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Bernância Nhabinde
Constância Simbine
Jerónimo
Minélio Chemane
Rebeca Muianga
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
Avelino Macheque
Bernância Nhabinde
Constância Simbine
Jerónimo
Minélio Chemane
Rebeca Muianga
Docente: Nheleth
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
Índice
0. Introdução.........................................................................................................................1
0.2. Metodologia...............................................................................................................1
2. O conceito de cultura........................................................................................................3
3. Desenvolvimento cultural.................................................................................................5
4. Homogeneização Social....................................................................................................7
4.1.1. Educação............................................................................................................7
4.1.2. Vestuário............................................................................................................8
5. Conclusão........................................................................................................................11
6. Bibliografia.....................................................................................................................12
1
1. Introdução
O presente trabalho contém uma linguagem clara e objectiva, procurando ser de fácil
percepção ao leitor e evitando criar um paradoxo 1 naquilo que é a essência do próprio tema em
análise.
1.2. Metodologia
1
Paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação
que contradiz a intuição comum. Ou pode ser o oposto do que alguém pensa ser a verdade.
2
Método bibliográfico
De Barros (2001) primeiro faz referência ao século XVIII, onde destaca o temo germânico
"Kultur" que era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade,
enquanto a palavra francesa "Civilization" referia-se principalmente às realizações materiais de
um povo. Na sequência aparece Tylor que se preocupou em sistematizar esses dois termos no
vocábulo inglês "culture" que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
Como primeira fase da origem da cultura, o autor refere ao momento em que o Homem
adquiriu, ou melhor, produziu cultura a partir do momento em que seu cérebro, modificado pelo
processo evolutivo dos primatas, foi capaz de assim proceder. No entanto, essa resposta não é
satisfatória, tanto que recorre à um antropólogo francês, Claude Lévi-Strauss que considera que a
cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma.
Para Lévi-Strauss, esta seria a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as
sociedades humanas. (DE BARROS, 2001)
Também recorre as ideias do antropólogo Norte-americano, Leslie White, que considera que
a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de
gerar símbolos.
2
O termo desenvolver vem da acção de livrar grão de trigo do tecido que o envolve (em latim, vai vere). A
biologia e a fisiologia, por sua vez, tratam do desenvolvimento de seres vivos e órgãos,
3
Todo comportamento humano se origina no uso de símbolos. Foi o símbolo que transformou
nossos ancestrais antropóides em homens e fê-los humanos. Todas as civilizações se espalharam
e perpetuaram somente pelo uso de símbolos. Toda cultura depende de símbolos. É o exercício
da faculdade de simbolização que cria a cultura e o uso de símbolos que torna possível a sua
perpetuação.
3. O conceito de cultura
Em sua dimensão antropológica, a mais ampla e fecunda para sua caracterização como
elemento constitutivo do desenvolvimento, a cultura compreende o conjunto dos elementos
responsáveis pela organização socioeconómica e pela fixação da identidade social e das
aspirações colectivas. Com base nas definições enunciadas por Tylor, 3 Kroeber e Kluckholn4 e
3
E. B. Tylor definiu cultura como um complexo de habilidades adquiridas pelo homem como membro de uma
sociedade, incluindo conhecimentos, crenças, artes, moral, leis e costumes.
4
Para Kroeber e Kluckholn, da escola difusionista norte-americana, a cultura consiste em padrões de
comportamento explícitos ou implícitos adquiridos e transmitidos por símbolos, constituindo realizações artefactos
característicos de determinados grupos humanos.
4
da própria Unesco5, é possível sublinhar que a cultura define as capacidades humanas adquiridas
em sua experiência histórica, e que constituem o fundamento das realizações e do património
social. Os elementos definidores da cultura podem ser agrupados em duas categorias: 1) os
modelos conscientes e inconscientes e as estruturas de pensamento e percepção do real (visão do
mundo, valores, ideologias, conhecimentos, crenças, símbolos e significados); e 2) manifestações
imateriais, nos comportamentos e na organização da sociedade (estilos de vida, costumes,
instituições e técnicas), ou materiais, nos artefactos, documentos e monumentos.
Na segunda forma de relação entre cultura e desenvolvimento, este último compreende, além
do crescimento económico, a realização das potencialidades do homem, o que eleva a cultura à
categoria de um dos fins do desenvolvimento.
5
A Conferência Mundial sobre Políticas Culturais (Mundiacult), realizada no México cm 1982 sob os auspícios
da Unesco, definiu a cultura como 'o conjunto de traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e afetivos,
que caracterizam uma sociedade ou um grupo social. Ela engloba, além das artes e das letras, os modos de vida, os
direitos fundamentais do ser humano, os sistemas de valores, as tradições e as crenças". A Mundiacult lançou as
bases conceituais da "Década Mundial do Desenvolvimento Cultural" da Unesco (1988-1997).
6
RIBEIRO, Darcy. O pmcesso ci,'iliza:ó rio, Petrópolis: Editora Vozes. 1991 As Américas e a civilização,
Petrópolis: Editora Vozes, 1988. Os "povos novos", sobretudo latino-americanos, são nações historicamente
recentes que atravessam um processo de elaboração e afirmação étnica e cultural. Essa noção se opõe à dos 'povos
testemunhos", herdeiros de um patrimônio histórico milenar, e à dos "povos transplantados', prolongamento da
sociedade e cultura européias, sobretudo anglo-saxónicas, em outras regiões do mundo.
5
4. Desenvolvimento cultural
O exame das influências da cultura sobre o desenvolvimento pode ser feito em duas
dimensões, a saber, a patrimonial e a organizacional.
Em sua dimensão patrimonial, a cultura pode ser definida como o conjunto de riquezas
materiais (recursos mobilizáveis, instrumentos) e imateriais (conhecimentos, técnicas) de uma
sociedade formadas ao longo de sua história e de sua interacção com o meio natural. A cultura
não é apenas a mediadora intelectual e cognitiva que torna a realidade inteligível ao homem; ela
é, também, o recurso fundamental para a identificação e transformação do meio ambiente em um
património humanizado. Como sublinha Ignacy Sachs, a própria noção de recurso natural ou
humano (resourcefulness) é uma construção cultural que pode conduzir seja a uma relação
simbiótica com a natureza e os agentes socioeconómicos, seja a uma dominação predadora e
insustentável.7
7
ACHS, lgnacy. Cultures. ent'ironnen,enrs et stvlesde dé veloppement. Paris: Unesco, Comissão Mundial de
Cultura e Desenvolvimento, 1993, e A Ia recherche de nous'etles stratégies de développeznent: enjeux do Sommet
social, Paris: Unesco, MOST, 1995. O autor sugere a elaboração de uma história socioecológica da humanidade a
partir de uma tabela ecossistemas x culturas. Lida em um sentido, a tabela mostraria a diversidade das culturas
nascidas em ecossistemas similares (floresta tropical húmida na Amazónia, África e Ásia): lida em outro sentido, a
tabela mostraria a continuidade e adaptabilidade de uma mesma cultura em meios naturais distintos (civilização
árabe do Atlântico ao Índico).
6
Embora haja consenso em tomo de que a cultura está presente no processo de transformações
socioeconómicas e tecnológicas características do desenvolvimento, é incipiente o estudo
sistemático do papel da cultura como fundamento e ambiente cognitivo, ideológico e
organizacional gerador e determinante dos modelos e processos de desenvolvimento. A cultura
atribui valor económico aos recursos, organiza institucionalmente as actividades e técnicas de
7
5. Homogeneização Social
5.1.1. Educação
homogeneizar;
diferenciar.
Conforme ele, a sociedade só poderá ser renovada e perpetuada por meio da educação e que a
homogeneização é transmitida por meio de valores e normas básicas comuns e que a diferença
8
Assim sendo, a Instituição Projecção tem o compromisso de habilitar indivíduos para agirem
de forma auto-determinada e de cooperação na sociedade. Dentro desta perspectiva, para o
Projecção, a educação é sempre educação da cultura geral, com um forte significado social e que
vai além das suas pretensões básicas que são a aprendizagem e o conhecimento.
5.1.2. Vestuário
O vestuário em nossa sociedade não possui mais apenas uma função puramente funcional de
proteger e cobrir o corpo. A moda, como um fenómeno social, possui diferentes limiares de
abordagem, e uma delas pode se relacionar a um processo de homogeneização social, que ocorre
nas mais diferentes esferas que compõem o constructo cultural dos indivíduos. É neste sentido,
que a moda poderá ser vista como um espelho para a compreensão dos desdobramentos culturais
de uma determinada sociedade, uma vez que essa se atrela a aspectos, tais como, valores,
crenças, manifestações artísticas, escritos, etc, que são incapazes de gerarem uma expressão
própria e neste sentido necessitam estruturar uma relação que pode ser definida como cultura
material. (REINKE, 2017)
Sendo então a moda um universo que abrange diferentes áreas do desenvolvimento material e
que poderá ser vista como um meio de geração de elementos culturais para um povo, torna-se
evidente a possibilidade de vermos a indumentária, produto que possui uma relação íntima com a
moda, como um elemento constituinte da cultura de um povo, uma vez que o vestuário se torna
passível da geração de novos valores individuais que emergem de uma determinada
colectividade social. A partir deste conceito é que se identifica a possibilidade de que um estudo
focado na indumentária poderá evidenciar possíveis desdobramentos sociais e contribuir para o
estudo de questões culturais em diferentes aspectos das esferas sociais possíveis de serem
reconhecidas dentro da sociedade.
9
É diante disto que o processo realizado a cada manhã, onde o indivíduo se reconstrói ao
escolher as peças de roupas que irão cobrir seu corpo, pode ser visto como uma manifestação
identitária, que se vale da linguagem visual do vestuário, e o insere dentro de uma redoma social
que o mesmo pertence ou deseja se inserir. (REINKE, 2017)
De acordo Rosseau citado por Laraia (1997) afirmava que a desigualdade social é um
fenómeno que tende a sempre se intensificar no cenário social. As famílias mais pobres possuem
um menos acesso a instrução e as informações necessárias para alavancar um desenvolvimento
próprio, enquanto os grupos mais ricos possuem um maior nível estrutural para investirem e
multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. O que causa a desigualdade é
exactamente a divisão social do trabalho, com a criação de propriedade e de bens particulares e
não distribuíveis.
Segundo Karl Marx citado por Laraia (1997), que enxergava a sociedade a partir da luta de
classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os
trabalhadores, haja vista que a primeira era detentora dos meios de produção, controlando e
retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos a partir do trabalho colectivo,
concentrava a renda e marginalizava os cidadãos.
Além de criar o exército de reserva de desempregados, que garantia uma concorrência entre os
próprios trabalhadores, privando-os da sua emancipação.
A desigualdade social, seja ela intelectual, económica ou sob qualquer outra forma,
manifesta-se no espaço social, ou seja, toma-se visível na composição estrutural das sociedades,
sejam elas rurais ou urbanas.
10
Muito embora a existência de hierarquias sociais faça com que a diferenciação social tenha
uma dimensão universal, cada sociedade pela sua cultura e percurso histórico manifesta-a de
diferentes formas.
6. Conclusão
Findo trabalho, conclui-se que o primeiro pensador que sistematizou o conceito de cultura foi
Tylor que englobou a questão das crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra
capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. A discussão
sobre o conceito de cultura foi se desenvolvendo e que culminou a ramificação do mesmo, onde
destaca-se o conceito filosófico, erudito e antropológico.
No que tange a questão da origem de cultura, conclui-se que esta questão sintetiza-se na ideia
de que o primeiro estagio em que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a
primeira regra, a primeira norma. Para Lévi-Strauss, esta seria a proibição do incesto, padrão de
comportamento comum a todas as sociedades humanas.
7. Bibliografia
LARAIA, DE B. R. Cultura: uni conceito antropológico. 4ª ed, Rio de Janeiro, Zahar, 1997.
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 9ª. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1978.
FURTADO, Celso. Brasil: a construção interrompida. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
REINKE, A. Carlos. Quando as roupas falam: debate sobre a moda como uma forma de