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Instituto Politécnico de Tomar

A evolução do PIB em Portugal entre


2000 a 2022

Ana Rita Vieira, Beatriz Carvalho, Catarina Sousa,


Joana Mourão

Ctesp de Gestão Administrativa de Recursos Humanos, Ctesp de


Contabilidade e Gestão

Sociedade e Economia

Docente: Cláudia Pires da Silva

Tomar, 26. novembro. 2022


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Instituto Politécnico de Tomar

Resumo

Neste documento, é analisado toda a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) entre os
anos 2000 e 2022. O PIB é o somatório dos bens e serviços num país num determinado
tempo. Sendo um dos indicadores mais importantes da macroeconomia, o PIB tem
como objetivo principal, estimar a atividade económica de uma determinada região.
Tem três maneiras de ser calculado, das quais, a Óptica da Despesa, a Óptica da
Produção e a Óptica do Rendimento.
Para uma melhor perceção do que é o PIB, e de forma a atingir os objetivos propostos, o
trabalho divide-se, na análise do PIB entre 2000 e 2022, de seguida a análise do PIB
pela Óptica da despesa, depois pela Óptica da produção e por fim pela Óptica do
rendimento.
Na análise, tanto do PIB, como pelas suas Ópticas, entende-se que o mesmo, como fala
da “saúde” da economia de um país, apresenta nos gráficos, durante determinados
períodos de tempo, recessões económicas (caracteriza-se por um declínio da atividade
económica), mas também apresenta o seu crescimento. Os acontecimentos que mais
marcaram a economia ao longo destas décadas foi a Crise de 2007 a 2008 a de 2010 a
2014 e, destacando-se assim a Pandemia da Covid-19 de 2019 a 2020, onde a economia
teve uma queda súbita.

Palavras-chave: PIB, Óptica e Crise.


Índice

Resumo........................................................................................................................................................vii
Índice........................................................................................................................................................VIII
Índice de Gráficos........................................................................................................................................IX
Introdução.....................................................................................................................................................X
I. Produto Interno Bruto...............................................................................................................................11
I.I. A evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022.................................................................11
I.II. Óptica da Despesa..................................................................................................................13
I.III. Óptica da Produção...............................................................................................................14
I.III. Óptica do Rendimento...........................................................................................................14
A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Evolução do PIB entre 2000 a 2022............................................................................................5


Gráfico 2 - Evolução do PIB na Óptica da Produção entre 2017 a 2021......................................................6
Gráfico 3 - PIB na Óptica da Despesa entre 2000 e 2022.............................................................................7
Gráfico 4 - PIB na Óptica da Produção entre 2000 e 2022............................................................................8
Gráfico 5 - PIB na Óptica da Rendimento entre 2000 e 2022.......................................................................8

II
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Introdução

Este trabalho aborda a evolução do Produto Interno Bruto entre 2000 e 2022, o PIB é o
indicador mais importante da macroeconomia. Com o desenvolvimento deste trabalho
iremos compreender melhor o PIB e perceber que entre 2000 e 2022 houve altos e
baixos deste indicador da macroeconomia, com isso analisamos também as Ópticas do
PIB que ajudaram a entender os altos e baixos do mesmo nestes anos analisado no
presente trabalho.
O presente documento está dividido em duas partes, na primeira parte encontra-se o
conceito do PIB e das suas diferentes Ópticas, na última parte mostra a evolução do PIB
entre 2000 e 2022 e a sua análise, tendo subdivisões onde se encontra a evolução das
Ópticas do Produto Interno Bruto e a sua respetiva análise.

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

I. Produto Interno Bruto

O Produto Interno Bruto (PIB) é o somatório dos bens e serviços produzidos num País
num determinado tempo, que é considerado em valor monetário. O PIB é um dos
indicadores mais importantes da macroeconomia tendo como objetivo principal estimar
a atividade económica de uma determinada região.
A análise do PIB é bastante relevante, pois através do mesmo consegue-se perceber o
crescimento económico de um país. Se o PIB por sua vez, apresentar valores cada vez
mais elevados, ou seja, se o mesmo estiver em crescimento, indica que a economia do
país/região analisada está cada vez melhor, por outro lado se o PIB estiver em
decréscimo, indica que a economia do mesmo/a está em depressão.

O PIB pode ser calculado através de três Ópticas diferentes:


 Óptica da despesa – O valor do PIB é estimado através das despesas executadas
pelos agentes económicos em bens e serviços para uso final.
 Óptica do Rendimento - O valor do PIB é estabelecido através dos rendimentos
de fatores produtivos distribuídos pelas empresas.
 Óptica da Produção - O valor do PIB é determinado a partir do valor produzido
em cada uma das empresas.

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II. A evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

O Produto Interno Bruto (PIB), em


Portugal, entre os anos 2000 e
2022, onde se pode analisar
através do gráfico 1 onde obteve
pontos mais acentuados que
outros, não havendo grande
oscilação, à exceção do período de
tempo entre 2019 e 2022. A
introdução da moeda “euro” em
Portugal, foi a 1 de janeiro de
Gráfico 1 - Evolução do PIB entre 2000 a 2022
2002, contribuindo assim para o
crescimento do PIB.
Devido à Crise Financeira Global que teve início em 2007 e prolongou-se até 2008,
similarmente designada por “crise imobiliária”, pois os bancos proporcionavam mais
créditos, e para atraírem mais consumidores expandiram os mesmos o que causou a
valorização dos imóveis. A dada altura a procura era elevada e, a taxa de juros
aumentou, o que provocou um impacto negativo no valor dos imóveis, pois como
muitos dos empréstimos realizados foram de valores altos, inúmera gente não teve
oportunidade de os pagar e diversos bancos perderam capital.
De 2008 a 2009 consegue-se perceber no gráfico 1, um decréscimo significativo em
consequência da crise financeira global, antes referida.
Em 2010 deu-se início a uma outra crise financeira em Portugal, originada como parte
da crise financeira global de 2007-2008, onde alguns países sentiram dificuldade em
solver as suas dívidas com o auxílio de terceiros. A mesma prolongou-se até 2014,
devido à crise da dívida pública da Zona Euro (notícia – Anexo A).
Após estas crises, o PIB em Portugal teve o maior crescimento até 2019, em 2020 o
mesmo diminui devido à pandemia da Covid-19. Durante a Pandemia o PIB teve a
maior diminuição do Século XXI em consequência a paralisação da atividade
económica que levou várias empresas à falência e provou um aumento de desemprego.
(notícia anexo B)

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

II.I. Óptica da Despesa

A Óptica da despesa é uma das formas


de analisar o PIB que abrange todos os
gastos tanto pelas Famílias, Empresas
e o Estado tanto pelo Resto do Mundo.
No gráfico 3, encontra-se a evolução
da Óptica entre os anos 2000 a 2022.
Através do mesmo, apresenta o
desenvolvimento do indicador e das
suas vertentes, verificando-se um
crescimento de ambos até 2008 à
exceção da Formação Bruta de Capital Gráfico 3 - PIB na Óptica da Despesa entre 2000 e
2022
(calcula o aumento de capitais das
empresas indicando a capacidade de produção de um país), manteve-se constante até
2002, no decorrer do mesmo ano apresentou um ligeiro decréscimo onde obteve um
aumento significativo a partir de 2003.
A partir de 2003 até 2008 verifica-se um aumento gradual do PIB analisado por esta
Óptica. Devido à Crise Financeira Global (2007-2008), a Óptica e as suas vertentes
tiveram um decréscimo, à exclusão do Consumo público que se manteve constante até
2010. O consumo público, caracteriza-se por todas as despesas correntes do Estado, no
entanto, o consumo privado entende-se como as despesas elaboradas pelas Famílias, em
bens e serviços utilizados para satisfazer as necessidades ilimitadas.
Em 2010 iniciou-se outra crise que teve consequência na Crise Financeira Global
originando uma diminuição em todas as vertentes, à exceção da Exportações de bens e
serviços que teve um aumento até 2019.
Em 2019 até à atualidade começou a pandemia da Covid-19 que causou uma descida
acentuada em todas as vertentes em consequência o PIB pela Óptica da Despesa.

II.II. Óptica da Produção

Pode-se observar pelo gráfico IV o PIB na Óptica da Produção que teve pontos mais
acentuados que outros. Entre os anos 2000 e 2008 o PIB teve um aumento gradual, após
2008 pode-se analisar pelo gráfico IV que houve uma pequena diminuição causada pela
crise (2007-2008).

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O Valor Acrescentado Bruto


(resultado final da atividade produtiva
num determinado período)
relativamente aos transportes,
indústria, construção, agricultura,
energia, comércio e atividades
financeiras, manteram-se constantes
no período de tempo analisado, no
entanto o VAB em relação a outras
atividades de serviços apresentou
ligeiros aumentos, mas devido à crise Gráfico 4 - PIB na Óptica da Produção entre 2000 e
2022
(2010 – 2014) teve um ligeiro
decréscimo.
O total do PIB na Óptica da produção e do total do VAB mostram-se no gráfico IV
semelhantes, tendo um declínio nas Crises e na pandemia. Durante a Pandemia e as
Crises o PIB teve uma diminuição comparado aos outros anos levando várias empresas
à falência que teve origem a um aumento de desemprego.

II.III. Óptica do Rendimento

O PIB na Óptica do rendimento como


todas as outras Ópticas analisadas
anteriormente tem os seus pontos altos
e baixos. O total do PIB teve um
acréscimo até 2008 e devido à crise já
referida apresenta um decrescimento
nesse mesmo ano até 2012, sendo que
entre 2009 a 2010 o total do PIB na
Óptica do Rendimento teve um curto
aumento, a partir destas crises, o total
Gráfico 5 - PIB na Óptica da Rendimento entre 2000 e
do PIB nesta Óptica teve um aumento 2022
gradual, mas devido à Pandemia (2019 até à atualidade) apresenta uma descida
acentuada, prevê-se um aumento em 2021.
A vertente da Remuneração dos Empregados encontra-se a aumentar progressivamente
até 2011, mas devido à última crise teve um decréscimo. A partir desse ano foi
aumentando lentamente até à atualidade, como previsto no Pordata.

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

Já as vertentes de Excedente Bruto de Exploração e os Impostos sobre a Produção e


Importação de líquidos de subsídios manteram-se constantes até 2019, mas devido à
Covid-19 tiveram um decréscimo, aumentando em 2021.

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III. Conclusão

Com este trabalho conseguimos alcançar os objetivos pretendidos, tendo uma maior
precessão da evolução do PIB e das suas Ópticas, com isso as lições aprendidas foram
perceber que com o início das Crises o PIB e as suas Ópticas tivera uma diminuição, no
entanto com o início da Pandemia Covid-19 ambos tiveram uma descida acentuada.
Futuramente nos próximos trabalhos, dependendo do que é pedido deveremos dividir
tarefas tornando mais fácil e de forma equilibrada para todos os membros do grupo
trabalharem e ajudarem.

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

IV. Webgrafia

Pordata - Estatísticas sobre Portugal e a Europa: Fundação Francisco Manuel dos


Santos, atual. 28 out. 2022. (consulte.18 nov. 2022). disponível na
https://www.pordata.pt/subtema/portugal/produto+e+produtividade-261

Wikipédia - Crise financeira em Portugal de 2010–2014 : Victor Lopes, atual. 5 jan.


2022. (consulte. 12 nov. 2022). disponível na
https://pt.wikipedia.org/wiki/
Crise_financeira_em_Portugal_de_2010%E2%80%932014

Wikipédia - Crise financeira de 2007–2008: Cadnero, atual. 15 set. 2022. (consulte. 12


nov. 2022). disponível na
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_de_2007%E2%80%932008

Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra - Pandemia, crise económica e


mudança: Hugo Pinto, atual. 12 mai. 2020. (consulte. 14 nov. 2022). disponível na
https://ces.uc.pt/pt/agenda-noticias/arquivos-da-pandemia/13-mai-2020/pandemia-crise-
economica-e-mudanca

 Anexos

Em Portugal - Crise financeira em Portugal, 2010–2014: Em Portugal, atual. 5 fev.


2018. (consulte. 14 nov. 2022). disponível na
https://viveremportugalvivo.blogspot.com/2018/02/crise-financeira-em-portugal-
20102014_5.html

Fundação Francisco Manuel dos Santos - 2019-2020: O vírus que obrigou a economia a
travar: José Tavares, atual. 4 agost. 2022. (consulte. 14 nov. 2022). disponível na
https://www.ffms.pt/pt-pt/estudos/2019-2020-o-virus-que-obrigou-economia-travar

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

V. Anexos

V.I Anexo A

Crise financeira em Portugal, 2010–2014


A crise financeira em Portugal de 2010–2014 iniciou-se como parte da crise financeira
global de 2007–2008, desenvolvendo-se no contexto da crise da dívida pública da Zona
Euro, que afetou principalmente os países europeus meridionais e a Irlanda.
Em 2011 o primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia que o Governo dirigiu um pedido
de assistência financeira à Comissão Europeia para garantir condições de financiamento
a Portugal e ao seu sistema financeiro.

Uma missão técnica da Comissão Europeia, BCE e FMI, vem a Portugal para iniciar
negociações sobre o programa de ajuda financeira ao país. A 'troika' apresenta o
programa de assistência financeira a Portugal no valor de 78 mil milhões de euros.
O XIX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, toma posse.

O novo Governo anuncia a criação de um imposto especial que visa o corte de 50% do
subsídio de Natal acima do salário mínimo nacional, sobre todos os rendimentos que
estão sujeitos a englobamento no IRS.

O Governo aprova uma deliberação que fixa tetos globais para a despesa pública e uma
proposta de orçamento retificativo para 2011.
O Conselho de Ministros aprova um decreto-lei que põe fim aos direitos especiais do
Estado enquanto acionista na EDP -- Energias de Portugal, S.A, na Galp Energia,
SGPS, S.A. e na Portugal Telecom, SGPS, S.A.
Fazem-se alterações ao Código do Trabalho e o Fundo Monetário Internacional (FMI)
desbloqueia a segunda tranche do resgate a Portugal, a Comissão Europeia aprova nova
tranche de assistência financeira a Portugal.
O primeiro-ministro anuncia um novo pacote de austeridade.
O FMI aprova a terceira 'tranche' do programa de assistência financeira a Portugal.

Para o FMI os benefícios sociais e a despesa com saúde eram fatores-chave para
explicar o défice orçamental insustentável do país. Mesmo depois de, em 2012, as
autoridades terem avançado com medidas como a sobretaxa de IRS e a redução de

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alguns programas sociais e benefícios de pensões, o FMI continuou a pedir benefícios


mais baixos e mais direcionados.
Em 2012 a economia bateu no fundo, com uma recessão de 4%. No ano seguinte, voltou
a contrair 1% e a taxa de desemprego atingiu o pico de 16,2%. Mas daí em diante
começou lentamente a recuperar. O défice orçamental, apesar de todos os cortes na
despesa pública e aumentos de impostos, manteve-se persistentemente elevado. Para
estes resultados contribuíram os resgates aos bancos.
A partir de 2011 mais de metade dos municípios portugueses tomou a medida de abrir
os refeitórios escolares durante as pausas letivas de forma a garantir pelo menos uma
refeição diária a muitas crianças carenciadas, para dar resposta às situações de fome
trazidas pela crise.
Em Novembro de 2012 o próprio Ministério da Educação apontava 12000 crianças com
carências alimentares.

Até 2014, a desigualdade aumentou, houve corte de serviços básicos, aumento das taxas
moderadoras, corte nos subsídios de desemprego e nos salários da função pública e o
governo começou a usar recursos de cofres públicos para salvar empresas. Os
portugueses foram "convidados" a emigrar.

Entre 2013 e 2015, saíram cerca de 110 mil pessoas por ano de Portugal.

Em 2015, no último ano da legislatura de direita, Pedro Passos Coelho elegeu a correção
do défice e a saída do PDE (Procedimento por Défice Excessivo) como um “ponto de
honra”. O resgate do Banif impediu-o de cumprir a promessa.

As eleições para a Assembleia da República, também designadas como eleições


legislativas portuguesas, realizaram-se no dia 4 de outubro de 2015, num período em
que o Presidente Aníbal Cavaco Silva estava já com poderes diminuídos,
nomeadamente o de dissolução da Assembleia da República, quer por estar no último
semestre do seu mandato presidencial quer por a Assembleia estar no primeiro semestre
da legislatura.

A coligação PPD/PSD-CDS/PP foi a mais votada, mas conseguiu apenas uma maioria
relativa.

A 22 de outubro de 2015, o presidente Cavaco Silva indigitou Pedro Passos Coelho


(PSD) como primeiro-ministro. No entanto, todos os partidos da esquerda parlamentar
afirmaram que rejeitariam um novo governo de direita. Uma vez que a esquerda

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

parlamentar tinha a maioria dos deputados na Assembleia da República e depois de uma


moção de rejeição votada por toda a oposição, o novo governo teve uma duração
muitíssimo curta.

Relutante, o Presidente, dando mostras de insatisfação com a solução obtida e após uma
longa ronda de audiências, deu posse ao governo de António Costa, a 26 de novembro,
inaugurando um curto período de coabitação política que dura até 9 de março de 2016,
data de tomada de posse do novo Presidente saído das eleições presidenciais de 24 de
janeiro.

O presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, é o vigésimo desde a


Implantação da República, e o sétimo desde o 25 de Abril.

Em 2017 o Mecanismo Europeu de Estabilidade reconhece que a dívida pública


portuguesa continua a ser um problema e o ministro das Finanças alemão fala em
"história de sucesso" da troika – apesar de os resultados positivos terem surgido após a
reversão de várias medidas. Ao mesmo tempo que continua a defender acerrimamente o
caminho duro que ajudou a impor ao povo português, vê-se confrontado com um
conjunto de indicadores positivos – ainda que insuficientes face à profunda recessão
imposta pela política da troika e do anterior governo – que surgem depois de uma
alteração de caminho.

O "programa" imposto a Portugal deixou como resultado uma taxa de desemprego que
superou os 15% no auge da sua aplicação e uma redução de perto de 7% na riqueza
produzida em Portugal durante a sua aplicação.

Ainda em 2017, o IEO (organismo de avaliação independente do FMI) concluiu que as


medidas aplicadas pela troika em Portugal nem sempre protegeram as pessoas com
menos rendimentos, apontando que a primeira preocupação do Fundo era a redução dos
défices. O organismo fez um conjunto de recomendações ao FMI, entre as quais a
definição “mais realista” dos programas de ajustamento, tendo em consideração os
“impactos adversos” das medidas nos mais vulneráveis.

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V.II. Anexo B

2019-2020: O vírus que obrigou a economia a travar

O surgimento de uma pandemia, levou a generalidade dos países a tomar medidas


sanitárias que afetaram, de forma abrupta, muitas atividades económicas e as dinâmicas
sociais.

Esta foi uma crise sem paralelo em vários aspetos fundamentais. Em primeiro lugar, as
suas causas foram exteriores à economia. A partir dessa origem invulgar, também a
amplitude, a duração e algumas consequências desta recessão foram diferentes do
padrão histórico.

Esta crise não resultou de desequilíbrios ou ajustamentos internos da economia, mas sim
de um choque externo que afetou a economia global: o surgimento de uma pandemia,
que levou a generalidade dos Estados a tomar medidas sanitárias que afetaram de forma
direta ou indireta muitas atividades económicas e dinâmicas sociais.

No último dia do ano de 2019, a Organização Mundial de Saúde foi notificada sobre a
existência de uma “pneumonia viral” na província de Wuhan, na República Popular da
China. O vírus, denominado “SARS-CoV-2” é responsável pela doença COVID-19 e
rapidamente se espalhou por muitos países de vários continentes.
A incerteza global instalou-se, provocando uma contração do comércio internacional no
primeiro trimestre de 2020. A atividade começou a desacelerar e o ponto mais alto do
ciclo económico já tinha ficado para trás, marcando o início da recessão.

A epidemia alastrou rapidamente e no dia 2 de março foi confirmado o primeiro caso


em Portugal. Duas semanas depois foi decretado o primeiro Estado de Emergência, com
um conjunto de restrições em atividades económicas, contactos sociais e circulação de
pessoas e bens com o objetivo de tentar travar o avanço do número de pessoas
contaminadas e as respetivas consequências sanitárias, tais como limitações à circulação
na via pública, fecho das escolas, encerramento de serviços com atendimento ao
público, obrigatoriedade do teletrabalho e reposição de fronteiras terrestres.
Este primeiro período restritivo, que terminou formalmente no dia 2 de maio, provocou
uma queda significativa do comércio internacional bem como do consumo de bens e
serviços e teve como consequência previsível uma forte quebra do produto, que explica

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A Evolução do PIB em Portugal entre 2000 a 2022

a maior queda do PIB real per capita de que há registo e que se fez sentir com especial
amplitude no segundo trimestre de 2020.

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