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Índice

1 CONTABILIDADE PARA NÃO CONTADORES............................................................................................ 3


1.1 CAMPO DE ATUAÇÃO - A CARREIRA ..............................................................................................................3
1.2 O MERCADO..............................................................................................................................................4
1.3 O CAMPO DE ATUAÇÃO...............................................................................................................................4
2 CONCEITOS........................................................................................................................................... 6
2.1 USUÁRIOS.................................................................................................................................................6
2.2 PATRIMÔNIO.............................................................................................................................................6
3 OBJETO E FINALIDADE .......................................................................................................................... 8
4 O CAMPO DE APLICAÇÃO...................................................................................................................... 9
5 FINALIDADE......................................................................................................................................... 10
6 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE - (RESOLUÇÃO 750/93, CFC)....................................11
6.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE............................................................................................................................11
6.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE.....................................................................................................................12
6.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE....................................................................................................................12
6.4 PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO.................................................................................................................12
6.5 PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA......................................................................................................13
6.6 PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA EM CONFRONTAÇÃO COM AS DESPESAS...................................................13
6.7 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA......................................................................................................................14
6.8 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA (OU CONSERVADORISMO).......................................................................................14
7 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO....................................................................................... 15
7.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.....................................................................................................................15
7.2 BALANÇO PATRIMONIAL............................................................................................................................15
7.2.1 .Ativo (A).........................................................................................................................................16
7.2.2 .Passivo (P) ...................................................................................................................................17
7.2.3 .Patrimônio Líquido (PL) ................................................................................................................18
7.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)...................................................................................20
8 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS....................................................................................................... 21
9 CONTAS............................................................................................................................................... 22
9.1 CONTAS PATRIMONIAIS.............................................................................................................................22
9.2 CONTAS DE RESULTADO.............................................................................................................................23
9.2.1 .Receitas ........................................................................................................................................23
9.2.2 .Despesas .......................................................................................................................................23
9.2.3 .Custos............................................................................................................................................24
10 DÉBITO, CRÉDITO E SALDO................................................................................................................. 25
10.1 LANÇAMENTO CONTÁBIL – DÉBITO E DO CRÉDITO .......................................................................................25
10.2 PASSOS PARA EFETUAR UM LANÇAMENTO...................................................................................................26
11 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS CONTÁBEIS........................................................................................ 27
12 PLANO DE CONTAS............................................................................................................................ 29
12.1 MODELO DE PLANO DE CONTAS......................................................................................................... 29
13 DEPRECIAÇÃO.................................................................................................................................... 34
14 AUDITORIA ....................................................................................................................................... 35
1 Contabilidade para não Contadores

1.1 Campo de atuação - A Carreira


“Contabilidade é a ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle
permanente do Patrimônio das empresas”
Contabilidade lembra para muitos, aquela antiga figura do guarda-livros.

Mas a carreira passou por muitas mudanças, para o controle e a demonstração de


seu desempenho financeiro, o profissional da contabilidade tem acompanhado a
modernização da economia.
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar,
analisar e acompanhar as modificações do Patrimônio em virtude da atividade
econômica ou social que a empresa exerce.

O profissional da área contábil é multitarefa, pois suas responsabilidades vão


desde o controle do movimento financeiro de empresas, no que se refere à apuração de
impostos e de taxas referentes à prestação de serviços e produtos até a realização de
consultorias, auditorias e balanços, dentro e fora de sua empresa habitual.
1.2 O mercado
Em um mercado competitivo e atraente como o que vemos no mundo de hoje, a
presença de contadores nas empresas, independentemente do porte, é imprescindível.
O ambiente de negócios é cada vez mais dinâmico e exige constante e rápida
atualização dos profissionais, sobretudo para os que estão à frente da tomada de
decisões.
Escritórios de auditoria e consultoria contábil, empresas comerciais, industriais e
agrícolas em geral, órgãos públicos, bancos e ensino, desde que possua a devida
complementação pedagógica.
Há diversas oportunidades para o profissional de contabilidade. Como seu
universo de trabalho é diversificado, a especialização é inevitável. Atuando em uma
economia globalizada, o profissional pode desempenhar papéis estratégicos junto à
gestão empresarial.
Por fim, disciplina e paciência são obrigatórias para o desempenho da
contabilidade, que apresenta boas possibilidades de retorno financeiro.
As atividades do contador são imprescindíveis aos três setores básicos da
economia, porém atingem mais diretamente o setor terciário, isto é, o setor que
engloba todas as atividades caracterizadas como prestação de serviços.

1.3 O campo de atuação


O campo de atuação do profissional de contabilidade é muito amplo e os
conhecimentos adquiridos no curso de Contabilidade são aplicados no cotidiano das
pessoas e organizações.

O profissional contábil poderá atuar como:


Contador
Poderá atuar em várias áreas: Contabilidade Pública, Rural, Hospitalar,
Industrial, Comercial, Imobiliária, de Seguros, de Serviços, de Transportes, de Entidades
sem Fins Lucrativos, etc.

Auditor
Área que mais cresce na profissão contábil.

Perícia Contábil
De acordo com a Resolução do CFC nº 560/83 – art. 3º, as perícias contábeis,
judiciais e extrajudiciais, bem como auditorias, são atribuições privativas dos
profissionais contábeis.

Analista Financeiro
O profissional contábil poderá atuar como analista econômico-financeiro das
entidades em três ângulos: análise de crédito, análise de desempenho e análise de
investimento.

Consultor
O profissional contábil poderá atuar na consultoria contábil, de acordo com a
especialidade adquirida, surgindo assim um mercado considerável para prestação de
serviços nas seguintes áreas: de tributos, do comércio exterior, da contabilidade
aplicada, de processamento de dados, de custos, de sistemas, de análise financeira,
etc.

Outras áreas
Investigador de Fraudes Contábeis, Pesquisador, Escritor, Professor, Conselheiro,
Controler, Controlador de Arrecadação, Fiscal de Tributos, Conferencista, entre outras.
2 Conceitos
“Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades,
mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos gastos nele
ocorridos, com o fim de fornecer informações sobre sua composição e variações, bem
como sobre o resultado econômico e decorrente da gestão da riqueza patrimonial”
(Hilário Franco 1996)
A contabilidade é um instrumento que fornece diversas informações úteis para
tomada de decisão, dentro e fora das empresas. Por meio da contabilidade é possível
conhecer toda a estrutura econômica e financeira das entidades. Utilizando de registros
a contabilidade acumula e resume dados relacionados com

2.1 Usuários
Os usuários tanto podem ser internos, como externos:
Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que
usualmente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da
Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Filiais, diretoria,
proprietários, departamentos (vendas, compras, RH, financeiro, produção, estoque,
etc.), administradores e colaboradores.
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos
mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Podendo ser Clientes,
fornecedores, concorrentes, sistema financeiro, comunidade, etc.
Cada usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa, e
citando os mais comuns, os fornecedores estão interessados pela capacidade de
pagamento de seus clientes, ou seja, sua liquidez, por outro lado os clientes se
preocupam em saber se os fornecedores
terão capacidade para atendê-los conforme suas exigências, tanto no produto como nos
prazos de pagamentos.

2.2 Patrimônio
O Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma entidade,
avaliados em dinheiro.
Pode-se entender como Bens todos os objetos que uma empresa possui, seja para
uso, troca ou consumo, por exemplo prateleira, balcão, espelho, Mercadorias para
revenda, material para embalagem, material de escritório .
Entende-se Direitos como valores a empresa tem para receber de terceiros. As
contas seguem com a denominação à receber. Exemplo: cheque à receber. Constituem
Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros (clientes,
inquilinos, etc.)
Obrigações são valores que a empresa tem para pagar à terceiros, as contas
seguem com a denominação à pagar. Exemplo: Cheques à pagar. Constituem Obrigações
para a empresa todos os valores que ela tem a pagar para terceiros (fornecedores,
empregados, Governo, etc.)
3 Objeto e Finalidade
O objeto da Contabilidade, é então, o patrimônio. Onde o patrimônio é formado
pelo conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico -
administrativa, e este constitui o objeto indispensável para que esta realize seus
objetivos. Em torno do patrimônio a Contabilidade desenvolve suas funções como um
meio de atingir suas finalidades, que é a de informar e orientar a administração sobre o
estado desse patrimônio e suas variações.
Para a contabilidade conhecer a situação do patrimônio de uma empresa em um
determinado momento, bem como suas variações e os efeitos da ação administrativa
sobre a riqueza patrimonial, esta registra, interpreta e analisa os fenômenos que
ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, objetivando demonstrar a seus
usuários, por meio de relatórios próprios, informações sobre o comportamento dos
negócios, buscando fornecer aos administradores, dados precisos para a tomada de
decisões.
Aparentemente esse processo é muito simples, a contabilidade obtém os dados
através de documentos (notas fiscais, requisições, mapas de custos etc), sintetiza-os e
apresenta aos usuários em forma de relatórios.
A finalidade da Contabilidade é a de controlar o Patrimônio com o objetivo de
fornecer informações sobre a sua composição e suas variações.
4 O campo de aplicação
A Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou
em particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia).Esta ciência
tem como campo de aplicação as entidades econômico - administrativas, constituídas
para um objetivo econômico ou social, que se utilizando bens patrimoniais necessitam
de um órgão administrativo que pratique atos de natureza econômica. Exemplos:
• Pessoa física;
• Pessoa jurídica de natureza privada;
• Pessoa de direito público:
• União;
• Estados;
• Municípios
Quando a Contabilidade Geral for aplicada as empresas:
• Comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial;
• Industriais, denomina-se Contabilidade Industrial;
• Públicas, denomina-se Contabilidade Pública;
• Bancárias, denomina-se Contabilidade Bancária;
• Hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar;
• Agropecuárias, denomina-se Contabilidade Agropecuária;
• De seguros, denomina-se Contabilidade Securitária etc.
5 Finalidade
Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a
composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades
econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser
lucrativos ou meramente ideais.
De acordo com o parágrafo acima, observamos duas funções básicas na
contabilidade. Uma é a administrativa, e a outra é a econômica. Assim:

• Função administrativa: controlar o patrimônio


• Função econômica: apurar o resultado.
6 Princípios Fundamentais da Contabilidade - (Resolução 750/93, CFC)
Os princípios fundamentais de contabilidade surgem da observação dos fatos
ocorridos na prática contábil, em que os contadores observam a realidade ao seu redor,
formulam hipóteses a respeito do objeto de estudo da contabilidade, isto é, o
patrimônio das organizações, e chegam a conclusões, as quais, se aceitas pela maioria
dos estudiosos da contabilidade, tornam-se princípios fundamentais, que estabilizam e
fundamentam cientificamente a ciência contábil.
Os princípios da contabilidade são os pontos de partida para a compreensão da
própria ciência contábil, pois são eles que fundamentam os conceitos, a teoria e a
prática desta ciência, destacam-se os seguintes:
• Princípio da entidade
• Princípio da continuidade
• Princípio da oportunidade
• Princípio do custo histórico
• Princípio da atualização monetária
• Princípio da realização da receita em confrontação com as despesas
• Princípio da competência
• Princípio da prudência

6.1 Princípio da Entidade


O princípio da entidade trata basicamente da relação entre a empresa (ou
entidade) e o seu dono, em outras palavras, da separação que a contabilidade faz entre
o patrimônio da empresa e o patrimônio dos proprietários.
O patrimônio da empresa não deve ser misturado ao patrimônio dos donos, assim
quando o proprietário retira dinheiro do caixa da empresa para fazer alguma despesa
pessoal, isto é, que não será para benefício da empresa, ele retirou um bem da
companhia e, portanto, a contabilidade irá abrir uma conta de débitos do proprietário,
por exemplo, a qual terá os saldos das dívidas que este tem para com a empresa através
de retiradas de caixa para seus interesses pessoais.
Por outro lado quando o dinheiro é retirado pelo dono, mas é utilizado em
benefício da empresa, desde que exista um documento, como uma nota fiscal, por
exemplo, provando que a despesa foi para uso da empresa, o proprietário não precisará
reembolsar a empresa desta importância.
6.2 Princípio da Continuidade
O princípio da continuidade parte do pressuposto que a contabilidade atende a
uma empresa que está operando e assim permanecerá indefinidamente, portanto, o
princípio da continuidade diz respeito à vida e sobrevivência da empresa, e como a
contabilidade deve tratar esses fatos.
Caso a empresa venha a encerrar suas atividades, o contador deve mostrar essa
possibilidade aos donos da empresa, bem como às pessoas interessadas nos seus
negócios (investidores, diretores, gerentes, etc.) para que estes não sejam
prejudicados.
Por fim, é importante salientar que, este princípio deve ser muito bem
compreendido pelos contadores, já que devem aplicá-lo quando situações de
descontinuidade da empresa mostrarem-se possíveis.

6.3 Princípio da Oportunidade


Este princípio torna-se de difícil conceituação para leigos em contabilidade. O
princípio da oportunidade ocupa-se com os conceitos de extensão dos registros
contábeis e o momento de sua realização. Por isso o tempo é relevante dentro do
princípio da oportunidade.
Explicando melhor, pode-se dizer que a oportunidade obriga a contabilidade a
registrar todos os fatos que afetam o patrimônio da empresa, e no exato momento em
que ocorrem.

6.4 Princípio do Custo Histórico


O patrimônio deve ser registrado pelo valor original da compra, expresso pelo
valor presente na moeda corrente do País, e a contabilidade mostra o valor dos bens da
empresa pelo valor original que foram adquiridos, assim, ao se avaliar, por exemplo, o
valor de um terreno, deve-se levar em conta o valor que foi pago por ele na aquisição
(custo histórico) e o valor pelo qual está sendo vendido (valor de mercado).
Uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter
alterados seus valores próprios, admitindo-se apenas a sua decomposição e/ou sua
agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais de reavaliação.
O valor original será mantido enquanto o bem permanecer como parte do
patrimônio, inclusive quando da sua saída.
A Contabilidade sempre leva em consideração o valor de compra, pois na falta de
um valor de mercado correto, ou na impossibilidade de se encontrar um valor para um
determinado bem, o contador usa o custo histórico.

6.5 Princípio da Atualização Monetária


O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
são compatíveis entre si e complementares, pois a atualização monetária apenas
atualiza e mantém atualizado o valor de entrada, ou de aquisição, que é o valor
original.
Portanto, o valor de um determinado bem, indicado no balanço patrimonial, é o
valor de compra e se o bem for vendido terá que ser avaliado pelo valor de mercado.
Esta cautela é necessária já que os usuários da contabilidade muitas vezes
desconhecem este princípio, e acreditam que o valor no balanço é o valor de mercado
do bem, tomando assim uma decisão errada.

6.6 Princípio da Realização da Receita em Confrontação com as Despesas


Este princípio está diretamente relacionado com o princípio da competência do
exercício, pois, quando falamos de realização da receita, estamos tratando do momento
em que a contabilidade deve reconhecer a receita.
A realização da receita é frequentemente tratada isoladamente, o que tem
causado muitos desentendimentos sobre o verdadeiro alcance do problema, pois o
reconhecimento da receita e a apropriação de despesas estão intimamente ligados.
Logicamente, para que haja uma receita reconhecida houve alguma despesa ou
custo para gerar esta receita e a contabilidade deve dedicar o máximo esforço para
determinar que receita foi gerada pela despesa em análise.
Geralmente nas Demonstrações de Resultado torna-se fácil para o usuário da
informação associar uma determinada despesa à sua correspondente receita. Porém há
despesas que são extremamente difíceis de identificar qual receita foi gerada por ela,
são as chamadas despesas financeiras, que compõem juros em geral, descontos
concedidos por pagamentos antecipados, não incluindo os descontos concedidos na
venda por tratarem-se estes de deduções de vendas, despesas bancárias, correção
monetária pré-fixada, e também as chamadas despesas não operacionais, que são
aquelas decorrentes de outras operações não ligadas às atividades principais ou
acessórias da empresa, como, por exemplo, as perdas na venda de investimentos
permanentes e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente.
6.7 Princípio da Competência
O princípio da competência do exercício relaciona-se com o reconhecimento do
período contábil, isto é, quando uma receita ou uma despesa deve ser reconhecida.
Como exemplo, para ilustrar e melhor compreender, seria quando uma empresa realiza
uma venda para recebimento em 60 dias, a receita é reconhecida na data da venda,
portanto o valor da venda estará indicado na Demonstração do Resultado do Exercício
daquele mês, ou seja, os fatos administrativos devem constar da apuração do resultado
do período em que ocorreram, independentemente do seu respectivo recebimento ou
pagamento. Ao contrário do regime de caixa, em que as receitas são reconhecidas
somente no momento em que existe efetivamente o recebimento do cliente, e as
despesas são reconhecidas no momento em que são efetivamente pagas.

6.8 Princípio da Prudência (ou Conservadorismo)


O Princípio da prudência exige do contador uma atitude cautelosa frente a
algumas situações, que uma vez assumidas poderiam levar os usuários da informação
contábil a decisões erradas, ou que poderiam causar prejuízos a estes usuários.
Deste modo, a doutrina contábil determina que os Ativos sejam registrados pelo
menor valor possível e confiável que o contador puder encontrar, e que os Passivos
sejam registrados pelo maior valor possível. Desta maneira, o Patrimônio Líquido estará
sendo avaliado num nível menor e, portanto, atitudes de extremo otimismo tomadas
pelos usuários da informação contábil estarão sendo evitadas pela contabilidade. Nem
sempre o valor escolhido é o melhor para fins de decisões empresariais, porém é a
forma mais fácil de proteger os usuários da contabilidade de valores exagerados e
demasiadamente otimistas.
Em fim, o princípio da prudência, apesar de ser considerado pelos não
contadores, extremamente conservador, e muitas vezes prejudicial para uma correta
avaliação da empresa, permanece sendo uma forma da ciência contábil garantir uma
segurança mínima sobre as informações demonstradas em seus relatórios.
7 Representação Gráfica do Patrimônio
7.1 Demonstrações Contábeis
As principais Demonstrações Contábeis são: Diário Geral, Razão Analítico,
Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial, DRE (Demonstração do Resultado do
Exercício), DLPA (Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados), DFC
(Demonstração de fluxo de caixa), DVA (Demonstração de Valor Adicionado) – para
companhia aberta e Livro Caixa.
A seguir demonstraremos o Balanço Patrimonial (demonstra o patrimônio atual da
empresa) e a DRE (demonstra todas as receitas, custos e despesas da empresa em um
determinado período, apurando seu resultado – Lucro ou Prejuízo).

7.2 Balanço Patrimonial


Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa jurídica, e a
sua situação patrimonial e financeira, em um determinado momento, sempre utilizando
a moeda nacional como padrão de mensuração, é demonstrada pelo BALANÇO
PATRIMONIAL (BP), composto por três elementos básicos:

ATIVO = Bens + Direitos

PASSIVO = Obrigações

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = Bens + Direitos –


Obrigações
7.2.1 . Ativo (A)
O Ativo compreende as aplicações de recursos, que a empresa possui,
representadas por valores, bens e direitos (resultantes de quantias que terceiros
devem), expressos em moeda.
Os componentes do Ativo são classificados de acordo com a destinação específica, que
varia de acordo com os fins da empresa, e estão dispostos em ordem decrescente de
grau de liquidez, e os principais elementos que compõem o Ativo são:

1 Ativo
1.1 Ativo Circulante (1.1.1 + 1.1.2 + 1.1.3 + 1.1.4 + 1.1.5)
1.1.1 - Disponibilidades
1.1.2 - Clientes
1.1.3 – Outros créditos
1.1.4 - Estoques
1.1.5 – Outros
1.2 Ativo Não Circulante (1.2.1 + 1.2.2 + 1.2.3 + 1.2.4)
1.2.1 - Ativo Realizável a Longo Prazo
1.2.2 - Investimentos
1.2.3 - Imobilizado
1.2.4 - Intangível
Total do Ativo (1.1 + 1.2)

Ativo Circulante: direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e


as aplicações de recursos e, despesas do exercício seguinte.
Disponibilidades: recursos financeiros que estão à disposição imediata da
empresa.
Clientes: valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e
serviços a clientes, ou provenientes de transações inerentes à atividade da empresa.
Outros créditos: títulos, valores e outras contas a receber normalmente não
originadas do objeto principal da empresa.
Estoques: bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda
ou utilização própria no curso normal de suas atividades.
Outros: qualquer outro bem ou direito que não se enquadre em nenhum dos
subgrupos anteriores.
Ativo Não Circulante: Composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.
Ativo Realizável a Longo Prazo: direitos de mesma natureza que os classificados
no Ativo Circulante, porém que tenham sua realização, certa ou provável, após o
término do exercício social seguinte.
Investimentos: participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza (não classificáveis no Ativo Circulante), e que não se destinem à
manutenção da atividade da empresa.
Imobilizado: Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados a
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens.
Intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados a
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.

7.2.2 . Passivo (P)


O Passivo compreende as obrigações assumidas pela empresa, origens de
recursos, expressos em moeda, resultante de quantias que a empresa deve a terceiros,
inclusive financiamentos para aquisição de direitos do Ativo Permanente.
Os elementos do Passivo estão dispostos em ordem crescente dos prazos de
exigibilidade, estabelecidos ou esperados, e os principais elementos que compõem o
Passivo são:

2 Passivo
2.1 Passivo Circulante (2.1.1 + 2.1.2 + 2.1.3 + 2.1.4 + 2.1.5)
2.1.1 - Empréstimos e Financiamentos
2.1.2 - Debêntures
2.1.3 – Fornecedores
2.1.4 – Obrigações Fiscais
2.1.5 – Outros
2.2 Passivo Não Circulante (2.2.1 + 2.2.2)
2.2.1 Empréstimos e Financiamentos
2.2.2 Obrigações fiscais federais diferidas
Total do Passivo (2.1 + 2.2)
Passivo Circulante: as obrigações da companhia e os encargos estimados, cujos
prazos de vencimento situem-se até o curso do exercício subsequente à data do Balanço
Patrimonial.
Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações da empresa junto a
instituições financeiras do País e do Exterior, cujos recursos são destinados para
financiar imobilizações ou para capital de giro para ser aplicado na empresa, para
pagamento em curto prazo.
Debêntures: é um título de crédito representativo de empréstimo que uma
companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a
emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.
Fornecedores: representa uma obrigação e apresenta as duplicatas emitidas
pela compra de produtos a prazo.
Obrigações Fiscais: Impostos a recolher.
Outros: qualquer outra obrigação que não se enquadre em nenhum dos subgrupos
anteriores.
Passivo Não Circulante: obrigações conhecidas e encargos estimados, cujos
prazos estabelecidos ou esperados situem-se após o término do exercício social
seguinte.
Empréstimos e Financiamentos: registram as obrigações da empresa junto a
instituições financeiras do País e do Exterior, cujos recursos são destinados para
financiar imobilizações ou para capital de giro para ser aplicado na empresa, para
pagamento em longo prazo.
Obrigações fiscais federais diferidas: são os valores do imposto de renda e da
contribuição social a pagar em períodos futuros, com relação a diferenças temporárias
tributáveis.

7.2.3 . Patrimônio Líquido (PL)


O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da empresa, que compõe
o capital social, as reservas, os prejuízos acumulados, e o seu valor total equivalem à
diferença entre o Ativo (A) e o Passivo (P).
A origem do Patrimônio Líquido pode ser proveniente de fontes de investimento e
de lucros, sendo que os investimentos são efetuados pelos proprietários em troca de
ações, quotas ou outras participações, e os lucros são os resultados positivos de suas
operações acumulados na empresa como fonte (adicional) de financiamento, e está
dividido:

2.3 Patrimônio Líquido


2.3.1 – Capital Social
2.3.2 – Reserva de Capital
2.3.3 – Ajuste de Avaliação Patrimonial
2.3.4 – Reserva de Lucro
2.3.5 – Prejuízos Acumulados
Total do Passivo (2.3.1 + 2.3.2 + 2.3.3 + 2.3.4 + 2.3.5)

Patrimônio Líquido: compreende os recursos próprios da empresa. Diferença


entre o total do Ativo e o total do Passivo = recursos próprios.
Capital social: valores recebidos ou gerados pela empresa, formalmente
incorporados ao capital, cujos valores foram investidos pelos proprietários e/ou os
incorporados das reservas e dos lucros. A conta do Capital social discriminará o
montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
Reserva de Capital: as contribuições do subscritor de ações que ultrapassar o
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que
ultrapassar a importância destinada a formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiarias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição; e também o resultado da correção monetária
do capital realizado, enquanto não capitalizado.
Ajuste de avaliação Patrimonial: as contrapartidas de aumentos ou diminuições
de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a
valor justo, nos casos previstos pela lei 11.638/07, art.177.
Reservas de Lucros: compõe os valores que transitaram pelo resultado como
receitas e que, portanto, representam lucros obtidos pela empresa e retidos
(reservados) com finalidade específica, que podem ser:
Reserva Legal: é de constituição obrigatória 5% do lucro líquido do exercício, até
atingir 20% do capital social realizado, e é instituída para dar proteção ao credor. (Lei
11.638/07, art. 193)
Reserva Estatutária: é constituída por determinação do estatuto da empresa, e
deverá ter finalidade definida, parcela do lucro líquido anual fixada e limite máximo
estabelecido.
Reserva para Contingências: tem a finalidade de compensar, em exercício
futuro,a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser
estimado.
Prejuízos Acumulados: saldo, na data do Balanço, remanescente dos prejuízos
líquidos das apropriações. Esta conta representa a interligação entre o Balanço e a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

7.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


A Demonstração do Resultado do Exercício é a demonstração contábil destinada a
evidenciar a composição do resultado (lucro ou prejuízo) formado em um determinado
período da existência da empresa.
A determinação do resultado, observado o princípio da competência, evidenciará
a formação dos vários níveis de resultados através do confronto entre as receitas e os
respectivos custos e despesas.
Conforme determina a legislação tributária, a Demonstração do Resultado do
Exercício deve ser apresentada ao final do exercício social (01 janeiro a 31 de
dezembro), e apresentará as receitas e os ganhos do período, independentemente do
seu recebimento, e os correspondentes custos, despesas, encargos e perdas pagos ou
incorridos.
8 Atos e Fatos Administrativos
Atos: os atos administrativos não afetam ou modificam o patrimônio da empresa.
Fatos: os fatos administrativos são eventos que provocam alterações no
patrimônio da empresa e devem ser registrados pela Contabilidade, classificados em:
Fatos Permutativos: apenas trocam de contas patrimoniais sem que ocorra
aumento ou diminuição do Patrimônio Líquido. Ex.: aquisição à vista de terreno.
Fatos Modificativos: alteram o PL em importância igual à que alterou o Ativo ou
Passivo, e são classificados como:
Aumentativos ou Positivos: quando provocam o aumento do PL.
EX.: recebimento de bonificação de fundo de investimento.

Diminutivos ou Negativos: quando provocam a diminuição do PL.


Ex.: Pagamento de salários

Fatos Mistos: Trocam de contas patrimoniais e ao mesmo tempo provocam


alteração no PL para mais ou para menos.

Aumentativos ou Positivos: quando provocam o aumento do PL.


EX.: venda de mercadoria com lucro.

Diminutivos ou Negativos: quando provocam a diminuição do PL.


Ex.: venda de mercadoria com prejuízo
Ex.: pagamento a fornecedor com acréscimos legais
9 Contas
As contas compõem os registro de débitos e créditos da mesma natureza,
identificadas por um título que as qualifica, ou como um componente do patrimônio
(bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido), ou como uma variação patrimonial
(receitas e despesas).
Cada tipo de conta recebe uma denominação permanente, identificando claramente a
natureza dos fatos que ela representa.

9.1 Contas Patrimoniais


Registram os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e patrimônio
líquido) que compõem o complexo patrimonial.
Ativo – Natureza Devedora
Passivo – Natureza Credora

Contas do Ativo: apresentam os bens e os direitos e são de natureza devedora.


Exemplos de contas mais comuns:
Caixa: registra toda a entrada e saída de dinheiro, que estão fisicamente na
empresa.
Bancos - Conta Movimento: neste grupo de contas estão representas todas as
movimentações do dinheiro da empresa que se encontra depositado em
estabelecimentos bancários, e que poderá ser retirado mediante cheque, cartão
magnético ou recibo.
Duplicatas a receber: representa um direito e apresenta as duplicatas emitidas
pela venda de produtos a prazo.

Contas do Passivo: apresentam as obrigações e o patrimônio líquido e são de


natureza credora.
Exemplos de contas mais comuns:
Salários a Pagar: representa uma obrigação e apresenta o valor líquido da folha
de pagamento que se encontra pendente de pagamento.
Duplicatas a pagar: representa uma obrigação e apresenta as duplicatas emitidas
pela compra de produtos a prazo.
9.2 Contas de Resultado
Registram as variações patrimoniais (receitas e despesas) e demonstram o
resultado do exercício, que irão compor a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Despesas e Custos – Natureza Devedora
Receitas – Natureza Credora.

Para a apuração dos resultados existem dois sistemas:


Regime de Caixa: considera como receitas e despesas do exercício aquelas
efetivamente recebidas e pagas dentro desse período, independente de seu período de
referência.
Ex.: salário de Janeiro, pago em Fevereiro será considerado despesa de
Fevereiro.
Regime de Competência: as receitas e as despesas são apropriadas no período
em que incorreram, independente de seus reflexos no caixa (recebidas ou pagas).

9.2.1 . Receitas
Considera-se como receita de uma empresa os valores recebidos, em dinheiro ou
com direito a receber, proveniente de suas atividades. As receitas refletem
positivamente no PL.

Receitas: provenientes das atividades principais ou acessórias da empresa, que


constituam o objeto social da pessoa jurídica, ou provenientes de transações não
incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa, que constituam o objeto do
negócio.
Ex.: Receita de Vendas: apresenta as operações de saída de mercadorias com
vencimentos à vista ou a prazo. O que determinará se é à vista ou a prazo será a
contrapartida do lançamento. Outro exemplo é o ganho com uma venda do ativo
permanente.

9.2.2 . Despesas
Considera-se despesa os gastos da empresa, desembolsados ou devidos,
necessários ao desenvolvimento de suas atividades. As despesas refletem negativamente
no PL.
Despesas: não enquadrada nos custos, mas necessárias às atividades e à
manutenção da respectiva fonte produtora da empresa, ou provenientes de transações
não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa, tal como o custo de
bem do ativo permanente que deve ser apurado quando este for alienado, baixado ou
liquidado.
Ex.: Salários: representa uma despesa com funcionários, e apresenta o valor
bruto da folha. Outro exemplo é a perda com uma venda do ativo permanente.

9.2.3 . Custos
Considera-se custo toda e qualquer aplicação de recursos para a produção e
distribuição de mercadorias, ou prestação de serviços, até o ponto em que possa
receber o preço convencionado. O custo final é a soma dos custos realizados no processo
de produção e distribuição, compreendendo todos os valores que devem ser cobertos
pelo preço de venda, inclusive as despesas de cobrança das vendas, os tributos e as
despesas de administração, transporte, etc.
EX.: matéria-prima, mão de obra, materiais, embalagens, energia, aluguel,
seguro, etc.
10 Débito, Crédito e Saldo
Débito de uma conta:– situação de dívida de responsabilidade da conta. As
contas que representam: bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta: situação de direito de haver da conta. As contas que
representam: obrigações (P), Patrimônio Líquido (PL) e receitas, têm saldo credor.
Saldo de uma conta: representa a diferença entre o valor do débito e do crédito.
Os saldos podem ser: devedor, credor ou nulo.
a) Devedor - quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C);
b) Credor - quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C);
c) Nulo - quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C).

10.1 Lançamento Contábil – Débito e do Crédito


Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na
composição do patrimônio da empresa), efetuados de acordo com o método das partidas
dobradas. É feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica.
O lançamento é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATIVO,
PASSIVO EXIGÍVEL e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado, representadas
pelas RECEITAS, e DESPESAS.
As contas de ATIVO, por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por DÉBITO e
diminuídas por CRÉDITO.
As contas de PASSIVO EXIGÍVEL e de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, por apresentarem
saldo credor, são aumentadas de valor por CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO.
As contas relativas às RECEITAS e DESPESAS, por afetarem diretamente o PL, são,
respectivamente, CREDITADAS (porque aumentam o PL) e DEBITADAS (porque diminuem
o PL).

Natureza das contas Para o Saldo


Contas Do Saldo Aumentar Diminuir
Ativo = Bens e Direitos D D C
Passivo = Obrigações C C D
Patrimônio Líquido C C D
Receitas C C D
Despesas e Custos D D C
Contas Retificadoras do Ativo C C D
Contas Retificadoras do Passivo D D C
10.2 Passos para efetuar um Lançamento.
Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido
lançamento.
Exemplo: Compra de um veículo à vista em dinheiro no valor total de $
30.000,00.
1º passo – identificar as contas envolvidas no fato;
Caixa (valor em dinheiro)
Veículo (bem)

2º passo – identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem: Ativo
(A); Passivo (P); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D).
Caixa – conta do Ativo (A)
Veículo – conta do Ativo (A)

3º passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo
aumentará ou diminuirá; no caso:
Caixa (A) o saldo diminuirá (-);
Veículos (A) o saldo aumentará (+);

4º passo – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas, com
a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte forma:

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO

CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO


11 Exemplos de Lançamentos Contábeis
1) Em 02/01/14, foi integralizado capital em dinheiro, pelos sócios, valor $50.000,00.
D – Caixa 50.000,00
C – Capital Social 50.000,00

2) Em 03/01/14, aberto conta corrente no Banco do Brasil, realizando um depósito de


$35.000,00.
D – Banco do Brasil 35.000,00
C – Caixa 35.000,00

3) Em 05/01/14, compra de móveis à vista no valor total de $3.000,00, pagos em


cheque.
D – Móveis e Utensílios 3.000,00
C – Banco do Brasil 3.000,00

4) Em 10/01/14, compra a prazo de Mercadorias para revenda no valor de $4.000,00. O


ICMS sobre a compra foi de 18%.
D – Estoque 4.920,00
D – ICMS a Recuperar 1.080,00
C – Fornecedores 4.000,00

5) Em 20/01/14, venda de Mercadorias a prazo, no valor de $7.100,00. O ICMS sobre a


venda foi de 12%. As mercadorias vendidas tiveram um custo de $4.000,00.
D – Clientes 7.100,00
C – Receita sobre vendas 7.100,00
D – Custo Mercadoria Vendida 4.000,00
C – Estoque 4.000,00
D – ICMS 852,00
C – ICMS a Recolher 852,00
D – PIS 117,15
C – PIS a Recolher 117,15
D – COFINS 213,00
C – COFINS a Recolher 213,00

6) Em 23/01/14, realizado pagamento de água e luz, no total de $300,00.


D – Despesas Administrativas 300,00
C – Caixa 300,00

7) Em 31/01/14, recebido $800,00 do aluguel de um terreno da empresa.


D – Banco do Brasil 800,00
C – Receita com Aluguel 800,00

8) Em 31/01/14, contabilizado depreciação sobre Móveis e utensílios.


D – Depreciação 25,00
C – Depreciação Acumulada Mov. Utens. 25,00
12 Plano de Contas
Ao iniciar suas atividades, toda empresa deve elaborar um plano de contas, ou
seja, uma relação das contas que irá utilizar.
O plano de contas destina-se a orientar o registro das operações da empresa e é o
principal instrumento de consulta dos profissionais de Contabilidade.
A classificação dos planos de contas varia segundo as necessidades das empresas.
Há entretanto certos princípios comuns a todas as classificações:

1. O plano deve ser completo e atender às necessidades específicas da empresa.


2. Os títulos utilizados para as contas devem indicar com clareza o que elas vão
representar.
3. A classificação deve sempre partir dos grupos gerais para os grupos específicos.
4. O plano deve ser flexível e permitir todas as alterações que porventura se
fizerem necessárias, como a criação de novas contas e o cancelamento ou
desdobramento de outras, de forma que os registros contábeis acompanhem a
evolução dos fatos e permitam a constante atualização dos dados.

12.1 Modelo de Plano de Contas

1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.01 DISPONIBILIDADES
1.1.01.01 CAIXA GERAL
1.1.01.01.0001 CAIXA
1.1.01.02 APLICAÇÃO EM MERC. ABERTO
1.1.01.02.0001 BANCO
1.1.01.03 BANCO CONTA MOVIMENTO
1.1.01.03.0001 BANCO DO BRASIL S
1.1.01.03.0002 BRADESCO S/A.
1.1.01.03.0003 BANCO ITAÚ
1.1.02 REALIZÁVEL A CURTO PRAZO
1.1.02.01 CLIENTES
1.1.02.01.0001 CLIENTES NACIONAIS
1.1.02.01.0002 CLIENTES ESTRANGEIROS
1.1.02.02 ADIANTAMENTOS
1.1.02.02.0001 ADIANTAMENTOS DE FÉRIAS
1.1.02.02.0002 ADIANTAMENTOS FUNCIONÁRIOS
1.1.02.02.0005 RESC. CONTRATO DE TRABALHO
1.1.03 ESTOQUES
1.1.03.01 ALMOXARIFADO
1.1.03.01.0001 MATERIAIS DE CONSUMO
1.1.03.02 PRODUTOS ACABADOS
1.1.03.02.0001 MESAS
1.1.03.02.0002 CADEIRAS
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.01 INVESTIMENTOS
1.2.01.01 COLIGADAS E CONTROLADAS
1.2.01.01.0001 BETA S.A.
1.2.02 IMOBILIZADO
1.2.02.01 IMÓVEIS OPERACIONAIS
1.2.02.01.0001 TERRENOS
1.2.02.02 VEÍCULOS
1.2.02.02.0001 VEÍCULO GOL 1.0
1.2.02.02.0002 ÔNIBUS E PERTENCES (VH)
1.2.02.02.0003 (-) DEPREC. ACUMULADA VEÍCULOS
1.2.02.03 EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA
1.2.02.03.0001 COMPUTADOR PENTIUM III
1.2.02.03.0002 IMPRESSORA HP LASER
1.2.02.03.0003 (-)DEPREC. ACUM. EQPTO. INFORMÁTICA
1.2.02.04 MÓVEIS E UTENSÍLIOS
1.2.02.04.0001 MESAS
1.2.02.04.0002 CADEIRAS
1.2.02.04.0003 (-)DEPREC. ACUM. MÓV. UTENS.

2 PASSIVO
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.01 VALORES A PAGAR A C/PRAZO
2.1.01.01 FORNECEDORES
2.1.01.01.0001 DISTRIBUIDORA SANTA CRUZ
2.1.01.01.0002 BORGES PASSONI E MAIA LTD
2.1.01.01.0003 CASCAVEL COM. ÔNIBUS PCAS
2.1.01.01.0004 CIA ATLANTIC DE PETROLEO
2.1.01.02 FINANC. DE CAPITAL DE GIRO
2.1.01.02.0001 BAMERINDUS DO BRASIL-CVEL
2.1.01.02.0002 BCO. AMERICA DO SUL S/A
2.1.01.03 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
2.1.01.03.0001 ICMS A RECOLHER
2.1.01.03.0002 IRRF S/FOLHA DE PAGAMENTO
2.1.01.03.0003 IRRF S/SERV.TERCEIROS
2.1.01.03.0004 COFINS A PAGAR
2.1.01.03.0005 PROVISÃO IRPJ
2.1.01.03.0006 PROVISÃO CSLL
2.1.01.04 OBRIGAÇÕES SOC.E LEGAIS
2.1.01.04.0001 FGTS A RECOLHER
2.1.01.04.0002 INSS A RECOLHER
2.1.01.04.0003 SEGUROS DVS.A PAGAR
2.1.01.04.0004 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
2.1.01.04.0005 UNIMED
2.1.01.04.0006 CONTRIB.CONFEDERATIVA
2.1.01.04.0007 PENSAO ALIMENTICIA
2.1.01.05 PROVISOES
2.1.01.05.0001 PROVISÃO DE FÉRIAS E 13º SALÁRIO
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
2.2.01 VLRS.PAGAR A LONGO PRAZO
2.2.01.01 VLRS.A PAGAR LONGO PRAZO
2.2.01.01.0001 PARCELAMENTO INSS.
2.2.01.01.0002 BCO. BAMERINDUS / FINAME.
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.3.01 CAPITAL
2.3.01.01 CAPITAL SOCIAL
2.3.01.01.0001 CAPITAL INTEGRALIZADO
2.3.02 RESERVAS
2.3.02.01 RESERVAS DE CAPITAL
2.3.02.02 RESERVAS DE LUCROS
2.3.02.02.0001 RESERVAS LEGAIS
2.3.02.02.0002 RESERVAS ESTATUTÁRIAS
2.3.02.02.0003 RESERVAS PARA CONTIGÊNCIAS
2.3.03 RESULTADO ACUMULADO
2.3.03.01 RESULTADO ACUMULADO
2.3.03.01.0001 PREJUÍZOS ACUMULADOS
2.3.03.01.0002 LUCROS ACUMULADOS

3 CONTAS DE RESULTADO
3.1 RECEITAS
3.1.01 RECEITAS OPERACIONAIS
3.1.01.02 RECEITA COM MERCADORIAS
3.1.01.02.0001 RECEITA SOBRE VENDAS
3.1.02 RESULTADO FINANCEIRO
3.1.02.01 RECEITAS FINANCEIRAS
3.1.02.01.0001 JUROS OBTIDOS
3.1.02.02 DESPESAS FINANCEIRAS
3.1.02.02.0005 DESP. COM JUROS
3.1.03 RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS
3.1.03.01 RECEITAS DIVERSAS
3.1.03.01.0001 RECEITA COM ALUGUEL
3.1.03.01.0002 DESCONTOS OBTIDOS
3.2 DESPESAS OPERACIONAIS
3.2.01 DESPESAS COMERCIALIZAÇÃO
3.2.01.01 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
3.2.01.01.0001 ÁGUA
3.2.01.01.0002 ALUGUÉIS
3.2.01.01.0003 CONSUMO DE ENERGIA
3.2.01.01.0004 MATERIAL DE EXPEDIENTE
3.2.01.01.0005 DESP. C/TELECOMUNICACOES
3.2.01.02 DESPESAS COM VENDAS
3.2.01.02.0001 COMISSÕES
3.2.01.02.0002 PROPAGANDAS E PUBLICIDADE
3.2.01.03 ORDENADOS E SALARIOS
3.2.01.03.0001 SALÁRIO
3.2.01.04 ENCARGOS SALARIAIS
3.2.01.04.0001 ABONO DE FÉRIAS INDENIZ.
3.2.01.04.0002 ADICIONAL NOTURNO
3.2.01.04.0003 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
3.2.01.04.0004 HORAS EXTRAS
3.2.01.05 ENCARGOS SOCIAIS
3.2.01.05.0001 ENCARGOS DO EMPREGADOR
3.2.01.05.0002 FGTS
3.2.02 DESPESAS COM TRANSPORTE
3.2.02.01 COMBUSTÍVEIS
3.2.02.01.0001 ÓLEO DIESEL
3.2.02.02 LUBRIFICANTES
3.2.02.02.0004 ÓLEO DE MOTOR
3.2.04 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
3.2.04.01 DEPRECIAÇÃO
3.2.04.01.0001 DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
3.2.05.10 DESPESAS INDEDUTÍVEIS
3.2.05.10.0001 MULTAS DIVERSAS
3.3 PROVISÕES
3.3.01 PROVISÃO P/IMPOSTO RENDA E CSLL
3.3.01.01 PROVISÃO P/IMPOSTO RENDA
3.3.01.01.0001 PROVISÃO P/IMPOSTO RENDA
3.3.01.02 PROVISÃO P/ CSLL
3.3.01.02.0001 PROVISÃO P/ CSLL
3.4 RESULTADO DO EXERCÍCIO
3.4.01 RESULTADO DO EXERCÍCIO
3.4.01.01 RESULTADO DO EXERCÍCIO
3.4.01.01.0001 APURAÇÃO RESULTADO DO EXERCÍCIO
13 Depreciação
Depreciação divide o custo de um ativo por sua vida útil.
Não se reduz a conta do próprio ativo, usa-se conta redutora (Depreciação Acumulada).
Alguns tributos como o PIS e COFINS, permitem que se credite sobre os encargos
da depreciação. A receita Federal apresenta uma tabela com os períodos de depreciação
a se utilizar, porém contabilmente deve-se utilizar o período real da depreciação do
bem.
14 Auditoria
Auditoria é em um exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas
em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo
com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram
implementadas com eficácia e se estão adequadas (em conformidade) à consecução dos
objetivos.

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