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ISCED - INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTAO

impacto socioeconómico da oferta e demanda de produtos da primeira necessidade nas


famílias eproprietários das bancas fixas em tempo de COVID-19

Nampula
2020
O impacto socioeconómico da oferta e demanda de produtos da primeira necessidade nas
famílias eproprietários das bancas fixas em tempo de COVID-19

Trabalho individual apresentado a ISCED no curso


de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria. 2°
Ano. Na disciplina de Metodologia de
Microeconomia.

Discente:

Ana Irene Forpense

Nampula
2020

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Índice
Introdução........................................................................................................................................4

Objectivos........................................................................................................................................4

Objectivo Geral................................................................................................................................4

Objectivo Especifico........................................................................................................................4

1. Referencial Teórico..................................................................................................................6

2. Impacto socioeconómico da oferta e demanda de produtos da primeira necessidade nas


famílias eproprietários das bancas fixas em tempo de COVID-19..................................................6

2.1. Definições Básicas................................................................................................................6

2.1.1. Oferta e Procura................................................................................................................6

2.1.1.1. Procura...........................................................................................................................6

3. Covid-19...................................................................................................................................7

4. Impactos Económicos da Economia em Moçambique.............................................................8

5. Impactos nos pequenos negócios em Moçambique.................................................................9

7. Os Impactos da COVID-19 em Moçambique e as medidas de apoio que estão a ser tomadas:


medidas governamentais de relançamento económico e apoio às empresas.................................10

8. Impacto na Economia da zona Centro- Norte........................................................................11

9. Análise do Impacto Socioeconómico na Cidade de Nampula em tempos de Pandemia........12

Conclusão......................................................................................................................................13

Referencias Bibliograficas.............................................................................................................14

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Introdução
Segundo MISAU (2020), em finais de Março. Moçambique registava o primeiro caso do novo
coronavírus. Dados do Ministério da Saúde, mostram que os casos da COVID-19 subiram para
1.268 onde 373 foram os casos recuperados e registaram-se 9 óbitos em todo país. Para além dos
receios de contágio e das implicações para a saúde, a pandemia tem gerado impactos negativos
para a economia nacional e para as famílias. Os impactos económicos e sociais da pandemia da
COVID-19 impõem desafios enormes para todos países do mundo, principalmente para as
economias em vias de desenvolvimento que possuem uma estrutura económica frágil e bastante
vulnerável a choques sistémicos. Um dos principais desafios que esta pandemia impõe é a
definição de políticas e medidas efectivas que possam optimizar a contenção da propagação da
pandemia e a manutenção do funcionamento da economia do pais. Assumindo a Covid-19 como
uma doença que gerou uma crise, cujos efeitos extravasam o sector de saúde, afectando outros
sectores, como o sector económico, o presente trabalho procura perceber, de como esta pandemia
está a afectar economia moçambicana, no contexto microeconómico,procurar-se-á aferir se ela
atingiu o nível de crise, busca-se um inventário dos sectores em destaque fortemente afectados
comoé o caso dos produtos de primeira necessidade e micro-negocios, bem como setrar-se-áas
acções que podem ser levadas a cabo para minimizar os efeitos da pandemia na economia
moçambicana. O presente trabalho de carácter avaliativo que versa sobre o tema O impacto
socioeconómico da oferta e demanda de produtos da primeira necessidade nas famílias
eproprietários das bancas fixas em tempo de COVID-19.

Objectivos
Objectivo Geral
 O objectivo deste trabalho é o impacto socioeconómico da oferta e demanda de produtos
da primeira necessidade nas famílias eproprietários das bancas fixas em tempo de
COVID-19.
Objectivo Especifico
 Fundamentar bibliograficamente os conceitos de Oferta e Procura e Covid-19;

 Identificar Impactos Económicos da Economia em Moçambique;


 Análise do Impacto: Socioeconómico na Cidade de Nampula em tempos de
Pandemia.

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 Impactos nos pequenos negócios em Moçambique;
 Oferta e Procura do Mercado de Alimentos;
 Impacto na Economia da zona Centro- Norte.

Metodologia

Para a elaboração deste trabalho, recorreu-se essencialmente a pesquisa bibliográfica que, visto
que de acordo com:

Marconi & Lakatos (2003, p.158) “é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já
realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes
relacionados com o tema”. Deste modo foram usados dados secundários para elaboração do
mesmo, devido a situação actual (da covid -19), nesta pesquisa incluem dados de variáveis
económicas, demográficas e sociais, e servirão de base para avaliar a evolução da pandemia da
COVID-19 em Moçambique e, no mundo, o impacto da pandemia na economia mundial e as
tendências das variáveis económicas na economia moçambicana. Por outro lado, estes dados
serão combinados com os dados primários para a realização de projecções sobre o impacto desta
pandemia no sector empresarial e no crescimento económico do país, bem como na análise do
impacto quantitativo das medidas para a mitigação dos efeitos desta pandemia na economia
nacional.

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1. Referencial Teórico
2. Impacto socioeconómico da oferta e demanda de produtos da primeira necessidade nas
famílias eproprietários das bancas fixas em tempo de COVID-19
2.1. Definições Básicas

2.1.1. Oferta e Procura


De acordo com a obra de Mankiw, N.G. Oferta e demanda são as forças quefazem com que as
economias de mercadofuncionem. Determinam o preço e aquantidade vendida.

 Compradores determinam a demanda.


 Vendedores determinam a oferta.

A Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores desejam vender, em


função dos preços, em um determinado período. Considera-se que os produtores são racionais, já
que estão produzindo com o lucro máximo, dentro da restrição de custos de produção. A oferta
representa um plano ou intenção e não a venda efectiva. A quantidade oferecida é a quantidade
de um bem ou serviço que os vendedores querem e podem vender. (Fabiana Bispo)

A Lei da Oferta e da Procura (Demanda) busca estabilizar a procura e a oferta de um


determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto
procura é o interesse existente em relação ao mesmo. A oferta depende do preço, da quantidade,
da tecnologia utilizada na fabricação entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A
procura é influenciada pela preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e
qualidade e a facilidade de compra do produto.

2.1.1.1. Procura

A procura traduz o que um indivíduo (ou grupo de indivíduos) deseja e é capaz de


obter no mercado, num determinado período de tempo, a um determinado preço,
Considerando todos os outros factores, além do preço desse bem, constantes,traduzindo a
condição ceteris paribus. Notemos que o simples desejo paracomprar não é por si próprio
suficiente para constituir a procura, sendo necessáriaa existência de suficiente poder de compra.
A quantidade procurada é a máxima quantidade que um comprador deseja comprar a um dado

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preço, a qual pode não ser igual à quantidade actualmente comprada a esse preço. Menos, mas
não mais, quantidade do bem pode ser comprada. (Donario & Santos.20155,pag 3)

Ou seja a lei da procura refere que a quantidade máxima procurada de um bem, num
determinado período de tempo, estes variam com a alteração do preço - diminuirá quando preço
sobe e aumentará se o preço baixar, para bens normais e superiores.

O factor determinante para a procura de um determinado bem ou serviço deixou de ser o preço,
pois o mesmo sofre alterações por causa de qualquer desequilíbrio entre a oferta e a procura.
Dessa forma, pode-se dizer que o preço de algo é determinado pelo próprio consumidor, pois
quando esses passam a buscar mais um produto qualquer, o produtor eleva o seu preço, fazendo
com que o consumidor pague mais se deseja adquirir o mesmo. Em contrapartida, quando um
produto não é mais procurado o produtor é estimulado a deixar de produzi-lo para que não tenha
despesas em relação à oferta sem demanda.O preço de um bem ou serviço é fixado levando em
consideração a relação entre a procura e a necessidade do consumidor final e, ainda, os custos
gerados na fabricação e o tempo gasto em sua produção. Os factores que influenciam o
consumidor final a procurar um determinado produto são as necessidades em relação ao mesmo,
o poder de compra, a concorrência, a qualidade, a satisfação do cliente entre outros. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/economia/lei-da-oferta-e-procura.htm. Acesso em 02 de abril
de 2021.

3. Covid-19

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a COVID-19 é uma doença infecciosa
causada pelo novo coronavírus recentemente descoberto. Este novo vírus era desconhecido antes
da sua eclosão na cidade de Wuhan, China, em Dezembro de 2019, sendo que desde então, tem
vindo a afectar o mundo globalmente. Por esta razão, a Organização Mundial da Saúde
considerou este vírus como uma pandemia de emergência sanitária global. Até o dia 30 de Julho
de 2020, esta pandemia já havia afectado cerca de 216 países, áreas ou territórios, com mais de
17 Milhões de casos confirmados e 655 mil óbitos registados. Conforme ilustra a Figura abaixo,
quase todo o mundo foi afectado por esta pandemia.

Segundo Carvalho (2020) citado por Augusto (2020), a Organização Mundial da Saúde relata
que o coronavírus é uma espécie de zoonóticos, ou seja, um vírus que é transmitido de animais

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para pessoas. Conforme comentado anteriormente nesse trabalho, as doenças zoonóticas são
constantemente “associadas a mudanças ou a distúrbios ecológicos, numa relação directa entre a
degradação dos ecossistemas e o surgimento e a difusão dos peptógenos da vida selvagem para
humanos”.

O coronavírus, por sua vez, surgiu primeiramente na cidade de Wuhan, na China, ainda em
dezembro de 2019, e é o responsável pela propagação da doença intitulada Covid-19. Após ter
sido declarada como Emergência de Preocupação Internacional, no final de Janeiro de 2020, a
doença zoonótica foi considerada, em março do mesmo ano, como Pandemia, pela Organização
Mundial da Saúde. E, no momento da confecção do presente texto, segundo dados divulgados
pela Johns Hopkins University, um total de 3.672.238 pessoas ao redor do planeta foram
diagnosticadas com contaminação pelo vírus (2020), fugindo de uma cifra oculta que contamina,
provavelmente, dois terços da população mundial (Augusto etal , 2020).

4. Impactos Económicos da Economia em Moçambique

Os impactos económicos do COVID-19 serão sentidos em proporções diferentes em quasetodos


os sectores da economia moçambicana. Uns já começam a ressentir-se em face daredução, por
imposição legal, da oferta de alguns serviços como é o caso do turismo,transportes, educação,
restauração, indústria. Outros poderão experimentar stock zeronalguns produtos em
consequência do rompimento das cadeias de fornecimento desses bensou ter uma redução na
produção por força da redução dos níveis de produtividade por cadatrabalhador. A agravar a
situação já se assiste a uma redução da demanda induzida nalgunsprodutos ou serviços por este
receio de um vírus com um efeito altamente contagioso querepresenta um risco para pessoas de
certa idade com um sistema imunológico enfraquecido, especialmente derivado de uma
existência de doença crónica. (Mussagy.2020,pag 6)

Os dados do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique (INE) publicados no final


de Junho, demonstram um crescimento homólogo da economia, no primeiro trimestre de
2020, de 1,6%, sendo de referir que a indústria extractiva, que é o principal motor de
crescimento desta economia, apresenta um crescimento negativo de -11,7%;

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5. Impactos nos pequenos negócios em Moçambique

Moçambique possui importantes relações comerciais com a República Popular da China,


epicentro do surto chegando a exportar 7%, essencialmente matérias-primas, e importar 10%. As
empresas moçambicanas, especialmente as micro e pequenas e médias empresas, que dependem
do mercado chinês, estão sem puder manter as relações comerciais com o mesmo ritmo, antes do
COVID-19, e ficando expostas a situação de insolvência. Neste momento, é difícil pensar em
outras alternativas pois a mobilização dos factores de produção de um local para o outro ou de
um sector para o outro nem sempre é flexível no curto prazo. Esta situação coloca em evidência a
nossa fraca capacidade interna do tecido empresarial e industrial, ainda em crescimento, de
suprir grande parte de necessidades domésticas.

Por outro lado a pandemia também culminou em um certos pontos positivos no Pequenos
negócios, como é o caso doactual enquadramento, existem algumas oportunidades de negócio no
que se refere ao fornecimento de equipamentos de protecção especializados e destinados à
prevenção da COVID-19 (exemplo: máscaras e viseiras), bem como no sector das soluções e
serviços informáticos no âmbito do teletrabalho e necessidades conexas. Oportunidade também
ao nível do fornecimento ao mercado de equipamentos e bens necessários para o setor da
construção e industrial, em resultado de dificuldades na capacidade produtiva e exportadora dos
mercados. Extraído em https://www.rangel.com/pt/infohub/covid-19-impacto-nos-
mercados/mocambique/

De acordo Mussagy (2020, pp. 4-5), a redução do Produto Interno Bruto (PIB) combinado com o
efeito adverso da subida generalizada dos preços poderá agravar ainda mais a situação. Para o
autor, A inflação poderá aumentar pela especulação do mercado ou em consequência da escassez
de produtos de primeira necessidade oriundos dos países vizinhos, por estes estarem a enfrentar a
mesma luta contra o COVID-19 e igualmente pelas restrições nos processos de importação
resultante do fecho de certas fronteiras com Moçambique.

6. Oferta e Procura do Mercado de Alimentos

Mosca (2020),caso a crise seja prolongada, presumivelmente a partir de um mês após a


declaração do estado de emergência e caso as medidas tomadas sejam radicais, haverá,
certamente, despedimentos, redução ou paralisação de empresas, pequenos negócios e das

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economias informais. Significa que a baixa de produção (oferta) será acompanhada pela
contracção da demanda, o prazo. A evolução dos preços dependerá do comportamento de ambos
os lados do mercado (oferta e demanda). Se a demanda se reduzir menos que a oferta (por
constituição de reservas alimentares), haverá redução dos preços. Porém, a situação inversa é,
geralmente, a mais verificada, isto é, uma subida dos preços. Em resumo, é necessário assegurar
que a demanda não baixe significativamente com políticas de sustentação da renda (controle do
trabalho e de despedimentos, subsídios às empresas para pagamento de parte dos salários) e
acções do lado da oferta nos sectores prioritários em contexto de crise. E, por outro lado,
assegurar a oferta em níveis que satisfaçam as necessidades mínimas alimentares, seja com a
oferta nacional como por importações. Os grupos sociais pobres e que representam a maioria dos
cidadãos, principalmente nos centros urbanos, vivem da renda diária, isto é, consomem o que as
receitas quotidianas lhes permitem. Nestas circunstâncias, é difícil (impossível) impor uma
medida de restrição plena de circulação das pessoas. As medidas de convivência social não serão
possíveis em mercados não infra-estruturados e de rua, em meios de transporte abarrotados.
https://omrmz.org/omrweb/wp-content/uploads/COVID19-E-IMPACTOS-ECONO%CC
%81MICOS-EM-MOC%CC%A7ABIQUE.pdf

7. Os Impactos da COVID-19 em Moçambique e as medidas de apoio que estão a ser


tomadas: medidas governamentais de relançamento económico e apoio às empresas

Encontra-se vigente o estado de emergência nacional em Moçambique, desde 1 de abril e


actualmente, após terceira prorrogação, até 29 de Julho. Assim, as medidas adoptadas pelo
Governo neste contexto visam mitigar os impactos económicos negativos do actual contexto e
procurar garantir a sustentabilidade da actividade empresarial e do emprego mediante a redução
dos custos fixos das empresas, alívio temporário da carga fiscal e intervenções ao nível do
crédito bancário, sendo as principais as seguintes:
 Medidas de concessão de linhas de crédito em moeda estrangeira à banca local e
recomendação de reestruturação dos créditos dos clientes;
 Suspensão de interpelações, constituições em mora e execuções decorrentes do atraso no
cumprimento de obrigações referentes a créditos bancários, desde que este atraso resulta
da aplicação das medidas impostas pelo estado de emergência nacional;
 Medidas de facilitação aduaneira e fiscal, incluindo a autorização de saídas antecipadas
para a importação de bens relacionados com a prevenção e tratamento da COVID-19, a
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dispensa de pagamentos por conta e o adiamento do pagamento social por conta, entre
outras medidas;
 Redução de 10% da tarifa de energia eléctrica entre 1 de Junho e até 31 de dezembro, a
todos os consumidores (empresas e particulares);
 Isenção do IVA (17%) ao açúcar, óleos alimentares e sabões, a partir de 26 de maio e
vigente durante 1 ano, visando mitigar os custos destes bens essenciais. Disponível em:
https://www.rangel.com/pt/infohub/covid-19-impacto-nos-mercados/mocambique/

Estas medidas de uma certa forma auxiliaram a mitigar a situação actual do pais, relativamente a
implicações que a pandemia causou, as presentes orientações destinam-se a abordar
algumasquestões-chave, nomeadamente, o modo de assegurar aeficácia das medidas, reduzido e
contendo a propagação deriscos para a segurança de todos os sectores e evitar uma disrupção.

8. Impacto na Economia da zona Centro- Norte

A economia da Zona Centro-Norte continua a ser sustentada em grande medida pela agricultura,
por ser umas das zonas com maiores potencias agrícolas. Quando o agricultor vê menor retorno
para a sua actividade, não consegue comprar outros produtos, afectando imediatamente o volume
de vendas de comerciantes. Entrando em qualquer loja ou negócio nas sedes distritais na Média e
Alta Zambézia, e que depende da procura local, o dono relata que o volume de negócio em 2017
caiu em pelo menos 50% em comparação com 2016. Esta tendência verifica-se em praticamente
todos os tipos de lojas, desde os supermercados a lojas gerais que vendem produtos alimentares,
lojas de roupa, de materiais de construção, alfaiates e bares. Todos os comerciantes afirmam que
várias lojas e outros negócios já fecharam as portas, actualmente devido a pandemia e prevêem
que mais lojas seguirão o mesmo rumo nos próximos meses. Os que já estão no negócio há muito
tempo alegam que existem sempre crises cíclicas ligadas a preços agrícolas, mas que o ano de
2017 é o pior de que há memória. As pequenas lojas localizadas no campo, fora das sedes
distritais, enfrentaram uma queda do volume de negócios de até 80%.

O cenário repete-se por todos os distritos da Média e Alta Zambézia, onde o milho e o feijão
bóer dominaram o quadro agrícola na campanha passada. Nestes distritos estima-se que pelo
menos 75% dos produtores cultivaram o feijão bóer e que 50% não cultivou nenhuma outra

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cultura de rendimento. Uma parte dos produtores semeou adicionalmente o gergelim, mas em
muitos locais a colheita falhou. É importante notar que o cenário não é igual em toda a Zona
Centro-Norte. Em vários Distritos da Província de Nampula, por exemplo, muitos produtores
cultivam o feijão bóer, mas o quadro agrícola é muito mais diversificado, com os produtores
engajados também no cultivo de algodão, soja, feijão vulgar, caju e outras culturas de
rendimento. Adicionalmente, existe um mercado comercial para a mandioca. São poucos os
produtores nesta região que dependiam do feijão bóer como parte significativa do seu
rendimento. Assim, a queda do preço é prejudicial da perspectiva do produtor, mas não  gerou
uma crise económica.
9. Análise do Impacto Socioeconómico na Cidade de Nampula em tempos de Pandemia

O ministro da Saúde avançou que a cidade de Nampula regista uma elevada percentagem de
amostras positivas para a covid-19, sendo de 21,7%, contra a média de todo o país, que é de
2,7%.Disponivel em https://www.publico.pt/2020/06/07/mundo/noticia/covid19-mocambique-
declaranampula-local-transmissao-comunitaria-virus-1919759

A Cidade de Nampula é o principal centro comercial para os distritos da Zona Norte, e para
muitos da Zambézia. Os comerciantes baseados nestes distritos costumam viajar até Nampula
para comprar as suas mercadorias. Os comerciantes entrevistados em Nampula também alegam
que o negócio caiu em 30 a 50% em comparação com o ano anterior. Nas últimas semanas, o
negócio recuperou ligeiramente com o início da época de comercialização de caju, que resultou
numa injecção financeira nos distritos costeiros da província de Nampula.

Contudo com o relaxamento das medidas impostas os pequenos negócios e a estabilidade nos
preços já vem se sentindo paulatinamente.

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Conclusão
Após a pesquisa em torno da abordagem, relativamente aImpacto socioeconómico da oferta e
demanda de produtos da primeira necessidade nas famílias eproprietários das bancas fixas em
tempo de COVID-19, conclui-se que por a agricultura ser a principal fonte de subsistência para
o povo Moçambicano, especialmente nas áreas rurais, onde quase mais da 80% das famílias se
dedica à agricultura de subsistência. Os meios de subsistência das famílias nas áreas urbanas são
caracterizados por uma grande diversidade de opções de geração de renda. Um número cada vez
maior de pessoas tem ficado sem suas fontes usuais de renda, optando por outras alternativas
dependendo das competências e iniciativas de cada um. A maioria das famílias informais tem
optado por diferentes opções, dependendo das mais lucrativas ou viáveis no momento. Estima-se
que, no período actual, cerca de 2.7 milhões de pessoas (15% da população) enfrenta altos níveis
de insegurança alimentar aguda (IPC Fase 3 ou mais),e por esse facto quase todos os problemas
em torno do comportamentos socioeconómicos basicamente relacionaram-se a agricultura, em
termos a aumento de preço dos produtos, pela dificuldade de escoamento das zonas rurais para as
zonas urbanas para comercio devido as restrições devido a pandemia, assim como nos
micronegocios houve uma queda nas vendas também pelas medidas impostas pelo estado, que
culminaram nestas quedas de ofertas e aumento de demanda de produtos de primeira
necessidade.
A crise da Covid-19 afectou mais a economia dos países em via de desenvolvimento pelo facto
de não terem reservas de recursos financeiros e materiais e, sobretudo, adoptar políticas públicas
para as pessoas empobrecidas, de supressão da pobreza e de bolsas de fome. Esta situação trás
uma reflexão do quão é urgente reflectir sobre o papel e as funções do Estado na economia e na
sociedade moçambicana, evitando-se extremismos de estado mínimo e de desresponsabilização
dos deveres de Estado. É preciso dar maior atenção às actividades económicas e socias,
porquanto estão relacionadas fortemente com a vida das pessoas, as quais devem ser priorizados
em qualquer paradigma de desenvolvimento de uma nação, atendendo e considerando que a
agricultura em nosso pais e a base crucial para alavancagem da economia do nosso pais.

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Referencias Bibliograficas

1. Mussagy,I.H. (2020).Os efeitos da covid-19 em Moçambique Economia em Ponto Morto.


Universidade Católica de Moçambique. Beira. Extraídoem:
http//www.reseachgate.net/publication/340502011.
2. Augusto, Cristiane Brandão; SANTOS, Rogério Dutra dos (2020). Pandemias e
Pandemómio no Brasil (livro electrónico). São Paulo: Tirant lo blanch.
3. Donario,A.A & Santos,R.B, (2015).A procura e a Oferta. Universidade Autónoma de
Lisboa.
4. Carvalho, Talita de (2018). “O que é crise económica?” Recuperado de
https://www.politize.com.br/crise-economica-o-que-e/
5. Mosca. (2020). COVID-19: Linhas gerais sobre medidas e impactos económicos em
moçambique.
6. Escola, Equipe Brasil. "Lei da Oferta e Procura"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/economia/lei-da-oferta-e-procura.htm. Acesso em 02 de
Abril de 2021
7. MISAU (2020). Comunicado de imprensa - Actualização da Informação sobre a Covid19
no País e no Mundo. Ministério da Saúde Direcção Nacional de Saúde Pública. Maputo.
Disponível em http://www.misau.gov.mz/attachments/article/263/Comunicado%20de
%20Actualizacao%20de% 20dados_14_07_2020.pdf
8. Instituto Nacional de Estatística de Moçambique (INE)

Internet

9. https://www.rangel.com/pt/infohub/covid-19-impacto-nos-mercados/mocambique/
10. https://www.rangel.com/pt/infohub/covid-19-impacto-nos-mercados/mocambique/

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