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ECONOMIA – 11.

º ANO ELSA SILVA | ROSA MOINHOS

TEMA 11| A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

DOCUMENTOS DE APOIO

DOC. 1 | SETOR PÚBLICO EM PORTUGAL


O Setor Público compreende o conjunto das entidades controladas pelo poder político. É composto pelo
Setor Público Administrativo e pelo Setor Público Empresarial (entidades com estatuto de empresas
públicas), bem como as sociedades e quasi-sociedades (não financeiras e financeiras) controladas ou
maioritariamente financiadas por unidades das Administrações Públicas, incluindo o Banco Central.
O Setor Público Administrativo é constituído pelo conjunto de entidades e de serviços da Administração
Central, Local e Regional e ainda pela Segurança Social e pelos Fundos Autónomos. Desenvolve a sua
atividade com base em critérios não empresariais, integrando as atividades tradicionais do Estado.
O Setor Público Empresarial integra um universo diversificado de entidades que operam em múltiplos
setores de atividade. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de atividades intrinsecamente mercantis,
através da produção e venda de bens e serviços, embora também servindo fins sociais e/ou coletivos. Estas
entidades apresentam fundamentalmente uma organização e uma gestão empresarial, seguindo uma
filosofia que se aproxima bastante das organizações privadas.
As empresas do Setor Público Empresarial podem ter como «entidade mãe» o Estado (empresas do Setor
Empresarial do Estado — SEE), os municípios ou associações de municípios (empresas do Setor Empresarial
Local) ou os Governos Regionais dos Açores ou da Madeira (empresas do Setor Empresarial Regional).
O Sistema de Segurança Social é aquele que pretende assegurar direitos básicos dos cidadãos e a igualdade
de oportunidades, bem como promover o bem-estar e a coesão social entre todos os cidadãos,
portugueses ou estrangeiros, que exerçam atividade profissional ou residam no território português. É
composto por três sistemas, o Sistema de Proteção Social de Cidadania, o Sistema Previdencial e o Sistema
Complementar nos termos da Lei de Bases da Segurança Social (Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro).
Conselho de Finanças Públicas, https://www.cfp.pt/pt/cfp (adaptado).
DOC. 2 | ORÇAMENTO DO ESTADO

O Orçamento do Estado (OE) é uma lei da Assembleia da República, que comporta uma descrição detalhada
de toda a previsão de receitas, uma autorização de despesas ou dotação de despesas, bem como uma
autorização de endividamento, tudo para um horizonte temporal de um ano. A Lei do Orçamento de Estado
contém: (a) articulado; (b) mapas orçamentais; (c) relatório; (d) desenvolvimentos orçamentais (dos
Serviços Integrados e dos Serviços e Fundos Autónomos); (e) elementos informativos.
O OE é aprovado em contabilidade pública, sendo que o relatório apresenta uma previsão de execução em
contas nacionais (não vinculativa) para todo o setor das Administrações Públicas.
A proposta de Orçamento do Estado deve ser apresentada pelo Governo. No OE estão integrados os
orçamentos dos serviços dos subsetores: Estado, Serviços e Fundos Autónomos e Segurança Social. O
orçamento da Administração Regional e Local não integra este documento, uma vez que dispõem de
orçamentos autónomos, aprovados nos respetivos órgãos competentes.

Conta das Administrações Públicas, 2020-2021

https://oe2021.gov.pt/orcamento-do-estado-2021/
Conselho de Finanças Pública, https://www.cfp.pt/pt/glossario/orcamento-do-estado (adaptado).
DOC. 3| ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2021 – OBJETIVOS

Um orçamento que combate a pandemia, com um reforço muito significativo dos recursos humanos no
Serviço Nacional de Saúde, um subsídio de risco para quem está na linha da frente do combate à Covid-19 e
um plano de investimentos muito avultado nos cuidados de saúde primários, na rede de cuidados
continuados integrados e na saúde mental.
Um orçamento que defende os rendimentos, através do aumento extraordinário das pensões mais baixas
e de medidas fiscais que vão deixar cerca de 550 M€ no bolso das famílias em 2021, por via da redução da
retenção na fonte dos salários, da redução do IVA da eletricidade e da devolução do IVA pago em despesas
de restauração, alojamento e cultura.
Um orçamento que protege os que mais precisam, com um novo apoio social extraordinário que tem
como valor de referência o limiar de pobreza (501 €), para quem perdeu o emprego ou teve uma quebra
significativa na sua atividade. Que eleva, a título definitivo, o valor mínimo do subsídio de desemprego para
um montante acima do limiar de pobreza, para quem tinha um emprego a tempo inteiro. E estende para
2021 o apoio extraordinário aos trabalhadores informais em situação de desproteção económica e social.
Um orçamento que apoia a economia e o emprego, não aumentando quaisquer impostos, eliminando o
agravamento das tributações autónomas para as micro, pequenas e médias empresas que este ano tenham
prejuízos e estimulando o consumo nos setores da restauração, alojamento e cultura. Os apoios públicos
ficam condicionados à manutenção do atual nível de emprego nas grandes empresas com lucros. As
políticas ativas de emprego vão ser reforçadas para os jovens e para os desempregados, para promover a
empregabilidade das pessoas e novos empregos de qualidade. E os direitos dos trabalhadores ficam
protegidos por uma moratória de 24 meses à caducidade das convenções coletivas de trabalho.
Um orçamento que cuida do futuro, coerente com os quatro grandes desafios estratégicos em que assenta
o Programa de Governo. Para combater as alterações climáticas, vamos continuar a promover a utilização
do transporte público, através de passes sociais mais baratos e de um programa de expansão da oferta.
Para responder ao desafio demográfico, vamos lançar um novo programa de investimento em
equipamentos sociais da rede pública e do setor social, abrangendo respostas sociais nas áreas de apoio à
infância, idosos e pessoas com deficiência. Para aproveitar as oportunidades da sociedade digital, vamos
fazer uma aposta forte na digitalização das escolas. Para combater as desigualdades, vamos alargar a
gratuitidade das creches a todas as crianças das famílias dos 1.º e 2.º escalões.
https://oe2021.gov.pt/ (adaptado).
DOC. 4 | IMPACTOS ORÇAMENTAIS IMEDIATOS
Os efeitos do choque da crise provocada pela Covid-19 provocaram impactos ao nível das finanças públicas,
com uma degradação acentuada dos saldos global e primário, sobretudo a partir do mês de maio. Os
valores acumulados da receita começaram a diminuir face ao período homólogo, para o que contribuiu
sobretudo a quebra da atividade económica, bem como a extensão de até seis meses para o pagamento
das retenções na fonte de IRS e IRC e pagamentos de IVA, bem como das Contribuições Sociais (até ao mês
de agosto, o impacto na receita foi de cerca de 576,4 milhões de euros). Concomitantemente, registou-se
um aumento significativo da despesa, nomeadamente com a despesa relacionada com as medidas de
mitigação dos efeitos da Covid-19 em termos sanitários, mas também de apoio aos rendimentos das
famílias e das empresas. Fonte: Ministério das Finanças. Fonte: Ministério das Finanças

Evolução de finanças públicas

Orçamento do Estado, https://oe2021.gov.pt/ (adaptado).


DOC. 5 |EVOLUÇÃO DO DÉFICE ORÇAMENTAL
O défice orçamental de 2020 é estimado em 7,3% do PIB. Esta estimativa inclui o forte impacto da crise
pandémica, com efeitos muito severos na economia, que se repercutem inevitavelmente nas contas
públicas. Esses efeitos refletiram-se na perda de receitas e, por outro lado, no forte aumento da despesa,
com medidas de apoio à saúde, ao emprego e ao rendimento.

Assim, o saldo de 2020, excluindo as medidas pontuais e a despesa associada à Covid-19, configura um
défice de 4,5% do PIB.
Por outro lado, perspetiva-se que o défice orçamental para 2021 se situe em 4,3% do PIB, uma melhoria de
3 p.p. do PIB face a 2020. A despesa relacionada com as medidas de apoio ao emprego e rendimento no
âmbito da crise pandémica continua a ter um impacto muito expressivo, representando 1,7 p.p. do PIB,
pelo que, sem estas medidas temporárias, o défice orçamental seria de 2,6% do PIB.
A melhoria do défice orçamental em percentagem do PIB resulta do efeito conjugado de um aumento da
receita e de uma diminuição da despesa.

Saldo orçamental das Administrações Públicas (2019–2022)

Conselho de Finanças Públicas, https://www.cfp.pt/pt/publicacoes/orcamento-do-estado/analise-da-proposta-de-


orcamento-do-estado-para-2021 (adaptado).
DOC. 6 |POLÍTICAS DO ESTADO
As medidas de política orçamental para 2021 têm como principal objetivo a manutenção do apoio ao
emprego e ao rendimento das famílias e empresas, procurando simultaneamente continuar a prevenção
dos efeitos nefastos da Covid-19 na saúde pública. O impacto negativo estimado é de 1947 milhões de
euros. Prevê-se que a perda de receita associada às medidas de política se situe em 388 milhões de euros
(sem fundos europeus), com destaque para a redução do IVA da eletricidade e para a alteração na retenção
da fonte de IRS, que deverá proporcionar um rendimento adicional às famílias.
O impacto negativo das medidas do lado da despesa deverá ser de 3079 milhões de euros, com maior
incidência nas medidas relacionadas com o apoio ao emprego e com o novo apoio extraordinário ao
rendimento dos trabalhadores. Destaca-se ainda a criação do «IVAucher», que pretende dinamizar e apoiar
os três setores mais afetados pela pandemia (restauração, alojamento e cultura) e, simultaneamente,
impulsionar o consumo privado.
Na saúde, o apoio à segurança dos profissionais de saúde e a mitigação dos efeitos da pandemia na saúde
pública deverão atingir os 300 milhões de euros.
Na área da educação, encontra-se previsto o desenvolvimento do Programa Escola Digital e, no âmbito das
políticas sociais, é de realçar ainda o aumento extraordinário das pensões a partir de agosto em 99 milhões
de euros.
OE 2021, https://app.parlamento.pt/ (adaptado).
DOC. 7 | INOVAÇÃO DOS SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Na atual era da quarta revolução industrial, caracterizada por exponencial digitalização da sociedade e da
economia, torna-se imperativa a transição de Portugal para um país mais digital e, consequentemente,
mais competitivo e mais fortalecido a nível internacional. Neste contexto, foi criado o Plano de Ação para a
Transição Digital, que se assume como um motor de transformação do país, tendo como principais áreas de
foco a capacitação digital das pessoas, a transformação digital das empresas e a digitalização do Estado.
O OE-2021 mantém a aposta numa cultura de inovação dos serviços da administração pública e num
reforço dos sistemas de incentivos à inovação na gestão pública, visando estimular as práticas inovadoras,
designadamente através de processos colaborativos, nos domínios a definir pelo Governo como eixos
prioritários de atuação e na concretização das medidas previstas na Estratégia para a Inovação e
Modernização do Estado e da Administração Pública 2020–2023. Esta estratégia procura potenciar uma
transformação contínua dos processos de funcionamento da Administração Pública e dos serviços
prestados, acompanhando a evolução das exigências da vida em sociedade e das novas tecnologias, de
forma a proporcionar aos cidadãos e empresas serviços seguros, acessíveis e sem esforço, facilitando e
reduzindo interações, disponibilizando e reutilizando dados e promovendo a eficiência, sustentabilidade e
simplificação dos processos.
Contudo, a transformação digital da Administração Pública não pode significar excluir a existência de outros
canais de acesso ao serviço público além do digital, nomeadamente o telefónico e o presencial. O
atendimento deve assentar numa estratégia multicanal — presencial, telefónica e eletrónica —
continuadamente melhorada e cada vez mais integrada.

https://www.portugal.gov.pt/gc22/portugal-digital/plano-de-acao-para-a-transicao-digital-pdf.aspx (adaptado) e OE
2021, https://app.parlamento.pt/ (adaptado).

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