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Para 2019, o Governo manterá as principais orientações de política que caracterizaram os anos
precedentes, procurando dinamizar a economia com base no reforço do investimento e da
internacionalização, bem como na prossecução de medidas de política de equidade social,
promovendo uma trajetória sustentável de redução do défice orçamental e da dívida pública. Assim,
e em linha com o apresentado no Programa de Estabilidade de 2018-2022, serão adotadas medidas
que assentam numa estratégia de aumento do rendimento disponível das famílias, de equidade social
e de apoio à criação de emprego, bem como de alívio fiscal.
As principais medidas de política orçamental encontram-se identificadas no quadro abaixo.
A receita total deverá aumentar 5,4% face ao estimado para 2018, evolução determinada,
maioritariamente, pela receita fiscal, tanto ao nível dos impostos indiretos (3,9%) como dos impostos
diretos (1,8%), e pela receita de capital (73,1%). A despesa, que cresce 6,3%, reflete, em particular, o
aumento do investimento (31,2%), das transferências correntes (3,8%) e da outra despesa corrente
(84,6%).
Receita fiscal
O bom desempenho da economia em 2018 permitiu que a estimativa de receita fiscal fosse revista em
alta face ao constante no Orçamento do Estado para 2018. De facto, prevê-se que a receita em 2018
fique cerca de 1200,00 milhões de euros (+2,8%) acima do que constava no Orçamento do Estado
aprovado. Destaca-se, nesta revisão da estimativa o desempenho positivo do IRC e do IVA, o que
resulta do crescimento da atividade económica. Neste sentido, prevê-se que, face à estimativa de
receita para 2018, em 2019 se verifique um crescimento da receita fiscal em cerca de 1,4%, com
especial destaque para a evolução da receita de IVA, ISP, IRS e IS. De facto, os impostos indiretos são
responsáveis primários (80% da variação) pelo crescimento da receita fiscal, e em menor grau os
impostos diretos.
RECEITA FISCAL
(milhões de euros)
As transferências financeiras entre Portugal e a União Europeia (UE) refletem, do lado da despesa, a
contribuição de Portugal em Recursos Próprios para o Orçamento Geral da UE e, do lado da receita, o
recebimento das comparticipações da UE no cofinanciamento de projetos apoiados por fundos
europeus. No quadro seguinte indicam-se os valores relativos aos fluxos financeiros entre Portugal e a
UE registados nos anos de 2016 e 2017, a estimativa para o ano de 2018 e a previsão para o ano de
2019.
FLUXOS FINANCEIROS ENTRE PORTUGAL E A UNIÃO EUROPEIA
(milhões de euros)
Notas:
(a) Os montantes expressos no quadro correspondem a valores brutos disponibilizados à Comissão Europeia. (b) Inclui os
Ajustamentos aos recursos próprios IVA e RNB de exercícios anteriores e Juros respeitantes a Recursos Próprios. (c) Inclui os
montantes recebidos por Portugal referentes a correções de anos anteriores nos recursos próprios. (d) Despesas de cobrança
previstas no n.º 3 do artigo 2.º da Decisão do Conselho n.º 2007/436/CE, Euratom, de 7 de junho, relativa ao Sistema de
Recursos Próprios da Comunidade Europeia, correspondente a 25% dos Recursos Próprios Tradicionais cobrados, com
redução de 25% para 20% no âmbito da Decisão do Conselho n.º 2014/335/UE Euratom a partir de 1 de outubro de 2016. (e)
Os montantes incluídos em cada Fundo englobam os vários períodos de programação, QREN e PT2020. Não inclui Programas
de Ação e Iniciativas Comunitárias (PAIC). (f) Inclui Medidas Veterinárias. (g) Devoluções e restituições à CE no âmbito dos
diversos Fundos.
No final de 2018, estima-se que o rácio da dívida soberana sobre o PIB atinja os 121,2% (isto é, uma
diminuição de 3,5 p.p. relativamente ao final do ano anterior), o que, em conjunto com a diminuição
verificada em 2017 (-4,5 p.p.), representa a maior redução em 20 anos. Esta variação deverá refletir
um excedente primário de 2,7% do PIB – de novo um dos maiores da União Europeia –, bem como o
efeito do diferencial positivo entre o efeito do crescimento do PIB e o impacto da taxa de juro
subjacente à dívida pública (efeito combinado do rácio da dívida pública em 1,1 p.p.).
Espera-se que os ajustamentos défice-dívida deteriorem o rácio em 0,3 p.p. do PIB. Em 2019, o rácio
da dívida deverá volta a cair (-2,7 p.p.), fixando-se nos 118,5% do PIB, dando continuidade à tendência
iniciada em 2016. Esta melhoria resulta do contributo do saldo primário e do contributo do diferencial
entre o crescimento económico e os encargos com juros. Ambos os efeitos têm vindo a ser benéficos
para a redução da dívida pública desde 2015. Desta feita, apesar da redução do peso dos juros no PIB
em 0,2 p.p., prevê-se que o efeito dinâmico seja inferior ao verificado no ano anterior em 0,1 p.p.,
devido a um menor contributo do crescimento nominal da economia para a redução do rácio da dívida
(4,3 p.p.).
Note-se ainda que o efeito negativo dos juros tem vindo a diminuir nos últimos anos, o que resulta da
redução da taxa de juro implícita da dívida. Para esta evolução contribuiu, para além da política do
Banco Central Europeu e do processo de consolidação orçamental, a estratégia de gestão da dívida
pública assente no reembolso antecipado do empréstimo do FMI, no prolongamento das maturidades
dos títulos e na manutenção de um nível de depósitos capaz de garantir as necessidades de
financiamento em caso de dificuldade no acesso ao mercado de capitais.
TRAJETÓRIA DA DÍVIDA
(% do PIB)
(p) Previsão.
(1) Área do Euro: composição de 19 países (na ótica do SEC2010). Os dados para a Área do Euro são atualizados no mês seguinte ao da
disponibilização da informação trimestral referente a Portugal e na data de divulgação do Boletim Estatístico completo.
(1) Área do Euro: composição de 19 países (na ótica do SEC2010). Os dados para a Área do Euro são atualizados no mês seguinte ao da
disponibilização da informação trimestral referente a Portugal e na data de divulgação do Boletim Estatístico completo.
O ajustamento défice-dívida corresponde à variação do stock de dívida pública que não resulta do
défice/excedente orçamental, para um dado período. O ajustamento défice-dívida pode ser agrupado em
três categorias principais:
(i) transações em ativos financeiros; (ii) efeitos de valorização em volume e preço da dívida; (iii) e outros
efeitos.
Para mais detalhes, consultar o Apontamento sobre dívida pública do CFP n.º 1/2013.
Consultar: https://www.cfp.pt/pt/glossario