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1 INTRODUÇÃO
Em resumo, embora a crise não seja uma crise financeira "minskiana" clássica,
ela teve implicações significativas nos balanços financeiros dos agentes econômicos,
na solvência e na preferência dos bancos por liquidez.
Este estudo tem como propósito expor as políticas econômicas de destaque
adotadas no Brasil em 2020 em resposta à crise da COVID-19, com ênfase naquelas
direcionadas à mitigação do risco de instabilidade financeira.
O arcabouço analítico foi inspirado no artigo de Luiz Fernando de Paula (2021),
o qual analisou a economia brasileira durante a pandemia do coronavírus e as políticas
econômicas implementadas em 2020 para enfrentamento dos efeitos econômicos e
sociais dela decorrentes.
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2 FUNDAMENTAÇÃO
destinadas a conter a tendência à deflação das dívidas1 que surgiu durante a crise,
bem como a redução da demanda agregada do setor privado
Sob uma perspectiva keynesiana, considerando que a crise teve origem no
setor real da economia (que lida com a produção de bens e serviços reais, emprego,
oferta e demanda), a resposta à contração da demanda agregada ocorreu por meio
da implementação de programas visando atenuar a perda de renda e emprego dos
trabalhadores. Isso implicou em um aumento nos gastos públicos.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Economia, em 2020, foi
registrado um esforço fiscal total de R$ 521,3 bilhões. A maior parcela desse
montante, equivalente a R$ 254,2 bilhões, foi alocada no pagamento do auxílio
financeiro emergencial de R$ 600 por mês, destinado aos cidadãos impactados pela
crise da COVID-19.
A segunda maior despesa, no valor de R$ 60,2 bilhões, foi direcionada ao
Auxílio Financeiro Emergencial Federativo, com o objetivo de oferecer apoio aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Por fim, o terceiro maior dispêndio
totalizou R$ 51,6 bilhões e se referiu ao Benefício Emergencial de Manutenção do
Emprego e da Renda.
No que diz respeito à receita, a principal redução ocorreu devido à diminuição
temporária da arrecadação, que resultou em um montante de R$ 7,1 bilhões. Essa
redução foi consequência da diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras nas
operações de crédito durante o período da crise da COVID-19
Além disso, há de se enfatizar os esforços governamentais a fim de conter
possíveis choques no sistema financeiro.
Embora essa crise tenha sido causada por algo externo ao mercado financeiro,
ao contrário da crise de 2008, que teve origem nos próprios bancos e hipotecas, ainda
havia o risco de que os mercados onde as pessoas compravam e vendiam ativos
financeiros (chamados de mercados de liquidez) pudessem enfrentar problemas.
A preferência pela liquidez poderia encarecer a negociação dos ativos
financeiros. Quando isso acontece, as pessoas que gerenciam grandes somas de
dinheiro (como fundos de investimento) têm dificuldade em negociar esses ativos
1 Situação em que o valor real da dívida aumenta, uma vez que os preços caem ou a receita diminui,
tornando a dívida mais onerosa.
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O resultado desta curva pode indicar que a ação do governo para evitar a
falência em massa de empresas e o desemprego em larga escala decorrentes da crise
do coronavírus teria sido bem sucedida.
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3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS