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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE(CAA)


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
ELETIVA: MACROECONOMIA HETERODOXA
PROFESSOR: ATENÁGORAS DUARTE
ALUNO: EDSON THIAGO

1-Ao tomar como base os dados do FMI da evolução do PIB(a preços constantes) entre os
anos 2021 a 2025(Gráfico abaixo) vemos uma tendência de estagnação do crescimento de
vários blocos de países em torno de 1%, em especial a zona do euro e as economias
avançadas, ao olharmos para a ásia emergente podemos observar uma estagnação, porém em
níveis mais
elevados mas
sem
apresentar
grandes
expansões de
crescimento
que retornem
ao nível

pré-pandemia. Logo, um modelo de crescimento puxado pelo crescimento de potências


internacionais(dependente) tende a igual estagnação.

2- Analisando a situação externa do Brasil observamos um déficit na balança de pagamento


em 2022 em virtude da crescente remessa de lucros enviados ao exterior por meio da balança
de serviços e rendas e da queda da demanda por commodity(nosso principal produto) pelo
mercado chinês que é ampliado dado o baixo valor agregado presente em nossas exportações
fazendo com que o saldo da balança comercial não seja suficiente para cobrir o déficit na
balança de pagamentos como um todo dado a composição da balança de pagamento como
BP= [𝑋 − 𝑀) + 𝐵𝑆𝑅 + 𝑇𝑈]+ 𝐶𝐹𝐶, assim podemos notar que nossa condição de país
subdesenvolvido e financeirizado movimenta as variáveis de serviços e rendas negativamente
juntamente com a conta financeira de capital dado o nível de especulação financeira
incorporado pelo capitalismo periférico brasileiro.

3- Analisando como se dá a formação do PIB nacional entre 2015-2022 podemos observar


que após o boom das commodities, que fora estimulado pela China, o crescimento da
economia brasileira é pautada pelo consumo das famílias e pelo investimento que seguem
padrões de crescimento similares(quando sobrepostos). Dado que componentes como o
investimento, representado pela formação bruta de capital fixo(FBCF), apresentou um
comportamento oscilante, que pode ser explicado pela financeirização da economia brasileira
onde o capital produtivo é deslocado para o mercado financeiro em busca de altas
rentabilidades através do juros, evidenciando o aspecto rentista da burguesia nacional e uma
forte dependência do Estado como provedor de desenvolvimento como observado em 2020
onde há uma estagnação tanto do consumo quanto no investimento que só retomado após
uma maior intervenção do Estado, porém o Estado brasileiro vem perdendo esse papel,
resultado do modelo neoliberal caracterizado pelo tripé-macroeconômico que se intensificou
a partir de 2015.

4-Ao desagregar a produção brasileira entre os anos de 2015 a 2022 observamos uma
tendência que se inicia nos anos 90 e que vêm se intensificando,a desindustrialização(gráfico
3). Trabalhos como do professor Wilson Cano(gráfico 2) demonstram não só a redução da
desindustrialização como as suas formas nas diferentes regiões do Brasil aprofundando a
desigualdade regional estrutural do Brasil. Ao passo que vemos uma redução da participação
da indústria no PIB vemos um crescimento da participação da agropecuária e
mineração(gráfico 1) e dos serviços(gráfico 4) que já compõem a maior parte do PIB(4,2%
em 2022, segundo dados do IPEA). Esse cenário aprofunda o subdesenvolvimento brasileiro
na medida em que havendo uma “troca” de atividade industrial por serviços reforçaria a
dependência do Brasil quanto a produtos industriais o que faria o Brasil regredir a um modelo
primário de pouco valor agregado e de baixa agregação tecnológica que intensificará a
relação desigual entre centro-periferia retroalimentando a condição de subdesenvolvimento
do Brasil.
5-Analisando agora como se dá a renda nacional podemos traçar um paralelo com o salário
médio mensal e o salário mínimo real(gráfico 1-IPEADATA) onde averiguamos que há um
desnível forte entre as duas curvas, porém, segundo dados do IBGE, mais de 60% dos
brasileiros recebem até dois salários mínimos o que mostra que uma pequena parcela da
sociedade está elevando o nível médio de renda mostrando uma nível de concentração de
renda relevante e crescente, que é corroborado no segundo gráfico que apresenta a evolução
do PIB per capita. A concentração de renda(como demonstrado por Celso Furtado em
“Formação econômica do Brasil” e “Desenvolvimento e subdesenvolvimento”) é alimentada
pelo subdesenvolvimento brasileiro numa relação dialética entre si dado que a concentração
da renda também alimenta o nosso subdesenvolvimento, ampliada desde 2015 com o
aprofundamento da desindustrialização e manutenção do modelo neoliberal.

TRABALHO PARA A NOTA DO PRIMEIRO EXERCÍCIO

Analisando a fundo a questão da concentração de renda no Brasil tomemos uma série


histórica(gráfico 1-IPEADATA)do índice de Gini de 1976 a 2021 que nos mostra uma
elevação a partir dos anos 80 ao final da era desenvolvimentista, por efeito da hiperinflação,
que retrocede com o plano real mas que se estabiliza num nível desconfortável durante os
anos 90 com a experiência neoliberal e início da financeirização da economia brasileira. O
índice de concentração de renda só apresentou quedas significativas a partir de 2004( como
observado pelo índice de Theil no gráfico 2) resultado das políticas distributivas do governo
federal. A queda que se observa se estende até 2015 onde a partir desse ponto o índice de
Gini volta a apresentar um aumento vigoroso dado a ampliação das políticas neoliberais
voltadas ao mercado financeiro e a um retorno ao modelo primário exportador e de baixa
incorporação tecnológica que nos legou o gráfico 3 elaborado pelo banco mundial mostrando
a situação do Brasil em relação a outros países da américa do sul.

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