DA PLATAFORMA CONTINENTAL DE


ICAPUÍ – CE

ABREU NETO, J.C. DE; FREIRE, G.S.S.

Universidade Federal do Ceará (João Capistrano de Abreu Neto, joaoabreuneto@gmail.com)

Cerca de 70% da superfície terrestre encontra-se abaixo do nível do mar, sendo, ainda,
relativamente pouco conhecida. Entre esses ambientes marinhos existe a margem
continental que separa os domínios continentais dos oceânicos, representando uma zona
de transição entre a crosta continental e a oceânica, com um processo de sedimentação
influenciado pela profundidade e morfologia do fundo, além do clima e correntes
marinhas. Os sedimentos marinhos são conhecidos por se formarem através de
depósitos de sedimentos terrígenos em áreas de bacias oceânicas. Devido à distância
das zonas submersas profundas para a costa, os sedimentos vão se modificando por
meio de sua granulometria ou do modo como foram depositados. A área de estudo se
localiza no extremo leste do estado do Ceará, na fronteira com o estado do Rio Grande
do Norte e está inserida no contexto geológico da Bacia Potiguar, que compreende uma
parte emersa e outra submersa, ocupando grande parte do Estado do Rio Grande do
Norte e uma pequena porção do Estado do Ceará. Assim, tendo em vista a importância
de conhecer a distribuição do substrato marinho, este trabalho tem como objetivo
caracterizar a distribuição dos sedimentos da plataforma continental adjacente ao
município de Icapuí, no estado do Ceará. Os pontos de amostragem utilizados para a
confecção das cartas faciológicas, foram classificados segundo Larsonneur, que
classifica os sedimentos levando em consideração as proporções de areia, cascalho,
lama e carbonato de cálcio. Para a melhor determinação da fácies, utilizou-se a batimetria
para compreender a influência da morfologia do fundo oceânico na distribuição das fácies.
No total foram utilizadas 64 amostras, sendo assim possível a geração de um mapa
faciológico da área. As fácies presentes na plataforma continental interna modificam-se
de acordo com a morfologia do fundo marinho, onde puderam ser identificadas 5 fácies
em toda a área da plataforma. Na plataforma interna, há uma falha que se prolonga saindo
do continente e mar adentro, que funciona como um divisor entre as fácies areia
bioclástica e areia litoclástica. A fácies predominante é a areia bioclástica, que ocupa uma
área de 1838,44km², seguida das fácies areia litoclástica (779,59km²), cascalho
bioclástico (158,25km²), lama litoclástica (14,07km²) e areia bio-litoclástica com 6,57km².
A plataforma interna apresenta predominância de areia litoclástica, sofrendo uma intrusão
de areia bioclástica na região oeste. Tal ocorrência possivelmente fica limitada por um
sistema de falhas e o contraste entre fácies fica marcado por uma descontinuidade do
relevo. Na plataforma externa os sedimentos bioclásticos recobrem a maior parte do
fundo, com uma pequena ocorrência de areia litoclástica e cascalho bioclástico. O padrão
se repete no talude superior, com exceção de uma ocorrência localizada de lama
litoclástica.

Palavras-chave: Faciologia. Plataforma continental. Icapuí.

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GEOINDICADORES DA LINHA DE COSTA: ESTUDO DE CASO DA PRAIA


DA CAPONGA, CEARÁ, BRASIL

MOURA DE ABREU, M. R.¹; ABREU NETO, J. C. de²; BARROS, V.M.de O. 2

Colégio Militar de Fortaleza1 (Marisa Ribeiro Moura de Abreu, marisageog@gmail.com);


Universidade Federal do Ceará2

As faixas de praia são conhecidas por ambientes dinâmicos e sua constante mudança na
configuração morfológica. Essa dinâmica torna estes ambientes instáveis, o que pode
acarretar em modificações devido, na maioria das vezes, aos processos erosivos
desenvolvidos pelos aspectos naturais e as atividades humanas. A Praia da Caponga se
localiza no litoral leste do Ceará e vem apresentando ao longo de décadas,
geoindicadores de erosão costeira associados as mudanças no perfil morfológico da
praia. Tais mudanças ocorrem devido a rápida ocupação da orla marítima, aparecendo
um grande número de construções em áreas acentuadamente dinâmicas como os
manguezais, campos de dunas móveis e faixa de praia. Uma alternativa de análise dos
espaços litorâneos são estudos e metodologias baseados na análise de geoindicadores.
Neste sentido, a presente pesquisa teve como objetivo identificar e analisar os
indicadores da linha de costa e os geoindicadores relacionados as mudanças no perfil
morfológico da praia da Caponga, avaliando sua vulnerabilidade à erosão, utilizando-se
de metodologias propostas pela literatura e o uso de geoprocessamento e práticas de
campo. A realização se deu através de metodologia aplicada entre Março/2018 e
Janeiro/2020, por meio de dados georreferenciados e monitoramento de campo. Foram
duas metodologias aplicadas onde a primeira analisa a representação da verdadeira
posição dessa linha em um determinado momento do tempo; e a segunda apresenta um
simples método baseado em indicadores ambientais e geoindicadores, que apresentam
variáveis de caráter tanto ambiental quanto social. Constatou-se que a praia possui uma
média de 60-100m de extensão, diferenciando-se em períodos de baixa-mar e preamar,
onde o perfil se torna mais inclinado e, em certos períodos do ano, apresenta
paleomangues, feições de berma, desenhos dos grãos de areia movimentados pelas
correntes, dentre outros. Verificou-se que houve um recuo de 1,75m por ano neste ponto
da praia. Quanto aos geoindicadores destaca-se a feição de berma, que teve uma
variação entre 1,5 e 2m. Esta se tornou estável durante três meses monitorados, sendo
considerada o indicador com menor variação nos levantamentos realizados, todavia, este
mostrou ser satisfatório para monitoramento costeiro, em especial onde há recorrência
de eventos erosivos, pois as ondas atingem a base da duna frontal nos períodos de
preamar e maré meteorológica positiva, quando as ondas ficam com alturas mais
elevadas. Já a presença de paleomangues também se tornou um indicador compatível
com perda de sedimentos e processos erosivos na área. Os geoindicadores corroboraram
com os demais autores que já trabalharam os processos morfodinâmicos da área e
definiram esta como sendo um ambiente de vulnerabilidade alta e que sofre com a erosão
costeira há mais de três décadas.

Palavras-chave: Morfologia. Praia. Processos costeiros. Mudanças.


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CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTAR DE TESTEMUNHOS RASOS E DATAÇÃO


POR CARBONO-14 (14C) NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE SERGIPE

SANTOS, J.R.1; SANTOS, L.A.2; FONTES, L.C.S.1; CARNEIRO, M.E.R.3; ARGUELHO,


M.L.P.M.1; GARCIA, C.A.B.1

Universidade Federal de Sergipe1 (Jonas Ricardo dos Santos, jonasricardo@gmail.com);


Universidade Estadual Paulista2; CENPES – PETROBRAS S.A.3

A importância dos estudos dos testemunhos é que através deles podemos reconstituir as
mudanças na evolução da sedimentação e a interação rio-mar nos últimos milênios, da região
costeira e marinha. Estes estudos tiveram como objetivos a ampliação das informações sobre
a geologia da margem continental de Sergipe e Alagoas, além da interação terra-mar na foz
dos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris e Piauí-Real. Os testemunhos foram
coletados durante as campanhas oceanográficas do projeto MARSEAL, utilizando-se os
amostradores Box Corer e Testemunhador, sendo o testemunho armazenado com o uso do
tubo de PVC de 30 a 50cm de comprimento. Os tubos foram orientados no sentido vertical
com o topo para cima e preservados sob congelamento, com o cuidado de manter a posição
vertical. Em laboratório, um total de 19 testemunhos rasos foram descritos, observando-se as
mudanças macroscópicas na granulometria e cor, identificação dos estratos e estruturas
sedimentares, além da presença de restos de organismos macroscópicos no laboratório
Georioemar, da Universidade Federal de Sergipe. Posteriormente foi realizado o processo de
subamostragem para retirada de sedimentos com intervalos de 1cm. As datações foram
realizadas no Laboratório Beta Analytic, através do método de Espectrometria de Massas com
Aceleradores (AMS). Do total de testemunhos selecionados para datação por Carbono 14
(14C), em apenas 10 deles obteve-se a quantidade mínima de material exigida pelo método
AMS. O peso de biodetritos (bivalves) obtidos nos testemunhos da zona lamosa associada ao
rio São Francisco, em geral na quantidade mínima exigida pelo método, foi bastante inferior
ao obtido nos testemunhos da região do Japaratuba. O rio São Francisco foi responsável no
Quaternário por um elevado aporte de sedimentos que influenciaram diretamente a
sedimentação da plataforma continental adjacente, sendo encontradas 4 fases de
sedimentação em um testemunho, com as suas taxas de sedimentação e idade em torno de
100 anos, sendo a 1ª Fase no topo, com uma taxa de sedimentação de aproximadamente
0,79cm/ano (2011-2007); na 2ª Fase com 0,26cm/ano (2007 a 1988); na 3ª Fase de 0,08
cm/ano (1988-1955) e a 4ª Fase na base com 0,03cm/ano (1955-2013). A partir dos resultados
obtidos, foi possível estabelecer uma clara diferenciação entre os setores ao norte e ao sul da
foz, em função da distribuição dos sedimentos siliciclásticos de origem continental. Os
componentes biogênicos dos sedimentos superficiais datados por Carbono-14 (C14),
permitiram distinguir em três conjuntos de sedimentos com diferentes idades, um na zona
lamosa do São Francisco, outro na zona lamosa do Japaratuba, e outro nas demais regiões
da plataforma. Nos sedimentos da plataforma continental as idades correspondem até 570
anos A.P. (Holoceno). Enquanto, no cânion Japaratuba as idades variam entre 890 a 5.300
anos A.P. No cânion São Francisco as idades das carapaças são mais recentes,
apresentando idades de percentagem do carbono moderno, indicando carapaças modernas.
As diferenças na idade dos sedimentos biogênicos podem estar associadas ao ambiente de
deposição, como também a remobilização e transporte dos grãos na área estudada.

Palavras-chave: Testemunhos Rasos. Holoceno. Plataforma Continental. Bacia de Sergipe-


Alagoas.

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ANÁLISE PALEOAMBIENTAL DE TESTEMUNHOS RASOS E DATAÇÃO


POR CARBONO-14 NOS CÂNIONS DO TALUDE CONTINENTAL DE
SERGIPE

SANTOS, J.R. DOS1; SANTOS, L.A.1; FONTES, L.C.S.1; CARNEIRO, M.E.R.2

Universidade Federal de Sergipe1 (Jonas Ricardo dos Santos, jonasricardo@gmail.com);


PETROBRAS S.A.2

Este trabalho teve como objetivo obter informações sobre os cânions São Francisco e
Japaratuba na região do talude continental e avaliadas a contribuição destes para a
sedimentação marinha. A importância dos estudos dos testemunhos é que através deles
podem-se reconstituir as mudanças na evolução da sedimentação e a interação rio-mar
nos últimos milênios. O planejamento da malha de amostragem do fundo marinho, com a
utilização do Box Corer, buscou atingir os canais submarinos e as áreas entre eles, entre
50m até uma profundidade de 3.000m. Um total de 38 testemunhos foram coletados
durante a campanha oceanográfica SED3 do projeto MARSEAL. Os testemunhos foram
obtidos através de um cano plástico com 50cm de comprimento, inserido no amostrador
Box Corer. Em laboratório, um total de 15 testemunhos rasos foram descritos,
observando-se as mudanças macroscópicas na granulometria e cor, identificação dos
estratos e estruturas sedimentares, além da presença de restos de organismos
macroscópicos e determinação do teor em matéria orgânica no Laboratório Georioemar,
da Universidade Federal de Sergipe. O processo de subamostragem para retirada de
sedimentos obedeceu ao intervalo de 1 cm. As analises granulométricas foram realizadas
através de granulômetro a laser, na UNESP. Amostras de foraminíferos, moluscos e
restos vegetais encontrados nos testemunhos, foram datadas na Beta Analitc, através do
método do Carbono 14 (14C) com contagem através de Espectrometria do Acelerador de
Massa (MAS). Os resultados obtidos, através das datações de Carbono 14, nos
testemunhos rasos, nos revelam taxas de sedimentação da ordem de 37-39cm/1000 anos
no cânion São Francisco e de apenas 7cm/1000 anos no cânion Japaratuba, mostrando
um aporte de sedimentos muito maior no cânion São Francisco, com expressiva redução
nas profundidades superiores a 1.300m. O cânion Japaratuba apresenta taxas de
sedimentação bem menores (6,7-12,8cm/1000 anos) e contrasta também por apresentar
um aumento na taxa de sedimentação em regiões profundas. Nas áreas entre os cânions
Sergipe, Vaza-Barris e Piauí-Real, na porção sul da Bacia SEAL, as taxas de
sedimentação são baixas (7-9cm/1000 anos na isóbata de 1.000m e 4-2cm/1000 anos na
isóbata de 3.000m) e diminuem em direção a regiões profundas, como esperado para
sedimentos hemipelágicos. Na última estação do cânion São Francisco, na profundidade
de 3.000m, a datação por 14C em fragmentos de madeira na profundidade de 23cm do
testemunho, apresentou a idade de 2.130 anos A.P. e taxa de sedimentação de
10,8cm/1000 anos, sendo o evento turbidítico mais recente registrado. No cânion
Japaratuba, também a 3.000m de profundidade, foi amostrada uma areia turbidítica
cascalhosa que provavelmente tenha sido depositado por um fluxo turbidítico. A datação
de biodetritos da camada superior forneceu idade de 940 anos e a datação de bivalves
na camada intermediária, forneceu idade superior a 43.500 anos A.P., demostrando uma
atividade recente nesse cânion. Se a cobertura hemipelágica sobre a areia foi depositada
imediatamente após o evento deposicional, provavelmente este ocorreu há cerca de
1.000 anos A.P., tendo remobilizado material muito mais antigo. Isto pode demostrar que
o cânion ainda transporta, eventualmente, sedimentos grossos oriundos da plataforma
continental até o sopé.

Palavras-chave: Testemunhos Rasos. Quaternário. Talude Continental. Bacia de


Sergipe-Alagoas.
165
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Workshop de Oceano Profundo

AVALIAÇÃO MINERALÓGICA DA MINERALIZAÇÃO DE ILMENITA NO


LITORAL DO RIO GRANDE DO SUL

WUST, C.F.1; CHEMALE, F.1, CHEMALE, L. T. 1,2, RIZZI, M.A.M.3

Universidade do Vale do Rio dos Sinos1 (Cássia Fatima Wust, wustcassia@gmail.com); Serviço
Geológico do Brasil2, Universidade Federal do Rio Grande do Sul3

Nos sedimentos praiais de São José do Norte ocorrem significativas concentrações de


minerais pesados, principalmente minerais de óxidos de Fe - Ti. A acumulação de
minerais pesados com alto valor agregado compõe um tipo especial de depósito chamado
de placer, os quais se destacam mundialmente por concentrarem minerais portadores de
titânio (ilmenita, rutilo, leucoxênio) e zircão, incluindo diversos bens metálicos ou pedras
preciosas. Estes minerais (ilmenita e rutilo) ocorrem não apenas como minerais primários
inalterados, mas também exibem distintos graus de alteração, resultando em um aumento
no teor de TiO2. Este aumento no teor de Ti está diretamente ligado a oxidação do Fe2
presente na estrutura cristalina da ilmenita. Em parte, além do processo acima descrito,
ocorre a substituição do ferro por elementos contaminantes que reduzem a qualidade do
concentrado representando impurezas no produto final. Com o objetivo de fazer uma
caracterização química a respeito dos distintos graus e modos de alteração desses grãos,
bem como avaliar a distribuição elementar dos minerais de óxidos de ferro e titânio, foram
coletadas um total de dezesseis amostras, todas em São José do Norte - RS. O conteúdo
amostrado em cada ponto foi concentrado e separado conforme susceptibilidade
magnética pré-estabelecida (0,1A, 0,3A, 0,5A, 0,75A, fração magnética e fração não
atraída) gerando seis sub amostras para cada um dos dezesseis pontos amostrados.
Cada uma das frações foi impregnada em resina e analisadas separadamente em
microssonda eletrônica. As análises químicas desses minerais mostram que os grãos de
ilmenita possuem um amplo espectro de variação de composição química e que grande
parte dos grãos de ilmenita encontra-se ligeiramente alterada exibindo múltiplas
morfologias e texturas, resultado de diferentes estágios de alteração.
Composicionalmente os concentrados contêm em média 61,96% de TiO2, com pequenas
impurezas de SiO2, Al2O3 e Cr2O3. Tais observações possuem implicações significativas
para a mineração e recuperação de ilmenita na área, uma vez que indicam que a
distribuição de grãos alterados deve ser razoavelmente constante ao longo da linha de
praia. Com o aumento da alteração, consequentemente, características físicas e químicas
como densidade aparente, porosidade, densidade dos grãos, dureza, susceptibilidade
magnética e outras propriedades são afetadas. Conhecer a qualidade dos produtos
minerais de titânio é importante, pois as alterações sofridas por estes grãos influenciam
diretamente em seu valor econômico e são prejudiciais em muitas utilizações finais do
metal.

Palavras-chave: Depósito tipo placer. Ilmenita. Microssonda eletrônica.

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Workshop de Oceano Profundo

U-Pb AND Lu-Hf ISOTOPES APPLIED TO THE PROVENANCE STUDIES OF


THE Ti-BEARING PLACERS IN THE RIO GRANDE DO SUL COASTAL PLAIN

RIZZI, M.A.M1; CHEMALE JR., F.2; DILLENBURG, S.R.1; TAKEHARA, L.3;


GIRELLI, T.J.2; WUST, C.F.2

Universidade Federal do Rio Grande do Sul1 (Monique Aparecida Marchese Rizzi,


mmonique.rizzi@gmail.com); Universidade do Vale do Rio dos Sinos 2; Serviço Geológico do
Brasil3

Formed through the mechanical concentration of heavy minerals in a sedimentary


environment, beach placers can constitute deposits of great added economic value. In
São José do Norte (RS), a world-class Ti-bearing placer was formed during the late
Holocene. It is well known a relationship between placer formation and the evolution of
coastal barriers in southern Brazil during the late Holocene. But there is still a debate in
regard of the primary source of the heavy minerals. Thus, this research has focused on
the study of these heavy minerals provenance. With this pourpose eight sand size samples
were collected at the backshore zone of beaches located between Cassino and São José
do Norte. After laboratory processes of heavy minerals concentration, zircons were
separated with the aim of geochronology analysis by U-Pb and Lu-Hf isotopes via LA-ICP-
MS. The U-Pb age pattern distribution of the analyzed zircon samples was grouped in the
different tectonic intervals of South America, such as Andean, Late to Post Gondwanides-
Andean, Gondwanides, Famatinian, Pampean, and the Neoproterozoic, Mesoproterozoic,
Paleoproterozoic and Archean cycles. Of these, 35.7% of the total analyzed grains belong
to the Neoproterozoic period, which covers the Brasiliano cycle. However, 9% of the total
zircons analyzed (up to 12% in some samples) correspond grains younger than 50 Ma.,
restricted to the Andean interval in southern South America. The Lu-Hf detrital zircon
analyzes point out at least two distinct groups. One with very young ages (around 50 Ma.
- Andean cycle) and positive Hf(t) trends that demonstrate a contribution of a depleted
mantle. And another one aged about 250 Ma. and negative Hf(t), showing crucial crustal
recycling, interpreted as Late to Post Gondwanides cycle. Older zircons (500 to 800 Ma.
old) display negative Hf(t) values and, therefore, lesser radiogenic and larger crustal
contribution. These zircon grains came from a recycled magmatic arc of the Brasiliano
cycle. The U-Pb data integrated with the Lu-Hf isotopic data provided clue information on
the different sources that fed the coastal barrier system of southern Brazil during the
Holocene. The Andean source in the heavy mineral deposits is ubiquitous information for
the distal sediment contribution of the Rio de La Plata system since its tributaries transport
also material from the Andean mountains. The proximal drainage systems, such as the
Camaquã, Jacuí, and Cebolatti rivers, fed mainly sediments eroded from the South-Rio-
Grandense Shield.

Palavras-chave: U-Pb and Lu-Hf isotopes. Provenace. Rio Grande do Sul Coastal Plain.

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FRAGMENTATION INTENSITY: A NEW (AND STANDARDIZED)


METHOD TO ASSESS DISSOLUTION EFFECTS ON
PLANKTONIC FORAMINIFERA ASSEMBLAGES

SUAREZ-IBARRA, J.Y.1; FROZZA, C.F.1; PETRÓ, S.M.2; PIVEL, M.A.G.1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul1 (Jaime Yesid Suarez-Ibarra;


jaime_yesid16@hotmail.com); Universidade do Vale do Rio dos Sinos2

Dissolution effect on planktonic Foraminifera tests involves partial damage and weight loss, easily
measured by the classical fragmentation index (broken and fragmentation tests indexes).
Nevertheless, since they were first proposed, they have been used indistinctly, and usually mixing
both of them. Separate fragment and broken counting involves an observer bias, since it is visually
difficult to pinpoint the difference between fragments (<50% of the original test) and broken (> 50%).
Also, tests with minor damage can be considered as either broken or whole, depending on the
observer. Additionally, attempts to correct the exponential increase of the number of fragments
tests in higher dissolution effects use arbitrary chosen denominator numbers to avoid an apparent
increase in tests counts by successive subdivisions. Thus, here we propose an improved and
standardized method for the planktonic Foraminifera fragmentation assessment. First, we consider
both broken and fragments together – so the investigator does not have to decide whether the
observed remains correspond to more or less than half a test –, relative to the whole planktonic
Foraminifera tests counted in the subsamples. Second, we divide the former number by the ratio
between the area and perimeter of the remains. The Fragmentation Intensity is thus defined as:
[(fragments + broken)/(fragments + broken + whole tests)]/(area/perimeter). Our theoretical basis
estimates that, for example, in tests (and assemblages) under intense dissolution, a broken shell
can divide into new fragments, while the total area can remain similar, and the new total perimeter
is increased. The formula was tested on 40 samples of a core from the Pelotas Basin continental
slope. For the counting and area/perimeter measurements, all planktonic Foraminifera remains
(broken tests and fragments) need to be disposed on a dark background for subsequent
photographing and scaling. An Axiocam105 camera attached to a Discovery.V8 Zeiss
stereomicroscope was used. The open source image analysis software ImageJ2 was used for
counting the broken tests and fragments and calculate their average area (μm 2) and perimeter
(μm). Given that our census counts were performed on the > 150 μm size fraction, all fragments
smaller than the mesh size area (22500 μm²) were automatically selected and removed from
calculations using the Analyze Particles tool. In order to evaluate the Fragmentation Intensity, we
applied it to a sediment core together with other traditionally used dissolution indexes, namely the
planktonic Foraminifera broken and fragment indexes, the bulk sand fraction (%), the number of
planktonic Foraminifera per gram and the CaCO 3 content (%). When compared to calcium
carbonate content, grain sand content and planktonic foraminifera tests per gram, the
Fragmentation Intensity provided better correlation values than the former broken and fragments
indexes. Future studies, under different oceanographic settings, must further test this method in
order to give more confidence, and eventually adapt the index into a proxy of calcium carbonate
undersaturation. [IODP-CAPES, process 88887.091727/2014-01]

Keywords: Dissolution. Calcareous microfossils. Taphonomy. Methodology.

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ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DA LINHA DE COSTA


DO MUNICÍPIO DE JEQUIÁ DA PRAIA, ALAGOAS

BONFIM, A.A.T.L.; SOUZA, C.R.G.; SANTOS, R.C. DE A.L.; BEZERRA, K.L.T.

Universidade Federal de Alagoas (Anna Alice Tenório Bonfim, alicemirindiba.b@gmail.com)

O estado de Alagoas detém aproximados 230km de extensão de linha de costa e abriga


em seu território diversos ambientes costeiros, tais como: falésias, lagunas, estuários,
cordões litorâneos e praias. O ambiente costeiro alagoano tem passado por modificações
contínuas e progressivas, sendo estas resultantes especialmente das atividades
antrópicas, tais como aterros e ocupações desordenadas. Assim, o meio natural tem sido
modificado e contribuído com a degradação dos ecossistemas costeiros. As condições
geológicas e geomorfológicas, juntamente com a dinâmica costeira durante o quaternário,
originaram as feições morfológicas presentes na planície costeira atual. Tais como, os
recifes de arenito que constituem feições morfológicas importantes na distribuição dos
sedimentos e mudanças na morfologia costeira. A posição da linha de costa do município
tem sido afetada nas últimas décadas por fatores naturais da dinâmica costeira,
transporte de sedimentos e por fatores antrópicos como a ocupação desordenada, tal
qual ocorre no povoado de Lagoa Azeda ao norte do município. A área de estudo
corresponde a uma extensão litorânea de aproximadamente 7,25km, localizada no
município de Jequiá da Praia, litoral sul alagoano. Tendo em vista essas condições, este
projeto teve como objetivo estabelecer a vulnerabilidade deste setor costeiro, segundo a
metodologia de Dal Cin & Simeone (1994), levando-se em conta a estabilidade e as
características das praias, embasado nos vários aspectos da dinâmica natural e suas
interações, identificando áreas vulneráveis à erosão, interferências antrópicas, poluição
das águas e detectando prováveis riscos costeiros. Através das análises foi possível
concluir que a linha de costa de Jequiá encontra-se predominantemente inserida em um
cenário de alta e média vulnerabilidade. Tal cenário representado pela presença das
falésias vivas ao longo da costa, do exutório da Lagoa Azeda e Laguna Jequiá (em Duas
Barras), estes todos ligados da dinâmica e circulação costeira (ventos e marés), e a alta
energia das correntes. Analisando-se as duas últimas décadas, percebeu-se que a área
de ocupação na linha de costa cresceu de 68.861m² em 2003 para 116.660m² em 2020,
ou seja, um incremento de 47.799m² em 17 anos. Diante disso, ratifica-se uma tendência
de crescimento da área ocupada para os próximos anos, como ocorrem nos vários
municípios costeiros no estado. É essencial que o Gerenciamento Costeiro (GERCO) e
os próprios municípios se atentem no que se diz respeito à fiscalização e ordenamento
da zona costeira, com intuito de reduzir as pressões antrópicas bem como, a degradação
sobre os ecossistemas. Além disso, é de suma importância que novas construções e
empreendimentos tenham licença ambiental a fim de evitar a instalação dos mesmos em
locais de alta e média vulnerabilidade que oferecem risco à vida humana e aos recursos
materiais.

Palavras-chave: Vulnerabilidade. Ocupação. Erosão.

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INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA DA BAÍA DA BABITONGA, SC,


NO PLEISTOCENO SUPERIOR E HOLOCENO

GALVÃO, W.¹; KLEIN, A.¹; MAHIQUES, M.²; PINTO, M.1; PRADO, M.¹; ALMEIDA, L.³;
PANDOLPHO, B.¹; DIAS, R.²

Universidade Federal de Santa Catarina¹ (Wilson Fabiano Leite Galvão,


galvao.wilson.1@gmail.com); Universidade de São Paulo2; Universidade Federal do Rio Grande³

O presente trabalho apresenta resultados preliminares da análise dos depósitos


sedimentares presentes na Baía da Babitonga/SC com foco no Holoceno e Pleistoceno
Superior, a fim de propor um modelo para a evolução geológica da baía. Para isso, foram
analisados 28 km de dados sísmica rasa (CHIRP, de frequência entre 0,5 – 12,0kHz) e
de 5 testemunhos obtidos na baía, coletados em diferentes pontos selecionados a partir
da análise prévia dos dados sísmicos. A Baía da Babitonga é composta pelo Canal do
Palmital (CPa), Canal do Linguado (CL) e Canal Principal (CP). Separando a Ilha de São
Francisco do Sul do continente, o CP e o CL se encontram com CPa, a montante. Dessa
forma, o CPa e CL apresentam orientação NO-SE, encaixados sobre a Zona de
Cisalhamento do Palmital (ZCP), e o CP, orientação de SO-NE. Até o presente momento,
os dados sísmicos foram processados e previamente interpretados, onde feições
acústicas de gás foram identificadas por toda baía. Também foram mapeadas as
ocorrências do embasamento acústico, que por vezes aflora no assoalho da baía, sendo
caracterizado como embasamento cristalino. O embasamento cristalino identificado faz
parte do Complexo Paranaguá e se comporta como um alto estrutural em momentos de
nível do mar baixo, separando a drenagem do CP do segmento da drenagem que era
encaixado sobre a ZCP e conectava o CPa ao CL. Tal interpretação é feita a partir da
relação entre as feições de paleocanais identificadas nos registros sísmicos com a
presença do embasamento alçado no centro da baía. Para classificação do fundo da baía,
agrupou-se os caráteres acústicos a partir da intensidade do sinal, de sua forma e da
profundidade de penetração do sinal nas camadas sedimentares internas. Desta análise
também se identificou marcas onduladas de fundo, na região da desembocadura do CP
e em outras áreas no interior da baía, que indicam maior energia hidrodinâmica. Com as
análises granulométricas feitas, observou-se que a intensidade do sinal sísmico é mais
forte em áreas onde areias dominam e marcas de fundo ocorrem. Em contrapartida, o
sinal é atenuado quando o sedimento é siltoso, contendo um alto teor de água, podendo
apresentar ocorrência de gás no entorno. Por fim, a correlação de tais resultados mostra
que o gás encontrado em menores profundidades está ligado à presença do
embasamento cristalino alçado no interior da baía, enquanto paleocanais se relacionam
às ocorrências de gás em maiores profundidades no pacote sedimentar. Ainda, observa-
se a relação da ocorrência de gás com um sedimento siltoso.

Palavras-chave: Baía da Babitonga. Sísmica de alta resolução. Gás no sedimento.


Paleocanais.

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OCORRÊNCIAS DE GÁS A PEQUENA PROFUNDIDADE EM


AMBIENTES LAGUNARES COSTEIROS

TERRA, L.¹; PINHEIRO, L.1; GARCIA-GIL, S.2

Universidade de Aveiro1 (Lauricio Terra, lauricio@ua.pt); Universidade de Vigo2

O gás natural é uma mistura de gases que consiste principalmente em metano. Métodos
geofísicos, associados a dados geotécnicos, têm sido usados em várias partes do globo
para investigar a presença de gás a pequena profundidade. Este resumo apresenta
resultados da investigação de acumulações e escape de gás em regiões distintas de dois
ambientes costeiros, a Ria de Aveiro e Ria de Vigo. No Terminal Portuário Norte da Ria
de Aveiro foram utilizados dados duas campanhas geofísicas combinando Chirp e
Sidescan, assim como, dados de sondagens e coleta de sedimentos. Na baía de San
Simon e Estreito de Rande da Ria de Vigo foram utilizados dados de Chirp de três
campanhas geofísicas, a Varigas-1, Galeones e Osmetria-3. Evidências de acumulação
nos sedimentos e escapes de gás foram encontradas em ambas as áreas de estudo.
Essas evidências incluem: Turbidez Acústica e Colunas Acústicas em subsuperfície,
Pockmarks nos fundos lagunares e Plumas Acústicas na coluna de água. No Terminal
Norte foram cartografados 3 campos de gás. Na Baía de San Simon da Ria de Vigo se
cartografou 1 campo de gás e no Estreito de Rande, também na Ria de Vigo, 2 campos
foram cartografados. A análise estratigráfica do Terminal Norte da Ria de Aveiro
apresentou três unidades distintas: U1 que consiste nas argilas e margas do Cretácico
Superior, U2 que consiste em areias médias c/ seixos com provável idade relativa do
Pleistocênico Tardio e U3 que consiste em areias médias a finas do Holocênico. As
acumulações de gás no Terminal Norte se encontram na unidade U3. A análise
estratigráfica no Estreito de Rande e Baía de San Simon da Ria de Vigo apresentou
quatro unidades distintas: U1 que consiste em um embasamento granítico e metamórfico
irregular altamente falido, U2 que consiste em sedimentos da idade do Pleistocênico, U3
que em sedimentos da idade do Pleistocênico Tardio e U4 que consiste em sedimentos
do Holocênico. As acumulações de gás nas áreas da Ria de Vigo encontram-se entre as
unidades U3 e U4. Nas duas áreas de estudo as acumulações de gás se encontram nas
unidades com sedimentos lagunares do Pleistocênico Tardio ou Holocênico. Estima-se
que a origem do gás seja biogênica e resulte da degradação das acumulações de matéria
orgânica depositada por canais fluviais oriundos da regressão do nível do mar após o
último máximo glacial. As variações do nível do mar mostraram ser um fator importante
que controla o tipo (fino vs. grosso) e distribuição de fácies (lateral e vertical) que
permitem a migração, acúmulo ou escape de gás.

Palavras-chave: Metano. Gás. Reflexão Sísmica. Laguna. Ria de Aveiro. Ria de Vigo.

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TRANSPORTE DE SEDIMENTOS INDUZIDOS POR ONDAS NO


SEGMENTO NORTE DA ENSEADA DA BAÍA FORMOSA,
RIO DAS OSTRAS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FERNANDES, D.1,2; GOUVEA JUNIOR, W.C.2; VELÁSQUEZ, D.2; SILVEIRA, I.R.L.2; CABRAL,
C.L.1,2; CASTRO, J.W.A.1,2

Universidade Federal do Rio de Janeiro1 (Daniel Fernandes, fernandes.geol@gmail.com); Museu


Nacional / UFRJ2

Mudanças morfológicas em ambientes de sedimentação costeira são decorrentes de interações


entre o oceano e o continente. O clima de ondas é o principal agente responsável pelo “input” de
energia no transporte de sedimentos. A manutenção do perfil de praia em curto e médio prazo não
significa repouso dos sedimentos, mas, equilíbrio entre entrada e saída de sedimentos na zona
costeira. Desde os anos sessenta, pesquisadores vem desenvolvendo formulações e métodos
para o cálculo do transporte longitudinal de sedimentos induzido por ondas. A taxa de transporte
é mensurada em função de variáveis hidrodinâmicas e sedimentológicas. O presente trabalho
objetiva quantificar taxas de transporte de sedimentos induzidos por ondas nas praias da Tartaruga
e Abricó, segmento norte da Enseada da Baia Formosa, litoral do Estado do Rio de Janeiro. Esse
segmento de litoral, há aproximadamente duas décadas vem passado por intenso processo de
recuo de linha de praia (erosão). Como procedimento metodológico, realizou-se inicialmente o
levantamento histórico do clima de ondas e coleta de dezesseis (16) amostras de sedimentos em
oito (8) pontos na zona de surfe (ante praia) durante períodos de inverno e verão. Nas análises de
sedimentos, utilizou-se parâmetros sedimentológicos referentes ao diâmetro mediano do grão
(D50), grau de seleção (σ), grau de assimetria (Sk) e curtose. Para o cálculo da taxa de transporte
longitudinal de sedimentos, utilizou-se, a expressão matemática proposta por KOMAR & INMAN
(1970), também conhecida como fórmula do CERC (1984). Os parâmetros estatísticos das
amostras coletadas indicaram a prevalência de sedimentos grossos a muito grossos e
moderadamente selecionados, com valores de curtose distintos para períodos analisados. Formas
platicúrticas e mesocúrticas são verificadas nas curvas de distribuição granulométrica durante o
inverno, enquanto formas leptocúrticas durante o verão. Nos pontos localizados mais a sul da área
de estudo, próxima a desembocadura do rio São João, também foram observadas curvas com
maior dispersão granulométrica. Resultados obtidos sugerem predomínio de transporte residual
de norte para sul, com taxas entre 75.000 m 3.ano-1 a 515.000 m3.ano-1. As disparidades entre os
valores obtidos associam-se as frequências e alturas de ondas significativas em águas profundas
(H0) para os diferentes quadrantes e às variações texturais dos sedimentos analisados. Os valores
apresentados em relação as estimativas de taxas de transporte de sedimentos induzidos por
ondas, mostraram-se relativamente baixos comparados a taxas calculadas para áreas do litoral
norte do Estado do Rio de Janeiro, denotando assim, baixo índice de mobilidade de sedimentos.
Considera-se os valores obtidos apenas razoáveis à implementação de possíveis obras de
engenharia costeira, uma vez que essa ordem de grandeza para o transporte de sedimentos
poderá gerar respostas lentas da linha de praia.

Palavras-chave: Clima de ondas. Estimativas de taxas de transporte de sedimentos. Enseada da


Baia Formosa – Estado do Rio de Janeiro.

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ECOFÁCIES VINCULADAS AOS PROCESSOS SEDIMENTARES E


HIDRODINÂMICOS NA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL

LAGUE, J.P.G.; WESCHENFELDER, J.; CORRÊA, I.C.S.; SANTOS, C.B.;


HAHN, A.R.O.; ROSA, L.M.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (João Pedro Gross Lague,


joaopedrogrosslague@gmail.com)

Registros sísmicos de alta frequência e resolução são ferramentas estratégicas na


caracterização morfodinâmica e evolutiva de ambientes costeiros e marinhos rasos. A
resposta acústica registrada em perfis sísmicos pode ser relacionada à natureza
geológica dos sedimentos de fundo e subfundo, ao regime hidrodinâmico atuante e a
morfometria do ambiente. Neste estudo foram analisados os padrões de resposta
geoacústica do substrato da célula norte da Lagoa Mirim, na planície costeira do Rio
Grande do Sul (RS), em diferentes contextos sedimentológico, hidrodinâmico e
batimétrico. Os registros sísmicos foram coletados com um perfilador de subsuperfície
GeoAcoustics, operando na frequência de 3,5kHz, em uma malha de aproximadamente
510km de navegação a bordo da Lancha Oceanográfica Larus da FURG. Os registros
sísmicos foram coletados, processados e interpretados com o uso do software SonarWiz.
Os diferentes padrões sonográficos foram agrupados em ecofácies de acordo com a
penetração e intensidade do sinal acústico, continuidade lateral e geometria dos refletores
de fundo e subfundo raso. As reflexões primárias foram sobrepostas aos dados de
batimetria, sedimentos e vetores da velocidade de corrente superficial (Vc) no período de
um ano em regime de ventos dominantes SO e NE, a fim de reconhecer a resposta
geoacústica vinculada às condições morfodinâmicas e aos processos sedimentares
vigentes. Desta forma, foi constatado que em regiões de maior Vc (0,2 a 0,6m/s),
associadas às regiões periféricas, rasas e litorâneas ocorrem, predominantemente,
sedimentos arenosos e os refletores primários se apresentam fortes, contínuos e bem
definidos, normalmente produzindo múltiplas de fundo e impedindo o imageamento dos
refletores de subfundo. Em regiões de baixa Vc (0 a 0,2m/s) associadas aos setores mais
internos e profundos do corpo lagunar ocorre, predominante, a deposição de sedimentos
finos (silte e argila); os refletores de fundo são fracos, difusos e semitransparentes,
ocorrendo maior penetração do sinal acústico que pode registrar até 20 m de
profundidade em alguns locais. Em regiões transicionais de Vc intermediária (0 a 0,4m/s)
ocorre maior variação granulométrica do material de fundo e condições de deposição e
transporte alternadas; os refletores se apresentam bem definidos a difusos e o substrato
permite a penetração do sinal acústico e o registro de até 15 m de profundidade. A partir
da integração destes parâmetros foram reconhecidas 10 ecofácies divididas em 4
subgrupos e dois grupos individuais, as quais demonstram as diferentes respostas
vinculadas aos processos de sedimentação atual bem como os ecogramas do subfundo
raso da Lagoa Mirim apresentam horizontes sísmicos de morfologias variadas, as quais
são feições herdadas dos ecossistemas costeiros que se desenvolveram na planície
costeira do RS durante o Pleistoceno Superior e Holoceno. A análise de ecofácies se
demonstra uma técnica eficiente para o estudo dos ambientes costeiros rasos, permitindo
padronizar grandes quantidades de dados em um curto período e fornecendo importantes
informações sobre o comportamento morfodinâmico, sedimentológico e sonográfico dos
sistemas costeiros.

Palavras-chave: Ecofácies. Sedimentologia. Hidrodinâmica. Interpretação sísmica.

181
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Workshop de Oceano Profundo

AVALIAÇÃO DAS CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS


GEOFÍSICOS, GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS EM UM
PROJETO DE ENGENHARIA SUBMARINA

MUNIZ, A.L.1; AYRES NETO, A.1; RAMALHO, A.S.1; FREITAS, B.L.1; GALLEA, C.G.1; CLUA,
E.W.G.1; BIONDI, M.1; CARVALHO, L.F.R.2

Universidade Federal Fluminense1 (Ana Luiza Muniz Lima, anamuniz@id.uff.br); PETROBRAS2

Com a crescente demanda da exploração de óleo e gás nas regiões offshore cada vez
mais profunda, avaliar riscos em um projeto de engenharia submarina se tornou mais
custoso devido à complexidade ambiental associada a essa região. Estudos de riscos
geológicos e de geotecnia desses projetos, seja para ancoragem ou assentamento de
estrutura de produção, requerem análises de variáveis geológicas, geofísicas e
geotécnicas, que possibilitem uma melhor compreensão das condições do leito marinho.
Com isso, esse trabalho tem o objetivo de abordar as relações existentes entre as
variáveis supracitadas, a partir de correlações e regressões nos conjuntos de dados,
fornecidos pela Petrobras, localizados no Campo de Jubarte na Bacia de Campos. Desta
forma, correlações entre a impedância acústica, parâmetros geotécnicos como
resistências do cone, poropressão, coeficiente de poropressão, atrito lateral e tensão
vertical, e os atributos sísmicos relacionados à geometria e amplitude do sinal sísmico
monocanal, permitiram inferências matemáticas dessas relações a partir de modelos
criados pela distinção de padrões de valores da impedância acústica para os furos
estudados. Tais padrões, correspondem a uma variação média dos valores de
impedância entre 2338 à 2391 kg/m².s , nomeados de Grupo 1, e uma outra variação de
2486 à 2603 kg/m².s equivalente ao Grupo 2, aumentando os coeficientes de
determinação (R²) nas correlações. Aplicando as equações que modelam as relações da
impedância com as demais variáveis, referente aos grupos, foi possível a partir dos
atributos extraídos dos dados sísmicos prever os parâmetros geotécnicos, que ao
comparar com os valores originalmente adquiridos auxiliaram na validação desses
modelos. O resultado preliminar desse trabalho indica a existência de correlações entre
a geofísica, geologia e geotecnia capazes de prever variáveis importantes para avaliação
de risco, que em paralelo à aplicação de rede neurais para o aprendizado de máquinas,
levará à otimização os dados e uma possível diminuição dos custos operacionais.

Palavras-chave: Engenharia submarina. Geofísica marinha. Sedimentos.

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MEDIÇÃO DE DENSIDADE IN SITU – LIMITAÇÕES E POTENCIALIDADES


DO PERFILADOR DE DENSIDADE TIPO GARFO VIBRATÓRIO PARA A
DETERMINAÇÃO DO FUNDO NÁUTICO

FONSECA, D.; MANGANELI, C.; PEREIRA, Y.; VINZÓN, S.

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Diego Luiz Fonseca, diegoluiz@poli.ufrj.br)

Sondagens batimétricas para efeitos de navegação utilizam-se comumente de equipamentos


acústicos em alta frequência (e.g 210 kHz). Se para fundos rígidos tais frequências indicam de fato
o fundo sólido, em locais com presença de lama fluida, elas podem indicar a transição entre a água
e camadas de maior concentração de sedimentos (lutoclina), porém ainda com fluidez bastante
semelhante à da água. Nesse sentido, objetivando otimizar processos de dragagem e aumentar o
calado disponível em áreas de fundo lamoso, como portos e canais de navegação, a PIANC
(organização internacional de navegação) cunhou o termo fundo náutico. Nessa abordagem,
admite-se parte das camadas lamosas fluidas como disponível para navegação, até a
profundidade em que suas propriedades físicas possam apresentar efeitos adversos à
manobrabilidade ou comprometer a integridade física da embarcação. Tal limiar de navegabilidade
está essencialmente atrelado à reologia do material lamoso, ou seja, às características que
definem o escoamento do fluido, tais como tensão limite de escoamento, viscosidade entre outras.
Como tais características reológicas são de difícil mensuração in situ, a abordagem mais utilizada
é a de medição de perfis de densidade in situ, com a correlação em laboratório entre reologia e
densidade. Para tanto, um equipamento bastante empregado no contexto de fundo náutico é o
perfilador tipo garfo vibratório (tunning fork). Este aparelho possui um sensor de profundidade e
um garfo vibratório na ponta, que é forçado a vibrar, medindo a frequência e amplitude, então
correlacionadas com a densidade do fluido entre o garfo. Contudo, tal correlação necessita de
calibração específica para cada localidade, uma vez que depende das propriedades reológicas do
sedimento, tais como sua viscosidade, elasticidade e estado de deformação. Alguns estudos já
evidenciaram diferenças das calibrações devido à reologia do sedimento. Contudo, outros fatores
também merecem atenção. Nesse sentido, este trabalho pretende realizar um detalhamento do
equipamento e de sua utilização no contexto de fundo náutico, pontuando suas limitações e
potencialidades e as possíveis fontes de erro na medição da densidade. Nesse aspecto, é
discutido o erro associado à própria elaboração do domínio de calibração, geometria relacionando
os dados de amplitude e frequência aos de densidade. Tal domínio necessita de expertise técnica
para sua construção e demanda observação de vários critérios para sua correta elaboração. Para
uma mesma amostra advinda da Barra norte do rio Amazonas, análises preliminares indicaram
diferenças de 2,5% (ou até 40 kg/m³) na densidade estimada para uma mesma amostra, apenas
variando-se a forma de construção do domínio de calibração. Apesar de representar erro menor
do que a ausência de calibração ou uso de amostras de reologia distinta para a calibração, cabe
ressaltar que tal valor diz respeito a diferenças intrínsecas ao processo de calibração,
comparando-se dados de operadores experientes. Dessa forma, erros deveras maiores podem
ocorrer se a construção do domínio de calibração não obedecer aos princípios metodológicos
adequados ou se somar a outros erros do processo, o que pode levar a um incorreto cômputo da
profundidade náutica, com impactos adversos à navegação.

Palavras-chave: Reologia. Sedimentos. Lama fluida. Garfo vibratório.

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DISTRIBUIÇÃO DO FÓSFORO E SUAS ESPECIAÇÕES QUÍMICAS NOS


SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA DE FLORIANÓPOLIS,
MARGEM CONTINENTAL SUL DO BRASIL

CARDINAL, K. O.1,2; ABREU, J. G. N. de1; KUROSHIMA, K. N.1; MORILLA, A. M. B.2

Universidade do Vale do Itajaí1,2 (Kathryn Oliveira Cardinal, kathryncardinal17@gmail.com);


Universidad Católica de Valencia2

O estudo da distribuição e da abundância da especiação química do fósforo nos


sedimentos marinhos tem sido utilizado para compreender o comportamento
biogeoquímico deste elemento que representa um importante nutriente, fundamental para
a cadeia trófica marinha e o ciclo biogeoquímico do fósforo. A importância do fósforo no
ambiente marinho reside também no fato que o seu aporte e distribuição controlam os
processos de fosfatogênese no sedimento e, por conseguinte, a formação de minerais
como a apatita e a fluorapatita, os principais minerais fosfáticos existentes no continente
e no mar, controlados pela termodinâmica dos processos de formação. O fósforo, devido
a sua elevada reatividade química, pode ser observado em diferentes formas na camada
sedimentar, influenciando na sua disponibilidade. As coletas de amostra para o
desenvolvimento desta pesquisa ocorreram durante um cruzeiro oceanográfico no ano
de 2007, o qual representa um marco histórico, pois inaugurou as operações no mar
visando a execução do Programa de Avaliação da Potencialidade Mineral da Plataforma
Continental Jurídica Brasileira (REMPLAC), à bordo do NOc. Antares, da Marinha do
Brasil. Com isso, o objetivo principal deste estudo foi avaliar as diferentes formas do
fósforo no sedimento superficial da plataforma de Florianópolis, importante feição
estrutural proeminente da Plataforma Continental Jurídica do Brasil (PCJB), entre o litoral
dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cuja área levantada foi de
aproximadamente 2.400km². A área de estudo pode ser dividida em dois setores, um ao
Sul, com composição de areia fina, areia muito fina, silte e argila. E o segundo ao Norte,
composto por areia fina, areia grossa e cascalho. As determinações das diferentes formas
de fósforo foram realizadas através de extrações sequenciais do fósforo, em triplicata, e
posterior determinação colorimétrica do ortofosfato. Foram determinadas as seguintes
formas de fósforo: fósforo biodisponível, fósforo autigênico, fósforo detrítico e fósforo
orgânico, com o intuito de fornecer dados que possam conduzir a pesquisa exploratória,
indicando locais de maior potencialidade de rochas fosfatadas. A distribuição do fósforo
nas frações obedeceu a seguinte ordem percentual relativa: P-autigênico > P-
biodisponível > P-orgânico > P-detrítico. Onde as maiores concentrações encontradas
foram a do fósforo ligado ao carbonato de cálcio (P-autigênico) contribuindo 48,60% para
o fósforo total. Evidenciando os altos teores de carbonato de cálcio presente nas
amostras, e os menores valores foram a do fósforo detrítico com 0,04% do fósforo total.
A distribuição espacial desta especiação química do fósforo, apresentou fortes
associações com parâmetros sedimentológicos, sendo mais ao Sul da área de estudo as
maiores concentrações da soma das extrações e fósforo total, justificado pela presença
de sedimentos com granulometria fina. Observou-se que a Plataforma de Florianópolis
apresenta condições ambientais que favorecem a deposição das diversas formas de
fósforo e, por conseguinte a formação de rochas fosfatadas.

Palavras-chave: Fósforo. Especiação química. Plataforma Continental Jurídica Brasileira.


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CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTAR DE UM TRECHO PRAIAL


DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ-CE, BRASIL

CHACANZA, M.S.1; MEDEIROS, M.E.M.1; FREIRE, G.S.S.1; ABREU NETO, J.C.2

Universidade Federal do Ceará1 (Mário Silva Chacanza, mschacanza@gmail.com); Universidade


Estadual do Ceará2

O litoral costeiro do município de Icapuí-CE é constituído por praias arenosas compostas por
falésias, dunas e planícies de maré. Esses ambientes são áreas de interface entre o mar e
continente, que geralmente são constituídos por sedimentos inconsolidados e são altamente
dinâmicos. Para estudo destes sedimentos e de sua variedade textural, a análise granulométrica
dos sedimentos se apresenta como uma ferramenta importante que pode ser usada para entender
a dinâmica de transporte e deposição de sedimentos, gerando informação que pode auxiliar na
execução de projetos de obras de proteção costeira, com intuito de conter a erosão. Assim, este
trabalho tem como objetivo a caracterização granulométrica das praias de Peroba e Redonda,
analisando os sedimentos superficiais de praia, numa extensão cerca de 5 km ao longo da linha
de costa em apreço. O trabalho foi realizado por meio de etapa de campo com coleta de amostras
de sedimento e análise laboratorial, onde foram coletadas 21 amostras, distribuídas nas zonas
pós-praia, praia e antepraia, sendo 9 amostras coletadas na praia de Peroba e 12 na praia de
Redonda, ao longo de 9 perfis. A etapa de laboratório consistiu na análise das frações
granulométricas, onde primeiramente as amostras passaram pelo processo de peneiramento
úmido, seguido do mecânico. Após as duas etapas, os resultados da granulometria, foram
inseridos no software ANASED, disponível no Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada –
LGMA, onde foram obtidos os parâmetros estatísticos, como diâmetro médio, desvio padrão,
assimetria e curtose, seguido da classificação faciológica e a respetiva representação no mapa de
faces. No geral, os resultados obtidos nas praias de Peroba e Redonda são na maioria fração de
sedimentos com percentual médio superior a 75% correspondente a areia, com valores que variam
entre 80,43% à 99,88%, com pequenas quantidades de lama, com percentual entre 0,09% à
16,44% e cascalhos com variação entre 0% à 7,44%. Na região da pós-praia, das duas praias
analisadas, predominou areia média. Na praia de Peroba, na zona de praia, nota-se domínio de
areia fina, com alguns pontos localizados com areia muito fina e areia média, enquanto que a
antepraia apresenta um equilíbrio entre areia fina e muito fina. As zonas de praia e antepraia da
praia de Redonda, são caracterizados por areia muito fina, com um ponto localizado na zona de
praia, com areia fina. A assimetria indica maior predominância para aproximadamente simétrica,
seguido da muito negativa. Em relação a análise parâmetro curtose, as amostras da pós-praia,
das duas praias, indicam uma distribuição normal, com tendências a uma maior distribuição em
um ponto localizado na praia da Redonda. Na zona de praia da praia de Peroba, existe um
equilíbrio entre mesocúrtica e platicúrtica, já na praia de Redonda, a distribuição varia de
platicúrtica a muito leptocúrtica. Para a zona da antepraia, na praia de Peroba, domina a
distribuição leptocúrtica, enquanto que na praia de Redonda, varia de mesocúrtica e muito
leptocúrtia, com domínio para a muito leptocúrtica. No geral, as praias apresentam a mesma
característica sedimentar, por serem adjacentes e apresentarem as mesmas condições
morfodinâmicas.

Palavras-chave: Praia. Granulometria. Peroba. Redonda.

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AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE INTERPOLADORES GEOESTASTÍSTICOS


PARA CONFECCÇÃO DE CURVAS CAV EM RESERVATÓRIOS DE ÁGUA

SANTOS, F.; FERREIRA, I.; TEIXEIRA, V.; ANDRADE, L.

Universidade Federal de Viçosa (Felipe Catão Mesquita Santos, felipe.mesquita@ufv.br)

Os reservatórios de água afetam a realidade socioeconômica de uma região, uma vez que estes
são responsáveis por regularizar o abastecimento de água e geração de energia, além de
fornecerem alternativas de renda, como pesca e irrigação. Faz-se necessário o reconhecimento
da dinâmica e morfologia do fundo submerso desses corpos d’água, para aplicação e melhor
execução da gestão hídrica. Para tal, existem diversas técnicas de determinação da profundidade,
sendo o levantamento batimétrico tradicional um dos métodos mais empregados. Em
reservatórios, a batimetria com sistema monofeixe vem sendo amplamente utilizada e
recomendada por diversos órgãos de regulamentação, nacionais e internacionais, como a Agência
Nacional de Águas e o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, além de validada
por estudiosos do meio hidrográfico. Através dos dados de profundidade é possível gerar curvas
Cota x Área x Volume (CAV) a fim de, principalmente, monitorar a distribuição da sedimentação,
caracterizando o assoreamento. Para isso, é necessário usar interpoladores, possibilitando a
espacialização dos dados de forma contínua. O TIN (Triangular Irregular Network) é um método
de interpolação determinístico, demasiadamente utilizado. Todavia, apresenta problemas em
áreas de borda, além de adversidades na suavização das superfícies, o que prejudica a acurácia
dos dados, podendo descaracterizar a estrutura do reservatório. Uma alternativa a ele é a
krigagem, que é um interpolador probabilístico, pouco difundido para tais objetivos, mas que
apresenta produtos satisfatórios. Isto posto, este trabalho objetivou desempenhar estudos na
Laguna da Jansen em São Luís – MA, onde efetuou-se levantamento batimétrico monofeixe, com
uso de plataformas não tripuladas. Após processamento dos dados, o volume do reservatório foi
calculado aplicando os interpoladores TIN e krigagem (Simples - KS, Universal - KU e Ordinária -
KO). Os resultados preliminares mostram que o uso de diferentes interpoladores causa alteração
no volume e área associados à cada cota. Em suma, o interpolador TIN é menos acurado quando
comparado às variações de krigagem estudadas, e a KU é mais robusta, comparativamente, à KS
e KO. Após as interpolações, confeccionou-se a curva CAV a cada 50 cm, do NA até o mínimo
volume útil do reservatório. Em termos quantitativos, os interpoladores geraram volumes iguais.
KO e KS apresentaram mesmo volume, mantendo a magnitude até 1m abaixo da cota do NA. KU
mostrou decaimento inferior a 1% em relação aos volumes obtidos na cota do NA dos
interpoladores KO e KS, ao passo que a área calculada entre estes três teve diferenças pequenas.
O TIN foi a metodologia que apresentou menor volume, aproximadamente 6% inferior a KS, que
denotou o maior volume entre os interpoladores. Em contrapartida, foi o que apresentou a maior
área da lâmina d’água. Apesar da pequena diferença entre os volumes calculados, ressalta-se que
a KU é estatisticamente superior e, por isso, é o interpolador recomendado para geração de
superfícies batimétricas. Por meio dos resultados foi possível verificar a potencialidade dos
interpoladores, além de fornecer dados que possibilitem monitorar o assoreamento do reservatório
e atualizar as curvas CAV.

Palavras-chave: Batimetria. Interpoladores. Reservatórios. Volume.

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IMPACTO DA REOLOGIA DE SEDIMENTOS LAMOSOS NOS VALORES DE


DENSIDADE OBTIDOS COM PERFILADOR DE DENSIDADE TIPO GARFO
VIBRATÓRIO NO CONTEXTO DE FUNDO NÁUTICO

MANGANELI, C.; FONSECA, D.; VINZÓN, S.

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Caio Henrique Manganeli, caio.manganeli@poli.ufrj.br)

Diversas regiões estuarinas e canais de navegação apresentam fundos lamosos. Muitos


destes canais apresentam restrições à navegação devido ao acúmulo de sedimentos
finos no fundo. Entretanto, parte dessas camadas lamosas pode ser considerada
navegável aplicando-se o conceito de fundo náutico. Tal abordagem possibilita
contabilizar parte dessas camadas à profundidade navegável desde que as propriedades
das mesmas não atinjam limites físicos acima do qual o contato com a embarcação cause
danos ou efeitos inaceitáveis de manobrabilidade. Para a aplicação deste conceito, é
necessário conhecimento acerca das características reológicas dessas camadas
lamosas. Porém, medições reológicas tem limitações e são difíceis de serem realizadas
in situ. Portanto, as características reológicas são tipicamente relacionadas com outras
de mais fácil medição, como, por exemplo, a densidade. Um instrumento comumente
utilizado para obtenção de perfis de densidade in situ é o perfilador tipo garfo vibratório.
O equipamento tem como princípio de funcionamento a medição de sinais de amplitude
e frequência através da vibração de um garfo vibratório instalado em sua extremidade e
sua correlação com valores de densidade previamente estabelecidos através de uma
calibração padrão. Como as características reológicas variam de sedimento para
sedimento, faz-se necessária a posterior calibração do equipamento com a amostra da
área de estudo. É comum que dentro de uma mesma área de estudo haja sedimentos
com composição e histórico de cisalhamento distintos e, consequentemente, a camada
lamosa tenha característica reológica heterogênea. Portanto, é fundamental a escolha
confiável de uma amostra tida como representativa da região. Estudos anteriores indicam
que, com a mudança do sedimento, a geometria de calibração do equipamento (que
associa os valores de frequência e amplitude aos de densidade) também varia e, portanto,
o perfil de densidade do local pode sofrer alterações. O presente estudo objetivou ilustrar
o impacto das diferenças reológicas das amostras utilizadas para a calibração do
equipamento no cômputo dos valores de densidades obtidos, bem como avaliar a
magnitude desse impacto. Para tanto, comparou-se amostras de diferentes áreas e da
mesma área de estudo. Para diferentes áreas, encontrou-se diferenças de até 16%,
enquanto dentro de uma mesma área de estudo, encontrou-se uma menor diferença, de
3%. A mudança no valor final de densidade medido pelo equipamento implica em um
ganho ou perca de profundidade navegável na camada lamosa.

Palavras-chave: Reologia. Sedimentos. Lama fluída. Garfo vibratório.

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O CAMPO DE DUNAS ESCALONARES DA PRAIA DO PERÓ - CABO FRIO,


RIO DE JANEIRO: ANÁLISES DE DADOS HISTÓRICOS DA DINÂMICA
EÓLICA E IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A PLANÍCIE COSTEIRA

SILVEIRA, I.R.L.1; CRUZ JUNIOR, W.G.1; OLIVEIRA, D.M.V.1; FERNANDES, D.1,2; CABRAL,
C.L.1,2; CASTRO, J.W.A.1,2

Museu Nacional / UFRJ1 (Ingrid Rayanne Lima da Silveira; silveira.ingrid.90@gmail.com);


Universidade Federal do Rio de Janeiro2

O campo de dunas escalonares “climbing dunes” do Distrito de Peró - Cabo Frio é


caracterizado por um conjunto de feições eólicas variadas, que se projetam sobre frentes
montanhosas, áreas urbanas e de preservação ambiental permanente. As variações do
nível do mar, regime de ventos, suprimento de sedimentos, baixos índices pluviométricos
e o espaço deposicional (planície costeira) são os principais fatores para evolução dessas
dunas. Objetiva estudar o impacto ambiental da movimentação de dunas sobre recursos
hídricos, áreas urbanas e de preservação nesse segmento de litoral. Como procedimento
metodológico, utilizou-se de dados pluviométricos da estação Álcalis e técnicas de
sensoriamento remoto e análise da trajetória dos ventos. Através do software ArgGis Pro,
versão 2.6 e das imagens LandSat 5, LandSat 8 e Rapideye foram estabelecidas 3 seções
transversais, considerando as frentes de projeções das dunas. Nesse contexto,
desenvolveu-se análise do comportamento espaço-temporal entre 1990 a 2020. Na
definição da trajetória dos ventos, utilizou-se o software Hysplit - Hybrid Single Particle
Lagrangian Integrated Trajectory (versão online), desenvolvido pela NOAA e pelo Bureau
of Meteorology da Austrália. Gerou-se 12 trajetórias de frequências tipo “forward” entre
os dias 10 e 25 de cada mês de 2019. A análise das trajetórias dos ventos apresentam
distribuição homogênea ao longo da série temporal, com variações nos quadrantes NE-
ESE e menor frequência no quadrante W-SW. As médias pluviométricas anuais estão
compreendidas 740 a 780 mm, não excedendo 50 mm, durante o período de inverno. O
comportamento espaço-temporal aponta soterramento sobre a lagoa do Brejo do
Matadouro, áreas urbanas e de preservação ambiental permanente. A taxa de
soterramento é de 4,73m/ano na lagoa Brejo do Matadouro e de 0,4m/ano nas
proximidades das frentes montanhosas cobertas por vegetação. O conhecimento
quantitativo dos processos de soterramento por dunas móveis, possibilita estabelecer
zonas de interdição e proteção de áreas urbanas, permitindo quantificar o tempo de
rentabilização de investimentos, principalmente na área do lazer e de turismo nessa
região.

Palavras-chave: Dunas Escalonares. Impactos ambientais. Processos de soterramento.


Distrito de Peró. Cabo Frio - RJ.

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SEDIMENTOLOGIA E PROPRIEDADES FÍSICAS DE TESTEMUNHOS


MARINHOS DA BAÍA PORT FOSTER, ILHA DECEPTION,
ANTÁRTICA MARÍTIMA

COSTA, V.1; VIEIRA, R.1; PORTELLA, D.1; AYRES, A.1; SIMÕES, J.2

Universidade Federal Fluminense1 (Vanessa do Couto Silva Costa, vanessacosta@id.uff.br);


Universidade Federal do Rio Grande do Sul2

As Ilhas do arquipélago das Shetland do Sul apresentam rápidas mudanças ambientais


devido ao aquecimento regional e novas condições climáticas. A ilha Deception é a mais
meridional do arquipélago e o maior vulcão ativo da Antártica marítima. As últimas
erupções subglaciais que ocorreram em 1969 e 1970 foram totalmente explosivas e
afetaram o balanço de massa das geleiras locais. Cerca de 57% da ilha é coberta por
geleiras com uma parte coberta por materiais piroclásticos e o permafrost está presente
em elevações baixas na ilha. As geleiras estão recuando há pelo menos um século e a
camada ativa de permafrost está diminuindo. Este estudo descreve correlações entre a
análise sedimentológica e medições de propriedades físicas de testemunhos
sedimentares marinhos superficiais com profundidade média de 20 cm para investigação
de processos sedimentares na ilha. Coletamos nove amostras usando um amostrador
Box-Corer na baía central da ilha (Port Foster) durante duas expedições brasileiras
(2014/2018). Medições contínuas e não destrutivas de alta resolução foram obtidas com
o Multi-Sensor Core Logger (MSCL). Os parâmetros medidos incluem densidade (por
atenuação por raios gama), suscetibilidade magnética e resistividade elétrica. Os
testemunhos foram visualmente registrados e descritos em termos de cor dos
sedimentos, tamanho visual dos grãos e estruturas sedimentares. As análises de
tamanho de grão foram realizadas usando um granulômetro a laser (Malvern Mastersizer
2000 - 0,04 a 2.000μm) em intervalos de 1 cm e processadas com o programa Gradistat.
Neste trabalho, a densidade gama pode apresentar correlação com a granulometria de
areia-lamosa à fração silte com diferenciação sobre o valor médio de densidade 1,6 g/cm³.
A susceptibilidade magnética também pode justificar o aumento da densidade com a
granulometria, diretamente proporcional ao conteúdo de minerais ferromagnéticos,
possivelmente de origem vulcânica da ilha, necessitando de confirmação a partir da
análise mineralógica. A resistividade elétrica foi inversamente proporcional a densidade
gama, garantindo a confiabilidade dos dados provenientes do multisensor para a
continuidade da investigação por análises químicas e datação.

Palavras-chave: Sedimentologia. Susceptibilidade Magnética. Densidade Gama.


Resistividade Elétrica.

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ANÁLISE DE PERFIS GPR DE COQUINAS EM SAN ANTONIO ESTE,


ARGENTINA

SCHFFER, P.N.M.¹; NUNES, J.C.¹; ALMEIDA, L.²; FICK, C.¹; ALIOTTA, S.³; LIMA-FILHO, F.P.²,
TOLDO Jr., E.E.¹; REIS JÚNIOR, J.A.4; PUHL, E.1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1 (Paula Nogueira Machado Schffer,


paula.schffer@ufrgs.br); Universidade Federal do Rio Grande do Norte2; Universidad Nacional del
Sur, Argentina3; Universidade Federal Rural da Amazônia4

Na costa norte do Golfo San Matías, Argentina, se desenvolve a Bahía San Antonio, com
área aproximada de 160 km². A região apresenta uma diversidade de sistemas
deposicionais, tanto na parte interna como na parte externa da baía, morfologicamente
representados pelos depósitos de planícies e canais de maré, cristas de praia (beach
ridges), praias e dunas. Neste ambiente relativamente protegido pela Península Villarino,
contra a elevada energia das ondas provenientes do golfo, a circulação das águas é
governada por um regime macromareal semi-diurno com amplitudes de sizígia de até 9m,
que ingressam através do único canal, comunicando a baía ao oceano. As bordas da
Península Villarino apresentam uma grande quantidade de cristas de praia, na forma de
modernos e extensos depósitos de coquinas marinhas, onde predominam bivalves com
valvas inteiras, fragmentadas e gastrópodes. O objetivo deste trabalho consiste no
desenvolvimento de modelos de arquitetura deposicional das coquinas da Península
Villarino, através de mapeamento do terreno (DGPS) e aquisição de linhas por radar de
penetração do solo (GPR), além de compreender a dinâmica sedimentar Holocênica-
moderna desta região. Levantamentos com GPR foram realizados em três diferentes
setores de depósitos bioclásticos, num total de 50 linhas GPR que se estenderam por
6,93km, totalizando 0,19km² de área investigada: (A) 14 linhas nas praias de Punta Verde,
onde foram registradas sucessões de cristas de praia Pleistocênicas-Holocênicas
progradantes encobertas parcialmente por depósitos eólicos, (B) 23 linhas em Punta
Perdices, onde se observam vários conjuntos decristas de praia (Holocênicas) com
largura média de 100m, que se estendem por mais de 1km, localizados na área abrigada
da baía, (C) 13 linhas em Punta Rodriguez, onde se encontram extensos depósitos
modernos recurvados que se desenvolvem na extremidade oeste da península. Os dados
GPR processados e interpretados serão utilizados para investigar as relações laterais e
verticais das fácies, as geometrias deposicionais e assinaturas geofísicas, desenvolvidas
por mecanismos de progradação induzidos pela hidrodinâmica das ondas e marés.

Palavras-chave: Coquinas. GPR. Cristas de praia. Sistemas deposicionais.

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ESTUDO DOS SEDIMENTOS QUE ATAPETAM O SISTEMA LAGUNAR


JEQUIÁ E SEU CANAL

SOUZA, C.R.G.; LIMA, M.L.E.; LIMA, R.C.DE A.L.

Universidade Federal de Alagoas (Clyvia Roberta Gomes de Souza, clyviaroberta@gmail.com)

O ambiente costeiro alagoano vem sendo ocupado desde a colonização para diversos
fins. No princípio, esta ocupação se processou de forma lenta, com uma série de
fortificações. A partir da década de 1940, lagunas, rios, riachos, mangues e alagadiços
passaram a ser aterrados para que se processasse a expansão urbana, principalmente
Maceió e outras cidades costeiras, como Jequiá da Praia. A proposta dessa pesquisa
corresponde ao levantamento de dados sobre a sedimentologia de fundo do sistema
lagunar Jequiá e seu canal. Para tanto foram coletadas 45 amostras em pontos
previamente determinados, segundo perfis transversais ao eixo alongado da laguna e seu
canal, com barco dotado de amostrador tipo Van Veen, para se investigar as variações
texturais, e as influenciais marinha, continental e fluvial no sistema. Os sedimentos
coletados foram analisados no setor de oceanografia geológica do LABMAR-UFAL, onde
as amostras passaram por dois processos: o peneiramento úmido, para separar as
frações cascalho, areia e finos; e o peneiramento seco, para classificar fração grossa,
média, fina e muito fina, para depois serem submetidos a classificação com o auxílio do
software SysGran 3.0. Após as análises realizadas e com a distribuição textural dos
sedimentos da laguna do Jequiá e seu canal, verificamos as seguintes frações: Cascalho,
Areia e Lamas (silte/argilas). As concentrações de cascalho no canal de ligação da laguna
estão associadas às maiores energias devido aos fluxos e refluxos das marés, fazendo
que no choque destes fluxos esses materiais de tamanhos maiores se depositem. A
fração arenosa predomina em todo sistema lagunar e canal, sempre com teores acima
de 80%, provavelmente estes sedimentos estão associados a formação Barreiras e aos
sedimentos quaternários da planície flúvio-lagunar e costeira, que circunda todo o
sistema, às vezes formando falésias e cordões litorâneos com vegetação preservada e
outras já antropizadas. As maiores concentrações de finos (silte/argila) com no máximo
24%, foram verificadas distribuindo-se entre o meio do sistema e o início do canal.
Configurando-se assim na zona de baixa energia. Verifica-se que a maioria dos
sedimentos que atapetam a laguna e o canal são compostos por areias médias a muito
fina, essa característica da sedimentação caracteriza um ambiente de baixa energia.
Desta forma, a caracterização sedimentológica da Laguna do Jequiá, e os dados
adquiridos por esta pesquisa, serão de garantido aporte científico e potencialmente de
grande importância para trabalhos costeiros, além de contribuir para a elaboração de
políticas para a preservação e uso adequado do ambiente Lagunar e da RESEX –
Reserva Extrativista Marinha Laguna do Jequiá.

Palavras-chave: Sedimentologia. Laguna. RESEX.

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MORFOESTRATIGRAFIA DOS DEPÓSITOS DO HOLOCENO DA LAGUNA


SALGADA DE ITAREMA - LITORAL NW DO CEARÁ

PEREIRA, L.L.1; EL ROBRINI, M.2; FREIRE, G.S.S.3; MARINO, M. T.R.D.1

Universidade de Fortaleza1 (Lamarka Lopes Pereira, lamarka@unifor.br); Universidade Federal do


Pará2; Universidade Federal do Ceará3

A Laguna Salgada está inserida na Planície Litorânea do município de Itarema (Noroeste


do Estado do Ceará) e possui características peculiares que a diferencia das demais
lagunas da região. É o maior corpo lagunar com 13km de extensão, 1km de largura e
pequena profundidade, e é alimentada por dois canais de ligação de largura variando de
7,25m à 12,58 m. Recebe suprimento de água doce de pequenos córregos que nela
deságuam, principalmente no período das chuvas. Esta laguna tem características de
laguna colmatada e “restrita”, com profundidade inferior a 2m (período chuvoso), e 0,60m
(estiagem), separada do oceano Atlântico por barras arenosas. A área é dominada por
ondas (0,8-1,5m), maré semidiurna (altura de 1,55m) e correntes de maré (0,10-0,59m s-
1). A amostragem de sub-superfície (10 testemunhos) foi feita por meio de um
testemunhador do tipo vibracorer. No laboratório, foram realizadas a abertura dos
testemunhos de sub-superfície, a caracterização granulométrica e sedimentológica,
classificação por Shepard, Larsonneur, e determinação dos parâmetros estatísticos. As
determinações dos teores de Matéria Orgânica (%MO), e de Carbono De Cálcio
(%CaCO3) foram determinados pelo método de Walkey-Black. A região está
compartimentada em: Tabuleiros Pré-Litorâneos e Planície costeira, sendo subdividida
em planícies: lagunar, de maré, flúviomarinha e arenosa (dunas móveis e fixas, cordões
litorâneos, canais de maré, barras arenosas e praias). O arranjo estratigráfico (Holoceno)
aponta 5 tipos de depósitos: lagunar, dunar, eolianitos, praial e leques aluviais e 5
litofácies foram associados: Fácies lama e lama arenosa, Fácies areia lamosa, Fácies
areia fina, Fácies areia média, Fácies areno-argilosa conglomerática. A reconstrução
paleogeográfica indica processos transgressivos durante os quais o sistema laguna-
barreira foi instalado sobre os leques aluviais pelo barramento de pequenos canais de
maré, formando a planície lagunar. A laguna variou de tamanho, em função da
progradação da barreira como posteriormente pelo avanço dos sedimentos eólicos. A
laguna Salgada provavelmente iniciou seu desenvolvimento há cerca de 5.000 anos A.P.,
quando o mar atingiu seu máximo no final da transgressão marinha. O crescimento
progressivo de uma barreira arenosa isolou, entre o continente e o mar, uma ampla faixa
de terras onde se estabeleceu um sistema deposicional construído por várias unidades
litológicas. A barreira associada a um evento transgressivo-regressivo (Holoceno) é
constituída por fácies arenosas de ambiente praial recobertas por sedimentos eólicos e
eolianitos. Os eolianitos teriam sido originados durante o baixo nível marinho do
Holoceno, dessa forma, elas representam um pacote de dunas móveis que, estabilizadas,
foram posterioremente parcialmente litificadas por cimentação carbonática.

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ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DA LINHA DE COSTA DO


MUNICÍPIO DE MARECHAL DEODORO, ALAGOAS

BEZERRA, K.L.T.; SANTOS, R.C. DE A.L.; SOUZA, C.R.G.

Universidade Federal de Alagoas (Kedyna Luanna Tavares Bezerra, kedyna.luanna@gmail.com)

Visto a necessidade de ampliar o conhecimento do meio físico para se estabelecer diretrizes


racionais, a zona costeira vem a ser um dos ambientes de maior vulnerabilidade no seu capital
natural e socioeconômico, em função do seu acelerado processo de urbanização e a fragilidade
dos ecossistemas costeiros no estado de Alagoas, a presente pesquisa teve como objetivo
analisar a vulnerabilidade à erosão da linha de costa do município de Marechal Deodoro. A
metodologia teve por base duas etapas: as de campo que consistiram na execução de
levantamentos de dados in loco ao longo dos anos de 2018 a 2019; e as de laboratório, através
da análise dos dados primários e secundários, tendo sido atribuídos três índices de
vulnerabilidade: Alta – ausência de pós-praia, o estirâncio ou praia é reduzido e há presença de
estrutura de proteção; Média – ocorre frágil estabilidade ou ligeira tendência a instabilidade; Baixa
– onde há tendência a propagação de estirâncio ou pós-praia, o perfil é bem desenvolvido e há
ausência de obras de contenção, e consequente determinação dos resultados. Assim foram
estabelecidos para a área quatro setores definidos como P1, P2, P3 e P4. No primeiro setor Ponto
1 (P1) localizado na praia do Saco da Pedra, o P2 (Maré Restaurante), P3 (Hotel Ponta Verde) e
P4 (região do Leprosário) localizados na praia do Francês. A vulnerabilidade ambiental à erosão
costeira está relacionada com às alterações e degradações dos ecossistemas, no P1 foi
considerada alta, com ausência da pós-praia, ocupação antrópica intensa e consolidada,
estirâncio reduzido, degradação da vegetação nativa e impermeabilização dos terraços marinhos,
que altera o regime de movimentação dos sedimentos. Nos pontos P2 e P3 (centro da praia do
Francês) a vulnerabilidade à erosão foi considerada média, em função do nível de
impermeabilização da pós-praia pela urbanização e da instalação de obras de contenção no
cordão litorâneo, em P4, localizado mais ao Sul, a vulnerabilidade à erosão é baixa, pois distinto
dos setores anteriores, a praia é bem consolidada e a pós-praia apresenta cordões recobertos por
vegetação típica preservada e não tem presença de construções. Desta forma, constatou-se que
a área estudada é formada por um ambiente dinâmico em situação de fragilidade decorrente das
próprias características naturais e das pressões sobre eles exercidas. E, que existe a necessidade
urgente de ações sustentáveis que possibilite a preservação e recuperação dos ambientes
naturais na planície costeira.

Palavras-chave: Geologia marinha. Gestão costeiro. Praia do Francês. Análise de vulnerabilidade.

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DESARROLLO SECUENCIAL DE FORMAS DE FONDO EN UN CANAL DE


REFLUJO MESOMAREAL, ESTUARIO DE BAHIA BLANCA, ARGENTINA

ANDREOLI, A.1,2; ALIOTTA, S.1,2; GINSBERG, S. S.1,2,3

Instituto Argentino de Oceanografía (UNS-CONICET)1 (Agustina Andreoli, aandreoli@iado-


conicet.gob.ar); Universidad Nacional del Sur2 (UNS); Universidad Tecnológica Nacional3

El estuario de Bahía Blanca se ubica al sureste de la Pcia. de Buenos Aires, Argentina.


El área de estudio abarca el sector más externo del mismo, donde la amplitud de marea
alcanza los 3 m. Mediante prospección con sonar de barrido lateral y perfilador sísmico
de 3,5 kHz, y un muestreo sedimentológico del fondo, se determina la distribución
espacial de los rasgos de fondo y las condiciones hidrosedimentológicas dominantes en
el sector. Se evidenciaron formas de fondo depositacionales y erosivas, las cuales yacen
entre los 8 y 24 m de profundidad, sobre un fondo labrado producto de antiguos procesos
transgresivos-regresivos marinos. Dos campos de dunas muy grandes (3 m <altura (H)<
5 m, 80 m <longitud de onda (L)< 150 m), se reconocen entre los 10 y 18 m de
profundidad. Sus perfiles topográficos marcadamente asimétricos reflejan un transporte
de sedimento regulado por la corriente de reflujo. Dunas grandes, medianas y pequeñas
(H< 3 m, L< 100 m) se distribuyen sobre toda el área estudiada. Estas formas presentan
crestas lineales a sinuosas, que se disponen de forma perpendicular al eje del canal.
Generalmente, se reconocen asimétricas con talud hacia el sector externo del área de
estudio. La registración sísmica mostró facies con delgados reflectores paralelos, cuya
formación se debe al paulatino proceso de agradación. Dicha característica estratigráfica
evidencia un área con elevada disponibilidad sedimentaria. Sand ribbons con y sin dunas
(H<0,5 m) en sus franjas arenosas, se acreditan en sectores contiguos a las dunas,
dispuestas de forma perpendicular a las crestas de estas. Se evidencian con bordes
rectos y definidos y gran continuidad lateral. El sustrato sobre el cual se moviliza la arena
posee elevada reflectividad acústica. Comet marks aparecen entre los 14 y 16 m de
profundidad. Los obstáculos que los originan son grandes bloques rocosos relícticos. El
largo de la cola del cometa, identificable en los sonogramas por su alta reflectividad, es
del orden de 15-40 m, siendo su anchura 1/4 a 1/5 de su longitud. La distribución de los
sedimentos que favorece el desarrollo de las geoformas comprende arena, limos-
arcillosos y en menor proporción grava. El extenso conjunto de datos hidroacústicos y
sedimentológicos evidencia la transición de las formas de fondo paralelas al flujo (comet
marks, sand ribbons) a aquellas transversales al flujo (dunas). La disponibilidad
sedimentaria resulta el factor determinativo para la generación secuencial de los diversos
tipos de rasgos de fondo. Así, a medida que disminuye la disponibilidad sedimentaria se
establece una sucesión compuesta por: 1) dunas muy grandes, 2) dunas grandes, 3)
dunas medianas y pequeñas, 4) sand ribbons con dunas, 5) sand ribbons sin dunas y
comet marks. La dinámica sedimentaria regional se encuentra dominada por la corriente
de reflujo, generando un transporte neto de material sedimentario como carga de fondo
hacia la Plataforma Continental.

Palabras-clave: Dunas. Sand ribbons. Comet marks. Canal de reflujo.

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CONTROLE ESTRUTURAL DA DISTRIBUIÇÃO DE ESPESSURAS SEDIMENTARES


E TRAPAS DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA. EXEMPLO DAS BACIAS DE
BARREIRINHAS, PIAUÍ-CAMOCIM, COSTA DO MARFIM E OESTE DE GANA

CAVALCANTE, L.¹; ARAÚJO, M.N.¹; SCHMITT, R.²

PETROBRAS S.A.¹ (Luciana Mendes Cavalcante, lucianacavalcante@petrobras.com.br);


Universidade Federal do Rio de Janeiro2

Ocorrida entre o Neoaptiano-EoAlbiano, a abertura do Oceano-Atlântico Equatorial seguiu


complexo, em zigue-zague, responsável pela imposição de quantidades variáveis de
obliquidade entre os seguimentos das margens continentais brasileira e africana. Essa
variação confere às diversas bacias que compõem ambas as margens, estilos estruturais,
padrões de afinamento e distribuição de fácies sedimentares, intimamente relacionados com
processos de estiramento litosférico dominados ora por separações continentais oblíquas, ora
por deslocamentos transcorrentes. Descobertas exploratórias recentes nas Guianas e na
Costa do Marfim reascendem a busca do entendimento tectono-estratigráfico e do potencial
de hidrocarbonetos na região, em especial na região oriental da Margem Equatorial, onde
descobertas similares ainda não são documentadas. Neste trabalho, a interpretação de
seções sísmicas 2D de registro profundo, adquiridas pela ION-GXT, e seções sísmicas 2D
convencionais, integradas com dados gravimétricos, buscou contribuir para o entendimento
do controle tectônico na criação dos principais espaços de deposicionais ao longo dos
principais segmentos do setor oriental das margens brasileira e africana. O objetivo é refinar
o entendimento da arquitetura intrabacinal, auxiliando nas predições da distribuição de alguns
elementos do sistema petrolífero, sobretudo no que se refere a trapas. Por serem
consideradas end-members dentro do contexto de segmentação da margem equatorial, e pela
disponibilidade de dados de sísmica multicanal, elegeu-se as bacias de Barreirinhas (num
segmento oblíquo) e Piauí-Camocim (num segmento transformante), bem como as suas
respectivas conjugadas africanas, bacias da Costa do Marfim e do Oeste de Gana. Nas Bacias
de Barreirinhas e Costa do Marfim, os estilos estruturais e as arquiteturas estratigráficas,
embora sejam fruto do desenvolvimento de bacias pull-apart, se assemelham a uma margem
continental divergente comum; já nos segmentos transformantes, representados pelas Bacias
de Piauí-Camocim e Oeste de Gana, os estilos estruturais e as arquiteturas estratigráficas
são fortemente influenciados por transcorrências, sendo na distribuição do pós-rifte a maior
discrepância. Esta definida pelo visível contraste das espessuras de cunhas sedimentares do
pós-rifte, as quais são notavelmente mais expressivas nos oblíquos. Diversa também é a
distribuição das trapas ao longo dos segmentos, as puramente estruturais, são relacionadas
geralmente aos blocos rotacionados, comuns nos domínios oblíquos, ao passo que anticlinais
falhados associados a inversões dominam nas seções pós-rifte dos segmentos
transcorrentes. Trapas mistas e estratigráficas são mais importantes no pós-rifte, sendo as
mistas mais comuns nos segmentos transformantes (principalmente onlaps nos altos
transpressivos) e as estratigráficas, nos oblíquos. Variações de movimentação vertical em
cada segmento como uma resposta isostática flexural poderiam justificar tal diferença.

Palavras-chave: Margem Equatorial. Estilos estruturais. Obliquidade. Movimentos


transcorrentes.
209
www.pggmbrasil.org

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