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Administração Pública

Contabilidade Geral

O Impacto da Insuficiência da Tesouraria, das Pequenas e Medias Empresas, Face a Pandemia


Covid-19

Sandra João Conjo Msc. João Adelino

Maputo, Outubro de 2020


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Índice
1 Introdução................................................................................................................................3

2 Objectivos................................................................................................................................3

2.1 Geral..................................................................................................................................3

2.2 Específicos........................................................................................................................3

3 Metodologia.............................................................................................................................3

4 O impacto da insuficiência de tesouraria, nas pequenas e medias empresas, face a pandemia


Covid-19..........................................................................................................................................4

4.1 Acções para mitigar o impacto da Covid-19 nas pequenas e medias empresa.................5

4.1.1 Governo anuncia criação de linha de crédito para pequenas e medias empresa e
para mitigar o impacto da Covid-19........................................................................................5

4.1.2 Portugal anuncia apoio as empresas Moçambicanas.................................................5

4.1.3 Banco de Moçambique reduz taxa de juro de política monetária em 150 pontos
base para 11,25%.....................................................................................................................6

4.2 Novas oportunidades de negócio decorrentes do pós-covid e conselhos úteis às


empresas......................................................................................................................................8

5 Conclusão................................................................................................................................9

6 Referências Bibliográficas.....................................................................................................10

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 2


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1 Introdução

A pandemia da COVID-19 (Coronavírus) atingiu Moçambique num momento de grande


debilidade da sua história económica, quando o país tentava recuperar de dois grandes choques: a
crise da dívida oculta e os efeitos devastadores dos ciclones Idai e Kenneth em 2019. A
pandemia fez recuar, mais uma vez, as perspectivas económicas do país. A pandemia ensombra o
potencial de crescimento de curto prazo de Moçambique. A crise da COVID-19 terá um pesado
impacto na actividade económica com o distanciamento social e as restrições às viagens (internas
e mundiais) a afectarem a procura de bens e serviços.  

2 Objectivos

2.1 Geral

 Analisar o impacto económico nas pequenas e medias empresas face a pandemia da


Covid-19.

2.2 Específicos

 Analisar os ramos de actividade empresarial mais fustigado pelo défice financeiro no


âmbito da Covid-19;
 Compreender as acções do governo para mitigar o impacto da insuficiência de tesouraria
nas PMEs diante da pandemia;
 Perspectivar novas oportunidades de negócio decorrentes do pós-covid e conselhos úteis
às empresas.

3 Metodologia

O trabalho foi desenvolvido por meio do conhecimento adquirido na disciplina, de pesquisa


bibliográfica e tem como referencial prático que traz uma abordagem específica e clara sobre o
tema, sendo que também foram feitas outras pesquisas bibliográficas, para melhor compreender
o tema, impacto da insuficiência de tesouraria nas PMEs face a pandemia de Covid-19, do tipo,

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 3


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qualitativa com uma abordagem centrada em apresentar o tema compreendendo a sua diversa
abordagem, assim como seu funcionamento.

4 O impacto da insuficiência de tesouraria, nas pequenas e medias empresas, face a

pandemia Covid-19

Aquando o mundo inteiro tomou conhecimento da existência de novo corona vírus Covid-19 que
por conseguinte foi declarado pela Organização Mundial de Saúde OMS, uma pandemia a 11 de
Março e dia 30 Decretado Estado de Emergência em todo território moçambicano após o país ter
atingido o nível três (3) de alerta, com o registo de oito casos de infecções pelo novo corona
vírus, as empresas moçambicanas começaram a fechar e a indústria hoteleira e turismo foi mais
fustigada pelo impacto da Covid-19. Onde começou a surtir os efeitos da pandemia, já não havia
turistas tanto nacionais como estrangeiros, todas as reservas que havia sido marcadas foram
cancelada numa ordem de 75% até a primeira quinzena do mês de Abril e 100% até o final do
mesmo mês.

A crise económica global causada pela COVID-19 deverá penalizar o crescimento económico
em África, com países altamente endividados, caso de Angola e Moçambique, limitados na
capacidade de resposta, segundo a Comissão Económica da ONU para África (UNECA),
noticiou “O País”, edição 21/05/2020.

A situação financeira africana, adianta a comissão da ONU, é penalizada por “quatro desafios
críticos”, nomeadamente níveis elevados de dívida em relação ao Produto Interno Bruto, défices
fiscais elevados, altos custos de crédito e depreciação de muitas moedas africanas face ao euro e
ao dólar.

Segundo relatório da ONU, mais de 50% dos países africanos registaram défices orçamentais
acima de 3,0% em 2019 e cerca de 22 países africanos apresentaram índices de dívida em
percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média africana de 61%, segundo a
UNECA. Entre estes países estão Moçambique, que registou uma dívida de 108,8% do PIB e um
défice orçamental de 6,1% no ano passado.

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Moçambique deverá crescer 2,2% este ano, o mesmo que no ano passado, segundo o FMI, mas a
previsão não é partilhada pela Economist Intelligence Unit (EIU), que estima que a economia de
Moçambique sofrerá uma que- bra de 2,4% este ano.

4.1 Acções para mitigar o impacto da Covid-19 nas pequenas e medias empresa

4.1.1 Governo anuncia criação de linha de crédito para pequenas e medias empresa e

para mitigar o impacto da Covid-19

O governo anuncia a criação de uma linha de crédito para apoiar pequenas e medias empresas e
minimizar o impacto do novo coronavírus.

O facto foi anunciado no Parlamento pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane,
na sessão de perguntas ao governo.

"Criamos uma linha de crédito para as pequenas e médias empresas. Esta linha de crédito que é o
estado que está a pôr, vai ser naturalmente gerida através do sistema de banco com regras claras,
porque é mesmo para apoiar na reactivação económica. A linha de crédito vai apoiar o agro-
negócio", afirmou. (RM).

4.1.2 Portugal anuncia apoio as empresas Moçambicanas

O governo português anunciou no dia 14 de Maio de 2020, que vai apoiar às micro, pequenas e
médias empresas moçambicanas afectadas pela pandemia da COVID-19. O auxílio de Lisboa
estende-se igualmente a questões humanitárias.

Moçambique é dos países lusófonos em África que vai beneficiar de linhas de apoio financeiro
do governo português, com vista a mitigar os impactos da pandemia do novo coronavírus.

Em comunicado enviado esta quinta-feira, à redacção do “O País”, a Embaixada de Portugal em


Maputo informa que vai disponibilizar linhas de financiamento no valor de um milhão de 80 mil
euros para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Para o caso concreto de Moçambique, o Executivo de Lisboa indica que o país beneficiará de
medidas de apoio directas em diferentes sectores, designadamente, o sector privado que se tem

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vindo a debater com impactos muito negativos na sua actividade económica, a educação, a
nutrição entre outros.

O apoio luso às empresas moçambicanas consiste em redireccionamento de 40% do Fundo


Empresarial da Cooperação Portuguesa (FECOP), para o apoio às micro, pequenas e médias
empresas (MPME’s) moçambicanas com dificuldades de tesouraria e liquidez, resultantes do
impacto económico da pandemia da Covid-19.  

O FECOP tem como parceiros a Associação Moçambicana de Bancos e o IPEME e é


operacionalizado em parceria com três bancos moçambicanos (Banco Comercial e de
Investimentos, Millennium bim e Moza Banco).

O sector da educação em Moçambique entra igualmente no pacote da ajuda do governo


português, que disponibilizar 250 mil euros para o Fundo de Apoio ao Sector da  educação
(FASE). “O País” 14/05/2020

4.1.3 Banco de Moçambique reduz taxa de juro de política monetária em 150 pontos base

para 11,25%

Face a expressiva revisão em baixa das perspectivas de inflação para o médio prazo, num
contexto de maior declínio da procura agregada em resultado do impacto da COVID-19 na
economia doméstica e internacional, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de
Moçambique decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 150 pontos
base (pb), para 11,25%. O BM decidiu, igualmente, reduzir as taxas da Facilidade Permanente de
Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 150 pb, para 8,25% e
14,25%, respectivamente, e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os
passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente.

A presente projecção da inflação é substancialmente menor do que a efectuada em Fevereiro. A


revisão em baixa da inflação decorre do declínio acentuado da procura interna, num cenário de
prolongamento das medidas de restrição impostas pelo Estado de Emergência, bem assim das
perspectivas de redução do preço do petróleo no mercado internacional. Em Março, a inflação
anual de Moçambique desacelerou para 3,09%, após 3,55% no mês anterior.

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 6


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As perspectivas de crescimento económico para 2020 deterioram-se e os esforços de recuperação


pós-ciclones retraem-se. Prevê-se que as consequências económicas da materialização da
COVID-19 sejam severas, num cenário em que a economia moçambicana já se encontra
debilitada em virtude dos efeitos dos ciclones Idai e Kenneth e da instabilidade militar nas zonas
norte e centro do país.

O estado de emergência nacional esteve vigente em Moçambique entre 1 de abril e 6 de


Setembro (quatro prorrogações). A partir de 7 de Setembro está vigente o estado de calamidade
pública, com duração indeterminada e enquanto se mantiver o risco da pandemia da COVID-19.
A calamidade pública aplica-se com as chamadas medidas de “alerta vermelho”, ou seja, com
restrições muito semelhantes ao do estado de emergência nacional, embora esteja previsto um
retoma, faseada, das condições normais da actividade económica., No entanto, conforme as
declarações do Presidente da República de Moçambique Filipe Nyusi em comunicado à nação de
4 de Setembro, ser a qualquer momento novamente declarado o estado de emergência.

Assim, as medidas que têm vindo a ser adoptadas pelo Governo neste contexto visam mitigar os
impactos económicos negativos do actual contexto e procurar garantir a sustentabilidade da
actividade empresarial e do emprego mediante a redução dos custos fixos das empresas, alívio
temporário da carga fiscal e intervenções ao nível do crédito bancário, sendo as principais as
seguintes:

Medidas de concessão de linhas de crédito em moeda estrangeira à banca local e recomendação


de reestruturação dos créditos dos clientes;

Suspensão de interpelações, constituições em mora e execuções decorrentes do atraso no


cumprimento de obrigações referentes a créditos bancários, desde que este atraso resulta da
aplicação das medidas impostas pelo estado de emergência nacional;

Medidas de facilitação aduaneira e fiscal, incluindo a autorização de saídas antecipadas para a


importação de bens relacionados com a prevenção e tratamento da COVID-19, a dispensa de
pagamentos por conta e o adiamento do pagamento social por conta, entre outras medidas;

Redução de 10% da tarifa de energia eléctrica entre 1 de Junho e até 31 de Dezembro, a todos os
consumidores (empresas e particulares);

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Isenção do IVA (17%) ao açúcar, óleos alimentares e sabões, a partir de 26 de Maio e vigente
durante 1 ano, visando mitigar os custos destes bens essenciais.

Para além destas medidas, Moçambique beneficia de pacotes de apoio por parte dos dadores
internacionais, de entre os quais o FMI (15 milhões de USD para cobertura do serviço da dívida)
e a União Europeia (110 milhões de Euros em subvenções, no âmbito de um pacote global de
apoio aos países africanos).

O Governo de Moçambique aprovou ainda uma linha de financiamento às Micro e PMEs, no


montante total de cerca de 20 Milhões de Euros, a ser operacionalizada através do Banco
Nacional de Investimentos (BNI) e destinada ao apoio à tesouraria e às necessidades de
investimento das empresas.

Referência também o Fundo Empresarial da Cooperação Portuguesa (FECOP), mediante o qual


são canalizadas 40% (5 milhões de euros) da dotação orçamental total deste instrumento para o
apoio às micro, pequenas e médias empresas de direito moçambicano com dificuldades de
tesouraria e liquidez.

4.2 Novas oportunidades de negócio decorrentes do pós-covid e conselhos úteis às


empresas

No actual enquadramento, existem algumas oportunidades de negócio no que se refere ao


fornecimento de equipamentos de protecção especializados e destinados à prevenção da COVID-
19 (exemplo: máscaras e viseiras), bem como no sector das soluções e serviços informáticos no
âmbito do teletrabalho e necessidades conexas.

Oportunidades também ao nível do fornecimento ao mercado de equipamentos e bens


necessários para o sector da construção e industrial, em resultado de dificuldades na capacidade
produtiva e exportadora dos mercados. Recomenda-se a todas as empresas interessadas em
oportunidades no mercado, nomeadamente as exportadoras, a informação prévia relativa aos
canais de transporte de mercadorias, que se encontram actualmente com fortes constrangimentos
logísticos.

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 8


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5 Conclusão

O Coronavírus está indubitavelmente a impactar negativamente na economia moçambicana,


atendendo e considerando que o nosso país não é uma ilha, ele é parte integrante do comércio
internacional o que torna difícil a mobilidade de mercadorias e pessoas dum país para o outro
fazendo com que o comércio internacional não flua a níveis desejados.

Por um lado, com as restrições que se registam na arena internacional, o nosso país já começou a
ter limitações para exportar a sua produção, especialmente para países como a China e a Índia
que são os maiores compradores dos recursos minerais produzidos no nosso país com maior
destaque para o carvão mineral produzido na bacia carbonífera de Moatize, província de Tete, o
que tem contribuído de sobremaneira para a queda do preço deste minério no mercado mundial.
Além do carvão, o nosso país enfrenta grandes barreiras para exportar produtos agrícolas como o
açúcar, tabaco, nozes, castanha de caju, legumes bem como bens pesqueiros para países da
Europa nomeadamente o Reino Unido, França, Itália, entre outros.

Por outro lado, devido as restrições que se verificam no mercado internacional, Moçambique
naturalmente que está a enfrentar dificuldades para importar diversos tipos de bens e serviços
uma vez que a maior parte dos maiores parceiros económicos do nosso estão em “lockdown”
mas também porque já existem casos confirmados de coronavírus no país o que inibe a saída de
moçambicanos para o exterior por exemplo para a compra de alho na China.

Os principais desafios que o país enfrenta incluem a manutenção da estabilidade


macroeconómica, tendo em consideração a exposição às flutuações dos preços das matérias-
primas e o restabelecimento da confiança através de uma melhor governação económica e maior
transparência, incluindo o tratamento transparente da investigação da dívida oculta. Além do
mais, são necessárias reformas estruturais destinadas a apoiar o sector privado actualmente em
dificuldades. 

Um outro grande desafio é a diversificação da economia, afastando-se do actual enfoque em


projectos com uso intensivo de capital e de agricultura de subsistência de baixa produtividade.   

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 9


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6 Referências Bibliográficas

Revistas:

O País” 14/05/2020

O País”, edição 21/05/2020.

Relatório de ONU (Comissão Económica para África) publicado em 21 de Abril de 2020

Sites consultadas:

http://opais.sapo.mz/impacto-do-coronavirus-sobre-a-economia-mocambicana. Acesso 24 de
Setembro de 2020

https://www.worldbank.org/pt/country/mozambique/overview. Acesso 19 de Outubro de 2020

Elaborado por: Sandra João Conjo Página 10

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