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BOLETIM

ECONÓMICO

DEZ. 2021

BANCO DE
PORTUGAL
EUROSISTEMA
BOLETIM
ECONÓMICO
DEZEMBRO 2021

Lisboa, 2021 • www.bportugal.pt


Boletim Económico | Dezembro 2021 • Banco de Portugal Av. Almirante Reis, 71 | 1150-012 Lisboa • www.bportugal.pt
• Edição Departamento de Estudos Económicos • Design Departamento de Comunicação e Museu | Unidade de Design
• ISSN (online) 2182-0368
Índice

I Projeções para a economia portuguesa: 2021-24 | 5

1 Introdução | 7

2 Enquadramento e políticas | 9

3 A economia portuguesa em 2021-24 | 11

4 Riscos | 18

5 Conclusões | 19
Caixa 1 • O aumento dos preços das matérias-primas em 2021 | 20

Caixa 2 • Evolução da atividade económica no terceiro e quarto trimestres de 2021 | 23

Caixa 3 • A poupança das famílias durante a crise pandémica | 25

Caixa 4 • Impacto do investimento de não residentes e do alojamento turístico


nos preços da habitação ao nível local | 29

Caixa 5 • A situação dos jovens no mercado de trabalho durante a pandemia | 32

II Tema em destaque | 37

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período


2014-2019 | 39
I Projeções para a economia
portuguesa: 2021-24
Caixa 1 O aumento dos preços das
matérias-primas em 2021
Caixa 2 Evolução da atividade económica
no terceiro e quarto trimestres de 2021
Caixa 3 A poupança das famílias durante
a crise pandémica
Caixa 4 Impacto do investimento
de não residentes e do alojamento turístico
nos preços da habitação ao nível local
Caixa 5 A situação dos jovens no mercado
de trabalho durante a pandemia
1 Introdução
O Banco de Portugal projeta um crescimento da economia portuguesa de 4,8% em 2021 e de
5,8% em 2022, seguido de um ritmo de expansão mais moderado em 2023 e 2024, 3,1% e 2,0%,
respetivamente (Quadro I.1.1). A recuperação da atividade traduz-se num aumento do emprego
e numa redução da taxa de desemprego para níveis inferiores aos pré-pandemia. A inflação aumenta
em 2021 e 2022, para 0,9% e 1,8%, respetivamente, fixando-se em 1,1% e 1,3% nos dois anos seguin-
tes, com um perfil muito influenciado pela evolução dos preços dos bens energéticos. A inflação
excluindo bens energéticos aumenta gradualmente ao longo do horizonte de projeção, situando-se
em 1,5% em 2024.

Quadro I.1.1 • Projeções do Banco de Portugal: 2021-24 | Taxa de variação anual em percentagem
(excepto onde indicado)

BE BE BE
Pesos dez. 2021 out. 2021 jun. 2021
2020 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2020 2021 2022 2023
(p) (p) (p) (p) (p) (p) (p) (p)

Produto Interno Bruto 100 -8,4 4,8 5,8 3,1 2,0 -8,4 4,8 -7,6 4,8 5,6 2,4

Consumo privado 64,2 -7,1 5,0 4,8 2,2 1,8 -7,1 4,3 -5,9 3,3 4,9 2,3
Consumo público 19,1 0,4 4,8 1,4 -1,3 -0,1 0,4 5,2 0,4 4,9 0,4 -0,2
Formação bruta de capital fixo 19,1 -2,7 4,9 7,2 6,6 3,9 -2,7 5,6 -1,9 7,6 8,2 5,8
Procura interna 102,1 -5,6 5,1 4,6 2,4 1,9 -5,6 4,9 -4,6 4,5 4,7 2,6
Exportações 37,0 -18,6 9,6 12,7 7,8 3,9 -18,6 9,6 -18,6 14,5 13,1 4,8
Importações 39,1 -12,1 10,3 9,3 6,2 3,6 -12,1 9,7 -12,0 13,2 10,6 5,1

Contributo para o crescimento do PIB


líquido de importações (em pp) (a)
Procura interna -3,0 3,1 2,6 1,2 1,1 -3,0 3,0 -2,3 2,4 2,5 1,3
Exportações de bens -0,8 1,1 0,2 0,6 0,4 -0,9 1,3 -0,7 1,9 0,3 0,3
Exportações de serviços -4,6 0,6 3,0 1,2 0,6 -4,5 0,5 -4,5 0,5 2,8 0,8

Emprego (número de indivíduos) (b)


-1,9 2,5 1,6 0,5 0,3 -1,9 2,6 -1,7 1,3 1,3 0,4
Emprego (horas trabalhadas) (b) -9,3 8,3 4,0 0,6 0,3 -9,3 8,4 -9,2 5,9 4,1 0,5
Taxa de desemprego (c) 7,0 6,6 6,0 5,7 5,6 7,0 6,8 7,0 7,2 7,1 6,8

Balança corrente e de capital (% PIB) 0,0 0,2 1,8 2,6 1,8 0,0 1,0 0,1 0,9 2,1 1,8
Balança de bens e serviços (% PIB) -1,8 -3,0 -2,1 -1,2 -1,0 -1,8 -2,3 -1,8 -2,1 -1,4 -1,3

Índice harmonizado de preços no consumidor -0,1 0,9 1,8 1,1 1,3 -0,1 0,9 -0,1 0,7 0,9 1,0
Bens energéticos -5,2 7,8 6,3 -1,3 -0,8 -5,2 6,9 -5,2 5,6 1,0 -1,3
Excluindo bens energéticos 0,3 0,4 1,3 1,4 1,5 0,3 0,4 0,3 0,3 0,9 1,2

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: (p) – projetado, pp – pontos percentuais. Para cada agregado apresenta-se a projeção correspondente
ao valor mais provável condicional ao conjunto de hipóteses consideradas. (a) Os agregados da procura em termos líquidos de importações são
obtidos deduzindo uma estimativa das importações necessárias para satisfazer cada componente. Para detalhes sobre a metodologia, incluindo
estimativas de conteúdos importados, ver Cardoso e Rua (2021) “O real contributo da procura final para o crescimento do PIB”, Banco de Portugal,
Revista de Estudos Económicos – Vol. 7, N.3. (b) De acordo com o conceito de Contas Nacionais. (c) Em percentagem da população ativa.

A evolução da atividade é condicionada no curto prazo por uma nova vaga da pandemia na
Europa e pelos problemas nas cadeias de fornecimento globais. A reintrodução de medidas
restritivas para conter a pandemia, incluindo sobre a mobilidade internacional, a par do aumento
da incerteza, terá impacto sobre o ritmo de recuperação, em particular dos serviços relacionados
com o turismo. Adicionalmente, assume-se que as perturbações nas cadeias de fornecimento glo-
Introdução

bais, que se têm refletido na escassez de matérias-primas e outros bens e num aumento dos seus
custos, se dissipam a partir da segunda metade de 2022.

7
A trajetória projetada de crescimento económico é suportada pela manutenção de condi-
ções financeiras favoráveis e por maiores recebimentos de fundos da União Europeia. Não
se antecipam efeitos adversos significativos sobre a atividade agregada do fim de alguns apoios
temporários, que foram substituídos, em parte, por medidas direcionadas aos setores e empre-
sas mais afetados pelo choque pandémico.
O Produto Interno Bruto (PIB) retoma o nível pré-pandemia na primeira metade de 2022,
mas no final do horizonte permanece abaixo da tendência projetada antes da ocorrência
da pandemia (Gráfico I.1.1). O diferencial estimado de atividade em 2024 é de cerca de 2% face
ao perfil projetado no Boletim Económico de dezembro de 2019, traduzindo um impacto sobre
a atividade económica a médio prazo menor do que nas recessões económicas anteriores.
Uma implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) mais eficaz do que o estimado
poderá mitigar este diferencial.1

Gráfico I.1.1 • PIB observado e projeção atual – comparação com o cenário contrafactual e com
a projeção do BE junho 2021 | Índice 2019 = 100

110

105

100

95

90

85

80

Observado Cenário contrafactual– BE dezembro 2019 Projeção BE junho 2021 Projeção atual

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: O cenário contrafactual corresponde à projeção do BE de dezembro de 2019 até 2022. Os valores de
2023-24 foram obtidos assumindo a tendência de crescimento dos anos anteriores. As zonas a sombreado assinalam os anos de queda do PIB.

O crescimento médio do PIB em Portugal no período de 2022-24 é de 3,6%, o que compara


com uma projeção do Eurosistema de 2,9% para a área do euro. Entre 2019 e 2021 a queda
do PIB foi superior em Portugal para o que contribuiu o peso mais elevado dos setores de serviços
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

mais afetados pela pandemia na economia nacional. Em termos acumulados desde 2019, o cres-
cimento em Portugal no final do horizonte deverá ser semelhante ao da área do euro.
As atuais projeções revêm em alta o crescimento da economia em 2022-23 face ao projetado
no Boletim Económico de junho, mantendo-se inalterada a estimativa para 2021 publicada no
Boletim Económico de outubro. Tendo em conta a revisão em baixa do PIB de 2020 aquando da
divulgação das Contas Nacionais Anuais pelo INE, o nível do PIB em 2023 situa-se muito próximo do
antecipado em junho (Gráfico I.1.1). A projeção para a inflação foi revista em alta ao longo do hori-
zonte face ao Boletim de junho – destacando-se a revisão de 0,9 pp em 2022 – refletindo o aumento
dos preços de importação, incluindo do petróleo, e a redução das margens disponíveis no mercado
de trabalho, em ambos os casos de forma mais marcada do que o antecipado em junho.

1. Ver Caixa: “Impacto do Plano de Recuperação e Resiliência no período 2021-26”, Boletim Económico de março de 2021.

8
2 Enquadramento e políticas
O agravamento da pandemia e os problemas nas cadeias de fornecimento globais restrin-
gem o crescimento da atividade e do comércio mundial no curto prazo. A recuperação recen-
te nas economias avançadas beneficiou dos progressos na vacinação e do aumento da confiança.
Na área do euro, o PIB cresceu 2,2% em cadeia no terceiro trimestre (-0,2% e 2,2% no primeiro
e segundo trimestres). Por setor de atividade, observou-se uma recuperação forte dos serviços
mais dependentes de contacto pessoal. O recente agravamento da pandemia deverá implicar
uma desaceleração da atividade nos próximos meses. A retoma tem ainda sido condicionada
pelos estrangulamentos no transporte de mercadorias, pela escassez da oferta de bens intermé-
dios e pelo aumento dos custos das matérias-primas e dos transportes, que se têm revelado mais
persistentes do que o antecipado (Gráfico I.2.1 e Caixa 1). De acordo com os Inquéritos de Opinião
da Comissão Europeia, existe uma percentagem crescente e historicamente elevada de empresas
industriais e de construção da área do euro que refere a falta de materiais ou equipamento como
uma limitação à atividade.

Gráfico I.2.1 • Custo do transporte marítimo e prazo de entrega de fornecedores

5000 Baltic Dry Index 25

4300 30

3600 Prazo de entrega dos fornecedores (esc. dir. e inv.) 35

Índice de difusão
2900 40
Índice

2200 45

1500 50

800 55

100 60
jan. 11 jan. 13 jan. 15 jan. 17 jan. 19 jan. 21

Fontes: Baltic Exchange e IHS Markit. | Notas: O Baltic Dry Index fornece uma referência para o preço da movimentação das principais
matérias-primas por mar (granéis sólidos). Prazo de entrega dos fornecedores – PMI global da indústria transformadora; valores abaixo de
50 indicam uma deterioração nos prazos de entrega.

Antecipa-se um crescimento forte da atividade mundial e da procura externa dirigida aos


produtores nacionais. Em 2021, de acordo com as hipóteses do exercício do Eurosistema, a ativi-
dade mundial cresce 5,9% e a procura externa aumenta 8,5%, o que traduz uma revisão em baixa
face ao considerado no Boletim Económico de outubro (Quadro I.2.1). Em 2022-24, espera-se uma
moderação gradual do ritmo de crescimento mundial e da procura externa dirigida à economia
portuguesa, à medida que é ultrapassada a fase de retoma e se dissipa o efeito das políticas de
estímulo. Estas hipóteses assumem uma atenuação gradual da pandemia e a progressiva norma-
lização das cadeias de fornecimento de bens a partir da segunda metade de 2022. O PIB mundial
Enquadramento e políticas

atinge o valor pré-pandémico em 2021, assumindo-se que tal acontece em 2022 no caso da pro-
cura externa. Estas hipóteses constituem um enquadramento benigno à recuperação da economia
portuguesa, ainda que ligeiramente menos favorável do que o observado na sequência da recessão
de 2011-13, refletindo a natureza mais idiossincrática da crise de dívida soberana, por oposição ao
carácter global do choque pandémico e o seu impacto forte sobre as trocas comerciais, em particu-
lar de serviços (Gráfico I.2.2).

9
Quadro I.2.1 • Hipóteses de enquadramento
BE
Projeções out. BE jun.
dez. 2021 2021 2021
2020 2021 2022 2023 2024 2021 2020 2021 2022 2023
Enquadramento internacional
PIB mundial tva -2,8 5,9 4,4 3,8 3,4 6,1 -2,9 6,0 4,3 3,5
Comércio mundial tva -8,3 10,2 4,5 4,9 3,7 11,2 -8,7 10,0 5,5 3,7
Procura externa tva -11,2 8,5 5,4 5,4 3,4 9,1 -11,5 8,6 6,5 3,4
Preço do petróleo em dólares vma 41,5 71,8 77,5 72,3 69,4 67,8 42,3 65,8 64,6 61,9
Preço do petróleo em euros vma 36,3 60,8 68,5 63,9 61,3 56,9 37,1 54,5 53,3 51,1
Matérias primas não energéticas em dólares tva 3,5 34,4 5,7 -2,2 -2,1 37,9 3,2 39,0 0,1 -8,0
Condições monetárias e financeiras
Taxa de juro de curto prazo (EURIBOR a 3 meses) % -0,4 -0,5 -0,5 -0,2 0,0 -0,5 -0,4 -0,5 -0,5 -0,3
Taxa de juro implícita da dívida pública % 2,2 2,0 2,0 1,9 1,8 2,0 2,2 2,0 1,9 1,9
Índice de taxa de câmbio efetiva tva 3,3 1,2 -2,0 0,0 0,0 1,5 3,3 2,3 0,1 0,0
Taxa de câmbio euro-dólar vma 1,14 1,18 1,13 1,13 1,13 1,19 1,14 1,21 1,21 1,21

Fonte: Eurosistema (cálculos do Banco de Portugal). | Notas: tva – taxa de variação anual, % – em percentagem, vma – valor médio anual.
As hipóteses técnicas e de enquadramento externo e as projeções para o PIB e inflação da área do euro coincidem com as do exercício de projeção
do BCE divulgado a 16 de dezembro (ver “Projeções macroeconómicas para a área do euro elaboradas por especialistas do Eurosistema”, dezembro
de 2021), incluindo a informação disponível até 25 de novembro. A hipótese técnica para o preço do petróleo assenta nos mercados de futuros.
A evolução da taxa EURIBOR a 3 meses tem por base as expetativas implícitas nos contratos de futuros. A taxa de juro implícita da dívida pública
portuguesa é calculada como o rácio entre a despesa em juros do ano e a média simples do stock da dívida no final do ano e no final do ano anterior.
A projeção para a taxa de juro implícita da dívida baseia-se numa estimativa que inclui hipóteses para as taxas de juro associadas às novas
emissões. Um aumento da taxa de câmbio corresponde a uma apreciação. O índice de taxa de câmbio efetiva do euro é calculado face a um grupo
de 42 países parceiros. A hipótese técnica para as taxas de câmbio bilaterais pressupõe a manutenção ao longo do horizonte de projeção dos
níveis médios observados nas duas semanas anteriores à data de fecho da informação.

O aumento dos preços das matérias-primas contribui para a subida da inflação nas econo-
mias avançadas. As hipóteses do exercício consideram que os preços internacionais das matérias-
-primas energéticas e não energéticas se mantêm elevados em 2022, após a subida expressiva em
2021, e se reduzem nos anos seguintes. Estas hipóteses são revistas em alta face aos exercícios de
projeção de junho e de outubro. Refletindo a subida acentuada dos preços da energia, mas também
o impacto dos constrangimentos da oferta de diversos bens e a recuperação dos serviços mais afe-
tados pela pandemia, a inflação tem vindo a aumentar em diversas economias avançadas. Na área
do euro, as projeções do Eurosistema apontam para uma subida da inflação de 0,3% em 2020 para
2,6% em 2021 e 3,2% em 2022, e uma redução para 1,8% em 2024. Este perfil é muito determinado
pela componente energética. A inflação excluindo bens energéticos aumenta para 1,5% em 2021
e para 2,1% em 2022, diminuindo para 1,9% em 2024.
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

Gráfico I.2.2 • Comparação da crise pandémica com a crise de 2011-13 – PIB mundial e procura
externa dirigida à economia portuguesa | Índice 2010 = 100 e 2019 = 100

125

120

115 PIB mundial

110 Procura externa PIB mundial

105

100
Procura externa
95

90

85
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)

Fonte: Eurosistema (cálculos do Banco de Portugal). | Nota: Os índices de base 2010 e 2019 referem-se aos anos que antecederam as quedas
do PIB em Portugal.

10
As condições monetárias e financeiras na área do euro deverão permanecer favoráveis.
O balanço do BCE em percentagem do PIB da área do euro fixou-se em cerca de 70% no terceiro
trimestre de 2021, 30 pp acima do valor pré-pandémico, o que está largamente associado ao
programa temporário de aquisição de ativos devido à emergência pandémica (PEPP – pandemic
emergency purchase programme). As taxas de juro de curto prazo aumentam ligeiramente a partir
de 2023, mas mantêm-se muito baixas. A taxa de juro implícita na dívida pública portuguesa per-
manece em torno de 2% no horizonte de projeção.

Na sequência da não aprovação da Proposta de Orçamento do Estado para 2022, as hipóteses


de finanças públicas assumem, no essencial, um cenário de políticas invariantes.

3 A economia portuguesa em 2021-24


A economia portuguesa mantém um perfil de recuperação, atingindo o nível pré-pandemia
na primeira metade de 2022. Estima-se um crescimento em cadeia de 2% no quarto trimestre de
2021 e um abrandamento no início de 2022, associado ao agravamento da pandemia na Europa
(Caixa 2). Nos trimestres seguintes, o crescimento da atividade aumenta, traduzindo-se numa taxa
de variação anual de 5,8% em 2022 (4,8% em 2021). Em 2023-24, o ritmo de crescimento diminui
aproximando-se do crescimento de longo prazo estimado para a economia portuguesa.

O crescimento estende-se à generalidade das componentes da despesa, embora com dife-


renças de ritmo. Em termos de contributos líquidos de conteúdos importados, destaca-se o contri-
buto de 3 pp das exportações de serviços para o crescimento do PIB em 2022 – explicando em larga
medida a aceleração da atividade – e de 1,2 pp em 2023 (Quadro I.1.1). O contributo da procura
interna representa, em média, cerca de metade do crescimento do PIB no período 2022-24.

A recuperação projetada é mais rápida do que a observada na sequência da recessão de


2011-13. A evolução do PIB e das principais componentes nas duas recessões reflete a diferente
natureza dos choques subjacentes, a situação inicial distinta em termos de desequilíbrios macroe-
conómicos e as medidas de política implementadas (Gráfico I.3.1). Na crise pandémica, o choque
teve uma natureza temporária e não sistémica e a resposta de política foi imediata, maciça e coor-
denada a nível nacional e europeu. Destaque-se a importância da contenção do contágio da crise
ao setor financeiro, preservando a estabilidade financeira e as condições de financiamento de todos
os agentes económicos. Estes fatores, bem como a interligação entre eles, atenuaram os efeitos
multiplicadores do choque e preservaram a capacidade produtiva e o emprego.

As medidas adotadas suportaram o rendimento agregado das famílias e uma retoma mais rápida do
consumo privado. A resiliência do investimento e o aumento do consumo público contrastam com
o comportamento observado na recessão anterior. A evolução diferenciada das exportações
resulta, em larga medida, das restrições impostas à mobilidade, com impacto desproporcional
A economia portuguesa em 2021-24

sobre os fluxos de turismo internacional.

O consumo privado cresce 5% em 2021 e 4,8% em 2022, desacelerando no período 2023-24


para 2,2% e 1,8%. No quarto trimestre de 2021 é atingido o valor do final de 2019. O crescimen-
to elevado em 2021-22 está associado, em parte, à forte recuperação das despesas em serviços,
que beneficiou do levantamento das medidas de contenção e do aumento da confiança com os
progressos na vacinação, devendo continuar a recuperar ao longo do horizonte. O consumo de
bens duradouros apresenta também um dinamismo elevado, refletindo a concretização de despesa
adiada durante a crise.

11
Gráfico I.3.1 • Comparação da crise pandémica com a crise de 2011-13 – PIB e principais
componentes da procura líquidas de conteúdos importados | Índice 2010 = 100 e 2019 = 100

130

Exportações
120 Investimento

110
Consumo público

100
PIB Consumo privado
Consumo privado
90 Consumo público PIB
Exportações
80

Investimento
70

60
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: (p) – projetado. Os índices de base 2010 e 2019 referem-se aos anos que antecederam as quedas
do PIB.

O consumo privado é sustentado pelo crescimento do rendimento disponível real, por condi-
ções financeiras favoráveis e pela acumulação de riqueza ao longo da crise (Gráfico I.3.2). Para
2021 antecipa-se um aumento do rendimento disponível real de 1,2% e no período de 2022-24 um
crescimento médio em torno de 2%, refletindo aumentos do emprego, embora progressivamente
menores, e o dinamismo dos salários. O rendimento disponível atinge o nível pré-pandemia no início
de 2022, refletindo a rápida e completa recuperação das remunerações, a par do crescimento das
prestações sociais. Contudo, a componente de rendimentos de empresa e propriedade continua
abaixo do nível pré-pandemia.

A taxa de poupança reduz-se em 2021-22, após ter atingido 12,8% em 2020. A poupança aumen-
tou durante os períodos de confinamento, refletindo motivos de precaução e uma poupança invo-
luntária decorrente das limitações ao consumo. No segundo trimestre de 2021, a taxa de poupança
registou uma redução, projetando-se uma nova diminuição na segunda metade do ano. Os resultados
do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) de 2020 apontam para que a poupança acumu-
lada durante o período da pandemia tenha estado mais concentrada nas famílias com rendimento
elevado e que, em geral, têm uma propensão marginal a consumir mais reduzida (Caixa 3). Estas
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

famílias concentram uma fração significativa da poupança total.2 Na projeção assume-se que a pou-
pança acumulada durante a pandemia não será despendida, traduzindo-se, em termos agregados,
num aumento persistente da riqueza. Esta hipótese está rodeada de incerteza e representa um risco
ascendente para a projeção.

O consumo público deverá crescer 4,8% em 2021, acelerando face ao ano anterior (0,4%).
Esta evolução é largamente explicada pelo aumento do número de horas trabalhadas nas adminis-
trações públicas. O crescimento moderado do consumo público em 2022-24 decorre da redução
dos encargos com a pandemia na área da saúde e da hipótese de gradual estabilização do emprego
público. Em 2022, estes efeitos deverão ser parcialmente compensados pela execução do PRR.

2. Ver Tema em destaque: “Uma interpretação da evolução da taxa de poupança das famílias em Portugal”, Boletim Económico de maio de 2016.

12
Gráfico I.3.2 • Consumo privado, rendimento disponível e taxa de poupança | Taxa de variação
em percentagem e percentagem do rendimento disponível

6 5,0 4,8 25
3,3 Consumo
4 2,2 1,8 20
2
Rendimento disponível Taxa de poupança Taxa de poupança
0 15
– observado – projetado
9,5
-2 10
6,8 6,8 6,8
-4
5
-6
-7,1
-8 0
2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p) 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024
(p) (p) (p) (p)

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Nota: (p) – projetado.

O investimento apresenta um crescimento elevado ao longo do horizonte, beneficiando do


recebimento de fundos europeus, das perspetivas de recuperação da procura e de condi-
ções favoráveis de financiamento. Após uma queda contida da Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF) em 2020, por comparação com recessões anteriores e com a área do euro, antecipa-se um
crescimento de 4,9% em 2021, seguido de um crescimento médio de 6,9% em 2022-23. Para 2024
projeta-se um crescimento de 3,9%. O dinamismo é extensível às componentes pública e privada,
destacando-se o crescimento da componente pública em 2021-22 (Gráfico I.3.3). Nos próximos
trimestres, o investimento deverá permanecer condicionado pelos problemas nas cadeias de for-
necimento globais, nomeadamente, pela escassez de materiais e equipamento e pelo aumento
do seu custo. Neste contexto, antecipam-se crescimentos da FBCF empresarial de 4,4% em 2022
(após 3% em 2021) e 6% em 2023, e uma desaceleração para 4,8% em 2024. Esta evolução deter-
mina um aumento do stock de capital empresarial ao longo dos próximos anos.

Em termos reais, o investimento público cresce cerca de 16%, em média anual, no período
2021-2024, em linha com o previsto na atualização do Programa de Estabilidade. Esta evolu-
ção reflete a implementação de projetos previstos no PRR e de investimentos estruturantes. Pela
sua magnitude, a execução destes projetos deverá permitir interromper a tendência de queda do
stock de capital público. A desaceleração do investimento público projetada a partir de 2023 refle-
te a redução de fundos europeus com a transição entre Quadros Financeiros Plurianuais (QFP).

Gráfico I.3.3 • FBCF e componentes | Em percentagem do PIB

30

25

20 Total
A economia portuguesa em 2021-24

15 Empresarial

10

5 Habitação

Pública
0

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: (p) – projetado. As zonas a sombreado assinalam os anos de queda do PIB.

13
Após uma relativa estabilização da FBCF em habitação em 2021, antecipa-se um crescimento
médio de 2,3% no período de 2022 a 2024. O crescimento é suportado pelo aumento do rendi-
mento disponível, por condições financeiras favoráveis e pela atratividade deste tipo de investimen-
to no contexto da acumulação de poupança ocorrida no último ano e meio. Uma maior procura
por não residentes em alguns segmentos e para fins turísticos, no contexto da recuperação do
setor, pode contribuir igualmente para o dinamismo do mercado habitacional, com impacto sobre
os preços (Caixa 4).
As exportações crescem 9,6% em 2021, 12,7% em 2022 e 5,9%, em média, em 2023-24. A recu-
peração das exportações é diferenciada entre bens e serviços, com as exportações de bens a exce-
deram o nível pré-pandemia no final de 2021 (Gráfico I.3.4). As perturbações no abastecimento de
matérias-primas e bens intermédios tiveram um impacto negativo nos trimestres recentes sobre as
exportações de alguns setores relevantes, destacando-se o setor automóvel. Após um crescimento de
10,6% em 2021, as exportações de bens crescem 3,9% em 2022, seguido de um crescimento de 6,1%
em 2023, refletindo a gradual dissipação daquelas perturbações ao longo de 2022. Em 2024, as expor-
tações de bens crescem 3,3%, em linha com a procura externa dirigida às empresas portuguesas.
Refletindo o levantamento das restrições à mobilidade internacional e o aumento da confiança, as
exportações de serviços – em particular de turismo e serviços de transporte associados – têm vindo
a recuperar de forma acentuada, após a queda abrupta em 2020 e no início de 2021. O agrava-
mento recente da pandemia na Europa implica uma evolução mais contida dos fluxos de turismo
nos próximos meses. Assume-se que, a partir do segundo trimestre de 2022, as exportações de
turismo retomam um crescimento forte, antevendo-se um aumento das exportações de serviços
de 35,1% em 2022 (7,2% em 2021), seguido de crescimentos mais moderados em 2023-24 (11,3%
e 5,1%). Esta será a componente da despesa com o contributo mais importante, 3 pp, para o cresci-
mento do PIB em 2022. As exportações de serviços atingem o nível pré-pandemia no final de 2023.
As importações de bens crescem em linha com a procura global ponderada pelos conteúdos
importados, antecipando-se um crescimento mais forte da componente de serviços, refletin-
do a evolução marcada do turismo. Após um forte crescimento em 2021 de 10,3%, as importa-
ções apresentam crescimentos gradualmente mais moderados ao longo do horizonte.

Gráfico I.3.4 • Exportações: total e componentes | Índice 2019 = 100

130

120

110
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

Bens
100
Total
90

80 Outros serviços Turismo

70

60

50

40
2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Nota: (p) – projetado.

O excedente da balança corrente e de capital aumenta de 0,2% do PIB em 2021 para um valor
médio de 2,1% em 2022-24, devido à recuperação do turismo e à maior entrada de fundos
europeus. O défice da balança de bens e serviços reduz-se gradualmente ao longo do horizonte

14
de projeção (Gráfico I.3.5). A redução deste défice, para 1% do PIB em 2024, reflete o aumento do
excedente da balança de serviços decorrente dos desenvolvimentos no setor do turismo. Não obs-
tante esta melhoria, o excedente na balança de serviços no final do horizonte situa-se ainda abaixo
do observado antes da pandemia. O excedente das balanças de rendimentos e capital aumenta
de 1,8% em 2020 para 3,4%, em média, em 2021-24. Os recebimentos de fundos europeus deve-
rão representar 3,8% do PIB em média em 2021-24 (2,2%, em média, em 2013-19). Estes fundos
incluem montantes associados ao QFP 2014-20, que se encontra em fase de finalização, ao QFP
2021-27 e às transferências do novo instrumento de resposta à crise pandémica (NGEU). A redução
do pagamento de juros da dívida pública ao exterior tem também um impacto positivo nas contas
externas ao longo do período.

Gráfico I.3.5 • Balança corrente e de capital | Em percentagem do PIB

5,0

4,0
3,9 2,6
3,0
3,3
2,0 1,8 1,8
2,0 1,3 3,8
0,7
1,8 2,7
1,0 0,5 0,2
1,3 0,0
0,8
0,0
-1,2 -1,0
-1,0 -1,8 -2,1
-3,0
-2,0

-3,0

-4,0
2013-2019 2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)
Balança de bens e serviços Balanças de rendimentos e de capital Balança corrente e de capital

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Nota: (p) – projetado.

O comportamento do mercado de trabalho na crise pandémica contrasta fortemente com


o observado na crise anterior, com um ajustamento do emprego e uma subida da taxa de
desemprego muito contidos na recessão recente. O perfil das horas totais trabalhadas foi tam-
bém distinto entre os dois episódios (Gráfico I.3.6). Estes desenvolvimentos refletem, em larga medi-
da, as medidas de apoio à preservação das relações de emprego adotadas durante a crise pandé-
mica, que potenciaram também a recuperação subsequente mais rápida das horas trabalhadas.
O emprego total ultrapassou o nível pré-pandemia no segundo trimestre de 2021, antecipando-se
que as horas médias trabalhadas por indivíduo atinjam esse nível no final de 2021. A recuperação do
emprego tem sido diferenciada por setores – com o número de indivíduos empregados nos serviços
mais afetados pela pandemia a situar-se abaixo dos níveis pré-crise – e por grupo etário (Caixa 5).

O emprego continua a aumentar nos próximos anos, embora a um ritmo progressivamen-


te menor, condicionado por limitações da oferta de trabalho. Após um aumento do emprego de
2,5% em 2021, projetam-se crescimentos de 1,6% em 2022 e de 0,4%, em média, no período 2023-24.
A economia portuguesa em 2021-24

A evolução esperada para o emprego resulta do aumento da população ativa e da redução do número
de desempregados, embora com contributos decrescentes no horizonte de projeção. Estima-se
uma relativa estabilização da população em idade ativa no período 2021-24, com o saldo migratório
a compensar, em larga medida, o saldo natural negativo. A taxa de atividade aumenta cerca de 1 pp
em termos acumulados no período 2022-24, decorrente do aumento da idade de reforma e da parti-
cipação feminina. Em 2021, a taxa de atividade já se encontra acima do nível pré-pandemia, um valor
historicamente elevado e superior ao da área do euro, pelo que a margem para aumentos da oferta
de trabalho por esta via é relativamente reduzida no médio prazo. A taxa de subutilização do trabalho

15
é a mais baixa dos últimos 10 anos, sugerindo que a margem de crescimento do emprego por incor-
poração de desempregados ou de desencorajados se reduziu no período mais recente. Nos Inquéritos
de Opinião da Comissão Europeia, a percentagem de empresas que indica a insuficiência de trabalho
como fator limitativo à produção aumentou no período mais recente na indústria e na construção,
para valores próximos ou acima dos observados antes da pandemia, mantendo-se abaixo no comércio
e nos serviços.

Gráfico I.3.6 • Comparação da crise pandémica com a crise de 2011-13 – Mercado de trabalho

Emprego e horas trabalhadas | Índice 2010 = 100 e 2019 = 100

105

Emprego

100

Horas trabalhadas
95
Emprego

90 Horas trabalhadas

85
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)

Taxa de atividade e taxa de desemprego | Em percentagem da população (16-64 anos)


e em percentagem da população ativa

78 20
Taxa de desemprego Taxa de atividade 16-64 anos
(esc. dir.) 18

16
76
14

12

74 10
Taxa de atividade 16-64 anos Taxa de desemprego
8
(esc. dir.)
6
72
4

2
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

70 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: (p) – projetado. Os índices de base 2010 e 2019 referem-se aos anos que antecederam quedas
do PIB.

Após o aumento ligeiro em 2020, a taxa de desemprego reduz-se no período de projeção,


atingindo 5,6% em 2024. A redução da taxa de desemprego beneficia da recuperação esperada
para a atividade económica no setor dos serviços.

O crescimento da atividade económica reflete, em larga medida, os contributos da recupe-


ração das horas trabalhadas em 2021-22 e da produtividade total de fatores em 2022-24. Um
exercício de contabilidade de crescimento mostra que em 2023-24 as horas trabalhadas apresen-
tam um contributo menor para o crescimento do PIB, num contexto de desaceleração do emprego
(Gráfico I.3.7). O stock de capital contribui positivamente para o crescimento do PIB, beneficiando do

16
dinamismo do investimento nos próximos anos. A tendência positiva do contributo do capital huma-
no mantém-se ao longo do horizonte, refletindo a aproximação do número médio de anos de esco-
laridade em Portugal à média da área do euro. Projeta-se que a produtividade total dos fatores, após
a queda em 2020 e 2021, seja o principal motor do crescimento da economia nos anos seguintes,
situando-se no final do horizonte próxima do observado antes da pandemia. A crise pandémica resul-
tou em ineficiências na produção e numa menor acumulação de capital físico e humano, mas também
criou oportunidades, por exemplo, uma disseminação mais rápida de novas tecnologias e investimen-
to em I&D, áreas que serão também impulsionadas pelos fundos europeus do NGEU. Antecipam-se
também efeitos positivos da deslocalização de recursos para setores e empresas mais produtivos.

Gráfico I.3.7 • Taxa de variação anual do PIB na ótica da contabilidade do crescimento


| Percentagem e pontos percentuais

-2

-4

-6

-8

-10
1986-2010 2011-2014 2015-2019 2020-2024 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)
(p)
Horas trabalhadas Stock de capital Capital humano Produtividade total dos fatores (excl. capital humano) PIB

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Notas: O exercício de contabilidade do crescimento tem por base uma função de produção Cobb-Douglas
e decompõe a variação do PIB nos contributos dos fatores trabalho (horas trabalhadas) e capital, bem como da eficiência da sua conjugação
(produtividade total de fatores). As barras à esquerda no gráfico correspondem aos valores médios para os períodos indicados.

Ao longo do horizonte de projeção, os salários crescem em torno de 3%, ligeiramente abaixo


ao observado nos anos pré-pandemia. As projeções incluem o aumento do salário mínimo de 6%
em 2022, após um aumento de 4,7% em 2021. O crescimento mais moderado dos salários face ao
período pré-pandemia reflete a recuperação de empregos com salários mais baixos, que gera efeitos
composição negativos sobre os salários totais. Este efeito é parcialmente compensado pela pressão
ascendente associada à redução da margem de recursos disponíveis no mercado de trabalho.

A inflação aumenta para 0,9% em 2021 e 1,8% em 2022, fixando-se em 1,1% em 2023 e 1,3%
em 2024 (Gráfico I.3.8). Este perfil de subida e posterior moderação reflete, em larga medida,
a evolução dos preços dos bens energéticos, que acompanha o preço do petróleo nos merca-
dos internacionais. O IHPC dos bens energéticos diminui 5,2% em 2020, aumenta 7,8% em 2021
A economia portuguesa em 2021-24

e 6,3% em 2022 e diminui, em média, 1,0% em 2023-24.

Excluindo a componente energética, a inflação aumenta ao longo do horizonte, de 0,3% em


2020 para 1,5% em 2024, refletindo o aumento das pressões externas, a recuperação da pro-
cura de serviços e o dinamismo dos salários. Antecipa-se que a subida dos preços das maté-
rias-primas e de outros bens intermédios e dos custos de transportes continue a contribuir para
o aumento dos preços dos bens importados, em particular na primeira metade de 2022, exercendo
pressões ascendentes sobre os preços dos bens em Portugal. Adicionalmente, a recuperação da
atividade nos serviços relacionados com o turismo traduz-se numa recuperação dos preços para

17
próximo dos observados no período pré-pandemia ao longo do horizonte. Esta recuperação tem
um impacto significativo na inflação em 2022 e, em menor grau, em 2023. Por último, antecipa-se
que a redução das margens de oferta disponíveis no mercado de trabalho resulte num aumento
dos salários, e gere também alguma pressão sobre os preços. A projeção tem implícita uma recupe-
ração das margens de lucro em 2022-24, após as quedas durante o período da pandemia.

Gráfico I.3.8 • Taxa de variação anual do IHPC e principais contributos | Percentagem e pontos
percentuais

2,0 1,8

1,5 1,3
1,1
0,9
1,0

0,5 0,3

-0,1
0,0

-0,5

-1,0
2019 2020 2021 (p) 2022 (p) 2023 (p) 2024 (p)
Bens alimentares Bens industriais não energéticos Bens energéticos Serviços IHPC

Fontes: Banco de Portugal e INE. | Nota: (p) – projetado.

Comparativamente ao projetado pelo Eurosistema para a área do euro, o crescimento dos pre-
ços no consumidor é menor em Portugal. O diferencial de inflação torna-se menos negativo ao
longo do horizonte, passando de -1,7 pp em 2021 para -0,5 pp em 2024. Em 2021, o diferencial
resulta principalmente do crescimento mais contido dos preços dos serviços e dos bens ener-
géticos em Portugal, refletindo, no primeiro caso, um maior impacto da procura deprimida dos
serviços relacionados com o turismo e, no segundo caso, uma menor transmissão do aumento
do preço do petróleo nos mercados internacionais e de outros custos energéticos. Estes efeitos
desvanecem-se ao longo do horizonte, num contexto de retoma do setor do turismo e de queda
do preço do petróleo nos mercados internacionais.
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

4 Riscos
O balanço dos riscos em torno das projeções para a atividade é enviesado em baixa no cur-
to prazo. O risco descendente predominante está associado a um novo agravamento da situação
pandémica que resulte em medidas mais restritivas, com impacto na confiança dos agentes eco-
nómicos e na atividade. Uma maior persistência das perturbações nas cadeias de fornecimento
globais mantém-se como um fator de incerteza adicional.

No médio prazo, os riscos sobre a atividade são equilibrados. Por um lado, existe um risco ascen-
dente decorrente de parte da poupança acumulada durante a pandemia poder ser canalizada para
consumo privado, o que contribuiria para um crescimento mais forte da atividade. Entre o início de
2020 e o segundo trimestre de 2021, a acumulação adicional de poupanças pelas famílias – face
a um cenário com a taxa de poupança no nível pré-pandemia – ascendeu a 11,5 mil milhões de

18
euros, o que perfaz 5,4% do PIB. Por outro lado, existe o risco de consequências mais persistentes
da crise sobre os setores da economia mais afetados pela pandemia.

Os riscos para a inflação são enviesados em alta. Estes riscos decorrem sobretudo da possibilida-
de de uma maior transmissão dos aumentos dos preços das matérias-primas e dos bens intermédios
aos preços no consumidor. A subida recente da inflação, a par das dificuldades de recrutamento em
alguns setores, pode também implicar pressões mais fortes sobre os salários do que as consideradas
na projeção. Eventuais aumentos do salário mínimo em 2023-24 constituem também um risco em
alta para a inflação.

5 Conclusões
Após uma queda histórica do PIB em 2020 (-8,4%), a economia portuguesa deverá registar uma
recuperação forte em 2021 (4,8%) e 2022 (5,8%), mantendo um ritmo de expansão mais moderado
em 2023 e 2024. A atividade económica retoma valores anteriores à crise na primeira metade de
2022, mas a recuperação é assimétrica em termos setoriais. Em 2024 a atividade situar-se-á cerca
de 7% acima de 2019, implicando perdas contidas face à tendência projetada antes da pandemia.

A economia portuguesa enfrenta importantes desafios nos próximos anos, sendo a resposta de
política económica crucial para um crescimento sustentado e uma retoma da convergência com a
Europa. A previsibilidade dos processos de decisão de política económica (monetária, orçamental,
regulatória) é essencial para contrabalançar o aumento de incerteza que caracteriza os processos
de saída de crises económicas. No período atual esta incerteza é acrescida pela necessidade de
controlo da pandemia.

A execução eficiente dos projetos associados ao PRR e a implementação das reformas associadas
constituem fatores essenciais, pelos efeitos multiplicadores sobre a atividade e impacto sobre
o crescimento potencial. Esta é uma oportunidade única para potenciar o ritmo de crescimento
de longo prazo da economia portuguesa num contexto em que o impacto direto no endividamen-
to nacional é essencialmente nulo.

As condições económicas necessárias à reafectação de recursos físicos e humanos decorrente da


transição digital e climática devem ser potenciadas, nomeadamente no contexto do PRR. A trajetória
de redução do endividamento deve ser retomada, em particular do setor público, após a necessária
interrupção na sequência da pandemia.

As tendências demográficas adversas – perspetivando-se a manutenção de saldos naturais nega-


tivos e do envelhecimento da população – implicam que o crescimento da força de trabalho nos
próximos anos está dependente da capacidade de garantir saldos migratórios positivos, quer pela
atração de mão-de-obra estrangeira quer pela retenção dos trabalhadores nacionais. Desde 2017
que estes fluxos são positivos e a sua manutenção ou mesmo reforço constitui um ingrediente
crucial para o crescimento sustentado da economia portuguesa.

Finalmente, o aumento das qualificações constitui um objetivo coletivo fundamental. Tal exige um
aumento da percentagem dos jovens que terminam pelo menos o ensino secundário e o desenho
de políticas ativas que facilitem a adaptação dos trabalhadores às alterações em curso.

A concretização destes objetivos determinará um aumento da produtividade, o único resultado que


Conclusões

garante, no contexto dos desafios que a economia portuguesa enfrenta, um crescimento sustenta-
do e inclusivo e o retomar do processo de convergência real com a área do euro.

19
Caixa 1 • O aumento dos preços das matérias-primas em 2021
Os preços das matérias-primas aumentaram de forma generalizada e significativa em 2021, após
os baixos níveis atingidos no ano anterior (Gráfico C1.1). Os preços do gás natural quintuplicaram
e os do carvão duplicaram, atingindo recordes na Europa e na Ásia, sendo que a dimensão global
destas subidas não tem precedente. O preço do petróleo em euros subiu 72% entre o início do ano
e final de novembro. Os preços das matérias-primas alimentares e industriais também aumentaram
no mesmo período, 34 e 11% respetivamente. No caso da madeira, do ferro e do aço, os preços
atingiram máximos históricos em meados do ano. No período mais recente verificou-se um abran-
damento dos preços da generalidade das matérias-primas.

Gráfico C1.1 • Preços das matérias-primas | Índice 2019 Dez. = 100

700 175
Gás natural
600
150
500

400
125 Alimentares
300 Carvão
Industriais
200
100
100 Petróleo
0 75
dez. 19 jun. 20 dez. 20 jun. 21 dez. 19 jun. 20 dez. 20 jun. 21

Fonte: Hamburg Institute of International Economics (HWWI). Notas: O índice de preços de matérias-primas do HWWI, apresentado em euros,
é um indicador abrangente dos preços das principais matérias-primas comercializadas internacionalmente.

Um fator comum a estas subidas é a rapidez e sincronia da recuperação da despesa global – mais
orientada para bens em detrimento dos serviços, com impacto sobre a procura de matérias-primas
e outros bens intermédios – e a expansão mais lenta da oferta (Gráfico C1.2). Esta reação lenta está
relacionada com o baixo investimento – que já se observava no período prévio à pandemia em
alguns setores, como na exploração petrolífera, e acentuou-se durante a crise – a par de disrupções
causadas por condições meteorológicas adversas, manutenção de infraestruturas e medidas de
controlo da pandemia.
A subida dos preços do gás natural refletiu, em parte, as condições meteorológicas que condicio-
naram a produção de energia hídrica e eólica. Tal implicou também maiores pressões sobre os
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

preços de outras fontes primárias de geração de energia e aquecimento, como o petróleo e o car-
vão, dada a oferta insuficiente. No caso do petróleo, a produção permaneceu condicionada pelas
decisões da OPEP. O aumento dos preços da energia implicou maiores custos para a indústria
metalúrgica, afetada também pelo aumento dos preços de emissões, e para o setor agroalimentar
via preços dos fertilizantes. No caso dos bens alimentares e das matérias-primas agrícolas, con-
dições meteorológicas desfavoráveis afetaram diversas colheitas. Os aumentos de preços deste
tipo de bens refletiram também as restrições à exportação e a constituição de stocks em resposta
à pandemia, bem como a forte procura por biocombustíveis.
Há também sinais de relativa escassez de outros bens intermédios. Um exemplo importante é o da
indústria de semicondutores, que é um fornecedor crucial de indústrias como a de equipamentos
informáticos e eletrónicos e a de fabricação automóvel. Os problemas no transporte de mercado-
rias têm sido fator adicional com impacto nos custos das empresas e no alargamento dos prazos
de entrega. Estes problemas têm sido evidentes no transporte marítimo, refletindo a escassez de
contentores e os estrangulamentos em portos críticos, em parte associados às restrições sanitárias.

20
Gráfico C1.2 • Decomposição do consumo privado – área do euro e EUA | Índice 2019 T4 = 100

Área do euro EUA


130 130
Bens duradouros
120 120
Bens
Bens
110 duradouros 110 Total
Bens
100 Total 100

90 90 Serviços
Serviços
80 80

70 70
2019 T4 2020 T2 2020 T4 2021 T2 2019 T4 2020 T2 2020 T4 2021 T2

Fontes: Eurostat e Federal Reserve Bank of St. Louis. Notas: Dados em volume. Agregação da área do euro com base nos dados disponíveis.

As pressões sobre os preços das matérias-primas e outros bens intermédios deverão ser transitó-
rias. Para além de se antecipar uma adaptação da oferta e a dissipação gradual dos problemas de
abastecimento, é esperada uma reorientação da despesa global, de bens para serviços, à medida que
a recuperação prossegue, o que contribuirá para moderar a procura mundial de matérias-primas.
De acordo com as hipóteses do Eurosistema assentes nos mercados de futuros, o preço do petróleo
em 2022 situa-se acima da média de 2021, mas regista uma redução em 2023 e 2024. Os preços das
matérias-primas não energéticas em euros, após a subida expressiva em 2021, permanecem elevados
em 2022 e reduzem-se nos anos seguintes. No entanto, estes preços situam-se acima dos de 2020 no
final do horizonte e existem riscos de um maior grau de persistência dos problemas do lado da oferta.
O impacto dos aumentos de preços das matérias-primas sobre os preços no consumidor na área
do euro tem sido limitado. O efeito é mais notório nas componentes mais voláteis do IHPC, em
particular dos bens energéticos. A correlação entre as variações do índice de preços de matérias-
-primas do HWWI, em euros, e dos preços no consumidor dos bens energéticos é de quase 90%
(Quadro C1.1). No entanto, refira-se que a transmissão da subida dos preços do petróleo e, em
particular, do gás e da eletricidade, aos preços no consumidor tem sido diversa nos países da área
do euro, refletindo diferenças nas políticas nacionais de fixação destes preços e na fiscalidade.
A correlação entre os preços da matérias-primas e a inflação subjacente (i.e. excluindo os bens
alimentares e energéticos) é bastante reduzida, não excede 25%. Contudo, a magnitude e abran-
gência das pressões atuais, incluindo sobre os preços de outros bens intermédios e os custos de
transporte, pode significar uma menor capacidade de absorção de custos das empresas e, asso-
ciada ao dinamismo da procura, levar a uma maior repercussão sobre os preços no consumidor.
O aumento dos preços das matérias-primas em 2021

Quadro C1.1 • Correlações entre as variações homólogas dos preços das matérias-primas e dos
preços no consumidor | Percentagem

IHPC
Expetativas Excluindo Bens
de inflação Bens alimentares industriais
Total energéticos e energéticos não energéticos

Índice de em t 48 67 87 13 22
matérias-primas em t-6 44 63 67 25 20

Fontes: Eurostat e Hamburg Institute of International Economics (HWWI). | Notas: Correlações mensais para as variações homólogas entre o índice de
matérias-primas do HWWI e o IHPC e as expetativas para taxas de inflação médias durante 1 ano implícitas em instrumentos de mercado a começar
daqui a 1 ano. Correlações para o período entre janeiro de 2002 e novembro de 2021 (no caso das expetativas de inflação a partir de janeiro de 2005).

21
A subida recente da inflação na área do euro reflete sobretudo fatores temporários. A inflação
homóloga aumentou para 4,9% em novembro (-0,3% em dezembro de 2020), em larga medi-
da refletindo a componente energética. A inflação excluindo alimentares e energéticos também
aumentou, embora em menor magnitude (de 0,2% em dezembro de 2020 para 2,6% em novem-
bro de 2021). Para além da subida abrupta dos preços da energia, o aumento da inflação está
associado à recuperação da procura acima da oferta e, também, a efeitos de base, de onde se
destaca a subida do IVA na Alemanha. Estes fatores deverão dissipar-se no decurso de 2022.
Por enquanto, não se observam efeitos significativos de segunda ordem sobre os salários, o que
refletirá a margem de recursos ainda disponíveis no mercado de trabalho. Contudo, as altera-
ções na estrutura do mercado de trabalho no pós-pandemia poderão implicar riscos ascenden-
tes sobre os salários. Adicionalmente, não obstante as expetativas de inflação de longo prazo
terem aumentado recentemente, permanecem ancoradas no objetivo do BCE de manter a infla-
ção em 2% no médio prazo (Gráfico C1.3).

Gráfico C1.3 • Expetativas de inflação no médio e longo prazo na área do euro | Em percentagem

2,8

2,4 Baseadas em
instrumentos
de mercado
2,0 Baseadas
em inquéritos

1,6

1,2

0,8

0,4
jan. 11 jan. 13 jan. 15 jan. 17 jan. 19 jan. 21

Fontes: BCE (Survey of Professional Forecasters), Refinitiv e cálculos do Banco de Portugal. | Nota: Expetativas para taxas de inflação médias
durante 5 anos implícitas em instrumentos de mercado a começar daqui a 5 anos. Expetativas para taxas de inflação durante 2 anos obtidas através
de inquéritos a entidades privadas a começar daqui a 4/5 anos.
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

22
Caixa 2 • Evolução da atividade económica no terceiro e quarto trimestres de 2021
A atividade económica cresceu 2,9% em cadeia no terceiro trimestre, estimando-se um crescimento
em cadeia de 2% no quarto trimestre. Esta evolução prolonga a recuperação observada no segun-
do trimestre (variação em cadeia de 4,4%), na sequência da queda de 3,3% do PIB do início do ano
associada ao agravamento da pandemia e ao confinamento geral decretado. A recuperação recente
reflete o levantamento gradual das medidas de contenção e o aumento da confiança com os avan-
ços na vacinação.

A recuperação no terceiro trimestre foi impulsionada pelas exportações, embora a procura interna
tenha continuado a recuperar. O crescimento das exportações refletiu a forte recuperação nos servi-
ços, em particular de turismo (Gráfico C2.1 – Painel A). A procura interna cresceu a um ritmo inferior
ao do trimestre anterior (variação em cadeia de 1,0%, após 4,9%). O consumo privado abrandou, após
uma forte recuperação no segundo trimestre que tinha sido impulsionada, em parte, pela concretiza-
ção de despesas adiadas durante o confinamento do início do ano. O investimento voltou a registar
uma redução, de 2,2%, extensível às componentes de construção e de máquinas e equipamentos.

Gráfico C2.1 • Indicadores para a evolução da atividade | Índice 2019 T4 = 100

Painel A – Despesa Painel B – VAB

110 110
FBCF Construção
100 105
100
90 Consumo privado PIB Indústria
95
80 Exportações totais 90 VAB Serviços
70 85
80
60
75 Comércio, alojamento
50 70 e restauração
40 Exportações de serviços 65

Fonte: INE (Contas Nacionais Trimestrais). | Notas: Dados corrigidos de sazonalidade e efeitos de calendário. A série das exportações de
serviços apresentada no Painel A difere da publicada pelo INE por considerar a totalidade das exportações de turismo (bens e serviços). A data
de fecho de dados desta caixa é 30 de novembro de 2021.

A evolução da atividade permaneceu diferenciada por setor de atividade (Gráfico C2.1 – Painel B), Evolução da atividade económica no terceiro e quarto trimestres de 2021
com o VAB a registar uma relativa estabilização na indústria (variação em cadeia de 0,3%), uma
redução de 2,1% na construção e um crescimento de 3,3% nos serviços, especialmente forte no
comércio, alojamento e restauração (6,7%).

Os constrangimentos nas cadeias de fornecimento globais refletem-se na falta de matérias primas


e bens intermédios para os produtores nacionais, a par de um aumento do seu custo (Gráfico C2.2).
Em outubro, a falta de materiais foi referida como obstáculo à produção por 20% das empresas
na construção e 14% na indústria. Contudo, na fabricação de produtos informáticos e eletrónicos
e de automóveis essa percentagem excede os 30% (Gráfico C2.2 – Painel B). No setor automóvel
houve paragens de produção por falta de componentes, com impacto no volume de exportações.

A informação disponível para o quarto trimestre aponta para a continuação da recuperação da ativi-
dade económica. As exportações, especialmente de serviços, e as componentes da procura interna
contribuem para este crescimento. A confiança nos serviços melhorou em outubro e novembro –
aproximando-se da média de 2019 – o que reflete um maior otimismo quanto à evolução da pro-
cura (Gráfico C2.3 – Painel A). Na indústria, a confiança estabilizou no mesmo período, após uma

23
redução no terceiro trimestre. A confiança dos empresários da construção tem-se mantido relati-
vamente inalterada, beneficiando de perspetivas favoráveis para a procura associadas ao aumento
dos fundos europeus.

Gráfico C2.2 • Evidência relativa aos constrangimentos da oferta: Portugal

Painel A – Preços na produção industrial Painel B – Falta de materiais e/ou equipamento


e importações | Taxa de variação homóloga, na indústria e construção | Percentagem de empresas
em percentagem que refere este fator limitativo à produção em cada setor/
subsetor em 2021 T4 (novembro no caso da construção)

15,0
Construção 19,6

10,0
Total da indústria 13,6
5,0 Preços na produção
Dos quais:
industrial bens intermédios
Máquinas e equipamentos, n.e. 31,2
0,0
Equipamento eléctrico 32,7
Preços de importação de
-5,0 bens não energéticos Automóveis 35,5

Informática, electrónica e óptica 37,1

0 20 40

Fontes: Comissão Europeia e INE.

Relativamente às exportações de turismo, o indicador de levantamentos e pagamentos com cartões


estrangeiros continuou a recuperar de forma marcada em outubro e novembro (Gráfico C2.3, Painel B).
A evolução do mesmo indicador respeitante a cartões nacionais sugere que as despesas de consu-
mo de residentes continuaram a recuperar. No entanto, a confiança dos consumidores reduziu-se
em novembro, refletindo sobretudo expetativas mais pessimistas sobre a situação económica geral
nos próximos meses, que estarão relacionadas com o agravamento recente da pandemia na Europa
e o anúncio de novas medidas restritivas em vários países. Os desenvolvimentos da situação pandémi-
ca implicam incerteza acrescida sobre a evolução da atividade económica no final do quarto trimestre
e nos primeiros meses de 2022, em particular sobre o consumo privado e as exportações de turismo.

Gráfico C2.3 • Indicadores mensais de atividade


Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

Painel A – Indicadores de confiança | Diferenças Painel B – Valores movimentados em ATM/POS


face à média de 2019 em Portugal | Índice 2019 = 100

20 140
10 Construção
120
0
Indústria 100
-10
Cartões
-20 80
nacionais
Consumidores
-30 60
-40
40 Cartões
-50 Serviços
20 estrangeiros
-60
-70 0

Fontes: Banco de Portugal, Comissão Europeia e SIBS. | Notas: Dados corrigidos de sazonalidade e efeitos de calendário. Para novembro,
a estimativa mensal para os valores movimentados em ATM/POS foi obtida com base nos dados diários não corrigidos de sazonalidade ou
efeitos de calendário disponíveis até à data de fecho de dados (30 de novembro).

24
Caixa 3 • A poupança das famílias durante a crise pandémica
A crise pandémica foi marcada por um aumento da taxa de poupança das famílias, que passou
de 7,2% em 2019 para 12,8% em 2020 e 11,5% no ano terminado no segundo trimestre de 2021.
Este aumento da poupança traduziu-se num acréscimo de riqueza das famílias, refletindo-se no
montante acumulado em depósitos. Os montantes elevados desta poupança acumulada impli-
cam que as perspetivas para o consumo privado e para a atividade económica estão dependen-
tes das decisões das famílias quanto à sua utilização no horizonte de projeção.

Consumo, poupança e as caraterísticas dos choques e das famílias


As decisões das famílias são influenciadas pelas suas caraterísticas assim como pela natureza
do choque. Na sequência de choques positivos, temporários e inesperados sobre a riqueza,
as famílias com uma situação financeira mais sólida têm em geral uma propensão a consumir
mais reduzida face às famílias com poucos recursos financeiros.

Duas considerações breves devem ser feitas a este respeito no contexto da pandemia. A primei-
ra prende-se com a fração do aumento de poupança que resulta do adiamento de decisões de
consumo. Este adiamento não resultou essencialmente de choques sobre o rendimento, mas da
impossibilidade de realizar determinadas despesas de consumo. Estas despesas podem ou não
vir a concretizar-se ultrapassada a crise pandémica. A segunda prende-se com a teoria de consu-
mo e rendimento permanente, tal como sugerida por Milton Friedman em 1957. As decisões das
famílias dependem da natureza permanente ou temporária do choque, incluindo aqui o aumento
da incerteza face ao futuro, em si mesmo um choque de rendimento. Se estivermos perante um
choque temporário, é expectável que as famílias retomem os seus anteriores padrões de consu-
mo e poupança. A forma de ajustamento – transição suave ou abrupta – torna-se em si mesmo
relevante para as perspetivas económicas.

O Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) de 2020, cujos dados foram recolhidos entre
outubro de 2020 e fevereiro de 2021, inclui perguntas que permitem caracterizar o comporta-
mento da poupança durante a crise pandémica para famílias em diferentes situações financeiras,
permitindo perspetivar a evolução do consumo privado.

Variação da poupança
No ISFF 2020 as famílias foram questionadas sobre se o montante que pouparam nos 12 meses
anteriores à entrevista foi inferior, igual ou superior ao habitual. Neste tipo de perguntas qualita-
tivas existe uma tendência para a maioria das famílias reportarem situações inalteradas e evolu-
A poupança das famílias durante a crise pandémica

ções negativas. No inquérito de 2020, 59% das famílias consideraram que a poupança foi idêntica
ao habitual; 30% reportou poupança inferior ao habitual e 11% poupança superior (Quadro C3.1).
Contudo, em 2020, face a 2017, ocorreu um acréscimo da percentagem de famílias com poupan-
ça superior ao habitual, de 4% para 11%.

Este aumento foi comum a todos os quintis de rendimento, níveis de escolaridade e classes etá-
rias, mas foi mais expressivo nos 35 a 44 anos, na escolaridade superior e no último quintil do ren-
dimento. Em 2020, a percentagem de famílias que pouparam mais do que o habitual apresenta
um perfil crescente com o rendimento, mais marcado do que em 2017. Enquanto no primeiro
quintil do rendimento 3% das famílias declararam ter poupado mais do que o habitual (2% em
2017), no último quintil esta percentagem é 22% (8% em 2017). Destas famílias, 39% situam-se
no quintil mais elevado do rendimento e 50% têm escolaridade superior. Por classes etárias, estas
famílias concentram-se entre os 35 e os 64 anos.

25
Quadro C3.1 • Comparação da poupança com o montante habitual | Percentagem de famílias
2020 Por memória: 2017
Superior
(estrutura
Inferior Igual Superior Total das famílias) Inferior Igual Superior Total
Total 30 59 11 100 100 33 63 4 100
Idade do indivíduo
de referência
<35 33 53 15 100 7 30 56 14 100
35-44 35 45 19 100 31 39 55 6 100
45-54 35 55 11 100 21 38 58 3 100
55-64 32 57 11 100 21 30 66 4 100
65-74 24 67 9 100 14 30 69 1 100
>=75 23 73 4 100 6 25 74 1 100
Escolaridade do indivíduo
de referência
Inferior ao secundário 29 65 6 100 31 30 68 2 100
Secundário 37 52 11 100 19 34 59 6 100
Superior 29 49 22 100 50 40 51 9 100
Percentil do rendimento
de 2019
<=20 32 65 3 100 5 31 67 2 100
20-40 37 58 6 100 11 30 67 3 100
40-60 29 63 9 100 16 32 65 3 100
60-80 28 56 16 100 30 34 60 6 100
>80 26 52 22 100 39 36 56 8 100

Fonte: ISFF 2017 e 2020. | Nota: No ISFF 2020 as famílias foram questionadas sobre o montante da poupança nos últimos 12 meses e no ISFF 2017
sobre o montante da poupança nos últimos três anos.

De entre as famílias que pouparam mais do que o habitual, 55% declararam ter tido reduções da des-
pesa, 20% declararam aumentos do rendimento e 25% declararam as duas situações (Quadro C3.2).
A preponderância das variações da despesa é comum a todos os grupos de famílias, com exceção
das famílias do grupo etário 35-44 anos. Face a 2017, estes dados traduzem uma maior ocorrência
de reduções da despesa e uma menor de aumentos de rendimento. Adicionalmente, entre diferentes
tipos de famílias, a variabilidade destes dois fatores em 2020 é em geral menor do que em 2017.

Quadro C3.2 • Origem da poupança superior ao montante habitual | Percentagem de famílias


2020 Por memória: 2017
Aumento do Redução Ambas as Aumento do Redução Ambas as
rendimento despesa situações Total rendimento despesa situações Total
Total 20 55 25 100 41 34 25 100
Idade do indivíduo
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

de referência
<35 17 30 53 100 51 21 28 100
35-44 35 35 29 100 39 32 29 100
45-54 12 60 28 100 41 51 8 100
55-64 8 71 21 100 30 35 35 100
65-74 19 68 13 100 16 69 15 100
>=75 13 77 10 100 41 29 30 100
Escolaridade do indivíduo
de referência
Inferior ao secundário 17 62 21 100 31 47 22 100
Secundário 27 49 24 100 45 24 31 100
Superior 19 53 29 100 47 27 26 100
Percentil do rendimento
de 2019
<=20 27 53 20 100 33 58 9 100
20-40 24 58 18 100 22 51 27 100
40-60 11 67 22 100 47 16 37 100
60-80 13 51 37 100 37 38 26 100
>80 26 52 21 100 50 26 24 100

Fonte: ISFF 2017 e 2020.

26
Motivos para poupar
Em 2020, no total de famílias que pouparam mais que o habitual, 69% declararam que tal não foi
planeado, 23% declararam ter poupado mais, principalmente por terem mais incerteza quanto ao
futuro, e 7% por outros motivos (Quadro C.3.3). A importância da poupança não planeada aumen-
tou face a 2017, passando a ser o motivo principal para o aumento da poupança em todos os gru-
pos de famílias. Tal reflete a natureza comum do choque e sugere que as medidas de contenção
da pandemia e os receios de contágio terão sido determinantes muito importantes da poupança.

Quadro C3.3 • Motivo para poupança superior ao montante habitual | Percentagem de famílias

2020 Por memória: 2017

Sem ter Sem ter


planeado Incerteza Outros Total planeado Incerteza Outros Total
Total 69 23 7 100 46 37 16 100
Idade do indivíduo
de referência
<35 77 20 3 100 42 42 16 100
35-44 51 35 13 100 51 28 22 100
45-54 77 18 5 100 56 19 25 100
55-64 77 20 2 100 39 52 9 100
65-74 75 15 10 100 37 62 1 100
>=75 89 11 1 100 55 45 0 100
Escolaridade do indivíduo
de referência
Inferior ao secundário 65 25 11 100 37 38 25 100
Secundário 63 30 8 100 55 40 5 100
Superior 75 20 5 100 49 35 15 100
Percentil do rendimento
de 2019
<=20 46 27 27 100 39 47 14 100
20-40 73 23 4 100 26 42 32 100
40-60 70 21 9 100 39 43 17 100
60-80 68 27 5 100 46 44 10 100
>80 72 21 7 100 58 26 16 100

Fonte: ISFF 2017 e 2020.

Aplicação das poupanças


Por fim, as famílias que pouparam mais do que o habitual foram questionadas sobre o destino que
A poupança das famílias durante a crise pandémica

deram aos fundos adicionais. Em 2020, 66% das famílias aplicaram estes fundos em depósitos,
certificados de Aforro/Tesouro ou numerário, 18% em outros ativos financeiros, 14% em ativos
reais e 16% utilizou a poupança adicional para efetuar amortizações extraordinárias de dívida
(Quadro C.3.4). Face a 2017, estes dados traduzem um aumento das aplicações em depósitos,
certificados de Aforro/Tesouro ou numerário e, em menor grau, das amortizações de dívida e uma
redução das aplicações em outros ativos. O aumento das aplicações em depósitos foi comum
a todos os tipos de famílias.

Impacto potencial da poupança acumulada sobre o consumo


As perspetivas para o consumo estão, em parte, dependentes das decisões das famílias quanto
à utilização da riqueza acumulada durante a crise pandémica, assim como da dissipação da pande-
mia e do grau de substituição intertemporal do consumo adiado. Num contexto em que o aumento

27
da poupança terá tido na sua maioria uma origem involuntária e em que está maioritariamente
aplicado em ativos com elevada liquidez poderá ocorrer uma maior transmissão ao consumo
num horizonte de curto/médio prazo do que em outros choques passados. No entanto, existem
razões para que uma parte significativa da poupança acumulada possa não se traduzir em maior
consumo. O aumento da poupança durante a crise pandémica, embora tenha sido transversal,
esteve mais concentrado nos grupos de famílias com poupanças superiores e uma propensão
a consumir mais reduzida, como sejam as famílias de maiores rendimento e escolaridade e de
idades intermédias. Adicionalmente, o aumento de riqueza observado durante a pandemia não
deverá implicar alterações do consumo, dada a natureza temporária do choque subjacente. Por
fim, após um choque negativo inesperado, as famílias podem optar por manter montantes mais
elevados de riqueza por motivo precaução do que no passado.

Quadro C3.4 • Aplicação da poupança superior ao montante habitual | Percentagem de famílias

2020 Por memória: 2017

Outros ativos Outros ativos


financeiros financeiros
(por exemplo, (por exemplo,
Depósitos fundos de Depósitos fundos de
Ativos ou investimento, Ativos ou investimento,
reais (por Certificados planos de reais (por Certificados planos de
exemplo, de Aforro/ poupança exemplo, de Aforro/ poupança
imóveis, Tesouro reforma, Amortizações imóveis, Tesouro reforma, Amortizações
negócios, ou ações, extraordinárias negócios, ou ações, extraordinárias
automóveis) numerário obrigações) de dívida automóveis) numerário obrigações) de dívida

Total 14 66 18 16 26 41 28 10
Idade do
indivíduo
de
referência
<35 15 79 6 0 31 46 16 8
35-44 9 63 18 13 30 30 34 10
45-54 19 62 16 9 28 45 28 12
55-64 14 67 23 3 15 51 26 13
65-74 17 61 21 2 26 35 46 1
>=75 6 87 15 1 1 15 75 9
Escolaridade
do indivíduo
de
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

referência
Inferior ao
secundário 21 58 21 2 28 41 17 17
Secundário 12 73 9 12 37 38 21 5
Superior 11 67 19 7 18 43 40 7
Percentil do
rendimento
de 2019
<=20 19 74 1 0 15 55 11 2
20-40 11 51 15 25 41 17 15 28
40-60 14 57 20 12 32 47 16 5
60-80 13 67 22 2 25 54 22 3
>80 14 71 15 5 22 35 40 10

Fonte: ISFF 2017 e 2020.

28
Caixa 4 • Impacto do investimento de não residentes e do alojamento turístico nos
preços da habitação ao nível local
De acordo com o Índice de Preços da Habitação publicado pelo INE, a taxa de crescimento média
dos preços da habitação em Portugal em 2017-20 foi de 9,4%. O valor mediano por metro quadra-
do cresceu 37,2% em termos acumulados no mesmo período. Ao nível das NUTS II, não obstante
a tendência geral de subida, observaram-se diferenças de magnitude na variação. A Área Metropolitana
do Porto destaca-se com um aumento do valor mediano de 51,6%. Na Área Metropolitana de Lisboa,
no Algarve e na Região Autónoma dos Açores, os preços aumentaram em linha com o total nacional,
enquanto na região Centro, na Região Autónoma da Madeira e no Alentejo o crescimento situou-se
próximo de 30%. O Algarve e a A. M. Lisboa apresentam os valores medianos por metro quadrado
mais elevados, acima dos 1 600 euros em 2020 (Gráfico C4.1).

Gráfico C4.1 • Preços da habitação ao nível local por NUTS II | Valor mediano em euros/m2

1800

1600
1400

1200

1000
800

600

400
200

Impacto do investimento de não residentes e do alojamento turístico nos preços da habitação ao nível local
0
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
Portugal Norte A. M. Porto Centro A. M. Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

Fonte: INE (Preços da Habitação ao Nível Local). | Nota: A Área Metropolitana do Porto pertence à classificação em NUTS III (Nomenclatura
das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos), estando incluída na região Norte na classificação NUTS II.

O papel dos não residentes tem sido referido como relevante para o dinamismo dos preços da habi-
tação em Portugal, diretamente através do seu investimento, ou indiretamente através da procura
de serviços de alojamento para turismo. As aquisições de imóveis por não residentes aumentaram
14,8% em termos médios anuais no período 2016-19. O peso das compras de não residentes no
valor total de transações aumentou cerca de 1 pp no período considerado, atingindo 13,3% em
2019. Impulsionado pelo dinamismo do turismo, o número de estabelecimentos de alojamento
local exibiu também uma tendência globalmente ascendente, com um aumento médio anual de
25% em 2016-19, destacando-se a região da A. M. Lisboa.3 A magnitude do efeito destes fatores
pode ser avaliada explorando a heterogeneidade municipal dos preços da habitação, do investimen-
to turístico em alojamento local e das aquisições de habitação por não residentes.
Os preços da habitação tendem a ser mais altos no litoral do que no interior, onde se observou
também o maior aumento entre 2016 e 2019 (Gráfico C4.2 – painel A). Paralelamente, os esta-
belecimentos de alojamento local estão sobretudo concentrados nos municípios de Lisboa e em

3. Os dados referem-se a estabelecimentos de alojamento local com 10 ou mais camas inquiridos pelo INE no âmbito das Estatísticas do Turismo. Os autores
agradecem ao INE a disponibilização destes dados, bem como de outra informação de base desta caixa, num curto espaço de tempo. Considerou-se
também utilizar a informação incluída no Registo Nacional de Alojamento Local, que abrange também os estabelecimentos com menos de 10 camas, mas
inclui todos os estabelecimentos registados, mesmo os que não estão em funcionamento. Os resultados da análise de regressão apresentada nesta caixa
não são afetados de forma relevante por esta opção.

29
alguns do Algarve, não tendo grande expressão no resto do país (Gráfico C4.2 – painel B). É tam-
bém na região do Algarve que as aquisições de imóveis por não residentes têm maior peso no
valor total das transações de imóveis (Gráfico C4.2 – painel C).

Gráfico C4.2 • Mapas por município

Painel A Painel B Painel C


Variação dos preços Número de estabelecimentos Peso das aquisições de imóveis
da habitação entre 2016 em alojamento local com por não residentes no valor total
e 2019 | Valor mediano 10 ou mais camas em 2019 de transações de imóveis em 2019
em euros/m2 | Logaritmo do número | Em percentagem

Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
preços  da  habitação,  estimou‐se  um  modelo  de  regressão  com  dados  trimestrais  em  painel  por 
município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são 
o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
habitação,  estimou‐se  um  modelo apresentadas no Quadro C5.1. 
de  regressão  com  dados  trimestrais  em  painel  por 
Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são 
preços  da da  Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
habitação,  estimou‐se  um  modelo  de de  regressão  com  dados  trimestrais  em  painel  por 
preços  habitação,  estimou‐se  um  modelo  regressão  com  dados  trimestrais  em  painel  por 
mpacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
as no Quadro C5.1.  município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são Desvio‐padrãoUnidade de medida Média
município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são  Total
Intermunicipal  Intramunicipal 

itação,  estimou‐se  apresentadas no Quadro C5.1. 


um  modelo  de Preços da habitação a nível local (PHNL
regressão  com  dados  trimestrais  em  painel  por  (between ) (within )

apresentadas no Quadro C5.1. 
1 ● Estatísticas descritivas da base de dados  )
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL )
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
Número 
621
6
347
24
337
22
87
8
de 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são 
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid
Unidade de medida Média
) Percentagem
Desvio‐padrão
11 11 10 5
População residente (Pop ) Número de indíviduos 35235 57069 57164 388
Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
Stock  de depósitos detidos por residentes (Dep ) Intermunicipal  Intramunicipal 
Milhões de euros 469 1528 1530 68  
no Quadro C5.1.  Total
(between ) (within )
a nível local (PHNL )
Fonte: INE. | Notas: Os municípios sem dados disponíveis encontram-se omitidos dos mapas. Os valores apresentados no painel B referem-se
m alojamento local com 10 ou mais camas (AL )
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
Número 
621
6
347Unidade de medida
24
337
Unidade de medida
22
87
8
Média
Média Desvio‐padrão
Desvio‐padrão
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui  Intermunicipal  Intramunicipal 
ao mês de julho de 2019.
● Estatísticas descritivas da base de dados 
de imóveis por não residentes no total (PesoNResid ) Percentagem 11 11 10 5 TotalTotal Intermunicipal  Intramunicipal 
(between ) ) (within )
(Pop ) informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
Número de indíviduos
Preços da habitação a nível local (PHNL ) 35235 57069 57164 388
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
(between (within )
Preços da habitação a nível local (PHNL ) Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado 621 621 347 347 337 337 87 87
etidos por residentes (Dep ) considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
Milhões de euros
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL )
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL
Unidade de medida
Número 469
) Média Número 
1528 1530
Desvio‐padrão
68 6 6  
24 24 22 22 8 8
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid ) Percentagem 11 11 11 11 10 10 5 5
População residente (Pop )
A  decomposição  do  desvio‐padrão 
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid resulta 
) Percentagem
Total
da  avaliação 
Intermunicipal 
Número de indíviduos
da  dispersão  dos 
Intramunicipal  valores  de  cada 
35235352355706957069
variável 
5716457164
𝑥𝑥��   numa  vertente 
388 388
População residente (Pop ) Número de indíviduos
(between ) (within )
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
 de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
StockStock
 de depósitos detidos por residentes (Dep )
 de depósitos detidos por residentes (Dep ) Milhões de euros
621Milhões de euros     469 469� 1528 ̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
� 𝑥𝑥̄1528 15301530 68 68 �� �
 local (PHNL )
Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
lativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
amento local com 10 ou mais camas (AL ) Número  6 24
347
22
337
𝑥𝑥̄ � � 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
8
87
residentes
)
 
 um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
óveis por não residentes no total (PesoNResid
nos preços
) Percentagem 11 11 10
da habitação, estimou-se um modelo de regressão com dados trimestrais em painel
5
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
Número de indíviduos 35235 57069 57164 388
ão  do  desvio‐padrão 
s por residentes (Dep ) resulta  da  avaliação  da  dispersão  dos  valores  de  cada 
Os resultados da regressão são os seguintes: 
Milhões de euros 469  variável    numa  vertente 
𝑥𝑥��1530
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
1528 68
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
por município desde� 2016 até 2019. As estatísticas
l, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ � 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥�� �descritivas das variáveis incluídas na regres-
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
e 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
A  decomposição  são são do lndo  apresentadas
desvio‐padrão 
desvio‐padrão 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,� � 
resulta 
 Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
A  decomposição  0,05  no
lnda 
resulta  Quadro
avaliação 
da 
𝐴𝐴𝐴𝐴 C4.1.
da da 
avaliação 
�,� � 
dispersão 
0,17  dispersão  dos dos valores 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 valores 
�,� � 
de 3,1 
cada 
de  variável 
cada 
lnvariável  ��  𝑥𝑥numa 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,�𝑥𝑥�  vertente 
��   0,12 
numa  vertente 
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷�,� � 𝛼𝛼� � �� � 𝜀𝜀�,� , 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
va a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ ̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
� �� 𝑥𝑥̄� 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥 �� ��� �
os da regressão são os seguintes: 
𝑥𝑥̄ � )
𝑥𝑥̄ ̄ , onde 𝑥𝑥̄  
̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
 peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
� 𝑥𝑥̄ � � 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄   ̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
�7,17�   �4,02�    �13,6�    �5,63�   
do  desvio‐padrão  resulta   da    avaliação  Quadro C4.1 dos 
da  dispersão  • Estatísticas
valores  de  cada  descritivas da base
variável  𝑥𝑥��   numa  vertente  de dados
�,�Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não reside
Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não
onsiderando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
Os resultados da regressão são os seguintes:  � 1, �…�,ln ̄)Para aferir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não resident
 e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
𝑥𝑥̄𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � 𝜀𝜀�,� , 
0,05  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴�,� �  0,17 Os resultados da regressão são os seguintes: 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃 � 1, � , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡3,1 
�,� … 𝑇𝑇  �  0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷�,� � 𝛼𝛼� � ���� �
corresponde à média global nacional (não ponderada). 
nto local e das aquisições por não residentes nos 
nto em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
r o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos 
ir o impacto do investimento em alojamento local e das aquisições por não residentes nos  Desvio-padrão
�7,17�   �4,02� 
ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  �,� � 
ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �  0,05  0,05 ln 𝐴𝐴𝐴𝐴
ln �  �    0,17 
�13,6� 
𝐴𝐴𝐴𝐴
�,� preços 
preços 
0,17 
Unidade
da 
�5,63�  da 
preços    habitação, 
habitação, 
𝑅𝑅 ��,��
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
de
0,98da 
� 
medida
3,1 3,1  lnestimou‐se 
habitação, 
estimou‐se 
𝐹𝐹�4, �,� � estimou‐se 
4274�
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
ln
Média
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 um 
� 63,64
�  um 
�0,00� 
0,12 
0,12  modelo 
modelo 
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷um 
�,� � 𝛼𝛼�
Total Intermunicipal
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 �𝛼𝛼 �de 
�modelo 
de  � 𝜀𝜀regressão  com 
�,� ,  de  regressão 
�regressão  com 
� � �� � 𝜀𝜀�,� , Intramunicipal
dados 
dados com  trimestrais 
dados  em em 
trimestrais
trimestrais  pain p
da regressão são os seguintes: 
egressão 
m  modelo  com 
de  dados  trimestrais 
regressão 
�,�
com  dados em de 
�,�
painel 
trimestrais  por  em  painel 
�,�
por 
�,� �,�

 � habitação, 
a  habitação,  estimou‐se 
estimou‐se  um 
um  modelo 
modelo  de  regressão 
regressão  com 
com  dados 
dados  trimestrais 
trimestrais  em 
em  painel 
painel  por 
por  (between) (within)
1, … , 𝑇𝑇       
�7,17�    
�7,17� �4,02�  município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regre
�4,02�      município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na
município desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressã
�13,6�    
�13,6�  �5,63�    
�5,63� 
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

scritivas das variáveis incluídas na regressão são  Preços
 estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são da habitação a nível Valor mediano das vendas, 621 347 337 87
 desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são 
o desde 2016 até 2019. As estatísticas descritivas das variáveis incluídas na regressão são 
0,05  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴�,� �  0,17  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,� �  3,1  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,� �  0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 �,� � 𝛼𝛼� � � � � 𝜀𝜀�,� , 
corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
𝑅𝑅�1,�…0,98
𝑃𝑃 � , 𝑁𝑁 𝑒𝑒local
𝑡𝑡 � (
1, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
… 𝐹𝐹�4,
,
𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇 𝑇𝑇  4274�
)
  apresentadas no Quadro C5.1. 
apresentadas no Quadro C5.1. 
� 63,64 �0,00�  em euros por metro quadrado
apresentadas no Quadro C5.1. 
�7,17�   �4,02�    �13,6�    �5,63�   
adas no Quadro C5.1. 
adas no Quadro C5.1.  alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
Estabelecimentos em 𝑅𝑅� 𝑅𝑅 Número
��0,98 𝐹𝐹�4,𝐹𝐹�4,
4274� � 63,64 �0,00�  6 24 22 8
� 0,98 4274� � 63,64 �0,00� 
… , 𝑇𝑇  alojamento local com Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
Quadro C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
10 oude  transações 
camas ( de 
esponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
ados      mais ) imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à  população  residente  e  𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao  stock  de  depósitos  detidos  por 
as da base de dados 
5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
C5.1 ● Estatísticas descritivas da base de dados 
� Unidade de medida
Unidade de medida
Unidade de medida MédiaMédia Média Desvio‐pad
Desvio‐padrão
𝑅𝑅 � 0,98 𝐹𝐹�4, 4274� � 63,64 �0,00�  residentes.  𝛼𝛼   denota  o  efeito  fixo  do  município  𝑖𝑖,  enquanto  µ   corresponde  a  um  efeito  fixo 
 local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
� de �
Unidade de medida 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 Peso das aquisições Percentagem
corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
 Média Desvio‐padrão 11 11 10 5 Intermunicipa
Intermunicipal  Int
Intr
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
Unidade de medida MédiaUnidade de medida Desvio‐padrão
Unidade de medida Média
Média Desvio‐padrão
Desvio‐padrão Total Total Total
(between
(between ) )(
imóveis por
temporal. 𝜀𝜀não residentes
�,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
Intermunicipal  Intramunicipal  Intermunicipal  Intramunicipal  Intermunicipal 
Intermunicipal  Intramunicipal 
Intramunicipal 
ões  de  imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à  população  Totalresidente 
(between e 
) 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao 
Total
) stock  de ) Preços da habitação a nível local (PHNL
depósitos 
Preços da habitação a nível local (PHNL detidos 
Preços da habitação a nível local (PHNL
)
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
no total ( (within
) (between (within ) por (between
)Total
Total ) Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado 621 621 347 347
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado 621 347 33
337
endas, em euros por metro quadrado
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
621 347 337 621 34787
(between
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL ) )
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL
Estabelecimentos em alojamento local com 10 ou mais camas (AL )
(within )
(within
) Número )Número 
) Número  6 6 24 24 6 24 2
22
ão a nível local (PHNL
ção a nível local (PHNL
𝛼𝛼�   denota 
))
Número  o  efeito  fixo  do  município 
6) )
restantes 
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
24 𝑖𝑖,  determinantes 
enquanto 
22 6 µ   contribuem 
337
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
Valor mediano das vendas, em euros por metro quadrado
onde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em  8corresponde  a  para 
87 621
um  explicar 
621
8 efeito 
347 os  desvios 
347
fixo 
337
337
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid )face 
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid
Peso das aquisições de imóveis por não residentes no total (PesoNResid à  média 
8787
) Percentagem
Percentagem temporal  de  cada 
) Percentagem 11 11 11 1111 11 1
10
de de 
transações 
) em alojamento local com 10 ou mais camas (AL
s em alojamento local com 10 ou mais camas (ALPopulação
transações  de de  imóveis, 
Número residente
Número 
imóveis,  ( à População residente (Pop
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  )população 
24
� Número 22
residente 
deresidente 
indivíduos) e  𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
66 ) ao ao 
2424 stock 
35 235de de 
2222 depósitos 
57depósitos 
069 8 8 detidos 
57 164 por  388
11 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 11à 5população  e  𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  stock  detidos  por 
População residente (Pop
População residente (Pop
) Número de indíviduos
Número de indíviduos
Número de indíviduos 3523535235
5706957069
35235 57164
570695716
NResid ) Percentagem 11 ) )11Percentagem 10 �. 10 5
es de imóveis por não residentes no total (PesoNResid
ões de imóveis por não residentes no total (PesoNResid
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
Percentagem
cal, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
os  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
)Número de indíviduos 35235 57069 57164
35235
Stock
57069 57164
1111
Stock  de depósitos detidos por residentes (Dep 1111 )
Stock  de depósitos detidos por residentes (Dep
388  de depósitos detidos por residentes (Dep
388 35235
)
10
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
)10 5 5
Milhões de euros
Milhões de euros Milhões de euros 469 4691528 1528 469 1528153
1530
nte (Pop
ente (Pop
�,� ) residentes.   𝛼𝛼�   𝛼𝛼
denota  o 1530
efeito 
Número de indíviduos
Número de indíviduos fixo  68do  município  enquanto 
𝑖𝑖,  𝑖𝑖,  35235 µ�   corresponde 
57069
57069 57164
57164
1528a  um 
388
388 efeito 
1530 fixo 
) ) residentes.Stock de  Milhões de euros
denota 
depósitos o detidos
efeito  fixo  do 
Milhões município 
de euros   68 enquanto  1528 µ�   corresponde  a 
6868um  efeito  fixo 
469 68
Milhões de euros
os detidos por residentes (Dep
os detidos por residentes (Dep 469 1528
�Milhões de euros 469 1528 1530 469
469 1528
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as   
1530
1530   
  de  imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
determinantes  à temporal. 𝜀𝜀
contribuem população  porresidente 
para  residentes
explicar  e (𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
os  ) ao  stock 
desvios  face  de  depósitos 
à  média  temporal  detidos  de por  cada 
temporal. 𝜀𝜀 �,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
�,�
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
as: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui  observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃
dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
denota  o  efeito  fixo  do  município 
restantes 
𝑖𝑖,  enquanto 
determinantes  eµINE
contribuem  �  informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
corresponde 
co de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
�. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
nco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
𝑙𝑙𝑙𝑙 Fontes: Banco de Portugal (cálculos dos autores).
para  explicar 
a  um  | os  efeito 
Notas: fixo  abrange o período 2016 T1-2019 T4 e inclui informação relativa
A amostra
desvios  face  à  média  temporal  de de  cada 
restantes  determinantes 
s. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
uindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃,  contribuem  para 
relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada
explicar  os  desvios  face  à  média 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada temporal 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano e
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada mu
a frequência anual das sériesos  coeficientes  e estimados, , considerou-seo um
cada peso das aquisições
 relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
se  entre  parêntesis  os  rácios‐t  robustos  para  coeficiente  de 
corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
ta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
a população constantes ao longo do ano em cada município.  A  decomposição  do  desvio‐padrão  resulta  da  avaliação  da  dispersão  dos  valores  de  cada  variável 
ão residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
de não�. A  decomposição  A  decomposição 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
residentes e uma população constantes
se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município.  ao longo
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙�. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a  do 
do desvio‐padrão 
ano em cadado  desvio‐padrão 
município. resulta 
A da  resulta 
avaliação 
decomposição do da  avaliação 
da  dispersão 
desvio-padrão da dos 
resulta dispersão 
da valores 
avaliação dados de valores 
cada  de  cada 
variável  ��   num
𝑥𝑥��variável 
  𝑥𝑥numa  v𝑥𝑥

dispersão 
  da  avaliação 
sição 
osição 
erminantes do  dos  valores 
da  dispersão 
do desvio‐padrão 
desvio‐padrão 
contribuem  de resulta 
cada 
dos 
resulta 
para  da determinação 
variável 
valores 
dispersão
da  avaliação 
explicar  ��   numa 
dos𝑥𝑥os 
de 
valores
avaliação  cada 
de
da cada
da 
desvios 
s foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐ (𝑅𝑅face 

vertente 
variável 
variável
dispersão 
dispersão  e à intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
𝑥𝑥a 
dos   estatística 
numa 
numa
dos 
média 
�� vertente
valores 
valores  vertente 
temporal  𝐹𝐹 cada  de 
intermunicipal,
de 
de  cada 
de aderência 
variável  𝑥𝑥𝑥𝑥��global 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ considerando
variável 
cada  do 
a dispersão
   numa 
numa  modelo, 
da média temporal
vertente 
vertente  com  o porrespetivo 
município valor � � �𝑥𝑥̄� 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramuni
� � 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente int
̄) e uma vertente intramunicipa
por município (𝑥𝑥̄ ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
��
� � 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
a média temporal por município (𝑥𝑥̄ e uma�vertente intramunicipal ��𝑥𝑥̄ ���
� 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
pal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
ipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ 𝑥𝑥̄�𝑥𝑥̄)̄ �,, onde 𝑥𝑥̄
𝑥𝑥̄ � 𝑥𝑥̄�)̄ , onde 𝑥𝑥̄
� onde
�� � ̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
𝑥𝑥̄)̄ ��corresponde
, onde 𝑥𝑥̄ ̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
à média global nacional (não����ponderada).
)̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 

𝑥𝑥̄𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
 e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥 ��
. rácios‐t  robustos  para  probabilístico.
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
parêntesis  os  os  coeficientes   
estimados,  o  coeficiente  de 
onderada). 
bal nacional (não ponderada). 
nde 𝑥𝑥̄      
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
nde 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
ão  (𝑅𝑅� )  e  a 30
a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
estatística se se  𝐹𝐹  de parêntesis 
entre  aderência os  global 
rácios‐t  Os resultados da regressão são os seguintes: 
modelo, 
robustos  Os resultados da regressão são os seguintes: 
do Os resultados da regressão são os seguintes: 
com para  o os  respetivo 
coeficientes  valor  estimados,  o  coeficiente  de 
entre  parêntesis  os  rácios‐t  robustos  para  os  coeficientes  estimados,  o  coeficiente  de 
eguintes: 
ados da regressão são os seguintes: 
ados da regressão são os seguintes: 
oram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
co.  � �
determinação 
determinação  (𝑅𝑅 (𝑅𝑅
)  e  )  a 
e  estatística 
a  estatística  de 
𝐹𝐹 ln𝐹𝐹  aderência 
de  global  do  modelo,  com  o  o 
respetivo  valor 
ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�,� �  lnaderência  �  0,05 
�,�𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � global 
�,�0,05  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴ln
0,05  do 
� �,� modelo, 
�,�𝐴𝐴𝐴𝐴 � 
ln 𝐴𝐴𝐴𝐴 0,17  �  com 
�,� 0,17  0,17  respetivo 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 valor  �,� 3,1 
�,� �  3,1 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�,� �  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
3,1 �,� � �,�ln � 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
0,12  0,12 
�,� ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
�  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
0,12 
�,� ��,� 𝛼𝛼ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
���𝛼𝛼�
êntesis  os  rácios‐t  robustos  para  os  � 
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 coeficientes  estimados, 
,  o � coeficiente  de 
� 
 � �  0,05  3,1  ln
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
0,05  lnln𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝐴𝐴𝐴𝐴 � 
�,��,� probabilístico.
�  0,12 
3,1 
� probabilístico.
�,�� 
�,� 0,17  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
0,17    𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃� 𝛼𝛼
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
  �,� �,�

0,12 
�,�� 
��,� �
� � � 𝜀𝜀
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
3,1  �
3,1 �,� lnln�𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�,� 𝛼𝛼 � ��,�� 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,� � 𝜀𝜀
�  �,� 0,12 ,  0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷�,��,���𝛼𝛼𝛼𝛼� ������ ��� 𝜀𝜀𝜀𝜀�,��,�, , 
(𝑅𝑅� )  e  a  estatística  𝐹𝐹  de  aderência  global  do  modelo,      com    o  respetivo  �7,17� �7,17�  �7,17�   �4,02� 
  valor   
�4,02�   �4,02�    �13,6�   
�13,6�   �13,6�    �5,63�   
�5,63�   �5,63�   
�  �7,17�     
  �13,6� 
�7,17� �5,63�       
�13,6� 
�4,02� 
�4,02�  �5,63�   �13,6� 
�13,6�      �5,63�     
�5,63� 
𝑃𝑃 � 𝑃𝑃1,�…1,
, 𝑁𝑁… 𝑃𝑃𝑒𝑒, 𝑁𝑁
� 𝑒𝑒 𝑡𝑡1,
1,
𝑡𝑡 � …�… , 𝑁𝑁1, 𝑒𝑒…𝑡𝑡, 𝑇𝑇 
, 𝑇𝑇  � 1, … , 𝑇𝑇 
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃,  �� 68  
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município.  � � 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (nã
469 𝑥𝑥̄ 1528
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
Stock  de depósitos detidos por residentes (Dep ) Milhões de euros
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
1530
Stock  de depósitos detidos por residentes (Dep ) Milhões d
� � 𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥�� �
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
A  A  decomposição 
decomposição  do  do  desvio‐padrão 
desvio‐padrão  resulta 
resulta  da 
da  avaliação 
avaliação  da da  dispersão 
dispersão  dos 
dos  valores 
valores 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
𝑥𝑥̄ � � 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
de  de cada cada  variável 
variável  𝑥𝑥   
𝑥𝑥   numa 
numa 
�� �� vertente 
vertente 
A  considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
decomposição  do  desvio‐padrão  resulta  da  avaliação  da  dispersão 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores). | Notas: A amostra abrange o período 2016 T1‐2019 T4 e inclui 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ dos  valores 
̄)𝑥𝑥̄ ̄)dos  de  cada  variável 
 e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
 e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥 𝑥𝑥��   numa  �vertente 
Fontes: Banco de Portugal e INE (cálculos dos autores).
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
A  decomposição  do  desvio‐padrão  resulta  da  avaliação  da  ���� 𝑥𝑥̄
dispersão  valores  de  cada  variável  ��  �� �vertente 
Os resultados da regressão são os seguintes: 
  A A  decomposição 
decomposição 
A  decomposição 
do do desvio‐padrão 
desvio‐padrão 
do 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
resulta 
resulta 
desvio‐padrão 
)intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
, onde 𝑥𝑥̄   corresponde à média global nacional (não ponderada). 
da 
da avaliação 
resulta avaliação 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
da 
da 
da dispersão 
avaliação 
avaliação  dispersão 
considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
A  decomposição  do  desvio‐padrão  resulta  da  da 
da 
dos 
dispersão dos 
dispersão 
informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A. Açores. Dada a frequência anual das séries 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 e 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃, 
valores 
valores 
dos 
dos  valores 
valores 
de 
de cada  cada 
de 
de 
𝑥𝑥̄̄) e uma vertente intramunicipal (𝑥𝑥
�valores 
variável 
variável 
cada 
cada 
𝑥𝑥𝑥𝑥����  numa 
variável 
variável   𝑥𝑥𝑥𝑥numa     numa 
numa 
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𝑥𝑥���� ��numa 
vertente 
vertente 
vertente 
vertente 

informação relativa a 288 municípios, excluindo a R. A.
� �𝑥𝑥̄)̄ 𝑥𝑥̄
𝑥𝑥̄ � 𝑥𝑥̄� , onde 𝑥𝑥̄  
̄ corresponde à média global nacional (não ponderada). 
̄ intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
A  decomposição  ̄ do  desvio‐padrão 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄ resulta  da  avaliação  da  dispersão  dos  � � � 𝑥𝑥̄ )
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Os resultados da regressão são os seguintes:  A 
𝑥𝑥̄ decomposição 
A  � decomposição  do  desvio‐padrão 
do  desvio‐padrão resulta 
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄  
̄ da 
resulta  avaliação 
da  avaliação 
corresponde à média global nacional (não ponderada).  da  dispersão 
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    considerou‐se um peso das aquisições de não residentes e uma população constantes ao longo do ano em cada município. 
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̄
intermunicipal, considerando a dispersão da média temporal por município (𝑥𝑥̄
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𝐴𝐴𝐴𝐴 0,17  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
  A  decomposição 
𝑥𝑥̄ ��� 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄
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corresponde à média global nacional (não ponderada). 
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dispersão  dos  �
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A    numa 
decomposição 
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desvio‐padrão  resulta  da  avaliaçã
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0,05  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴Os resultados da regressão são os seguintes: 
�,� �    0,17  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,� �  3,1  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,� �  0,12  � 𝑥𝑥̄ )
̄
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  𝑥𝑥̄Os resultados da regressão são os seguintes: 
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Os resultados da regressão são os seguintes: 
𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄̄ corresponde à média global nacional (não ponderada).    𝑥𝑥̄ � � 𝑥𝑥̄)̄ , onde 𝑥𝑥̄ �7,17�   �4,02�   
̄ corresponde à média global nacional (
ln ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � Os resultados da regressão são os seguintes: 
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�  0,05  0,05  ln ln 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 � �  0,17  0,17  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � �  3,1  3,1  ln ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 � �  0,12  0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 �� ��� �𝜀𝜀�,�𝜀𝜀, �,� , 
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… , 𝑁𝑁�,�𝑒𝑒� 𝑡𝑡 𝛼𝛼 �…
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3,1 3,1  lnln𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ln �,�
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
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ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 �,��,����,� 𝛼𝛼��
���𝛼𝛼��𝑇𝑇 
�����,�𝜀𝜀𝜀𝜀� , , 𝜀𝜀 , 
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ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
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0,05  ln
  regressão
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𝐴𝐴𝐴𝐴são
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�4,02�  �,�� 
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0,17 
0,17 
  seguintes:
0,17 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�13,6� 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
�13,6�  �,�� 
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�     3,1 
3,1 
3,1  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,� � 
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𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃�,��,��,�� 
ln �5,63� 
�5,63�   
�  0,12 
  0,12 
Os resultados da regressão são os seguintes: 
0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷�,��,��,�
��𝛼𝛼𝛼𝛼�����������,�
� 𝛼𝛼� �� �� � �� � 𝜀𝜀𝜀𝜀�,�
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𝜀𝜀 �,�, �,�
𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇  ln ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,� � 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,�
�,� �  0,05  0,05  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴 𝐴𝐴𝐴𝐴� 
ln �,� �,�
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𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,�
�,� �  3,1 3,1  ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,� � 
ln 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �,� �  0,12  0,12  ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
�,� � �,� 𝛼𝛼
�� � 𝛼𝛼� ��� ��� 𝜀𝜀��,� 𝜀𝜀, �,� �,�

  �7,17�   �4,02�    �13,6�    �5,63�    𝑅𝑅� � 0,98 𝐹𝐹
     �7,17�
�7,17� �7,17�     �4,02�  �4,02� 
�4,02�       �13,6� 
�13,6� 
�13,6�       �5,63� 
�5,63� 
�5,63�      
ln   
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �  0,05  �7,17�
�7,17�
ln 𝐴𝐴𝐴𝐴     �  0,17  �4,02� 
�4,02�     
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 �  3,1  �13,6� 
�13,6� 
ln  
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   �  0,12  �5,63� 
�5,63� 
ln𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
ln  
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  � 𝛼𝛼
�  � � �
0,05 𝜀𝜀 ,  ln 𝐴𝐴𝐴𝐴 �  0,17  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃 �𝑃𝑃 �
1, 1,
…… , 𝑁𝑁, 𝑁𝑁𝑒𝑒 𝑡𝑡 𝑒𝑒 � 𝑡𝑡 �1, 1,… �,…
�,� 𝑇𝑇 , 𝑇𝑇  �7,17�   �,� �4,02�    �,� �13,6�    �,� �5,63�    �,� �,� � � �,� �,�
    𝑅𝑅 � 0,98�7,17� �7,17�   𝐹𝐹�4,
  4274� � �4,02� 
63,64
�4,02�     
�0,00�  �13,6�    
�13,6�  �5,63�    
�5,63� 
𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇   
𝑃𝑃 𝑃𝑃��1, 𝑃𝑃1,�……1,, 𝑁𝑁 …𝑒𝑒,𝑒𝑒𝑁𝑁
, 𝑁𝑁 𝑡𝑡𝑡𝑡�𝑒𝑒�1,𝑡𝑡1,�
……1, … , 𝑇𝑇 
, 𝑇𝑇 
, 𝑇𝑇 
  𝑃𝑃𝑃𝑃��1,1,……, ,𝑁𝑁𝑁𝑁 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑡𝑡�7,17� 𝑡𝑡��1,1,……, ,𝑇𝑇  𝑇𝑇  𝑅𝑅 �𝑅𝑅� �
� �4,02� 
0,98   𝐹𝐹�4, 4274� �13,6�    �5,63�      �7,17�   �4,02�   
𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇  0,98 𝐹𝐹�4, 4274� �� 63,64
63,64 �0,00� 
�0,00� 
  𝑃𝑃 �𝑃𝑃 1, �…1,, … 𝑁𝑁 , 𝑒𝑒𝑁𝑁𝑡𝑡 𝑒𝑒�𝑡𝑡 1, �…1,, … 𝑇𝑇 , 𝑇𝑇 
𝑅𝑅 � ��� 0,98 𝐹𝐹�4, 4274� � 63,64 �0,00� 
𝑅𝑅𝑅𝑅 �� �
𝑅𝑅0,98 � 0,98
0,98
𝑅𝑅𝑅𝑅�� ��0,98
0,98
𝐹𝐹�4,𝐹𝐹�4,
𝐹𝐹�4, 4274�
4274�
𝐹𝐹�4,
4274�
𝐹𝐹�4,4274�
� 63,64
��63,64
63,64
4274���63,64
�0,00� 
�0,00� 
�0,00� 
63,64�0,00� 
�0,00� 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por 
    𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇  𝑅𝑅 � � 0,98 𝐹𝐹�4, 4274� � 63,64 �0,00�  𝑃𝑃 � 1, … , 𝑁𝑁 𝑒𝑒 𝑡𝑡 � 1, … , 𝑇𝑇 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
 
𝑅𝑅 � 𝑅𝑅�� 0,98
� 0,98 𝐹𝐹�4, 4274�
𝐹𝐹�4, 4274� � 63,64
� 63,64 �0,00� 
�0,00� 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aqu
    
   𝑅𝑅� � 0,98 𝐹𝐹�4, 4274� � 63,64 �0,00�  𝑅𝑅 � � 0,98
    corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
  corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
 
de  transações  de  imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à  população  re
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
  corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
  corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃   corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
  corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
de  transações  de alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 à   população  residente  e  𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao  stock 
corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
corresponde ao preço da habitação porde  depósitos  detidos 
município, ao número por  de  
residentes.
estabelecimentos   𝛼𝛼�   denota  o  efeito  fixo  do  municí
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
   
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
de 
de 
residentes.  𝛼𝛼�   denota  transações 
transações  alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
de de  imóveis, 
imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à 
à 𝑖𝑖,  população 
população  µresidente 
residente 
  corresponde ao preço da habitação por município, 𝐴𝐴𝐴𝐴 ao número de estabelecimentos em 
o alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
efeito  fixo  do  município  enquanto  e e  𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  a ao 
ao  stock 
stock  de  de  depósitos 
depósitos  detidos 
detidos  por 
por 
  corresponde ao preço da habitação po
em ao peso �   corresponde 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
alojamento local, das aquisições um 
de efeito 
imóveis fixo 
por não residentes
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
temporal. 𝜀𝜀 no valor
de  alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
transações  de  imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à à à 
população  residente  e e e 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao  stock  de  depósitos  �,�  corresponde ao resíduo da regre
detidos  por 
de 
Os 
de 
total de 
de 
de 
de transações 
transações 
resultados 
transações 
transações 
transações 
transações de 
mostram 
de  de 
de 
de 
de imóveis, 
imóveis, 
imóveis,  uma 
imóveis, 
imóveis, 
imóveis,
relação 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à 
à 
à 
à população 
população 
positiva 
população 
população 
população 
população residente 
e residente 
estatisticamente 
residente 
residente 
residente 
residente e 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 


e ao 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao 
stock 
ao 
aoao  stock 
significativa 
ao 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  stock  de 
stock de 
stock 
stock dede 
do 
de 
de  depósitos 
depósitos 
número 
depósitos 
depósitos 
depósitos 
depósitos
de detidos 
detidos 
detidos 
detidos 
detidos 
detidos por 
por  por 
por 
por 
residentes.
residentes.   𝛼𝛼  �𝛼𝛼   denota o o efeito 
  �denota  efeito  fixo do 
fixo  do município 
município 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aquisições de imóveis por não residentes no valor total 
temporal. 𝜀𝜀�,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
de  transações  de  imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à  população  enquanto 
𝑖𝑖, 𝑖𝑖, enquanto 
residente  µ�µe   𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 
corresponde 
  �corresponde ao  stock  a a um 
de um  efeito fixo 
efeito  fixo 
alojamento local, 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 ao peso das aq
depósitos  detidos  por 
de  transações 
de 
residentes.transações  de  de  imóveis, 
imóveis,  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  população 
à  população  residente 
residente 
  𝛼𝛼�   denota  o  efeito  fixo  do  município  𝑖𝑖,  enquanto  µ�   corresponde  a  um  efeito  fixo 
estabelecimentos em alojamento local e do peso das aquisições por não residentes com os preços  e  e 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao stock 
stock  de  depósitos 
de  depósitos 
restantes  detidos 
detidos 
determinantes  por 
por  contribuem  para  exp
Os  resultados  por residentes.
residentes.
residentes.
mostram 
residentes.
residentes.    𝛼𝛼𝛼𝛼� �    𝛼𝛼
uma  �   denota
denota 
denota denota 
relação 
𝛼𝛼
𝛼𝛼  denota 
denota  o  o 
o efeito 
positiva 

o  efeito 
oefeito 
efeito fixo 
fixo 

efeito 
efeito  fixo 
fixo dodo 
do 
do 
estatisticamente 
fixo 
fixo  do 
do  município 
município 
município 
município
município 
município  𝑖𝑖,  𝑖𝑖, 
significativa 
𝑖𝑖, 
𝑖𝑖, enquanto 
𝑖𝑖, , enquanto 
enquanto 
enquanto
enquanto 
enquanto  do µµ�número 
µµ�    corresponde 
� corresponde
corresponde 
 µcorresponde 
de 
corresponde 
corresponde  aa a um a 
um 
um 
a a um 
efeito 
efeito
um 
um  efeito 
efeito  fixo 
fixo
efeito 
efeito  fixo 
fixo 
fixo 
fixo 
temporal. 𝜀𝜀
temporal. 𝜀𝜀
de 
restantes  determinantes residentes. transações 
residentes.
contribuem   corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
   
de  imóveis, 
�   denota  o efeito 
efeito à fixo 
população 
fixo  do  residente 
município  e enquanto 
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷  ao  stock  de  depósitos 
�   corresponde  detidos 
de a transações 
a um um  por 
de 
efeito  imóveis, 
fixo  𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  à  população
 para 
  𝛼𝛼 explicar  os 
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃  desvios  face  à  média  temporal 
𝑖𝑖,  µde  µcada 
�,��,� � � � �
residentes.
temporal. 𝜀𝜀
temporal. denota 
�   denota  o  o  efeito  fixo  do do município 
município 
  𝛼𝛼  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
𝛼𝛼
�,� �corresponde ao resíduo da regressão.
da habitação. O contributo de cada variável para a variação média nacional dos preços da habitação  enquanto 
𝑖𝑖, A𝑖𝑖,  enquanto 
inclusão �µ
destes   corresponde 
�   corresponde 
efeitosmunicípio. 𝑙𝑙𝑙𝑙
fixos um 

implica efeito 
efeito 
�.que fixo 
osfixo 
� designa o logaritmo natural da
temporal. 𝜀𝜀
temporal. 𝜀𝜀
temporal. 𝜀𝜀 �,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
�,� corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
estabelecimentos em alojamento local e do peso das aquisições por não residentes com os preços 
temporal. 𝜀𝜀
temporal. 𝜀𝜀 �,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
restantes 
restantes  determinantes 
determinantes 
residentes.
temporal. 𝜀𝜀   𝛼𝛼�   �,� denota  contribuem 
contribuem  efeito para 
o contribuem
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙�. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
restantes determinantes �,�
�,� para 
fixo  do explicar 
explicar 
para município 
explicar os os desvios 
desvios 
os enquanto 
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
𝑖𝑖, desvios face 
face  face à µà média 
à�  média 
corresponde 
média temporal 
temporal 
temporal a de 
um 
residentes.
dede cada 
cada 
efeito 
cada   𝛼𝛼muni- fixo  o  efeito  fixo  do  mun
�   denota 
temporal. 𝜀𝜀
temporal. 𝜀𝜀 �,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
�,�  corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
é dado aproximadamente pelo produto do respetivo coeficiente estimado pela sua variação média 
restantes  determinantes  contribuem 
da habitação. O contributo de cada variável para a variação média nacional dos preços da habitação  para  explicar  os  desvios  face  à à à 
média  ter em conta a importância relativa dos municí
temporal  de  cada 
restantes 
restantes 
restantes 
restantes  determinantes 
determinantes 
determinantes 
determinantes  contribuem 
contribuem 
contribuem 
contribuem  para 
para para 
explicar 
para  explicar 
explicar 
explicar  os os  os  desvios 
desvios 
desvios 
os  desvios  face  face 
face face  à  média 
média 
média  temporal 
temporal 
temporal  de 
de  de 
cada 
cada cada 
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
cípio. restantes 
temporal. 𝜀𝜀 determinantes 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
restantes 
restantes  determinantes 
determinantes 
�,�
contribuem 
contribuem 
contribuem 
para explicar 
�. �.� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
designa o logaritmo natural da respetiva para 
anual. Assim, cerca de 1 ponto percentual (pp) da variação média nacional anual de 7,6% dos preços 
restantes  determinantes  contribuem  para 
para  explicar 
explicar 
explicar 
variável
 corresponde ao resíduo da regressão. A inclusão destes efeitos fixos implica que os 
os os  os os 
desvios 
desvios 
edesvios 
desvios 
indexaface 
face face 
face 
à  à  à à 
o tempo.
média 
média 
à média 
média 
média 
De forma temporal 
temporal 
temporal. 𝜀𝜀
temporal 
temporal 
temporal 
a �,�
ter
de de 
de 
de 
em cada 
cada 
 corresponde ao resíduo da reg
de 
cada  cada 
observações foram ponderadas pelo número de
cada 
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙 �. �. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
é dado aproximadamente pelo produto do respetivo coeficiente estimado pela sua variação média 
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙 �. �. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
conta a importância
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙 relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as observa-
�.�.� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
restantes  determinantes 
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙 contribuem  para  explicar  os  desvios  face  à  média 
�.�.� designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
da habitação é explicada pela evolução do alojamento local; aproximadamente ⅛ dessa variação. O 
�. � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a  temporal 
restantes 
se Reportam-se
entre  parêntesis  de  cada  os  rácios‐t 
determinantes  contribuem  para pae
robustos 
anual. Assim, cerca de 1 ponto percentual (pp) da variação média nacional anual de 7,6% dos preços 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ções foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. entre
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
se  entre  parêntesis  observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
município. 𝑙𝑙𝑙𝑙 �.peso  � designa o logaritmo natural da respetiva variável e 𝑡𝑡 indexa o tempo. De forma a 
os ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
rácios‐t  robustos  para  os  coeficientes  estimados, 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
contributo  do rácios-t das  compras  de  osnão  residentes  para  a o evolução 
coeficiente  município. 𝑙𝑙𝑙𝑙
de  dedeterminação 
dos  preços  da  habitação  é  (𝑅𝑅 �. �� designa o logaritmo natural 
da habitação é explicada pela evolução do alojamento local; aproximadamente ⅛ dessa variação. O 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
parêntesis os robustos para coeficientes
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐ estimados, o coeficiente determinação ) ee  a  estatística  𝐹𝐹  de  ader
� se entre 
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
determinação  (𝑅𝑅 se 
)  e 
contributo  do  entre 
a a parêntesis 
parêntesis 
marginalmente  os  os 
positivo. rácios‐t 
rácios‐t  O  robustos 
robustos 
coeficiente  para 
para 
estimado 
ter em conta a importância relativa dos municípios para a determinação dos preços nacionais, as 
estatística  de  aderência  global  do  os 
modelo, 
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
estatística
peso  𝐹𝐹  de aderência global do modelo,
das  compras  de  não  residentes  para  a  evolução  dos  preços  da  habitação  é  os 
com coeficientes 
coeficientes 
para 
com 
o a 
respetivoo variável  estimados, 
estimados, 
respetivo 
valordemográfica 
valor  o  o 
probabilístico. coeficiente 
coeficiente 
revela  que  de 
os de 
ter em conta a importância relativa dos mun
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
se  observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐ probabilístico.
se entre  parêntesis  os  os rácios‐t  robustos  para  os  os coeficientes  estimados,  o o o coeficiente  de 
 
se  se 
entre 
entre 
se 
se 
municípios  entre 
entre 
entre com 
� parêntesis 
�parêntesis 
parêntesis 
parêntesis 
parêntesis 
maior  os  os 
os 
os 
crescimento  rácios‐t 
rácios‐t 
rácios‐t 
rácios‐t 
rácios‐t 
da  robustos 
robustos 
robustos 
robustos 
robustos 
população  para 
para  para 
para os 
para 
residente  os 
os 
os  coeficientes 
coeficientes 
coeficientes 
coeficientes 
coeficientes 
tendem  a  ter  estimados, 
estimados, 
estimados, 
estimados, 
estimados, 
maiores  aumentos  o 

o  coeficiente 
coeficiente 
coeficiente 
coeficiente 
coeficiente 
de  de de 
de  de 
de 
probabilístico. determinação 
determinação 
marginalmente 
  Os positivo. 
resultados (𝑅𝑅(𝑅𝑅 ) 
O  ) 
e  e  a  a 
coeficiente 
mostram estatística 
estatística  os 
uma 𝐹𝐹  de 
𝐹𝐹  de 
rácios‐t 
estimado 
relação aderência 
aderência 
observações foram ponderadas pelo número de transações realizadas em cada período. Reportam‐
se  entre  parêntesis  para robustos 

positiva variável 
e global 
global 
para  do 
os 
demográfica 
estatisticamente do  modelo, 
modelo, 
coeficientes 
revela  com 
com  o  o  respetivo 
respetivo 
estimados, 
que 
significativa os 
do número o  valor 
valor 
observações foram ponderadas pelo número 
coeficiente 
de esta- de 
se se entre 
determinação entre  parêntesis 
parêntesis 
(𝑅𝑅 �

� � e  �os 
a  os rácios‐t 
rácios‐t 
estatística  robustos 
robustos 
𝐹𝐹  de  para 
aderência para  os os  coeficientes 
global  coeficientes 
do  estimados, 
modelo,  estimados, 
com  o  respetivo 
o  o coeficiente 
coeficiente  de de 
valor 
determinação 
determinação 
determinação  (𝑅𝑅
(𝑅𝑅 (𝑅𝑅

)  e ) 
e  a e 
a  a  estatística 
estatística 
estatística  𝐹𝐹 
𝐹𝐹  de 
de 
𝐹𝐹  de  aderência 
aderência 
aderência 
preços e vice‐versa. Dada a redução da população nacional neste período, o impacto potencial daí 
determinação  (𝑅𝑅 ��) ) e 
e  global  global 
global  do 
do  do  modelo, 
modelo, 
modelo,  com 
com com o 
o  o  respetivo 
respetivo 
respetivo  valor valor 
valor 
municípios probabilístico.
probabilístico.
se 
com  determinação 
belecimentos
entre 
maior 
determinação 
em �alojamento
parêntesis 
    crescimento 
determinação  (𝑅𝑅(𝑅𝑅 os 
�da 
) ) e 
) �e  a a 
população estatística 
e rácios‐t 
a estatística 
estatística 
local erobustos 
do peso
residente  𝐹𝐹 
𝐹𝐹  de 
𝐹𝐹 de de 
das
para 
tendem  aderência 
aderência 
aquisições
os 
aderência a  ter  global 
global 
por não
coeficientes 
maiores 
global  do 
do  modelo, 
modelo, 
residentes
estimados, 
aumentos 
do  modelo,  com 
com 
com
se 
de  com  o o 
o  entre  respetivo 
o respetivo 
os respetivo 
preços
coeficiente  parêntesis  da
de  valor 
valor 
valor  os  rácios‐t  robustos 
determinação 
probabilístico.   (𝑅𝑅(𝑅𝑅 a  a  estatística 
estatística  de 
𝐹𝐹 𝐹𝐹  de  aderência 
aderência  global 
global  do do  modelo, 
modelo,  com com  o  o 
respetivo 
respetivo  valor 
valor 
probabilístico.
probabilístico.
probabilístico.
habitação.
resultante 
probabilístico.O
probabilístico.na  contributo
procura 
    �  foi  dede  cada
‐1,5  variável
pp 
preços e vice‐versa. Dada a redução da população nacional neste período, o impacto potencial daí  para  para
a  a
variação  variação
média  média
anual  nacional
dos  preços  dos da preços
habitação.  da habitação
Os 
determinação 
probabilístico. (𝑅𝑅   )   e  a  estatística  𝐹𝐹  de  aderência  global  do  modelo,  com determinação  o  respetivo  valor  (𝑅𝑅� )  e  a  estatística  𝐹𝐹  de  ad

Impacto do investimento de não residentes e do alojamento turístico nos preços da habitação ao nível local
probabilístico.
probabilístico.    
édepósitos são usados como proxy para a riqueza financeira, tendo contribuído em média 0,1 pp para 
dado aproximadamente pelo produto do respetivo coeficiente estimado pela sua variação média
resultante  na probabilístico.
procura  foi  de   ‐1,5  pp  para  a  variação  média  anual  dos  preços  da  habitação.  Os  probabilístico. 
anual. Assim, cerca de 1 pp da variação média nacional anual de 7,6% dos preços da habitação
o  crescimento  anual dos preços  da habitação. A restante  variação  média  dos  preços nacionais é 
depósitos são usados como proxy para a riqueza financeira, tendo contribuído em média 0,1 pp para 
é explicada pela evolução do alojamento local; aproximadamente ⅛ dessa variação. O contributo
o  crescimento explicada  por  determinantes  não  incluídos explicitamente no modelo,  relacionados por exemplo 
doanual 
pesodos preços 
das comprasda habitação. A  restante  variação 
de não residentes média  dos dos
para a evolução preços nacionais é 
preços da habitação é marginal-
com  condições 
explicada por mente
determinantes  Ode  crédito.  Estes  determinantes, 
positivo.não incluídos explicitamente no modelo, 
coeficiente estimado quando 
para a variável comuns  a  revela
todos  os 
quemunicípios 
relacionados por exemplo 
demográfica ou  com
os municípios
constantes ao longo do tempo em cada município, são capturados pelos efeitos fixos por período 
maior
com  condições  crescimento
de  crédito.  Estes da população residente
determinantes,  tendema  atodos 
quando  comuns  ter maiores aumentos
os  municípios  ou  de preços e vice-
-versa. Dada a redução da população nacional
de tempo e por unidade de observação da regressão.  neste período, o impacto
constantes ao longo do tempo em cada município, são capturados pelos efeitos fixos por período  potencial daí resultante
na procura foi de -1,5 pp para a variação média anual dos preços da habitação. Os depósitos são
de tempo e por unidade de observação da regressão. 
Os  resultados  devem  ser ainterpretados  com  cautela, 
usados como proxy para riqueza financeira, tendo em  particular, em
contribuído devido 
média ao 0,1
curto 
pp período 
para o cresci-
Os  resultados amostral de dados trimestrais com granularidade municipal. Ainda assim, foram realizados vários 
mento
devem anual dos preços da
ser  interpretados  habitação.
com  cautela,  Aem 
restante variação
particular,  média
devido  dos período 
ao  curto  preços nacionais é explica-

amostral de dados trimestrais com granularidade municipal. Ainda assim, foram realizados vários  por exemplo


da por determinantes não incluídos explicitamente no modelo, relacionados
testes de robustez com especificações alternativas, que corroboraram as conclusões apresentadas.    com
2

condições de crédito. Estes determinantes, quando comuns a todos os municípios ou constantes


testes de robustez com especificações alternativas, que corroboraram as conclusões apresentadas.2  
ao longo do tempo em cada município, são capturados pelos efeitos fixos por período de tempo
e por unidade de observação da regressão.

Os resultados devem ser interpretados com cautela, em particular, devido ao curto período amos-
tral de dados trimestrais com granularidade municipal. Ainda assim, foram realizados vários testes
de robustez com especificações alternativas, que corroboraram as conclusões apresentadas.4

                                                            
 Estes incluem considerar como regressor alternativo a variável 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 desfasada um período, dada a 
2
                                                           
 
possibilidade  de  existência  de  endogeneidade  entre  o  preço  e  o  valor  das  transações  de  imóveis.  O 
2
 Estes incluem considerar como regressor alternativo a variável 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 desfasada um período, dada a 
4. rendimento 
Estes incluem considerar
mediano como regressor alternativo
declarado  a variávelpassivos  foi  também 
pelos  sujeitos  desfasada um período,no 
incluído  dada a possibilidade
modelo  como  devariável 
existência de
de endogenei-
possibilidade  de controlo, 
existência 
dade entremas  de o endogeneidade 
o preço ecoeficiente  entre 
estimado 
o valor das transações o  preço 
revelou‐se 
de imóveis. e não 
o  valor 
O rendimento das  transações 
significativo, 
mediano o pelos
declarado de  imóveis. 
que sujeitos
pode  O  à incluído
ser  atribuído 
passivos foi também sua  pouca 
no modelo como
rendimento  mediano  declarado 
variabilidade 
variável ao pelos 
de controlo, longo 
mas sujeitos 
o coeficiente passivos 
do  período 
estimado foi  também 
amostral 
revelou-se não incluído 
em significativo,
cada  no  pode
modelo 
município. 
o que Foram 
ser como  àvariável 
também 
atribuído de 
considerados 
sua pouca variabilidade ao como 
longo do período
controlo,  mas  o regressores 
coeficiente  estimado 

amostral em cada parque  revelou‐se 
município.habitacional 
Foram também não  significativo, 
e  o  número 
considerados comode  o desempregados 
que  pode 
regressores ser 
o parque atribuído  e oà número
por  município, 
habitacional sua  pouca 
mas  o  seu  conteúdo 
de desempregados por município, mas
variabilidade  ao informativo para a regressão é semelhante ao da variável 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃.  
longo  do  período 
o seu conteúdo informativoamostral  em  écada 
para a regressão município. 
semelhante Foram  .também  considerados  como 
ao da variável
regressores  o  parque  habitacional  e  o  número  de  desempregados  por  município,  mas  o  seu  conteúdo 
informativo para a regressão é semelhante ao da variável 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃.   31
Caixa 5 • A situação dos jovens no mercado de trabalho durante a pandemia
A situação no mercado de trabalho dos jovens durante a crise caracterizou-se por uma recupe-
ração mais lenta do emprego e pelo prolongamento da escolaridade e formação. Com o eclodir
da crise pandémica, a taxa de emprego dos jovens com idades entre os 16 e os 24 anos caiu de
forma mais acentuada e permanece inferior à do período pré-pandémico (Gráfico C5.1). A taxa
de desemprego jovem diminuiu nos primeiros três trimestres de 2021, mas mantem-se acima da
observada no final de 2019.

Gráfico C5.1 • Indicadores da evolução do mercado de trabalho por grupo etário

Painel A – Taxa de emprego | Em percentagem Painel B – Taxa de desemprego | Em percentagem


da população do escalão etário da população ativa do escalão etário

60 50

25-89 anos
40
50

30 16-24 anos
40
16-24 anos 20

30
10 25-74 anos

20 0
2011 2013 2015 2017 2019 2021 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Painel C – Fluxos migratórios da população jovem Painel D – Número total de inativos jovens e número
em idade ativa | Em milhares de indivíduos de inativos jovens a estudar | Em milhares de indivíduos
20 700

15 Emigrantes
650 Inativos jovens
10
5
Imigrantes 600
0
-5 550
-10 Inativos jovens a estudar
Saldo migratório
-15 500
2011 2013 2015 2017 2019 2021

Fonte: INE (Inquérito ao Emprego e Estatísticas Demográficas). | Nota: Os escalões etários utilizados para o emprego e desemprego são os relevantes
no Inquérito ao Emprego. Os fluxos migratórios referem-se à imigração/emigração permanentes, isto é, número de indivíduos que, no período de
referência, entraram/saíram no/do país com a intenção de mudança de residência por um período contínuo igual ou superior a um ano.
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

A população residente jovem em idade ativa aumentou ligeiramente por via do saldo migratório. Em
2020, os fluxos migratórios dos jovens entre os 16 e os 24 anos diminuíram, refletindo a redução da
mobilidade durante a pandemia, quer na emigração permanente, quer na imigração permanente,
mas mantiveram um saldo positivo idêntico ao do ano anterior (Gráfico C5.1). De notar que, nos
anos mais recentes, os fluxos migratórios contribuíram para interromper a tendência de diminuição
acentuada da população jovem que se verificava desde o início da década de 2000. Assim a popula-
ção residente entre os 16 e os 24 anos tem permanecido relativamente estável desde 2016.
Com a pandemia, ocorreu um aumento significativo de jovens a estudar ou em formação. Este
aumento reforça os progressos na percentagem dos jovens com ensino secundário ou superior
em Portugal face à generalidade dos países europeus (Gráfico C5.2). Esta percentagem é já muito
próxima da média da área do euro para os jovens entre os 25 e os 29 anos, sendo mesmo superior
para os menores de 25 anos. Os dados do Inquérito ao Emprego (IE) revelam que o acréscimo da

32
população inativa jovem, mais 58,1 mil, refletiu o aumento da população jovem a estudar ou em for-
mação (mais 62,8 mil), a qual atingiu um valor médio máximo nos primeiros três trimestres de 2021,
representando 95% dos inativos jovens entre os 16 e os 24 anos (Gráfico C5.1). A menor emprega-
bilidade dos indivíduos menos escolarizados pode ter incentivado os jovens a prolongarem os seus
estudos ou a aumentarem a sua formação. Este comportamento, ainda que sendo o resultado da
crise, deverá ter continuidade no futuro e contribuir para a redução do défice de qualificações da
população ativa portuguesa.

Gráfico C5.2 • Percentagem dos jovens entre Gráfico C5.3 • Taxa de abandono escolar
os 25 e 29 anos com ensino secundário ou | Em percentagem
superior

100 30
90 25
Portugal
80 20
70
15
60
10 Área do euro
50
5

0
Área do euro Irlanda Espanha
França Itália Portugal

Fonte: Eurostat. | Nota: Abrange os níveis de escolaridade 3 a 8 da Fonte: Eurostat (LFS). | Nota: Percentagem dos jovens entre os 18
classificação ISCED (2011). e os 24 anos com o 3.º ciclo do ensino básico ou nível inferior que não
progrediram os estudos ou formação.

A taxa de conclusão do ensino secundário, o número de inscritos no ensino superior e o núme-


ro de jovens em formação profissional atingiram valores máximos. De acordo a Direção Geral
das Estatísticas da Educação e Ciência, no ano letivo 2019/2020, a taxa de conclusão do ensino
secundário atingiu um máximo de 85% (66% em 2010/2011), enquanto no ano letivo 2020/2021
o número de alunos inscritos no ensino superior atingiu o máximo histórico de 412 mil, um aumento
de 26,7 mil alunos face a 2018/19. Por seu turno, os dados do Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP) revelam um aumento de 4 mil jovens à procura de emprego ocupados em pro-
gramas especiais de emprego (formação profissional), nos dois últimos anos, acendendo a perto de A situação dos jovens no mercado de trabalho durante a pandemia

20 mil em setembro de 2021.

O número de jovens sem emprego que não estão a estudar nem em formação aumentou em
2020, mas reduziu-se posteriormente para o observado antes da pandemia. Em termos euro-
peus, é muito comum a participação dos jovens no mercado de trabalho fazer-se apenas de modo
sazonal e a tempo parcial. Apesar de inferior ao registado noutros países europeus, a percenta-
gem de jovens que trabalha a tempo parcial é significativamente superior à dos restantes esca-
lões etários (20,5% em média nos primeiros três trimestres de 2021, que compara com 6,6% na
população com mais de 24 anos). A maioria dos jovens afirma que trabalha a tempo parcial de
modo a conciliar com os seus estudos, sendo que a importância deste motivo aumentou 6 pp em
termos médios até ao terceiro trimestre de 2021. É reconhecido que um dos maiores problemas
do sistema de ensino e por conseguinte do aumento da produtividade em Portugal tem sido
o elevado número de jovens que abandonam precocemente a escola. O progresso feito na última
década de redução da taxa de abandono escolar é um indicador muito positivo da situação dos
jovens no mercado de trabalho português (Gráfico C5.3).

33
A maior concentração relativa dos jovens empregados em setores especialmente afetados pela
crise pandémica ampliou a sua vulnerabilidade. Em 2019, a percentagem de jovens a trabalhar no
comércio, no alojamento e restauração e nos serviços prestados às empresas era superior à dos
restantes grupos etários (Gráfico C5.4). Dos jovens que perderam o emprego durante esta crise,
23,9% eram oriundos do comércio e 21,9% do alojamento e restauração – valores superiores ao
peso do emprego jovem nestes setores. Por comparação, dos trabalhadores dos 25 aos 54 anos
que perderam o emprego durante esta crise, 11,8% eram provenientes do comércio e 13,9% do
alojamento e restauração.

Gráfico C5.4 • Distribuição setorial do emprego por escalão etário em 2019 | Em percentagem
do emprego de cada escalão etário por setor de atividade

80
71,8
69,7
70

60
49,2
50

40
32,1
30
21,9 22,3
18,2
20 13,9 15,8

10 5,7 6,4 5,9


2,6 3,7
1,6 0,7
0
Agricultura, Indústria, Construção Serviços Comércio Alojamento, Serviços às Outros
pescas energia restauração empresas serviços
16-24 anos 25-89 anos

Fonte: INE (Inquérito ao Emprego).

Os trabalhadores mais jovens têm habitualmente uma maior prevalência de contratos com termo,
que é a forma contratual mais impactada em situações de crise. Em 2019, 55,7% dos jovens que
trabalhavam por conta de outrem tinham um contrato com termo e 6,4% tinham contrato de pres-
tação de serviços. Os fluxos médios, considerando amostras constantes do IE, mostram que, entre
o primeiro trimestre de 2020 e o terceiro trimestre de 2021, dos jovens que trabalhavam por conta
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

de outrem e que deixaram de ter emprego neste período, 57,4% tinham contrato com termo
e 20,7% tinham contrato de prestação de serviços. Relativamente aos jovens que conseguiram
emprego neste período, 70,6% fizeram-no através de um contrato com termo e 14,1% através de
um contrato de prestação de serviços. No entanto, considerando a totalidade dos fluxos do mer-
cado de trabalho, i.e. os fluxos em amostra constante mais o efeito da renovação trimestral da
amostra do IE, esta dinâmica traduziu-se numa redução gradual da percentagem de jovens com
contrato com termo, que se situou em 52,7% do emprego por conta de outrem no terceiro trimestre
de 2021. Nos primeiros anos de inserção no mercado de trabalho assiste-se, em regra, a uma maior
rotação do emprego. Esta rotação está normalmente associada a uma melhoria na afetação entre
qualificações e caraterísticas dos postos de trabalho e tende a estabilizar ao longo da vida ativa.

O salário líquido mediano dos jovens tem vindo a aumentar nos últimos anos, em linha com
o aumento do salário mínimo nacional (Gráfico C5.5). Este perfil observa-se igualmente no salário
líquido dos novos empregados jovens, sendo de destacar que o salário líquido mediano de entrada

34
dos jovens com ensino superior é superior aos dos restantes escalões de escolaridade (Gráfico C5.6).
Por setor de atividade, observa-se igualmente alguma heterogeneidade, com o valor mais baixo
na construção e o mais elevado nos serviços mais qualificados.

Gráfico C5.5 • Salário líquido mediano reportado por escalões etários | Em euros

1000

900

800
35-54 anos

700
mais de 54 anos 25-34 anos
16-24 anos
600

500 Salário mínimo


nacional

400
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

16-24 anos 25-34 anos 35-54 anos mais de 54 anos Salário mínimo nacional

Fontes: INE (Inquérito ao Emprego), MTSSS e cálculos do Banco de Portugal. | Nota: Os valores apresentados dizem respeito a trabalhadores
que trabalham a tempo completo. O salário mínimo nacional encontra-se em termos ilíquidos enquanto os salários reportados no Inquérito
ao Emprego são apresentados em termos líquidos de impostos e contribuições sociais.

Gráfico C5.6 • Salário líquido mediano dos novos empregados jovens por escolaridade e setor
de atividade | Valor médio nos primeiros três trimestres de 2021 em euros

1200
983

1000
722

700

700
679

678

800
672

670

667
660
653

651

600

A situação dos jovens no mercado de trabalho durante a pandemia


400

200

Fonte: INE (Inquérito ao Emprego) e cálculos do Banco de Portugal. | Nota: Os valores apresentados dizem respeito a trabalhadores que trabalham
a tempo completo. Os salários reportados no Inquérito ao Emprego são apresentados em termos líquidos de impostos e contribuições sociais.

O aumento do desemprego na pandemia foi superior entre os jovens e ainda não reverteu. De
acordo com o IE, entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2021, o desemprego
jovem aumentou 9,5%. O desemprego jovem registado nos centros de emprego do IEFP aumen-
tou sobretudo para os indivíduos com ensino secundário e à procura de novo emprego, oriundos

35
do setor dos serviços (Gráfico C5.7). A não renovação dos contratos com termo foi o principal
motivo do aumento do desemprego jovem – representando cerca de 60% do acréscimo – seguida
da dificuldade de obtenção do primeiro emprego após os estudos, que explica cerca de 20%. Por
antiguidade, quase metade do aumento foi entre os inscritos há menos de um ano, mas cerca de
75% para os inscritos há menos de 18 meses. Em termos geográficos, o Algarve foi a região do
continente mais afetada pelo desemprego jovem, com um crescimento de 79%, seguido pela Área
Metropolitana de Lisboa, onde aumentou 64%, regiões onde os serviços mais afetados nesta cri-
se têm uma forte implementação. Estes fluxos traduziram-se numa alteração da composição do
desemprego jovem que, antes da crise pandémica, era maioritariamente constituído por jovens
que procuravam o primeiro emprego, sobretudo após os estudos. Estas situações diminuíram
e têm agora um peso idêntico às de procura de novo emprego por via do aumento da não reno-
vação de contratos com termo e, em menor grau, do despedimento.

Gráfico C5.7 • Desemprego jovem registado | Variação entre setembro de 2019 e setembro de 2021
(Número de indivíduos entre os 16 e os 24 anos)

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
Fim de estudos ou de
Básico

1.º emprego

Menos de 1 ano

Mais de 1 ano
Secundário

Fim de trabalho não


Novo emprego

Outros
Despedimento
Superior

permanente
formação

Ensino Situação Motivo Duração

Fonte: IEFP. | Notas: Dados para o continente, onde o desemprego jovem representa 92% do total registado em Portugal em setembro de 2021
e 95% do acréscimo face a setembro de 2019. O nível de ensino corresponde ao nível máximo completo obtido (3.º ciclo do ensino básico ou inferior,
secundário ou superior). Apesar da diferença de conceitos, neste período, a variação total do número de jovens desempregados registados no IEFP
para Portugal (6,9 mil) é muito próxima da do IE (6,6 mil).
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

A crise pandémica trouxe alterações significativas no mercado de trabalho dos jovens. Alguns
fatores intrínsecos a este escalão etário, como a menor experiência profissional e uma menor inci-
dência de vínculos permanentes, tornam os jovens mais vulneráveis a períodos de crise. Na crise
pandémica, os jovens foram ainda afetados por terem um peso superior no emprego dos setores
mais expostos à crise. A mais importante alteração observada até ao momento, no entanto, foi
o aumento significativo dos estudantes no ensino superior ou em formação. Este facto deverá
contribuir para a recuperação do diferencial de qualificações com a área do euro e a oferta de tra-
balho jovem deverá apresentar-se mais qualificada. Note-se que a experiência passada demons-
tra que a aumentos da oferta de trabalho seguem-se processos virtuosos de aumento da procura
de trabalho. Durante a pandemia já se acentuou a tendência de um peso crescente dos indivíduos
com ensino superior no emprego, numa tradução destes movimentos de reforço do mercado de
trabalho jovem.

36
II Tema em destaque
Dinâmica da produtividade por trabalhador nas
empresas portuguesas no período 2014-2019
Dinâmica da produtividade
por trabalhador nas empresas
portuguesas no período 2014-2019

Introdução
A produtividade por trabalhador nas empresas é um dos elementos mais importantes na caracte-
rização da situação económica. Este Tema em destaque procura analisar a evolução da produtivi-
dade por trabalhador nas empresas portuguesas entre 2014 e 2019, que corresponde ao período
compreendido entre a finalização do programa de assistência económica e financeira a Portugal
e o surgimento da crise pandémica. Este período de recuperação da atividade económica foi carac-
terizado por um aumento da produtividade e pela manutenção dos equilíbrios macroeconómicos
nas contas públicas e nas contas externas.
A análise deste Tema em destaque baseia-se em microdados (dados por empresa) e debruça-se sobre
a evolução do emprego e do valor acrescentado bruto (VAB), numa perspetiva setorial. Nos setores
considerados, verificou-se um crescimento da produtividade – medida como o VAB por trabalhador –
de 0,6%, em termos médios, no período 2014-2019.
A produtividade e o emprego são muito heterogéneos entre as empresas na economia. As distri-
buições destas variáveis em 2019 (Gráficos 1 e 2) corroboram o facto, bem documentado na lite-
ratura, de que existe uma elevada densidade nos níveis mais baixos de produtividade e emprego
e um número relativamente pequeno de empresas com valores elevados para estas variáveis.

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


Na distribuição da produtividade e, sobretudo, na distribuição do emprego, a média é superior
à mediana (perfil semelhante ao da distribuição de Pareto). Neste contexto de heterogeneidade,
que é reforçada pelas diferenças setoriais, a análise da evolução da produtividade e do contribu-
to das duas variáveis que a compõem é um exercício complexo, sobretudo quando se procura
fazer a ligação com a evolução agregada.

Gráfico 1 • Distribuição da produtividade Gráfico 2 • Distribuição do emprego em 2019


em 2019

0,05 0,40

0,04
0,30
Densidade

Densidade

0,03
0,20
0,02

0,01 0,10

0,00 0,00
0 20 40 60 0 5 10 15 20 25
Produtividade em milhares de euros por trabalhador Emprego equivalente a tempo completo

Fonte: Informação Empresarial Simplificada. | Nota: Para facilitar a leitura do gráfico, as distribuições da produtividade e do emprego
encontram-se truncadas no percentil 95.

A evolução agregada da produtividade traduz não só diferentes evoluções em termos setoriais,


mas, sobretudo, comportamentos muito distintos ao longo das distribuições da produtividade

39
e do emprego. A evolução da produtividade agregada resulta da evolução da variável em cada
uma das empresas consideradas individualmente, mas é também influenciada pelas trajetórias
de empresas com diferentes pesos no emprego, bem como pela reafetação do fator trabalho
entre empresas com diferentes produtividades. Quando a dinâmica da produtividade é mais for-
te nas empresas com mais peso no emprego, ou quando existe uma reafetação do fator trabalho
a favor das empresas onde a produtividade é superior, tal contribuirá para uma evolução mais
favorável da produtividade em termos agregados. As caraterísticas das empresas que entram
e saem do mercado em cada ano contribuem também para a dinâmica agregada.
Neste Tema em destaque, a análise destes efeitos foi realizada para um conjunto alargado de
setores no período 2014-2018, relativamente aos quais a informação necessária estava disponí-
vel. A produtividade agregada variou 0,6 por cento, em média anual. Este valor pode ser decom-
posto num contributo positivo (5,5 pontos percentuais) da variação da produtividade das empre-
sas incumbentes consideradas individualmente, ou seja, excluindo o impacto da afetação do fator
trabalho entre empresas incumbentes, e num contributo negativo (-4,8 pontos percentuais) da
interação entre produtividade e emprego, o qual pode ser entendido como um efeito de estrutu-
ra. Este efeito de estrutura resultou de dois fatores com impacto negativo sobre a produtividade
agregada. A variação da produtividade foi relativamente maior nas empresas com menor peso no
emprego e, em paralelo, as empresas mais produtivas perderam peso no emprego. Por seu turno,
o contributo da demografia empresarial (entrada e saída de empresas do mercado) foi diminuto,
correspondendo a -0,1 pontos percentuais.
Estes resultados remetem para a importância do aumento da produtividade no conjunto das empre-
sas, incluindo as de maior dimensão. Apesar de terem um contributo menor para a produtividade
agregada, a continuação de uma trajetória favorável das empresas mais pequenas, tal como observa-
do no período em análise, levará a uma aproximação face às que têm maior escala e melhor desem-
penho em termos de produtividade.

Dados
A principal variável de análise neste Tema em destaque é a produtividade por trabalhador, ajustada
pelo emprego a tempo parcial, ou seja, o número de trabalhadores é medido face a um horário de
trabalho a tempo completo, opção que permite a comparação com trabalhos anteriores onde se dis-
cute a dinâmica da produtividade das empresas portuguesas.1 A utilização da produtividade por hora
trabalhada teria igualmente vantagens, mas existe uma menor fiabilidade relativamente a esta infor-
mação por empresa. A utilização da produtividade total dos fatores (PTF) seria também uma possibi-
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

lidade. Porém, a PTF traduz um conceito distinto e igualmente relevante. Assumindo uma estrutura
para a função de produção, a PTF avalia o contributo para o crescimento do produto que não resul-
ta da acumulação de fatores produtivos, sendo por isso determinada como um resíduo. Contudo,
a maior complexidade metodológica dificulta a comunicação e interpretação dos resultados.
A base de dados utilizada nesta análise é a Informação Empresarial Simplificada (IES), conjuga-
da com a informação dos deflatores do VAB, com uma desagregação a dois dígitos, tal como
divulgado pelo Eurostat. É importante referir que o exercício de deflação do VAB é imperfeito, não
só porque não se baseia em informação das empresas individuais, mas também porque não per-
mite levar em consideração efeitos de qualidade. Por exemplo, se as empresas venderem produtos
que incorporam melhor tecnologia e de melhor qualidade a preços semelhantes aos anteriores, tal
não se traduz em melhorias na produtividade por trabalhador. Assim, embora o fenómeno inverso

1. Esta temática foi tratada, designadamente, nos Temas em destaque dos Boletins Económicos de outubro de 2018 e de maio de 2019.

40
também possa ocorrer, é crível que a evolução da produtividade seja subestimada pela não con-
sideração destes efeitos de qualidade.
A IES contém informação sobre o balanço e demonstração de resultados do universo das empre-
sas não financeiras portuguesas, excluindo os empresários em nome individual. A base de dados
inclui ainda informação acessória sobre o número de pessoas ao serviço e a percentagem daque-
las que se encontram a trabalhar a tempo parcial. Consideraram-se na análise as empresas que
reportaram de forma contínua, bem como as que interromperam o reporte durante, no máximo,
um ano.2 As empresas que reportaram não ter pessoas ao serviço foram excluídas (existiam algu-
mas observações em falta nesta variável que foram interpoladas).
Por forma a garantir a robustez dos resultados, realizaram-se alguns testes com diferentes com-
posições da base de dados. Por exemplo, com o intuito de avaliar o impacto nas distribuições da
variação da produtividade e do emprego da dinâmica de entrada e saída de empresas no merca-
do em cada ano, procedeu-se a uma análise considerando apenas o subconjunto de empresas
presente na base de dados todos os anos. Tal como nos outros casos, este teste de robustez
permitiu concluir que as opções tomadas relativamente aos dados não têm impacto significativo
nos resultados apresentados neste Tema em destaque.
Neste estudo, foram consideradas as empresas pertencentes a seis setores de atividade abar-
cando o essencial das atividades mercantis não financeiras: (a) indústria transformadora; (b) cons-
trução; (c) comércio e reparação; (d) transportes e comunicações; (e) alojamento e restauração;
(f) serviços diversos e de consultoria. Os setores considerados produzem cerca de dois terços do
VAB da economia portuguesa. Pelas especificidades no cálculo do VAB ou pela limitada cobertura
na IES, não foram considerados o setor primário, o setor financeiro, o setor da eletricidade, gás
e água, e as atividades predominantemente não mercantis (educação e saúde).

Produtividade e emprego no período 2014-2019

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


Nesta secção faz-se uma análise da produtividade e do emprego durante a fase de retoma da eco-
nomia, considerando grupos de empresas definidos pelos quartis da distribuição destas variáveis,
a fim de captar a heterogeneidade do tecido empresarial. Tal opção justifica-se pelo facto de estas
distribuições serem enviesadas à direita, com uma grande massa de empresas com produtividade
e/ou emprego reduzidos, com a média a ser bastante influenciada por um pequeno conjunto de
empresas situadas na aba direita da distribuição. Nestas condições, uma ênfase na variação da
média transmitiria uma imagem incompleta do comportamento das empresas situadas nos diver-
sos segmentos das distribuições.

Evolução da produtividade

O Quadro 1 mostra que existiu bastante diferenciação setorial da evolução da produtividade média
global. A maioria dos setores registou aumentos, particularmente vincados no caso do comércio
e reparação e do alojamento e restauração (respetivamente, 17,5% e 9,4%, em termos acumulados
entre 2014 e 2019). Por seu turno, os serviços diversos e de consultoria e, sobretudo, os transportes
e comunicações registaram reduções da produtividade, em termos acumulados, ao longo deste
ciclo de retoma da economia. No conjunto dos setores verificou-se um crescimento acumulado da
produtividade de 2,8%.

2. As empresas com exatamente dois períodos de observações, intercalados por uma única observação em falta, foram sujeitas a um procedimento de
interpolação linear; as restantes empresas, com duas ou mais observações em falta, não foram consideradas na análise.

41
Quadro 1 • Produtividade média por quartil da distribuição de produtividade e setor e variação
entre 2014 e 2019 | Euros por trabalhador e percentagem

2014 Taxa Var. 2014-2019


p1-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total p1-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total
Indústria 3231 10 124 16 172 44 757 29 436 46,5 17,7 18,9 7,5 5,6
transformadora
Construção 2603 9929 15 999 40 364 22 543 64,7 18,6 18,8 2,7 3,4
Comércio 1692 9886 16 655 43 092 28 006 63,9 20,4 19,3 12,9 17,5
e reparação
Transportes 2981 9849 16 647 71 657 57 146 17,4 18,5 18,6 -2,2 -8,6
e comunicações
Alojamento 2639 9773 15 904 33 917 15 680 78,8 17,7 17,5 13,3 9,4
e restauração
Serviços diversos 3097 9945 16 172 56 346 27 381 27,3 17,7 15,6 -1,6 -3,4
e de consultoria
Total 2623 9952 16 263 48 894 28 905 53,8 18,0 18,2 4,8 2,8

Fonte: Informação Empresarial Simplificada. | Nota: Nos cálculos relativos ao primeiro quartil retiraram-se as empresas no percentil 1, pois caso
contrário a produtividade média assumiria, em alguns setores, valores negativos ou próximos de zero, perturbando o cálculo de taxas de variação
no quartil inferior. Note-se que o total, apresentado na última coluna, não resulta de uma média simples da variação da produtividade nos dife-
rentes quartis, dependendo ainda, em particular, da variação do peso relativo do emprego em cada quartil.

A produtividade média não difere muito entre setores, nos três primeiros quartis. No último quar-
til, sobressaem algumas diferenças, destacando-se os transportes e comunicações, onde a pro-
dutividade média é significativamente superior. A variação da produtividade entre 2014 e 2019 foi
menor nas empresas mais produtivas, ou seja, as taxas têm um perfil tendencialmente descen-
dente ao longo da distribuição, de forma transversal aos diversos setores.
O Quadro 2 apresenta a produtividade por quartil da distribuição do emprego. Como espera-
do, existe uma relação monótona – tendencialmente – entre a produtividade e a dimensão das
empresas (com exceção dos serviços diversos e de consultoria). Em geral, o crescimento da
produtividade foi claramente menor no quartil superior da distribuição do emprego – evolução
particularmente visível nos setores da construção, do alojamento e restauração e dos serviços
diversos e de consultoria.

Quadro 2 • Produtividade média por quartil da distribuição de emprego e setor e variação


entre 2014 e 2019 | Euros por trabalhador e percentagem
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

2014 Taxa Var. 2014-2019


min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total
Indústria 6291 16 784 18 928 30 351 29 436 15,3 11,5 -0,2 5,5 5,6
transformadora
Construção 5226 18 130 14 929 24 712 22 543 30,0 45,1 32,5 -2,0 3,4
Comércio 5325 15 982 18 216 32 140 28 006 20,3 24,4 37,2 12,9 17,5
e reparação
Transportes 8496 19 669 28 163 63 733 57 146 -12,4 7,9 24,2 -9,8 -8,6
e comunicações
Alojamento 3223 8338 9485 18 207 15 680 42,9 47,5 29,0 2,6 9,4
e restauração
Serviços diversos 6979 24 180 22 590 29 334 27 381 38,4 23,9 31,0 -9,3 -3,4
e de consultoria
Total 6014 18 188 18 196 31 707 28 905 27,8 28,3 28,8 -0,5 2,8

Fonte: Informação Empresarial Simplificada. | Nota: Na distribuição do emprego há uma grande massa de empresas com 1 trabalhador que
cobre todo o primeiro quartil e parte do segundo; o ponto de corte entre estes dois quartis foi feito com base na distribuição da produtividade
destas empresas. Note-se que o total, apresentado na última coluna, não resulta de uma média simples da variação da produtividade nos
diferentes quartis, dependendo ainda, em particular, da variação do peso relativo do emprego em cada quartil.

42
Em suma, o aumento moderado da produtividade na fase de retoma da economia teve por base
um comportamento diferenciado das empresas ao longo das distribuições da produtividade e do
emprego. A produtividade teve um maior dinamismo nas empresas menos produtivas e com menor
peso no emprego.

Evolução do emprego
A dinâmica do emprego aponta para uma recomposição a favor dos maiores empregadores (Quadro 3),
comum a todos os setores, exceto o dos transportes e comunicações. Estes desenvolvimentos enqua-
dram-se numa tendência geral de aumento da dimensão média das empresas portuguesas.

Quadro 3 • Peso do emprego por quartil da distribuição de emprego e setor e respetiva


variação entre 2014 e 2019 | Percentagem e pontos percentuais

2014 Variação 2014-2019


min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max
Indústria transformadora 1 2 5 93 100 0,0 -0,1 -0,2 0,4
Construção 3 5 13 79 100 -0,4 -0,3 0,3 0,4
Comércio e reparação 4 7 15 75 100 -0,7 -1,0 -1,1 2,8
Transportes e comunicações 3 5 7 85 100 0,7 -0,4 -0,2 -0,1
Alojamento e restauração 3 6 17 74 100 -0,6 -1,7 -2,7 5,0
Serviços diversos 4 7 11 79 100 0,1 -0,2 -0,4 0,4
e de consultoria
Total 3 5 11 82 100 -0,1 -0,4 -0,4 1,0

Fonte: Informação Empresarial Simplificada. | Nota: Na distribuição do emprego há uma grande massa de empresas com 1 trabalhador que
cobre todo o primeiro quartil e parte do segundo; o ponto de corte entre estes dois quartis foi feito com base na distribuição da produtividade
destas empresas.

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


A análise da dinâmica do emprego por quartis da distribuição da produtividade (Quadro 4), mostra
as empresas do último quartil a perderem peso no emprego em favor das empresas do segundo
e terceiro quartis, não obstante alguma diferenciação entre setores. Assim, apesar de os maiores
empregadores terem reforçado o peso no emprego, tal não aconteceu com empresas mais pro-
dutivas, que viram o seu peso reduzir-se. De notar que existe uma correspondência forte, mas
não total, entre o grupo das empresas maiores e o das mais produtivas, tendo ocorrido neste
período uma divergência no que se refere à evolução do emprego nos dois grupos. Em contraste,
como se viu acima, a produtividade teve uma evolução análoga nestes grupos de empresas.

Quadro 4 • Peso do emprego por quartil da distribuição da produtividade e setor e respetiva


variação entre 2014 e 2019 | Percentagem e pontos percentuais

2014 Variação 2014-2019


min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max Total min-p25 p25-p50 p50-p75 p75-max
Indústria transformadora 4 16 28 52 100 -0,2 3,0 1,1 -3,9
Construção 11 19 32 39 100 -2,1 3,3 4,7 -5,9
Comércio e reparação 8 12 29 51 100 -2,4 -0,4 1,7 1,2
Transportes e comunicações 4 6 14 76 100 1,4 1,6 4,9 -7,9
Alojamento e restauração 17 28 33 22 100 0,5 6,9 -3,7 -3,7
Serviços diversos 10 27 27 36 100 1,4 6,4 -4,4 -3,4
e de consultoria
Total 8 18 28 46 100 0,0 3,8 0,2 -4,0

Fonte: Informação Empresarial Simplificada.

43
Demografia das empresas
Taxas elevadas de entrada e saída de empresas do mercado podem refletir o surgimento de empre-
sas que testam novas ideias e produtos. Num ambiente competitivo, as empresas menos eficien-
tes tendem a não sobreviver, alimentando os fluxos de saída e libertando recursos produtivos para
aquelas que têm condições de crescimento. No entanto, a existência de elevadas taxas de entrada
e saída pode ter uma leitura menos benigna caso essa rotação resulte de ineficiências no funciona-
mento dos mercados que protejam as empresas incumbentes. A dimensão e a produtividade relativa
destas empresas permitem fazer algumas inferências a este respeito.

A análise da demografia das empresas foi feita por referência a pares de anos consecutivos, con-
siderando-se: (a) as empresas incumbentes, que permanecem no mercado durante esses dois
anos, t-1 e t; (b) as empresas que entram em t (presentes no mercado em t, mas não em t-1); (c) as
empresas que saem em t-1 (presentes no mercado em t-1, mas não em t). O Quadro 5 apresenta
as taxas médias de entrada e saída de empresas no mercado, bem como a dimensão (em termos
do emprego) e a produtividade relativa dessas mesmas empresas.3

Quadro 5 • Dinâmica de mercado e caraterísticas das entradas e saídas face às empresas


incumbentes, por setor de atividade | Valores médios do período 2014-2018

Serviços
Indústria Comércio Transportes Alojamento diversos e de
transformadora Construção e reparação e comunicações e restauração consultoria
Taxa de entrada 6,3 8,8 7,9 7,2 12,2 12,6
Dimensão relativa 23,4 38,3 30,3 20,4 42,5 30,7
das entradas
Produtividade 43,9 55,8 38,1 22,0 28,5 45,3
relativa das entradas
Taxa de saída 5,4 7,3 7,2 0,7 1,8 2,4
Dimensão relativa 39,8 50,7 36,0 31,3 41,3 52,9
das saídas
Produtividade 44,6 65,3 43,6 33,6 46,7 55,7
relativa das saídas

Fonte: Informação Empresarial Simplificada. | Notas: A taxa de entrada e a dimensão relativa das entradas são calculadas com as empresas que
entram no mercado no ano t e face às empresas incumbentes. A taxa de saída e a dimensão relativa das saídas são calculadas com as empresas
que saem do mercado no ano t e face às empresas incumbentes. A produtividade relativa das entradas e das saídas é calculada face às empresas
incumbentes do setor. A dimensão é medida em termos do número de trabalhadores (equivalente a tempo completo).
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

A dinâmica de mercado revela uma forte diferenciação setorial. A taxa de entrada das empresas
da indústria transformadora e dos transportes e comunicações é inferior à das empresas dos
restantes serviços e da construção. Além disso, as empresas daqueles dois setores entram no
mercado com uma dimensão relativa em termos de número de trabalhadores que está abaixo
da registada nos outros setores. Estas regularidades relacionam-se com a natureza da atividade
industrial e dos serviços de transportes e comunicações, que envolvem simultaneamente maio-
res custos de entrada do que em outros setores e ganhos de escala mais pronunciados ao longo

3. O conjunto de dados utilizados termina em 2019. Contudo, o último ano não inclui ainda a totalidade de empresas do universo da IES, pelo que os resul-
tados para 2018-19 viriam distorcidos, com o volume das saídas do mercado a ser ampliado pela ausência de reporte estatístico de algumas empresas.
Decidiu-se assim terminar a análise da dinâmica de mercado em 2018.

44
da vida das empresas. Os setores dos serviços, designadamente o do alojamento e restauração,
e a construção caracterizam-se por dimensões relativas de entrada mais elevadas.

O setor do alojamento e restauração e o dos serviços diversos e de consultoria apresentam taxas


de entrada particularmente elevadas. Estas atividades caracterizam-se igualmente por baixas
taxas de saída (caraterística partilhada pelo setor dos transportes e comunicações), levando a um
aumento do número de empresas no período. O setor da construção tem registado um aumento
marcado das taxas de entrada nos últimos anos, e uma redução das taxas de saída, numa traje-
tória de recuperação face ao encerramento significativo de empresas de construção durante
a anterior crise.

As taxas médias de saída do mercado foram inferiores às taxas médias de entrada em todos os seto-
res, traduzindo-se num aumento do número de empresas na economia. Tal padrão é característico
das fases de expansão económica. As empresas que saem do mercado têm sido, em média, maiores
do que as novas, com exceção do alojamento e restauração. Este fenómeno é particularmente visível
na indústria transformadora, nos transportes e comunicações e nos serviços diversos e de consultoria.

A produtividade relativa das novas empresas face às incumbentes também mostra diferenciação
setorial, variando entre um mínimo de 22%, no setor dos transportes e comunicações, e um máximo
de cerca de 56%, no setor da construção. Tal diferenciação será fruto das tecnologias de produção
específicas a cada setor, que condicionam o ponto de entrada e a convergência das novas empresas
face às incumbentes. A produtividade relativa das saídas varia entre um mínimo de cerca de 34%
nos transportes e comunicações e um máximo acima de 60% na construção.

Produtividade média, efeitos de estrutura e dinâmica


de mercado

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


A produtividade agregada corresponde à média das produtividades das empresas tomadas indivi-
dualmente, ponderada pelo peso de cada empresa no total desta variável do emprego. Este cálcu-
lo pode ser decomposto como a soma da média não ponderada da produtividade das empresas
com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego, que pode ser
interpretado como um efeito de estrutura, decorrente da interação entre produtividade e empre-
go (equação 1). Esta decomposição da produtividade agregada foi sugerida inicialmente por Olley
e Pakes (1996), e capta a ideia de que um aumento na produtividade média pode ser contraria-
do (reforçado) no caso das maiores empresas serem também as menos (mais) produtivas. Esta
decomposição tem uma natureza aritmética, mas permite distinguir diferenças de produtividade
que advêm da alocação de recursos (emprego) das variações originadas por ganhos na produti-
vidade das empresas individuais. Melitz e Polanec (2015) estenderam esta decomposição a um
contexto dinâmico, onde a variação da produtividade entre dois anos resulta do contributo da
variação da produtividade média e do contributo das alterações na interação entre produtividade
e emprego. A estes dois contributos soma-se ainda o impacto líquido sobre a produtividade das
empresas que entram e saem do mercado nesse período (equação 2). Tal impacto está associado
aos níveis de produtividade e à dimensão relativa das empresas que entram e saem do mercado
relativamente às incumbentes, aspeto discutido na secção anterior. Importa referir que o cálculo
da covariância entre a produtividade média das empresas e o seu peso no emprego depende do
conjunto de empresas considerado, pelo que decomposições parcelares não são passíveis de
agregação.

45
 

Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada:  Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada: 
Decomposição da produtividade agregada:   
produtividade agregada: 
egada: 
egada:    
regada:   
Decomposição da produtividade agregada:    
       Decomposição da produtividade agregada:  𝑃𝑃� � ∑� 𝑝𝑝�� 𝜔𝜔�� � 𝑝𝑝� � 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝�� , 𝜔𝜔�� � 
𝑃𝑃 � ∑ � 𝑃𝑃
𝑃𝑃�𝑝𝑝 �� 𝜔𝜔 ∑ ∑
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���� 𝑃𝑃
𝑃𝑃 𝑝𝑝
𝑝𝑝
𝑝𝑝 ���� 𝜔𝜔
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� �
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𝑝𝑝
𝑝𝑝� � ,
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𝜔𝜔 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝
Decomposição da produtividade agregada: 
� 𝜔𝜔𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝

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𝑝𝑝 ���,
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𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝
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𝜔𝜔    
Decomposição da produtividade agregada: 
 
� 
�                 ���        
(1)  (1) 
(1)    (1) 
(1) 
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   Decomposição da produtividade agregada:  𝜔𝜔 �� � 𝑝𝑝� �   𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝�� , 𝜔𝜔�� �           
Onde  (1) 
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Decomposição
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Onde 
Onde  �� a 
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produtividade 
Onde 
Onde  agregada, 

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produtividade 
produtividade 
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𝑃𝑃 , 

agregada, 
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𝑃𝑃 , 
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das 
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  a  produtividade 
produtividade 
Onde  a  a  produtividade 
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média 
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das 
das 
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produtividades 
produtividades 
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das 
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das 
das   empresas 
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empresas 
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 , corresponde 
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individuais, 
��� individuais, 
individuais, 
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individuais, 
individuais,  pelo  pelo 
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ponderada  peso pelo 
emprego  do 
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de 
peso 
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do  de  cada 
empresa, 
emprego 
emprego  empresa, 
 de 
de    𝜔𝜔���� .  A  produtividade 
.  A  produtividade 
𝜔𝜔empresas 
cada 
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A  produtividad
produtividad
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das   produtividades 
Onde 
individuais,  𝑝𝑝   𝑃𝑃a 
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empresas 
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pelo  agregada, 
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A  produtividade    das  (1) 
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agregada pode ser decomposta como a soma
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de 
Onde  cada a A  , ponderada 
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emprego 
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empresa, 
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produtividade 
das  empresas 
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emprego  de 
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cada  empresa, 
empresa,  ����. .  A �� produtividade  agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
Onde  a  produtividade  Onde  agregada, 
����
a  produtividade  agregada,  𝑃𝑃� ,  corresponde  à  médi
eso  do  emprego  de  cada  empresa,    individuais,    𝜔𝜔 .  agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
A  𝑝𝑝 produtividade 
Onde  ,  ponderada 
a  produtividade  agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade d
agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade da
pelo  peso  do 
agregada,  emprego  𝑃𝑃 de  cada 
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agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
onde a
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produtividade
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agregada,
agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
Onde  produtividade  agregada,  𝑃𝑃 ,
,  corresponde
corresponde  � à  à média
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produtividades  �� empresas, 𝑝𝑝
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empresas 
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empresas
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individuais, 𝑝𝑝��,, ponderada
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, com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego,  𝑃𝑃 � ,  corresponde 
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empresas, 𝑝𝑝�
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, com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego, 
𝑝𝑝 ,  ponderada  pelo 
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𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 , 𝜔𝜔 �� �.  agregada pode ser decomposta como a soma da média n
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  , com a covariância entre a produtividade das
 das empresas, , com a covariância entre a
oma da média não ponderada da produtividade das  agregada pode ser decomposta como a soma da média não ponderada da produtividade das 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 empresas, 𝑝𝑝� , com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu p �  
�� , 𝜔𝜔�� �.  empresas, 𝑝𝑝 � , com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego, 
    
     empresas, 𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 , 𝜔𝜔�� �. � , com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego,  𝛥𝛥𝛥𝛥� � 𝛥𝛥𝑝𝑝� � 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥� � 𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝�,� � 𝑝𝑝�,�
 
odutividade das empresas e o seu peso no emprego, 
produtividade
empresas, 𝑝𝑝
�� das
𝛥𝛥𝛥𝛥� empresas
� 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝑝𝑝�.  ��� � �e 𝛥𝛥𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝑝𝑝o�𝛥𝛥𝛥𝛥seu
𝛥𝛥𝛥𝛥���� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝜔𝜔
��
, com a covariância entre a produtividade das empresas e o seu peso no emprego,  peso
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 𝛥𝛥𝑝𝑝
𝛥𝛥𝑝𝑝 �𝑝𝑝 ����,�

𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝
 ��no𝜔𝜔 � emprego,
𝜔𝜔�,�
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
��
�,�
�𝑝𝑝
𝑝𝑝,�,�
𝜔𝜔
�𝑝𝑝 ��,�
�� ��
�,���
�.  �
𝜔𝜔𝜔𝜔�,�
𝜔𝜔 𝑝𝑝
𝑝𝑝�,�
�𝑝𝑝
�𝑝𝑝
�,�
���𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 � 𝜔𝜔
��,���
�� , 𝜔𝜔������𝑝𝑝
𝜔𝜔���,���
𝑝𝑝
𝑝𝑝
�,���
�. 
�𝑝𝑝
𝑝𝑝�
� .�,���
𝜔𝜔
𝜔𝜔
�,��� � � ��𝑝𝑝 𝑝𝑝�𝑝𝑝  �,���
𝑝𝑝�,���
�,��� �
�,���
� � � 𝑝𝑝(2)    � 
𝑝𝑝�,���
�,��� � 
(2) 
(2)    (2) 
(2) 
𝛥𝛥𝛥𝛥� � 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 𝛥𝛥𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥 ��� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝 � , 𝜔𝜔
��𝜔𝜔�,����𝑝𝑝

� �𝑝𝑝 𝑝𝑝 �
�� � 𝑝𝑝𝜔𝜔
�,� � �𝑝𝑝 � �� 𝑝𝑝�,���� �,���
�,� � � �,�
�,�   � � �    (2) 
�,�
�,� �,��� �,���
�,���
(2) 
� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 � 𝜔𝜔 �𝑝𝑝 � 𝑝𝑝 � � 𝜔𝜔 𝛥𝛥𝛥𝛥 ��� �
𝛥𝛥𝛥𝛥
�𝑝𝑝 �� 𝛥𝛥𝑝𝑝
,𝛥𝛥𝑝𝑝
𝜔𝜔
𝛥𝛥𝑝𝑝���� �
�. 
�𝑝𝑝�
� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 �� �
�  � �𝜔𝜔
�,�𝜔𝜔
  𝜔𝜔
�,� �𝑝𝑝�𝑝𝑝
�,�
�,� (2)  � � 𝑝𝑝 𝑝𝑝
�,���
�,� ��� � � � 𝜔𝜔𝜔𝜔  𝜔𝜔
�,���
�,��� �𝑝𝑝
�𝑝𝑝�𝑝𝑝
�,��� � 𝑝𝑝𝑝𝑝�,���
𝑝𝑝    (2) (2) 
𝑝𝑝�,� ��𝑝𝑝𝑝𝑝�,� �,����
� �𝜔𝜔𝜔𝜔�,���
�,� �,����𝑝𝑝
�,� �,����
�𝑝𝑝�,��� �,� �𝑝𝑝𝑝𝑝�,��� �,��� � �       ��,��� � � (2) 
(2) 
�,���    � �,� �,� �,��,� �,� �,� �,���
�,��� �,���
�,��� �,����,���
 
𝑝𝑝�,��,� � 𝑝𝑝�,� � � 𝜔𝜔�,��� �𝑝𝑝   �,��� �   𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥�𝑝𝑝
𝑝𝑝�,���
�,��� �  𝛥𝛥𝛥𝛥
�� , 𝜔𝜔
� �� ��. 𝛥𝛥𝑝𝑝� �(2)  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥   
� � 𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝�,� � 𝑝𝑝�,� � � 𝜔𝜔  �,��� �𝑝𝑝�,���   � 𝑝𝑝�,��� �  (2)   (2)   
  𝛥𝛥𝛥𝛥� � 𝛥𝛥𝑝𝑝� �Os  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 Os 
� � 𝛥𝛥𝑝𝑝  os  termos  𝛥𝛥𝛥𝛥
(2)  � 𝜔𝜔 da    e  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥   representam  re
termos  � � 𝜔𝜔𝛥𝛥𝛥𝛥 �,� �𝑝𝑝 � 𝑝𝑝�,� �  � 𝜔𝜔�,��� �𝑝𝑝�,��� � 𝑝𝑝�,��� � �
��  �e   e representam  �respetivamente  contributos  variação  da 
�,� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 𝛥𝛥𝛥𝛥 � 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 �𝑝𝑝�,� � 𝑝𝑝�,�
    Os  termos  𝛥𝛥𝛥𝛥Os � termos 
𝛥𝛥𝛥𝛥 �   e Os 
𝛥𝛥𝑝𝑝 Os 
� 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
termos 
termos 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥  e representam 
� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝜔𝜔𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥   
 
�� e 
�𝑝𝑝 representam 
𝛥𝛥𝛥𝛥 �respetivamente 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
� 𝑝𝑝���  𝛥𝛥𝑝𝑝
� representam 
representam 
� � 𝜔𝜔 respetivamente 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 �𝑝𝑝 �os  𝜔𝜔contributos 
��respetivamente 
respetivamente 
�,�
� 𝑝𝑝� os 
�𝑝𝑝 �,� � contributos 
�  da 
𝑝𝑝�,� ��os 
  �
os variação 
𝜔𝜔 da 
contributos 
contributos 
�,�
�,���(2)  variação 
�𝑝𝑝da �,��� da 
da  �� 𝑝𝑝� da 𝜔𝜔�,���
variação 
variação 
�,��� �  �𝑝𝑝 dd
Os  termos  Os  Os
Os  Os  𝛥𝛥𝛥𝛥
termos
termos 
termos 
termos  �   e  𝛥𝛥𝛥𝛥 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥 �
𝛥𝛥𝛥𝛥    e 
𝛥𝛥𝑝𝑝   𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
�ee 
 contributos 
e  representam 
�𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 ��  �representam
� 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 representam 
  𝜔𝜔respetivamente 
�representam 
representam 
�variação  �𝑝𝑝��,�respetivamente 
� �,� � �
respetivamente
𝑝𝑝�,� ��,�
respetivamente 
respetivamente  �os  contributos 
𝜔𝜔�,��� �,� os  os 
�𝑝𝑝 os
os  �,��� �da 
contributos
contributos 
contributos 
contributos  variação 
�,���
𝑝𝑝�,��� da 
da 
�  da  da �,��� da 
variação variação
variação  da 
produtividade média não ponderada e da var
 variação  (2) da da 

entam  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
ntam  respetivamente    representam 
respetivamente  os  respetivamente 
os  contributos   
contributos  da  os 
da  � �
variação 
�variação 
� � da  da 
� �,� da 
da  produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos ent
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre  �,���
� contributos 

𝑝𝑝entam  respetivamente  𝑝𝑝os  contributos    𝛥𝛥𝛥𝛥� �da  produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre  �  e�da
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos ent
�,� � � 𝜔𝜔 �,��� �𝑝𝑝�,��� � � 
da Os produtividade
termos    variação 
(2) 
𝛥𝛥𝑝𝑝
𝛥𝛥𝛥𝛥 ��  �e 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
média �da 
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
�,��� �
�  não𝜔𝜔
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre  �𝑝𝑝�,� � 𝑝𝑝�,�respetivamente 
representam 
�,�ponderada
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
𝜔𝜔�,���
variação �𝑝𝑝�,��� os da 𝑝𝑝eficiência
�,��� �   da 
nada 
as  variação 
alocação
empresas 
(2)  da 
sobreviventes  (S)  para  a  variaç
dia não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
 e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
a e da variação da eficiência na alocação de recursos entre   
Os  termos  𝛥𝛥𝛥𝛥�   as  e  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥   representam  respetivamente  os Os contributos  variação  da  𝛥𝛥𝛥𝛥 .  Os 
as Os  empresas  empresas 
as  empresas
empresas  �
sobreviventes  as 
as  sobreviventes 
sobreviventes 
empresas 
empresas  (S)  para  Os a (S) 
sobreviventes 
sobreviventes  (S)  para 
termos  para 
variação  a 
a  variação 
𝛥𝛥𝛥𝛥 variação 
da 
(S) 
(S)  �  para 
e variação
produtividade 
para  𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
a  da 
a termos 
da  produtividade 
variação 
variação  𝛥𝛥𝛥𝛥
�  produtividade 
representam  �   produtividade 
agregada, 
da 
da  e  agregada, 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥
produtividade  𝛥𝛥𝛥𝛥� �  . representam 
agregada, 
respetivamente 
Os  𝛥𝛥𝛥𝛥�� .  Os 
termos 
agregada, 
agregada,  os termos 
respetivament
termos 
contributos 
.  Os 
Os termo term
a e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
as  empresas  de
  recursos
sobreviventes  entre as
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
termos 
(S)  para  𝛥𝛥𝛥𝛥 a    e 
variação  sobreviventes
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 da    representam 
produtividade  (S) para a
respetivamente 
agregada,  𝛥𝛥𝛥𝛥 . os da
Os  produtividade
contributos 
termos  da  variação  da  𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥 ��. 
eviventes  (S)  para  a  variação  as 
as  as 
da  empresas 
empresas 
empresas 
Os  termos 
produtividade  sobreviventes 
sobreviventes 
sobreviventes 
𝛥𝛥𝛥𝛥  
agregada,  e  (S) 
(S) 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 � para 
(S)    para 
para  a 

representam 
.  Os 
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
𝛥𝛥𝛥𝛥 variação 
a  variação 
variação 

termos  da 
da  da produtividade 
respetivamente  produtividade 
produtividade  os  agregada, 
agregada, 
agregada, 
contributos � 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝜔𝜔 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥 � . 
�,� .  Os 

�𝑝𝑝
da  Os Os 
�,� termos 
termos 
termos 

variação  𝑝𝑝 �,� � e 𝜔𝜔
da  �,��� �𝑝𝑝 �,��� � 𝑝𝑝�,��� � r
a a a variação 
variação da  da produtividade 
produtividade agregada, agregada, 
agregada, 𝛥𝛥𝛥𝛥 𝜔𝜔𝛥𝛥𝛥𝛥 ��. �𝑝𝑝. Os 
Os termos 
� termos 
𝜔𝜔 �𝑝𝑝 �
� �𝑝𝑝𝑝𝑝�,� � �
produtividade média não ponderada e da variação da efic
a respetivamente 
a  variação  da  produtividade  os  𝜔𝜔 contributos 
�𝑝𝑝�,� Os  agregada, 
as 
� termos 
empresas 
𝑝𝑝 da  variação 
� e 𝜔𝜔 𝛥𝛥𝛥𝛥
𝛥𝛥𝛥𝛥 ��..  Os
Os 
sobreviventes 
�,� e da 
�,�
�𝑝𝑝
termos
𝜔𝜔�,�
� 𝑝𝑝�,�
termos 
𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥𝛥 �
�𝑝𝑝� e 𝜔𝜔
�,�
�  𝑝𝑝
�para 
𝜔𝜔
𝜔𝜔
representam 
(S)  �,���
�,�
�,� �𝑝𝑝� e 𝜔𝜔
�𝑝𝑝 � e 𝜔𝜔
�𝑝𝑝 ��,���

a  variação  �
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
�,� �,� �,� �,�
�,� �,��� �,��� �,�
�,�
�𝑝𝑝
𝑝𝑝e�,���
�𝑝𝑝
𝑝𝑝𝑝𝑝respetivamente 
� e 𝜔𝜔
� e 𝜔𝜔
� representam respetivamente o contributo para a 
�,���
da 
�,���
���𝑝𝑝 𝑝𝑝�𝑝𝑝
𝑝𝑝�,���
produtividade 
�,���
�,��� �,���
�,���
�,���
� representam respetivamente o contributo para a 
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação d
�� 𝑝𝑝𝑝𝑝agregada, 
contributos  �,��� representam
os  � representam respetivamente o contributo para a 
� representam respetivamente o contributo para a  � representam respetivamente o contributo para
�,���� representam respetivamente o contributo para
da  𝛥𝛥𝛥𝛥variação 
� .  Os  termos  da 
 𝜔𝜔 �𝑝𝑝 � 𝑝𝑝 �,� 𝜔𝜔𝜔𝜔 𝜔𝜔 �𝑝𝑝
as �𝑝𝑝 �𝑝𝑝
�,� �
empresas � �𝑝𝑝𝑝𝑝�,�
� representam respetivamente o contributo para a 
�,� �,� 𝑝𝑝
�,��� � e 𝜔𝜔� e 𝜔𝜔
� e 𝜔𝜔
sobreviventes 
�,���
�,��� �𝑝𝑝
�𝑝𝑝�𝑝𝑝 �,���
�,��� (S)  �� � 𝑝𝑝𝑝𝑝�,���
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
para  𝑝𝑝 a  � representam respetivamente o contributo para a 
� representam respetivamente o contributo para a 
� representam respetivamente o contributo para a 
variação  da  produtividade  agregada,  variação da produtividade agregada das nova
𝛥𝛥𝛥𝛥� .  Os  termos 
𝑝𝑝𝑝𝑝�,��� �,��� � representam respetivamente o contributo para a respetivamente
� representam respetivamente o contributo para a 
�,��� �,��� �,��,� �,� �,� �,� �,�
o variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
contributo
�,���
�,��� �,���
�,���
para a variação
�,���
�,���
as  empresas  da produtividade sobreviventes as  empresas  agregada
(S)  para  a  das
sobreviventes  variação  (S)  para  a  variação agregada, da  produ
𝑝𝑝�,���
�,��� � representam respetivamente o contributo para a 
variação da eficiência na alocação de recursos entre  �,� � e 𝜔𝜔
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝�,� �variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
�,��� �𝑝𝑝
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As  variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). A
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). A
produtividade média não ponderada e da variação da eficiência na alocação de recursos entre 
𝑝𝑝as  empresas  sobreviventes 
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As  � 𝑝𝑝�,���(S)  para  a  variação 
� representam respetivamente o contributo para a  da  produtividade  agregada,  𝛥𝛥𝛥𝛥da  produtividade 
� .  Os  termos 
as  empresas  sobreviventes  �,��� (S) 
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
novas
tividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝 empresas (E) e�,���
das�𝑝𝑝 empresas para  a  variação 
cessantes da  produtividade 
(X).𝑝𝑝As� e 𝜔𝜔 novas agregada, 
empresas novas empresas contribuem positivamente ca
𝛥𝛥𝛥𝛥
contribuem .  Os  termos 
 das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
a das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As  �,� � 𝑝𝑝�,� � e 𝜔𝜔 �,��� � 𝑝𝑝�,��� � representam respetivamente o contributo para a 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada,  𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝 � 𝑝𝑝𝛥𝛥𝛥𝛥

a das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As  as  empresas  sobreviventes  novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
� 𝑝𝑝�,�(S)  𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝produtividade 
�,� �
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevad
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevad
para  a  variação  �da  agregada,  �𝑝𝑝�,��� �� e 𝜔𝜔
𝑝𝑝 Os �,��� �𝑝𝑝�,��� � 𝑝𝑝�,��� � representam 
� representam respetivamente o c
riação  da  produtividade  agregada,  𝛥𝛥𝛥𝛥� .  Os  𝜔𝜔termos  � . �,��� termos 
�,� �,�
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
�𝑝𝑝�,�
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, � e 𝜔𝜔 �𝑝𝑝�,��� 𝑝𝑝 �,� �,���
� representam respetivamente o contributo para a 
mente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
amente caso apresentem uma produtividade mais elevada,  positivamente
𝜔𝜔�,� �𝑝𝑝�,� � 𝑝𝑝caso �,�
apresentem
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
ntribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada,  �,� � e 𝜔𝜔
𝑝𝑝𝑝𝑝�,� �,��� �𝑝𝑝�,��� � �,���
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As  uma
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
𝑝𝑝�,��� produtividade �,���
mais
� representam respetivamente o contributo para a  elevada, , do
, no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
que a
𝑝𝑝�,� , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝 �
amente caso apresentem uma produtividade mais elevada,  𝜔𝜔 �𝑝𝑝 � 𝑝𝑝𝑝𝑝�,� � e 𝜔𝜔 �,� , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
�𝑝𝑝 𝑝𝑝𝑝𝑝�,�
�,�� 𝑝𝑝 � representam respetivamente o contributo para a  variação da produtividade agregada das novas empresas 
�,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
�,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas 
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝 �,� , no mesmo período em que a entrada ocorre,
�,�, no mesmo período em que a entrada ocorre,
� representam respetivamente o contributo para a  𝑝𝑝𝑝𝑝dasnovas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
empresas sobreviventes, �,� no mesmo
𝑝𝑝�,� , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
�,� �,� �,� �,��� �,��� período em que a entrada
, no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
�,��� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  �,�
Por  ocorre, sua  vez, . as  empresas  cessantes  con
empresas sobreviventes,𝑝𝑝 𝑝𝑝�,� , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
�,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
entes,𝑝𝑝 �,�, no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  �,� novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada,  �,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
, no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
ventes,𝑝𝑝 , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
�,�
Por  sua  Por 
Por 
vez,  sua 
sua 
as  vez, 
vez, sua 
empresas 
Por 
Por  as 
sua as  empresas 
vez, 
�,��,�
empresas 
cessantes 
vez,  as 
as  cessantes 
cessantes 
contribuem 
empresas 
empresas  contribuem 
cessantes 
cessantes  positivamente  positivamente 
novas empresas contribuem positivamente caso apresente
contribuem 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtivida positivamente 
contribuem 
contribuem  para  a  da
positivamente  para 
para  a 
variação  a  variação 
variação 
da  a 
para  da 
da 
a  variação 
variação  dd
ventes,𝑝𝑝�,� �,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
Por  sua  Por Por
Por 
𝑝𝑝 vez, 
�,�sua 
Por 
sua vez, as
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
as vez,  as  empresas
as  empresas 
empresas 
empresas 
cessantes
variação da produtividade agregada das novas empresas (E) e das empresas cessantes (X). As 
cessantes 
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
sua  sua  vez, 
vez,  as  cessantes 
cessantes 
contribuem
novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
empresas  cessantes  contribuem  contribuem 
contribuem 
contribuem 
positivamente
, no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
�,� positivamente  positivamente 
positivamente 
positivamente  para  a para  para
variação 
para 
para  a 

avariação 
a  da  positivamente 
variação
variação 
variação  da 
produtividade agregada caso apresentem um
da da 
para 
antes empresas 
ntes  contribuem  cessantes 
contribuem  positivamente  contribuem 
positivamente �,� 𝑝𝑝 para  positivamente 
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
para  a  a  variação 
variação  para 
da 
da  a  variação  da 
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 , no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  , à das empresas 
antes  contribuem  positivamente  produtividade para vez,  agregada produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
da caso apresentem
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
a 𝑝𝑝�,� variação 
�,�
𝑝𝑝�,�uma
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 produtividade 𝑝𝑝
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝 , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
inferior, �,��� , à das empresas  �,��� , à das empresas 
, �,� , no mesmo período em que a e
�,��� , no mesmo
, à das empres
�,���, à das empresa
e caso apresentem uma produtividade mais elevada,  novas empresas contribuem positivamente caso apresentem uma produtividade mais elevada, 
Por  sua 
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 as  empresas  cessantes 
, do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 contribuem  positivamente  �,�
�,��� , à das empresas 
para 
�,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  a  variação 
, à das empresas  da  �,��� �,�
egada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 Por  , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
𝑝𝑝�,� sua  vez,  as  empresas  , à das empresas 
cessantes  �,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t. 
contribuem  positivamente  �,��� para  sobreviventes, 
, à das empresas 
, à das empresas 
a  variação  �,��� ,  no  período  em  que 
𝑝𝑝da 
ntem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
entem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 empresas , à das empresas 
, à das empresas 
à𝑝𝑝produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
das�,��� sobreviventes,
sobreviventes, 
�,���
sobreviventes,  𝑝𝑝𝑝𝑝�,��� ,, , no no 
no  𝑝𝑝período
período 
período  em
em 
em  que
que 
as  Por 
que  aa 
a  saída
saída 
sua 
saída 
�,���
�,���
ocorre,
ocorre, 
vez, 
ocorre,  t‐1. 
Os as termos  . Os 
empresas 
t‐1.  Os 𝜔𝜔termos 
termos   cessantes 
𝜔𝜔𝜔𝜔    e e contribuem 
𝜔𝜔   e para  po
entem uma produtividade inferior,𝑝𝑝 �,��� sobreviventes, 
, à das empresas  𝑝𝑝�,��� , empresas 
no 
sobreviventes, 
sobreviventes,  período  Por  em  sua 
que 
, ,  t‐1. 
no 
no  vez, 
a  saída 
período 
período 
𝑝𝑝, no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  empresas 
ocorre, 
em 
em  que 
que  t‐1.  a 
a  cessantes 
saída 
saída  ocorre, 
ocorre,  contribuem  t‐1. 
t‐1.  e Os 
Os  �,�  da 
𝜔𝜔positivamente 
termos 
termos 
�,� 𝜔𝜔�,���
𝜔𝜔
𝜔𝜔 �,�   e  𝜔𝜔�,��
𝜔𝜔
,𝑝𝑝 �,� , no mesmo período em que a entrada ocorre, t.  �,� , do que a das empresas sobreviventes,𝑝𝑝
, Por  sua  vez,  as  a �,��� cessantes  contribuem  positivamente  e , à das empresas   para  a �,�
    variação 
�,��� �,���
sobreviventes, 
sobreviventes,  Por 
sobreviventes, 
sobreviventes,  𝑝𝑝�,���
�,���
sua  𝑝𝑝no 
vez, 
𝑝𝑝 𝑝𝑝 período 
, ,  , no 
as  no  em 
período 
empresas 
no  período 
período  que  em 
cessantes 
em em  saída 
que 
que  que  a 
�,�
a  ocorre, 

�,���
�,���
saída 
contribuem 
saída 
saída  ocorre, 
ocorre, 
ocorre,  Os  termos 
t‐1. 
positivamente 
t‐1. 
t‐1.  Os 
Os  Os  𝜔𝜔
termos �,���
termos 
termos 
�,�  para  𝜔𝜔𝜔𝜔
𝜔𝜔 𝜔𝜔    e e 

�,���   𝜔𝜔
representam respetivamente o peso no empre
variação 
e  𝜔𝜔 𝜔𝜔 da 
�,� �,��
,  no  período  em  que  a  saída 
t‐1. Os ocorre,  t‐1.  Os  termos 
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
Os termos   e   
ee 𝜔𝜔representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas  , à das empresas 
�,��� representam respetivamente o peso no emprego das
em  em que  que a a saída  saída ocorre, 
ocorre, t‐1.  Os  termos  �,��� 𝜔𝜔 𝜔𝜔 �,� �,���
�,�    e 
termos representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
  representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresa
𝜔𝜔𝜔𝜔�,� �,���
�,��� 𝜔𝜔 �,��,� �,���
�,���
���
em  que  a  saída  ocorre,  t‐1.  Os  sua  termos  𝜔𝜔 𝜔𝜔�,���
e empresas 
�,� �,��� produtividade agregada caso apresentem uma produtivid
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
  representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empres
�,���
contribuem  positivamente  Por 
para  a  variação 
sobreviventes,  vez,  as  da  , �,���
no  período  cessantes  em  que 
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
𝑝𝑝�,���
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
�,� contribuem  a  saída  ocorre,  positivamente  t‐1.  Os  para  termos  a  𝜔𝜔variação 
�,�   e  da   
, à das empresas 
𝜔𝜔�,��� �,���
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
empresas
tivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas sobreviventes,  entrantes 𝑝𝑝�,��� em
produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
,  no  e das
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
período  empresas
em  que  a cessantes
saída  ocorre,  em t‐1.  no Os  total
termos 
�,���cessantes em t‐1 no total desta variável. 
desta 𝜔𝜔 variável.
, à das empresas 
�,���
  e  𝜔𝜔  
no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
 no emprego das empresas entrantes em t e das empresas  cessantes em t‐1 no total desta variável. 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
cessantes em t‐1 no total desta variável.  sobreviventes,  sobreviventes, 
, ocorre, 
no  período  𝑝𝑝em  �,�
�,���que  ,  no a período 
�,���
saída  em  que t‐1. 
ocorre,  a  saída 
Os  termo oco
o no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
 uma produtividade inferior,𝑝𝑝 produtividade agregada caso apresentem uma produtividade inferior,𝑝𝑝
, à das empresas 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
�,���
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
sobreviventes,  𝑝𝑝cessantes em t‐1 no total desta variável. 
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas  ,  no  período  em  que  a  𝑝𝑝saída  �,��� �,���t‐1.  , à das empresas 
Os  termos  𝜔𝜔 �,�    e  𝜔𝜔�,���  
o total desta variável.  sobreviventes,  𝑝𝑝�,��� ,  no  �,���
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
cessantes em t‐1 no total desta variável.  período  em  que  a  saída  ocorre,  t‐1.  Os 
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas  termos  𝜔𝜔�,�   e  𝜔𝜔�,���
vel. 
ável.  representam respetivamente o peso no emprego das empr
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em 
ável. 
ue  a  saída  ocorre,  t‐1.  Os Este sobreviventes, 
termos  tipo de𝜔𝜔�,� �,���  ,  no tem período  em  que  aa 
  e representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
decomposições 𝜔𝜔𝑝𝑝�,��� sido aplicado saída  ocorre, 
diversas variáveis t‐1.  deOs  termos  𝜔𝜔�,�
desempenho das   e empresas,
𝜔𝜔�,���  
representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
como a produtividade total dos fatores ou as vendas, cessantes em t‐1 no total desta variável. 
com diferentes cessantes em t‐1 no total desta variável. 
horizontes temporais e desa-
mprego das empresas entrantes em t e das empresas  representam respetivamente o peso no emprego das empresas entrantes em t e das empresas 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
cessantes em t‐1 no total desta variável. 
gregações setoriais.
cessantes em t‐1 no total desta variável.  A título de exemplo assinale-se o trabalho de Linarello e Petrella (2017) para
a Itália, Decker et al. (2017) para os EUA, e o Tema em destaque do Banco de Portugal do Boletim        
Económico de outubro de 2018,    que serve de ponto de partida para a corrente análise e
   abor-
que   
     
    
          portuguesa no período 2006-2015 com base na produtividade  
  dou
     esta questão para a economia Este  tipo  de  decomposições     tem  sido  aplic
total dos fatores Este etipo  Este 
dividindoEste  tipo 
tipo 
de  decomposições 
a de 
de  decomposições 
Este 
Este 
análise decomposições 
tipo 
tipo entre de 
de  tem 
setoresdecomposições 
decomposições  tem 
tem 
sido transacionáveis
aplicado  sido 
sido tem  aplicado 
aplicado 

tem  diversas 
sido 
sido 
e não a 
a  diversas 
diversas 
variáveis 
aplicado 
aplicado 
transacionáveis. a 
a  variáveis 
variáveis 
de  desempenho 
diversas 
diversas  de 
de  desempenho 
variáveis 
variáveis  desempenho 
das 
de 
de     das 
desempenho 
desempenho  das  da
da
Este  tipo    de tipo  decomposições  tem  sido  aplicado  a  diversas  variáveis  de  desempenho  das  como 
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

mposições  tem  sido  aplicado  Este Este 


Este   a  tipo 
tipo 
diversas  de 
de de  decomposições 
decomposições 
decomposições 
variáveis  de  tem tem 
tem 
desempenho  sido sido 
sido  aplicado 
aplicado 
aplicado 
das  a a a diversas 
diversas 
diversas  variáveis 
variáveis 
variáveis  de 
de de  desempenho 
empresas, 
desempenho 
desempenho  das das 
das    
a  produtividade  total  dos  fa
do 
ido aplicado 
aplicado a a diversas  diversas variáveis 
variáveis de  de desempenho 
desempenho 
empresas,  empresas, 
empresas, 
como  das 
das  como 
como 
a empresas, 
produtividade  a  produtividade 
a  produtividade 
como    total  dos 
a  produtividade  total 
total 
produtividade  fatores  dos 
dos   
ou fatores 
fatores 
total  as  vendas, 
dos  ou 
ou  as 
as 
fatores  vendas, 
vendas, 
com  ou  com 
as com 
diferentes  diferentes 
diferentes 
horizontes 
   com  horizontes 
horizontes 
ido  aplicado  a  diversas  empresas,  variáveis 
EstesEste  como  tipo  de 
exercícios a como desempenho 
de  de decomposição
  decomposições 
produtividade  total empresas, 
  das  tem 
dos  dafatores 
sido  como 
produtividade aplicado 
ou  a 
as  a permitem
vendas,  diversas  com  total 
separar
variáveis 
diferentes  dos  os de fatores 
efeitos
desempenho 
horizontes  ou 
sobre as  avendas, 
vendas, 
média
das  com  diferentes 
diferentes  horizonte
horizonte
produtividade  empresas, 
empresas, 
empresas,   ou diferentes  de a a 
como 
como  produtividade 
a  produtividade 
produtividade  total 
total 
total  dos dos 
dos  fatores 
fatores 
fatores  ou 
ou ou a as 
as as  vendas, 
vendas, 
vendas,  com 
com  com  diferentes 
diferentes 
diferentes  horizontes 
horizontes 
horizontes 
al 
tal  dos  fatores total 
dos fatores  ou 
ou as  dos 
as  fatores 
vendas, 
vendas,  (não com  Este 
com ponderada)
as 
tipo  vendas, 
diferentes  dos
com 
decomposições 
horizontes 
horizontes  diferentes 
efeitos de estrutura. Em Este 
tem  horizontes 
sido  aplicado 
termos tipo  práticos,
diversas 
de  ambos
variáveis 
Este  tipo  de 
de 
os contributos
desempenho 
decomposições  resultam
das tem 
do sido  aplicado  a  diver
tal  dos  fatores  ou  as  vendas,  com 
  empresas,  diferentes  como Este a  horizontes 
produtividade 
tipo  de  decomposições  total  dos tem  fatores  sido  ou  as  decomposições 
aplicado  vendas,  com 
a  diversas  tem 
11  sido 
diferentes 
variáveis  aplicado 
horizontes 
de  desempenho  a  diversas  das variáveis  de  d
Este 
empresas,  tipo 
efeito combinado de variações nos 11  de 
como  decomposições 
11 
a 11 produtividade  tem  total 
11 fatores institucionais
11  sido  dos  aplicado 
fatores  a 
ou 
e como  diversas 
as 
regulatórios vendas,  variáveis  com 
que afetam de 
diferentes  desempenho  horizontes 
oa funcionamento das 
empresas,  a  empresas, 
produtividade    total 
como  produtividade  total  dos  fatores  com ou  as 
plicado  a  diversas  variáveis  11  11 Este 
11  tipo  de 
de  desempenho 
11  decomposições 
  empresas,  das    como   tem  sido  aplicado 
a  produtividade  total  a  diversas 
dos  fatores  variáveis 
ou  as  vendas,  de  desempenho  com dos  fatores 
diferentes  das  horizontes  ou  as  vendas,  difere
  dos empresas, 
mercados comocomo  o a 
nívelprodutividade 
de concorrência, total  dos 
a fatores 
legislação ou 
do as  vendas, 
mercado de com trabalho, diferentes  a qualidadehorizontes  da
    11 
  fatores  ou  as  vendas,  com  empresas, 
diferentes como  horizontes  a  produtividade  total  dos  fatores  parteou  as empresas
vendas,  com  diferentes  horizontes 
  11  empresarial, o acesso a financiamento por
gestão
11 
das 11  ou o enquadramento jurídico
que  regula 11 
11  a atividade económica.    
11     
O Quadro 6 apresenta os resultados da decomposição de Melitz e Polanec (2015) para o período
 
2014-2018. As primeiras duas colunas identificam os contributos da evolução média da produti-
vidade e da realocação para a taxa de crescimento da produtividade agregada. Os resultados
indicam uma evolução muito positiva da produtividade média não ponderada, que contribuiu, em
média, 5,5 pontos percentuais para a variação na produtividade agregada. Em sentido inverso,
o efeito de estrutura contribuiu negativamente para a variação da produtividade agregada, cor-
respondendo, em termos médios, a -4,8 pontos percentuais. Este resultado reflete o aumento do

46
peso no emprego das empresas com menor produtividade (Quadro 4) com uma evolução menos
favorável da produtividade das empresas com maior peso do emprego (Quadro 2).
A demografia empresarial revela um contributo negativo das entradas, equivalente a 1,8 pontos
percentuais, que decorre das novas empresas registarem uma produtividade inferior à média das
incumbentes, tal como referido. O contributo das saídas de empresas é positivo, 1,7 pontos percen-
tuais. Este é também um resultado esperado, uma vez que as empresas que saem do mercado têm
um desempenho pior do que as incumbentes. Em termos líquidos, o efeito da demografia revela-se
ligeiramente negativo, -0,1 pontos percentuais.

Quadro 6 • Resultados da decomposição dinâmica de Olley-Pakes

Empresas incumbentes Demografia das empresas


Produtividade Produtividade
média não Efeito Entradas Saídas Líquido agregada
ponderada de estrutura (1) (2) (1) + (2)
2014-2015 4,9 -5,0 -2,0 1,8 -0,2 -0,3
2015-2016 4,8 -3,9 -1,7 1,8 0,1 1,0
2016-2017 8,9 -7,1 -1,6 1,4 -0,2 1,7
2017-2018 3,5 -3,2 -1,8 1,7 -0,2 0,1
Média 5,5 -4,8 -1,8 1,7 -0,1 0,6

Nota: Variação da produtividade agregada em percentagem e respetivos contributos em pontos percentuais.

O facto de a variável de análise ser a produtividade por trabalhador, a qual diverge entre setores em
resultado das suas caraterísticas tecnológicas, designadamente quanto à intensidade capitalística,
justifica uma análise com maior detalhe setorial. Assim, o cálculo da variação da covariância entre
a produtividade média e o peso da empresa no setor é feito num conjunto de empresas poten-

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


cialmente mais comparáveis. A Gráfico 3 apresenta a decomposição da variação média anual da
produtividade por setor de atividade.

Gráfico 3 • Contributos para a evolução da produtividade setorial na média do período


2014-2018

15
2,0
Percentagem e pontos percentuais

10
1,3
2,0
1,2 1,5 12,1
5 5,2
1,8 8,0
6,3
1,6 0,3 3,3 1,3 1,6 2,1 -0,8
0
-2,0
-1,5 -1,7
-7,4 -8,1 -7,0
-5 -0,7 -0,8 -3,5

-1,5 -1,2 -2,2


-10 -3,9

-15
Indústria Construção Comércio Transportes Alojamento Serviços diversos
transformadora e reparação e comunicações e restauração e de consultoria

Produtividade média não ponderada Efeito de estrutura Entradas Saídas Produtividade agregada

A produtividade agregada da indústria transformadora cresceu 1,6% em média. Embora a variação


setorial da produtividade média não ponderada das empresas seja das menores, o contributo da

47
interação entre produtividade e emprego é menos negativo, sendo também de salientar o contribu-
to positivo da demografia empresarial. Estes mercados estão expostos à concorrência internacional,
pelo que os potenciais problemas decorrentes das barreiras ao funcionamento dos mercados e da
realocação tendem a ser menores.

O setor da construção é normalmente bastante afetado pelas flutuações cíclicas na economia,


tendo registado uma forte contração no processo de ajustamento da economia portuguesa após
2010. No período 2014-2018, a produtividade agregada registou um crescimento médio anual de
0,3%. Esta evolução beneficiou do forte contributo da produtividade média anual das empresas
do setor que se situou em 8,0 pontos percentuais. No entanto, o contributo do efeito de estrutu-
ra foi negativo, correspondendo a -7,4 pontos percentuais. Para este efeito muito negativo terá
contribuído a redução do peso no emprego das empresas com maior produtividade e a evolução
menos favorável da produtividade das empresas com maior peso do emprego. O efeito líquido da
entrada e saída de empresas teve um contributo negativo nos últimos anos, sobretudo em ligação
com uma menor produtividade das empresas entrantes.

O setor do comércio e reparação registou um crescimento médio de 3,3% na produtividade agrega-


da. Este é o maior valor nos setores considerados. Tal desempenho resulta do contributo da produ-
tividade média das empresas (5,2 pontos percentuais), parcialmente compensado pelo contributo
negativo do efeito de estrutura, com um valor de -2,0 pontos percentuais. No entanto, no último ano
analisado, este contributo apresentou uma melhoria sensível, atingindo um valor positivo. Por seu
turno, o contributo da demografia empresarial foi nulo.

No setor dos transportes e comunicações o desempenho da produtividade média agregada foi


o mais adverso, registando uma queda de -1,7%. Para este resultado contribuiu muito fortemente
o efeito da interação entre produtividade e emprego, -3,5 pontos percentuais, mais do que anulan-
do o contributo do aumento da produtividade média das empresas (1,6 pontos percentuais).

No setor do alojamento e restauração, a produtividade média agregada cresceu 2,1%, benefician-


do do elevado contributo da produtividade média das empresas que, apesar da redução registada
em 2018, foi a mais elevada do conjunto dos setores. Os contributos negativos dos restantes com-
ponentes foram também dos maiores. É de sublinhar o contributo muito negativo da entrada de
novas empresas neste mercado, com produtividade inferior à das incumbentes. Este setor, muito
associado à atividade turística, registou uma forte expansão no período.

No setor dos serviços diversos e consultoria, que inclui atividades muito diferenciadas, observou-se
Banco de Portugal • Boletim Económico • Dezembro 2021

uma redução de 0,8% da produtividade média agregada, o que corresponde ao segundo pior
desempenho setorial. Apesar do contributo importante da produtividade média das empre-
sas, estimado em 6,3 pontos percentuais, observa-se uma evolução mais adversa na componente
associada ao efeito de estrutura e um contributo de -0,2 pontos percentuais da entrada e saída de
empresas.

Considerações finais
A análise da evolução da produtividade na economia portuguesa no período 2014-2019 permite
retirar algumas conclusões relevantes. Em primeiro lugar, observa-se um aumento forte da pro-
dutividade média das empresas, não considerando a afetação do emprego entre as mesmas. Em
segundo lugar, a variação da produtividade foi relativamente menor nas empresas com maior peso
no emprego, o que se repercutiu negativamente sobre a produtividade agregada. Adicionalmente,
as empresas mais produtivas perderam peso no emprego, o que reforçou o desvio observado

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entre a produtividade média não ponderada e ponderada pelo peso no emprego. O impacto da
demografia empresarial foi muito pequeno. Uma magnitude elevada dos efeitos de estrutura não
é anormal face ao observado no passado e noutras economias, mas alerta para a necessidade de
promover uma correta alocação dos recursos na economia.

Tais resultados remetem para a importância da criação das condições para o aumento da dinâmica
da produtividade das empresas, incluindo das maiores que, partindo de níveis superiores de produ-
tividade, tendem a contribuir mais intensamente para o desempenho global da economia. Em
acréscimo, o desenho das políticas deve ter em conta a sua capacidade para dotar o emprego com
as qualificações necessárias e para investir, o que permitirá ampliar estes ganhos. Nas empresas de
menor dimensão o percurso a percorrer é mais longo, mas necessário para que alcancem a escala
e a produtividade das maiores. As empresas nascem com pequena dimensão e traduzem ideias de
negócio que são testadas no mercado. O seu sucesso deve traduzir-se em crescimento e maior uti-
lização dos recursos disponíveis na economia, mas o seu insucesso deve também significar a saída
do mercado e a libertação de recursos para outras atividades mais produtivas.

O conjunto de políticas que permite materializar estes progressos é conhecido e deve ser reforça-
do. Tais ações passam por aumentar a concorrência nos mercados do produto, reduzir os custos
de contexto, melhorar o acesso ao financiamento e o funcionamento do mercado de trabalho.
Estas reformas de caráter estrutural apresentam desafios de conceção e implementação, mas
devem prosseguir de forma continuada.

Por fim, será importante avaliar o comportamento da produtividade e da eficiência setorial no


período pós-pandemia. Esta crise trará alterações importantes no peso relativo dos setores de
atividade e dos modelos de negócio e tecnologias utilizadas pelas empresas. Adicionalmente, as
políticas públicas têm sido utilizadas com o duplo objetivo de preservar a capacidade produtiva
e criar as condições adequadas para a reestruturação e recuperação económica. A manutenção

Dinâmica da produtividade por trabalhador nas empresas portuguesas no período 2014-2019


de um enfoque na melhoria do funcionamento dos mercados tenderá a permitir ganhos que, por
sua vez, poderão facilitar a resposta aos vários desafios que se colocam à economia portuguesa.

Referências
Banco de Portugal, Tema em destaque “Reafetação de recursos e produtividade total dos fatores
em Portugal”, Boletim Económico de outubro de 2018.

Banco de Portugal, Tema em destaque “Produtividade aparente do trabalho em Portugal na últi-


ma década: uma abordagem ao nível da empresa”, Boletim Económico de maio de 2019.

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Olley, G. S. e Pakes, A. (1996). “The dynamics of productivity in the telecommunications equipment


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