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TEXTOS |A produção de bens e serviços

TEXTO 1 – Produção industrial em queda


A contração na produção industrial regressou à Zona Euro em novembro de 2018. Irlanda e Portugal
destacaram-se com as maiores quebras mensais, segundo dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat.
A produção industrial caiu em novembro 2,5% em Portugal e 7,5% na Irlanda em relação ao mês anterior.
Seguiu-se a Alemanha, o motor da Zona Euro, com um recuo de 1,9%.
A quebra mensal no conjunto da Zona Euro foi de 1,7% em novembro, depois de um ligeiro crescimento
mensal de 0,1% em outubro. O crescimento da produção industrial da Zona Euro em outubro foi revisto em
baixa uma décima, revelando que a recuperação que se esperava ter ocorrido naquele mês foi ainda mais
modesta.
A quebra mensal em novembro foi a pior do ano até à data, maior do que o recuo de 1% registado em janeiro.
A produção industrial contraiu em sete dos 11 meses de 2018 já apurados.
Em termos homólogos, comparando novembro de 2018 com o mesmo mês de 2017, a contração anual da
produção industrial na Zona Euro foi de 3,3%, depois de uma expansão de 1,2% em outubro face ao mesmo
mês no ano anterior. As maiores quedas anualizadas registaram-se na Irlanda, com um afundamento de 9,1%,
e na Alemanha, com uma quebra de 5,1%. A contração em Portugal foi de 2,9% e em Espanha de 2,8%.
A evolução negativa da produção industrial está a ser considerada como um indicador da má conjuntura que
viveu a Zona Euro no final do ano passado. O principal sinal de alarme na área da moeda única foi dado pela
contração de 0,2% da economia alemã no terceiro trimestre de 2018, a primeira desde o primeiro trimestre
de 2015. Se, no último trimestre do ano, a tendência de contração se mantiver, a Alemanha terá entrado em
recessão no final de 2018.

Jornal Expresso, https://expresso.pt/economia/2019-01-14-Portugal-registou-em-novembro-a-segunda-pior-queda-da-


producao-industrial-na-zona-euro#gs.Tjn9yVxG, 2019 (adaptado).

TEXTO 2 – O setor do turismo em Portugal


O setor do turismo é a maior atividade económica exportadora do país, sendo responsável por 50,1% das
exportações de serviços e 18% das exportações totais, tendo as receitas turísticas registado um contributo de
7,8% no PIB português.
O turismo tem atingido números recorde em Portugal, com especial destaque para:
– Alargamento da atividade turística a meses menos tradicionais, com dois terços do crescimento a incidir na
«época baixa».
– Aumento de emprego no turismo (+44 mil), com um peso de 7% na economia nacional

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– Todas as regiões com um crescimento significativo, em 2017, com destaque para os Açores (+ 16%), Centro
(+ 15%) e o Alentejo (+ 12%).
– Ritmo de crescimento das receitas turísticas e dos proveitos em hotelaria mais acelerado do que o aumento
de hóspedes.
– Diversificação de mercados, com crescimentos expressivos do mercado americano, polaco e brasileiro.
– Crescimento de 4% do mercado interno.
– Reconhecimento internacional com a atribuição de diversos prémios internacionais.
Estes resultados demonstram a capacidade de o turismo gerar mais receita, mais emprego e alargar, cada vez
mais, a atividade ao longo do ano e do território.

Turismo de Portugal, https://www.turismodeportugal.pt/pt/Turismo_Portugal/visao_geral/Paginas/default.aspx.

TEXTO 3 – Indústrias culturais e criativas


As indústrias culturais e criativas constituem um potencial económico dinâmico e inovador e um ativo social
pela capacidade de gerar uma mudança positiva na e para a sociedade, contribuindo em simultâneo para o
bem-estar individual e coletivo e para o aumento da capacidade de resiliência às crises. Diferenciam-se ainda
de outros setores económicos por transmitirem a identidade cultural do país através do seu património
cultural, dos autores, dos festivais literários e de música, das grandes representações e produções
internacionais, tanto no campo do audiovisual como no das artes do espetáculo, do artesanato, da arquitetura
e das prestigiadas obras artísticas reconhecidas internacionalmente.
Estas indústrias apresentam soluções para uma sociedade que se quer inovadora e inclusiva, não só pelo seu
caráter transversal, como também enquanto fator competitivo e estratégico para a revitalização de uma
grande parte das atividades económicas dos setores de bens e serviços e ainda através da incorporação das
componentes criativa e inovação a outros setores económicos, contribuindo desta forma para o aumento da
cadeia de valor. Os setores das indústrias culturais e criativas são constituídos por empresas de pequena
dimensão, agentes culturais, associações culturais e setoriais, com e sem fins lucrativos, fundações e
cooperativas culturais, mas também por incubadoras e polos criativos, caracterizando-se este universo por
contar com um portefólio bastante alargado de competências e de recursos humanos especializados e
qualificados, constituindo esta também uma nova forma de empreendedorismo, fatores que muito
contribuem para o aumento da notoriedade internacional do país.

AICEP, Portugal Global, janeiro de 2019 (adaptado).

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TEXTO 4 – A produtividade em Portugal
Vários estudos apontam efeitos positivos na produtividade, quer no curto quer no longo-prazo, de
políticas/reformas como desregulamentação do mercado do produto, resolução de insolvências, melhoria do
sistema financeiro, pagamento de impostos e inovação. Em contrapartida, para políticas como a saúde, a
educação primária, a educação superior e formação profissional e os procedimentos para abrir um negócio,
apesar dos efeitos negativos de curto-prazo, estimam-se efeitos positivos no longo prazo na produtividade.
Os estudos indicam ainda que a desregulamentação do mercado de produto, assim como a do mercado de
trabalho, produz efeitos positivos no emprego. Genericamente, a redução de barreiras à saída de empresas e
à restruturação têm também um efeito positivo na produtividade.

Banco de Portugal.
A inovação e a I&D são determinantes fundamentais do progresso tecnológico e fatores relevantes para a
capacidade competitiva das empresas, tendo um efeito positivo quer na produtividade quer no crescimento
potencial. Quer o nível de qualificações quer a qualidade da formação, influenciam a capacidade de introdução
de tecnologias que promovem aumentos de produtividade e novos procedimentos e têm um peso muito
significativo em termos de potencial, sendo a baixa qualificação um obstáculo à inovação e à melhoria das
condições de vida.
O potencial da força de trabalho portuguesa tem vindo a registar melhorias significativas ao longo dos últimos
anos, sendo uma das áreas de reformas com um potencial de ganhos económicos muito significativo. Nos
últimos 15 anos, o peso dos adultos com nível de educação inferior ao secundário caiu 26 pontos percentuais,
tendo Portugal sido apontado como o segundo país com o maior aumento de nível de educação
intergeracional entre os países da OCDE.
Uma maior estabilidade do sistema financeiro proporciona um ambiente mais propício ao investimento. Por
outro lado, o aumento da procura e o crescimento económico vêm pressionar a capacidade instalada das
empresas, tornando o investimento em bens de equipamento necessário para assegurar a continuidade do
mesmo. Adicionalmente, uma realocação mais eficiente do capital permitirá ganhos de produtividade, e um
sistema financeiro saudável permite que o financiamento à economia se efetue de forma adequada. De facto,
em Portugal, no seguimento da crise financeira, e apesar de já registar essa tendência anteriormente, o
investimento das empresas contraiu-se consideravelmente, atingindo um mínimo de 8,9% do PIB em 2013,
estando neste momento a recuperar. Assim, pode concluir-se que a reforma do regime de insolvência, da
prevenção, simplificação e redução de barreiras à restruturação permitiu melhorar a alocação de recursos e
de facto levou à saída de empresas não viáveis, tendo um efeito positivo na produtividade, mas também no
crescimento do PIB potencial.

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Medidas de inovação registam efeitos positivos na produtividade, e o aumento de emprego em I&D resulta
num ligeiro crescimento de PIB potencial, assim como a digitalização. A área de política/reforma com maiores
ganhos de convergência face à UE é a do capital humano. De facto, só o efeito de arrastamento das
qualificações nacionais leva a ganhos consideráveis no crescimento do PIB potencial, sendo que também tem
efeito positivo de longo prazo na produtividade (apesar de negativo no curto prazo).

Banco de Portugal
Fernandes, A. F., Simões, M., e Pereira, J. A., Alterações Estruturais da Economia Portuguesa, Produto Potencial e
Produtividade, GPEARI|GEE (adaptado).

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TEXTO 5 – A produtividade em Portugal está bem medida?
Nos relatórios sobre o estado da economia, as instituições internacionais pedem constantemente a Portugal
que melhore a sua produtividade. E se a produtividade dos trabalhadores portugueses for maior do que se
estima atualmente?
A pergunta é colocada por um artigo publicado
pela Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Económico (OCDE) em
dezembro de 2018.
A resposta à pergunta é direta: as estatísticas de
um grupo de países, incluindo Portugal, estão a
sobrestimar o número de horas trabalhadas por
trabalhador e, assim, a subestimar os níveis de
produtividade do trabalho.
Esta análise foi feita com base num inquérito da
OCDE e do Eurostat realizado este ano. Os seus
resultados mostram as divergências que existem
entre os países nos ajustamentos feitos para
calcular a produtividade, criando distorções nas
comparações.
Pordata.

Usando a metodologia revista pela OCDE, os níveis de produtividade melhoram em certos países: Portugal,
Reino Unido, Áustria, Estónia, Finlândia, Grécia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Polónia e Suécia.
Assim, neste artigo são apresentadas estimativas empíricas que destacam o potencial impacto das diferenças
na forma como os países medem as horas trabalhadas no cálculo dos níveis da produtividade. Os ajustamentos
feitos por alguns países são «limitados», o que inflaciona os números das horas trabalhadas e, dessa forma,
penaliza o nível de produtividade.
Num índice em que os Estados Unidos são o referencial, a posição de produtividade de Portugal melhora 8,7%,
tal como mostra o gráfico.

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Desigualdades em termos de PIB por hora trabalhada medido utilizando a média de horas de trabalho
retiradas das contas nacionais oficiais e da OCDE.

No caso português, as horas trabalhadas passam de quase 1900 por ano para pouco mais de 1700, colocando
a realidade portuguesa em linha com a de Itália ou de Espanha.

Assim, se os países alinharam o método de cálculo da produtividade, as comparações internacionais poderiam


melhorar significativamente – ainda mais do que usando a estratégia da OCDE neste artigo –, acabando com
as distorções criadas por metodologias diferentes. A partir de agora, a OCDE usará este novo método no caso
de Portugal e dos outros países referidos e assim será até que haja uma melhoria da medição, tendo em conta
os critérios da Organização.
Jornal de Negócios, https://www.jornaldenegocios.pt/economia/conjuntura/detalhe/ocde-produtividade-de-portugal-pode-ser-
maior-do-que-se-estima 11 dezembro 2018 e OCDE https://www.oecd-ilibrary.org/economics/international-productivity-
gaps_5b43c728-en (adaptado).

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