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Economia Brasileira até o momento 2022

Introdução

Embora a economia internacional tenha sofrido turbulências com a guerra na


Ucrânia e a disparada de preços de vários produtos relevantes, as contas externas
brasileiras seguem com resultados razoáveis, conseguindo se defender de uma crise
mais severa. Isto porque é uma economia que também exporta commodities que tiveram
substanciais aumentos de preços no mercado internacional.
Preocupado unicamente com o processo eleitoral e a busca da reeleição, o
governo operou uma gestão desastrosa da economia, que mantém o crescimento do país
em patamares inferiores aos dos vizinhos da América do Sul.
O objetivo do relatório, é, analisar indicadores da economia brasileira como a
inflação, PIB, o comércio exterior, entre outros, estão se comportando no ano de 2022,
relatando como a economia brasileira se comportou no ano de 2022.
Inflação
A elevação desde o último Relatório da Inflação dos preços de commodities −
intensificada mais recentemente pela escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia e suas
possíveis repercussões − e dos preços de produtos importados, embora atenuada pela
recente apreciação do real, pode ser considerada um novo choque de oferta do ponto de
vista da economia doméstica, com impacto altista sobre a inflação e negativo sobre a
atividade econômica. Foi analisado o impacto dos choques de oferta, através de seu
efeito na variação do poder de compra das famílias via preços, sobre o consumo no
curto prazo. Por outro lado, os preços mais elevados de commodities podem aumentar a
renda dos setores produtores desses bens, como a agropecuária e a indústria extrativa
mineral, e incentivar a expansão de sua oferta, particularmente no médio prazo.
Após o avanço de 1,2% registrado pelo produto interno bruto
(PIB) na passagem entre o primeiro e o segundo trimestre de
2022, o ritmo de crescimento da atividade econômica nos dois
meses seguintes se manteve relativamente aquecido, embora o
desempenho entre os setores tenha se tornado mais
heterogêneo. Se, por um lado, a melhora observada nos
indicadores de mercado de trabalho tem ajudado a sustentar o
ritmo de crescimento do setor de serviços, por outro, a
demanda por bens apresentou alguma acomodação nos últimos
meses. Por sua vez, refletindo a melhora observada nos níveis
de confiança dos empresários, o setor industrial iniciou o
terceiro trimestre mantendo a tendência de crescimento
observada ao longo dos primeiros seis meses do ano.
Corroborando este cenário, o Índice de Atividade Econômica do
Banco Central (IBC-Br) e o Monitor do PIB, da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), indicadores que buscam retratar o nível geral da
atividade econômica brasileira em base mensal, voltaram a
crescer no mês de julho. Enquanto o IBC-Br cresceu 1,2% na
margem e 3,9% em relação a julho de 2021, o Monitor do PIB
apresentou altas de 0,6% na margem e de 3,1% na base
interanual. Em relação a agosto, influenciada pelos resultados
esperados para a indústria, comércio e serviços, a previsão da
Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea) é que o Monitor
do PIB apresente relativa estabilidade na margem, com alta de
0,1%. Com este resultado, as perspectivas para o desempenho
do PIB no terceiro trimestre mantêm-se positivas, ao deixar
inalterado o efeito de carry-over auferido no período anterior.
Os dados mais recentes mostram que a melhora do cenário de
inflação no país, iniciada no segundo semestre do ano, vem se
mantendo nos últimos meses, conjugando forte queda dos
preços administrados e recuo mais ameno dos preços livres.
Após registrar alta de 11,9%, no acumulado em doze meses, em
junho, a inflação medida pelo IPCA veio desacelerando
continuamente, de modo que, em novembro, esta variação já
havia recuado para 5,9%. No acumulado do ano, até novembro,
a variação registrada pelo IPCA, de 5,1%, reflete, em grande
parte, a queda de 4,1% dos preços administrados,
especialmente da gasolina (-25%) e da energia elétrica (-19,2%).
Além da incidência de uma alíquota menor do ICMS, a redução
dos preços das commodities energéticas no mercado
internacional e o aumento no nível dos reservatórios explicam,
em grande parte, o comportamento baixista dos preços destes
bens e serviços, em 2022.

No caso dos preços livres, verifica-se que, embora em


desaceleração, a melhora no desempenho deste grupo deve-se
apenas ao comportamento mais benevolente dos bens
industriais, tendo em vista que tanto os alimentos no domicílio
quanto os serviços livres apresentam trajetória de alta ao longo
do ano. Por certo, mesmo apontando uma variação ainda
elevada em 2022 – 8,3%, no acumulado de janeiro a novembro –,
a alta dos bens industriais é 2,1 pontos percentuais (p.p.) menor
que a observada no mesmo período de 2021. Em contrapartida,
a inflação acumulada no ano dos alimentos no domicílio e dos
serviços livres registra variações de 12,4% e 7,1%,
respectivamente, alcançando patamares bem acima dos
verificados em 2021 (7,4% e 3,9%, nesta mesma ordem).
Em outubro de 2022, o resultado primário do Governo Central, a preços
correntes, foi superavitário em R$ 30,8 bilhões, frente a um superávit de R$ 28,5
bilhões em outubro de 2021. Em termos reais, a receita líquida apresentou um
crescimento de R$ 4,7 bilhões (2,8%), enquanto a despesa total registrou um aumento
de R$ 4,2 bilhões (3,1%), quando comparadas a outubro de 2021.

Comercio exterior agronegócio


O agronegócio brasileiro encerrou novembro de 2022 registrando superávit
comercial de US$ 11.166 milhões, confirmando, pelo nono mês consecutivo, saldo
positivo acima dos US$ 10 bilhões. Apesar de ter apresentado recuo de 9,7% ante o
superávit de outubro, o resultado de novembro é 61,5% maior que o observado em
novembro de 2021. O principal responsável pelo bom desempenho da balança
comercial do agronegócio é o crescimento das exportações do setor, que totalizaram
US$ 12.648 milhões no mês – valor 51,2% maior que o de novembro do ano passado.
As importações do setor, por sua vez, mantiveram-se abaixo do patamar de um US$
1,5 bilhão em novembro, em alta de apenas 2,2% em relação ao registrado em igual
mês de 2021. Com efeito, as exportações do agronegócio representaram, no mês,
44,9% do valor total exportado pelo Brasil no mês, ao passo que as importações do
setor representaram apenas 6,9% do total importado. Além disso, o superávit do
agronegócio superou o déficit dos demais setores da economia (de US$ 4.494
milhões no mês), gerando um resultado da balança comercial total positivo em US$
6.672 milhões.

No acumulado do ano até novembro, o superávit comercial do agronegócio já


totaliza US$ 132.483 milhões, valor 37,1% maior que em igual período do ano
passado, resultado de US$ 148.256 milhões de exportações (33,9% ante igual
período de 2021) e US$ 15.802 milhões de importações (12,1%). O déficit comercial
apresentado pelos demais setores da economia no mesmo período, de US$ 74.922
milhões, quase que dobrou em relação ao ano passado, devido à expressiva alta
(27,1%) do valor das importações em relação ao das exportações (9,9%). No total, a
balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 57.531 milhões no ano, valor
muito próximo ao observado em 2021, uma vez que o aumento do déficit dos demais
setores da economia vem sendo neutralizado pelo aumento do superávit do
agronegócio.

PIB
A divulgação das Contas Nacionais Trimestrais (CNT) do terceiro trimestre foi
acompanhada de revisões em dados divulgados anteriormente, como ocorre em todos os
anos nesta ocasião. A revisão da série incorpora, em especial, a última estimativa anual
das Contas Nacionais (neste caso, referente a 2020 e divulgada no início de novembro)
e as versões mais atualizadas dos indicadores econômicos mensais e dos levantamentos
de safra. A revisão de dados do passado e a incorporação do resultado do terceiro
trimestre de 2022 fizeram com que as variações trimestrais da série do PIB ajustada
sazonalmente passassem de 1,1% para 1,3% no primeiro trimestre e de 1,2% para 1,0%
no segundo trimestre. Além disso, a variação anual foi revista de -3,9% para -3,3% em
2020 e de 4,6% para 5,0% em 2021.
PIB – Oferta
Gráfico separado em trimestres desde 2008 até o terceiro trimestre de 2022

O crescimento do PIB no terceiro trimestre refletiu, sob a ótica da oferta, recuo


na agropecuária e altas na indústria e em serviços. A queda na agropecuária, resultado
diferente do esperado, pode ter sido influenciada pela revisão da série histórica, que
elevou o nível do valor adicionado do setor no primeiro semestre, e por recuos na
produção de cana-de-açúcar e mandioca.

PIB – Demanda
Gráfico separado em trimestres desde 2008 até o terceiro trimestre de 2022
No setor secundário, destacam-se as taxas de crescimento na distribuição de
eletricidade, gás e água e na construção civil. Com o resultado do terceiro trimestre, a
construção encontra-se 16,4% acima do observado no pré-pandemia. O valor adicionado
da indústria de transformação ficou estável (variação de 0,1%), após exibir crescimento
acima de 1,0% nos dois trimestres anteriores. Este desempenho no trimestre refletiu
crescimento na produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis e recuo em
bens intermediários e em bens de consumo semi e não duráveis, segundo dados da
Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O único segmento do setor secundário que recuou foi
a indústria extrativa, que tem oscilado ao redor de uma tendência de estabilidade nos
últimos três anos. O setor de serviços voltou a crescer em ritmo robusto. As altas no
setor foram disseminadas e de magnitudes elevadas, iguais ou superiores a 1,0%, exceto
pela atividade de comércio, afetada pelo arrefecimento do varejo e da produção
industrial. Após nove altas consecutivas, sendo a menor delas uma expansão de 0,7% no
segundo trimestre de 2021, o setor de serviços situa-se 6,0% acima do patamar
observado no quarto trimestre de 2019 e 0,8% acima da tendência pré-pandemia. Entre
os componentes, os desvios em relação à tendência são positivos em serviços de
transporte, serviços de informação e comunicação e em outros serviços e negativos ou
próximos a zero nos demais.

Mercado de trabalho
O gráfico mostra a geração de emprego formal, a partir de 2007 até outubro de
2022.
A geração de empregos continuou positiva no trimestre encerrado em outubro,
mas em ritmo menor do que no primeiro semestre do ano e com alguns sinais de perda
de dinamismo. Essa desaceleração é mais clara nos dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), mas também pode ser observada
nos indicadores do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo
Caged).
O rendimento real do trabalho continuou em recuperação, favorecido
principalmente pelo recuo da inflação no período. De acordo com dados
dessazonalizados da PNAD Contínua, a taxa de desocupação recuou no trimestre
encerrado em outubro, tanto em sua medida tradicional quanto nas medidas mais
amplas, que consideram a subutilização da força de trabalho

Crédito
Taxa de juros de crédito livre, Outubro de 2011 até Outubro de 2022.
O aumento na taxa Selic implementado pelo Copom até agosto vem sendo
repassado para as taxas de juros das operações de crédito de forma rápida, em linha com
o esperado. Em particular, as taxas de juros do crédito livre rotativo alcançaram níveis
comparáveis aos observados durante o ciclo de ajuste monetário de 2015 . As
concessões do crédito livre a pessoas físicas continuaram em patamar elevado. O
crescimento desse segmento nos últimos dois anos se deu principalmente pelo aumento
nos gastos de cartão de crédito à vista. Excluindo-se essas operações, observa-se queda
real em relação aos valores observados ao longo do ano passado. As concessões
seguiram com composição desfavorável, piora que se estende desde o final de 2020. As
contratações de custo mais elevado continuaram crescendo, com destaque para o
financiamento de gastos com cartão de crédito – rotativo e parcelado. As concessões de
baixo custo aumentaram pontualmente em outubro, impulsionadas pelo crédito
consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.

Contas externas
O gráfico mostra o Índice de preço, a partir de 2019 até setembro de 2022.

O valor das exportações continuou exibindo trajetória de crescimento nos meses


mais recentes.
Na conta financeira, o IDP (Índices de Preços) acumulado até outubro já
ultrapassou as marcas anuais atingidas entre 2019 e 2021. Diversos fatores podem estar
favorecendo esse fluxo mais positivo do que o antecipado: a melhora da atividade
econômica doméstica e da lucratividade das empresas; a retomada de projetos
postergados devido à pandemia, e a demanda por investimentos em setores como
energia, tecnologia e óleo e gás.

Ref
https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/
https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?
p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:45670
https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?
p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:45584
file:///C:/Users/Acer/Downloads/ri202212p.pdf
https://drive.google.com/file/d/1nHZVxh8bhw40U2F2uGZkf7Vf9kZhyFMq/
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