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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Secretaria da Fazenda e Planejamento


Situação Econômico-Financeira do Governo do Estado de São Paulo em 2022

Este documento apresenta os principais resultados da gestão orçamentária e financeira do Governo do


Estado de São Paulo ao longo do ano de 2022 e, adicionalmente, após esta introdução, descreve as
principais atividades realizadas pelos diversos órgãos governamentais, no âmbito dos programas e
ações previstas em cada uma das Secretarias de Estado, com base na legislação em vigor.

O ano de 2022 foi mais um ano positivo em relação aos resultados fiscais. Como exemplo, o Estado
no resultado primário alcançou R$ 21,2 bilhões e ficou cerca de 1,6 vezes maior do que a meta. Em
relação aos indicadores de endividamento, houve recuo generalizado, com destaque para a relação
Dívida Consolidada Líquida sobre a Receita Corrente Líquida (DCL/RCL), que alcançou 1,15, o valor
mais baixo da série iniciada em 1997 e bem abaixo do limite de 2,00 estabelecido para os Estados.

Tais resultados se deveram a uma gestão responsável, com contínuo aprimoramento da administração
tributária e maior zelo com o gasto público. Para além dos números, foi possível manter o nível de
prestação de serviços à população, sobretudo nas ações pós pandemia, e também o de investimentos
em projetos prioritários.

O cenário macroeconômico foi outro fator a possibilitar tais resultados fiscais. Após um 2020 de grave
recessão na maior parte das economias do mundo e o ano de 2021 marcado pela recuperação global,
especialmente por conta do avanço na vacinação, no exercício de 2022, a atividade teve grande
impulso do setor de serviços, o principal da economia brasileira, que acelerou principalmente no
primeiro semestre. Estímulos fiscais dados à economia impulsionaram os números, junto com o
chamado “efeito reabertura”, em que o retorno a bares, restaurantes, salões de beleza, turismo e outras
atividades provocou um aumento expressivo do consumo. No segundo semestre, porém, os dois
fenômenos perderam força e causaram uma desaceleração gradual da economia. No Brasil, o PIB, que
havia apresentado retração de 3,9% em 2020, cresceu 4,6% em 2021, em 2022 cresceu 2,9%. No
Estado de São Paulo, o crescimento do PIB em 2022 foi de 2,8% em relação ao ano anterior, com
destaque para o setor de serviços (com elevação de 3,6%)1.

A inflação mundial estava em trajetória de alta no mundo depois dos estímulos monetários e financeiros
adotados pelos países na pandemia de Covid-19. Com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a alta
de preços se intensificou no mundo. Nos últimos meses de 2022, as taxas começaram a desacelerar.
A inflação na Zona do Euro foi de 9,2%, Alemanha de 8,6%, Estados Unidos de 6,5% e França de
5,9%. No Brasil, a inflação ficou ainda menor, com o IPCA alcançando 5,79% e o IGP-M totalizando
5,03%.

Em 2022, como medida para compensar a perda de receitas dos entes estaduais sobre a redução do
ICMS nos combustíveis, foram promulgadas a Lei Complementar nº 194, de 23 de junho de 2020 e a
Emenda Constitucional nº 123, de 14 de julho. Pelo lado das despesas, em São Paulo, superadas as
restrições da Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020, que impôs vedações administrativas,
especialmente no âmbito da gestão de pessoal até dezembro de 2021, foram concedidos reajustes
salariais nos termos da Lei Complementar nº 1.373, de 30 de março de 2022. Merece ainda destaque
o forte crescimento dos investimentos, que tiveram alta em 2021 de 110% e em 2022 cresceram 8,7%,
contribuindo para a retomada econômica e a geração de empregos no Estado.

Em relação ao quadriênio finalizado em 2022, destaca-se os resultados da gestão fiscal da


administração estadual quando foram observados os maiores resultados primários e os menores níveis
de endividamento da história para o Estado e a realização de reformas importantes que ajudarão a
garantir a continuidade desse processo nos próximos anos.

Nas seções seguintes é apresentado um resumo das principais características da execução


orçamentária do Governo do Estado de São Paulo em 2022.

1 Cf. https://www.seade.gov.br/economia-paulista-cresceu-28-em-2022/

I
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
1. Receitas
Em 2022 o Governo do Estado de São Paulo conseguiu encerrar o exercício com indicadores fiscais
favoráveis. As receitas arrecadadas de R$ 320,9 bilhões e as despesas empenhadas de R$ 311,6
bilhões foram 11,9% e 8,6% superiores aos R$ 286,8 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual
(LOA) - Lei nº 17.498, de 29 de dezembro de 2021. Destaca-se também o Resultado Primário
observado de R$ 21,2 bilhões, superando a meta de R$ 13,2 bilhões estabelecida na Lei das Diretrizes
Orçamentárias (LDO)2.

Tabela 1 - Receitas Totais

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez Nominal
2022 (-) 2021 Real
Receitas Totais 278.609 320.864 42.255 15,2% 5,4%
Receitas Correntes 272.855 314.404 41.549 15,2% 5,4%
Receitas de Capital 5.754 6.461 706 12,3% 2,7%
Fo nte: Relató rio Resumido da Execução Orçamentária
https://po rtal.fazenda.sp.go v.br/acesso info rmacao /P aginas/Relató rio -Resumido -da-Execução -Orçamentária.aspx

A Receita Total do Estado em 2022, conforme a Tabela 1, atingiu o valor de R$ 320,9 bilhões,
comparado com o exercício anterior; o que representou um aumento de 15,2%, em termos nominais, e
de 5,4%, em termos reais com valores deflacionados pelo IPCA. O crescimento da Receita Total,
observado em 2022, teve como principal fator a expansão da Receita Corrente, que acusou o mesmo
crescimento da Receita Total. As Receitas de Capital apresentaram um crescimento de 12,3% em
termos nominais e 2,7% em termos reais.

O bom desempenho da gestão orçamentária e financeira do Governo do Estado de São Paulo será
explicado ao longo do texto, quando todos os indicadores relevantes estiverem reunidos para avaliação
da gestão, e sob a perspectiva do cenário macroeconômico nacional. Nas linhas a seguir serão
comentados os principais traços desta gestão ao longo do ano de 2022, acrescidos das estatísticas e
indicadores que permitem a sua visualização e análise.

Receitas Correntes
No exercício de 2022, as receitas totais e as receitas correntes do Governo do Estado de São Paulo
cresceram, em termos reais, em 5,4%. Essas receitas são fortemente impactadas pelo ICMS, que
representa parcela significativa, em torno de 65% das Receitas Correntes, e que ao longo deste
exercício arrecadou 8,3% a mais que em 2021, em termos nominais, e houve retração real de 0,9%.
(Tabela 2)

As Receitas Correntes que apresentaram aumentos reais, em destaque, foram as Transferências


Correntes, com taxa de crescimento real de 44,5%, e a Receita Patrimonial, com aumento real de
40,0%, comparadas a 2021.

Receita Tributária
A Receita Tributária, no exercício de 2022, apresentou um crescimento real de 1,1% em relação ao ano
anterior. Quando comparada com a receita inicial prevista na LOA de R$ 236,4 bilhões, superou em R$
7,5 bilhões, equivalente a um crescimento de 6,9%.

O ICMS, com uma arrecadação de R$ 204,0 bilhões em 2022, contra R$ 188,4 bilhões em 2021,
apresentou um crescimento nominal de 8,3%, no entanto apresentou uma retração real de 0,9%,
representando 81% da Receita Tributária e 65% da Receita Total em 2022. (Tabela 2)

2 Na seção 3 desta Introdução, dedicada ao Resultado Primário, se oferece um exame mais detalhado destas variáveis.

II
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Tabela 2 - Receitas Correntes

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez Nominal Real
2022 (-) 2021

Receitas Correntes 272.855 314.404 41.549 15,2% 5,4%


Receitas Tributárias 228.842 252.709 23.867 10,4% 1,1%
ICMS 188.361 203.978 15.617 8,3% -0,9%
IPVA 18.525 22.748 4.223 22,8% 12,4%
ITCMD 4.396 4.150 -246 -5,6% -13,6%
IRRF 8.733 11.677 2.945 33,7% 22,4%
Outras Receitas Tributárias 8.828 10.156 1.327 15,0% 5,3%
Receita de Contribuições 8.765 9.689 924 10,5% 1,2%
Receita Patrimonial 9.832 15.046 5.214 53,0% 40,0%
Transferências Correntes 15.998 25.269 9.271 58,0% 44,5%
Demais Receitas Correntes 9.418 11.691 2.273 24,1% 13,6%
Fo nte: Relató rio Resumido da Execução Orçamentária
https://po rtal.fazenda.sp.go v.br/acesso info rmacao /P aginas/Relató rio -Resumido -da-Execução -Orçamentária.aspx

Como mostra o Gráfico 1, nos últimos anos, a receita de ICMS oriunda do setor de comércio e serviços
continua sendo a maior, sendo atualmente responsável por 41,2% da arrecadação total do tributo,
seguida pelas atividades industriais, que atualmente representam 38,7%.

Gráfico 1 - Evolução da Arrecadação do ICMS por Setores

A economia nacional registrou em 2022, conforme apurado pelo IBGE, um crescimento de 2,9% do PIB
do Brasil. Já o nível de atividade do Estado ficou muito próximo ao nacional, cresceu neste ano a uma
taxa de 2,8%, conforme apuração da Fundação SEADE. Como observado na Tabela 3, o crescimento
da receita arrecadada estadual no setor da Indústria apresentou uma variação positiva de 3,2%, em
termos reais, comparada a 2021.

III
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Tabela 3 - Arrecadação do ICMS em Setores Selecionados

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2021 (-) 2020 Nominal Real*
Agricultura, pecuária e outros produtos animais 698 694 -4 -0,6% -9,0%
Indústria 65.591 73.996 8.405 12,8% 3,2%
Minerais não metálicos 3.113 3.207 94 3,0% -5,7%
Metalúrgica 6.528 6.901 373 5,7% -3,3%
Máq., equip.e instalações 5.021 5.663 642 12,8% 3,2%
Mat. Elétrico e de Comunicações 4.928 5.054 126 2,5% -6,2%
Material de transporte 7.810 10.307 2.497 32,0% 20,8%
Papel e celulose 2.634 2.672 38 1,5% -7,2%
Produtos químicos 12.093 14.391 2.299 19,0% 8,9%
Produtos farmacêuticos 3.628 3.479 -149 -4,1% -12,3%
Produtos de plástico 3.590 4.065 475 13,2% 3,6%
Produtos alimentícios 6.410 7.097 687 10,7% 1,3%
Bebidas 4.176 4.501 325 7,8% -1,4%
Outros 5.659 6.657 998 17,6% 7,6%
Preços Administrados 43.911 46.097 2.186 5,0% -3,9%
Comércio e Serviços 65.805 71.671 5.866 8,9% -0,3%
Não Classificados (Simples Nacional) 9.603 8.688 -915 -9,5% -17,2%
TOTAL 185.607 201.145 15.538 8,4% -0,8%
(*) A v ariação real apresentada (IPCA) é calculada multiplicando-se os v alores correntes de 2021 pelo índice médio do período (Jan-Dez-22 sobre Jan-Dez-21), que foi de 9,28%.
Fonte: Relatório da Arrecadação Tributária de fevereiro de 2023 – Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relat%C3%B3rios-da-Receita-Tribut%C3%A1ria.aspx

O IPVA, responsável por aproximadamente 9% da Receita Tributária do Estado, cresceu 22,8%, em


2022, em termos nominais, e 12,4% em termos reais, em relação a 2021.

A contribuição deste tributo à Receita Tributária de São Paulo também se encontra em processo de
transição, não apenas pela tendência decrescente da participação paulista na produção e,
principalmente, nos licenciamentos de veículos automotores, como pela perda de espaço do veículo
individual na cesta de consumo das novas gerações. Para os efeitos da previsão do potencial de receita
do Estado é o primeiro fenômeno o que interessa.

Por três anos o mercado automotivo nacional andou de lado, enquanto as vendas globais chegaram a
encolher. Foi um período difícil, marcado pela pandemia e seus efeitos em cascata, em especial no
tocante à quebra na cadeia de fornecimento e à crise global dos semicondutores. Analisando a série
histórica, no período compreendido entre 1990 e 2020, a produção de veículos aumentou 2,2 vezes,
enquanto em São Paulo este crescimento foi 1,2 vezes. Ou seja, enquanto no país a produção duplicou,
em São Paulo manteve a produção um pouco maior comparada a 1990. A participação percentual do
Estado de SP na produção automotiva do país caiu de 74% em 1990, para 40,8% em 20203. Por outro
lado, no que tange ao número de licenciamento de veículos novos (nacionais e importados) por unidade
da federação, os dados disponíveis correspondem aos dois últimos exercícios 2021 e 2022. Em 2022,
no Brasil como um todo, o número de licenciamentos apresentou uma retração de 0,7% em relação a
2021, e no mesmo período em São Paulo houve um crescimento de 12,6%. Entre um exercício e outro
a participação de São Paulo no total de licenciamentos cresceu de 21,4% para 24,3%4.

Outro destaque na categoria da Receita Tributária é o Imposto sobre a Renda - Retido na Fonte - IRPF
com arrecadação de R$ 11,7 bilhões, correspondendo a 4,6% desta categoria;

3 Cf. Anuário da ANFAVEA 2021 - https://anfavea.com.br/anuario2021/anuario.pdf


4 Cf. Anuário da ANFAVEA 2023 - https://anfavea.com.br/anuario2023/2023.pdf

IV
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Em relação ao exercício de 2021, verificou-se variação nominal positiva de 33,7% e real de 22,4%, em
função, principalmente, dos reajustes salariais concedidos nos termos da Lei Complementar nº 1.373,
de 30 de março de 2022.

Outras Receitas Correntes


Em relação às outras receitas correntes: a Receita de Contribuições, a Receita Patrimonial e a Receita
de Transferências Correntes tiveram desempenho diferenciado (Tabela 2). A Receita de Contribuições
apresentou um crescimento real de 1,2% (Tabela 4), explicado pelas seguintes rubricas: Contribuição
do Servidor: com a aprovação da Lei Federal nº 13.954 de 16 de dezembro de 2019, que dispôs sobre
o Sistema de Proteção Social dos Militares - SPSM, houve uma alteração da base de cobrança da
contribuição dos militares inativos e pensionistas. A partir de 2020 o percentual de 9,5% (era de 11%)
passou a incidir sobre o total dos valores e não apenas sobre aquele que ultrapassasse o teto do RGPS.
(Com o SPSM deixou de existir a contribuição patronal dos militares). A diferença necessária para o
equilíbrio das receitas e das despesas será suportado pela insuficiência financeira do SPSM. Com a
Reforma da Previdência Paulista, instituída pela Emenda à Constituição Estadual nº 49/2020 e Lei
Complementar nº 1.354/2020, alterou a alíquota previdenciária fixa de 11% para alíquota de
contribuição previdenciária escalonada de 11% a 16%, de acordo com a faixa salarial. A contribuição
patronal continua sendo o dobro da respectiva contribuição do servidor ativo civil e com a instituição do
SPSM a contribuição patronal dos militares deixou de existir.

Tabela 4 - Receita de Contribuições

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez Nominal Real
2022 (-) 2021

Receita de Contribuições 8.765 9.689 924 10,5% 1,2%


Contribuição do Servidor 8.585 9.590 1.005 11,7% 2,2%
Ativos 4.144 4.563 419 10,1% 0,8%
Inativos e Pensionistas 4.333 4.917 585 13,5% 3,9%
Outras Contrib.(Retenções sobre pagto de Precatórios e OPV’s) 109 110 1 1,1% -7,5%
Outras Contrib. Previd. das Carteiras (IPESP) 155 76 -80 -51,2% -55,3%
Contrib. de Solidar. às Santas Casas de Misericórdia 25 23 -2 -7,6% -15,4%

A Receita Patrimonial (Tabela 5) apresentou um crescimento real de 40%, em relação a 2021, motivada
por diversos fatores, entre os que se incluem: a) aumento da receita derivada da Cessão de Direitos
Operacionais, com o ingresso da 2ª parcela da renovação do Contrato Banco do Brasil no valor de R$
2,5 bilhões; b) a receita oriunda de aplicações financeiras apresentou um crescimento real de 255,1%,
atribuído ao aumento das taxas de juros e elevado saldo de caixa exercício de 2022.

Tabela 5 - Receitas Patrimoniais

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
Receita Patrimonial 9.832 15.046 5.214 53,0% 40,0%
Concessões 3.869 327 -3.541 -91,5% -92,3%
Dividendos 105 455 351 335,2% 298,2%
Juros de Capital 284 114 -169 -59,7% -63,2%
Juros de Capital - SABESP 137 0 -137 - -
Aplicação Financeira - Rendimentos 2.136 8.287 6.152 288,0% 255,1%
Cessão Direito Operacional. Pagtos. 3.197 5.636 2.438 76,3% 61,3%
Demais 242 227 -16 -6,5% -14,4%

V
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
As Transferências Correntes apresentaram um crescimento real de 44,5% (Tabela 6) em relação ao
ano anterior. Em 2022, como medida para compensar a perda de receitas dos entes estaduais sobre a
redução do ICMS nos combustíveis, foram promulgadas a Lei Complementar nº 194, de 23 de junho
de 2020 e a Emenda Constitucional nº 123, de 14 de julho. No caso, para o Governo do Estado de SP
os auxílios financeiros em 2022 foram de R$ 4,6 bilhões e R$ 1,9 bilhão respectivamente. Outra rubrica
que apresentou crescimento foi o de Royalties (incluídos em “Outras Transferências Correntes”), cujo
aumento foi de 40,3% em termos reais e arrecadação no valor de R$ 564 milhões decorrente do leilão
dos bônus dos excedentes do petróleo e do gás natural nos campos de Sépia e Atapu, áreas operadas
pela Petrobras na cessão onerosa do pré-sal da Bacia de Santos.

Tabela 6 - Transferências Correntes

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
Transferências Correntes 15.998 25.269 9.271 58,0% 44,5%
SUS - Sistema Único de Saúde 6.350 5.899 -450 -7,1% -15,0%
FNDE - Fundo Nacional Desenv. Educação 3.249 3.656 406 12,5% 2,9%
ROYALTIES 2.600 3.987 1.387 53,3% 40,3%
Aux.Fin. Perda ICMS (LC 194/22 - art.3º §4) 0 4.605 4.605 - -
Aux.Fin. ICMS outorga etanol hidrat. (EC 123/22 inciso V) 0 1.918 1.918 - -
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados 1.424 1.226 -199 -13,9% -21,3%
FPE - Fundo Participação dos Estados 1.216 1.658 442 36,3% 24,7%
ICMS-Desoneração-LC 87/96 (a partir 2020 LC 176/20) 467 467 0 0,0% -8,5%
Aux.Emerg.Cultural - Lei 14.017/20 - Aldir Blanc 39 1 -38 -98,2% -98,4%
CIDE - Contribuição Interv. Domínio Econômico 77 118 41 53,1% 40,1%
Apoio Financeiro para os Estados e o DF 0 0 0 - -
Outras Transf. Correntes 575 1.735 1.160 201,7% 176,1%

Demais Receitas Correntes

São os agregados das Receitas Agropecuárias, Industrial, Serviços e Outras Receitas Correntes que
perfazem um total de R$ 11,7 bilhões, representando em torno de 3,7% das Receitas Correntes, e que
ao longo deste exercício arrecadou 24,1% a mais que em 2021, em termos nominais, e houve
crescimento real de 13,6%. (Tabela 2)

Nesse conjunto, fica evidenciado com uma das principais receitas a Receita de Serviços e atividades
referentes à Saúde, no montante de R$ 2,6 bilhões, destacando-se nessa composição a rubrica
serviços de assistência à saúde (IAMSPE e Caixa Beneficente da Polícia Militar – CBPM no valor de
R$ 1,8 bilhão).

Como principal origem de receita em Demais Receitas Correntes, encontram-se as Outras Receitas
Correntes totalizaram R$ 6,5 bilhões, representando 1,88% do total das Receitas Correntes, com um
acréscimo de 53,54% em relação à arrecadação de 2021.

Dentre estas rubricas evidenciam-se Outras Receitas - Primárias com R$ 2,2 bilhões, correspondendo
a 33,14%, constituídas em grande parte por recursos de desvinculação de receitas de que trata a
Emenda Constitucional nº 93/2016. Destaca-se também a receita de Multas previstas em Legislação
Específica com um montante de R$ 1,9 bilhão, equivalendo a 28,93% do total da classe.

VI
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Receitas de Capital
Em 2022, as Receitas de Capital alcançaram o valor de R$ 6,5 bilhões, representando um crescimento
real de 2,7% em relação a 2021, decorrente do aumento da receita de Operações de Crédito que atingiu
o valor de R$ 3 bilhões em 2022, contra R$ 1,2 bilhão em 2021, representando um crescimento de
141,1% em termos reais (Tabela 7).

Foram contratadas 3 (três) novas operações de crédito em 2022, totalizando aproximadamente R$ 4,9
bilhões, a saber: (i) R$ 1,5 bilhão junto ao BNDES destinada aos aportes do Estado na PPP de
implantação da Linha 6 – Laranja do Metrô; (ii) US$ 550 milhões com a Corporação Andina de Fomento
-CAF para a Expansão da Linha 2 – Verde do Metrô (Trecho Vila Prudente – Penha); e US$ 79,9
milhões com o BID, destinado ao Programa Renasce Tietê. As receitas oriundas destes empréstimos
atingiram o total de R$ 785 milhões em 2022; os recursos serão desembolsados em até 5 anos.

Quanto às Outras Receitas de Capital, houve uma retração real de 31,6%, em função do ingresso de
valores provenientes de depósitos judiciais de R$ 2,9 bilhões em 2022, valor inferior a 2021, que foi de
R$ 4,2 bilhões. Estes valores têm destinação exclusiva para o pagamento de sentenças judiciais
(Tabela 7).

Tabela 7 - Receitas de Capital

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
Receitas de Capital 5.754 6.461 706 12,3% 2,7%
Operações de Crédito 1.150 3.029 1.880 163,4% 141,1%
Alienação de Bens 186 55 -131 -70,5% -73,0%
Amortização de Empréstimos 0 0 0 - -
Transferências de Capital 199 222 23 11,5% 2,0%
Outras Receitas de Capital* 4.219 3.154 -1.065 -25,2% -31,6%
Fonte: Relatório Resumido da Ex ecução Orçamentária
https://portal.fazenda.sp.gov .br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Ex ecução-Orçamentária.aspx
* Ingresso de recursos dos Depósitos Judiciais

2. Despesas

O comportamento da despesa ao longo do exercício de 2022 refletiu a política orçamentária adotada


pelo Governo do Estado de São Paulo, cuja ênfase no controle do gasto é característica central. A
despesa total cresceu 14,3% em termos nominais e 4,6% em termos reais (Tabela 8). Superadas as
restrições da Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020, que impôs vedações administrativas,
especialmente no âmbito da gestão de pessoal até dezembro de 2021, foram concedidos reajustes
salariais nos termos da Lei Complementar nº 1.373, de 30 de março de 2022.

O grupo de despesa, Pessoal e Encargos Sociais continua sendo o componente mais importante da
despesa, com uma participação na Despesa Total de 36,1%. No exercício em foco experimentou um
crescimento nominal de 17,3% e real de 7,3% (Tabela 8). O principal fator determinante do aumento
da despesa com Pessoal é a despesa com servidores inativos e pensionistas, que, no exercício
aumentou em 23,2%, em termos nominais, e 12,7%, em termos reais. Quanto aos gastos com
servidores ativos aumentaram 13,3% e 3,7%, quando descontado o IPCA.

VII
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
A despesa de Custeio (Outras Despesas Correntes, excluídas as Transferências Constitucionais a
Municípios e Sentenças Judiciais), que representa o segundo componente em termos de importância
relativa, com aproximadamente 25,4% do total em 2022, encerrou o exercício com aumento de 21,3%,
em termos nominais, e 11%, em termos reais (Tabela 8).

As despesas com Sentenças Judiciais somaram R$ 7,7 bilhões, houve um decréscimo de 19,2%, em
termos nominais, e de 26,1%, em termos reais quando comparadas ao ano anterior.

O Serviço da Dívida teve um aumento de 7,7%, em termos nominais, e uma retração de 1,4%, em
termos reais, Nesse exercício, o aumento da dívida consolidada pode ser atribuído, principalmente, ao
acréscimo do estoque do Refinanciamento da Lei 9496/97 junto à União, em função da variação
negativa do CAM - Coeficiente de Atualização Monetária conforme Decreto Federal 8.616/2015.

Tabela 8 - Despesas Totais


2021 2022 Diferença Variação
em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
A B B (-) A B/A B/A

Despesas Totais 272.679 311.551 38.872 14,3% 4,6%


Despesas Correntes 238.289 274.327 36.037 15,1% 5,3%
Despesas de Capital 34.389 37.224 2.835 8,2% -0,9%

Pessoal e Encargos Sociais 95.903 112.499 16.595 17,3% 7,3%


Ativos 57.193 64.819 7.627 13,3% 3,7%
Inativos e Pensionistas 38.711 47.679 8.969 23,2% 12,7%
Custeio1 65.193 79.069 13.876 21,3% 11,0%
Transf. Constitucionais a Municípios 56.689 63.170 6.481 11,4% 2,0%
Sentenças Judiciais 9.545 7.710 -1.836 -19,2% -26,1%
Serviço da Dívida 19.899 21.431 1.532 7,7% -1,4%
Juros e Encargos da Dívida 11.001 11.977 976 8,9% -0,4%
Amortizações da Dívida 8.898 9.454 556 6,2% -2,8%
Investimentos (OFSS*) 25.449 27.672 2.223 8,7% -0,5%
2
Investimentos 17.906 24.700 6.794 37,9% 26,2%
Inversões Financeiras 7.543 2.973 -4.571 -60,6% -63,9%

Receitas Totais 278.609 320.864 42.255 15,2% 5,4%


Receitas Tributárias 228.842 252.709 23.867 10,4% 1,1%
Nota: Não inclui receitas e despesas intra-orçamentárias
( 1 ) Custeio = Outras Despesas Correntes exceto Transferências Constitucionais a Municípios e Sentenças Judiciais (desp. correntes).
( 2 ) Investimentos exceto Sentenças Judiciais (desp. de capital).
*OFSS (Orçamento Fiscal e da Seguridade Social)

VIII
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Despesa com Pessoal e Encargos Sociais

A despesa com Pessoal e Encargos (Tabela 8) continua representando o principal componente da


Despesa Total e da Despesa Corrente. Em termos agregados, no entanto, continua dentro dos limites
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A Despesa de Pessoal do Poder Executivo (Tabela
9) em relação à Receita Corrente Líquida (RCL) diminuiu de 38,69%, em 2021, para 37,93%, em 2022,
inferior em ambos os casos ao limite prudencial de 46,55% e ao limite máximo de 49% para o Poder
Executivo. Este mesmo indicador, quando referido a Todos os Poderes (Gráfico 2), diminuiu de 45,77%,
em 2021, para 44,55%, em 2022, inferior em ambos os casos ao limite de alerta de 54%, limite
prudencial de 57%, e ao limite máximo de 60% sobre a RCL.

Tabela 9 - Despesas de Pessoal Sobre a RCL – Poder Executivo (LRF)


em R$ milhões 3Q21 % da RCL 3Q22 % da RCL

Despesa Bruta 83.963 42,66% 95.613 48,57%


Servidores Ativos 47.318 24,04% 63.488 32,25%
Servidores Inativos e Pensionistas 32.932 16,73% 32.125 16,32%
Outras Desp. Pessoal - Contratos Terceirização (§ 1º do art. 18 da LRF) 3.713 1,89% 0 0,00%
Deduções 7.811 3,97% 8.712 4,43%
Indenização por Demissão 183 0,09% 420 0,21%
Decorrentes de Decisão Judicial 0 0,00% 0 0,00%
Despesas de Exercícios Anteriores 576 0,29% 580 0,29%
Inativos e Pensionistas c/ recursos vinculados 7.053 3,58% 7.711 3,92%
Total da Despesa Líquida com Pessoal 76.151 38,69% 86.901 37,93%
Limite Prudencial 91.627 46,55% 106.654 46,55%
Limite Máximo 96.450 49,00% 112.267 49,00%
Memo:
Receita Corrente Líquida (RCL) 197.090 229.465
(-) Transf. obrigatórias da União - emendas individuais (art.166-A,§1º,da CF) 91 102
(-) Transf. obrigatórias da União - emendas de bancada (art.166,§16,da CF) 163 246
= RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) Ajustada 196.836 229.117
Fonte: Relatório de Gestão Fiscal
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Quadros-Demonstrativos-da-Lei-de-Responsabilidade-Fiscal.aspx
Nota: Inclui em 3Q21 e 1Q22: Contratos de Terceirização. A partir de 2Q22: Estes contratos não integrarão os limites previstos no artigo 20 da LRF, conforme Decreto
Legislativo nº 79, de 30/06/2022 que susta a Portaria nº 377/2020 da STN/Min. da Economia.

Gráfico 2 - Despesas de Pessoal Sobre a RCL – Todos os Poderes (LRF)

Pessoal e Encargos / RCL Máximo


Todos Poderes
60,00%

54,23% 53,86%
53,44% 52,84% Máximo
51,19% 51,30% Executivo
50,71%
49,00%

48,20% 46,68% 48,92% 48,40% Prudencial


Executivo
45,76% 45,77% 46,55%
44,55%

Todos os
46,28% 46,40% 45,48% Poderes
42,41% 42,03%
43,98% 43,43% 43,36% 44,40%
41,29%
39,40% 40,33% 38,69% 37,93% Poder
Executivo

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Nota: Posições acumuladas referentes ao 3º Quadrimestre (3Q).
Inclui em 2021 e 1Q22: Contratos de Terceirização. A partir de 2Q22: Estes contratos não integrarão os limites previstos no artigo 20 da LRF, conforme Decreto Legislativo nº 79,
de 30/06/2022 que susta a Portaria nº 377/2020 da STN/Ministério da Economia.

IX
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
No exercício em foco, a Despesa com Pessoal (Tabela 8) experimentou um crescimento nominal de
17,3% e real de 7,3%.

O principal fator determinante do aumento da Despesa com Pessoal foi reajuste salarial ao
funcionalismo público estadual de SP de aumento de 20% para servidores da Saúde e da Segurança
e 10% para as demais áreas, conforme a Lei Complementar nº 1.373, de 30 de março de 2022, os
pagamentos foram retroativos à data-base de 1º de março de 2022. A valorização das carreiras do
funcionalismo paulista foi possível graças a uma série de medidas fiscais e de enxugamento da
máquina pública, além da atração de novos investimentos, adotada no início desta gestão. A reforma
estadual da Previdência, o ajuste fiscal e o fechamento de estatais também permitiu ao Governo de SP
ampliar sua capacidade de investimento – com R$ 53,1 bilhões em 2021 e em 2022 – e reforçar
programas sociais, como o Bolsa do Povo, que recebeu R$ 926 milhões de recursos ao longo deste
ano.

O crescimento do número de servidores inativos é fator que continua penalizando as contas públicas
paulistas apesar das inovações introduzidas precocemente em São Paulo na gestão do passivo
previdenciário5. A elevação do número de inativos e da despesa correlata pelo Regime Próprio de
Previdência dos Servidores-RPPS absorve recursos crescentes do Estado. Entre 2014 e 2021, a
contribuição do Tesouro para a cobertura das despesas previdenciárias subiu de R$ 14,2 bilhões para
R$ 16,5 bilhões, uma variação acumulada de 16,4%. Em 2022 este item atingiu o valor de R$ 23,5
bilhões, o que representou um crescimento nominal de 3,4%, e uma retração real 5,4%. Houve o
ingresso de outras fontes de financiamento do RPPS, como os Royalties - resultado ou compensação
financeira pela exploração de petróleo e gás natural (Lei nº 16.004/2015) no valor de R$ 3,7 bilhões e
R$ 865 milhões de superávit financeiro (Lei Estadual nº 17.293/2020 e Decreto nº 65.350/2020).
Segundo estatísticas da SPPREV-São Paulo Previdência, entidade gestora única do Regime Próprio
de Previdência dos Servidores Públicos, em 2011 a população de inativos e pensionistas era de
335.294, porém entre 2014 e 2022, a quantidade de inativos e pensionistas aumentou de 409.285 para
488.693

A gestão da Despesa de Pessoal acima descrita permitiu continuar com os indicadores bastante
razoáveis e dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, principalmente no Poder Executivo.
Como mostram a Tabela 9 e Gráfico 2, durante os últimos exercícios, as Despesas com Pessoal em
relação à Receita Corrente Líquida (RCL) têm se mantido em nível não só inferior ao limite máximo,
mas também ao limite prudencial.

Custeio
O Custeio, equivalente ao conjunto das Outras Despesas Correntes exceto transferências
constitucionais a municípios e sentenças judiciais (despesas correntes), continua sendo o segundo
componente relevante das Despesas Correntes em 2022, e representou 28,8% da Despesa Corrente
e 25,4% da Despesa Total. Em 2022, o Custeio foi de R$ 79,1 bilhões, valor que representou um
crescimento nominal de 21,3% e real de 11% em relação ao ano de 2021 (Tabela 8).
Esta rubrica impõe fortes desafios à gestão financeira, devido à heterogeneidade dos bens e serviços
envolvidos e a complexidade inerente aos contratos que pautam as relações entre os fornecedores e
provedores destes bens e serviços e as autoridades responsáveis pela administração estadual em cada
setor. Nesta conta se incluem bens e serviços adquiridos pelo setor público paulista com o intuito de
levar adiante as suas atividades típicas de governo, assim como serviços, insumos e materiais diversos,
que são oferecidos de forma direta ou através de instituições do setor privado, visando a concretização
de ações de interesse público e o atendimento de necessidades da sociedade em geral.

5Estas foram a criação da São Paulo Previdência (SPPREV) em 2007 e da Previdência Complementar (SPPREVCOM) em 2011. Em 2020, houve
a Reforma da Previdência SP: Lei Complementar nº 1.354, de 06/03/2020, dispõe sobre as aposentadorias e pensões do Regime Próprio de
Previdência dos Servidores Públicos. Cf. https://www.al.sp.gov.br/norma/193281

X
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
A decomposição da despesa por tipo de gasto (elementos da despesa), apresentada na tabela 10,
ilustra de forma complementar a direção adotada pela administração, no sentido de manter a política
de ajuste com foco, não exclusivo, mas importante, nas despesas de custeio com alguma margem de
discricionariedade.
Devem ser destacadas também as políticas públicas estaduais para minorar os efeitos da pós
pandemia na população carente mais atingida através da concessão de auxílios e bolsas (Lei nº 17.372,
de 26/05/2021 - Bolsas do Povo: Bolsa Trabalho, Via Rápida Econômico, Via Rápida 18, Vale Gás,
Educação Centro Paula Souza, SP Acolhe, Acolhe Saúde, Talento Esportivo, Vidativa). Esses gastos
foram registrados na rubrica “outros auxílios a pessoa física”, que representou um crescimento nominal
de 72% e real de 57,4% em relação ao ano de 2021, passando de R$ 538 milhões para R$ 926 milhões.
Outros itens e que somados equivalem a mais da metade (54%) do Custeio total merecem menção
como: o crescimento de 12,9% em termos reais nos gastos com serviços terceirizados/contratos de
gestão; as transferências voluntárias aos Municípios, que aumentaram 92,8%, em termos reais; as
indenizações e restituições (ressarcimento de gratuidades de transporte, custeio de diligências dos oficiais de justiça, etc),
que aumentaram 142,4%, em termos reais; o material de consumo, que aumentou 9,3%, em termos
reais; e as despesas de TI, que aumentaram 4,4%, em termos reais.
A despesa de contribuições registrou uma retração real de 10,5%, no período. Trata-se de um item que
representa 13,5% do Custeio e com forte correlação com a arrecadação de receitas base do FUNDEB.

Tabela 10 - Custeio – Por Elementos da Despesa


2021 2022 Diferença Variação
em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
CUSTEIO* 65.193 79.069 13.876 21,3% 11,0%
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica** 18.478 15.426 -3.052 -16,5% -23,6%
Contribuições 10.913 10.668 -244 -2,2% -10,5%
Contrato de Gestão** 0 7.365 7.365 - -
Subvenções Sociais 7.428 7.388 -39 -0,5% -9,0%
Material de Consumo 5.417 6.468 1.051 19,4% 9,3%
Transf. Voluntárias Municípios (inclui Fundo a Fundo) 2.846 5.996 3.151 110,7% 92,8%
Indenizações e Restituições 1.665 4.411 2.746 164,9% 142,4%
Serviços de TI e Comunicação-PJ / Despesas com TI 2.630 3.000 370 14,1% 4,4%
Serviços de Limpeza, Vigilância e Outros 2.484 2.436 -48 -1,9% -10,2%
PASEP 1.960 2.283 323 16,5% 6,6%
Serviços de Utilidade Pública 1.821 2.145 324 17,8% 7,8%
Auxílio Alimentação 1.534 1.473 -60 -3,9% -12,1%
Auxílio Financeiro a Pesquisadores 1.160 1.158 -2 -0,1% -8,6%
Pensões Especiais 1.080 1.096 16 1,5% -7,1%
Passagens e Despesas c/ Locomoção 584 955 371 63,5% 49,6%
Outros Auxílios Financeiros a Pes.Físicas (Bolsa do Povo) 538 926 388 72,0% 57,4%
Contr. a APM-PDDE Paulista (Lei 17.149/2019) 791 676 -115 -14,5% -21,8%
Demais 3.866 5.199 1.333 34,5% 23,1%
Fo nte: SIA FEM
No ta: Exclui Despesas Intra-Orçamentárias
(*) Custeio = Outras Despesas Co rrentes exceto Transf. Co nstit. M unicípio s e Sentenças Judiciais
(**) Co ntrato de Gestão até 2021em "Outro s Serviço s de Terceiro s - P esso a Jurídica".

O desempenho geral da despesa de Custeio por áreas de gasto (Tabela 11) continua mostrando a
predominância do gasto nas áreas de Saúde e Educação, que absorvem mais da metade da despesa
de Custeio do Estado em 2022, com percentuais de 28,4%, no caso da Saúde, e de 22,9%, no caso da
Educação.

XI
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Tabela 11 - Custeio – Por Órgãos

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
CUSTEIO* 65.193 79.069 13.876 21,3% 11,0%
SECRETARIA DA SAUDE 19.946 22.418 2.472 12,4% 2,9%
SECRETARIA DA EDUCACAO 16.142 18.122 1.980 12,3% 2,7%
SECR. DESENV. ECONOMICO 5.321 6.379 1.058 19,9% 9,7%
SECRETARIA DOS TRANSPORTES METROPOLITANOS 3.406 4.642 1.236 36,3% 24,7%
ADMINISTRACAO GERAL DO ESTADO 1.882 3.397 1.516 80,6% 65,2%
SECRETARIA DA SEGURANCA PUBLICA 2.810 3.395 585 20,8% 10,6%
TRIBUNAL DE JUSTICA 2.684 2.998 314 11,7% 2,2%
SECRETARIA DE LOGISTICA E TRANSPORTES 1.393 2.957 1.564 112,3% 94,2%
SECRETARIA DE ORCAMENTO E GESTAO 1.768 2.436 667 37,7% 26,0%
SECRETARIA DE GOVERNO 1.520 2.061 541 35,6% 24,1%
SECRETARIA DA FAZENDA E PLANEJAMENTO 1.834 2.019 186 10,1% 0,8%
SECRETARIA ADMINISTRACAO PENITENCIARIA 1.256 1.412 156 12,4% 2,9%
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL 931 1.298 368 39,5% 27,6%
SECRETARIA DA CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA 992 1.031 39 3,9% -4,9%
SECRETARIA DE INFR. MEIO AMBIENTE 627 909 282 45,0% 32,6%
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 385 825 440 114,3% 96,1%
SEC.DA JUSTICA E CIDADANIA 681 757 76 11,2% 1,7%
MINISTERIO PUBLICO 308 446 138 44,9% 32,6%
DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO 318 348 30 9,3% 0,0%
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 223 292 69 30,9% 19,8%
Demais 766 926 160 20,8% 10,6%
Fo nte: SIA FEM
No ta: Exclui Despesas Intra-Orçamentárias
(*) Custeio = Outras Despesas Co rrentes exceto Transf. Co nstit. M unicípio s e Sentenças Judiciais

Despesas de Capital
Em 2022, o total das Despesas de Capital foi de R$ 37,2 bilhões, valor que representou um crescimento
nominal de 8,2% e uma retração real de 0,9% em relação ao ano de 2021 (Tabela 8).

Este resultado teve como principal fator determinante o aumento dos gastos com Amortizações da
Dívida6, que no exercício em análise experimentaram aumento nominal de 6,2% e uma retração real
de 2,8%, e o aumento significativo dos Investimentos, que apresentaram crescimento real de 26,4%.

Nos Investimentos e Inversões Financeiras, itens pertencentes ao Orçamento Fiscal e da Seguridade


Social, os valores empenhados aumentaram de R$ 25,4 bilhões, em 2021, para R$ 27,7 bilhões, em
2022 (Tabela 12), o que representou um crescimento nominal de 8,7% e uma retração real de 0,5%.
Os valores empenhados com Recursos do Tesouro aumentaram de R$ 22,1 bilhões, em 2021, para
R$ 22,9 bilhões em 2022, e houve o aumento dos desembolsos de operações de crédito dos projetos
com financiamento de R$ 1,6 milhões para R$ 3,3 milhões.

Sob a ótica de Funções os Investimentos em 2022 concentraram-se nas Funções TRANSPORTE;


ADMINISTRAÇÃO; EDUCACAO; HABITACAO; GESTÃO AMBIENTAL; SEGURANCA PUBLICA e
SAUDE.

6Os comentários tecidos nesta irão se concentrar nas despesas com Investimentos, a descrição mais detalhada das despesas associadas com
a Dívida será apresentada mais adiante, na seção 4.

XII
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Os Investimentos das Empresas Estatais Não-Dependentes com Recursos Próprios também
aumentaram de R$ 5,0 bilhões, em 2021, para R$ 5,8 bilhões, com um crescimento nominal de 17,2%
e real de 7,3%. Os maiores gastos concentraram-se na SABESP; CDHU; DESENVOLVE SP;
PRODESP e EMAE.

O total dos Investimentos do Setor Público Estadual somaram R$ 33,5 bilhões ante R$ 30,4 bilhões do
ano anterior, o que correspondeu a um crescimento real de 0,8% (Tabela 12).

Tabela 12 - Investimento Total do Governo do Estado de São Paulo

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez Nominal
2022 (-) 2021 Real
1
Investimentos 17.906 24.700 6.794 37,9% 26,2%
2
Inversões Financeiras 7.543 2.973 -4.571 -60,6% -63,9%
SubTotal OFSS* 25.449 27.672 2.223 8,7% -0,5%
Empresas Estatais Não-Dependentes 3 4.996 5.856 860 17,2% 7,3%
Total 30.445 33.528 3.084 10,1% 0,8%
Fo nte: SIA FEM e Secretaria de Orçamento e Gestão -SOG
Notas: 1) Investimentos exceto Sentenças Judiciais (desp. de capital).
2) Investimentos realizados pelas Empresas Não Dependentes com recursos de Aporte de Capital do Estado.
3) Investimentos realizados pelas Empresas Não Dependentes com recursos próprios.
*OFSS (Orçamento Fiscal e da Seguridade Social)

Principais Projetos de Investimentos


Dentre os principais projetos executados com recursos de financiamentos, o Governo do Estado de
São Paulo manteve investimentos importantes em diversas áreas, tais como:

Transportes Metropolitanos:

• Implantação da Linha 6 – Laranja do Metrô (PPP) (R$ 832,4 milhões); e


• Expansão da Linha 2 – Verde do Metrô (Trecho Vila Prudente – Penha) (R$ 785,2 milhões).

Logística e Transporte:

• Programa de Investimento Rodoviário do Estado de São Paulo - Fase II (R$ 523,7 milhões); e
• Nova Rodovia Tamoios – Contornos Norte e Sul (R$ 393,4 milhões).

Infraestrutura Hídrica e Saneamento:

• Programa de Macrodrenagem do Rio Baquirivú-Guaçu e Construção das Barragens Pedreira


e Duas Pontes (R$ 308,1 milhões).

Os recursos que permitiram concretizar os investimentos durante o ano são oriundos de operações de
crédito de longo prazo, contratadas com as seguintes instituições financeiras: Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Banco Interamericano de Desenvolvimento BID; e
Corporação Andina de Fomento - CAF.

XIII
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
3. Resultado Primário

O Resultado Primário em 2022 foi de R$ 21,2 bilhões, calculado segundo o regime de caixa, conceito
adotado a partir de 2018 em virtude de orientação normativa do Governo Federal 7. Este resultado foi
bem superior à meta revista na LDO/2023 para o exercício de 2022, que foi de R$ 13,3 bilhões,
superada em 159% do valor efetivo. Já comparado ao resultado primário de 2021, teve um decréscimo
da ordem de 49,5%, em termos nominais, e 53,8% em termos reais (Tabela 13). Isto demonstra que a
gestão orçamentária e financeira do Governo do Estado de São Paulo continuou sendo eficaz, também
em 2022, em termos de ter atingido seus objetivos nesta importante meta de política fiscal responsável
seguida ao longo dos últimos anos.

Tabela 13 - Resultado Primário pelo Regime de Caixa

2021 2022 Diferença Variação


em R$ milhões
Jan a Dez Jan a Dez 2022 (-) 2021 Nominal Real
Receitas Primárias Totais (A) 275.041 309.482 34.441 12,5% 3,0%
Receitas Primárias Correntes 270.623 306.051 35.428 13,1% 3,5%
Receitas Primárias de Capital 4.418 3.431 -987 -22,3% -28,9%
Despesas Primárias Totais (B) 233.151 288.331 55.181 23,7% 13,2%
Despesas Primárias Correntes 219.106 257.354 38.249 17,5% 7,5%
Despesas Primárias de Capital 14.045 30.977 16.932 120,6% 101,8%
Superávit Primário (A-B) 41.890 21.151 -20.740 -49,5% -53,8%
Meta Anual na LDO 14.054 13.302 -752 -5,4% -13,4%
Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária e SIAFEM /SP
https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/Relatório-Resumido-da-Execução-Orçamentária.aspx
Nota: 1) Não inclui receitas e despesas intra-orçamentárias.
2) A partir de 2018 apuração pelo Regime de Caixa (Acima da Linha), conforme MDF 8ª edição.
3) Receitas Primárias não consideram as Aplicações/Receitas Financeiras, Operações de Crédito, Amortização de Empréstimos
e Alienações de Bens. Despesas Primárias não consideram Juros, Encargos e Amortização da Dívida.

A avaliação do resultado exige levar em consideração o contexto econômico regional e nacional no


período compreendido entre o final do primeiro quadrimestre de 2021 quando foi elaborada a Proposta
de Lei de Diretrizes Orçamentárias8, e o final do ano de 2021, quando, concluída a discussão e o exame
da proposta na ALESP, esta é transformada em Lei Orçamentária Anual e adotada pela administração9.

Ao longo deste período, como já comentado nas primeiras linhas desta Introdução, houve uma
mudança sensível no quadro macroeconômico geral do país, o que se retrata na distância entre as
hipóteses que serviram de base para as metas estabelecidas na LDO e as metas que efetivamente
poderiam ser alcançadas no novo contexto. Os números a seguir servem como ilustração: a taxa de
crescimento do PIB paulista utilizada na reprogramação do Resultado Primário de 2022 (LDO/2023) foi
de 0,5%, enquanto a taxa efetivamente alcançada foi de 3,0%. A Receita Primária e a Despesa Primária
superaram a previsão em 9,3% e 6,9% respectivamente. Em destaque, a arrecadação do ICMS foi de
3,0% maior que a previsão.

7 Em 2018, deixou-se de utilizar o modelo do Manual de Demonstrativos Fiscais, MDF, 7ª edição, que estabelecia o critério abaixo da linha
para o “Resultado Primário por Regime de Competência”, tendo-se adotado o modelo MDF da 8ª edição, que recomenda o método acima
da linha para o “Resultado Primário por Regime Caixa”: receitas primárias arrecadadas deduzidas as despesas primárias pagas.
8 A LDO 2022 foi apresentada à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 30 de abril de 2021 (Projeto de Lei nº 265/2021) e aprovada

em 22 de julho do mesmo ano 2021, Lei Estadual nº 17.387, cf. https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1000367476


9 Lei Orçamentária Anual- LOA 2022, Lei nº 17.498, de 29 de dezembro de 2021 conforme publicação do Diário Oficial do Estado de São Paulo,

cf. https://www.al.sp.gov.br/norma/201644

XIV
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
4. Dívida
A Dívida Contratual em 31/12/2022 totalizou R$ 303,4 bilhões, apresentando um crescimento nominal
de 2,76% em relação ao saldo existente de R$ 295,3 bilhões em 31/12/2021, considerando o
pagamento das amortizações do principal da dívida em 2022 no valor de R$ 9,5 bilhões e as liberações
de Operações de Crédito em 2022 no valor de R$ 3,0 bilhões. A Dívida Consolidada como proporção
da RCL, teve a razão de 1,631 observada em 31/12/2021, reduzida para 1,448 ao final de 2022. Já a
Dívida Consolidada Líquida como proporção da RCL, teve a razão de 1,267 observada em 31/12/2021
e 1,154 ao final de 2022 (Tabela 14).

O Refinanciamento com a União no âmbito da Lei 9.496/97 teve um crescimento em 2022 de 4,67%,
passando de R$ 245,0 bilhões em 31/12/2021, para R$ 256,4 bilhões em 31/12/2022. Esse crescimento
da dívida renegociada, que representa 84,50% do total da Dívida Contratual, deveu-se à correção
acumulada em 2022 de 7,2%, aplicada ao saldo devedor, pelo Coeficiente de Atualização Monetária
(CAM) conforme estabelecido no Decreto nº 8.616, de 29 de dezembro de 2015, e à amortização do
principal da dívida de R$ 5,9 bilhões.

As demais dívidas contratuais internas (não indexada ao câmbio), que representa 4,12% da Dívida
Contratual, teve um crescimento de 3,10%, considerando liberações de Operações de Crédito no valor
de R$ 1,4 bilhão, amortizações do principal da dívida de R$ 1,4 bilhão, correção monetária de R$ 0,4
bilhão, passando de R$ 12,1 bilhões em 31/12/2021, para R$ 12,5 bilhões em 31/12/2022.

Os contratos indexados ao câmbio, que representam 11,4% da Dívida Contratual, apresentaram um


decréscimo de 9,61%, passando de R$ 38,2 bilhões para R$ 34,5 bilhões, provocado pelas liberações
de Operações de Crédito no valor de R$ 1,7 bilhão, amortizações do principal da dívida de R$ 2,1
bilhões, pela desvalorização do real em relação ao dólar de -6,5%, que passou de R$ 5,5805 em
31/12/2021, para R$ 5,2177 em 31/12/202210.

Gráfico 3 - Trajetória da Dívida Consolidada Líquida / Receita Corrente Líquida

10Conforme dados fornecidos pelo Departamento da Gestão da Dívida e Haveres do Estado - DGDH, da Coordenadoria da Administração
Financeira - CAF, da Subsecretaria do Tesouro Estadual da Secretaria da Fazenda e Planejamento.

XV
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
Tabela 14 - Dívida Consolidada Líquida

em R$ milhões 3Q21 % da RCL 3Q22 % da RCL

Dívida Consolidada 321.370 163,1% 332.207 144,8%


Dívida Mobiliária 0 0,0% 0 0,0%
Dívida Contratual 295.280 149,9% 303.423 132,3%
Precatórios* 26.085 13,2% 28.781 12,5%
Outras Dívidas 4 0,0% 4 0,0%
Deduções 71.781 36,4% 67.528 29,4%
Disponibilidade de Caixa Bruta 69.679 35,4% 92.356 40,3%
Haveres Financeiros 25.212 12,8% 24.668 10,8%
(-) Restos a Pagar Processados 23.110 11,7% 22.754 9,9%
(-) Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados 0 0,0% 26.741 11,7%
Dívida Consolidada Líquida 249.588 126,7% 264.679 115,4%
Limite Máximo 393.999 200,0% 458.725 200,0%
Memo:
Diferença do Limite 144.410 194.045
Receita Corrente Líquida (RCL) (acum. 12 meses) 197.090 229.465
(-) Transf. obrigatórias da União- emendas individuais (art.166-A,§1º,da CF) 91 102
Receita Corrente Líquida (RCL) Ajustada 196.999 229.362
* Posteriores a 5 de maio de 2000.
Nota: A partir de 1Q22 Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados excluídos das Disponibilidade de Caixa Bruta
(DCL Série revista: 2020 = 1,79; e 2021 = 1,40)

XVI
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1
5. Programa de Apoio à Reestruturação e ao Ajuste Fiscal (PAF) e
Capacidade de Pagamento (CAPAG)
A Lei Federal nº 9.496/97, alterada pela Lei Complementar nº 148 de 2014 e nº 156 de 2016, estabelece
metas, compromissos e ações a serem alcançados pelo Estado, por meio do Programa de
Reestruturação e Ajuste Fiscal (PAF). A partir de 2017, o PAF adotou os conceitos e as definições
da Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelecendo metas e compromissos quanto a: I - dívida
consolidada; II - resultado primário; III - despesa com pessoal; IV - receitas de arrecadação própria; V
- gestão pública; e VI - disponibilidade de caixa. O PAF é renovado anualmente, estabelecendo metas
para o ano corrente e projeções para os dois anos subsequentes.

A partir do exercício de 2018 foi incorporado o 10º Termo Aditivo do PAF, envolvendo parâmetros
relativos ao limite de variação da despesa primária corrente, em consonância com o Teto de Gastos
(para o exercício de 2018 e 2019) adotado pela administração federal como parte de seus eixos de política
fiscal, e que o Estado de São Paulo sancionou em decorrência dos acordos de renegociação da dívida
com a União, tanto em 2018 como em 2019, o Teto de Gastos não foi ultrapassado.

Em outubro de 2022, o Governo do Estado de São Paulo encaminhou Relatório correspondente à 18ª
Revisão do PAF11, informando sobre o estado das contas públicas e as metas revistas. O desempenho
do Estado de São Paulo em relação a estes indicadores, ainda em avaliação por parte da Secretaria
do Tesouro Nacional, foi satisfatório no exercício em análise. Os resultados dos indicadores de 2022
incluídos nesta Introdução confirmam que o Governo do Estado conseguiu atender estas diretrizes.
Entre estas vale a pena destacar as metas 1-Dívida Consolidada/Receita Corrente Líquida, e a meta
2-Resultado Primário. Pode-se constatar em ambos os casos que as metas foram alcançadas e
superadas. No caso da primeira, o resultado foi de 144,84% contra uma meta equivalente ao valor
máximo de 153,34%, e no caso da segunda, com resultado de R$ 21,2 bilhões contra uma meta
equivalente ao valor mínimo de R$ 13,3 bilhões.

Em 2017, a metodologia de análise de Capacidade de Pagamento – CAPAG foi alterada pelo


Ministério da Fazenda. A partir de então, a STN passou a analisar três indicadores fiscais para a
concessão de garantia pela União, são eles: I. Endividamento: avalia o grau de solvência do ente por
meio da comparação entre seu estoque de passivos e sua receita; II. Poupança Corrente: verifica se o
ente está fazendo poupança suficiente para absorver um eventual crescimento de suas despesas
correntes acima do crescimento das receitas correntes; III. Índice de Liquidez: verifica se o ente tem
um volume de recursos em caixa suficiente para honrar as obrigações financeiras já contraídas por ele.

Em 2022, já com base na nova metodologia CAPAG, o Estado de São Paulo manteve a classificação
“B”12, o que lhe permite a contratação de operações de crédito com garantia da União.

Tabela 15 – CAPAG - Capacidade de Pagamento

UF CAPAG - 2020 CAPAG - 2021 CAPAG - 2022

SP B B B

Poupança Corrente (PC)


Endividamento (DC) Índice de Liquidez (IL)
Nota final Média Ponderada da Despesa
2022 da CAPAG
Dívida Consolidada/Receita
Corrente Líquida
Nota Corrente/Receita Corrente Nota
Obrigações Financeiras/
Disponibilidade de Caixa
Nota
Ajustada
Indicador Indicador
Indicador

SP B 162,3% C 89,6% A 54,3% A

Fonte: Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais 2021, pág. 84-86


https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:45586

11 Para maiores detalhes sobre as metas fixadas de 2022 e projeções de 2023 e 2024 do PAF (18ª revisão) podem ser encontrados em
https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO_ANEXO:18452, disponível no portal da Secretaria do Tesouro
Nacional - STN.
12 O índice de Poupança Corrente - CAPAG de 89,6% é vigente para o exercício de 2022. A apuração preliminar para o exercício de 2023

aponta para 87,7%, podendo sofrer alterações com a apuração definitiva da STN.

XVII
Relatório Anual do Governo do Estado | Exercício 2022 |Volume 1

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