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TRANSPORTES – IPGEST
MICROECONOMIA
FALHAS DE MERCADO
2º Ano
Sala: Aud. B
Turma: LGLT2MA
Período: Manhã
DOCENTE
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Prof. MSc Angelina Elizeu Manuel
Luanda/ 2023
INSTITUTO POLITÉCNICO DE GESTÃO, LOGÍSTICA E
TRANSPORTES - IPGEST
MICROECONOMIA
FALHAS DE MERCADO
AUTORES
Luanda 2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
Objectivo geral ........................................................................................................................ 3
Objectivo específico................................................................................................................ 3
1. FALHAS DE MERCADO .................................................................................................. 4
1.1. Conceito de Falha de Mercado .................................................................................... 4
1.2. TIPOS DE FALHAS DE MERCADOS ...................................................................... 5
1.2.1. Externalidades ...................................................................................................... 5
1.2.2. Bens públicos........................................................................................................ 7
1.2.3. Assimetria de informações ................................................................................... 8
1.2.4. Poder de mercado ................................................................................................. 9
1.3. OBJEÇÕES ................................................................................................................ 10
1.3.1. Escolha pública ................................................................................................... 10
1.3.2. Austríaca ............................................................................................................. 10
1.3.3. Marxista .............................................................................................................. 11
1.3.4. Ecológica ............................................................................................................ 11
1.3.5. Crítica de Chang ................................................................................................. 13
1.3.6. Crítica de Lipsey e Lancaster ............................................................................. 13
1.3.7. Zerbe e McCurdy ................................................................................................ 13
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 15
INTRODUÇÃO
Nos complexos domínios da economia, as "Falhas de Mercado" emergem como peças
intrigantes no quebra-cabeça da alocação eficiente de recursos. Enquanto o modelo idealizado
de livre mercado sugere um sistema autorregulado onde a oferta e a demanda encontram um
equilíbrio natural, a realidade muitas vezes conta uma história diferente. Este trabalho mergulha
nas intricadas teias das falhas de mercado, revelando os desafios que desafiam a utopia
económica e questionam a eficácia do Laissez-faire. Ao explorar essas falhas, examinamos as
implicações para a sociedade, os consumidores e o papel crucial que a intervenção regulatória
desempenha na busca pela equidade e eficiência económica. Nessa jornada, desvendamos os
mistérios das assimetrias de informação, externalidades e outros fenómenos que desafiam a
perfeição do mercado e moldam os destinos económicos em nossa era contemporânea.
Objectivo geral
• Compreender as falhas de mercado como fenómenos económicos, identificando seus
principais determinantes e impactos, a fim de contribuir para o desenvolvimento de
estratégias e políticas que visem mitigar essas falhas e promover um funcionamento
mais eficiente e equitativo da economia.
Objectivo específico
• Identificar e classificar falhas de mercado: analisar as diferentes formas de falhas de
mercado, como externalidades, assimetria de informações, poder de mercado, bens
públicos, destacando suas características e implicações.
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1. FALHAS DE MERCADO
Diferentes economistas têm visões diferentes sobre quais eventos são as fontes de falha
de mercado. A análise económica dominante aceita amplamente que uma falha de mercado
(relativa à eficiência de Pareto) pode ocorrer por três razões principais: se o mercado
é monopolizado ou um pequeno grupo de empresas detém poder de mercado significativo, se a
produção do bem ou serviço resultar em um externalidade, ou se o bem ou serviço é um bem
público.
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1.2.TIPOS DE FALHAS DE MERCADOS
1.2.1. Externalidades
As externalidades podem surgir entre produtores, entre consumidores ou entre
consumidores e produtores. Para Hubbard e O’Brien, (2010, p. 194), a externalidade é um
benefício ou custo que afecta alguém que não está directamente envolvido na produção ou
consumo de um bem ou serviço. Há externalidades negativas – que ocorrem a acção de uma
das partes impõe custos à outra, e externalidade positiva – que surgem quando a acção de uma
das partes beneficia a outra.
Isso significa dizer que as externalidades estão vinculadas aos efeitos das actividades de
produção e consumo que não se refletem directamente no mercado. As decisões de
compradores e vendedores influenciam mutuamente uns aos outros, ou seja, são resultados de
mercado, e isso não é uma externalidade (EATON; EATON, 1999).
Importa destacar que as externalidades são geradoras de ineficiência dos mercados, pois,
segundo Hubbard e O’Brien (1999, p. 197), “as externalidades e os fracassos de mercado
resultam de direitos de propriedade incompletos ou de uma dificuldade em fazer cumprir os
direitos de propriedade em certas situações.
Frank e Bernanke (2012, p. 299) afirmam que “todas as actividades envolvem custos e
benefícios e, quando todos os custos e benefícios relevantes de uma actividade recaem
directamente sobre a pessoa que executa, a actividade não gera externalidade”. Um mercado
com externalidade permite a solução privada dos problemas dele decorrentes, uma delas seria
“a fusão dos processos produtivos, onde problemas de produção da empresa passa a considerar
não apenas os benefícios gerados pela produção de poluição para o processo industrial, como
também o custo para o processo extrativo” (CHAGAS, 2011, p. 284).
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Dentre as soluções para o problema da externalidade, está a solução pública, que é
quando o governo intervém por meio de políticas públicas, afirmam Hubbard e O’Brien (2010).
Já Frank e Bernanke (2012, p. 299) sustentam que “quando uma actividade gera externalidade,
o egoísmo individual não produz a melhor alocação dos recursos, ou seja, não importa se o
efeito da externalidade é negativa ou positiva”.
Dentro desse contexto, Burgenmeier (2005) coloca que nas perspectivas dos direitos de
propriedade não se trata da punição do poluidor, mas da aceitação da poluição como um facto
reconhecido. Assim, o comércio de licenças de emissão seria um exemplo de um direito
implícito à poluição sendo, portanto, o resultado de um processo de negociação entre as partes
envolvidas.
Além disso, para Coase (1960) os direitos de propriedade bem definidos possuem uma
estrutura com quatro características fundamentais, a saber: universalidade, exclusividade,
transmissibilidade e segurança. No caso desta primeira, todos os recursos existentes podem ser
apropriados por privados para correção de externalidade. A exclusividade, por sua vez, os custos
e benefícios gerados pela posse dos recursos devem ser suportados pelos proprietários, através
dos mecanismos de mercado. No que concerne a transmissibilidade, os direitos de propriedade
são transferíveis através de trocas voluntárias. Finalmente, a segurança os direitos de
propriedade privada são protegidos contra a usurpação ilegal.
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Por outro lado, é possível haver problemas no que tange aos direitos de propriedade em
razão da ausência de concorrência perfeita, custos de transação elevados, dificuldade na
identificação das partes negociadoras e situações de propriedade comum.
Burgenmeier (2005) retrata que algum bem ambiental não é possível aceitar uma
exclusão de consumo pelo mecanismo de preços. Por exemplo, o ar e uma paisagem não
poluídos são exemplos para os quais a teoria dos direitos de propriedade é ineficaz além de
mercados em condição imperfeita que cessam as trocas antes de ser atingido o preço que garanta
a alocação ótima.
De forma mais especifica, a abordagem de Coase (1960) pode ser adequada à questão
ambiental em termos de créditos de carbono, resultado de uma busca de uma solução eficiente
para combater à poluição atmosférica (SOARES, SILVA,TORREZAN, 2016)
Importa consignar que definir os diretos de propriedade não é algo simples e trivial, já
que haverá ganhadores e perdedores de um eventual processo de negociação, e requer a
existência de órgão de regulação e soluções de conflitos nem sempre viáveis como
empreendimentos privados, justificando a existência de uma Estado regulador (CHAGAS,
2011). A regulação estatal poderá ser feita limitando a produção de poluição por partes das
empresas e/ou agentes poluidores, seja impondo um limite sobre quantidade, seja tributando a
poluição gerada. Nesse último caso, a alíquota do imposto deveria ser fixada de modo a
incentivar a indústria a reduzir a polução. A fixação da tarifa ótima deve levar em conta os
custos e benefícios sociais da poluição, o que conduz à mesma solução ótima do ponto de vista
social. Esse tipo de imposto, que internaliza os efeitos de uma externalidade, é conhecido como
Imposto de Pigou (CHAGAS, 2011).
a) Não exclusivos: um bem é considerado não exclusivo quando seu consumo não pode
ser impedido, mesmo para aqueles indivíduos que eventualmente não pagaram por ele.
A segurança nacional e a iluminação pública constituem exemplos de bens não
exclusivos. É impraticável qualquer tentativa de impedir que algumas pessoas não
usufruam da segurança nacional ou da iluminação pública. O custo de exclusão do não
pagante seria extremamente elevado.
b) Não rivais: um bem é considerado não rival quando seu consumo não repercute na
indisponibilidade do mesmo bem para outras pessoas, ou seja, pode ser consumido por
vários indivíduos simultaneamente. O uso de uma praça, a iluminação pública e a
segurança pública constituem exemplos de bens não rivais. O custo adicional da
inclusão de um novo usuário é zero.
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um comportamento de risco, não observado inicialmente pela parte contratada, após a
efetivação do contrato. A ocorrência do risco moral é bastante frequente na contratação
de seguros de saúde e de veículos.
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Para corrigir essas falhas de mercado, intervenções governamentais, como
regulamentações antitruste, podem ser necessárias para promover a concorrência e proteger o
bem-estar dos consumidores. Além disso, políticas que visam reduzir barreiras à entrada e
promover a inovação podem ajudar a mitigar os efeitos negativos do poder de mercado sobre a
eficiência económica.
1.3.OBJEÇÕES
1.3.1. Escola pública
Economistas como Milton Friedman, da escola de Chicago, e outros da escola Public
Choice, argumentam que essa falha de mercado não implica necessariamente que o governo
deve tentar resolver as falhas do mercado, porque os custos de falha do governo podem ser
piores do que aqueles da falha de mercado que tenta consertar. Esse fracasso do governo é visto
como o resultado dos problemas inerentes à democracia e outras formas de governo percebidas
por essa escola e também do poder de grupos de interesse especial (buscadores de renda) tanto
no sector privado quanto na burocracia do governo. As condições que muitos consideram
negativas são frequentemente vistas como um efeito de subversão do livre mercado por
intervenção governamental coercitiva. Além das objeções filosóficas, uma questão adicional é
a dificuldade prática que qualquer tomador de decisão individual pode enfrentar ao tentar
entender (e talvez prever) as inúmeras interações que ocorrem entre produtores e consumidores
em qualquer mercado.
1.3.2. Austríaca
Alguns defensores do laissez-faire capitalista, incluindo muitos economistas da Escola
Austríaca, argumentam que não existe tal fenómeno como "falha de mercado". Israel
Kirzner afirma que, "eficiência para um sistema social significa a eficiência com a qual ele
permite que seus membros individuais atinjam seus objectivos individuais". A ineficiência só
surge quando os meios são escolhidos por indivíduos que são inconsistentes com seus
objectivos desejados. Essa definição de eficiência difere da eficiência de Pareto e forma a base
do argumento teórico contra a existência de falhas de mercado. No entanto, desde que as
condições do primeiro teorema de bem-estar sejam atendidas, essas duas definições concordam
e dão resultados idênticos. Os austríacos argumentam que o mercado tende a eliminar suas
ineficiências através do processo de empreendedorismo impulsionado pelo lucro; algo que o
governo tem grande dificuldade em detectar ou corrigir.
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1.3.3. Marxista
Objeções também existem em bases mais fundamentais, como a da equidade, ou
a análise marxista . Usos coloquiais do termo "falha de mercado" refletem a noção de que um
mercado "falha" em fornecer algum atributo desejado diferente da eficiência - por exemplo,
altos níveis de desigualdade podem ser considerados uma "falha de mercado", mas não
são ineficientes em Pareto, e por isso não seria considerado uma falha de mercado pela
economia mainstream. Além disso, muitos economistas marxistas argumentariam que o
sistema de direitos de propriedade individual é um problema fundamental em si mesmo e que
os recursos deveriam ser alocados inteiramente de outra maneira. Isso é diferente dos conceitos
de falha de mercado, que se concentra em situações específicas - normalmente vistas como
anormais - em que os mercados têm resultados ineficientes. Os marxistas, em contraste, diriam
que os mercados têm resultados ineficientes e democraticamente indesejados - encarando o
fracasso do mercado como uma característica inerente a qualquer economia capitalista - e
tipicamente o omitem da discussão, preferindo racionar bens finitos não exclusivamente através
de um mecanismo de preços, mas baseado em necessidade determinada pela sociedade expressa
pela comunidade.
1.3.4. Ecológica
Na economia ecológica, o conceito de externalidades é considerado um equívoco, uma
vez que os agentes de mercado são vistos como fazendo suas rendas e lucros "transferindo"
sistematicamente os custos sociais e ecológicos de suas actividades para outros agentes,
incluindo as gerações futuras. Portanto, as externalidades são um modus operandi do mercado,
não um fracasso: o mercado não pode existir sem constantemente falhar.
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propriedade e limite, em que as permissões de emissão de dióxido de carbono são compradas e
vendidas entre os agentes do mercado.
Os custos de transação fazem parte de cada troca de mercado, embora o preço dos custos
de transação não seja normalmente determinado. Eles ocorrem em todos os lugares e são
despropositados. Consequentemente, falhas de mercado e externalidades podem surgir na
economia toda vez que surgem custos de transação. Não há lugar para a intervenção do governo.
Em vez disso, o governo deve se concentrar na eliminação dos custos de transação e dos custos
de provisão.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAGAS, André Luiz Squarize. Introdução à Microeconomia. In: PINHO, Diva Benevides;
VASCONCELLOS, Marco António S. de; TONETO JR., Rudnei (Org.). Manuel de Economia.
6. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Cap. 12, p. 283-291.
COASE, R. H. The nature of the firm. Economia. V. 4, n. 16, p. 386-405, Nov. 1937. Reprinted
in COASE, R. H. The firm, the market and law. Chigado: University of Chicago Press, 1988.
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