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Cristina Manuel Sabão

Origem da Cultura e Factores da Cultura

Universidade Mussa Bim Bique

2017

Cristina Manuel Sabão


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Origem da cultura e factores da cultura

Trabalho de carácter avaliativo, do curso de


Licenciatura em ensino de História com habilitações
em ensino de Geografia, da cadeira de Antropologia
Cultural de Moçambique, Leccionado pelo Docente:
dr Daniel José Ramos

Universidade Mussa Bim Bique

2017
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Índice
Introdução.............................................................................................................................................3

1.Significado da cultura......................................................................................................................4

1.1.Características da Cultura.............................................................................................................4

2. Origem da cultura............................................................................................................................6

3. Factores da cultura..........................................................................................................................8

Conclusão...........................................................................................................................................11

Bibliografia.........................................................................................................................................12
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Introdução
Para compreender a sociedade que nos circunda torna necessário saber o significado o ser das
pessoas que nos é facultado pela antropologia cultural que, derivando das palavras gregas
“logos” (estudo) e “anthropos” (humanidade), significa literalmente, “estudo da
humanidade”. Porém, a antropologia, na época antiga, não era exactamente o que é
actualmente. Para os gregos e romanos, a “antropologia” era uma “ciência dedutiva”, isto é,
uma discussão baseada em deduções abstractas sobre a natureza dos seres humanos e o
significado da existência humana. Assim, o presente trabalho tem como tema: A cultura.

Com este trabalho pretendemos compreender a sociedade por meio de suas práticas, costumes
e hábitos. Para tal, levantamos como objectivos específicos: definir o conceito ‘Cultura’,
mostrar as origens da cultura e, identificar os factores da cultura entre as sociedades.

A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de


responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível
evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e
grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente
adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida
do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se
dependente da cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser
humano; a falta de um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura)
causaria o mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico.

O uso do método bibliográfico é que caracterizou a presente pesquisa que compõe três
principais ites que procuram trazer de forma clara os conteúdos desta abordagem.
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1.Significado da cultura
A cultura é um dos conceitos mais difíceis de definir no vocabulário antropológico. Segundo
o antropólogo Tylor apud Ivala, Ofiço e Tarcisio (2007:70), a cultura é “esse todo complexo
que incluí conhecimentos, crenças, arte, moral, lei, costumes e toda a série de capacidades e
hábitos que o Homem adquire em tanto que membro de uma sociedade dada”.

Esta definição, criada no século XIX e à qual sempre olhamos como referência, trata das
qualidades que temos os humanos enquanto membros de uma sociedade:

 Cultura não material (“Ideofacto”): crenças, normas e valores. São os princípios


acordados de convivência.

 Cultura material (“Artefacto”): tecnologia. São as técnicas de sobrevivência.

Mas estas qualidades não são inatas (biologicamente herdadas), porém são adquiridas como
parte do crescimento e desenvolvimento de uma determinada cultura.

Assim, de acordo com os antropólogos em geral, esta ciência entende a cultura como a
totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição
pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo
da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis,
costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade".
Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus
costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e
tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.
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1.1.Características da Cultura
A Cultura é aprendida – A definição de Tylor incide nesta ideia fundamental, a cultura não é
adquirida através da herança biológica, porém é adquirida pela aprendizagem (consciente e
inconsciente) numa sociedade concreta com uma tradição cultural específica. O processo
através do qual as crianças aprendem a sua cultura é denominado inculturação. A inculturação
é um processo de interiorização dos costumes do grupo, até o ponto de fazer estes como
próprios. Este processo é fundamental para a sobrevivência dos grupos humanos, assim por
exemplo os esquimós tem de aprender a proteger-se do frio. O processo de inculturação
produz-se fisicamente (gestos, formas de estar, de comer...), afectiva e sentimentalmente (por
causa da acção de reforço ou repressão da nossa cultura) e também intelectualmente
(esquemas mentais de percepção do mundo). Os agentes de inculturação são a família, as
amizades, a escola, os media, os grupos de associação, etc., eles têm como missão introduzir o
indivíduo na sua sociedade através da aprendizagem da cultura, (Cfr. Ivala, Ofiço e Tarcisio,
2007:71).

A Cultura é simbólica - O pensamento simbólico é exclusivamente humano. A capacidade


para criar símbolos é só humana. Por tanto de alguma maneira esta associação é arbitrária e
convencional, socialmente aceite e compartida. O símbolo serve para veicular uma ideia ou
um significado que tem um significado social (sentido atribuído e intencionado compartido
socialmente). A diferença do resto dos seres vivos, que se comunicam de forma diádica
(estímulo-resposta), os humanos comunicámo-nos de forma triádica por meio de signos e
símbolos que são abertos, arbitrários, convencionais e que requerem descodificação (emisor-
mensagem-receptor) e tradução, (Idem).

A Cultura é geral e específica (Cultura –Culturas) – Num sentido geral todos os humanos
temos “Cultura” (“universal humano”), mas num sentido particular a “cultura” descreve um
conjunto de diferenças de um grupo humano específico com outros. A humanidade partilha a
capacidade para a Cultura (todo o criado pelos seres humanos), é este um carácter inclusivo;
porém a gente vive em culturas particulares (modos de vida específicos e diferentes) com
certa homogeneidade, uniformidade e harmonia internas, mas também com condicionantes
ecológicos e socio-históricos particulares, (Idem).
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A cultura inclui tudo – Para os antropólogos ter cultura não é a mesma coisa que ter
formação académica (cultivo intelectual), refinamento, sofisticação e apreciação das belas
artes.Todo o mundo tem cultura no sentido antropológico do termo. É assim como a
antropologia tem uma perspectiva holística que presta atenção a todas as manifestações e
expressões culturais.

A cultura é partilhada – a cultura é partilhada pelas pessoas enquanto membros de grupos. A


cultura é aprendida socialmente, une às pessoas, está expressada em normas e valores, e
também é intermediária no sistema da personalidade pelos actores sociais. Assim, a cultura
converte-se num sinal de identidade grupal. No interior duma cultura a distribuição dos bens
imateriais pode ser tão assimétrica e desigual como a dos bens materiais, (Idem).

A cultura está pautada – a cultura é aprendida normativamente. Quer dizer que está formada
por umas regras ou normas integradas. Dispõe de um conjunto de valores centrais, chaves ou
básicos organizados num sistema. A conduta humana governa-se por padrões culturais, mais
do que por respostas inatas. Podemos afirmar que as pessoas temos um “piloto” (a cultura)
que nos orienta nas nossas vidas.

A gente utiliza criativamente a cultura – as regras culturais afirmam que fazer e como, as
pessoas interiorizam essas regras ou normas, mas não sempre seguimos o seu ditado. As
pessoas podem manipular e interpretar a mesma regra de maneiras diferentes, utilizando
criativamente a sua cultura, em vez de segui-la cegamente (Ex.: Transgressão dos limites de
velocidade). Neste ponto podemos distinguir entre o nível ideal da cultura (o que a gente
deveria fazer e o que diz que faz) e o nível real da cultura (o que fazem realmente no seu
comportamento observável). Mas não por isso o nível ideal deixa de pertencer à realidade,
(Cfr. Ivala, Ofiço e Tarcisio, 2007:72).

A cultura está em todas as partes – a globalização faz questão sobre a relação entre cultura e
território, criando uma nova cartografia cultural. Cai por si própria a ideia tradicional de
cultura como comunidade fechada, de acordo com a qual cada indivíduo só pode pertencer a
uma cultura. Hoje em dia o entre – cruzamento de culturas é uma realidade. A ficção duma
cultura uniformemente partilhada pelos membros de um grupo é pouco útil em muitos casos.
O conceito de cultura deve incluir heterogeneidade, mudança rápida, empréstimos culturais e
circulações interculturais, (Idem).

2. Origem da cultura
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Vários aspectos iniciais concorreram para a origem da aculturação dos povos: a fabricação de
instrumentos, que por vezes determinava a posição de poder de um grupo em relação a outro;
os regimes alimentares, as vestimentas e o modo de moradia ou abrigo eram determinados de
acordo com a região de cada grupo etc.

A partir da dispersão da espécie humana para as mais variadas regiões, os indivíduos tendiam
à adaptação em relação ao meio em que se instalava. Tal fato resultou nas grandes variações
culturais entre povos de diferentes regiões, (Cfr. LARAIA, 2006:75).

O homem fundou sua hegemonia em relação aos outros animais através de sua capacidade de
controle do meio em que vivia. Para efeito de estudo, vagas evidências do desenvolvimento
das técnicas de controle do meio permaneceram ao longo dos tempos. Sítios arqueológicos de
todas as partes do mundo contêm indícios das migrações sazonais e da exploração de uma
vasta variedade de modos de subsistência, tanto através do cultivo de vegetais quanto de
animais. Em Nice, na França, alguns resquícios de abrigos de madeira foram encontrados.
Tais resquícios tem idade estipulada em 400.000 anos. Ainda alguns fragmentos de
ferramentas encontrados nos sítios de Neandertal são indícios do tratamento de peles para uso
de vestuário (200.000 a 30.000 anos antes de Cristo, na África setentrional, na Europa, na
Ásia Central e no Oriente Médio).

Em relação ao «quando», investigações recentes (2012) apontam para o surgimento da cultura


«moderna» há mais de 44.000 anos. É o que indica a análise de material arqueológico
descoberto numa caverna na África do Sul (chamada Border Cave). Percebe-se agora que
muito da cultura material que caracteriza o estilo de vida dos caçadores-recolectores do povo
San na África do Sul, já fazia parte afinal da cultura e tecnologia dos habitantes dessa caverna
há, pelo menos, 44.000, o que faz recuar, pelo menos, mais 20 000 anos a referência temporal
para o surgimento da cultura humana como era até aqui geralmente aceite pela maioria da
comunidade científica, (Idem).

Quanto ao «como» surgiram e se diferenciaram as culturas humanas ao longo da evolução,


provavelmente terá a ver tanto com o nosso «grande cérebro social» como com o produto
agregado de comportamentos que se mantiveram constantes e que derivam dos mecanismos
psicológicos evolutivos presentes em todos os indivíduos.

O que faz variar as culturas, nesta perspetiva, são essencialmente os aspectos ecológicos
«locais» e variáveis ambientais. As pessoas nas diferentes sociedades comportam-se, genérica
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e tendencialmente, da mesma forma, em relação aos aspectos cruciais (individuais ou


colectivos), e isso produz os universais sociais e culturais. A selecção natural funciona a partir
de regularidades que quando são bem-sucedidas na resolução dos principais problemas
humanos (sobrevivência, coordenação e reprodução), são incorporadas como estratégias de
fundo e tendem a perdurar.

A origem da cultura humana não se encontra portanto nela própria mas sim na biologia (não
se reduzindo a ela), do mesmo modo que as origens da biologia estão na química e as desta na
física, etc. A «natureza cultural do comportamento humano» percebe-se melhor se entendida
enquanto resultado simultâneo de agregação e integração de um algoritmo produzido e
moldado pela nossa história evolutiva.

De acordo com Lima, Martinez e Filho (1985:67), “os homens não nascem com cultura, sofre
um processo de endoculturacao ou inculturação que os integra paulatinamente no seu todo
social e cultural”. De igual modo, não nascem aprendidos. O processo cultural, por
consequência, repete-se em cada indivíduo e este processo está intimamente ligado ao grupo,
à classe social, ao tipo de cultura, ou sociedade, à etnia, quer dizer, à cultura como sistema.

3. Factores da cultura
De acordo com Laraia (2006:54), “são vários os factores que contribuem para a mudança e
inovação em uma sociedade: factores internos à própria sociedade ou factores externos do
ambiente que a cerca”. Em nossos dias, tornou-se muito clara a extrema importância da
relação entre a sociedade e o seu ambiente. O meio ambiente não é somente uma fonte crucial
para o sustento da sociedade com suas características climáticas e geográficas em geral, suas
riquezas naturais, suas fontes de energia, sua flora e fauna, tudo isso funcionando como um
conjunto de condições em relação ao qual a sociedade deve se adaptar. Nesse processo, a
sociedade pode interagir com o seu ambiente em diferentes formas e direcções: seja
contribuindo para melhorar ou para piorar e prejudicar suas condições de vida. As mudanças
no ambiente acabam por forçar mudanças na sociedade. As sociedades, ao longo da história,
tiveram necessidade de ajustar-se às mudanças no ambiente. Esse é um processo de adaptação
inquestionável.

O ambiente a que uma sociedade deve adaptar-se inclui, também, outras sociedades com as
quais ela mantém contacto. Uma mudança maior em uma costuma desencadear um processo
em cadeia gerando consequências para as outras e obrigando a ajustamentos e inovações. Mas
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há outras fontes de mudanças. A dinâmica das forças no interior das sociedades, que fazem
parte da própria condição do ser humano, impede que a sociedade permaneça estável
permanentemente. Em primeiro lugar, na transmissão da herança cultural de uma geração para
outra ocorrem alterações de vários tipos. Como vimos anteriormente, os indivíduos não são
passivos na formação dos hábitos, na aprendizagem dos costumes e na recepção das
informações ao longo de seu crescimento e desenvolvimento. Os seres humanos
aparentemente, por sua própria natureza, são motivados a tentar novos padrões de acção.
Muitas vezes, a motivação é a simples curiosidade que pode ser intensificada pelo mundo
cultural. Ou, então, a motivação pode ser o simples auto interesse material. Os homens
buscam maximizar suas recompensas, isto é, ganhar mais e melhor como resultado de suas
acções. Dessa forma, a experimentação e as inovações são inevitáveis.

O acaso ou as “chances” desempenham uma parte importante no


processo da inovação e das descobertas, mas o conhecimento, a
inteligência e a acção com propósito, que movem a disposição maior
para a pesquisa, são essenciais. As novas descobertas e as inovações
resultam da combinação de “chance”, conhecimento e persistência em
uma acção com propósito, (LARAIA, 2006:23).

A quantidade de informação acumulada por um grupo social é, talvez, o factor mais


importante para a capacidade de inovação e mudança positiva para a vida de seus membros.
As invenções que constituem um dos processos básicos de inovação são essencialmente
recombinações de elementos existentes da cultura.

Outro factor dos mais importantes no mundo actual, é o contacto com outras sociedades.
Quanto maior for o relacionamento com outros povos e culturas maior são as oportunidades
para incorporar suas descobertas e inovações. É sempre possível incorporar a herança cultural
de outras sociedades. É importante assinalar que esses factores mencionados, que estimulam e
promovem as mudanças e a inovação nas sociedades, são mutuamente interdependentes. Há
outro aspecto na relação entre diferentes sociedades e culturas que devemos considerar. É um
engano pensar que a paz entre nações seja um estado normal e que a hostilidade, o conflito e a
guerra são condições anormais. Gostaríamos que fosse verdade mas os registos históricos e a
realidade de nosso tempo indicam que é diferente.

São várias as razões para explicar porque as guerras e outros confrontos são tão comuns. A
causa básica parece ser a mesma que motiva a competição no mundo biológico de maneira
geral, isto é, a escassez de recursos. Tanto Malthus quanto Darwin reconheceram que uma
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oferta finita de recursos, independente de seu tamanho, nunca seria suficiente para uma
população com uma infinita capacidade para o crescimento. A não ser que uma população,
animal ou humana, controle seu crescimento, em algum momento ela esgotaria seus recursos.
Isso ajuda a explicar as acções de invasão de territórios e apropriação de recursos de outros
grupos sociais, ou povos ou nações. Na medida em que esses recursos são essenciais, a
sociedade atingida reage. O conflito, assim, torna-se inevitável.

No caso dos humanos o problema tornou-se especialmente complicado pela existência da


cultura. O problema da escassez torna-se mais agudo nas sociedades humanas porque a
cultura multiplica enormemente nossos desejos e necessidades. Os desejos dos animais são
limitados enquanto os dos seres humanos quanto mais os realizam mais, de um modo geral,
desejam. O cientista social americano Thorstein Veblen viu isso com clareza. Em um livro
publicado no final do século IXX ele desenvolveu a tese de que uma vez que uma sociedade é
capaz de produzir mais do que o necessário para viver, seus membros lutam para adquirir
bens e serviços não essenciais por causa de seu valor de prestígio. Um pouco antes, na metade
do mesmo século, Karl Marx havia diagnosticado esse mesmo problema ao descrever as
sempre novas necessidades criadas artificialmente pelo processo de desenvolvimento da
sociedade moderna. Considerando que o prestígio é sempre, para as diferentes pessoas das
diversas classes sociais, uma questão relativa (é uma medida da posição social de alguém em
relação aos demais), é impossível satisfazer a demanda por bens e serviços gerada pela
permanente busca de sempre mais prestígio. A escassez seria, portanto, inevitável não
importando o quanto de tecnologia se desenvolva e em quanto se aumente a produção, (Cfr.
LIMA, MARTINEZ, FILHO, 1985:65).

Guerras podem destruir culturas e civilizações. E, com isso, acabam gerando grandes
transformações sociais e culturais. Formas não militares de poder também acarretam
destruição de culturas através de um processo de incorporação de sociedades culturalmente
mais vulneráveis porque tecnologicamente menos desenvolvidas. É o caso de muitas
sociedades, tribos e etnias antigas, que acabam abandonando sua cultura tradicional, minando
sua autonomia como grupo social. Isso acontece especialmente com a cultura de sociedades
menores e economicamente menos desenvolvidas quando entram em contacto com sociedades
maiores e economicamente mais fortes. Considerem como exemplo o que ocorreu, e continua
ocorrendo, com as culturas indígenas e as de etnias africanas, tanto no Brasil como em outros
países.
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Conclusão
Para concluir, importa salientar que a cultura é como a totalidade de padrões aprendidos e
desenvolvidos pelo ser humano. Em relação ao quando do surgimento, investigações recentes
apontam para o surgimento da cultura moderna há mais de 44.000 anos. Quanto ao como
surgiram e se diferenciaram as culturas humanas ao longo da evolução, provavelmente terá a
ver tanto com o nosso grande cérebro social como com o produto agregado de
comportamentos que se mantiveram constantes e que derivam dos mecanismos psicológicos
evolutivos presentes em todos os indivíduos.

São vários os factores que contribuem para a mudança e inovação em uma sociedade: factores
internos à própria sociedade ou factores externos do ambiente que a cerca”. Em nossos dias,
tornou-se muito clara a extrema importância da relação entre a sociedade e o seu ambiente. O
meio ambiente não é somente uma fonte crucial para o sustento da sociedade com suas
características climáticas e geográficas em geral, suas riquezas naturais, suas fontes de
energia, sua flora e fauna, tudo isso funcionando como um conjunto de condições em relação
ao qual a sociedade deve se adaptar.

O ambiente a que uma sociedade deve adaptar-se inclui, também, outras sociedades com as
quais ela mantém contacto. Uma mudança maior em uma costuma desencadear um processo
em cadeia gerando consequências para as outras e obrigando a ajustamentos e inovações. Mas
há outras fontes de mudanças. A dinâmica das forças no interior das sociedades, que fazem
parte da própria condição do ser humano, impede que a sociedade permaneça estável
permanentemente. Em primeiro lugar, na transmissão da herança cultural de uma geração para
outra ocorrem alterações de vários tipos.
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Bibliografia
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova
Fronteira. 1986.

IVALA, Adelino Zacarias; OFIÇO, Aida & TARCÍSIO, Inácio. Antropologia Cultural:
Plano De Estudo e Apontamentos. Nampula, Universidade Pedagógica, 2007.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

LIMA, Augusto Mesquitela; MARTINEZ, Benito & FILHO, Joao Lopes. Introdução à
antropologia cultural. 6ª ed. Lisboa, editorial presença; 1985.

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