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Gestão De Atividades Turísticas

“A Evolução Do Tecido Empresarial Português Na Era Pré E Pós Pandemia”

Orador: Dr. António Barreiros

Local: Auditório Dr. António Martins

Hora: 18h30

João Siva 23342


Este relatório tem como objectivo descrever a apresentação do Dr. António
Barreiros, que se concretizou no dia 26/11/2021, no Auditório Dr. António Martins,
com inicio às 18h30 e com duração de cerca de 60 minutos, que teve como tema
principal “A evolução do tecido empresarial português na era pré e pós pandemia”.

O director da Informa DB veio dar a conhecer aos alunos do 1º ano so curso


Gestão de Atividades Turísticas a evolução e as dificuldades que as empresas
atravessaram no período pandémico e os efeitos desiguais que estas tiveram.

O Dr. António Barreiros começou por afirmar que a crise pandémica afetou
vários setores de actividade de diferente forma ao contrário da crise de 2011 que abalou
principalmente o income de todas as empresas. e de seguida expôs um enquadramento,
enquadramento este que continha: os impactos atenuados; recuperação; diferentes
velocidades e oportunidades.

Duas principais visões da apresentação:

 Impacto da pandemia nas contas das empresas em 2020-desempenho e balança;


 Dinâmica do tecido empresarial em 2021-visão para os próximos meses;

A evolução do PIB teve uma grande queda em 2020 devido à pandemia e


estimativas apontam que em 2022 o PIB recupere para valores semelhantes aos de 2019
(4,2%) depois de uma queda de 8,4%, cerca do dobro. Sendo a crise pandémica uma
crise diferente a recuperação foi bem mais rápida que a recuperação que sucedeu a crise
de 2011.

O Dr. António afirmou que as diferentes velocidades de recuperação económica têm


impacto nas exportações e importações, revelando que a variação do comércio externo
de janeiro a agosto de 2021 comparativamente a 2019 teve um decréscimo de 11,1% e
as importações um decréscimo de 4,9%. Visto isto, é possível verificar um desequilíbrio
na balança.

A evolução do desemprego terá enternecido o consumo privado mas não de forma


tão impactante como em crises anteriores. A evolução anual da taxa de desemprego
subiu um pouco em 2020 e o consumo privado diminui de 2019 (655162 milhares) para
2020 (60351 milhares) tendo ascendido novamente em 2021 para em princípio 63095
milhares. Deste modo, é possível garantir que não houve grande subida do desemprego
assim como não há grande descida no consumo privado.

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IMPACTO DA PANDEMIA NAS EMPRESAS EM 2020

O volume das empresas portuguesas decresceu em 2020 tendo na totalidade das


empresas, as vendas vindo a crescer 3,8% e em 2020 baixou 9,6%. A economia sofreu
de tal forma com o impacto da pandemia que, 15% das empresas tiveram uma queda
superior a 50% e 20% tiveram quedas entre 20 e 50%. Estas quedas brutais levaram a
que o governo auxiliasse algumas das empresas através do programa “APOIAR” em
que foram fornecidos 923 milhões de euros para cerca de 56 mil empresas. Esta ajuda
não foi considerável pelo que apenas 27% das empresas receberam ajudas. As empresas
ajudadas são nomeadamente as que tiveram quedas superiores a 50% e entre 20 e 50%.

Com o surgimento da pandemia e o encerramento do sector da restauração e do


alojamento por vários meses, é notório que estes setores são os que mais foram
afectados. 79% das empresas pertencentes a estes sectores viram o seu volume baixar.

Evidentemente, metade das empresas reduziram os seus custos operacionais. Cerca


de 53% das empresas reduziram as suas estruturas de custos traduzindo a variação dos
custos numa diminuição de 9,3% quanto a bens e relativamente a serviços uma queda de
9,8% em 2019/2020.

Tudo isto levou a uma queda do resultado líquido das empresas de 54% em 2020 e
uma queda de 50% globalmente. Esse impacto líquido é especialmente evidente nos
setores de alojamento, restauração e dos transportes. Efectivamente, 19% trocaram
resultados positivos por resultados líquidos negativos.

Mais de metades das empresas sofreram quebras nas exportações. Portugal


encontrava-se com um crescimento de 5,25% nas suas exportações, crescimento que
sofreu uma queda de 14%.

Relativamente ao emprego, apenas 19% das empresas reduziram o seu volume de


empregados, sinalizando assim, a eficácia das medidas de protecção ao emprego perante
todas as outras descidas de produção.

CONTEXTO-CRESCIMENTO DO TECIDO EMPREESARIAL EM 2021

Comparativamente à crise anterior, as empresas não baixaram tanto as vendas como


na crise de 2011 mas em contrapartida a riqueza gerada de toda a venda teve um
decréscimo superior na crise pandémica relativamente à crise de 2011.

Já no contexto pós pandémico, Portugal é comparado a Espanha e demonstra-se que


os países vizinhos detêm dinâmicas empresariais distintas. Ao contrário de Portugal,
Espanha teve um grande crescimento em todas as áreas.

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EMPRESAS EM 2021

Contrariamente ao que muitos pensam, o prazo médio de vida de uma empresa em


Portugal é de 14 anos e os níveis de insolvência encontram-se abaixo dos de 2019. Esta
realidade pode ser um dos fatores motivantes para a criação de novas empresas por parte
de muitos empresários. Até mesmo durante o período pandémico a criação de empresas
continuou, principalmente com a criação de empresas direcionadas para o mundo
virtual. Apesar de um crescimento desacelerado, a criação de novas empresas cresce em
2021 face a 2020 mas mantém-se ainda longe dos valores de 2019.

Não só a criação de empresas se encontra com valores muito distanciados dos de


2019 mas os níveis de empreendorismo encontram.se também ainda muito aquém do
que eram anteriormente, principalmente nos distritos do interior do país.

Concluindo, todas estas quedas levaram ao atraso de pagamentos principalmente nos


setores de alojamento e restauração, setores estes que registam os maiores valores no
atraso dos pagamentos.

PRÓXIMOS MESES

Resiliência Financeira --> 38% das empresas são resilientes, havendo uma ligeira
deterioração face a 2019. Devido à má gestão, dimensão de negócio e outros, os
sectores de alojamento, restauração e transportes detêm menos empresas resilientes.

É importante monitorizar o risco das empresas relativo aos atrasos de pagamento


e ao encerramento com dividas por liquidar, tendo em consideração a resiliência
financeira pois 15% das empresas mostram maior risco de não resistir à crise. As
empresas mais resilientes mostram maiores taxas de crescimento fazendo o de forma
sustentada, contribuindo como fator de estabilidade de toda a economia.

O setor digital teve um papel bastante importante na atenuação dos valores do


tecido empresarial em Portugal. A fase pandémica concedeu a empresas de pequena e
média dimensão a oportunidade de desenvolver projetos numa fase em que o setor
digital cresceu de forma abismal.

Concluindo, a crise pandémica veio afetar o tecido empresarial português de


forma diferente comparativamente a todas as outras crises. A recuperação da queda do
tecido empresarial português tem-se vindo a registar rápida mas ainda muito longe de
todos os níveis de 2019.

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