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SUMÁRIO:
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4. IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZOS ........................... 34
Não se considera industrialização ................................................................. 35
Conceito de estabelecimento industrial ......................................................... 36
Apuração do imposto ..................................................................................... 38
Não Cumulatividade ...................................................................................... 39
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DESCOMPLICANDO O SETOR FISCAL
O departamento fiscal é uma das áreas essenciais para a continuidade das operações de
uma empresa. Independentemente do segmento de atuação ou do porte da empresa, todas as
pessoas jurídicas brasileiras precisam lidar com inúmeras exigências legais relacionadas a
tributos, obrigações acessórias e diversas mudanças na legislação sobre o tema.
Para as pessoas que não lidam diretamente com o departamento fiscal, é muito comum
ter a ideia de que os profissionais desse setor passam o dia inteiro apenas lançando notas fiscais
e calculando impostos. Entretanto, essas atividades manuais ocupam cada vez menos tempo nas
rotinas desses profissionais – que também exercem uma importante função estratégica.
Recebimento e escrita fiscal – que é a rotina de receber e escriturar todas as notas fiscais;
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Apuração de tributos;
Como você pode deduzir com base nas funções exercidas pelo departamento fiscal, esse
setor possui uma grande importância para que uma organização continue operando
tranquilamente. Para reforçar o papel do departamento fiscal, vamos analisar os principais
benefícios da atividade desempenhada pela área fiscal:
Cumprimento de todas as obrigações fiscais em dia, criando uma boa relação com o Fisco
e reduzindo os problemas com a fiscalização – que podem gerar multas;
Aproveitamento de benefícios fiscais que podem ser responsáveis por reduzir os custos
operacionais de uma empresa e impactar positivamente nos resultados financeiros;
Geração de informações úteis que podem ser aproveitadas pelo gestor da empresa na
tomada de decisão;
Agilidade nos processos internos e garantia da circulação das mercadorias vendidas pela
empresa;
Ao longo deste capitulo, entendemos melhor todas as funções que são desempenhadas
pelo departamento fiscal, certo? Conforme abordamos anteriormente, grande parte dos
processos manuais e repetitivos não são mais realizados pelo trabalho humano, mas sim
por soluções digitais que permitem a automação de processos.
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Isso só é possível graças à evolução tecnológica e softwares específicos para auxiliar o
departamento fiscal. Entre essas soluções estão aquelas que permitem o gerenciamento de
documentos fiscais e guias de tributos ou mesmo o cálculo automático dos impostos.
1. Constituição Federal
2. Emendas Constitucionais
3. Leis Complementares
4. Convenções e Tratados Internacionais
5. Leis Ordinárias
6. Leis Delegadas
HIERARQUIA
DOS ATOS 7. Medidas Provisórias
LEGAIS
8. Decretos Legislativos
9. Resoluções do Senado Federal
10. Decretos do Poder Executivo
11. Portarias
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Importante destacar que essa esquematização não é unanime, se trata de uma adaptação
do entendimento de alguns tributaristas e doutrinadores, podendo haver diferenças de
interpretações.
Lei Complementar: É uma lei que, tem como propósito, complementar e explicar algo à
constituição.
Convenções e Tratados Internacionais: São acordos firmados por dois ou mais países de direito
internacional, resultante da convergência de suas vontades.
Lei Ordinária: É um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas.
Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração, estas contêm, não
raramente, normas singulares.
Lei Delegada: É um ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo no âmbito federal,
com a solicitação ao Congresso Nacional, relatando o assunto que irá legislar.
Medidas Provisória: É um ato unipessoal do presidente da República, com força imediata de lei,
sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti-la e aprova-la em
momento posterior.
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Resolução do Senado Federal: É um instrumento do Poder Legislativo destinado ao exercício das
competências privativas constitucionais do Senado Federal.
Decreto do Poder Executivo: É uma norma jurídica expedida pelo chefe do Poder Executivo com
a intenção de pormenorizar as disposições gerais e abstratas da lei, viabilizando sua aplicação em
casos específicos.
Continuando o estudo do Sistema Tributário Nacional, nós temos o artigo 150 da Constituição
Federal que institui limitações ao poder de tributar e apresenta os Princípios Gerais e as
Imunidades que norteiam a ordem jurídico tributária. Outros princípios são também
apresentados nos artigos, 142, 152 e 155, abaixo explicarei cada um desses princípios.
1. Princípio da Legalidade
Não há imposto sem lei. Esse princípio é muito amplo e não se restringe apenas em proibir que o
tributo seja cobrado ou majorado sem lei, mas sim disciplinar várias regras relacionadas a
tributação objetivando um ordenamento jurídico mais justo.
2. Princípio da Igualdade
É vedado instituir um tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situações
equivalentes, dessa forma é proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função.
3. Princípio da Irretroatividade
É proibido cobrar impostos em relação aos fatos ocorridos antes da vigência da lei que os houver
instituídos ou aumentados.
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4. Princípio da Anterioridade
Impedir que sejam cobrados tributos no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei
que o instituiu ou aumentou.
5. Princípio Nonagesimal
É vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que o instituiu ou majorou. Com isso, mesmo que um tributo seja cobrado ou majorado no
exercício anterior, não poderá ser exigido pela autoridade fiscal antes de 90 dias. É benéfico ao
contribuinte quando as alterações ocorrem no final do ano.
7. Imunidade ao Tráfego
É proibido exercer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos. Ressalvadas a
cobrança de pedágio.
8. Capacidade Contribuitiva
Sempre que possível os tributos terão caráter pessoal, e serão graduados conforme a capacidade
econômica do contribuinte.
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Definição de Tributo
Artigo 3 do CTN – Lei Complementar n° 5.172 de 1966
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
IMPOSTOS
Art. 16 do CTN – Código Tributário Nacional
Imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
TAXAS
Art. 77 do CTN – Código Tributário Nacional
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial de serviço público especifico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto a sua disposição.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Art. 81 do CTN – Código Tributário Nacional
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito e suas respetivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
Os tributos podem ser classificados em: Direto, indireto, adicional, fixo, proporcional,
progressivo, regressivo, real, pessoal, extrafiscal e parafiscal.
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DIRETOS
Incidem sobre o Contribuinte de Direito, diretamente sobre a renda ou patrimônio, não
possibilitando, pelo menos teoricamente, o repasse do ônus tributário.
INDIRETOS
Incidem sobre o Consumo, onde o Contribuinte de Direito repassa o ônus fiscal para o
Contribuinte de Fato.
ADICIONAL
Quando o seu fato gerador é ocasionado pelo pagamento de outro tributo. Como por exemplo, o
adicional do IRPJ.
FIXO
Quando seu valor é determinado em quantia certa, independentemente de cálculos. Como pro
exemplo, o ISS dos profissionais liberais.
PROPORCIONAL
Quando estabelecido em porcentagem incidente sobre a base tributável, crescendo o valor do
imposto apenas quando o valor base para o cálculo sofra crescimento, como por exemplo, o
ICMS, PIS e COFINS sobre as receitas.
PROGRESSIVO
Quando suas alíquotas são fixadas em porcentagens variáveis e crescentes, conforme a elevação
da base tributável, como por exemplo o IRPF.
REGRESSIVO
São cobrados em porcentagens iguais sobre os contribuintes, independente da capacidade
econômica daqueles que suportam o ônus fiscal. Os contribuintes com menores condições
econômicas, acabam pagando (proporcionalmente) maior parcela do tributo. Como por exemplo,
ICMS, PIS e COFINS.
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REAL
É o imposto baseado em bens reais, físicos. São também denominados de impostos sobre o
patrimônio, como por exemplo IPVA, IPTU e ITR.
PESSOAL
É o imposto que estabelece diferenças tributárias em virtude de condições inerentes ao
contribuinte. Tributa-se sobre a capacidade econômica, como é o caso do IR das pessoas físicas e
jurídicas.
EXTRAFISCAL
Tributo que não visa somente a arrecadação e sim, corrigir anomalias econômicas, como por
exemplo o Imposto de Exportação.
PARAFISCAL
Contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, para custear
seu funcionamento autônomo, como por exemplo as anuidades de categorias profissionais, CRC,
CREA, OAB e etc.
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Art. 113 do CTN – Código Tributário Nacional
A obrigação tributária é principal ou acessória.
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objetivo o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Exemplos: ICMS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e etc.
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A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objetivo ás prestações, positivas
ou negativas, nelas previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O
simples fato de inobservância dessa obrigação, converte-se em obrigação principal relativamente
a penalidade pecuniária.
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7. Conceitue abaixo as classificações dos tributos:
a) PESSOAL:
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b) PROGRESSIVO:
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c) EXTRAFISCAL:
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d) REAL:
_________________________________________________________________________
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3. IRPJ E CSLL
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às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, obrigatoriamente ou por terem escolhido esta
sistemática de tributação.
As empresas optantes pelo lucro presumido apuram o imposto de renda e a contribuição
social sobre o lucro trimestralmente. O regime tributário escolhido pela empresa deve respeitar
sua atividade, desenvolvimento econômico, lucratividade, dentre outros aspectos inerentes ao
planejamento tributário da pessoa jurídica.
A opção é realizada no primeiro pagamento referente ao IRPJ do ano-calendário, sendo
irretratável para o mesmo ano-calendário.
Outra decisão a ser tomada é o regime de recolhimento (Caixa x Competência) o regime
de competência trata a tributação na existência do fato gerador já o regime de caixa trata a
tributação na existência de um recebimento. Ademais, esta definição é importante para a gestão
e saúde financeira da pessoa jurídica.
No lucro presumido a apuração dos valores devidos é feita sobre um lucro estimado com
base na receita bruta e acréscimos, mas nada impede que essa pessoa jurídica faça os
pagamentos mensais, com o código de presumido (2089), ao invés da apuração trimestral, desde
que ajuste o adicional devido no último mês do trimestre. Observe que, muito embora os
pagamentos sejam efetuados (a critério da pessoa jurídica) de forma mensal, os campos
"período de apuração", e "data de vencimento", devem ser sempre preenchidos em relação à
periodicidade trimestral, de forma a demonstrar claramente que se trata de pagamento
antecipado, ou seja, de recolhimento aos cofres públicos antes de sua data de vencimento.
A opção pela sistemática do lucro presumido só pode ser exercida pelas empresas
industriais, comerciais ou de prestação de serviços cuja receita bruta no ano-calendário anterior
tenha sido de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais).
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Quando a pessoa jurídica tenha iniciado atividades no decorrer do ano, o limite é de R$
6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de
atividade naquele ano.
entidades financeiras;
constituídas como Sociedade de Propósito Específica - SPE, nos termos do art. 56 da Lei
Complementar nº 123/2006.
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As pessoas jurídicas que promoverem incorporação imobiliária devem observar Regime
Especial de Tributação instituído pela Lei nº. 10.931/2004.
A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações
de conta alheia (consignação, por exemplo).
O ICMS devido pela pessoa jurídica, na qualidade de contribuinte, não deve ser excluído
da receita bruta. Entretanto o ICMS cobrado do adquirente, a título de substituição tributária,
não integra a receita bruta.
Nas vendas a prazo, o custo do financiamento, contido no valor dos bens ou serviços ou
destacado na nota fiscal, integra a receita bruta como complemento do preço de venda.
as vendas canceladas;
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Cálculo do Lucro Presumido
O imposto de renda das empresas incide sobre o lucro. As empresas optantes pelo lucro
presumido devem presumir o lucro auferido em cada trimestre, e essa presunção é feita pela
aplicação de percentuais de lucratividade ditados pela lei:
A pessoa jurídica que houver utilizado a alíquota reduzida de 16,0%, cuja receita bruta
acumulada até um determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00, ficará
sujeita ao pagamento da diferença de estimativa não recolhida, apurada em relação a cada
trimestre transcorrido, até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrer o
excesso, sem acréscimos legais.
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Tabela Prática de Percentuais - IRPJ
Percentuais Reduzidos
Percentuai
ATIVIDADES Receita Anual até R$
s
120.000,00*
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Prestação de serviços de gráfica, com ou sem
fornecimento de material, em relação à receita
32,0 16,0
bruta que não decorra de atividade comercial ou
industrial
O Cálculo da presunção do lucro, para fins de CSLL deverá ser feito pela soma das receitas
brutas auferidas ou recebidas no trimestre e aplicar o percentual de:
O imposto de renda das pessoas jurídicas é calculado pela aplicação da alíquota de 15%
(quinze por cento) sobre a base de cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganhos de
capital)
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Incide também um adicional do imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento) sobre
a parcela da base de cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganhos de capital) que
exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período
de apuração, ou seja, R$ 60.000,00 quando o período de apuração englobar os três meses do
trimestre.
A empresa que optar por antecipar em cada mês do trimestre os pagamentos do lucro
presumido, deve deixar o adicional para o encerramento do trimestre, sob pena de incorrer em
pagamento a maior, pois o limite deve ser calculado no trimestre.
A CSLL é calculada pela aplicação da alíquota de 9% (nove por cento) sobre a base de
cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganhos de capital)
Deduções do Imposto
o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo;
os créditos, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativos aos tributos e
contribuições administrados pela Receita Federal, objeto de declaração de compensação;
o saldo negativo de IRPJ e CSLL de trimestres anteriores.
Recolhimento do Imposto
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É vedada a utilização de DARF para pagamento de imposto de valor inferior a R$ 10,00
(dez reais). Dessa forma, o imposto apurado sob determinado código de receita, que, no período
de apuração, resultar inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao imposto do mesmo código,
correspondente aos períodos subseqüentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00 (dez
reais), quando, então, será pago ou recolhido no prazo estabelecido na legislação para este
último período de apuração. O imposto será pago em cota única até o último dia útil do mês
subseqüente ao do encerramento do período de apuração.
Opcionalmente o imposto apurado em cada trimestre poderá ser pago em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, no valor mínimo de R$ 1.000,00, vencíveis no último dia útil dos três
meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder,
observando:
O IRPJ e CSLL no lucro Real são calculados sobre a renda auferida, que pode ser
conceituada como acréscimo patrimonial, de forma que o Imposto não pode incidir sobre meros
ingressos quando não representem riqueza nova. Dessa forma, o IR e a CSLL, no caso das
empresas, deve incidir sobre o lucro.
Periodicidade
O Lucro Real comporta duas periodicidades: anual e trimestral, tanto para o IRPJ, quanto
para a CSLL.
Como regra, o imposto de renda das pessoas jurídicas é devido trimestralmente com base
no lucro real. Mas a apuração trimestral pode trazer desvantagens para a pessoa jurídica.
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Formas de cálculo
A apuração do IR e da CSLL pelo Lucro Real poderá ser feito das seguintes formas:
Real trimestral - sempre por meio de balanço trimestral;
Real anual - por meio de estimativas mensais ou por meio de balanço de suspensão ou de
redução, e ainda com a apuração do Lucro Real Anual ao final do período de apuração.
Apuração Trimestral
Apuração Anual
Conforme mencionamos, a tributação pelo Lucro Real Anual implica cálculos mensais,
seja por meio de estimativas, ou ainda, pós balanços de redução ou suspensão. A seguir,
veremos as regras gerais para efetuarmos esses cálculos.
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A melhor forma de apuração do imposto de renda devido em cada ano-calendário, para
as empresas não optantes pelo lucro presumido ou obrigadas à apuração do lucro real, é a
apuração anual, com recolhimentos mensais calculados por estimativa (antecipação).
Essa sistemática, das estimativas mensais monitoradas, tem ainda a vantagem de permitir
o ajuste das antecipações (estimativas) calculadas com base na receita bruta e acréscimos,
mediante balanços ou balancetes mensais de acompanhamento do resultado do período em
curso, além de permitir a compensação de prejuízos gerados no decorrer do ano-calendário.
A opção pelos pagamentos mensais por estimativa, com apuração do lucro real anual, é
efetuada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro do ano-calendário
(até o último dia útil de fevereiro) ou com o levantamento do respectivo balanço ou balancete de
suspensão do referido mês. Ainda que o pagamento da estimativa referente ao mês de janeiro
tenha sido efetuado após o prazo de vencimento a opção é válida. No caso de início de
atividades, a opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao primeiro
mês de atividade da pessoa jurídica.
Na hipótese de início de ação fiscal por parte da Receita Federal antes que a pessoa
jurídica faça a opção pelos pagamentos mensais por estimativa, dispõe a Instrução Normativa
SRF nº. 93/97 que o Auditor Fiscal deverá intimá-la a informar qual a forma de apuração do
imposto de renda que adotará para o ano-calendário em curso.
Se a opção informada ao Auditor Fiscal for lucro real anual com recolhimentos mensais
por estimativa, não tendo a pessoa jurídica efetuado balanços ou balancetes mensais de
suspensão que justifiquem o não pagamento das estimativas do ano em curso, será lavrado Auto
de Infração para exigência de multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre os valores não
recolhidos.
O art. 232 do RIR/2018 que a opção pela apuração anual do lucro real, caracterizada pelo
início do pagamento mensal do imposto por estimativa (art. 222, parágrafo único do RIR/2018) é
irretratável para todo o ano-calendário.
Ou seja, uma vez adotada essa forma de apuração do imposto, mediante o respectivo
pagamento sob o código pertinente, fica vedada a mudança de opção dentro do mesmo ano-
calendário.
O valor da estimativa do IRPJ a ser recolhida em cada mês será calculado mediante a
aplicação da alíquota de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo estimada em função da
receita bruta e acréscimos (cálculo similar ao do Lucro Presumido).
Já para a CSLL, o valor da estimativa a ser recolhida em cada mês será calculado mediante
a aplicação da alíquota de 9% (nove por cento) sobre a base de cálculo estimada em função da
receita bruta e acréscimos.
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Balancetes Mensais de Suspensão ou Redução
suspender o recolhimento mensal, desde que demonstre que o valor do imposto devido,
calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do
imposto de renda devido, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário,
anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado; ou
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Exemplo:
a) Janeiro – R$ 15.000,00
b) fevereiro – R$ 20.000,00
Fica claro que esse balanço de acompanhamento, levantado ao final de março, antecipa
os efeitos do balanço de ajuste a ser levantado em dezembro, isto é, em março a empresa
demonstra que teria quitado toda obrigação do período em curso.
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Outras situações podem ocorrer:
balanço ou balancete de janeiro apresentar prejuízo. Nessa hipótese a pessoa jurídica não
precisará recolher a estimativa de janeiro, podendo essa situação se repetir nos meses
seguintes. Situação que sempre deverá ser demonstrada com balanços ou balancetes
acumulados, abrangendo o período de janeiro até o mês do monitoramento; ou
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A não escrituração do livro Diário e do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), até a data
fixada para pagamento do imposto do respectivo mês, implicará a desconsideração do balanço
ou balancete para efeito da suspensão ou redução dos recolhimentos por estimativa.
O imposto de renda devido trimestralmente será determinado com base nos critérios do
lucro arbitrado quando (RIR/2018, art. 530):
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o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da
escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Livro Caixa, no qual deverá estar
escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro
presumido e não mantiver escrituração contábil regular;
o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar
de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que
o mesmo se encontre obrigado ao lucro real.
b) revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás
natural: 1,92%;
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d) serviços hospitalares e de transporte de carga: 9,6%;
O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será determinado, de ofício,
mediante a utilização de uma das seguintes alternativas de cálculo:
a) 1,5 (um inteiro e cinco décimos ) do lucro real referente ao último período em que pessoa
jurídica manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais, atualizado
monetariamente. Quando o lucro real for decorrente de período-base anual, o valor que servirá
de base ao arbitramento será proporcional ao número de meses do período-base considerado.
b) 0,04 (quatro centésimos ) da soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e
permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente, e
multiplicado pelo número de meses do período de apuração;
c) 0,07 ( sete centésimos) do valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada
como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos
atos de constituição ou alteração da sociedade, atualizado monetariamente, e multiplicado pelo
número de meses do período de apuração;
e) 0,4 (quatro décimos) do valor das compras de mercadorias efetuadas em cada mês do período
de apuração;
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f) 0,4 (quatro décimos) da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos
empregados e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de
embalagem;
g) 0,8 (oito décimos) da soma dos valores devidos, em cada mês do período de apuração, a
empregados;
h) 0,9 (nove décimos) do valor do aluguel devido em cada mês do período de apuração.
Alíquota
O imposto de renda das pessoas jurídicas é calculado pela aplicação da alíquota de 15%
(quinze por cento) sobre a base de cálculo (lucro arbitrado mais demais receitas e ganhos de
capital).
Adicional
Incide também um adicional do imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento) sobre
a parcela da base de cálculo (lucro arbitrado mais demais receitas e ganhos de capital) que
exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período
de apuração, ou seja, R$ 60.000,00 quando o período de apuração englobar os três meses do
trimestre.
Deduções do imposto
Do imposto devido com base no lucro arbitrado a empresa poderá deduzir o imposto
pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo. Na sistemática do
lucro arbitrado é vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal, inclusive vale transporte
ou PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador).
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4. IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
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Não se considera industrialização:
a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como atividade acessória;
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iii. fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;
Atenção: O disposto neste item não exclui a incidência do imposto sobre os produtos, partes
ou peças utilizados nas operações nele referidas.
a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com emprego
de máquinas de costura;
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os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída
a esses produtos;
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os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que adquirirem produtos de procedência
estrangeira, importados por encomenda ou por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa
jurídica importadora;
os estabelecimentos comerciais varejistas que adquirirem os produtos de que trata o inciso XI,
diretamente de estabelecimento industrial, ou de encomendante equiparado na forma do inciso
XIII;
Apuração do imposto
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Nesse caso, o contribuinte do imposto optante pela Sistemática Simplificada deverá
recolher o imposto mensalmente em conjunto com os demais impostos e contribuições, nos
termos especificados na referida Lei Complementar.
Vale ressaltar que o recolhimento do imposto feito de acordo com as regras do Simples
Nacional não exclui a incidência do imposto devido no desembaraço aduaneiro dos produtos de
procedência estrangeira. Ou seja, em relação ao IPI incidente na importação de bens e serviços,
será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.
Não cumulatividade
b) será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;
d) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei.
"Art. 225. A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do imposto relativo a
produtos entrados no estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos
produtos dele saídos, num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo (Lei nº 5.172,
de 1966, art. 49)."
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Nesse sentido, o Regulamento esclarece ainda que o direito ao crédito é também
atribuído para anular o débito do imposto referente a produtos saídos do estabelecimento e a
este devolvidos ou retornados.
Por fim, regem-se, também, pelo sistema de crédito os valores escriturados a título de
incentivo, ou cancelamento da respectiva Nota Fiscal antes da saída da mercadoria, ou, ainda,
diferença do imposto em virtude de redução de alíquota, nos casos em que tenha havido
lançamento antecipado.
5. PIS E COFINS
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
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Isenção / Não Incidência
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A receita deve ser tomada sem o IPI e sem dedução do ICMS destacado, que integra a
receita bruta.
Quando a empresa cobrar ICMS como substituta tributária, esse valor não integra a
receita bruta.
As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido poderão adotar o regime de caixa,
para fins de apuração da base de cálculo mensal do PIS/Pasep e da COFINS, desde que também
tenham adotado este regime para apuração trimestral do IRPJ e da CSLL.
Exclusões Admitidas
do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou
prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
das reversões de provisões (A exclusão não se aplica na hipótese de provisão que tenha
sido deduzida da base de cálculo quando de sua constituição);
das recuperações de créditos baixados como perdas, limitados aos valores efetivamente
baixados, que não representem ingresso de novas receitas;
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dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e
dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição,
que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de empreendimento
objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP);
b) 3% para a COFINS.
a) 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) para o PIS/PASEP; e
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Para a apuração do PIS/PASEP e da COFINS não-cumulativas poderão ser descontados
créditos calculados em relação a:
energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica; (Redação dada pela Lei n o 11.488, de 15 de junho de
2007)
bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês
ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;
armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II,
quando o ônus for suportado pelo vendedor.
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como das edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas
atividades da empresa;
Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº. 10.865, de 2004)
de mão-de-obra paga a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº. 10.865, de 2004)
O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes.
Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à incidência não-cumulativa da COFINS, em relação
apenas à parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos,
despesas e encargos vinculados a essas receitas.
Deverá ser estornado o crédito da COFINS relativo a bens adquiridos para revenda ou
utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou
produtos destinados à venda, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou
deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham
tido a mesma destinação. (Incluído pela Lei nº. 10.865, de 2004)
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A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que subcontratar serviço de
transporte de carga prestado por: (Incluído pela Lei nº. 11.051, de 2004)
Recolhimento
Sistemática de apuração
as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou
arbitrado;
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as pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES;
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c) de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de
bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública,
sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos
posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas, em processo
licitatório, até aquela data;
as receitas decorrentes de serviços: (Redação dada pela Lei nº. 10.865, de 2004)
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as receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e
de organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios
da Fazenda e do Turismo. (Incluído pela Lei nº. 10.865, de 2004)
6. SIMPLES NACIONAL
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Definição de Micro Empresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP)
Ressalte-se que para efeito de enquadramento no Simples Nacional, bem como para
recolhimento dos tributos federais, o limite é sempre de R$ 4.800.000,00. Assim, caso uma
empresa no estado do Ceará obtenha uma receita bruta no ano-calendário superior a R$
3.600.000,00, ela recolherá por meio do Simples Nacional os tributos federais, devendo recolher
para o Estado o ICMS, e/ou para o Município o ISS.
Tributos abrangidos
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Vale ressaltar que o parágrafo primeiro do artigo 13º da LC 123/2006 reza que não está
abrangido pelo Simples Nacional o ICMS devido nas operações:
por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou
distrital vigente;
Também não está abrangido pelo Simples Nacional, conforme legislação supracitada o ISS
devido:
na importação de serviços;
Receita Bruta
Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as
vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
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Para fins de enquadramento como Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, deve ser
considerada a receita bruta em cada ano-calendário. Já para fins de determinação da alíquota
geral, deve-se considerar a receita bruta total acumulada nos 12 meses anteriores ao do período
de apuração.
Para a pessoa jurídica que iniciar atividade no próprio ano-calendário da opção, os limites
para a ME e para a EPP serão proporcionais ao número de meses compreendido entre o início da
atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês
inteiro. Ou seja, os limites de ME e de EPP serão, respectivamente, de R$ 30.000,00 e de R$
400.000,00 multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o
final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro.
Cálculo
As atividades de prestação de serviços com cessão de mão de obra pelo contribuinte são
tributadas pelo Anexo IV da LC 123, de 2006.
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Resumidamente, o valor devido mensalmente pelas ME e EPP optantes pelo Simples
Nacional é determinado mediante o cálculo da alíquota efetiva, a partir da aplicação das tabelas
dos Anexos da Lei Complementar nº 123, de 2006. Vamos explicar passo a passo.
O sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do
período de apuração (RBT12). Não se confunde com a Receita Bruta Acumulada (RBA) de janeiro
até o período de apuração, que serve para identificar se a empresa ultrapassou o limite máximo
de receita bruta anual para ser uma EPP – e, consequentemente, permanecer no Simples
Nacional. P.ex., considerando que o período de apuração (PA) é julho/2018, sua RBT12 é a soma
da receita bruta de julho/2017 a junho/2018, enquanto sua RBA é a soma da receita bruta de
janeiro/2018 a julho/2018.
Mas o contribuinte não precisa se preocupar em fazer esse cálculo todo, que será
efetuado pelo PGDAS-D 2018.
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Vedações ao ingresso no Simples Nacional
que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas
Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras,
explosivos e detonantes;
1 - alcoólicas;
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que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a
prestação de serviços tributados pelo ISS.
Atividade Impeditivas
Se a empresa possuir mais de uma atividade e pelo menos uma delas estiver relacionado
naquelas que são impeditivas, tal empresa não poderá ser optante do Simples Nacional.
O ICMS na Constituição Federal de 1988 – consoante o art. 155, incisos II, da CF/1988,
somente os Estados e o Distrito Federal tem competência tributária privativa para instituir o
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior.
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Constituição Federal de 1988
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado
no exterior;
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
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IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no
inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, adotar-se-á:
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário
o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica,
ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
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b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das
operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos
além dos mencionados no inciso X, "a"
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez,
qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação
do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II,
nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
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I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao
Estado onde ocorrer o consumo;
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido
entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre
nas operações com as demais mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis
não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao
Estado de origem;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal,
nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o
valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em
condições de livre concorrência;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
DOCUMENTOS FISCAIS
Independentemente dos tipos de documentos fiscais, todos têm algo em comum: são
documentos de emissão obrigatória para todas as empresas. O controle pela nota fiscal é um
meio de o governo garantir que os impostos e as taxas de tributos sejam calculados e recolhidos
de maneira correta.
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Com a tecnologia e os sistemas existentes, hoje, no mercado que podem ajudar no
controle dos documentos fiscais.
A gestão dos documentos fiscais com a tecnologia vem permitindo grandes avanços por
meio do uso de notas fiscais eletrônicas, projeto que várias empresas já estão aderindo para
obter diversos ganhos. Conheça algumas das vantagens de seu uso:
redução do uso de papel;
redução de custos com o armazenamento dos documentos;
incentivo à utilização da tecnologia;
aumento da confiança nas notas fiscais;
melhoria no controle fiscal.
A Constituição Federal determina que as administrações tributárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Em face dessa disposição constitucional foi instituído o Sistema Público de Escrituração
Digital - SPED, os documentos fiscais, temos:
Conhecimento de Transporte eletrônico - (CT-e);
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e);
Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e);
Cupom Fiscal Eletrônico e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (CF-e e NFVC-e)
ESCRITURAÇÃO FISCAL
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escrituração fiscal diretamente para o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) que foi
instituído pelo Decreto no 6.022, de 22 de janeiro de 2007, definido da seguinte maneira:
“Instrumento que unifica as atividades de recepção, validação,
armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a
escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades
empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.”
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possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a partir de um
leiaute padrão;
redução de custos administrativos;
melhoria da qualidade da informação;
possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;
disponibilidade de copias autenticas e validas da escrituração para usos distintos e
concomitantes;
redução do "Custo Brasil"; e
aperfeiçoamento do combate a sonegação
Legislação aplicável
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Fato Gerador do ISSQN
§ 3º - O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento
de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.
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Lista de Serviços
Abaixo segue a lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003 sem suas
respectivas sub-divisões:
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15 - Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por
instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito.
25 - Serviços funerários.
29 - Serviços de biblioteconomia.
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33 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres.
36 - Serviços de meteorologia.
38 - Serviços de museologia.
Outro elemento que precisa ser apreciado, quando do exame do fato gerador do ISSQN, é
o local da incidência do imposto (elemento espacial do fato gerador), para poder saber onde
ocorreu o fato gerador e a quem a exação é devida, ou seja, a qual sujeito ativo (município) o
imposto deve ser pago.
Instalação de estruturas;
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Espetáculos teatrais, circenses e exibições cinematográficas;
Shows, ballet, danças, desfiles, bailes, óperas, concertos, recitais, festivais e congêneres;
Sujeição Passiva
Responsável/Contribuinte Substituto
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Base de Cálculo
A Lei Complementar nº 116/2003, ao tratar da base de cálculo do ISSQN em seu artigo 7º,
estabeleceu que será o preço do serviço.
A citada norma complementar prevê ainda no parágrafo segundo do seu artigo 7º, que na
base de cálculo dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da Lista de Serviços não se inclui o
valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços.
Existe ainda a previsão legal que, quando determinados serviços previstos na Lista de
Serviços forem prestadas por sociedades de profissionais, estas ficarão sujeitas ao pagamento do
imposto por cota fixa, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou
não, que prestem serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal,
nos termos da lei aplicável.
Alíquotas
A opção pelo Simples Nacional não exime que o prestador de serviços sofra a retenção do
ISS de acordo com a Legislação do Município onde estiverem estabelecidos. A Alíquota a ser
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utilizada deverá ser indicada pelo prestador do serviço, observado as regras do SIMPLES
NACIONAL.
O prestador dos serviços deve informar, no "corpo" da Nota Fiscal de Serviços, a alíquota
do ISSQN que será retido na fonte.
Caso a microempresa ou empresa de pequeno porte constate que houve diferença entre
a alíquota utilizada e a efetivamente apurada, ela deverá ser recolhida no mês subseqüente ao
do início de atividade em guia própria do Município.
Caso a ME ou EPP não informe a alíquota do ISSQN na Nota Fiscal de Serviços, o tomador
deverá efetuar a retenção aplicando a maior alíquota do Imposto Municipal prevista nos anexos
da Lei Complementar nº. 123/2006.
Quando do cálculo do SIMPLES NACIONAL, informar quanto da receita auferida foi retida
na fonte, para que o contribuinte não pague em duplicidade o Imposto em questão.
9. OBRIGAÇÕES FEDERAIS
Obrigações Federais
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municipais, estaduais e federais. A não entrega dentro dos prazos estipulados podem acarretar
multas por atrasos e até mesmo multa de ofício, em caso de fiscalização.
É importante não apenas que os contribuintes entreguem as declarações dentro do prazo,
mas também que estejam preenchidas corretamente evitando o retrabalho e até a mesmo a
fiscalização. Por isso, é importante, portanto, que a contabilidade, a apuração dos tributos e as
declarações acessórias forneçam as mesmas informações. As principais declarações acessórias
federais são:
Escrituração Contábil Digital – ECD: declaração acessória anual. Informa os
balancetes, plano de contas, balancetes, Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício e lançamentos contábeis. É a substituição do Livro Diário e
Razão.
Escrituração Contábil Fiscal – ECF: declaração acessória anual. Informa a apuração
dos tributos dos contribuintes tributados pelo Lucro Real, Presumido e Arbitrado.
Também informa os valores que foram retidos pelos tomadores de serviços,
pagamentos e recebimentos efetuados ao exterior, entre outras informações. Os
contribuintes optantes pelo Simples Nacional transmitem a DEFIS pelo site da
Receita Federal.
Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF: declaração acessória
anual. Informa quais os tributos foram retidos pela fonte pagadora ao longo do ano.
Deverão transmitir a DIRF as entidades no Lucro Real, Presumido, Arbitrado e
Simples Nacional.
EFD-Contribuições: declaração acessória mensal. Informa as apurações de PIS e
COFINS, crédito de insumos, retenções na fonte, além dos documentos de entradas
e saídas.
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF: declaração acessória
mensal. Informa os débitos tributários federais e a forma como foi quitado. Deverão
declarar os contribuintes do Lucro Real, Presumido e Arbitrado.
EFD-Reinf: declaração acessória mensal. Informa as retenções na fonte dos tributos
federais, futuramente substituirá a DIRF.
EFD – ICMS/IPI: declaração acessória mensal. Informa as apurações de ICMS e IPI.
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Existem outras declarações acessórias que dependem da atividade desenvolvida pelo
contribuinte. O importante é saber quais declarações deverão ser transmitidas e como elas estão
relacionadas.
REFERÊNCIAS
Código Tributário Nacional
Decreto Estadual 24.569/97 (Regulamento do ICMS – Ceará)
Decreto Federal 3.000/99 (RIR)
Lei Complementar Federal 116/2003
Lei Complementar Federal 123/2007 (SIMPLES Nacional)
Lei Complementar Federal 127/2007
Lei Complementar Federal 128/2008
Lei Complementar Municipal 14/2003 (Regulamento do ISSQN de Fortaleza)
Lei Municipal 4.144/1972 (Código Tributário de Fortaleza)
Lei Federal 9.718/98
Lei Federal 10.637/2002
Lei Federal 10.833/2003
SILVEIRA, Orlando. Simples Nacional. Fortaleza: Fortes, 2007.
OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade Tributária. São Paulo: Saraiva, 2005.
www.classecontabil.com.br
www.sefaz.ce.gov.br
www.sefin.fortaleza.ce.gov.br
www.receita.fazenda.gov.br
www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional
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