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O PIB E SEU CRESCIMENTO NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 20 ANOS

Três indicadores econômicos são acompanhados com bastante interesse pelos


governantes, meios de comunicação e a população em geral, uma delas é a taxa de
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que representa o desempenho econômico de um
país, durante o período de um ano, nele estão todas as somas anuais de todas as atividades
produtivas que são realizadas dentro do nosso país, ele é um dos indicadores mais utilizados
na macroeconomia, em sua contagem considera-se apenas bens e serviços finais, excluídos da
conta todos os bens de consumo intermediário. Quando se procura analisar o comportamento
do PIB de um país ao longo do tempo, é preciso diferenciar o PIB nominal do PIB real. O PIB
nominal refere-se ao valor do PIB calculado a preços correntes, ou seja, no ano em que o
produto foi produzido e comercializado. Já o PIB real é calculado a preços constantes, onde é
escolhido um ano-base, eliminando assim o efeito da inflação. O cálculo é feito com base nos
valores de todos os serviços e bens produzidos dentro de uma região definida e em um
determinado período. Segundo Feijó (2001, p.14) PIB é “a medida de um país ou região
representando a produção de todas as unidades produtoras da economia (empresas públicas e
privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo),
num dado período, avaliadas a preço de mercado.” Desde 1960 o PIB adquiriu elevada
popularidade sendo utilizado pela ampla maioria das nações para mensurar seu
comportamento econômico, determinando a classificação dos países em desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
O principal objetivo do PIB, é analisar os problemas dos anos anterior e buscar saná-
los aplicando diversas metodologias regionais, a fórmula para se chegar ao valor do Produto
Interno Bruto é: PIB = C + I + G + NX, onde C = Consumo; I = Investimento; G = Despesa
do Governo; e NX = Exportações Líquidas. (ROSSETTI, 1992, p.209; PAULANI, 2000,
p.58; FEIJÓ, 2001, p.253). “Numa Economia aberta com governo, o investimento público e
privado devem ser financiados pela poupança privada, pela poupança pública e pela poupança
externa.” (FEIJÓ, 2001, p.37).
Desde 1990, o cálculo e a divulgação do PIB brasileiro são realizados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – órgão federal subordinado ao Ministério do
Planejamento. Antes disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) era a instituição responsável
pela mensuração do indicador. Durante os vinte anos de análise do PIB no Brasil, percebeu-se
mudanças gigantescas no cenário econômico, no ano de 1994 quando se deu a estabilização
da moeda brasileira, o PIB era de 485 bilhões de dólares e o Brasil ocupava o décimo lugar
dentre os vinte países do mundo como apresenta a figura abaixo:

Fonte: http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/evolucao-do-pib-brasileiro-e-dos-20-maiores-do-mundo-
desde-o-plano-real/

Atualmente, o Brasil em uma relação feita pela Austing Rating, está ocupando o 40º
maior crescimento do PIB. Voltando à 20 anos atrás o PIB do Brasil cresceu 0,3% em
comparação com o ano anterior. Do ano de 1994 ao 1998 segundo dados da revista Exame 1, o
Brasil chegou a ocupar a posição da 8.ª economia mundial, com um PIB de 778 bilhões de
dólares. De lá para cá, o país foi ultrapassado por Canadá, México, Espanha e Coréia. O PIB
brasileiro superava o coreano em 471 bilhões de dólares; agora a economia brasileira produz
20 bilhões a menos que a coreana. A Coréia teve um desempenho expressivo nesse período e
está entre os países que mais crescem. A Índia também teve uma trajetória ascendente. Passou
de 14.º a 13.º lugar – com um PIB inferior ao Brasil em 3 bilhões de dólares.
A tabela abaixo permite compreender que, durante a década de 1990 os resultados
apresentados do Produto Interno Bruto (PIB) tiveram oscilações significativas. Nos anos que
antecederam 1994, a variação do PIB brasileiro foi negativa, decorrente do turbulento cenário
de hiperinflação e instabilidade.

1
https://exame.abril.com.br/economia/brasil-passa-a-ser-a-decima-segunda-economia-do-mundo-m0068709/
Ano Em R$ bilhões correntes Taxa de crescimento
1998 14,1 0,0
1999 1.065,0 0,3
2000 1.065.0 4,3
2001 1.302,1 1,3
2002 1.477.8 2,7
2003 1.700,0 1,1
2004 1.941,5 5,7
2005 2.147,2 3,2
2006 2.369,8 4,0
2007 2.661,6 5,7
2008 3.004,9 5,1
2009 3.143,0 -0,2
Fonte: http://img.fae.edu/galeria/getImage/1/1395677446523294.pdf

As variações devem à adoção do Plano Real – considerado um dos mais bem-


sucedidos planos de estabilização da economia brasileira –, o país conseguiu se restabelecer,
livrando-se da indexação da economia, resultando na redução considerável dos exagerados
níveis inflacionários. Em contrapartida, a suscetibilidade externa aumentou devido à elevação
da taxa de juros e ao câmbio “sobredesvalorizado”. O PIB de 1998, apontou que o país não
cresceu, ficou estagnado, fato plenamente justificado pela crise que ocorrera na Rússia. Os
sintomas dessa anormalidade econômica impactaram diretamente na economia nacional. O
PIB Brasileiro, em 1998, fechou em 0,00%. Em 1999, o PIB nacional não teve um
desempenho considerável, a taxa de crescimento foi de 0,3%, resultado devido a uma nova
crise que ocorreu no país, a crise brasileira, que adotou uma política de desvalorização do
Real, pois a queda acentuada das reservas no ano anterior forçou o país a acabar com a
estabilidade monetária, acelerando em 2000 e o PIB cresceu 4,3% isso se deu mediante a
diminuição dos juros, em 2001 a taxa do PIB foi apenas de 1,3% e esse foi o resultado da
crise energética vivenciada pelo país. Do ano de 2002 à 2003 com a adoção da politica fiscal e
monetária contracionista deu-se novamente uma desacelerada no PIB e alcançou 1,1%, em
2004 com a valorização do câmbio o PIB alcançou o índice de 5,7%, o mesmo índice do ano
de 2007.
De fato dez anos após, no final do último período, em 2007 e 2008 2, antes de a crise
mundial atingir o país, no mês de outubro, o PIB manteve um crescimento no expressivo
ritmo anual de 6%. Comparando-se 2008 com 2003, o produto interno bruto aumentou 26,5%,
o que equivale a um crescimento médio anual de 4,8%; já entre 1992 e 1997, aumentou

2
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_2036.pdf
21,6%, ou 4% ao ano (a.a.). Esse período começou com forte crescimento deste, numa média
de 5,0% em 1993 e 1994, mas, depois da crise do México, no início de 1995, este ritmo de
crescimento não se manteve. Além disso, como as bases iniciais dos dois períodos foram
muito distintas, a diferença de intensidade média não expressa corretamente o quanto foi
superior o crescimento do PIB em 2004-2008. O produto interno bruto de 1992 foi 3,8%
menor que o de 1989, de modo que o crescimento médio de 4% nos cinco anos seguintes o
colocou em um nível 17,1% maior que o de 1989, antes da recessão, que durou todo o
governo do presidente Fernando Collor de Mello, de 1990 a 1992.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_2036.pdf

Nos anos de 2016 e 2017, o PIB obteve um recuo de 3,5% sobre o ano de 2015, o que
acarretou na maior recessão durante os vinte anos, essa foi a pior crise já registrada que veio a
superar a dos anos 30, o IBGE e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) dispõem de
dados sobre o PIB desde 1901. Pela primeira vez desde 1996, todos os setores da economia registraram
taxas negativas, a queda foi de 5,8% em relação ao trimestre anterior. Em 01 de março de 2018, o
IBGE divulgou dados referentes ao PIB (Produto Interno Bruto) do ano de 2017. Após dois
anos seguidos (2015 e 2016) de queda, o PIB brasileiro voltou a crescer, representando o fim
da recessão econômica no país.
Principais dados do PIB brasileiro em 2017 (Resultado final anual):
 Desempenho do PIB: crescimento de 1% (em relação ao ano anterior).
 PIB do Brasil em valores correntes: R$ 6,6 trilhões (US$ 2,02 trilhões – taxa
de câmbio de 01/03/2018 com dólar a R$ 3,26).
 PIB per capita em Real: R$ 31.587 (alta real de 0,2% em relação ao ano
anterior).
Em valores correntes, o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) chegou a R$ 5,9 trilhões, e
o PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015 – uma redução de 4,6% diante de 2014, a economia
brasileira registrou crescimento de 1% em 2017, após dois anos de quedas consecutivas,
mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Tanto em 2015 como em
2016, o país teve contração de 3,5%, como vemos na figura abaixo:

Fonte: http://www.valor.com.br/brasil/5354759/pib-brasileiro-cresce-1-em-2017-apos-dois-anos-de-queda-
mostra-ibge

No corrente ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no 1º trimestre, na 5ª
alta seguida na comparação com os três meses anteriores, como foi divulgado no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB no período foi de R$ 1,6 trilhão.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-do-brasil-cresce-04-no-1-trimestre.ghtml

Podemos perceber que após dois anos de queda e apesar do resultado em 2017 ter sido
bom o país ainda não conseguiu se recuperar dos anos anteriores, e o PIB volta a crescer,
as estimativas oficiais do governo é de alta de 1,1% do PIB em 2017 e de 3% em 2018. A análise da
variação do Produto Interno Bruto (PIB) retrata o desempenho econômico do Brasil, visto que
este indicador engloba a dinâmica de todos os setores da economia e toda renda por eles
gerada, nesses 20 anos de análise do PIB, buscou-se levantar dados relevantes que marcaram
o crescimento do país.
REFERÊNCIAS

FEIJÓ, Carmem Aparecida. Contabilidade social: o novo sistema de contas nacionais do


Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 356p.

ROSSETTI, Jose Paschoal. Contabilidade social. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 1992.
320p.

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