Você está na página 1de 15

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

AIYRA MALU RITSUKO YOSHIDA ITO / RA00311655


MARIA JÚLIA BARRO IMPROTA / RA00290527
SOFIA FERREIRA MIGLIOLI SABBAG / RA00323962
TAYNARA ALVES FERREIRA / RA00316821

AVALIAÇÃO FINAL DE ECONOMIA INTERNACIONAL


UMA ANÁLISE ECONÔMICA DA CORÉIA DO SUL (2011-2021)

SÃO PAULO
2022
AIYRA MALU RITSUKO YOSHIDA ITO / RA00311655
MARIA JÚLIA BARRO IMPROTA / RA00290527
SOFIA FERREIRA MIGLIOLI SABBAG / RA00323962
TAYNARA ALVES FERREIRA / RA00316821

AVALIAÇÃO FINAL DE ECONOMIA INTERNACIONAL


UMA ANÁLISE ECONÔMICA DA CORÉIA DO SUL (2011-2021)

Artigo apresentado ao curso de Relações


Internacionais da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, para a disciplina de
Economia Internacional.
Orientadora: Prof.ª Camila Kimie Ugino.

SÃO PAULO
2022
1. INTRODUÇÃO

Desde a década de 1950, o crescimento econômico da Coreia do Sul vem sendo alvo
de grandes estudos devido seu alcance de resultados cada vez mais satisfatórios ao longo dos
anos1. Dantes, sendo um dos países mais pobres do mundo, tornou-se em um curto espaço um
país desenvolvido com alta renda e crescimento econômico exponencial (SANTANDER,
2022). Com isto em mente, este relatório buscará analisar a economia da República da Coréia
do Sul entre os anos de 2011 e 2021 considerando seu fluxo comercial, fluxo financeiro e as
medidas protecionistas adotadas nesse período.
A estrutura deste trabalho se dará em 5 tópicos principais. Primeiramente será
apresentado uma breve contextualização do nível da atividade econômica, seguido da análise
dos fluxos comerciais enfocando seus principais produtos exportados e importados e seus
parceiros econômicos. Depois, haverá uma análise dos fluxos financeiros permeando às
contas capitais e financeiras do Balanço de Pagamentos, concluindo com as medidas
protecionistas adotadas nesse espaço de 10 anos.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO NÍVEL DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Desde as décadas de 60 e 70 a Coreia do Sul vem vivenciando o que os estudiosos


consideram como o Milagre Econômico devido ao seu grande crescimento econômico desde
esses períodos até os dias atuais. Vale salientar que o crescimento da economia interna de um
Estado é expresso através do Produto Interno Bruto (PIB) a preços constantes (HERMES,
2021), nele é previsto a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país, Estado
ou cidade num período geralmente de um ano2. Isto significa que o PIB da República coreana
vem majoritariamente em linha crescente ao longo do tempo, apresentando boa performance
mesmo na crise de 2007 e 2008.
Dito isto, como o PIB da Coreia do Sul vem se desenvolvendo entre 2011 e 2021? De
acordo com os dados do Banco Mundial, a partir de 2012 o PIB decresceu de 3,7% para 2,4%,
mantendo uma constante nessa faixa até meados de 2019. Apenas em 2020 com a chegada da
pandemia que se percebe uma drástica queda na soma dos bens e serviços produzidos,
chegando ao total de -0,9%, momento em que a economia sul-coreana entrou no seu pior
período de crescimento anual. Vale salientar que essa diminuição também ocorreu devido à
desaceleração econômica da China e pelas incertezas sobre a guerra comercial entre Pequim e
Washington (SANTANDER, 2022). Veja os dados no quadro a seguir:
1
ECONOMIA…, 2019
2
IBGE, [2022?]
GDP growth (anual %), Banco Mundial, 2021

Todavia, mesmo com esse quadro conturbado, a Coreia do Sul conseguiu lidar e conter
os avanços da Covid-19. Criando políticas que visassem o pleno emprego e o controle da
doença em 2021 já pode-se perceber que o PIB teve uma melhora exponencial, atingindo a
faixa de 4% como nos mostra a tabela supracitada. Porém, é importante frisar que as
incertezas da guerra comercial e o desaceleramento com a China se revertem na porcentagem
de participação de bens e serviços produtos nesse país no PIB, demonstrando grandes
oscilações em 2018 e 2020 - momento em que o embate comercial com Pequim e Washington
estavam mais presentes no globo até ser amenizado pela pandemia (FIA, 2020).
Em 2011, a porcentagem de participação era equivalente a 15, 4%, porém de 2012 até
2015 houve uma drástica queda nessa contribuição para o PIB. Veja a tabela:
Exports of goods and services (% of GDP), Banco Mundial, 2021

Entre 2016 e 2018, iniciou-se a maior participação das exportações no PIB com uma
elevação de 3,8%. Contudo, a partir desse último ano até o final de 2020 houve uma grande
diminuição na porcentagem devido aos efeitos da guerra comercial China-EUA, sendo
equivalente a -1,8%, mas tendo uma excelente recuperação de aproximadamente 10% em
2021 batendo o recorde histórico do país. Isto apenas foi possível graças à forte demanda do
exterior por produtos-chave em meio à recuperação econômica do mundo (MENEZES, 2021).
Ademais, podemos perceber que esse contexto também afetou a porcentagem de importação
sobre o PIB, havendo queda de 2017 a 2020, saindo de 8,9% para -3,3% respectivamente3.
Além disso, deve ser exposto que a República sul-coreana tem baixa porcentagem de
remessas internacionais que participam do valor do PIB. A propósito, as remessas de um país
são rendimentos transferidos pelos trabalhadores que nele residem para suas famílias que
vivem em outro país, sendo importante fonte de renda para esses familiares (BANCO DE
PORTUGAL, 2021). Na Coreia do Sul elas não oscilam ao longo de 2011 e 2020,
permanecendo numa constante de 0,5 a 0,4% como demonstra a tabela a seguir.

3
BANCO MUNDIAL, 2021
Personal remittances, receive (% of GDP), Banco Mundial, 2020

Já no que diz a porcentagem de investimento direto no PIB, em entradas líquidas,


nota-se oscilações (seja de aumento ou quedas). Como demonstra o gráfico seguinte:

Foreign direct investment, net inflows (% of GDP), Banco Mundial, 2020


Em 2011 a 2013 houve um aumento de 2% de participação no cálculo do Produto
Interno Bruto, tendo uma queda exponencial em 2015, chegando a 0,3%. Mesmo que esse
valor passe a subir nos anos seguintes com a guerra comercial em 2017 o investimento direto
começa a decair novamente ficando com porcentagem de 0,5% do PIB da Coreia do Sul em
2020 devido o fracasso em espalhar o “boom” do setor de chips para outras indústrias4.

3. ANÁLISE DO FLUXO COMERCIAL

Já analisando a balança comercial da Coreia do Sul na década proposta, delineia-se


algumas principais características: 1) o fluxo comercial possui uma participação, em
porcentagem, elevada no PIB, visto pelos números: 41.7%5 e 38%6, respectivamente (2021).
Ou seja, trata-se do motor principal da economia do país. Além disso, é notável que a Coreia
possui um perfil comercial de: predominantemente exportadora de manufaturados e
importadores de commodities, como petróleo cru, petróleo refinado e gás natural7.
Em valores, percebe-se pelos gráficos do World Bank que os fluxos comerciais
tiveram duas tendências na década entre 2011 e 2021: até 2014/2015, e após.
Em exportação8, nota se:

4
SANTANDER, 2021
5
https://data.worldbank.org/indicator/NE.EXP.GNFS.ZS?end=2021&name_desc=false&start=2011
6
https://data.worldbank.org/indicator/NE.IMP.GNFS.ZS?end=2021&start=2011
7
https://oec.world/en/profile/country/kor
8
https://data.worldbank.org/indicator/TX.VAL.MRCH.XD.WD?end=2020&locations=KR&start=2011
Fonte: World Bank

Uma crescente até 2014, atingindo 332.7 pontos, com uma seguinte queda brusca até
287. Há uma retomada até 2018 com o pico mais alto de 351 pontos, com uma seguida queda
abrupta para 297 pontos em 2021.
Em importação, o gráfico é similar. Inclusive, a análise de participação no PIB da
Coreia austral também reflete uma tendência de queda tanto na exportação9 quanto na
importação10. Isso se deve ao próprio crescimento do PIB, numa taxa média de 2,95%11 (na
pandemia de COVID-19, o crescimento foi -0.9%) nos últimos 10 anos. Ou seja, a
participação da balança de bens no PIB foi decrescendo, porém o saldo da balança comercial
se manteve positivo, segundo o gráfico:

9
https://data.worldbank.org/indicator/NE.EXP.GNFS.ZS?end=2021&locations=KR&start=2011
10
https://data.worldbank.org/indicator/NE.IMP.GNFS.ZS?end=2021&locations=KR&start=2011
11
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?end=2021&locations=KR&start=2011
Fonte: Word Bank

O saldo da Coreia do Sul, desde 2011 é positivo, com uma crescente até 2014/2015,
atingindo 7.2% do PIB em 2015. Contudo, haverá uma ruptura nesses anos, como dito acima,
e seguirá uma tendência de queda até 201912. Segundo avaliações do Sixty Degrees, o
crescimento das exportações no pós pandemia permitiu uma rápida recuperação econômica.
Com relação a parceiros, a Coreia do Sul possui, em 2021, cinco principais, segundo
dados da UNCTAD13: China, Estados Unidos, Vietnã, Hong Kong e Japão, sendo a principal
relação comercial a de exportação de manufaturados. A exportação de manufaturados chega a
87%, ou seja, quase 90% de participação na estrutura exportadora do país. Esse valor, na
BPM6, entra na balança de bens e serviços, sendo que em 2021, o valor chegou a 772 756
milhões de dólares14, segundo dados da UNCTAD, um dos mais altos da década.
O principal parceiro da Coreia do Sul, a China, representou 26% dos destinos das
exportações em 2021. Em 2020, os principais produtos exportados foram do grupo de

12
https://data.worldbank.org/indicator/BN.CAB.XOKA.GD.ZS?end=2021&locations=KR&start=2011
13
https://unctadstat.unctad.org/CountryProfile/GeneralProfile/en-GB/410/index.html
14
https://unctadstat.unctad.org/wds/TableViewer/tableView.aspx
maquinário e produtos químicos, sendo o principal, com 28% de participação geral na relação
bilateral comercial, circuitos integrados.
O segundo parceiro mais importante são os Estados Unidos, o qual compra
majoritariamente carros, partes de maquinário e motores de veículos15 do pequeno país
capitalista da península coreana. Em 2020, o volume de exportações coreanas para tal parceiro
equivaleu a 75 bilhões de dólares.

4. ANÁLISE DOS FLUXOS FINANCEIROS

A Balança de Pagamentos registra todas as transações econômicas realizadas pelo país


com o resto do mundo em um determinado período de tempo, o que nos permite avaliar a
situação econômica do país em relação às transações internacionais. Para essa análise,
utiliza-se de três contas: as Transações Correntes (TC), Conta Capital (CC) e Conta
Financeira (CF). A TC, se refere a movimentação de mercadorias e serviços (incluindo as
remunerações por juros e dividendos) - pagamentos e recebimentos de rendas capitais e
trabalho e transferências unilaterais de renda.
Já a CC, registra transferências unilaterais de ativos reais, ativos financeiros ou ativos
intangíveis entre residentes e não residentes. Por fim, a CF registra todos os tipos de fluxos de
capitais entre o país e o resto do mundo. Considerando essas informações, foi analisado o
fluxo financeiro da Coreia do Sul no período de 2011 - 2021 a partir dos dados obtidos a partir
do documento do FMI¹⁶.
Inicialmente, analisa-se as Transações Correntes (TC) que, durante o período indicado,
obteve um constante superávit no setor de bens, diferentemente do setor de serviços que se
manteve integralmente deficitário. Ou seja, nesse ínterim, o país exportou mais bens de
consumo, enquanto importou mais serviços, como explicado anteriormente em fluxo
comercial. Contudo, o saldo da Conta Corrente apresentou crescimento até o ano de 2015,
época em que houve a maior taxa de exportações e maior saldo do período, chegando ao valor
de 105.118,6. Após esse período, o saldo desta conta iniciou um decréscimo até 2019,
passando a apresentar um saldo de 59.676,1, menor saldo desde 2013, porém, voltou a crescer
até 2021, chegando a 88.302,2.
Posteriormente, pode-se analisar a Conta Capital (CC), também conhecida como
Balança de Capital, envolvendo os empréstimos, financiamentos e amortização. Dentro dessa
conta, registram-se os débitos e os créditos, no qual o primeiro designa as saídas de capital e o
15
https://oec.world/en/profile/bilateral-country/kor/partner/usa
¹⁶ Balance_of_Payments_Analytic_Presen
segundo as entradas. Pela tabela, observa-se que durante o período estabelecido
anteriormente, os registros de débito são superiores aos registros de crédito, salvo no ano de
2018, no qual o valor registrado de crédito foi de 425,0, enquanto o valor de débito foi de
108,3.
O saldo da Balança Corrente analisada em conjunto com o saldo da Balança Capital,
determina se o país necessita de financiamento ou se apresenta capacidade financeira em
relação ao resto do mundo, ou seja, se o país apresenta ou não capacidade de realizar
transações financeiras com os outros países. Portanto, quando for apresentado um saldo
credor, ou seja, um saldo positivo, quer dizer que o país expõe capacidade líquida de
financiamento; se o saldo devedor, isto é, um saldo negativo, significa que o país apresenta
uma necessidade líquida de financiamento. No caso, a Coreia do Sul apresentou um saldo em
conjunto positivo durante a maior parte do período determinado, demonstrando ser um
membro ativo nas negociações internacionais.
Por fim, a Conta Financeira (CF), que apresentou um crescimento acelerado de 2011 a
2021, passando de 8.967,5 no primeiro ano analisado para 62.347,7, tendo sua maior alta em
2016, chegando ao saldo de 92.310,1. O alto movimento financeiro deste ano se deu pelo fato
de que a Coreia do Sul apresentou uma baixa em sua taxa de juros, mantendo-a em 1,5%, o
que possibilitou maiores negociações com outros países, chegando a ser considerada no ano
de 2016 uma das maiores economias do mundo.
Em suma, vale ressaltar que os dados analisados sobre o fluxo financeiro até o
momento não levaram em consideração os Erros e Omissões em seu saldo. Ademais, pode-se
observar que o saldo da Balança de Pagamentos se manteve majoritariamente estável, exceto
no ano de 2017 que apresentou um saldo deficitário de -4.955,2, por conta da alta importação
de bens e principalmente de serviços, o grande débito da Conta Corrente e o grande
investimento por parte do governo. Porém, esse saldo foi encoberto no ano seguinte, em 2018,
pelo saldo superavitário de 18.805,5, maior saldo da BP até o ano de 2021, que apresentou um
alto saldo de 25.800,2, maior saldo do período indicado.

5. ANÁLISE DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

A Coreia do Sul se diferencia dos demais países do Sul Global, que se


industrializaram mais tarde, por combinar proteção e promoção de exportações com a
vinculação do Estado com a economia (GONÇALVES, 2022). Para tal feito, quando a Coreia
vivia uma expansão das exportações nas décadas de 60 e 70, fez-se necessário adotar políticas
protecionistas que valorizassem o produto nacional seguindo a lógica de "proteger as
importações promovendo as exportações'', que tinham como principal ferramenta as barreiras
tarifárias.
No início da década de 2010, os governos que estiveram à frente do país procuraram
seguir um projeto de desenvolvimento sustentado chamado Green Growth (GG), que visava
combinar economia e meio ambiente. Sendo os principais pilares: a minimização do uso de
recursos e poluição por meio de tecnologias e indústrias verdes (DANTAS, 2022). Os ganhos
sociais/políticos almejados dessa estratégia econômica eram de tornar o país uma referência
em baixa emissão de carbono, modificar o desenvolvimento industrial vigente e melhorar a
qualidade de vida da população (DANTAS, 2022).
De forma geral, nos anos 2010, a estrutura econômica do país remontava ao período de
industrialização das décadas de 60 e 70, o qual era focado nas grandes indústrias
exportadoras. O plano estatal dessa década foi fomentar a criação de start-ups e torná-las
globais; gerar novas indústrias; fortalecer a ciência e a tecnologia; e promover a economia
criativa dentro da sociedade coreana (DANTAS, 2022).
No ano de 2016, o país passou por uma crise política que prejudicou o andamento da
economia, a qual o presidente Park Geun-Hye (2013 - 2017) foi impeachmado e condenado a
24 anos de prisão por abuso de poder, coerção, suborno e vazamento de arquivos
confidenciais do Estado (JO, 2018). Com a posse do novo presidente Moon Jae-In (2017-
2022), foi retomada uma política econômica expansionista focada para a sociedade, que
contava com: suporte à criação de emprego e melhorias salariais; aumento da qualidade de
vida, e na transparência dentro do corpo público (THE KOREA HERALD, 2017).
Tais projetos foram interrompidos durante a pandemia de COVID-19 em 2020/2021, e
entrou em curso uma nova estratégia nacional de coordenação de investimentos, o “Korean
New Deal” (KND). Sob o lema “transformar o país de um rápido seguidor para o primeiro a
se mover”, este projeto consistiu em uma injeção total de 114,1 tri. won na economia para a
criação de 1,9 milhões de postos de trabalho até 2025 (GOVERNO DA REPÚBLICA DA
COREIA, 2020, p. 10).
De acordo com dados do governo, se faz importante salientar os seguintes pontos com
relação ao KND: o aumento da demanda por serviços remotos acelerou a transição para uma
economia digital; a crise sanitária foi um alerta para amenizar as mudanças climáticas; e a
radical transformação no mercado de trabalho, já antes impulsionada pelo capitalismo
neolineral, pela transição para uma economia digitalizada, o que causou um desequilíbrio
entre oferta de emprego e qualificação da mão de obra (GOVERNO DA REPÚBLICA DA
COREIA, 2020, p. 18-19).
É possível dizer que o governo coreano, frente aos desafios da pandemia, criou uma
oportunidade para inovar sua tecnologia e políticas públicas ambientais. Entretanto, por trás
do discurso do KDN, se extende um discurso nacionalista de competição e desenvolvimento
nacional, que propõe mudanças superficiais à estrutura vigente, sem mudar seu objeitvo,
devido à crise sanitária.
Contudo, este mesmo projeto demonstra que é possível combinar um Estado
desenvolvimentista com uma política industrial moderna para defender os interesses nacionais
- ponto que se faz fundamental perante as mudanças estruturais da economia e dinâmica
global.
Assim, pode-se concluir que a Coreia do Sul é um país que tem o objetivo de
desenvolver cada vez mais as suas forças produtivas em conformidade com os avanços
tecnológicos, sendo ele mesmo o responsável por tais avanços.

6. CONCLUSÃO

Pode-se observar que durante o período de 2011 - 2021, a Coreia do Sul apresentou
um crescimento econômico que perdura até os dias atuais, sendo considerado por estudiosos
como o “Milagre Econômico”. Como foi demonstrado na análise, o PIB vem se mantendo
estável desde 2016, assim como o fluxo financeiro e a análise comercial. Ademais,
identifica-se que nesse intervalo temporal, o país sofreu com inúmeros fatores externos, como
a guerra comercial entre China e EUA e em especial, a pandemia do Covid-19 que teve início
em 2020, afetando tanto o saldo do PIB quanto a Balança Comercial durante esse período.
Todavia, esse cenário se mostrou positivo para a Conta Financeira que, devido aos
juros baixos durante todo o período indicado, acarretou em uma crescente no saldo dessa
conta, apresentando apenas pequenas baixas de investimento. Apesar dos fenômenos
apresentados, o saldo da Balança de Pagamentos se manteve estável durante grande parte
desse ínterim de tempo, no qual apenas um ano foi mostrado um déficit que no ano seguinte já
se tornou um superávit.
Quanto às práticas comerciais, é possível concluir que a Coreia do Sul possui um forte
papel como exportador de manufaturados no mundo, comercializando produtos de alto valor
agregado. Por fim, em meio a instabilidades políticas, o país conseguiu se manter numa
crescente, adaptando muitas vezes, com facilidade, suas estratégias econômicas ao cenário
internacional vigente, característica que não se observa em muitos países do mundo.
7. REFERÊNCIAS

BM - BANCO MUNDIAL. Exports of goods and services (annual % growth) - Korea, Rep..
The World Bank, 2021. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/NE.EXP.GNFS.KD.ZG?end=2021&locations=KR&start
=2011. Acesso em: 29 de nov. de 2022.
BM - BANCO MUNDIAL. Foreign direct investment, net inflows (% of GDP) - Korea,
Rep.. The World Bank, 2020. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.WD.GD.ZS?end=2020&locations=KR&s
tart=2011. Acesso em: 29 de nov. de 2022.
BM - BANCO MUNDIAL. GDP growth (annual %) - Korea, Rep.. The World Bank, 2021.
Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?end=2021&locations=KR&start
=2011&view=chart. Acesso em: 29 de nov. de 2022.
BM - BANCO MUNDIAL. Personal remittances, received (% of GDP) - Korea, Rep.. The
World Bank, 2020. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/BX.TRF.PWKR.DT.GD.ZS?end=2020&locations=KR&s
tart=2011. Acesso em: 29 de nov. de 2022.
DANTAS, Y. POLÍTICA INDUSTRIAL NA COREIA DO SUL NO SÉCULO XXI. Tese
(Mestrado em Economia) - Programa de Pós-Graduação em Economia da Faculdade de
Economia da Universidade Federal da Bahia. Salvador, p. 206. 2022.
ECONOMIA DA COREIA DO SUL: PIB, IDH E NEGÓCIOS. Cultura Mix, 2019.
Disponível em:
https://economia.culturamix.com/negocios/economia-da-coreia-do-sul-pib-idh-e-negocios.
Acesso em: 29 de nov. de 2022.
ECONOMIA Sul Coreana. Sixty, 2021. Disponível em:
<https://sixty-degrees.com/weekly-note-20210510-coreia-do-sul/>. Acesso em: 29 de nov. de
2022.
GONÇALVES, C. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA COREIA DO SUL:
INTERVENÇÃO ESTATAL NA CONSTRUÇÃO DE UMA ECONOMIA
EXPORTADORA. Tese (Mestrado em Economia) - Lisbon School of Economics &
Management da Universidade de Lisboa. Lisboa, p. 43. 2022.
GOVERNO DA REPÚBLICA DA COREIA, The Korean new deal: national strategy for a
great transformation, 2020. Disponível em: https://english.moef.go.kr/pc/
selectTbPressCenterDtl.do?boardCd=N0001&seq=4948. Acesso em: 30 nov. 2022.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto Interno
Bruto: PIB. IBGE, [2021?]. Disponível em: https://ibge.gov.br/explica/pib.php/. Acesso em:
29 de nov. de 2022.
IMF. Korea, Rep. of: Balance of Payments Analytic Presentation by Country. IMF.
Disponível em: <https://data.imf.org/regular.aspx?key=62805740>. Acesso em: 01 de dez. de
2022.
JO, H.-R. Park Geun-Hye sentenced to 24 years in prison. Korea: Korea Herald, 2018.
Disponível em: http://www.koreaherald.com/view.php?ud=20180406000697
&ACE_SEARCH=1. Acesso em: 29 nov. 2022.
MENEZES, L. Exportações coreanas totalizam $640 Bilhões e batem recorde em 2021.
Koreapost, 2021. Disponível em:
https://www.koreapost.com.br/negocios/exportacoes-coreanas-totalizam-640-bilhoes-e-batem-
recorde-em-2021/. Acesso em: 29 de nov. de 2022.
SANTANDER. Economia da Coreia do Sul. Santander Trade Marks, 2022. Disponível em:
https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/coreia-do-sul/economia. Acesso em:
28 de nov. de 2022.
THE KOREA HERALD. 100 days in office, President Moon sets tone for tough reforms.
Seoul: The Korea Herald, 2017. Disponível em: http:// www.koreaherald.
com/view.php?ud=20170814000176&ACE_SEARCH=1. Acesso em: 30 nov. 2022.

Você também pode gostar