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Imposto de Renda

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA


PARA A PRÁTICA DE
DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE
RENDA EM UM SÓ LUGAR

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IMPOSTO DE RENDA

Luis Carlos Jacomassi - luiscarlosjacomassi@gmail.com - CPF: 370.820.678-95


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Imposto de Renda

Sumário
1. CONCEITOS INICIAIS ............................................................................................................................................................... 7
1.1 CONCEITO DE TRIBUTO .................................................................................................................................................................... 7
1.2 FUNÇÕES DO TRIBUTO .................................................................................................................................................................... 7
1.3 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS .................................................................................................................................................................... 7
1.3.1 Impostos ............................................................................................................................................................................ 7
1.3.2 Princípios do direito tributário........................................................................................................................................... 8
1.3.3 Princípio da legalidade ...................................................................................................................................................... 8
1.3.4 Princípio da Isonomia ........................................................................................................................................................ 8
1.3.5 Princípio da Irretroatividade.............................................................................................................................................. 8
1.3.6 Princípio da Anterioridade do Exercício ............................................................................................................................. 9
1.3.7 Princípio da anterioridade nonagesimal ........................................................................................................................... 9
2. IMPOSTO DE RENDA: CONCEITOS INICIAIS ............................................................................................................................. 9
2.1 QUAL A LEGISLAÇÃO RELATIVA AO IMPOSTO DE RENDA?........................................................................................................................ 9
2.2 QUANDO OCORRE O FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA? ............................................................................................................. 10
3. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ................................................................................................................................. 10
3.1 ORIGENS DE RECURSOS ................................................................................................................................................................. 11
3.2 APLICAÇÕES DE RECURSOS ............................................................................................................................................................. 11
4. COMO COMEÇAR O IR? ........................................................................................................................................................ 12
4.1 QUANTO COBRAR PARA FAZER UMA DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA? ............................................................................................ 12
4.2 PASSO INICIAL ............................................................................................................................................................................. 12
4.3 DOCUMENTAÇÃO......................................................................................................................................................................... 12
4.3.1 Informações pessoais ...................................................................................................................................................... 12
4.3.2 Dados de Rendimentos: ................................................................................................................................................... 12
4.3.3 Pagamentos efetuados/Bens/Doações: .......................................................................................................................... 13
4.4 ANO CALENDÁRIO E EXERCÍCIO FINANCEIRO...................................................................................................................................... 13
5. CONCEITO DE RENDA E PROVENTOS ..................................................................................................................................... 13
5.1 RENDA....................................................................................................................................................................................... 13
5.2 PROVENTO ................................................................................................................................................................................. 13
5.3 ACRÉSCIMOS NÃO CORRESPONDENTES AOS RENDIMENTOS DECLARADOS................................................................................................. 13
6. FORMAS DE APURAÇÃO MENSAL DO IMPOSTO DE RENDA .................................................................................................. 14
6.1 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL - CONCEITO .................................................................................................................................... 14
6.2 RETENÇÃO.................................................................................................................................................................................. 14
6.3 CARNÊ-LEÃO .............................................................................................................................................................................. 14
7. PROGRAMA IRPF 2024 E ENTREGA DA DECLARAÇÃO ........................................................................................................... 14
7.1 EQUIPAMENTO NECESSÁRIO .......................................................................................................................................................... 14
7.2 PRAZO PARA APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................... 14
7.3 FORMAS DE ELABORAÇÃO DA DECLARAÇÃO ...................................................................................................................................... 14
7.4 QUEM PODE APRESENTAR A DECLARAÇÃO ......................................................................................................................................... 15
7.4.1 Procuração para fazer o IR .............................................................................................................................................. 15
7.5 MULTA POR ATRASO..................................................................................................................................................................... 15
7.6 TIPOS DE DECLARAÇÃO ................................................................................................................................................................. 16
7.6.1 Iniciar Importando Declaração ........................................................................................................................................ 16
7.6.2 Iniciar Declaração a partir da Pré-Preenchida................................................................................................................. 16
7.6.3 Iniciar Declaração em Branco .......................................................................................................................................... 16
8. FICHA 1 - IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................................................................... 17
8.1 CONTRIBUINTES........................................................................................................................................................................... 17
8.2 QUEM ESTÁ OBRIGADO A DECLARAR O IRPF? .................................................................................................................................... 17
8.3 RECIBO DO ANO ANTERIOR............................................................................................................................................................. 18
8.4 CÓPIA DE DECLARAÇÃO ANTERIOR .................................................................................................................................................. 18
8.5 DISPENSA DA ENTREGA DA DECLARAÇÃO........................................................................................................................................... 18 2

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8.6 E QUEM MUDOU DO PAÍS? ................................................................. 18

9. FICHA 2 – DEPENDENTES ...................................................................................................................................................... 18


9.1 VALOR POR DEPENDENTE............................................................................................................................................................... 19
9.2 QUEM PODE SER DEPENDENTE........................................................................................................................................................ 19
9.3 CPF DO DEPENDENTE ................................................................................................................................................................... 20
10. FICHA 3 – ALIMENTANDO ................................................................................................................................................... 20
10.1 DIFERENÇA ENTRE ALIMENTANDOS E DEPENDENTES.......................................................................................................................... 20
10.2 TRATAMENTO ANTIGO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA PARA QUEM RECEBE ................................................................................................ 20
10.3 TRATAMENTO ANTIGO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA PARA QUEM PAGA .................................................................................................. 20
10.4 MUDANÇAS NO TRATAMENTO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA – RECEBEDOR ................................................................................................ 20
10.5 A PENSÃO POR MORTE DEIXOU DE SER TRIBUTADA? ......................................................................................................................... 21
10.6 E O QUE FAZER EM RELAÇÃO AOS VALORES JÁ RECOLHIDOS? ............................................................................................................... 21
10.7 EM RELAÇÃO AO CARNÊ LEÃO PAGO SOBRE PENSÃO ALIMENTÍCIA DE 2022 .......................................................................................... 21
11. FICHA 4 - RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA ............................................................................................ 21
11.1 COMPROVANTE DE RENDIMENTOS ................................................................................................................................................ 21
11.2 TABELA PROGRESSIVA................................................................................................................................................................. 22
11.2.1 Mensal ........................................................................................................................................................................... 22
11.2.2 Anual ............................................................................................................................................................................. 22
11.2.3 Como se faz o cálculo do Imposto de Renda? ............................................................................................................... 23
11.2.4 Como funciona a tabela progressiva? ........................................................................................................................... 23
11.3 RENDIMENTO BRUTO ................................................................................................................................................................. 23
11.4 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS ........................................................................................................................................................ 23
11.5 TRIBUTAÇÃO SOBRE 13º.............................................................................................................................................................. 24
11.6 IMPORTAR ARQUIVO DA FONTE PAGADORA .................................................................................................................................... 24
12. FICHA 5 – RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PF/EXTERIOR ...................................................................................................... 24
12.1 CARNÊ-LEÃO ............................................................................................................................................................................ 25
12.2 EXEMPLOS DE ATIVIDADES SUJEITAS AO CARNÊ-LEÃO ........................................................................................................................ 25
12.3 DEPENDENTES ........................................................................................................................................................................... 26
12.4 CÁLCULO DO CARNÊ LEÃO ........................................................................................................................................................... 26
12.5 DEDUÇÕES NO CARNÊ-LEÃO ........................................................................................................................................................ 26
12.6 ABA RENDIMENTO DO TRABALHO NÃO ASSALARIADO....................................................................................................................... 26
12.7 ABA “OUTRAS INFORMAÇÕES”. O QUE ENTRA?............................................................................................................................... 27
12.8 ALUGUÉIS RECEBIDOS ................................................................................................................................................................. 27
12.9 OUTROS RECEBIDOS ................................................................................................................................................................... 27
12.10 LIVRO CAIXA ........................................................................................................................................................................... 27
12.10.1 Deduções Livro Caixa ................................................................................................................................................... 28
12.11 LEGISLAÇÃO – REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA ................................................................................................................... 29
12.11.1 Prestação de serviços com veículos ............................................................................................................................. 29
12.11.2 Aluguéis e royalties ..................................................................................................................................................... 29
12.12 RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR ...................................................................................................................................... 29
12.12.1 Residente no Brasil ...................................................................................................................................................... 29
12.12.2 Não residente no Brasil ............................................................................................................................................... 29
13. FICHA 6 – RENDIMENTOS ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS ..................................................................................................... 30
14. FICHA 7 – RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA/EXCLUSIVA ...................................................................... 31
15. FICHA 8 – RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS DE PJ (IMPOSTO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA)................................................. 31
16. FICHA 9 – RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE ................................................................................................ 32
16.1 OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO - AJUSTE ANUAL ...................................................................................................................... 32
16.2 OPÇÃO PELA FORMA DE TRIBUTAÇÃO - EXCLUSIVA NA FONTE ............................................................................................................. 33
16.2.1 EXEMPLO .............................................................................................................................................................................. 33
16.3 RENDIMENTOS PAGOS EM CUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL.......................................................................................................... 33
16.3.1 Decisão da Justiça Federal............................................................................................................................................. 34
16.3.2 DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ........................................................................................................................................... 34
16.3.3 DECISÃO DA JUSTIÇA ESTADUAL ................................................................................................................................................. 34
16.3.4 TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE.................................................................................................................................... 34
16.3.5 O QUE PODE SER EXCLUÍDO ....................................................................................................................................................... 35
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17. FICHA 10 – IMPOSTO PAGO/RETIDO ........................................... 35
17.1 IMPOSTO COMPLEMENTAR .......................................................................................................................................................... 35
18. FICHA 11 - PAGAMENTOS EFETUADOS ................................................................................................................................ 35
18.1 DESPESAS MÉDICAS ................................................................................................................................................................... 35
18.2 COMPROVAÇÃO DAS DESPESAS MÉDICAS ........................................................................................................................................ 36
18.3 DESPESAS MÉDICAS QUE NÃO PODEM SER DEDUZIDAS ....................................................................................................................... 36
18.4 DESPESAS COM INSTRUÇÃO ......................................................................................................................................................... 37
18.5 REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA:........................................................................................................................................ 37
18.6 PENSÃO ALIMENTÍCIA ................................................................................................................................................................. 38
18.7 PREVIDÊNCIA ............................................................................................................................................................................ 38
18.8 DIFERENÇA ENTRE PGBL E VGBL ................................................................................................................................................. 39
18.9 CONDIÇÕES PARA ABATER A PGBL ................................................................................................................................................ 39
18.10 VGBL ONDE DECLARAR? ........................................................................................................................................................... 39
18.11 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO SERVIDOR PÚBLICO (EXEMPLO FUNPRESP).................................................................................. 39
18.12 REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA....................................................................................................................................... 40
18.13 DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS DE INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA.............................................................................................................. 40
19. FICHA 12 – DOAÇÕES EFETUADAS....................................................................................................................................... 40
19.1 DOAÇÕES PARA FUNDOS DE ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ................................................................................................... 40
19.2 DOAÇÕES PARA INCENTIVO À CULTURA .......................................................................................................................................... 41
19.3 INCENTIVO À ATIVIDADE AUDIOVISUAL........................................................................................................................................... 41
19.4 INCENTIVO AO DESPORTO............................................................................................................................................................ 41
19.5 DOAÇÕES – ESTATUTO DO IDOSO ................................................................................................................................................. 41
19.6 INCENTIVO AO PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À ATENÇÃO DA SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (PRONAS/PCD) ................................ 41
19.7 INCENTIVO AO PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À ATENÇÃO ONCOLÓGICA (PRONON) ........................................................................... 41
19.8 OUTRAS DOAÇÕES ..................................................................................................................................................................... 42
20. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO: ITCMD (ITD) (ITCD) .............................................................. 42
21. LINKS ITCMD - TODOS OS ESTADOS: ................................................................................................................................... 43
22. FICHA 13 - DOAÇÕES DIRETAMENTE NA DECLARAÇÃO ....................................................................................................... 44
23. FICHA 14 - BENS E DIREITOS ................................................................................................................................................ 45
23.1 DECLARAÇÃO EM CONJUNTO ....................................................................................................................................................... 51
23.2 DECLARAÇÃO EM SEPARADO ........................................................................................................................................................ 51
23.2.1 BENS PRIVATIVOS.................................................................................................................................................................... 51
23.2.2 Bens comuns.................................................................................................................................................................. 51
23.3 AVALIAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS À VISTA....................................................................................................................................... 51
23.4 BENS ADQUIRIDOS A PRAZO ......................................................................................................................................................... 51
23.5 BENS E DIREITOS SITUADOS NO EXTERIOR....................................................................................................................................... 51
23.6 DEPÓSITOS EM BANCO NO EXTERIOR ............................................................................................................................................. 52
23.7 CASOS ESPECIAIS ....................................................................................................................................................................... 52
23.7.1 Consórcios Não Contemplados em 2023: ...................................................................................................................... 52
23.7.2 Consórcio Contemplado em 2023: ................................................................................................................................ 52
23.7.3 Leasing .......................................................................................................................................................................... 52
23.7.4 VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre ........................................................................................................................ 53
24. FICHA 15 – DÍVIDAS E ÔNUS REAIS...................................................................................................................................... 53
25. FICHA 16 – ESPÓLIO ............................................................................................................................................................ 53
25.1 ESPÓLIO ................................................................................................................................................................................... 54
25.2 DECLARAÇÃO INICIAL DE ESPÓLIO .................................................................................................................................................. 54
25.3 DECLARAÇÃO INTERMEDIÁRIA DE ESPÓLIO....................................................................................................................................... 54
25.4 DECLARAÇÃO FINAL DE ESPÓLIO .................................................................................................................................................... 55
26. FICHA 17 – DOAÇÕES A PARTIDOS POLÍTICOS ..................................................................................................................... 55
27. FICHA 18 – IMPORTAÇÕES .................................................................................................................................................. 55
28. FICHA 19 – VERIFICAR PENDÊNCIAS .................................................................................................................................... 55
29. RESUMO DA DECLARAÇÃO ................................................................................................................................................. 55
29.1 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS E DEDUÇÕES ....................................................................................................................................... 56
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29.1.1 Rendimentos tributáveis .................................................. 56
29.1.2 Deduções ....................................................................................................................................................................... 56
29.1.3 Base de Cálculo do Imposto........................................................................................................................................... 56
29.2 APURAÇÃO ANUAL DO IMPOSTO DE RENDA .................................................................................................................................... 56
29.3 CÁLCULO DO IMPOSTO................................................................................................................................................................ 57
29.3.1 Pagamento em Quotas.................................................................................................................................................. 57
29.3.2 Onde pagar.................................................................................................................................................................... 57
29.3.3 Como o imposto pode ser pago ..................................................................................................................................... 58
29.3.4 Prazo Recolhimento IR................................................................................................................................................... 58
29.4 OUTRAS INFORMAÇÕES .............................................................................................................................................................. 58
29.4.1 Evolução patrimonial .................................................................................................................................................... 58
29.4.2 Outras informações ....................................................................................................................................................... 58
29.4.3 Desconto Simplificado ................................................................................................................................................... 58
30. ENTREGA DE DECLARAÇÃO ................................................................................................................................................. 59
31. ACOMPANHAMENTO DA DECLARAÇÃO .............................................................................................................................. 59
31.1 ACESSO AO ECAC ...................................................................................................................................................................... 59
31.2 O QUE ACONTECEU COM ACESSO POR CERTIFICADO DIGITAL NO E-CAC? .............................................................................................. 61
31.3 MEU IMPOSTO DE RENDA ........................................................................................................................................................... 61
31.4 PRINCIPAIS SITUAÇÕES DAS DECLARAÇÕES APRESENTADAS NO MEU IMPOSTO DE RENDA (EXTRATO DA DIRPF) ........................................... 62
31.5 DENTRO DO MEU IMPOSTO DE RENDA .......................................................................................................................................... 63
32. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO ........................................................................................................................................... 63
33. SITUAÇÕES ESPECIAIS ......................................................................................................................................................... 63
33.1 CONTRIBUINTE CASADO OU QUE TENHA COMPANHEIRO OU DIVORCIADOS QUE SE CASOU NOVAMENTE ....................................................... 63
33.1.1 Separado ....................................................................................................................................................................... 63
33.1.2 Conjunto ........................................................................................................................................................................ 64
33.1.3 Contribuinte viúvo ......................................................................................................................................................... 64
33.1.4 Contribuinte menor de idade......................................................................................................................................... 64
33.1.5 Contribuinte incapaz ..................................................................................................................................................... 64
34. GANHOS DE CAPITAL .......................................................................................................................................................... 64
34.1 APLICAÇÃO ............................................................................................................................................................................... 64
34.2 ISENÇÃO .................................................................................................................................................................................. 65
34.3 GANHO DE CAPITAL TRIBUTÁVEL ................................................................................................................................................... 65
34.4 NÃO TRIBUTADO........................................................................................................................................................................ 65
34.4.1 Único imóvel .................................................................................................................................................................. 65
34.4.2 Bens de pequeno valor .................................................................................................................................................. 66
34.4.3 Imóvel residencial .......................................................................................................................................................... 66
34.5 ALÍQUOTAS............................................................................................................................................................................... 66
34.6 RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO IMPOSTO ......................................................................................................................... 66
34.7 PRAZO PARA PAGAMENTO DO IMPOSTO ......................................................................................................................................... 66
34.8 DEDUÇÃO DO VALOR DA CORRETAGEM........................................................................................................................................... 66
34.9 CUSTO DE AQUISIÇÃO ................................................................................................................................................................. 66
34.10 PODEM INTEGRAR O CUSTO DE AQUISIÇÃO .................................................................................................................................... 67
34.11 FICHAS................................................................................................................................................................................... 67
34.12 CONCEITO DE À VISTA, A PRAZO E À PRESTAÇÃO ............................................................................................................................. 67
34.13 BENS E DIREITOS VINCULADOS A FINANCIAMENTOS OU A CONSÓRCIOS................................................................................................ 67
34.13.1 Situações ..................................................................................................................................................................... 68
35. SAÍDA DEFINITIVA DO PAÍS ................................................................................................................................................. 69
35.1 DECLARAÇÃO DE SAÍDA DEFINITIVA DO PAÍS (DSDP) .................................................................................................................. 69
35.2 RESIDENTE X NÃO RESIDENTE ....................................................................................................................................................... 69
35.2.1 Não residente ................................................................................................................................................................ 69
35.2.2 RESIDENTE ............................................................................................................................................................................ 70
35.2.3 CASOS ESPECIAIS .................................................................................................................................................................... 70
35.3 PASSO A PASSO PARA ENVIO DA DSDP ........................................................................................................................................... 70
35.3.1 Passo 1: Comunicar a Saída Definitiva do País .............................................................................................................. 71
35.3 PASSO 2: DECLARAR O IRPF EM RAZÃO DA SAÍDA DEFINITIVA DO PAÍS ................................................................................................ 73
35.4 Passo 3: Pagar o imposto de renda em quota única ........................................................................................................ 76
35.5 Passo 4: Avisar as fontes pagadoras p/ fazer a retenção do IRPF (caso continue auferindo renda) ............................... 76
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35.6 O que acontece se eu não fizer a CSDP nem a DSDP? ......... 77
35.7 Dupla residência fiscal e acordos internacionais .............................................................................................................. 77
35.8 Prova de Reciprocidade: ................................................................................................................................................... 77
35.9 Dispensa de prova de reciprocidade:................................................................................................................................ 78
35.10 Posso enviar a DSDP com data retroativa? .................................................................................................................... 78
35.11 Vantagens de fazer a CSDP e a DSDP ............................................................................................................................. 78
35.12 Como não residente, posso continuar tendo empresa no Brasil? .................................................................................. 78
35.13 Como não residente, posso continuar tendo renda no Brasil? ....................................................................................... 79
35.14 Alienação de bens e direitos ........................................................................................................................................... 79
35.15 Operações financeiras .................................................................................................................................................... 79
35.16 Rend. do trabalho, aposentadoria, pensão e prest. de serviços ..................................................................................... 79
35.17 Aluguéis .......................................................................................................................................................................... 80
35.18 Previdência Complementar e FAPI ................................................................................................................................. 80
35.19 Como não residente, posso continuar tendo conta bancária no Brasil? ........................................................................ 80
36. DECLARAÇÃO DE INVESTIMENTOS NO IMPOSTO DE RENDA ............................................................................................... 81
36.1 O QUE DEVE SER DECLARADO? ..................................................................................................................................................... 81
36.2 COMO DECLARAR? ..................................................................................................................................................................... 81
36.3 PARA QUE SERVE A NOTA DE CORRETAGEM? ................................................................................................................................... 82
36.4 RENDA FIXA .............................................................................................................................................................................. 83
36.5 TESOURO DIRETO ...................................................................................................................................................................... 85
36.6 CDB, LC E RDB ........................................................................................................................................................................ 85
36.7 LCI, LCA, CRI E CRA ................................................................................................................................................................. 86
36.8 POUPANÇA ............................................................................................................................................................................... 86
36.9 FUNDOS DE RENDA FIXA .............................................................................................................................................................. 87
36.9.1 Longo prazo ................................................................................................................................................................... 87
36.9.2 Curto Prazo .................................................................................................................................................................... 87
36.10 RENDA VARIÁVEL ..................................................................................................................................................................... 87
36.10.1 Como pagar o imposto em caso de renda variável? ................................................................................................... 88
36.10.1.2 Em operações swing trade ....................................................................................................................................... 88
36.10.1.3 Em operações day trade ........................................................................................................................................... 88
36.10.2 Como declarar o IR de renda variável ......................................................................................................................... 89
36.10.3 ReVar - Programa Auxiliar de Apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física incidente sobre operações de
Renda Variável ......................................................................................................................................................................... 90
36.11 PREVIDÊNCIA PRIVADA.............................................................................................................................................................. 91
36.11.1 Progressivo .................................................................................................................................................................. 91
36.11.2 Regressivo ................................................................................................................................................................... 91
36.11.3 Como declarar PGBL no Imposto de Renda ? .............................................................................................................. 91
36.11.4 Como declarar VGBL no Imposto de Renda ? .............................................................................................................. 92
36.11.5 Como declarar os resgates? ........................................................................................................................................ 92
36.11.5.1 Versão regressiva ..................................................................................................................................................... 92
36.11.5.2 Versão progressiva ................................................................................................................................................... 92
36.12 INVESTIMENTOS NO EXTERIOR .................................................................................................................................................... 92
36.12.1 Rendimentos no exterior ............................................................................................................................................. 93
36.12.2 Conta corrente no exterior .......................................................................................................................................... 94
36.12.3 Declaração para investidores com grande patrimônio ............................................................................................... 94
36.12.4 Bitributação exige atenção ......................................................................................................................................... 94
EPÍLOGO ................................................................................................................................................................................... 94

Luis Carlos Jacomassi - luiscarlosjacomassi@gmail.com - CPF: 370.820.678-95


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Imposto de Renda

1. Conceitos Iniciais
1.1 Conceito de tributo
Segundo o Código Tributário Nacional
Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.

1.2 Funções do tributo


Função Fiscal: Meramente arrecadatória. Quando o objetivo principal do Estado é apenas obtenção de
recursos financeiros.
Exemplo: ICMS possui como principal função a arrecadação de receita para financiamento das atividades
estatais.
Função Extrafiscal: Quando o tributo é utilizado para interferir em um setor específico do Estado.
Exemplo: Para incentivar a exportação, a União poderá reduzir ou isentar das operações o imposto de
exportação. Fazendo com que a exportação se torne menos onerosa para o exportador. Logo, é possível
interferir em setores econômico-sociais apenas aumentando ou diminuindo tributos.
As funções que um tributo pode desempenhar não são excludentes. Todo o tributo pode possuir as duas
funções, sendo uma predominante em relação a outra.
Ex: Imposto de Renda
→ Função precípua: arrecadar recursos (Função fiscal)
→ Função extrafiscal: distribuição de renda. Quem geralmente paga mais imposto de renda é quem tem maior
poder aquisitivo. Estas pessoas, na maioria das vezes, não fazem uso das atividades custeadas pela receita de
arrecadação dos impostos como, por exemplo, o sistema público de saúde.
Quem, na maioria das vezes, utiliza esses serviços são as pessoas que têm uma condição financeira menor e
que, consequentemente, pagam menos Imposto de Renda.

1.3 Espécies Tributárias


Atualmente no Sistema Tributário brasileiro temos cinco espécies de tributos, são eles:

Tributos

Contribuições Empréstimos Contribuições


Impostos Taxas
de melhoria Compusórios Especiais

1.3.1 Impostos
São tributos não vinculados à atuação do Estado, ou seja, o Estado não precisa atuar para que o fato gerador
do imposto aconteça. Portanto, esse tributo não tem caráter contraprestacional, dizemos que são
manifestações de riqueza do sujeito passivo (quem pagará o tributo).
Além disso, a receita arrecadada com a instituição do imposto se destina a financiar atividades gerais
do Estado, os chamados serviços universais (uti universi), e não uma atividade específica. Por exemplo, a
receita arrecadada com o IPVA pode ser destinada à saúde, e não, necessariamente, à manutenção das
estradas.
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Sempre que possível os impostos terão caráter pessoal.


Ex: Será levado em conta as condições de cada pessoa para a cobrança do tributo. Ex: uma pessoa
solteira que tem uma renda de 5000 reais, não pagará o mesmo valor de Imposto de Renda que uma pessoa
que também ganha 5000 reais, porém, tem filhos, gastos médicos, com escola e etc. Essa pessoa, pagará
menos IR que a pessoa solteira sem dependentes.

1.3.2 Princípios do direito tributário


1.3.3 Princípio da legalidade
Como consta no artigo 3º do CTN, a instituição de tributo depende de lei. Para essa exigência não há exceção,
ou seja, TODO tributo será instituído mediante lei. A regra é que essa lei seja ordinária, exceto para a
instituição de: Empréstimos Compulsórios, Impostos Residuais, Contribuições Residuais e Impostos de Grande
Fortuna.
Apesar de não termos exceção para instituição do tributo, temos algumas exceções para a majoração da
alíquota, são elas:
• Imposto de Importação;
• Imposto de Exportação;
• Imposto sobre Produto Industrializados;
• Impostos sobre Operações Financeiras;
• CIDE – Combustível (Decreto do Chefe do Poder Executivo);
• ICMS- Combustível (ou ICMS-Monofásico) – Convênio da CONFAZ.

1.3.4 Princípio da Isonomia


Este princípio consiste em tratar de maneira igual os que se encontram em situações iguais e, de maneira
desigual os que se encontram em situações desiguais.
Assim, se dois contribuintes que recebem o mesmo salário e possuem as mesmas despesas, pagarão a mesma
alíquota do imposto de renda. Um terceiro contribuinte, com salário e despesas diferentes, poderá pagar uma
alíquota diversa da dos dois contribuintes citados inicialmente.
Relacionada à isonomia tributária temos o princípio da capacidade contributiva trazido pela Constituição
Federal.
Ele confere aos impostos, sempre que possível, um caráter pessoal, vide o imposto de renda.
Art. 145. § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio,
os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

1.3.5 Princípio da Irretroatividade


A Constituição Federal veda, em seu art. 150, inciso III, alínea a, que os entes federados cobrem tributos de
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei. Vamos lá…
Vamos imaginar que antes da existência de lei estadual que instituísse o IPVA, você comprou um carro.
Até então, comprar um carro não era fato gerador do IPVA (porque ele não existia). Pouco tempo depois da
sua compra, a lei instituindo o IPVA começou a viger. O estado poderá exigir que você efetue o pagamento
do tributo relativo a algo lá do passado? Não!
Agora, passados alguns anos, você decidiu se desfazer do carro e comprar um novo. A compra desse novo
carro configura fato gerador do IPVA, já que a lei já está em vigor. Entenderam? Essa vedação trazida no texto
constitucional não possui qualquer exceção, e configura uma espécie de segurança jurídica para o cidadão.

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1.3.6 Princípio da Anterioridade do Exercício


É vedado aos entes tributantes a cobrança no mesmo exercício financeiro em que tiver sido publicada lei
instituindo ou majorando tributos. Ou seja, se a lei aumentando a alíquota do ITBI for publicada no ano X1,
sua cobrança só poderá acontecer a partir de primeiro de janeiro do ano X2.
Essa regra apresenta diversas exceções, são elas:
• II, IE, IPI e IOF;
• Impostos Extraordinários de guerra;
• Empréstimos Compulsórios para guerra e calamidades públicas;
• Contribuições para financiamento da Seguridade Social;
• ICMS-Monofásico sobre Combustíveis;
• CIDE-combustível.
Esses tributos poderão ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que tiveram suas alíquotas majoradas.

1.3.7 Princípio da anterioridade nonagesimal


Mais um princípio cujo objetivo é conferir segurança jurídica ao contribuinte. Em regra, ele deverá ser
observado cumulativamente com o princípio da anterioridade anual. Este princípio exige o cumprimento do
prazo mínimo de 90 dias para a cobrança de um tributo que tenha sido instituído ou majorado.
O imposto de renda não está sujeito ao princípio da noventena. Sendo assim, a majoração de alíquotas feita
até 31.12 do exercício anterior, pode gerar efeitos a partir do exercício seguinte.

2. Imposto de Renda: Conceitos Iniciais


Segundo a Constituição Federal:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
O Imposto de Renda, portanto, é um tributo de competência da União.
Maior arrecadador entre os impostos federais.
É um imposto progressivo. Quanto mais se ganha, mais se paga.
Incide não apenas sobre a renda, mas também sobre os proventos de qualquer natureza.
A Constituição diz que o Imposto de Renda deve obedecer à generalidade, universalidade e progressividade.
“Generalidade e universalidade” quer dizer que todas as pessoas são tributadas em todas as suas rendas.
Salvo, é claro, rendas isentas e não tributadas.

2.1 Qual a legislação relativa ao Imposto de Renda?


Hoje, principalmente o Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Além disso, há a Instrução Normativa
1.500, de 29 de outubro de 2014.
Fora isso, anualmente, a Receita Federal disponibiliza uma Instrução Normativa contendo as regras para
elaboração da Declaração de Ajuste Anual de cada exercício.
Além, é claro, do Código Tributário Nacional e da Constituição Federal.

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2.2 Quando ocorre o fato gerador do Imposto de Renda?


Segundo o Código Tributário Nacional:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer
natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no inciso anterior.
Todo tributo precisa ser lançado. No imposto de renda pessoa física, temos o lançamento chamado de
lançamento por homologação.
Código Tributário Nacional
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato
em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,
expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição
resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou
simulação.
Por determinação legal, o imposto de renda das pessoas físicas será devido mensalmente, à medida que os
rendimentos forem sendo percebidos, cabendo ao sujeito passivo a apuração e o recolhimento
independentemente de prévio exame da autoridade administrativa, o que caracteriza a modalidade de
lançamento por homologação, cujo fato gerador ocorre em 31 de dezembro de cada ano, tendo o fisco cinco
anos, a partir dessa data, para efetuar eventuais lançamentos, nos termos do § 4º do art. 150, do Código
Tributário Nacional. (Acórdão nº 104-21716).
Lei 7.713/1088
Art. 7º Ficam sujeito à incidência do imposto de renda na fonte, calculado de acordo com o disposto no art.
25 desta Lei:
I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas físicas ou jurídicas;
(Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
II - os demais rendimentos percebidos por pessoas físicas, que não estejam sujeitos à tributação
exclusiva na fonte, pagos ou creditados por pessoas jurídicas.
§ 1º O imposto a que se refere este artigo será retido por ocasião de cada pagamento ou crédito e, se houver
mais de um pagamento ou crédito, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-á a alíquota correspondente à
soma dos rendimentos pagos ou creditados à pessoa física no mês, a qualquer título.

3. Origens e Aplicações de Recursos


Tal qual estudamos na Contabilidade, toda aplicação de recursos deve ter uma origem. E esta é a base do
Imposto de Renda Pessoa Física.
Não se pode surgir com um Porsche Panamera, de quase R$ 1.000.000,00 (aplicação), se não tiver condições
suficientes para tanto (origem).
Por isso, quando há mais aplicações do que origens, isso certamente implicará malha fina.
Quando há mais origens do que aplicações, é um bom sinal de que o contribuinte pode não estar omitindo
receitas do fisco. Mas também não é garantido.

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3.1 Origens de recursos

Rendas

origens Empréstimos

Doações Recebidas

As origens de recursos em síntese são rendas, empréstimos e doações obtidas pela pessoa física.

Portanto, no Imposto de Renda, temos como possíveis origens:


1 - Renda tributável;
2 – Renda Isenta ou Não Tributada;
3 – Doações Recebidas;
4 - Empréstimos Obtidos.

3.2 Aplicações de recursos


Já as aplicações são as formas como os recursos são gastos. Você não precisa informar, no Imposto de Renda,
que comprou 1 kg de arroz. Mas, de forma geral, os seus gastos têm de ser compatíveis com o que você
ganha.
No Imposto de Renda são aplicações:
1 - Compras de bens em geral;
2 - Integralização de capital em sociedade;
3 - Pagamentos Diversos, como médicos, instruções;
4 - Doações e diversas outras.

Aplicações

Integralização
Pagamentos Empréstimos
Compra de bens de capital de Doações
diversos feitos
sociaedade

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4. Como Começar o IR?


4.1 Quanto cobrar para fazer uma Declaração de Imposto de Renda?
Acredito que essa resposta seja bastante pessoal. Depende da localidade e também da complexidade do
trabalho.
Geralmente, os profissionais começam cobrando R$ 100,00 para declarações mais simples e esses valores
aumentam conforme a complexidade.
Alguns profissionais também fixam o valor em função do montante a restituir ou a pagar. É bom verificar
tabela existente no Conselho Regional da sua região.
Se algum cliente achar que está caro, diga a ele todas as implicações que pode haver caso a declaração seja
feita de forma incorreta, inclusive com Representação Fiscal para Fins Penais (Ministério Público).
Valorize o seu trabalho!

4.2 Passo Inicial


• Falar com o cliente, entender o que ele faz.
• Verificar se houve atividades que demandem o preenchimento de programas como Carnê Leão, Ganhos de
Capital ou Atividade Rural. Isso é algo fora da Declaração de Ajuste Anual.

• Se não preencheu, orientar a preencher ou fazer esse serviço extra.


Melhor fazer e recolher com pagamento de juros e multa do que declarar apenas na Declaração de Ajuste
Anual.

4.3 Documentação
Reunir os principais documentos.

4.3.1 Informações pessoais


• Declaração anterior (Ver tópico Recibo do ano anterior);
• Identificação (nome, CPF, título de eleitor, dados profissionais e residenciais);
• CPF dos dependentes (precisa de CPF dos dependentes de todas as idades). Antes era apenas para maiores
de 12 anos;
• Dados bancários para o caso de haver tributo a restituir.

4.3.2 Dados de Rendimentos:


• Informes de rendimentos de todos os lugares em que trabalhou em 2023;
• Informe de bens, rendimentos e dívidas dos dependentes;
• Se for aposentado ou pensionista, coletar as informações junto ao INSS;
• Se for declaração conjunta, informe de rendimentos do cônjuge;
• Informes de instituições financeiras (contendo saldo de contas correntes, poupanças e investimentos).
Solicitar também das corretoras de investimentos;
• Quem comprou vendeu ações e fez operações com renda variável deve ter detalhado os documentos de
controle de compra e venda, com apuração mensal do imposto e também as DARFs;
• Aluguéis recebidos, com endereço, valor recebido, nome do locador, CPF do locador.

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4.3.3 Pagamentos efetuados/Bens/Doações:


• Recibos de despesas médicas e com educação. Esses documentos podem ser solicitados pelo Fisco no
período decadencial do imposto. Portanto, é importante guardar;
• Não valem cursos extracurriculares ou livres. Apenas ensino fundamental, médio, superior, pós ou técnico;
• Documentos referentes a bens (carros, imóveis, outros bens);
• Se tiver financiamento, o nome do banco, o valor financiado, o valor da entrada e das prestações pagas;
• Se tiver feito ou recebido doações, os documentos correspondentes;
• Resultados dos programas auxiliares (Carnê-Leão, Ganhos de Capital, Atividade Rural).
Atenção! Despesa com INSS de empregado doméstico não pode mais ser abatida a partir de 2019.
Se for autônomo, livro caixa, contendo as entradas e saídas dos valores.

4.4 Ano Calendário e Exercício Financeiro


Ano calendário é o período ao qual o Imposto de Renda se refere.
Em 2024 declararemos o IR relativo ao ano calendário de 2023.
Exercício financeiro é o ano em que fazemos a Declaração e transmissão ao Fisco. Portanto, a Declaração é
Exercício 2024, Ano Calendário 2023.

5. Conceito de Renda e Proventos


Como dissemos, o Imposto de Renda incide sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
Segundo a Instrução Normativa 1.500/2014:
Art. 3º Constituem rendimentos tributáveis todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de
ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro e, ainda, os proventos de qualquer natureza, assim
também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados.

5.1 Renda
Renda: O produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.
Como exemplo de renda do trabalho, temos os salários, honorários, pró-labore e todos aqueles que decorram
do trabalho da pessoa física.
Como exemplo de renda do capital, temos rendimentos de aplicações financeiras ou mesmo o valor de um
aluguel recebido relativo a um imóvel.
E quanto a ambos, temos a atividade empresarial, pois além de você empregar seu capital para exercer uma
atividade, ainda pode trabalhar e receber valores relativos à empresa.

5.2 Provento
Proventos de qualquer natureza.
Por exemplo, aposentadoria, pensão alimentícia, indenizações.

5.3 Acréscimos não correspondentes aos rendimentos declarados


Se você ainda teve um aumento nos seus rendimentos de valores que não estão declarados, o Fisco considera
isso como um valor tributável. Isto é, quando suas aplicações são maiores do que as origens.

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6. Formas de apuração mensal do Imposto de Renda


6.1 Declaração de Ajuste Anual - Conceito
A Declaração que fazemos ao Imposto de Renda, no período de março a abril, é chamada de Declaração de
Ajuste Anual.
Vejam que o nome é Declaração de Ajuste Anual. Todavia, o Imposto de Renda deve ser recolhido em
apurações mensais, com base no chamado Regime de Caixa.
Ao final do ano, fazemos os ajustes para ver se há necessidade pagar mais tributos ou, então, se você pagou
mais do que deveria, restituir algum montante.
Existem duas formas de apuração do tributo mensalmente: retenção ou carnê leão.

6.2 Retenção
A retenção ocorre quando a pessoa física recebe renda de uma pessoa jurídica ou mesmo de uma pessoa
física empregadora.
Neste caso, a fonte pagadora é obrigada a reter o valor do IRPF e repassar à União.

6.3 Carnê-Leão
No caso do carnê-leão, a apuração é feita pela própria pessoa física que recebeu a renda ou provento.
Portanto, o Carnê-Leão é utilizado para recebimento de uma pessoa física (pessoa física pagando para pessoa
física).
Ou seja, a pessoa física que está pagando não é uma fonte pagadora e não está obrigada a fazer retenção.

7. Programa IRPF 2024 e Entrega da Declaração


Para o ano calendário de 2023 é utilizado o Programa IRPF 2024 para preenchimento da Declaração de Ajuste
Anual.
O programa deve ser baixado no site da Receita Federal.

7.1 Equipamento Necessário


O Programa IRPF foi desenvolvido para os sistemas operacionais Windows, Linux, Mac OS e possui também
uma versão Multiplataforma. Com exceção da versão “multiplataforma (zip)”, o programa já vem com o Java
“embutido”, ou seja, não é necessário instalar ou atualizá-lo em separado.
Para instalar a versão multiplataforma ou os programas dos anos anteriores, é necessário que tenha instalada
no computador a versão atualizada da máquina virtual Java (JVM).

7.2 Prazo para apresentação


A Declaração pode ser apresentada do dia 15 de março até 31 de maio. Se o contribuinte estiver viajando,
não há postergação do prazo.

7.3 Formas de Elaboração da Declaração


• Através de computador, no site da Receita Federal, em download do programa.
• Pelo E-CAC, através do Menu Meu Imposto de Renda.
• Por tablets e smartphones, através do aplicativo Meu Imposto de Renda.

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7.4 Quem pode apresentar a declaração


O próprio contribuinte ou representante.

7.4.1 Procuração para fazer o IR


Lembre-se de que para poder fazer a declaração de IR dos seus clientes e acessar a base de dados deles no E-
CAC, existe a necessidade de que seja feita procuração.
Existem dois tipos de Procuração:
Procuração RFB – Feita sem certificado digital por parte do outorgante.
Procuração Eletrônica (E-CAC) – Precisa de certificado digital por parte do outorgante. Essa procuração pode
ser feita com ou sem certificado digital por parte do outorgante. Todavia, o procurador precisa ter sistema
de certificação digital.
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/procuracao

Outorgante: Quem transfere os poderes Outorgado:


Quem recebe os poderes

Se emitir pelo site, deve autenticar e levar à RFB. Se fizer pelo E-


CAC, não precisa levar à RFB.
INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1751, DE 16 DE OUTUBRO DE 2017
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=87210&visao=a notado

A partir de 20/10/20, com a publicação do Ato Declaratório Executivo Cogea nº 7/2020, a Procuração RFB
(também denominada Procuração para uso do e-CAC), outorgada pelo contribuinte que não possui certificado
digital para outra pessoa que já o possui, DEVE:
a) ter firma reconhecida em cartório;
b) ser protocolada somente pelo Portal e-CAC, via Dossiê Digital de Atendimento aberto em nome do
outorgante ou do outorgado (procurador digital).
Caso o contribuinte decida não efetuar o reconhecimento de firma em cartório e não se trate de pessoa
jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado, o protocolo da Procuração RFB poderá se dar nas
unidades presenciais, sempre mediante prévio agendamento.
Já a procuração eletrônica é outorgada pelo contribuinte que já possui certificação digital para outra pessoa
que também a possui. Nesse caso, o procedimento é todo feito pelo Portal e-CAC, com efeitos imediatos após
a assinatura eletrônica, sem necessidade de se dirigir às unidades presenciais.

7.5 Multa por atraso


O contribuinte obrigado a apresentar a declaração, no caso de apresentação após o prazo previsto ou da não
apresentação, fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma:
• Existindo imposto devido, multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, incidente sobre o imposto
devido, ainda que integralmente pago, observados os valores mínimos de R$ 165,74 e máximo de 20% do
imposto devido;
• Inexistindo imposto devido, multa de R$ 165,74.
A entrega de Declaração de Ajuste Anual retificadora não está sujeita à multa por atraso na entrega.
O contribuinte que deixou de apresentar, no prazo previsto, a Declaração de Ajuste Anual, quando estava
obrigado a fazê-lo, deverá fazer o download, do sítio da RFB na Internet, do programa relativo ao ano-
calendário correspondente e após preencher a declaração de acordo com as instruções vigentes para aquele
ano, apresentá-la.

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7.6 Tipos de Declaração


Declaração de Ajuste Anual: Deve ser apresentada pela pessoa física residente no Brasil que está obrigada a
apresentar Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda.
Declaração Final de Espólio: Deve ser apresentada pelo inventariante, cônjuge ou companheiro, sucessor a
qualquer título ou por representante do de cujus relativa a espólio cuja decisão judicial transitada em julgado
da partilha, sobrepartilha ou adjudicação ou lavratura da escritura pública de inventário e partilha dos bens
tenha ocorrido no ano-calendário de 2023.
Declaração de Saída Definitiva do País: Deve ser apresentada pela pessoa física que, em 2023, se retirou do
Brasil em caráter permanente ou passou à condição de não residente no Brasil, quando houver saído do
território nacional em caráter temporário.

7.6.1 Iniciar Importando Declaração


Neste caso, o programa vai buscar sua declaração anterior.
Se você não altera, geralmente será criada uma pasta no seu Disco C:, com o nome Arquivos de Programas
RFB.
Caso você esteja fazendo para terceiro, pegue a última declaração enviada pelo contribuinte no exercício
anterior.
Aparecerá um nome do tipo:
12345678900-IRPF-A-2021-2020-ORIGI.DEC

Se for retificadora, constará:


12345678900-IRPF-A-2021-2020-RETIF.DEC
O arquivo DEC é da declaração como um todo. O arquivo REC é apenas o recibo.

7.6.2 Iniciar Declaração a partir da Pré-Preenchida


Para essa opção é necessário que você tenha o certificado digital, caso esteja fazendo sua própria declaração.
Caso esteja fazendo por terceiros, e o contribuinte não tenha certificado digital, mesmo assim você consegue
acesso com o seu certificado digital, se tiver sido feita procuração.
Para acesso a essa opção também é possível usando a conta gov.br nível prata ou ouro.
Essa opção facilita bastante o preenchimento da declaração, pois ela já busca diversos dados que foram
informados pelas fontes pagadoras, bancos, pagamentos que você fez e foram declarados em seu nome (ou
de dependentes).
É só ajustar com dados adicionais e a declaração estará pronta.

7.6.3 Iniciar Declaração em Branco


Neste caso, você começará uma nova declaração. Do zero.

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8. Ficha 1 - Identificação
Informar se a Declaração é de Ajuste Anual ou Retificadora.
• Declaração de Ajuste Anual é a primeira declaração feita no ano para aquele contribuinte.
• Declarações Retificadoras são as que ajustam a primeira.
Se for Declaração de Ajuste Anual, incluir o número da Declaração do ano anterior. Se for retificadora,
incluir o número da Declaração que está sendo retificada.
Possui Cônjuge ou Companheiro? Se houver, preencher que sim, mesmo que este faça sua Declaração
separadamente.
No campo ocupação, colocar a principal ocupação.
No campo um dos declarantes é pessoa com doença grave ou deficiência física ou mental?
Assinale se “um dos declarantes (ou dependentes) é pessoa com deficiência, física ou mental, ou doença
grave, com base em conclusão da medicina especializada para o tratamento da patologia”, marque para obter
prioridade no pagamento da restituição do IRPF, conforme previsto no art. 69-A da Lei nº 9.784, de 1999.

8.1 Contribuintes
As pessoas físicas que perceberem renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos
de capital, são contribuintes do imposto sobre a renda, sem distinção de nacionalidade, sexo, idade, estado
civil ou profissão (RIR 2018, artigo 1º).
Os rendimentos e os ganhos de capital percebidos por menores e outros incapazes serão tributados em seus
respectivos nomes, com o número de inscrição próprio no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF (art. 3º).
Responsabilidade: dos pais, tutor, curador ou responsável pela guarda. Incapazes poderão ser considerados
dependentes.
São também contribuintes as pessoas físicas que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse
como se lhes pertencessem, de acordo com a legislação em vigor.

8.2 Quem está obrigado a declarar o IRPF?


Não há limite mínimo ou máximo de idade.
Está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2024, a pessoa física
residente no Brasil que, no ano-calendário de 2023:
I. - recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$
28.559,70;
II. - recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi
superior a R$ 40.000,00;
III. - obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito à incidência do
Imposto.
IV. - realizou operações de alienação em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas:
a) cuja soma foi superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais); ou
b) com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
V. - relativamente à atividade rural:
a) obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 (cento e quarenta e dois mil,
setecentos e noventa e oito reais e cinquenta centavos); ou
b) pretenda compensar, no ano-calendário de 2023 ou posteriores, prejuízos de anos-
calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2023;
VI. - teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor
total superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);
VII. - passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição encontrava-se em 31 de
dezembro; ou
VIII. - optou pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de
imóveis residenciais cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais
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Imposto de Renda

IX. localizados no País, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da celebração do contrato de venda,
nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.

Observações:
O simples fato de você ser titular ou sócio de empresa não obriga à declaração do IR. Não existe idade máxima
para obrigatoriedade ou dispensa da apresentação da DAA.
O critério utilizado para avaliação de bens e direitos é o custo de aquisição. Para bens comprados a partir de
1995.
O contribuinte deve apresentar apenas uma declaração de ajuste anual. Não importa a quantidade de fontes
pagadoras, informando todos os rendimentos do ano de 2023.

8.3 Recibo do ano anterior


Importante: Para fazer a declaração é preciso do número de recebido da declaração anterior.
Dispensado o número de recibo se:
a) a soma dos rendimentos, do titular e dos dependentes, sujeitos ao ajuste anual for inferior a R$
200.000,00;
b) a transmissão da declaração for feita com o uso de certificado digital; ou
c) o contribuinte não tiver apresentado Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2023, ano-
calendário de 2022.
O contribuinte pode obter a cópia da Declaração de Ajuste Anual anterior mediante acesso ao sítio da RFB na
Internet, utilizando a opção “e-CAC”, por intermédio de certificação digital, ou solicitá-la, por escrito, ao titular
da unidade da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) de sua jurisdição fiscal.
Os pedidos de cópias de quaisquer documentos estão sujeitos ao recolhimento prévio de taxa específica para
ressarcimento de despesas, que deve ser recolhida por meio de DARF, utilizando-se o código 3292.

8.4 Cópia de Declaração Anterior


O contribuinte pode obter a cópia da Declaração de Ajuste Anual anterior mediante acesso ao sítio da RFB na
Internet, utilizando a opção “e-CAC”, por intermédio de certificação digital, ou solicitá-la, por escrito, ao
titular da unidade da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) de sua jurisdição fiscal.
Os pedidos de cópias de quaisquer documentos estão sujeitos ao recolhimento prévio de taxa específica para
ressarcimento de despesas, que deve ser recolhida por meio de DARF, utilizando-se o código 3292.

8.5 Dispensa da entrega da declaração


1 - Se você é dependente de outra pessoa.
2 - Aquele que é casado/união estável, declarado por companheiro, se tiver apenas bens (sem renda
tributável) e o valor dos bens privativos não passar de R$ 300.000,00.
Ou, é claro, se você não satisfaz qualquer critério para a entrega da Declaração.
Se você está desobrigado e, mesmo assim, quiser apresentar a Declaração de Imposto de Renda, para
restituir valores, não há problema.
8.6 E quem mudou do país?
Deve apresentar Declaração de Saída Definitiva do País.
Apresenta a declaração relativa a 1º de janeiro até o dia anterior à data em que se mudou.

9. Ficha 2 – Dependentes
Os gastos com dependentes reduzem a base de cálculo do valor a pagar. Todavia, como o próprio programa
salienta:

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Quando você inclui um dependente, todos os seus bens e direitos, além dos rendimentos tributáveis vêm
junto.

Assim, geralmente, será viável incluir um dependente no caso de ele não ter renda.
O dependente não precisa estar nesta condição ao longo de todo o ano calendário.
O mesmo vale para um dependente que venha a falecer.

9.1 Valor por dependente


Art. 71. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto sobre a renda, poderá ser
deduzida do rendimento tributável a quantia, por dependente, de:
VI - R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove centavos), para os meses de abril a dezembro
do ano-calendário de 2015.
Isso dá um valor de dedução anual de R$ 2.275,08 por dependente.

9.2 Quem pode ser dependente


I - O cônjuge;
II - O companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos ou por período
menor se da união resultou filho;
A PGFN reconhece, desde 2011, a união homoafetiva como factível de declaração como dependente.
III - A filha, o filho, a enteada ou o enteado, até vinte e um anos, ou de qualquer idade quando incapacitado
física ou mentalmente para o trabalho;
IV - O menor pobre, até vinte e um anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial;
V - O irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até vinte e um anos, desde que o contribuinte detenha
a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;
VI - Os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao
limite de isenção mensal; e
VII - O absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador.
§ 2º Os dependentes a que referem os incisos III e V do § 1º poderão ser assim considerados quando maiores
até vinte e quatro anos de idade, se ainda estiverem cursando ensino superior ou escola técnica de segundo
grau (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 1º).
É vedada a dedução concomitante do montante referente ao mesmo dependente, na determinação da base
de cálculo do imposto sobre a renda, por mais de um contribuinte.
Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges (Lei nº
9.250, de 1995, art. 35, § 2º).
Na hipótese de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes aqueles que ficarem sob a
guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente.
No caso de exclusão de dependentes relacionados, o programa automaticamente excluirá os dados relativos
a esses dependentes.

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9.3 CPF do Dependente


É obrigatória a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) das pessoas físicas que constem como
dependentes para fins do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.

Antes era apenas a partir de 12 anos.


Instrução Normativa RFB nº 1.548, de 13 de fevereiro de 2015, art. 3º, inciso III,§ 2º.

10. Ficha 3 – Alimentando


10.1 Diferença entre Alimentandos e dependentes
A primeira coisa é saber a diferença entre alimentando e dependente.
Alimentando é alguém que seja beneficiário de pensão alimentícia, em razão de decisão judicial. Não
necessariamente são aquelas pessoas na lista de dependentes. Pode ser ex-marido, ex-esposa, filha, filho, e
assim por diante.
Já os dependentes são as pessoas que estudamos acima. Uma pessoa cujas despesas são basicamente
custeadas por quem é declarante.

10.2 Tratamento ANTIGO da Pensão Alimentícia para quem recebe


Quanto à pensão alimentícia, para o recebedor, temos as seguintes nuances:
1) Ela era tributável para quem recebe, sendo lançada em Rendimentos Tributáveis Recebidos por
Pessoa Física/Exterior.
2) No caso de o montante ser superior a R$ 1.903,98, há que recolher imposto mensalmente via Carnê-
Leão.
3) Posteriormente, na Declaração de Ajuste Anual, você importa os valores do Carnê para o programa
gerador da declaração (PGD).
4) Em nome do beneficiário e não do pai ou da mãe.
5) Só pode ser deduzida se for decorrente de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou
escritura pública.

10.3 Tratamento ANTIGO da Pensão Alimentícia para quem paga


Para o pagador, temos as seguintes peculiaridades:
1) O valor é dedutível da base de cálculo do IRPF.
2) Quem paga deve cadastrar o Alimentando na ficha correspondente.
3) Além disso, deve informar os valores em Pagamentos Efetuados, nos Códigos 30 a 34.
4) Só pode ser abatido o valor permitido em sentença judicial e destinados à alimentação, despesas
médicas e instrução (observado o limite).
5) Pagamentos com viagens, alugueis, entre outros não podem constar.

10.4 Mudanças no tratamento da Pensão Alimentícia – Recebedor


Os valores que você recebe de pensão alimentícia não são mais tributados pelo imposto de renda.
Você deve declarar o rendimento na aba "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis" da declaração,
selecionando o tipo de rendimento "26 - Outros" e escrevendo "Pensão Alimentícia" na descrição.

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) vale para os últimos 5 anos.


Ela é resultado do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no 5422, publicada no dia
23/08/2022.

10.5 A Pensão por Morte deixou de ser tributada?


Não, somente a pensão alimentícia. As demais pensões, inclusive a pensão por morte, continuam sendo
consideradas rendimentos tributáveis.

10.6 E o que fazer em relação aos valores já recolhidos?


Retifique as declarações dos últimos 5 anos (2019 a 2023) retirando o rendimento da aba "Rendimentos
Tributáveis" e inserindo na aba "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis".
Você pode enviar a declaração retificadora por qualquer meio (programa, online ou app para celular).
Com a retificação, as seguintes situações podem acontecer:
• Se o valor de imposto a restituir aumentar, a diferença será depositada na sua conta bancária
informada na declaração, seguindo o cronograma de lotes e prioridades legais.
• Se o valor do imposto a pagar for reduzido, o que você pagou a mais pode ser devolvido. Para os
exercícios de 2019 a 2022 faça o pedido eletrônico de restituição pela opção online (Per/Dcomp Web). Para
o exercício de 2023, baixe e instale o programa Per/Dcomp no seu computador para fazer o pedido.

10.7 Em relação ao Carnê Leão pago sobre Pensão Alimentícia de 2023


Retifique (corrija) as declarações e exclua (preencha com zero) a pensão alimentícia da aba “Rendimentos
Tributáveis recebidos de PF/Exterior”, mantendo a informação do carnê-leão pago.
O carnê-leão (código de receita 0190) e a complementação mensal (código de receita 0246) são considerados
antecipação do imposto de renda. Portanto, os pagamentos realizados durante o ano de 2023 serão
considerados no cálculo do imposto devido na declaração de 2024. Se no ajuste anual o resultado for de
imposto a restituir, você receberá esse valor normalmente.

11. Ficha 4 - Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica


Neste campo entram os valores recebidos de pessoa jurídica e recebidos de pessoa física com a qual você
tenha vínculo empregatício.
Como já dissemos anteriormente, são os valores sujeitos à retenção mensal do imposto.
Operações com atividades rurais, ganhos de capital e em bolsa não devem ser incluídas nesta parte.
Quando você preenche esses valores, eles são automaticamente transportados para o campo Resumo da
Declaração e também para o Cálculo do Imposto.
11.1 Comprovante de rendimentos
A fonte pagadora é obrigada a apresentar o comprovante de rendimentos até 28.02.
A fonte pagadora, pessoa física ou jurídica, deve fornecer à pessoa física beneficiária, até o último
dia útil do mês de fevereiro do ano subsequente àquele a que se referirem os rendimentos ou por ocasião da
rescisão do contrato de trabalho, se esta ocorrer antes da referida data, documentos comprobatórios, em
uma via, com indicação da natureza e do montante do pagamento, das deduções e do imposto retido no ano-
calendário de 2023, conforme modelo oficial.
No caso de retenção na fonte e não fornecimento do comprovante, o contribuinte deve comunicar o fato à
unidade de atendimento da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) de sua jurisdição, para as
medidas legais cabíveis.
Ocorrendo inexatidão nas informações, tais como salários que não foram pagos nem creditados no ano-
calendário ou rendimentos tributáveis e isentos computados em conjunto, o interessado deve solicitar à fonte
pagadora outro comprovante preenchido corretamente.
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Caso a fonte pagadora seja desobrigada a apresentar comprovante de rendimentos, você pode se utilizar
de outros documentos, tais quais contracheques e recibos.

11.2 Tabela Progressiva


11.2.1 Mensal
O Imposto de Renda é calculado com base em uma tabela progressiva e, quanto maior sua renda, maior a
alíquota a que você está sujeito.
A seguir, a tabela progressiva mensal para o Imposto de Renda:

De Janeiro a Abril de 2023.

TABELA PROGRESSIVA MENSAL


BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Lei nº 13.149 de 21 de julho de 2015.

A partir de Maio de 2023.

TABELA PROGRESSIVA MENSAL


BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO (R$)
Até 2.112,00 - -
De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40
De 2.826,66 até 3.751,05 15 370,40
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73
Acima de 4.664,68 27,5 884,96
Lei nº 14.663 de 28 de agosto de 2023.

11.2.2 Anual
A seguir a tabela anual, utilizada na Declaração de Ajuste Anual.

A partir do exercício 2024 (ano-calendário 2023).

Valor Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)


Até R$ 24.511,92 Isento R$ 0,00
De R$ 22.511,93 até R$ 33.919,80 7,5% R$ 1.838,39
De R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60 15% R$ 4.382,38
De R$ 45.012,61 até R$55.976,16 22,5% R$ 7.758,32
Acima de R$ 55.976,16 27,5% R$ 10.557,13
Lei nº 14.663 de 28 de agosto de 2023.

É a multiplicação da tabela mensal por 12 meses.


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11.2.3 Como se faz o cálculo do Imposto de Renda?


Rendimento tributável bruto
(-) Deduções
(-) Dependentes
(-) Pensão Alimentícia
(-) Contribuição previdenciária oficial
(-) Contribuição previdenciária complementar (PGBL) – Até 12% do rendimento tributável bruto
= Rendimento tributável líquido
X Alíquota da tabela progressiva
(-) Parcela a deduzir
= Imposto devido

11.2.4 Como funciona a tabela progressiva?


Imagine que José das Couves tenha um salário bruto de R$ 3.000,00. Faça o cálculo do IR.
Vejam que, de acordo com a tabela progressiva, ele está sujeito à alíquota de 15%.

Então, em tese, você teria que pagar R$ 450,00 de IR. R$ 3.000 x 15% = R$ 450.
Todavia, até o valor de R$ 2.112,00 ele é isento.
E depois disso, até R$ 2.826,65 ele está sujeito à alíquota de 7,5%.

Ou seja, o cálculo deveria ser feito desta forma:


De 0 até R$ 2.112,00 = 0,00 de IR
De R$ 2.112,00 até R$ 2.826,65 ele paga 7,5% = (2.826,65 – 2.112,00) x 7,5% = R$ 714,65 x 7,5% = R$ 53,60
De R$ 2.826,66 até R$ 3.000 ele paga 15% = (R$ 3.000,00 – 2.826,66) x 15% = R$ 173,34 x 15% = R$ 26,00

Assim, o valor que ele deveria pagar é de R$ 0,00 + R$ 53,60 + R$ 26,00 = R$ 79,60 No entanto, em nosso
cálculo, pegamos os R$ 3.000 e aplicamos diretamente a alíquota de 15%, o que nos deu R$ 450,00. A parcela
a deduzir será de R$: R$ 450,00 – 370,40 = R$ 79,60

11.3 Rendimento Bruto


Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os
alimentos e as pensões percebidos em dinheiro, os proventos de qualquer natureza e os acréscimos
patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados (RIR, artigo 33).
A tributação independe da denominação dos rendimentos, dos títulos ou dos direitos, da localização, da
condição jurídica ou da nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de
percepção das rendas ou dos proventos, sendo suficiente, para a incidência do imposto sobre a renda, o
benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título (RIR, art. 34).
Sem prejuízo do ajuste anual, se for o caso, os rendimentos serão tributados no mês em que forem recebidos,
considerado como tal aquele da entrega de recursos pela fonte pagadora, inclusive por meio de depósito em
instituição financeira em favor do beneficiário (RIR, art. 34, parágrafo único).

11.4 Rendimentos Tributáveis


São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado
no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidas, tais como (RIR,
art. 36):
(Lista exemplificativa)
I - salários, ordenados, vencimentos, soldos, soldadas, vantagens, subsídios, honorários, diárias de
comparecimento, bolsas de estudo e de pesquisa e remuneração de estagiários; 23

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II - férias;
III - licença especial ou licença-prêmio;
IV - gratificações, participações, interesses, percentagens, prêmios e quotas-partes de multas ou receitas;
V - comissões e corretagens;
Art. 38. São tributáveis os rendimentos do trabalho não assalariado, tais como (Lei nº 5.172, de 1966 - Código
Tributário Nacional, art. 43, § 1º ; e Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º) :
VI- honorários do livre exercício das profissões de médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário,
professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser
assemelhadas;

11.5 Tributação sobre 13º


O décimo terceiro salário tem retenção de IRRF apenas na ocasião da quitação. Na data da antecipação não
há incidência do imposto.
Resumindo: incide apenas na segunda parcela, que ocorre até 20/12.
Você apresenta como rendimento recebido de pessoa jurídica, mas o valor não vai para o cálculo do IR, é
considerado como rendimento exclusivamente na fonte, separadamente dos demais rendimentos.

Isso implica que ele não está sujeito ao ajuste na Declaração como os demais. A tributação é definitiva. Então,
ela não colabora nem para saldo a pagar, tampouco para qualquer valor a restituir.

11.6 Importar Arquivo da Fonte Pagadora


Existe a possibilidade de a fonte pagadora enviar um arquivo já preenchido para o beneficiário. Neste caso,
basta ir no canto do programa e importar.
Importante:
Informar também todos os rendimentos recebidos de pessoa jurídica pelos dependentes.
Isso é importante, para evitar que o contribuinte caia na malha.

12. Ficha 5 – Rendimentos Recebidos de PF/Exterior


São os dados oriundos do carnê leão. É possível importar os dados diretamente do carnê-leão.
Se é o caso de preenchimento do programa, e o contribuinte não o fez, é melhor baixar o programa e fazer
mês a mês, pois evitará uma multa de 50%.
Caso o valor recebido esteja na faixa isenta do imposto (menos de R$ 2.112,00), você não precisa fazer o
programa carnê-leão, mas deve preencher os dados manualmente. Até por que este valor vai somar com o
valor do Imposto de Renda recebido de pessoa jurídica para fins de cálculo do tributo.
Os médicos, odontólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, advogados, psicólogos,
corretores e administradores de imóveis deverão informar na Ficha Rendimentos Tributáveis Recebidos de
Pessoa Física/Exterior da Declaração de Ajuste Anual (DAA) o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF) do titular do pagamento e do beneficiário dos serviços por eles prestados, bem como o valor dos
referidos serviços.
Se não for obrigado a preencher o CPF do beneficiário, como no caso de outros profissionais que prestam
serviços que não são dedutíveis, você pode marcar a opção CPF não foi informado.

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12.1 Carnê-Leão sobre pensão alimentícia.

Até a decisão do STF em agosto de 2022, as pessoas que recebiam pensão alimentícia mensalmente
precisavam declarar no programa da receita federal, o conhecido “Carnê leão”. Neste programa, a pensão
alimentícia era lançada e, em valores acima de R$1903,99, incidia a alíquota de imposto de renda de 7,5%.
Depois, esses valores eram importados na declaração anual, podendo gerar mais impostos a pagar.
A partir de 2022, passou a vigorar a lei de isenção de imposto de renda sobre este “gasto”, com a justificativa
de que a pensão alimentícia não agrega valor patrimonial, ou seja, os valores da pensão alimentícia devem
sim ser declarados, mas agora em outro campo! Na declaração, este gasto deve entrar em “Rendimentos
Isentos e Não Tributáveis”, especificamente no campo “Outros Código 26”.

12.2 Exemplos de atividades sujeitas ao Carnê-Leão


Estão sujeitos ao pagamento do Carnê-leão os rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física e de fonte
situada no exterior, tais como os relativos a:
1 - Trabalho sem vínculo empregatício;
2 - Locação e sublocação de bens móveis e imóveis;
3 - Arrendamento e subarrendamento;
4 - Prestação de serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a
organismos internacionais;
5 - Prestação de serviços de representante comercial autônomo, intermediário na realização de negócios
por conta de terceiros;
6 - Emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e demais
servidores, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa física ou jurídica, exceto quando forem
remunerados pelos cofres públicos;
7 - Prestação de serviços de transporte de cargas - no mínimo 10% (dez por cento) do total dos rendimentos
recebidos;
8 - Prestação de serviços de transporte de passageiros - no mínimo 60% (sessenta por cento) do total dos
rendimentos recebidos;
9 - Rendimentos decorrentes da atividade de leiloeiro.
10 - Tabela progressiva Carnê-Leão

TABELA PROGRESSIVA MENSAL


BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO (R$)
Até 2.112,00 - -
De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40
De 2.826,66 até 3.751,05 15 370,40
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73
Acima de 4.664,68 27,5 884,96

Art. 123. O imposto sobre a renda apurado na forma prevista nas tabelas progressivas constantes do art. 122
deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente àquele em que os rendimentos ou os ganhos forem
percebidos (Lei nº 8.383, de 1991, art. 6º).

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12.3 Dependentes
Fazer o mesmo processo para os dependentes.

12.4 Cálculo do Carnê Leão


O imposto relativo ao carnê-leão é calculado mediante a aplicação da tabela progressiva mensal, vigente no
mês do recebimento do rendimento, sobre o total recebido no mês, devendo ser recolhido até o último dia
útil do mês subsequente ao do recebimento do rendimento, com o código 0190.
Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, quando não utilizados para fins
de retenção na fonte, podem ser deduzidos, observados os limites e condições fixados na legislação
pertinente:

I - as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de
Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a
prestação de alimentos provisionais, ou de escritura pública a que se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 - Código de Processo Civil;
II – a quantia de R$ 189,59, por dependente, no ano-calendário de 2023;
III - as contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinado a seu próprio benefício;
IV - as despesas escrituradas em livro-caixa;
A tributação incide sobre o valor total recebido no mês, independentemente de os valores unitários
recebidos serem inferiores ao limite mensal de isenção.

12.5 Deduções no Carnê-leão


Desde que não tenham sido utilizadas como dedução de rendimento sujeito à retenção do imposto na fonte,
são admitidas as seguintes deduções na base de cálculo do imposto:
Contribuição previdenciária oficial;
Dependentes (R$ 189,59 por dependente);
Pensão alimentícia paga em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão
judicial, inclusive os alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a
que se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil (CPC);
Livro Caixa – as despesas escrituradas em livro Caixa podem ser deduzidas somente pelo trabalhador
autônomo, leiloeiro, e titular de serviços notariais e de registro.

12.6 Aba Rendimento do Trabalho Não Assalariado


O que entra?
• Profissão, ocupação e prestação de serviços (inclusive de representante comercial autônomo);
• Honorários de autônomos, como médico, dentista, engenheiro, advogado, veterinário, professor,
economista, contador, jornalista, pintor, escultor, escritor, leiloeiro;
• 10% (dez por cento), no mínimo, do rendimento do trabalho individual no transporte de carga e de
serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, quando o veículo ou
a máquina utilizada for de propriedade do contribuinte, ou locado, e
• conduzido exclusivamente por ele;
• 60% (sessenta por cento), no mínimo, do rendimento do trabalho individual no transporte de
passageiros;

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Imposto de Renda

• A pessoa física equipara-se a pessoa jurídica caso possua mais de um veículo ou máquina e explore-
os em conjunto com outras pessoas ou contrata profissional qualificado para conduzi-los ou operá-
los.
• O restante dos valores deve ser lançado como rendimentos isentos e não tributáveis.
• Direitos autorais de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos técnicos de
construção, instalação ou equipamento, quando explorados diretamente pelo autor ou criador do
bem ou da obra;
• Exploração individual de contratos de empreitada de trabalho, como trabalho arquitetônico,
topográfico, de terraplenagem e de construção;
• Emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, exceto quando pagos exclusivamente pelos
cofres públicos;
• Não inclua os rendimentos de trabalho com vínculo empregatício, recebidos de pessoas físicas, que
devem ser informados na aba “Titular” da ficha Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa
Jurídica.

12.7 Aba “Outras Informações”. O que entra?


12.8 Aluguéis Recebidos
Aluguel, assim considerados a ocupação, sublocação, uso ou exploração de bens móveis, imóveis e royalties
(direitos autorais de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos técnicos de construção,

instalação ou equipamento, quando não explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra).
Do valor do aluguel recebido, podem ser excluídos os seguintes encargos, desde que o ônus tenha sido
exclusivamente do locador:
• Impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;
• Aluguel pago pela locação de imóvel sublocado;
• Despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento;
• Despesas de condomínio.

12.9 Outros Recebidos


• Juros recebidos de empréstimos concedidos a pessoa física;
• Lucro obtido no comércio ou na indústria pelo contribuinte que não exerça habitualmente a profissão de
comerciante ou industrial;
• Valor decorrente de reajustamento e juros recebidos na alienação a prazo ou a prestação de bens ou
direitos.

12.10 Livro Caixa


É o livro no qual são relacionadas, mensalmente, as receitas e despesas relativas à prestação de serviços sem
vínculo empregatício. Está dispensado o seu registro na Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB)
ou em cartórios.
O programa Carnê-leão permite a escrituração eletrônica do livro Caixa, com diversas vantagens para o
contribuinte, tais como:
1. Cálculo do limite mensal de dedução;
2. Transporte do excedente das despesas para o mês seguinte, até dezembro;
3. Plano de contas básico e ajustável à sua atividade profissional;
4. Impressão do livro Caixa, inclusive dos termos de abertura e encerramento;

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5. Importação dos dados cadastrais do livro Caixa e do plano de contas ajustado à atividade profissional do
contribuinte, de um exercício para o exercício seguinte.
As despesas relacionadas em livro Caixa podem ser deduzidas dos rendimentos de:
• trabalho não assalariado;
• titular de serviços notariais e de registro;
• leiloeiro.
A utilização do livro Caixa por titular de serviços notariais e de registros em geral, exercidos em caráter
privado, por delegação do Poder Público, não se estende às pessoas que para eles trabalham, assalariadas ou
autônomas.
O livro Caixa não pode ser utilizado para rendimentos de aluguel e de transporte. Podem ser deduzidos os
pagamentos escriturados em livro Caixa relativos a:
a) remuneração de terceiros com vínculo empregatício e os respectivos encargos trabalhistas e
previdenciários;
b) emolumentos pagos a terceiros;
c) despesas de custeio necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.

Atenção:
A contribuição previdenciária do próprio contribuinte não pode ser lançada no livro Caixa, pois esta já é
dedutível no cálculo do Carnê-leão.
A dedução das despesas relacionadas no livro Caixa está limitada ao valor do rendimento recebido, no mês,
de pessoa física, de pessoa jurídica e do exterior decorrentes da prestação de serviços sem vínculo
empregatício.
No caso de as despesas serem superiores aos rendimentos recebidos de pessoa física, de pessoa jurídica e
do exterior, no mês, o excesso pode ser somado às despesas dos meses seguintes, até dezembro. Esse
excesso é calculado automaticamente pelo programa Carnê-leão.
Na existência de excesso de despesas em dezembro, este valor não pode ser utilizado no ano seguinte.

12.10.1 Deduções Livro Caixa


A coluna Livro Caixa (aba “Outras Informações”) deve ser preenchida pelas pessoas físicas que receberam
rendimentos do trabalho não-assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais (exceto quando
remunerados exclusivamente pelos cofres públicos) e de registro e os leiloeiros.
A dedução do livro Caixa não pode ser utilizada pelos transportadores de passageiros e de carga, e pelo
contribuinte que receba rendimentos de aluguéis.
Informe os valores dos pagamentos escriturados no livro Caixa, decorrentes do exercício da atividade de
prestação de serviços, e comprovados com documentação idônea, relativos a:

• Remuneração de terceiros com vínculo empregatício e os respectivos encargos trabalhistas e


previdenciários;
• Emolumentos;
• Despesas de custeio necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.
• Preencha, em cada mês, o valor das despesas escrituradas em livro Caixa, limitado ao valor da receita mensal
recebida de pessoa física e/ou jurídica.
No caso de as despesas escrituradas no livro Caixa excederem as receitas recebidas de pessoas físicas e do
exterior e de pessoas jurídicas em determinado mês, o excesso pode ser somado às despesas dos meses
subsequentes, até dezembro de 2023.

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12.11 Legislação – Regulamento do Imposto de Renda


12.11.1 Prestação de serviços com veículos
Art. 39. São tributáveis os rendimentos provenientes da prestação de serviços de transporte, em veículo
próprio ou locado, inclusive por meio de arrendamento mercantil, ou adquirido com reserva de domínio ou
alienação fiduciária, nos seguintes percentuais (Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 43, §
1º; e Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e art. 9º):
I - dez por cento do rendimento total, decorrente do transporte de carga; e
II - sessenta por cento do rendimento total, decorrente do transporte de passageiros.

12.11.2 Aluguéis e royalties


Art. 41. São tributáveis os rendimentos decorrentes da ocupação, do uso ou da exploração de bens corpóreos,
tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 21; Lei nº 5.172, de 1966 - CTN, art. 43, § 1º; e Lei nº 7.713, de 1988, art.
3º, § 4º):
I - aforamento, locação ou sublocação, arrendamento ou subarrendamento, direito de uso ou passagem de
terrenos, seus acrescidos e suas benfeitorias, inclusive construções de qualquer natureza;
§ 2º Serão incluídos no valor recebido a título de aluguel os juros de mora, as multas por rescisão de contrato
de locação e quaisquer outras compensações pelo atraso no pagamento, inclusive a atualização monetária.
Art. 42. Não serão computados no rendimento bruto, na hipótese de aluguéis de imóveis (Lei nº 7.739, de 16
de março de 1989, art. 14 ):

I - o valor dos impostos, das taxas e dos emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;
II - o aluguel pago pela locação de imóvel sublocado;
III - as despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento; e IV - as despesas de
condomínio.
Portanto, repetindo, do valor do aluguel recebido podem ser deduzidas, quando o encargo tenha sido
exclusivamente do locador, as quantias relativas a:

• Impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;


• Aluguel pago pela locação de bem sublocado;
• Despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento;
• Despesas de condomínio.
Atenção:
O aluguel é declarado pelo valor líquido, descontadas as despesas mencionadas acima, quando for o caso.

12.12 Rendimentos Recebidos do Exterior


12.12.1 Residente no Brasil
Estão sujeitos ao pagamento do Carnê-leão os rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior por
pessoa física residente no Brasil, observada a existência de acordos, tratados ou convenções internacionais
entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, ou tratamento de reciprocidade, para evitar a dupla
tributação.

12.12.2 Não residente no Brasil


Os rendimentos recebidos por não residentes de fontes situadas no Brasil são tributados exclusivamente na
fonte. Os rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior não são alcançados pela tributação brasileira.

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13. Ficha 6 – Rendimentos Isentos e Não Tributáveis


Você está obrigado a declarar o IRPF se recebeu mais de R$ 40.000,00 de rendimentos isentos e não
tributáveis.
Os rendimentos isentos e não tributáveis não afetam o cálculo do imposto.
É importante que você conheça bem esse campo para evitar incluir rendimentos isentos como tributáveis,
pagando, assim, imposto a mais.
Alguns campos você preenche, outros são importados diretamente de outros campos da declaração.
Lista exaustiva artigo 35 (Regulamento do IR). Destaque:
a) a alimentação, o transporte e os uniformes ou as vestimentas especiais de trabalho, fornecidos
gratuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a diferença entre o preço cobrado e o valor de
mercado.
b) o auxílio-alimentação pago em pecúnia aos servidores públicos federais civis ativos da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional.
c) o valor recebido de pessoa jurídica de direito público a título de auxílio-moradia, não integrante da
remuneração dos beneficiários, em substituição ao direito de uso de imóvel funcional.
d) o auxílio-transporte em pecúnia, pago pela União, destinado ao custeio parcial das despesas
realizadas com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual pelos militares, pelos
servidores e pelos empregados públicos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional da
União, nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa.
e) a indenização de transporte a servidor público da União que realizar despesas com a utilização de
meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos por força das atribuições do cargo.
f) as diárias destinadas exclusivamente ao pagamento de despesas de alimentação e pousada, por
serviço eventual realizado em Município diferente ao da sede de trabalho, inclusive no exterior.
g) o valor do salário-família.
h) o valor dos serviços médicos, hospitalares e dentários mantidos, ressarcidos ou pagos pelo
empregador em benefício de seus empregados;
- os seguintes rendimentos de participações societárias:
a) os lucros ou os dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro
de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, inclusive os lucros ou os dividendos pagos ou creditados a beneficiários de todas as espécies de
ações previstas no art. 15 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , ainda que a ação seja classificada em
conta de passivo ou que a remuneração seja classificada como despesa financeira na escrituração comercial
(Lei nº 9.249, de 1995, art. 10) .
b) os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou ao sócio da microempresa ou da empresa
de pequeno porte optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, exceto aqueles que
corresponderem a pro labore, aluguéis ou serviços prestados (Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006, art. 14 )
- os seguintes rendimentos obtidos no mercado financeiro e assemelhados:
a) os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança.
Os valores que você tem na caderneta vão para bens e direitos. Aqui constam apenas os rendimentos.
• a remuneração produzida pelas letras hipotecárias, pelos certificados de recebíveis imobiliários e
pelas letras de crédito imobiliário.
• os rendimentos distribuídos pelos fundos de investimento imobiliários cujas quotas sejam admitidas
à negociação exclusiva em bolsas de valores ou em mercado de balcão organizado.
• os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações no mercado à vista de ações nas bolsas
de valores e em operações com ouro, ativo financeiro, cujo valor das alienações realizadas em cada mês seja
igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para o conjunto de ações e para o ouro, ativo financeiro,
respectivamente.
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i) o acréscimo patrimonial decorrente da variação cambial de depósitos mantidos em instituições financeiras


no exterior, pelo valor do saldo desses depósitos em moeda estrangeira convertido em reais pela cotação
cambial de compra em 31 de dezembro.
- os seguintes rendimentos obtidos na alienação de bens e direitos:
b) o ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja
de até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha sido realizada qualquer outra
alienação nos últimos cinco anos, nos termos e nas condições estabelecidos no § 4º do art. 13 3 (Lei nº 9.250,
de 1995, art. 23).
As indenizações por rescisão de contrato de trabalho, PDV, acidente de trabalho e FGTS também entram no
campo rendimentos isentos e não tributáveis.
Entra também a parcela isenta relativa à aposentadoria de quem tem mais de 65 anos.
A parcela isenta na declaração está limitada mensalmente até o valor R$ 2.112,00, de Janeiro a Dezembro,
independentemente de recebimento de uma ou mais aposentadorias, pensões e/ou reforma. O valor
excedente deve ser informado como rendimento tributável.

14. Ficha 7 – Rendimentos Sujeitos à Tributação Definitiva/Exclusiva


São valores que são tributados em definitivo e não vão para o cálculo do ajuste, como rendimentos de
aplicações financeiras, 13º salário, valores recebidos de prêmios de loteria, entre outros.
Portanto, não fazem parte do cálculo do ajuste anual.
13º salário você preenche em rendimentos provenientes de pessoa jurídica e puxa automaticamente para
esta aba.
Ganhos de capital também entram aqui (Importados do Programa GCAP).
Rendimentos de aplicações financeiras:
Informe os valores líquidos (rendimentos menos imposto) de aplicações financeiras, conforme comprovante
de rendimentos fornecido pela instituição financeira, tais como:
• Renda fixa;
• Fundos de investimento financeiro (FIF);
• Fundos de aplicação em quotas de fundos de investimento;
• Fundos de ações ou de investimento em quotas de fundos de ações;
• Operações swap.
Rendimentos recebidos acumuladamente. Juros sobre capital próprio.
Dividendos de ações e fundos imobiliários são isentos/não tributáveis. Os juros pagos ou creditados, a título
de remuneração do capital próprio, devem ser tributados exclusivamente na fonte à alíquota de 15%, na data
do pagamento ou crédito. O imposto retido não pode ser compensado na Declaração de Ajuste Anual.
Participação nos lucros dos resultados (PLR).

15. Ficha 8 – Rendimentos Tributáveis de PJ (Imposto com Exigibilidade


Suspensa)
Exemplo: débitos parcelados ou processo em andamento. Geralmente, são rendas provenientes de ações
judiciais. Para conseguir as informações sobre estes rendimentos:
• Ou há indicação no comprovante de rendimentos de que se trata de tributo com exigibilidade suspensa.
• Ou, caso não haja, você pode comprovar através de outros documentos, como contracheques ou recibos.
Os valores que você lançar aqui serão transportados para o campo Resumo da Declaração. Todavia, não
afetarão o cálculo do tributo, posto que a exigibilidade está suspensa. Isto é, o Fisco não pode cobrar o
montante.

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16. Ficha 9 – Rendimentos Recebidos Acumuladamente


São rendimentos recebidos que se referem a mais de um período. Por exemplo, decisões da Justiça do
Trabalho, Federal, Estadual.
Por exemplo, fulano entrou com uma ação trabalhista, relativa ao período trabalhado de 2019 a 2022. Em
2023, ele obtém sentença favorável.
Imagina que o valor seja de R$ 20.000,00.
Se fosse tributado integralmente no mês em que recebeu, isso resultaria na alíquota de 27,5%.
Todavia, caso se referisse a 2 anos, o valor seria de menos de R$ 1.000,00 por mês, o que daria isenção do
valor a pagar.
Todavia, ao tributar como rendimento recebido acumuladamente, você separa isso de acordo com o tempo,
tornando o valor a pagar mais justo para o contribuinte.
A regra geral determina que os RRA sejam tributados exclusivamente na fonte, porém a totalidade dos
rendimentos recebidos no decorrer do ano-calendário poderá integrar a base de cálculo da Declaração de
Ajuste Anual (DAA), à opção irretratável do contribuinte.
Caso a fonte pagadora esteja desobrigada de fornecer o comprovante de rendimentos, pela inexistência de
imposto sobre a renda retido na fonte, ou as informações prestadas estejam incorretas, devem ser utilizados
outros documentos hábeis e idôneos para informar os rendimentos recebidos, tais como contracheques ou
recibos.
Não devem ser declarados nesta ficha os rendimentos recebidos acumuladamente que se refiram ao próprio
ano-calendário do recebimento, independente da natureza do rendimento recebido.

Os valores com a ação judicial, no caso de indenizações, podem ser abatidos, inclusive com advogados. Se
uma parte dos valores recebidos for isenta ou não tributável e outra parte tributável, os gastos judiciais
podem ser proporcionalizados.

Podem existir, por exemplo, valores de 2021, 2022 e 2023. Aí não há problema lançar os valores como
rendimentos recebidos acumuladamente.
Todavia, não se pode lançar neste campo rendimento que sejam, por exemplo, apenas de 2023.

Simulador de cálculo Receita Federal:


http://www26.receita.fazenda.gov.br/irpfrracalculo/private/pages/rraCalculoResult.jsf

16.1 Opção pela forma de tributação - Ajuste Anual


No caso de opção pela forma de tributação “Ajuste Anual” (opção irretratável do contribuinte), os valores
relativos aos RRA integrarão a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na DAA do ano-calendário do
recebimento. Neste caso, o imposto decorrente da tributação exclusiva na fonte efetuada durante o ano-
calendário pela fonte pagadora é considerado antecipação do imposto devido apurado na referida DAA.
Deve marcar essa opção o contribuinte cuja tributação dos RRA na fonte ocorreu:
a) de forma exclusiva e ele quer alterar a forma de tributação para ajuste anual; e
b) pelo ajuste anual e ele quer confirmar a opção por essa forma de tributação.

Atenção
O contribuinte somente pode alterar a forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente para
ajuste anual até 30/04/2023.

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16.2 Opção pela forma de tributação - Exclusiva na Fonte


No caso de opção pela forma de tributação “Exclusiva na Fonte”, o imposto é calculado mediante a utilização
de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos
pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito.
Geralmente, a opção “Exclusivamente na Fonte” tende a ser mais vantajosa, pois você se aproveita da
tabela progressiva mensal, enquanto que no ajuste anual, você soma aos demais rendimentos.

16.2.1 Exemplo
Recebimento de R$ 50.000,00 relativos a recebimento de 24 meses passados.

TABELA PROGRESSIVA MENSAL


BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO (R$)
Até 2.112,00 x 24 - -
De 2.112,01 até 2.826,65 x 24 7,5 158,40 x 24
De 2.826,66 até 3.751,05 x 24 15 370,40 x 24
De 3.751,06 até 4.664,68 x 24 22,5 651,73 x 24
Acima de 4.664,68 x 24 27,5 884,96 x 24

O que resultará em

TABELA PROGRESSIVA MENSAL


BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IMPOSTO (R$)
Até 50.688,00 - -
De 50.688,24 até 67.839,60 7,5 3.801,60
De 67.839,61 até 90.025,20 15 8.889,60
De 90.025,20 até 111.952,32 22,5 15.641,52
Acima de 11.952,32 27,5 21.239,04

16.3 Rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial


Os rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial estão sujeitos ao imposto sobre a renda na fonte
mediante aplicação da tabela progressiva mensal. A retenção, de responsabilidade da pessoa física ou jurídica
obrigada ao pagamento, dar-se-á no momento em que, por qualquer forma, os rendimentos se tornem
disponíveis ao beneficiário (observadas as orientações contidas na pergunta 243).
Fica dispensada a soma dos rendimentos pagos no mês, para aplicação da alíquota correspondente, nos casos
de:
I - juros e indenizações por lucros cessantes; e
II - honorários advocatícios e remuneração pela prestação de serviços no curso do processo judicial, tais como:
serviços de engenharia, médico, contador, perito, assistente técnico, avaliador, leiloeiro, síndico,
testamenteiro, liquidante.

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16.3.1 Decisão da Justiça Federal


Desde 1º de fevereiro de 2004, os rendimentos pagos, em cumprimento de decisão da Justiça Federal,
mediante precatório ou requisição de pequeno valor, estão sujeitos à retenção do imposto sobre a renda na
fonte, pela instituição financeira responsável pelo pagamento, à alíquota de 3% sobre o montante pago, sem
quaisquer deduções, no momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o
beneficiário (Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, arts. 27 e 93, inciso II; e Lei nº 10.865, de 30 de abril
de 2004, art. 21).
Fica dispensada a retenção do imposto quando o beneficiário declarar à instituição financeira responsável
pelo pagamento que os rendimentos recebidos são isentos ou não tributáveis.
O imposto retido na fonte é considerado antecipação do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual do
Imposto sobre a Renda das pessoas físicas.
Deve ser indicado como fonte pagadora o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da
instituição financeira depositária do crédito.

16.3.2 Decisão da Justiça do Trabalho


Cabe à fonte pagadora, no prazo de 15 (quinze) dias da data da retenção de que trata o caput do art. 46 da
Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, comprovar, nos respectivos autos, o recolhimento do imposto sobre
a renda na fonte incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão da Justiça do Trabalho
(Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 28).
Na hipótese de omissão da fonte pagadora relativamente à referida comprovação, e nos pagamentos de
honorários periciais, competirá ao Juízo do Trabalho calcular o imposto sobre a renda na fonte e determinar
o seu recolhimento à instituição financeira depositária do crédito.

A não indicação pela fonte pagadora da natureza jurídica das parcelas objeto de acordo homologado perante
a Justiça do Trabalho acarretará a incidência do imposto sobre a renda na fonte sobre o valor total da avença.

16.3.3 Decisão da Justiça Estadual


Deve ser apurado e recolhido utilizando o código de receita próprio, conforme a natureza do rendimento.

16.3.4 Tributação exclusivamente na fonte


A partir de 11 de março de 2015, os rendimentos submetidos à incidência do imposto sobre a renda com base
na tabela progressiva, quando correspondentes a anos-calendário anteriores ao do recebimento, são
tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais
rendimentos recebidos no mês, inclusive os decorrentes de decisões das Justiças do Trabalho, Federal,
Estaduais e do Distrito Federal.
A mesma regra aplica-se, desde 28 de julho de 2010, aos rendimentos provenientes de aposentadoria,
pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, e aos rendimentos do trabalho.
O disposto acima aplica-se ao décimo terceiro salário e a quaisquer acréscimos e juros referentes aos mesmos
rendimentos.
O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira
depositária do crédito, sendo calculado sobre o montante dos rendimentos pagos ou creditados, mediante a
utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se referem os
rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento
ou crédito.

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16.3.5 O que pode ser excluído


Do montante recebido poderão ser excluídas despesas, relativas aos rendimentos tributáveis, com ação
judicial necessária ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem
indenização, e deduzidas as seguintes despesas:
a) importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família,
quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou
divórcio consensual realizado por escritura pública; e
Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que:
I – as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família, serão aquelas
em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de pensão alimentícia;
II – tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica quando o provimento de alimentos for
decorrente da dissolução daquela sociedade;
III – o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas na pergunta 330 que trata
da dedução de dependentes;
IV – não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº 9.307, de
23 de setembro de 1996.
b) contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios

17. Ficha 10 – Imposto Pago/Retido


17.1 Imposto Complementar
O recolhimento complementar é um recolhimento facultativo que pode ser efetuado pelo contribuinte para
antecipar o pagamento do imposto de renda devido na Declaração de Ajuste Anual, no caso de recebimento
de duas ou mais fontes pagadoras pessoa física e jurídica, ou mais de uma pessoa jurídica.

18. Ficha 11 - Pagamentos Efetuados


Relacione todos os pagamentos efetuados a:
• Pessoas físicas, tais como pensão alimentícia, aluguéis, arrendamento rural, instrução, pagamentos a
profissionais autônomos (médicos, dentistas, psicólogos, advogados, engenheiros, arquitetos, corretores,
professores, mecânicos etc.);
• Pessoas jurídicas, quando dedutíveis na declaração.
Você é obrigado a declarar os itens acima. A falta dessas informações sujeita o contribuinte à multa de 20%
(vinte por cento) do valor não declarado.
Os comprovantes devem ser guardados pelo contribuinte à disposição da Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil (RFB), até que ocorra a prescrição dos créditos tributários (geralmente 5 anos) relativos às
situações e aos fatos a que se refiram.
Mesmo que o contribuinte escolha o Desconto Simplificado, esta ficha deve ser preenchida.

18.1 Despesas Médicas


Só podem ser abatidas se forem: do declarante, do dependente, dos alimentandos por determinação judicial.
Não há limite para dedução. Podem ser deduzidos gastos com:

1 - Médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, e com


exames laboratoriais e serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.
Observação: Consideram-se aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas: pernas e braços mecânicos,
cadeira de rodas, andadores ortopédicos, palmilhas e calçados ortopédicos, qualquer outro aparelho
ortopédico destinado à correção de desvio de coluna ou defeitos dos membros ou das articulações.
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São também dedutíveis gastos com parafusos e placas em cirurgias ortopédicas ou odontológicas, com marca-
passo e com a colocação de lente intraocular em cirurgia de catarata, desde que os valores relativos a esses
gastos integrem a conta hospitalar.
2 – Empresas domiciliadas no Brasil, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, cuidados
médicos e dentários, e a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento destas despesas.
3 - Estabelecimento geriátrico qualificado como hospital, nos termos da legislação específica.
4 - Estabelecimentos especializados relativos à instrução de pessoa com deficiência física ou mental.
5 - Empresa ou entidade onde o contribuinte trabalhe, ou a fundação, caixa e sociedade de assistência, no
caso de a entidade manter convênio direto para cobrir total ou parcialmente tais despesas.

18.2 Comprovação das despesas médicas


As despesas médicas são comprovadas mediante documentos contendo o nome, o endereço e, no caso de
beneficiário (pessoa ou empresa a quem efetuou pagamentos) residente ou domiciliado no Brasil, o seu
número de inscrição no CPF ou no CNPJ, podendo ser substituídos por cheque nominativo ao beneficiário, de
sua própria emissão, do cônjuge ou do dependente.
Tratando-se de reembolso, total ou parcial, se a empresa ou empregador, fundação, caixa assistencial ou
entidade reteve os recibos ou pagou diretamente as despesas, esses valores devem constar do comprovante
de rendimentos fornecidos por eles.
Para a pessoa com deficiência física ou mental são exigidos laudo médico atestando o estado de deficiência e
comprovação de pagamento a entidades especializadas para esse fim.
No caso de aparelhos e próteses ortopédicos e próteses dentárias, são exigidos o receituário médico ou
odontológico e a nota fiscal em nome do beneficiário.

18.3 Despesas médicas que não podem ser deduzidas


Não podem ser deduzidas as despesas:
• Reembolsadas ou cobertas por apólice de seguro;
• Com enfermeiros e remédios, exceto quando constarem da conta hospitalar;
• Com a compra de óculos, lentes de contato, aparelhos de surdez e similares;
• Com planos de saúde pagos no exterior.
• Com acompanhante, inclusive de quarto particular utilizado por este.
• Com prótese de silicone, exceto se o valor integrar a conta emitida pelo estabelecimento hospitalar
relativamente à despesa médica dedutível.
• Exame de DNA para investigação de paternidade.
• Com vacinas e medicamentos, exceto se integrar a conta hospitalar.
No exterior, as despesas médicas podem ser deduzidas, mas o Plano de Saúde não pode ser deduzido.
Regulamento do Imposto de Renda
Art. 73. Na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual,
poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no ano- calendário, a médicos, dentistas, psicólogos,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, e as despesas com exames
laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º):
- aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País destinados à cobertura de
despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, e a entidades que assegurem direito de atendimento
ou ressarcimento de despesas da mesma natureza;
- restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte relativos ao próprio tratamento e ao de seus
dependentes;
- limita-se aos pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, do endereço e do número
de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu, e, na falta de documentação, ser feita indicação do
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Imposto de Renda

cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento;


- não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro;
e
- na hipótese de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a
comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário.
§ 4º As despesas de internação em estabelecimento para tratamento geriátrico somente poderão ser
deduzidas se o estabelecimento for qualificado como hospital, nos termos da legislação específica.
§ 5º As despesas médicas dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em decorrência de
cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se
refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil, poderão ser deduzidas pelo alimentante
na determinação da base de cálculo da declaração de ajuste anual (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º).

18.4 Despesas com Instrução


Só podem ser abatidas se forem: do declarante, do dependente, dos alimentandos por determinação
judicial.
Limite: R$ 3.561,50 por pessoa.
Podem ser deduzidos:
• A educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas;
• O ensino fundamental;
• O ensino médio;
• A educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado
e especialização);
• A educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico.
• Os gastos devem ser comprovados por: recibos, notas fiscais e outros documentos idôneos.
• Não podem ser deduzidos os gastos relativos, dentre outros, a:
• Uniforme, material e transporte escolar e elaboração de dissertação de mestrado;
• Aquisição de enciclopédias, livros, revistas e jornais;
• Aulas particulares;
• Aula de música, dança, natação, ginástica, tênis, pilotagem, dicção, corte e costura, informática e
assemelhados;
• Cursos preparatórios para concursos e/ou vestibulares;
• Aulas de idiomas;
• Contribuições a entidades que criem e eduquem menores desvalidos e abandonados;
• Contribuições às associações de pais e mestres e às associações voltadas para a educação;
• Passagens e estadas para estudo no Brasil ou no exterior.

Deve ser informado o valor total pago para cada instituição de educação, ainda que superior ao limite de
dedução.
O que passar do limite não pode ser transferido para outro dependente.
18.5 Regulamento do Imposto de Renda:
Art. 74. Na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual,
poderão ser deduzidos os pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes,
efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, ao ensino fundamental, ao ensino
médio, à educação superior, e à educação profissional, até o limite anual individual de:

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I - R$ 3.561,50 (três mil, quinhentos e sessenta e um reais e cinquenta centavos), a partir do ano-calendário
de 2015.
§ 1º É vedada a transferência de valor de despesas superior ao limite individual de uma pessoa física para
outra
§ 4º Para fins do disposto neste artigo, também são considerados estabelecimentos:
I - de educação infantil - as creches e as pré-escolas;
II - de educação superior - os cursos de graduação e de pós-graduação; e
III - de educação profissional - os cursos de ensino técnico e de ensino tecnológico.
§ 5º Para fins do disposto no § 4º, são considerados cursos de pós-graduação: I - a especialização;
II - o mestrado; e
III - o doutorado.

18.6 Pensão Alimentícia


Podem ser deduzidas as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de
Família, em cumprimento de decisão judicial inclusive a prestação de alimentos provisionais de acordo
homologado judicialmente, ou em decorrência de separação ou divórcio consensual realizado por escritura
pública, a que se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
O CPF a ser informado na Declaração de Ajuste Anual é o do Alimentando, daquele em nome de quem a
pensão alimentícia é paga. Não colocar, por exemplo, o nome da mãe.

As despesas médicas e com instrução pagas pelo alimentante não são dedutíveis como pensão alimentícia
judicial.
Utilize o valor gasto como dedução de despesas médicas, integralmente, e com instrução, observado o limite,
desde que em cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública, a que
se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil.
O contribuinte que se separou judicialmente ou se divorciou em 2023 e pagou pensão alimentícia, somente
em relação ao ano-calendário de 2023, exercício de 2024, pode considerar alimentando como dependente
na declaração e, também, deduzir a pensão alimentícia paga.
Mas em regra ou é alimentando ou é dependente.
As deduções de Dependentes e de pensão alimentícia judicial não podem ser cumulativas, salvo se houve
mudança na relação de dependência durante o ano.
Não pode ser deduzida a pensão paga informalmente, isto é, por liberalidade.
A pensão alimentícia incidente sobre o décimo terceiro salário constitui dedução apenas para o cálculo da
tributação exclusiva na fonte do décimo terceiro salário.
Pode deduzir apenas a pensão do tipo alimentícia, destinada a alimentos.
Se tiver que pagar aluguel, condomínio, transporte, etc, esses valores não são dedutíveis.

18.7 Previdência
São dedutíveis os pagamentos efetuados pelo contribuinte em seu nome e no de seus dependentes,
relacionados na declaração, a entidades de previdência complementar domiciliadas no Brasil destinados à
obtenção de benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social.
A dedução relativa às contribuições para entidade de previdência complementar somada às contribuições
para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus seja da pessoa física, fica limitada a
12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto
devido na declaração de rendimentos, não sendo considerados para efeito de apuração do referido limite os
rendimentos isentos e não tributáveis e/ou sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva.

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18.8 Diferença entre PGBL e VGBL


Somente pode ser deduzida previdência do tipo PGBL. A VGBL não pode ser deduzida.

VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) são planos por
sobrevivência (de seguro de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamente) que, após um
período de acumulação de recursos (período de diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e
participantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período determinado - ou um pagamento
único.
O primeiro (VGBL) é classificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um plano de
previdência complementar.
A principal diferença entre os dois reside no tratamento tributário dispensado a um e outro.

Em ambos os casos, o imposto de renda incide apenas no momento do resgate ou recebimento da renda.
Entretanto, enquanto no VGBL o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos, no PGBL o imposto
incide sobre o valor total a ser resgatado ou recebido sob a forma de renda.

No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo completo de declaração de ajuste anual do IRPF
podem deduzir as contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% de sua renda bruta anual.
Os prêmios/contribuições pagos a planos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual do
IRPF e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos consumidores que utilizam o modelo
simplificado de declaração de ajuste anual do IRPF ou aos que já ultrapassaram o limite de 12% da renda
bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda desejam contratar um plano de acumulação para
complementação de renda.

18.9 Condições para abater a PGBL


• Pagar a previdência oficial (INSS ou Regime Próprio). Exceto se já aposentado ou pensionista.
• Se feita em nome de dependente, o declarante deve ser contribuinte do INSS ou Regime Próprio.
Na hipótese de dependente com mais de 16 (dezesseis) anos, a dedução fica condicionada ao recolhimento
também de contribuições para o regime geral de previdência social pelo titular da declaração e, ainda, ao
recolhimento, em nome do dependente, de contribuições para o regime geral de previdência social,
observada a contribuição mínima, ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos
servidores titulares de cargo efetivo da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios.

18.10 VGBL onde declarar?


Os valores relativos à VGBL devem ser declarados na aba Bens e Direitos.

18.11 Previdência Complementar do Servidor Público (Exemplo FUNPRESP)


São dedutíveis os pagamentos efetuados pelo contribuinte em seu nome e no de seus dependentes,
relacionados na declaração, às Fundações de Previdência Complementar do Servidor Público dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário até o limite da contribuição do patrocinador.
Os valores de contribuição para as entidades de previdência complementar fechadas de natureza pública
excedentes à contribuição do patrocinador poderão ser deduzidos desde que seja observado que a dedução
relativa às contribuições para entidade de previdência complementar somada às contribuições para o Fundo
de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus seja da pessoa física, fica limitada a 12% (doze por
cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na
declaração de rendimentos, não sendo considerados para efeito de apuração do referido limite os
rendimentos isentos e não tributáveis e/ ou sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva.

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18.12 Regulamento do Imposto de Renda


Art. 75. Na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual
poderão ser deduzidas as contribuições para (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, caput, inciso II, alíneas “d”, “e” e
“i”; Lei nº 9.532, de 1997, art. 11; e Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 61):
I - a previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte,
destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da previdência social e para o FAPI, cujo
ônus seja da pessoa física e o titular ou o quotista seja o próprio declarante ou o seu dependente; e
III - as contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de natureza pública de que
trata o § 15 do art. 40 da Constituição, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da previdência social.

§ 1º As deduções previstas no inciso II do caput ficam condicionadas ao recolhimento, também, de


contribuições para o Regime Geral de Previdência Social ou, quando for o caso, para Regime Próprio de
Previdência Social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, observada a contribuição mínima, e limitadas a doze por cento do total dos rendimentos
computados na determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste
anual (Lei Complementar nº 109, de 2001, art. 69, caput ; Lei nº 9.532, de 1997, art. 11 ; e Medida Provisória
nº 2.158-35, de 2001, art. 61 ).

18.13 Despesas não dedutíveis de informação obrigatória


Esses valores não afetam a base de cálculo do imposto de renda.
Códigos 60 a 99
• Advogados, engenheiros, arquitetos e outros profissionais liberais, aluguéis, arrendamentos, outros.

19. Ficha 12 – Doações Efetuadas


Relacione todas:
• Doações efetuadas aos fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Idoso Nacional, Distrital,
estaduais ou municipais;
• Doações ou patrocínios efetuados aos programas de incentivo à cultura, à atividade de audiovisual, ao
desporto, Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD) e ao Nacional de
Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).
O somatório da Dedução, que inclui Doações em 2023 - Estatuto da Criança e do Adolescente, Incentivo à
Cultura, Incentivo à Atividade Audiovisual, Incentivo ao Desporto e Doações em 2023 - Fundos Controlados
pelos Conselhos do Idoso, está limitado a 6% (seis por cento) do imposto sobre a Renda devido apurado na
declaração.
Este limite é calculado pelo próprio programa e a dedução só se aplica à declaração em que o contribuinte
optar pelas deduções legais.

19.1 Doações para fundos de Estatuto da Criança e Adolescente


Podem ser deduzidas as quantias referentes às contribuições efetuadas diretamente aos fundos controlados
pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Nacional, Distrital, estaduais ou municipais,
comprovadas por documento emitido pelos conselhos.
Não é permitida a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades assistenciais.

Neste campo, não são doações feitas diretamente na Declaração.


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19.2 Doações para Incentivo à Cultura


Podem ser deduzidas as quantias despendidas no ano-calendário de 2023 a título de doações ou patrocínios,
tanto mediante contribuições ao Fundo Nacional de Cultura (FNC) como em apoio direto, desde que
enquadrados nos objetivos do Programa Nacional de Apoio à Cultura, a programas, projetos e ações culturais.

19.3 Incentivo à Atividade Audiovisual


Podem ser deduzidas do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual, as quantias aplicadas no ano-
calendário 2023 referentes a:
I. Investimentos feitos na produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção
independente, mediante a aquisição de cotas representativas de direitos de comercialização sobre as
referidas obras;
II. Patrocínio feito à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente;
III. Aquisição de cotas dos Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcines);
IV. Investimentos em projetos específicos credenciados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine);
V. Patrocínios em projetos específicos ou em programas especiais de fomento instituídos pela Ancine.

19.4 Incentivo ao Desporto


Podem ser deduzidas as quantias despendidas no ano-calendário anterior a título de doações ou patrocínios,
no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte.

19.5 Doações – Estatuto do Idoso


Podem ser deduzidas as quantias referentes às contribuições efetuadas diretamente aos fundos controlados
pelos Conselhos Nacional, Distrital, estaduais ou municipais do Idoso, comprovadas por documento emitido
pelos conselhos.
Não é permitida a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades assistenciais.

19.6 Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com


Deficiência (Pronas/PCD)
Podem ser deduzidos os valores referentes às doações e aos patrocínios despendidos no ano-calendário
anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual, diretamente efetuados em prol de ações e serviços
previamente aprovados pelo Ministério da Saúde, segundo a forma e o procedimento estabelecidos em ato
do Poder Executivo, e devem estar em consonância com a política definida para o setor no Plano Nacional de
Saúde e nas diretrizes desse Ministério e desenvolvidos por pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos que se destinam ao tratamento de deficiências físicas, motoras, auditivas, visuais, mentais,
intelectuais, múltiplas e de autismo no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa
com Deficiência (Pronas/PCD).
A dedução está limitada a 1% (um por cento) do Imposto sobre a Renda devido apurado na declaração, não
está sujeito ao limite global de 6% (seis por cento).

19.7 Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon)


Podem ser deduzidas as quantias referentes às doações e aos patrocínios despendidos no ano-calendário
anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual, diretamente efetuados em prol de ações e serviços,
previamente aprovados pelo Ministério da Saúde, segundo a forma e o procedimento estabelecidos em ato
do Poder Executivo, e devem estar em consonância com a política definida para o setor no Plano Nacional de
Saúde e nas diretrizes desse Ministério, e desenvolvidos pelas instituições de prevenção e combate ao câncer
que englobam à promoção da informação, à pesquisa, o rastreamento, o diagnóstico, o tratamento, os 41

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cuidados paliativos e a reabilitação referentes às neoplasias malignas e afecções correlatas destinatárias no


âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).
A dedução está limitada a 1% (um por cento) do Imposto sobre a Renda devido apurado na declaração, não
está sujeito ao limite global de 6% (seis por cento).

19.8 Outras doações


Você também deve declarar doações feitas a outras pessoas físicas ou jurídicas neste campo, embora não
sejam dedutíveis para fins de cálculo da Declaração do Imposto de Renda.
Quem recebeu deve declarar no campo Rendimentos Isentos ou Não Tributáveis. Neste caso, não afeta
o cálculo do imposto de renda.

20. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação: ITCMD (ITD)


(ITCD)
Constituição Federal (1988) Art. 155.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§1° O imposto previsto no inciso I:
I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito
Federal;
Constituição Federal (1988) Art. 155.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§1° O imposto previsto no inciso I:
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
Inventário: Processo em que é detalhado todo o patrimônio da pessoa falecida, para posteriormente seja
efetuada a partilha.
Arrolamento: “É uma forma simples e rápida de inventariar e partilhar os bens do falecido, levando em
consideração o valor dos bens e o acordo entre partes dos sucessores capazes.” (normaslegais.com.br)
Constituição Federal (1988) Art. 155.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§1° O imposto previsto no inciso I:
III – terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
Lei complementar: - Ainda não foi editada - Competência concorrente (art. 24, inciso I, CF88) -
Estados: competência legislativa plena para instituir e cobrar o imposto.
,- Lei complementar superveniente: Lei Ordinária Estadual perde eficácia naquilo que conflitar com a LC.
Constituição Federal (1988) Art. 155.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§1° O imposto previsto no inciso I:
IV – terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.
Resolução 09/92:
• - Alíquota máxima de 8%

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21. Links ITCMD - todos os estados:


Cada Estado possui uma legislação e um sistema específico para a apuração do ITCMD. Consulte o Estado nos
links abaixo:

Acre (ITCMD): http://sefaznet.ac.gov.br/sefazonline/servlet/itcmdapresentacao#!#

Alagoas (ITCD): http://www.sefaz.al.gov.br/itcd

Amapá (ITCD): https://www.sefaz.ap.gov.br/


Decreto nº 3.601 de 29/12/2000 - Estadual - Amapá - LegisWeb:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=118679

Amazonas (ITCMD): http://www.sefaz.am.gov.br/subMenu.asp?categoria=13469

Bahia (ITD): https://www.sefaz.ba.gov.br/especiais/informacoes_itd.html

Ceará (ITCD): https://servicos.sefaz.ce.gov.br/internet/index.asp

Distrito Federal (ITCD):


https://www.receita.fazenda.df.gov.br/aplicacoes/CartaServicos/servico.cfm?codServico=369&codTipoPess
oa=6&codCategoriaServico=14&codSubCategoria=176

Espírito Santo (ITCMD): https://sefaz.es.gov.br/instrucoes-emissao-gt

Goiás (ITCD): https://www.economia.go.gov.br/component/sppagebuilder/43-declarar-o-imposto-sobre-


heranca-e-doacao.html

Maranhão (ITCD): https://sistemas1.sefaz.ma.gov.br/portalsefaz/jsp/pagina/pagina.jsf?codigo=35

Mato Grosso (ITCD): http://www5.sefaz.mt.gov.br/-/6461945-itcd

Minas Gerais (ITCD): http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/impostos/itcd

Pará (ITCD): http://www.sefa.pa.gov.br/index.php/orientacoes/118-orientacoes/itcd

Paraíba (ITCD): https://www.sefaz.pb.gov.br/servirtual?view=default

(Acesse “Serviços para o cidadão > Tributos > ITCD)

Paraná (ITCMD): https://www.fazenda.pr.gov.br/Pagina/ITCMD

Pernambuco (ITD): https://www.sefaz.pe.gov.br/Servicos/ICD/Paginas/Perguntas-e-


Respostas.aspx#:~:text=O%20ITCMD%20%28Imposto%20sobre%20Transmiss%C3%A3o%20Causa%20Morti
s%20e,morte%20do%20antigo%20propriet%C3%A1rio%29%20ou%20como%20doa%C3%A7%C3%A3o.%20
2.

Piauí (ITCMD): https://www.sefaz.pi.gov.br/falecomasefaz/portal/itcmd/


43

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Imposto de Renda

Rio de Janeiro (ITD): https://portal.fazenda.rj.gov.br/itd/

Rio Grande do Norte (ITCD):


http://www.set.rn.gov.br/contentProducao/aplicacao/set_v2/impostos/gerados/itcd_inicio.asp

Rio Grande do Sul (ITCD): https://receita.fazenda.rs.gov.br/lista/3941/itcd-(imposto-sobre-transmissao-

Rondônia (ITCD): https://itcd.sefin.ro.gov.br/home/bem_vindo

Roraima (ITCD):
https://www.sefaz.rr.gov.br/downloads/category/475-02-codigo-tributario-estadual-atualizado-lei-n-59-93
(Código Tributário Estadual – Art. 73 a 95)

Santa Catarina (ITCMD): https://www.sef.sc.gov.br/servicos/assunto/45/ITCMD

São Paulo (ITCMD): https://portal.fazenda.sp.gov.br/servicos/itcmd

Sergipe (ITCMD): https://www.sefaz.se.gov.br/SitePages/portalitcmd.aspx

Tocantins (ITCMD): https://servicos.to.gov.br/servico/292

22. Ficha 13 - Doações Diretamente na Declaração


Para os Fundos de Criança e Adolescente ou Idoso, você pode fazer doações diretamente na Declaração de
Ajuste Anual.
A pessoa física pode optar pela dedução das doações, em espécie, aos fundos controlados pelos Conselhos
Nacional, Distrital, estaduais ou municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Idoso, observando-
se o seguinte:
a) As doações poderão ser deduzidas até o percentual de 3% sobre o Imposto sobre a Renda devido apurado
na declaração;
b) A dedução está sujeita ainda ao limite global de 6% (seis por cento) do Imposto sobre a Renda devido
apurado na declaração, juntamente às demais deduções de incentivo, inclusive quanto às contribuições
efetuadas aos fundos controlados pelos Conselhos Nacional, Distrital, estaduais ou municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e do Idoso no decorrer do ano-calendário de 2023;
c) O pagamento da doação deve ser efetuado, impreterivelmente, até 30 de junho de 2023, até o
encerramento do horário de expediente bancário das instituições financeiras autorizadas, inclusive se
realizado pela Internet ou por terminal de autoatendimento;
d) O não pagamento da doação até 30 de junho de 2023 implica a glosa definitiva dessa parcela de dedução,
e obriga a pessoa física ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste
Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.
Considerando-se um exemplo em que o Imposto sobre a Renda devido apurado na declaração tenha sido de
R$ 10.000,00, teríamos os seguintes limites legais de dedução:
a) Global: R$ 600,00 (6% de R$ 10.000,00);
b) Relativo às doações ao “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)” ou “Fundos controlados pelos
Conselhos do Idoso” diretamente na DAA: R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00).
Neste caso, se ele já doou R$ 600,00 durante o ano-calendário, não vale a pena (se for apenas para fins de
Imposto de Renda) doar os R$ 300,00, pois há a sujeição ao limite total de R$ 600,00.

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Agora, se ele tiver doado durante o ano de calendário o valor de R$ 300,00, poderá fazer a doação de outros
R$ 300,00, caso queira, diretamente na Declaração de Ajuste Anual.
Atenção! Lembrando que esta opção não é permitida para quem optar pelo Desconto Simplificado. Apenas
pela Declaração Completa.
O Programa calcula automaticamente este valor.

23. Ficha 14 - Bens e Direitos


Relacione, de forma discriminada, os bens e direitos (no Brasil e no exterior) do titular e os de seus
dependentes, retratando a situação em que se encontravam em 31 de dezembro de 2022 e de 2023.
Bens e Direitos que Devem ser Declarados:
• Imóveis, veículos automotores, embarcações e aeronaves, independentemente do valor de aquisição.
• Outros bens móveis e direitos de valor de aquisição unitário igual ou superior a R$ 5.000,00.
• Saldos de conta corrente bancária, caderneta de poupança e demais aplicações financeiras, de valor
individual superior a R$ 140,00 em 31/12/2023.
• Conjunto de ações, quotas ou quinhão de capital de uma mesma empresa, negociadas ou não em bolsa de
valores, e de ouro, ativo financeiro, cujo valor de aquisição unitário seja igual ou superior a R$ 1.000,00.

O contribuinte, ao relacionar cada bem e/ou direitos na ficha Bens e Direitos, deve selecionar no campo
Localização (País) o país em que se encontra o respectivo bem ou direito.
Se usou a opção de importação da Declaração de 2022, a declaração de bens será importada com o
preenchimento automático do campo Situação em 31/12/2022. Nesse caso, o contribuinte deve revisar as
informações importadas e preencher o campo Situação em 31/12/2023.

Fica dispensada, em relação a valores existentes em 31 de dezembro de 2023, a inclusão de:


I - Saldos de contas correntes bancárias e demais aplicações financeiras, cujo valor unitário não exceda a R$
140,00 (cento e quarenta reais);
II - bens móveis, exceto veículos automotores, embarcações e aeronaves, bem como os direitos, cujo valor
unitário de aquisição seja inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
III - conjunto de ações e quotas de uma mesma empresa, negociadas ou não em bolsa de valores, bem como
ouro, ativo financeiro, cujo valor de constituição ou de aquisição seja inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais);
IV - dívidas e ônus reais, cujo valor seja igual ou inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Informações
necessárias:

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Os bens e direitos devem ser relacionados conforme a titularidade de sua propriedade, obedecendo ao
disposto nos artigos 1.639 a 1.688 e 1.723 a 1.727 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil
(CC).
São considerados bens e direitos comuns os resultantes de casamento em regime de comunhão total, os
adquiridos na constância de casamento em regime de comunhão parcial, independentemente do nome sob
o qual estejam registrados, e os adquiridos na constância da união estável, observado, se houver, contrato
escrito entre companheiros.
Os bens e direitos adquiridos em condomínio devem ser declarados na proporção de sua parte.

23.1 Declaração em Conjunto


São incluídos os bens e direitos do casal e dos dependentes, inclusive os gravados com cláusula de
incomunicabilidade ou inalienabilidade, seus respectivos rendimentos e as pensões de gozo privativo.
Os bens e direitos do dependente são relacionados na declaração daquele que o considerou como dedução
na ficha Dependentes.

23.2 Declaração em Separado


23.2.1 Bens privativos
Os bens e direitos privativos devem ser relacionados na declaração do proprietário.

23.2.2 Bens comuns


Os bens e direitos comuns devem ser declarados da seguinte forma:
• A totalidade dos bens e direitos comuns deve ser informada na declaração de um dos cônjuges
• Na declaração do contribuinte em que não constar os bens e direitos, por constarem na declaração do
cônjuge, deve ser incluída informação no campo “Discriminação”, utilizando-se o código 99, relatando que os
bens e direitos comuns estão apostos na declaração do cônjuge, informado também o nome e número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do cônjuge.

23.3 Avaliação de bens adquiridos à vista


Os bens, em regra, são avaliados no Imposto de Renda pelo valor do custo de aquisição. Não é comum a
prática da atualização a valor de mercado dos bens e direitos.
O lançamento se dá pelo custo de aquisição. Exceto no caso de benfeitorias, que podem ser somadas ao valor
do imóvel.
Manter a guarda da documentação correspondente às benfeitorias realizadas.

23.4 Bens adquiridos a prazo


Tratando-se de aquisições de bens e direitos em prestações ou financiados, nas quais o bem é dado como
garantia do pagamento, tais como os sujeitos às regras do Sistema Financeiro de Habitação ou consórcio a
cada ano você vai somando e acumulando o tal pago.

23.5 Bens e Direitos Situados no Exterior


No campo Discriminação, informe o valor de aquisição constante no instrumento de transferência de
propriedade na moeda do país em que estiverem situados. Informe, ainda, se na aquisição foram utilizados
rendimentos auferidos originariamente em reais ou em moeda estrangeira.
No campo Situação na data da caracterização da condição de não residente (R$), informe o valor
correspondente convertido em dólares dos Estados Unidos da América e, em seguida, em reais pela cotação
do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil, na data da aquisição.
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23.6 Depósitos em Banco no Exterior


No campo Discriminação, informe o valor em moeda estrangeira, o banco e o nº da conta corrente.
No campo Situação na data da caracterização da condição de não residente (R$), informe o saldo convertido
em dólares dos Estados Unidos da América e, em seguida, em reais pela cotação do dólar fixada, para compra,
pelo Banco Central do Brasil, no dia anterior ao da caracterização de não residente.

23.7 Casos Especiais


23.7.1 Consórcios Não Contemplados em 2023:
No campo CNPJ e Discriminação, selecionado o código 95, informe o nome e o número de inscrição no CNPJ
da administradora do consórcio, o tipo de bem objeto do contrato, a quantidade de parcelas pagas e a pagar.
No campo Situação em 31/12/2022, informe o valor constante na declaração do exercício de 2023, ano-
calendário de 2022. No campo Situação em 31/12/2023, preencha o valor declarado acrescido das parcelas
pagas em 2023.
Se o consórcio foi adquirido em 2023, não preencha o campo Situação em 31/12/2022 e preencha o campo
Situação em 31/12/2023 com o valor das parcelas pagas em 2023.

23.7.2 Consórcio Contemplado em 2023:


No campo CNPJ e Discriminação, selecionado o código 95, informe o nome e o número de inscrição no CNPJ
da administradora do consórcio, o tipo de bem objeto do contrato, a quantidade de parcelas pagas e a pagar.
No campo Situação em 31/12/2022, informe o valor constante na declaração do exercício de 2023, ano-
calendário de 2022 e não preencha o campo Situação em 31/12/2023. Se o consórcio foi adquirido em 2023,
não preencha os campos Situação em 31/12/2022 e 31/12/2023.
Adicione um novo item com o código específico do bem recebido e informe, no campo Discriminação, os
dados do bem e do consórcio. Não preencha o campo Situação em 31/12/2022.
No campo Situação em 31/12/2023, preencha o valor declarado acrescido das parcelas pagas em 2023.

23.7.3 Leasing
No caso de arrendamento (leasing) fica assim:
23.7.3.1 Opção de compra exercida em 2023
• Opção de compra exercida ao final do contrato, em 2023. Você declara o código do bem (e não o Código
96).
• Discrimina todos os dados relativos ao bem.
• No campo 31.12.2022, os valores pagos até 2022. Se não houver, deixar em branco.
• No campo 31.12.2023, o valor do campo em 31.12.2022 mais os valores pagos em 2023 e o valor residual.

23.7.3.2 Opção de compra a ser exercida de 2024 para frente


Se o leasing foi feito em 2023 e a opção de compra se dá ao final do contrato.
• Selecionar o Código 96. Discriminar, informar os dados do bem, do contrato e o total dos pagamentos
efetuados.
• Não preencher situação em 31.12.2022, nem situação em 31.12.2023.
• Se o leasing foi feito antes de 2024 e a opção de compra já foi feita no ato do contrato.
• Marcar o código do bem (e não o Código 96).
• Informar Discriminação e dados do bem e contratante.
• No campo situação em 31.12.2022 e 31.12.2023, informar o valor do bem.

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• No campo Dívidas e Ônus Reais, em situação em 31.12.2022 e 31.12.2023, informar o valor da dívida
naquelas datas.
• Se o leasing foi feito em 2023, e a opção de compra foi exercida no ato do contrato,
• Selecionar o código do bem (e não o código 96) e
• Discriminar o bem e demais campos específicos, informar os dados do bem e contratante.
• Não preencher a Situação em 31.12.2022.
• No campo Situação em 31.12.2023, informar o valor do bem.
• Na ficha Dívidas e Ônus Reais, informar o valor remanescente da dívida no campo situação em 31.12.2023.
Atenção
No caso de alienação fiduciária, informe, no campo Situação em 31/12/2023, o total dos valores pagos, NÃO
incluindo a dívida na ficha Dívida e Ônus Reais.
Se você não pagar o bem, eles pegam o bem de volta e tudo certo!

23.7.4 VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre


Utilize o código 97 para declarar plano de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência.
No campo CNPJ e Discriminação, informe os dados da sociedade seguradora a quem efetuou os pagamentos.
No campo Situação em 31/12/2022 (R$), informe os valores pagos até 31/12/2022.
No campo Situação em 31/12/2023 (R$), informe o valor constante no campo Situação em 31/12/2022 (R$)
acrescido, se for o caso, dos valores pagos em 2023.

24. Ficha 15 – Dívidas e Ônus Reais


Informe, por dívida, a natureza da dívida, o nome e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do credor.
Informe os saldos das dívidas e ônus reais em seu nome e no de seus dependentes e o valor total de
pagamentos efetuados em 2023.
Se a declaração for em conjunto ou se os bens e direitos comuns forem relacionados em sua declaração,
inclua, também, as dívidas do cônjuge ou companheiro.
Tratando-se de declaração com inclusão de rendimentos de dependente, informe o valor das dívidas e ônus
reais do dependente.
Não inclua as dívidas e ônus reais de:
• Valor igual ou inferior a R$ 5.000,00 em 31 de dezembro de 2023.
• Financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou sujeitos às mesmas condições, ou seja,
aqueles nos quais o bem é dado como garantia do pagamento.
• Ex: Alienação fiduciária, hipoteca, penhor;
• Bens adquiridos por consórcio;
• Atividade rural (Demonstrativo da Atividade Rural).

25. Ficha 16 – Espólio


Se for declaração de ajuste anual, selecionar em ocupação 81 – Espólio. Espólio é o conjunto de bens, direitos
e obrigações de quem faleceu.
Quando for o caso, faz-se uma declaração inicial de espólio (do exercício em que faleceu), as declarações
intermediárias de espólio até a declaração final de espólio, quando sair a decisão judicial sobre a partilha dos
bens.

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As declarações do espólio são apresentadas em nome da pessoa que faleceu e não do inventariante.
De acordo com a legislação tributária, depois que a pessoa morre, suas obrigações não se extinguem
imediatamente.
Depois que houver a decisão judicial, com inventário e partilha é que se dissolve o espólio e extingue-se a
responsabilidade.
A responsabilidade do imposto devido por quem faleceu é do espólio.
Depois da partilha, a responsabilidade passa a ser de quem recebeu a herança, limitado ao valor recebido.
Neste campo, espólio da DAA, faz-se a identificação do inventariante.

Se pessoa que faleceu não estava obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual, então pode não haver
necessidade de Declaração Inicial e Intermediária.
Mas a declaração final é obrigatória se houver bens a partilhar.

25.1 Espólio
Espólio é o conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa falecida. Se houver bens a inventariar, o imposto
deve ser pago pelo espólio.
Embora a Lei Civil disponha que “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários” é indispensável o processamento do inventário, com a emissão do formal de
partilha ou carta de adjudicação e a transcrição desse instrumento no registro competente, a fim de que o
meeiro, herdeiros e legatários possam usar, gozar e dispor, de forma plena e legal, dos bens e direitos
transmitidos causa mortis (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, arts. 1.784, 1.991,
2.013 a 2.022; Lei nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973, art. 167, inciso I, itens 24 e 25).
Para a legislação tributária, a pessoa física do contribuinte não se extingue imediatamente após sua morte,
prolongando-se por meio do seu espólio (Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR/2018, art. 9º,
aprovado pelo Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018). O espólio é considerado uma universalidade
de bens e direitos, responsável pelas obrigações tributárias da pessoa falecida, sendo contribuinte distinto do
meeiro, herdeiros e legatários.
Para os efeitos fiscais, somente com a decisão judicial ou por escritura pública de inventário e partilha,
extingue-se a responsabilidade da pessoa falecida, dissolvendo-se, então, a universalidade de bens e direitos.
Com relação à obrigatoriedade de apresentação das declarações de espólio, aplicam- se as mesmas normas
previstas para os contribuintes pessoas físicas. Assim, caso haja obrigatoriedade de apresentação, a
declaração de rendimentos, a partir do exercício correspondente ao ano-calendário do falecimento e até a
data da decisão judicial da partilha ou da adjudicação dos bens ou da lavratura da escritura pública de
inventário e partilha, é apresentada em nome do espólio, classificando-se em inicial, intermediária e final.
Havendo bens a inventariar, a apresentação da declaração final de espólio é obrigatória, independentemente
de outras condições de obrigatoriedade de apresentação.

25.2 Declaração inicial de espólio


É a que corresponde ao ano-calendário do falecimento.

25.3 Declaração intermediária de espólio


Referem-se aos anos-calendário seguintes ao do falecimento, até o ano-calendário anterior ao da decisão
judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação ou da lavratura da escritura pública de inventário e partilha
dos bens.
Aplicam-se, quanto à obrigatoriedade de apresentação das declarações de espólio inicial e intermediárias, as
mesmas normas previstas para os contribuintes pessoas físicas.

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25.4 Declaração final de espólio


É a que corresponde ao ano-calendário da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação ou da
lavratura da escritura pública de inventário e partilha dos bens. Essa declaração corresponde ao período de
1º de janeiro à data da decisão judicial ou da lavratura de escritura pública de inventário e partilha.
É obrigatória a apresentação da Declaração Final de Espólio elaborada em computador mediante a utilização
do Programa Gerador Declaração IRPF 2023, sempre que houver bens a inventariar.
A Declaração Final de Espólio deve ser enviada pela Internet ou entregue em mídia removível, nas unidades
da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB).
Se o espólio não estava obrigado a apresentar as declarações inicial e intermediárias, havendo bens a
inventariar, é obrigatória a apresentação da Declaração Final de Espólio?
Sim, a entrega da Declaração Final de Espólio é obrigatória sempre que houver bens a inventariar.
As declarações de espólio devem ser apresentadas em nome da pessoa falecida, com a indicação de seu
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), utilizando o código de natureza de ocupação
relativo a espólio (81) deixando em branco o código de ocupação principal, devendo tal apresentação ser
efetuada pelo inventariante, indicando seu nome, o número de inscrição no CPF e o endereço.
Enquanto não houver iniciado o inventário, as declarações são apresentadas pelo cônjuge meeiro, sucessor a
qualquer título ou por representante do de cujus.

26. Ficha 17 – Doações a Partidos Políticos


Não é uma despesa dedutível, ou seja, não altera o saldo do valor a pagar ou restituir.
Relacione todas as doações efetuadas a partidos políticos e a candidatos a cargos eletivos, inclusive os gastos,
no ano-calendário de 2023, em cumprimento ao que dispõe a legislação eleitoral.
Informe o número de inscrição no CNPJ e o nome do candidato ou partido político a quem efetuou doações
e o valor doado.
Até 10% da receita bruta anual (Resolução 23.607/2019 TSE).
Doações acima de R$ 1.064,10 só podem ser feitas por transferência bancária.

27. Ficha 18 – Importações


Nesta parte do programa, você pode importar tudo o que fez durante o ano relativamente ao programa
Carnê-Leão, Ganhos de Capital e Atividade Rural.
Você pode também importar o informe de rendimentos enviado pela fonte pagadora. O mesmo vale para o
informe do Plano de Saúde.

28. Ficha 19 – Verificar Pendências


Nesta ficha de verificar pendências, se atentar ao seguinte:
• Os triângulos amarelos são apenas avisos, mas não impedem o envio da Declaração.
• Os triângulos vermelhos impedem o envio da declaração.
Não é um aviso sobre o conteúdo, apenas do preenchimento dos campos na declaração.

29. Resumo da Declaração


Neste campo você tem três opções:
• Rendimentos tributáveis e deduções
• Cálculo do imposto
• Outras informações. Vejamos uma a uma.

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29.1 Rendimentos tributáveis e deduções


29.1.1 Rendimentos tributáveis
A base de cálculo do imposto é encontrada pela diferença entre os rendimentos tributáveis e as deduções.
Resumindo, você pega tudo o que ganhou e é tributável, tira tudo aquilo que pode abater.
Neste campo, entram apenas os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, os rendimentos recebidos de
pessoa física e do exterior e os rendimentos recebidos acumuladamente, caso seja feita a opção de ajuste na
declaração, além do resultado tributáveis da atividade rural.
Veja que rendimentos isentos, não tributáveis, empréstimos, rendimentos tributados exclusivamente na
fonte não entram aqui, não afetando o cálculo do imposto.

29.1.2 Deduções
Aqui são os valores permitidos pela legislação que reduzem o valor da base de cálculo e do imposto a pagar.
São eles: contribuições previdenciárias, dependentes, despesas com instrução, despesas médicas, pensão
alimentícia, livro caixa.

29.1.3 Base de Cálculo do Imposto


A base de cálculo do imposto devido é a diferença entre a soma dos rendimentos recebidos durante o ano-
calendário (exceto os isentos, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte ou sujeitos à tributação
definitiva) e as deduções permitidas pela legislação.
Art. 76. A base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano-calendário será a diferença entre as somas:
I - dos rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não tributáveis, os tributáveis
exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; e
II - das deduções relativas ao somatório dos valores de que tratam o art. 68 , o art. 70 , o art. 72 ao art. 75 , e
da quantia, por dependente, de:
f) R$ 2.275,08 (dois mil, duzentos e setenta e cinco reais e oito centavos), a partir do ano-calendário de 2015.
§ 1º A quantia correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria, de pensão,
de transferência para a reserva remunerada ou de reforma, pagos pela previdência social da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno, ou por
entidade de previdência privada, representada pela soma dos valores mensais computados a partir do mês
em que o contribuinte completar sessenta e cinco anos de idade, não integrará a soma de que trata o inciso
I do caput ( Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 1º ).

29.2 Apuração Anual do Imposto de Renda


Art. 79. O imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual incidente sobre os rendimentos de
pessoas físicas será calculado de acordo com a tabela progressiva anual correspondente à soma das tabelas
progressivas mensais vigentes nos meses de cada ano-calendário.
Parágrafo único. Têm prioridade no recebimento da restituição de que trata este artigo:
I - a pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, art. 1º, e
art. 3º, parágrafo único, inciso IX) ; e
II - a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condição ( Lei nº 9.250, de 1995,
art. 35, § 5º ).

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29.3 Cálculo do Imposto


Aqui você compara aquilo que é devido com o que já foi pago. Se:
Imposto devido > Imposto pago = Valor a pagar
Imposto devido < Imposto pago = Valor a restituir
Agora o sistema aponta qual a sua alíquota efetiva, isto é, quanto efetivamente você pagou de imposto de
renda.

29.3.1 Pagamento em Quotas


O saldo do imposto pode ser pago em até 8 (oito) quotas, mensais e sucessivas, observado o seguinte:
a) nenhuma quota deve ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais);
b) o imposto de valor inferior a R$ 100,00 (cem reais) deve ser pago em quota única.
c) a primeira quota ou quota única vence em 30 de abril de 2023, sem acréscimo de juros, se recolhida até
essa data.
d) as demais quotas vencem no último dia útil de cada mês subsequente ao da apresentação, e seu valor
sofre acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao
previsto para a apresentação da declaração até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% referente ao mês
do pagamento, ainda que as quotas sejam pagas até as respectivas datas de vencimento.
Caso o pagamento venha a ser efetuado posteriormente ao prazo legal, incide a multa de mora de 0,33% ao
dia, limitada a 20%.
O saldo do imposto a pagar que resultar inferior a R$ 10,00 não deve ser pago, devendo ser adicionado ao
imposto correspondente aos exercícios subsequentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00,
quando, então, deve ser pago no prazo estabelecido na legislação para este último exercício.
Caso queira:
• Pode antecipar o imposto, não precisando apresentar Declaração Retificadora.
• Aumentar o número de quotas, apresentando Declaração Retificadora ou no site da RFB, Extrato da DIRPF.
Exemplo do cálculo parcelado:
1ª quota ou quota única: o valor apurado na declaração; 2ª quota: valor apurado, mais 1%;
3ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic de maio, mais 1%;
4ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic acumulada (maio e junho), mais 1%;
5ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic acumulada (maio, junho e julho), mais 1%;
6ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic acumulada (maio, junho, julho e agosto), mais 1%;
7ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic acumulada (maio, junho, julho, agosto e setembro), mais 1%;
8ª quota: valor apurado, mais juros à taxa Selic acumulada (maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro),
mais 1%.

29.3.2 Onde pagar


O pagamento pode ser efetuado em qualquer agência bancária integrante da rede arrecadadora de receitas
federais, independentemente do domicílio fiscal do contribuinte.

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29.3.3 Como o imposto pode ser pago


O pagamento integral do imposto, ou de suas quotas, e de seus respectivos acréscimos legais pode ser
efetuado mediante:
I - transferência eletrônica de fundos por meio de sistemas eletrônicos das instituições financeiras
autorizadas pela RFB a operar com essa modalidade de arrecadação;
II - Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), em qualquer agência bancária integrante da rede
arrecadadora de receitas federais, no caso de pagamento efetuado no Brasil; ou
III - débito automático em conta corrente bancária.

29.3.4 Prazo Recolhimento IR


Art. 116. O saldo do imposto a pagar, na forma estabelecida no art. 81, deverá ser pago até o último dia útil
do mês fixado para a entrega da declaração de ajuste anual, observado o disposto no art. 917 ( Lei nº 9.250,
de 1995, art. 13, parágrafo único ).

29.4 Outras Informações


29.4.1 Evolução patrimonial
Neste campo temos a evolução patrimonial.
Se o contribuinte tem uma evolução patrimonial (aplicação) que não é plausível de se explicar pelas suas
origens, então esse pode ser um critério para que o contribuinte caia na malha fina.

29.4.2 Outras informações


São outros valores constantes da Declaração do Imposto de Renda que não afetaram o cálculo da declaração.

29.4.3 Desconto Simplificado


No desconto simplificado o contribuinte tem uma dedução de 20% nos rendimentos tributáveis, em
substituição a todas as despesas dedutíveis.
O limite é de R$ 16.754,34.
Portanto, só vale a pena se suas despesas forem inferiores a esse montante.
Quando você tem valores elevados com gastos médicos, instrução e alguns dependentes, a opção completa
tende a valer mais a pena.

Art. 77. Independentemente do montante dos rendimentos tributáveis na declaração de ajuste anual,
recebidos no ano-calendário, o contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as
deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de vinte por cento do valor dos rendimentos
tributáveis na declaração de ajuste anual, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua
espécie, limitada a (Lei nº 9.250, de 1995, art. 10, caput):
VI - R$ 16.754,34 (dezesseis mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e trinta e quatro centavos), a partir do
ano-calendário de 2015.

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Rendimentos tributáveis
(-) Despesas dedutíveis
Modelo completo: pode abater todas as despesas dedutíveis (médicos, educação, pensão alimentícia,
previdência, etc).
Modelo simplificado: 20% dos rendimentos tributáveis serão considerados como dedução. Limite de dedução
é de R$ 16.754,34.
= Base de cálculo do IRPF
X Alíquota
= Valor do imposto
- Parcela a deduzir
= Imposto devido
30. Entrega de Declaração
Uma vez que a declaração foi feita é hora de entregá-la.
Você pode fazer isso diretamente através do botão entregar declaração, que consta do canto inferior
esquerdo do programa.
Pelo desktop, não é mais necessário se utilizar de um programa separado para enviar a declaração.
Depois disso, é importante imprimir tanto a declaração como também o número do recibo.
Além disso, se tiver que pagar imposto, imprima também o DARF para pagamento. Guardar essa
documentação pelo prazo prescricional.
Também é interessante gravar uma cópia da declaração do Imposto de Renda.
31. Acompanhamento da Declaração
31.1 Acesso ao ECAC
Site: http://receita.economia.gov.br/interface/atendimento-virtual
Você pode acessar gerando o Código de acesso,por Certificado Digital, ou conta gov.br (nível
prata ou ouro.
O código de acesso gerado é válido por 2 anos. Após esse período, ele será revogado automaticamente.
Para gerar o Código de Acesso é necessário do número do recibo do IRPF dos dois últimos exercícios
anteriores.

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Exemplo de geração do Código de Acesso:

Depois disso, basta acessar o E-CAC através do endereço seguinte:


https://cav.receita.fazenda.gov.br/autenticacao/login

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31.2 O que aconteceu com acesso por certificado digital no E-CAC?


Agora, o acesso será feito pelo gov.br, que é uma base única do governo para acesso a todos os sistemas do
Governo Federal.
Este é o ambiente dentro do E-CAC

31.3 Meu Imposto de Renda


Para acompanhar a situação da Declaração de IRPF clique em Meu Imposto de Renda.

Principais situações das declarações:

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31.4 Principais situações das declarações apresentadas no Meu Imposto de Renda


(Extrato da DIRPF)

Situação Significado
Em processamento A declaração foi recebida, mas o processamento ainda não foi concluído.

Situação Significado

Em Fila de Indica que após o processamento da declaração, o contribuinte tem direito a restituição,
Restituição mas que ainda não foi disponibilizada na rede bancária.

Para recebimento da restituição, o contribuinte não poderá ter pendências de débitos no


âmbito da RFB e ou da PGFN.
Processada A declaração foi recebida e o seu processamento concluído.

AVISO: A situação “processada” não significa que o resultado apurado tenha sido
homologado, podendo ser revisto de ofício pela Administração Tributária (artigo 150,
§ 4º, do Código Tributário Nacional - CTN).
Com Pendências Durante o processamento da declaração foram encontradas pendências em relação a
algumas informações. O contribuinte deve regularizar as pendências.

Indica que a declaração foi recepcionada, encontra-se na base de dados da Secretaria


Especial da Receita Federal do Brasil e aguarda:

Em Análise a) a apresentação de documentos solicitados em intimação enviada ao


contribuinte; ou
b) a conclusão da análise de documentos entregues pelo contribuinte por meio de
agendamento, em atendimento à intimação a ele enviada, ou para apresentar
Solicitação de Retificação de Lançamento (SRL).
Retificada Indica que a declaração anterior foi substituída integralmente por declaração retificadora
apresentada pelo contribuinte.

Cancelada Indica que a declaração foi cancelada por interesse da administração tributária ou por
solicitação do contribuinte, encerrando todos os seus efeitos legais.

Tratamento A declaração está sendo analisada. Aguarde correspondência da Secretaria Especial da


Manual Receita Federal do Brasil.

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31.5 Dentro do Meu Imposto de Renda

32. Retificação da Declaração


Se, após a apresentação da declaração, o contribuinte verificar que cometeu erros ou omitiu informações,
deve apresentar uma declaração retificadora. Para fazer isso existem alguns caminhos, tais como:
• Na tela inicial do programa “O que você deseja fazer?”, selecione na Aba “Transmitidas” a declaração a
ser retificada e em seguida clique no ícone R ; ou
• Na parte lateral, em Declaração, clique em Retificar, em seguida selecione a declaração que deseja
retificar; ou
• Na Ficha “Identificação do Contribuinte”, responder à pergunta - “Que tipo de declaração você deseja
fazer?” - Marcando a opção “Declaração retificadora”.
• Após responder à pergunta, o programa abre um campo para o contribuinte informar o número do recibo
da declaração imediatamente anterior do exercício de 2023. Esse número é obrigatório e pode ser obtido, na
folha 2 do recibo ou por meio do menu Declaração, opção Abrir, do programa IRPF2024.
A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a
integralmente. Essa declaração deve conter todas as informações anteriormente declaradas com as
alterações e exclusões necessárias, bem como as informações adicionadas, se for o caso.
É permitida a troca de opção pela forma de tributação - utilizando as deduções legais ou o desconto
simplificado, até 30 de junho de 2024. Após essa data, a declaração retificadora deve ser entregue na mesma
opção pela forma de tributação utilizada para a declaração apresentada anteriormente.

33. Situações Especiais


33.1 Contribuinte casado ou que tenha companheiro ou divorciados que se casou
novamente
A declaração pode ser separada ou em conjunto com o cônjuge.
33.1.1 Separado
a) cada cônjuge deve incluir na sua declaração o total dos rendimentos próprios e 50% dos rendimentos
produzidos pelos bens comuns, compensando 50% do imposto pago ou retido sobre esses rendimentos,
independentemente de qual dos cônjuges tenha sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento; ou
b) um dos cônjuges inclui na sua declaração seus rendimentos próprios e o total dos rendimentos produzidos
pelos bens comuns, compensando o valor do imposto pago ou retido na fonte, independentemente de qual
dos cônjuges tenha sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento.
Os dependentes comuns não podem constar simultaneamente nas declarações de ambos os cônjuges.

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33.1.2 Conjunto
É apresentada em nome de um dos cônjuges, abrangendo todos os rendimentos, inclusive os provenientes
de bens gravados com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade, e das pensões de gozo privativo.
A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da Declaração de Ajuste Anual a que
porventura estiver sujeito o outro cônjuge.

33.1.3 Contribuinte viúvo


No curso do inventário, apresenta declaração com o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
próprio, abrangendo bens e rendimentos próprios e os provenientes de bens não integrantes do inventário
do cônjuge falecido.
O viúvo pode optar por tributar 50% dos rendimentos produzidos pelos bens comuns na sua declaração ou
integralmente na declaração do espólio.

33.1.4 Contribuinte menor de idade


Apresenta declaração da seguinte maneira:
a) em separado: os rendimentos recebidos pelo menor são tributados em seu nome com número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) próprio; ou
b) em conjunto: os rendimentos recebidos pelo menor devem ser tributados em conjunto com um dos pais.
No caso de menor sob a responsabilidade de um dos pais, em virtude de sentença ou acordo judicial, a
declaração em conjunto só pode ser feita com aquele que detém a guarda judicial do menor.
A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da declaração a que porventura estiver
sujeito o menor.

33.1.5 Contribuinte incapaz


A declaração é feita em nome do incapaz pelo tutor, curador ou responsável por sua guarda, usando o número
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do incapaz.
Opcionalmente, o incapaz pode ser considerado dependente do tutor, curador ou responsável por sua guarda
judicial, desde que o declarante inclua os rendimentos do incapaz em sua declaração.

34. Ganhos de Capital


34.1 Aplicação
Em regra, o Programa Ganhos de Capital aplica-se a todas aquelas pessoas físicas que venderam bens móveis,
imóveis, ações (exceto negociadas em Bolsa), veículos, joias, moedas em espécie e mais.
Aplica-se também àqueles que receberam herança de bens por valores superiores aos que constavam da
Declaração de Imposto de Renda.
Quando se tratar de alienações de participações societárias, ações e outros ativos financeiros efetuadas em
bolsas de valores no Brasil, preencha o Demonstrativo de Renda Variável na Declaração de Ajuste Anual do
exercício de 2023, ano-calendário de 2023 – programa IRPF 2024.

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34.2 Isenção
1. Alienação de imóvel adquirido até 1969;
2. Alienação de bem ou direito ou conjunto de bens ou direitos de mesma natureza, em um mesmo mês, de
valor até:
I - R$ 20.000,00, no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão; II - R$ 35.000,00, nos
demais casos; e
3. Alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do único bem imóvel que o titular possua, desde
que não tenha efetuado, nos últimos cinco anos, alienação de outro imóvel a qualquer título, tributada ou
não;
4. Alienação de bens localizados no exterior ou representativos de direitos no exterior, adquiridos em moeda
estrangeira, a qualquer título, por pessoa física na condição de não residente no Brasil;
5. Alienação de aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira por pessoa física na condição de não
residente no Brasil:
a) correspondentes ao primeiro crédito de rendimentos ocorrido a partir da data da caracterização da
condição de residente no Brasil, na hipótese de aplicação financeira realizada por tempo indeterminado,
inclusive depósito remunerado;
b) apuradas na liquidação ou resgate, a partir da data da caracterização da condição de residente no Brasil,
de aplicação financeira realizada por tempo determinado;
Nas situações descritas acima, não deve ser preenchido o Demonstrativo de Ganhos de Capital. Nesses casos,
informe o resultado, se positivo, do valor de alienação, liquidação ou resgate menos o respectivo custo de
aquisição ou o valor original na ficha Rendimentos Isentos da Declaração de Ajuste Anual do IRPF do exercício
de 2024, ano- calendário de 2023.

34.3 Ganho de capital tributável


É a diferença positiva entre:
O valor de alienação dos bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição.
O valor de transferência dos bens ou direitos entregues para integralização de capital e o respectivo valor
constante em Declaração de Ajuste Anual.
O valor de mercado atribuído, na transferência do direito de propriedade a herdeiros e legatários, na sucessão
causa mortis, a donatários, inclusive em adiantamento da legítima, ou a ex-cônjuge ou ex-convivente, na
dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, e o valor constante na Declaração de Ajuste Anual do
de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou do ex-convivente que os tenha transferido, inclusive na hipótese de
alienação de bens e direitos adquiridos ou às aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira.

34.4 Não tributado


34.4.1 Único imóvel
Alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do único bem imóvel que o titular possua
individualmente, em condomínio ou em comunhão, independentemente de se tratar de terreno, terra nua,
casa ou apartamento, ser residencial, comercial ou de lazer, e estar localizado em zona urbana ou rural, desde
que não tenha efetuado alienação de outro imóvel, a qualquer título, tributada ou não, nos últimos cinco
anos. O limite deve ser considerado em relação:
a) À parte de cada condômino ou coproprietário, no caso de bens possuídos em condomínio, inclusive na
união estável.
b) Ao imóvel possuído em comunhão, no caso de sociedade conjugal.

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34.4.2 Bens de pequeno valor


Alienação de bem ou direito ou conjunto de bens ou direitos de mesma natureza, em um mesmo mês, de
valor até:
a) R$ 20.000,00, no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão no Brasil ou no exterior;
b) R$ 35.000,00, nos demais casos.

34.4.3 Imóvel residencial


Alienação de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da
celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição, em seu nome, de imóvel residencial
localizado no Brasil.

34.5 Alíquotas
15% (quinze por cento) sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
reais).
Depois disso, a alíquota vai aumentando até 22,5% (ganhos maiores do que R$ 30.000.000,00).
Se você tiver ganhos de mais de R$ 5.000.000,00, o programa faz o cálculo da alíquota média.

34.6 Responsabilidade pelo pagamento do imposto


Alienante, se residente no Brasil.
Adquirente, residente no Brasil, quando o alienante for pessoa física ou jurídica não residente.
Inventariante, em nome do espólio, no caso de transferência causa mortis.

34.7 Prazo para pagamento do imposto


Se o alienante for residente no Brasil, até o último dia útil do mês subsequente àquele em que o ganho ou
parcela houver sido recebido.

34.8 Dedução do valor da corretagem


A despesa de corretagem paga na alienação pode ser deduzida do valor desta, se o ônus for do alienante. Na
alienação à prestação, o valor da corretagem paga deve ser deduzido do valor da parcela recebida no mês do
pagamento da corretagem.

34.9 Custo de aquisição


O custo de aquisição dos bens e direitos, adquiridos até 31 de dezembro de 2023, corresponde ao valor
efetivamente pago constante no campo Situação em 31/12/2023 da declaração de bens e direitos da
Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2024, ano-calendário de 2023.
Tratando-se de bens e direitos adquiridos em prestações ou financiados, considera-se como custo o valor
pago, isto é, o sinal ou a entrada, acrescido das parcelas pagas até o mês da alienação, desprezando-se o saldo
financiado, se transferido ao adquirente.
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34.10 Podem integrar o custo de aquisição


Quando comprovados com documentação hábil e idônea e discriminados na Declaração de Ajuste Anual do
ano-calendário da realização da despesa, podem integrar o custo de aquisição:
a) para os bens imóveis:
- Os dispêndios com a construção, ampliação, reforma e com pequenas obras, tais como pintura, reparos
em azulejos, encanamentos, pisos, paredes;
- Os dispêndios com demolição de prédio construído no terreno, desde que seja condição para se efetivar
a alienação;
- As despesas de corretagem referentes à aquisição e/ou alienação de imóvel, desde que suportado o ônus
pelo contribuinte;
- Os juros e a correção monetária pagos no financiamento para a aquisição do imóvel;
b) para outros bens e direitos, os dispêndios realizados com conservação e reparos, comissão ou corretagem,
quando não transferido o ônus ao adquirente, os juros pagos no financiamento para a aquisição dos bens e
direitos, retífica de motor etc.

34.11 Fichas
Esse Programa contém cinco fichas principais de preenchimento, sendo a primeira Identificação do
contribuinte e as demais, de apuração do ganho de capital tributável: Bens Imóveis, Direitos/Bens Móveis,
Participações Societárias e Moedas em Espécie.
Contém, na barra de tarefas, a opção Verificar Pendências para alertar o contribuinte sobre a obrigatoriedade
de preenchimento de todos os dados solicitados, sob pena de ficar impedida sua exportação para a
Declaração de Ajuste Anual.
Clique na Barra de Tarefas em Demonstrativo >> Novo ou em Criar Novo Demonstrativo, em resposta à
pergunta O que você deseja fazer?
Informe os dados solicitados no quadro aberto Novo Demonstrativo.
Selecione uma das fichas Bens Imóveis, Direitos/Bens Móveis, Participações Societárias ou Moedas em
Espécie, clique no botão Novo, para abrir um item onde serão informados os dados da operação.
Para cada bem ou direito alienado, participação societária, aplicação financeira no exterior, operação de
moeda em espécie deve ser preenchido um novo item na ficha correspondente.

34.12 Conceito de à vista, a prazo e à prestação


Para efeito de apuração do ganho de capital, considera-se alienação:
• À vista - aquela cujo valor de alienação é recebido integralmente dentro do próprio mês da alienação;
• A prazo - aquela cujo valor de alienação é recebido em uma única parcela após o mês da alienação;
• À prestação - aquela cujo valor de alienação é recebido em duas ou mais parcelas, em diferentes meses.
• Valor de Alienação.
Informe o valor total contratado na operação de alienação, ainda que o pagamento seja parcelado.

34.13 Bens e direitos vinculados a financiamentos ou a consórcios


Quando se tratar de bens e direitos vinculados a qualquer espécie de financiamento ou a consórcios, em que
o saldo devedor tenha sido transferido para o adquirente, o valor de alienação é o correspondente ao valor
recebido, devendo ser desprezado o valor da dívida transferida.

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34.13.1 Situações
34.13.1.1 Imóvel com valor abaixo de R$ 35.000,00.
Quando o valor de alienação do imóvel, informado na aba OPERAÇÃO, foi até R$ 35.000,00, responda às
seguintes perguntas.
O valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em mm/aaaa*, é superior a R$
35.000,00? mm/aaaa* - mês da alienação.
Se a resposta foi NÃO, as abas APURAÇÃO e CÁLCULO DO IMPOSTO são automaticamente preenchidas pelo
Programa, não havendo imposto a pagar.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte. O imóvel objeto desta alienação é residencial?
Se a resposta foi NÃO, termina o rol de perguntas nesta ficha e as abas APURAÇÃO e CÁLCULO DO IMPOSTO
serão automaticamente preenchidas, apurando-se o imposto devido.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte.
O produto da alienação foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial localizado no Brasil no prazo
de 180 dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 2005?
Se a resposta foi SIM, o Programa preenche o campo Valor da Aplicação com o valor da alienação informado
na aba anterior, não havendo apuração e cálculo do imposto.
Se a resposta foi NÃO, o Programa apura e calcula o valor do imposto devido.
Se a resposta foi PARCIALMENTE, informe o valor que foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial
no Brasil no campo Valor da Aplicação. O Programa apura e calcula automaticamente o imposto sobre a renda
incidente sobre o ganho de capital da parcela não aplicada na aquisição de imóvel residencial no Brasil.

34.13.1.2 Imóvel entre R$ 35.000,00 e R$ 440.000,00.


A - Você possui outro imóvel, seja como proprietário individual, em condomínio ou em comunhão?
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte:
O imóvel objeto desta alienação é residencial?
Se a resposta foi NÃO, termina o rol de perguntas nessa aba. As abas APURAÇÃO e CÁLCULO DO IMPOSTO
são preenchidas pelo Programa automaticamente, apurando-se a base de cálculo, a alíquota e o imposto
devido.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte.
O produto da alienação foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial no Brasil no prazo de 180 dias,
nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 2005?
Se a resposta foi SIM, o programa preenche o campo Valor da Aplicação com o valor da alienação informado
na aba anterior, diminuído, se for o caso, do Custo de Corretagem.
O imposto devido será igual a zero, pois não foi apurado ganho de capital nesta operação.
Se a resposta foi NÃO, o Programa inibe o campo Valor da Aplicação e as abas APURAÇÃO e CÁLCULO DO
IMPOSTO são automaticamente preenchidas, informando o valor do imposto sobre a renda devido.
Se a resposta foi PARCIALMENTE, informe o valor que foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial
no Brasil no campo Valor da Aplicação. O Programa apura e calcula automaticamente o imposto sobre a renda
incidente sobre o ganho de capital da parcela não aplicada na aquisição de imóvel residencial no Brasil.
B - Você possui outro imóvel, seja como proprietário individual, em condomínio ou em comunhão?
Se a resposta for NÃO, responda à pergunta seguinte.
Nos últimos cinco anos, você efetuou outra alienação de imóvel a qualquer título, tributada ou não?
Se a resposta foi NÃO, termina o rol de perguntas nesta aba e o programa preenche automaticamente as
Abas Apuração e Cálculo do Imposto. O imposto devido é igual a zero tendo em vista que, pelos dados
digitados, não foi apurado ganho de capital tributável nesta operação.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte. O imóvel objeto
desta alienação é residencial?

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Se a resposta foi NÃO, termina o rol de perguntas nesta ficha. O imposto sobre a renda devido será
automaticamente calculado nas abas seguintes.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte.
O produto da alienação foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial no Brasil no prazo de 180 dias,
nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 2005?
Se a resposta foi SIM, o programa preenche o campo Valor da Aplicação com o valor da alienação diminuído,
se for o caso, do Custo de Corretagem na alienação. O imposto devido é igual a zero tendo em vista que, pelos
dados digitados, não foi apurado ganho de capital nessa operação.
Se a resposta foi NÃO, o Programa inibe o campo Valor da Aplicação e considera todo o valor do ganho de
capital como tributável, apurando-se o imposto devido.
Se a resposta foi PARCIALMENTE, informe o valor que foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial
no Brasil no campo Valor da Aplicação. O Programa apura e calcula automaticamente o imposto sobre a renda
incidente sobre o ganho de capital da parcela não aplicada na aquisição de imóvel residencial no Brasil.

34.13.1.3 Venda de Imóvel Superior a R$ 440.000,00


O imóvel objeto desta alienação é residencial?
Se a resposta foi NÃO, termina o rol de perguntas nesta ficha. O imposto sobre a renda devido será
automaticamente calculado nas abas seguintes.
Se a resposta foi SIM, responda à pergunta seguinte.
O produto da alienação foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial no Brasil no prazo de cento e
oitenta dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 2005?
Se a resposta foi SIM, o programa preenche o campo Valor da Aplicação com o valor da alienação diminuído,
se for o caso, do custo de corretagem na alienação. O imposto devido é igual a zero tendo em vista que, pelos
dados digitados, não foi apurado ganho de capital nessa operação.
Se a resposta foi NÃO, o programa inibe o campo Valor da Aplicação e considera todo o valor do ganho de
capital como tributável. O imposto sobre a renda devido será automaticamente calculado nas abas seguintes.
Se a resposta foi PARCIALMENTE, informe o valor que foi ou será aplicado na aquisição de imóvel residencial
no Brasil no campo Valor da Aplicação. O Programa apura e calcula automaticamente o imposto sobre a renda
incidente sobre o ganho de capital da parcela não aplicada na aquisição de imóvel residencial no Brasil.

35. Saída Definitiva do País


35.1 Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP)
É a declaração de IR que deve ser entregue à RFB por quem:
• está deixando o país com ânimo definitivo; ou
• se enquadre na condição de não residente.

35.2 Residente x Não residente


35.2.1 Não residente
Considera-se NÃO RESIDENTE no Brasil, a pessoa física que:
• Não resida no Brasil em caráter permanente (não pretenda mais morar no Brasil);
• Saia do Brasil em caráter permanente, na data da saída, ou após ter decorrido 12 meses consecutivos de
ausência, se não fizer a comunicação de saída definitiva do país (que é obrigatória).
• Saia do Brasil em caráter temporário, a partir do dia seguinte àquele em que complete 12 meses
consecutivos de ausência.
• Entre no Brasil com visto temporário e permaneça até 183 dias, consecutivos ou não, em um período de
até 12 meses;
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• Nesse caso, se, dentro de um período de 12 meses, a pessoa física não completar 184 dias, consecutivos
ou não, de permanência no Brasil, um novo período de até 12 meses será contado da data do ingresso
seguinte àquele em que se iniciou a contagem anterior.
• Na condição de não residente, ingresse no Brasil para prestar serviços como funcionária de órgão de
governo estrangeiro situado no País.

35.2.2 Residente
Considera-se RESIDENTE no Brasil para fins tributários, a pessoa física:
• que resida no Brasil em caráter permanente;
• brasileira que adquiriu a condição de não residente no Brasil e retorne ao País com ânimo definitivo, na
data da chegada;
• que saia para prestar serviços como assalariada a autarquias ou repartições do Governo Brasileiro situadas
no exterior;
• que saia do Brasil em caráter temporário, ou se retire em caráter permanente do território nacional sem
apresentar a comunicação de saída definitiva do país, durante os primeiros doze meses consecutivos de
ausência.
• que ingresse no Brasil com visto permanente, na data da chegada;
• Considera-se RESIDENTE no Brasil para fins tributários, a pessoa física:
• que ingresse no Brasil com visto temporário:
a) para trabalhar com vínculo empregatício ou atuar como médico bolsista no âmbito do Programa Mais
Médicos de que trata a Medida Provisória no 621, de 8 de julho de 2013, convertida na Lei no 12.871, de 22
de outubro de 2013, na data da chegada;
b) na data em que complete 184 dias, consecutivos ou não, de permanência no Brasil, dentro de um período
de até doze meses;
c) na data da obtenção de visto permanente ou de vínculo empregatício, se ocorrida antes de completar 184
dias, consecutivos ou não, de permanência no Brasil, dentro de um período de até doze meses.

35.2.3 Casos Especiais


• A pessoa física no exterior a serviço do Brasil em autarquias ou repartições do Governo brasileiro situadas
no exterior mantém a condição de residente no Brasil e deve apresentar a Declaração de Ajuste Anual
normalmente, de acordo com as mesmas regras aplicáveis às demais pessoas físicas residentes no País.
• Não se enquadra no conceito de ausente no exterior a serviço do Brasil o empregado de empresa pública
ou de sociedade de economia mista, quando a serviço específico da empresa no exterior, bem assim o
contratado local de representações diplomáticas.
Base legal: Instrução Normativa SRF no 208, de 27 de setembro de 2002.

35.3 Passo a passo para envio da DSDP


Se a pessoa está saindo do país ou passou à condição de não-residente, deve:
1. Comunicar a Saída Definitiva do País (CSDP);
2. Declarar o Imposto de Renda em razão da saída definitiva do país;
3. Pagar o Imposto de Renda em quota única; e
4. Avisar as fontes pagadoras para fazer a retenção do imposto de renda.

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35.3.1 Passo 1: Comunicar a Saída Definitiva do País


Pontos importantes:
Prazo:
Saída permanente: a partir da data da saída, até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário
subsequente, se esta ocorreu em caráter permanente;Ex.: Saiu com caráter definitivo em 03/07/2022, teve
até 28/02/2023 para apresentar a CSDP.

Saída temporária: a partir da data em que for considerado não residente, até o último dia do mês de fevereiro
do ano seguinte.
Ex.: Saiu em caráter temporário em 19/01/2022, mas não voltou até 20/01/2023.
Passou a ser considerado não residente* em 20/01/2023.
Poderia fazer a CSDP até o último dia de fevereiro de 2023.

Não residente: PF que saia do Brasil em caráter temporário, a partir do dia seguinte àquele em que complete
12 meses consecutivos de ausência.

A CSDP não dispensa:


• O envio da DSDP;
• O envio das Declarações de IRPF dos anos anteriores;
• O pagamento dos impostos apurados.
Site para envio da CSDP: http://www.csdp.receita.fazenda.gov.br/csdp/index.xhtml

Dados a serem preenchidos:


Contribuinte:
• CPF;
• Número do recibo da última DIRPF entregue (sem os últimos 2 dígitos verificadores);
• Título de eleitor;
• Data de nascimento;
• Data da caracterização da condição de não residente.

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Dependentes:
• Há dependentes saindo definitivamente do país ou que estejam adquirindo a condição de não
residente na mesma data?
• CPF dos dependentes;
• Data de nascimento dos dependentes.
Procurador:
• Deseja informar um procurador? (sim ou não)
• CPF do procurador;
• Nome do procurador;
• Endereço completo;
• Telefone.
Fontes pagadoras:
• Existem fontes pagadoras a informar?
• Tipo da fonte pagadora (se é do titular ou do dependente);
• NI (CNPJ ou CPF da fonte pagadora).
Para enviar a CSDP:
1. Assinalar o Termo de Responsabilidade;
2. Imprimir o recibo da CSDP e a CSDP;
3. Gravar o recibo e a CSDP.

Inclusão de fontes pagadoras: http://www.csdp.receita.fazenda.gov.br/csdp/index.xhtml

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Inclusão do comunicado às fontes pagadoras:

35.3 Passo 2: Declarar o IRPF em razão da Saída Definitiva do País


Pontos importantes:
• A DSDP é feita no mesmo programa da Declaração de Ajuste Anual.
• Se a pessoa saiu em 2022, deve usar o programa 2023, relativo ao ano-calendário 2022.
• Também deve fazer a DSDP a pessoa que saiu em caráter temporário, mas ficou mais de 12 meses
fora do país.
• Para fazer a DSDP, a pessoa deve ter apresentado todas as DAA’s anteriores, se obrigatórias.
• O prazo é o mesmo da DAA: até o último dia do mês de abril do ano-calendário subsequente ao da
saída definitiva ou da caracterização de não residente.
• Deve-se recolher em cota única o imposto apurado e os demais créditos tributários ainda não
quitados, cujos prazos para pagamento são considerados vencidos nesta data, se prazo menor não
estiver previsto na legislação tributária.

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35.4 Passo 3: Pagar o imposto de renda em quota única

35.5 Passo 4: Avisar as fontes pagadoras p/ fazer a retenção do IRPF (caso continue
auferindo renda)
Perda do prazo da CSDP
Havendo perda do prazo na COMUNICAÇÃO de Saída Definitiva do País:
Não é mais possível fazer a CSDP.
• Caso tenha perdido o prazo para a CSDP, faça a DSDP para formalizar a condição de não residente no
Brasil.
• Relembrando os prazos:
Saída permanente: a partir da data da saída, até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário
subsequente, se esta ocorreu em caráter permanente;
Ex.: Saiu com caráter definitivo em 03/07/2022, teve até 28/02/2023 para apresentar a CSDP.

Saída temporária: a partir da data em que for considerado não residente, até o último dia do mês de
fevereiro do ano seguinte.
• Ex.: Saiu em caráter temporário em 19/01/2022, mas não voltou até 20/01/2023.
• Passou a ser considerado não residente* em 20/01/2023.
• Poderia fazer a CSDP até o último dia de fevereiro de 2023.

Não residente: PF que saia do Brasil em caráter temporário, a partir do dia seguinte àquele em que
complete 12 meses consecutivos de ausência.

• Havendo atraso na entrega da DECLARAÇÃO de Saída Definitiva do País, dentro do prazo decadencial
(5 anos):
• Existindo imposto devido: multa de 1% a.m. ou fração de atraso calculada sobre o valor do imposto
devido, observados os valores mínimo de R$165,74 e máximo de 20% do imposto devido.
• Não existindo imposto devido: multa de R$165,74.
• Deve-se utilizar o programa do ano-calendário correspondente ao da saída definitiva.
• Saiu em 2022, usa o programa IRPF 2023, relativo ao ano-calendário 2022.

• Havendo atraso na entrega da DECLARAÇÃO de Saída Definitiva do País, fora do prazo decadencial
(mais de 5 anos):
• Decorrido o prazo decadencial, não é mais possível transmitir nem a CSDP nem a DSDP.
• No entanto, caso já esteja no Brasil ou venha ao Brasil, ou ainda, se preferir, o seu procurador poderá
se dirigir a uma unidade de atendimento local da RFB - Cac, para registrar o evento de saída definitiva
do país mediante declaração expedida pelo consulado, da análise dos carimbos de entrada no
passaporte, ou em último caso, de declaração de próprio punho ou do seu procurador.

(Fonte: Fale Conosco RFB)

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35.6 O que acontece se eu não fizer a CSDP nem a DSDP?


• Continua sendo residente para fins fiscais.
• Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil são tributados normalmente, como residente.
• Rendimentos recebidos do exterior:
• IN SRF 208/2002:
Art. 16. Os demais rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior por residente no Brasil, transferidos
ou não para o País, estão sujeitos à tributação sob a forma de recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão),
no mês do recebimento, e na Declaração de Ajuste Anual.

35.7 Dupla residência fiscal e acordos internacionais


• Caso não seja feita a CSDP e/ou a DSDP, a pessoa continua sendo residente fiscal no Brasil.
• O patrimônio e a renda obtida no exterior deve ser informados na DIRPF, estando a renda sujeita à
tributação no Brasil, independente se for isenta ou tributada no exterior.
• Nesse caso, pode ocorrer a dupla tributação.
Exemplos:
1) Se no Brasil a tributação sobre determinada renda for de 25% e no outro país (com acordo) for de 10%:
No Brasil, esse imposto poderá ser compensado, e o rendimento será tributado em 15% na DAA (25% - 10%
= 15%).

2) Se no Brasil a tributação sobre determinada renda for de 25% e no outro país (com acordo) for de 30%;
Pagará os 30% de imposto no exterior, sem compensar o excesso no Brasil.

3) Se no Brasil a tributação sobre determinada renda for de 25% e no outro país (sem acordo) for de 30%;
Irá pagar 25% no Brasil + 30% no outro país.

35.8 Prova de Reciprocidade:


O teor e a vigência da lei estrangeira concessiva de reciprocidade devem ser comprovados pelo contribuinte,
com cópia da lei publicada em órgão da imprensa oficial do país de origem do rendimento, traduzida por
tradutor juramentado e autenticada pela representação diplomática do Brasil naquele país, ou mediante
declaração desse órgão atestando a reciprocidade de tratamento tributário.
Países com os quais o Brasil tem acordo vigente (2023):

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35.9 Dispensa de prova de reciprocidade:


Não é necessária a prova de reciprocidade para:
• Alemanha;
• Reino Unido;
• Estados Unidos da América.

35.10 Posso enviar a DSDP com data retroativa?


• Dentro do período decadencial (5 anos) é possível enviar a DSDP em atraso, utilizando o programa do
ano calendário correspondente.
• Se saiu em 2022, usar o programa IRPF 2023, relativo ao ano-calendário 2022.
• Existe uma multa pela entrega em atraso da DSDP, e a multa depende do valor do imposto não
recolhido no prazo.
• Se não houver imposto a recolher, a multa é de R$165,74.

Base legal: IN SRF 208/2002, Art. 13.

35.11 Vantagens de fazer a CSDP e a DSDP


• Fica com o CPF regular perante a RFB;
• Não precisa mais entregar a DAA enquanto estiver na condição de não residente;
• Pode continuar com os rendimentos de fontes pagadoras no Brasil e no exterior sem o risco de ser
bitributado;
• Não fica com obrigações fiscais pendentes com a RFB;
• Quando retornar, basta entregar novamente a DAA para voltar a ser considerado como residente
para fins fiscais.

35.12 Como não residente, posso continuar tendo empresa no Brasil?


• No caso de SOCIEDADE LIMITADA: sim, com ressalvas.
• Caso a empresa seja do Simples Nacional, ela será excluída desse regime caso o sócio se torne não
residente. (LC 123/2006, Art. 30, §3o)

LC 123/2006, Art. 30
§ 3o A alteração de dados no CNPJ, informada pela ME ou EPP à Secretaria da Receita Federal do Brasil,
equivalerá à comunicação obrigatória de exclusão do Simples Nacional nas seguintes hipóteses:
IV - inclusão de sócio domiciliado no exterior;

• O não residente não pode ser administrador direto de uma empresa brasileira;
• Deve nomear um representante/procurador como administrador no contrato social da empresa, em
nome do não residente;
• O representante só poderá realizar os atos previstos na procuração outorgada e ele.
• Esse representante pode ser sócio da empresa, ou não;
• No caso de MEI: Não, pois o MEI está dentro do Simples Nacional;
• Caso a empresa seja do Simples Nacional, ela será excluída desse regime caso o sócio se torne não
residente. (LC 123/2006, Art. 30, §3o).

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35.13 Como não residente, posso continuar tendo renda no Brasil?


Sim.
Porém, cada tipo de rendimento tem suas especificidades em termos de tributação.
É necessário observar também os acordos internacionais.
Principais exemplos de rendimentos:
• Alienação de bens e direitos;
• Operações financeiras;
• Remuneração do trabalho, de aposentadoria, de pensão e de prestação de serviços;
• Aluguéis;
• Previdência Complementar e FAPI.

35.14 Alienação de bens e direitos


• A alienação de bens e direitos situados no Brasil, realizada por não residente está sujeita à tributação
definitiva sob a forma de ganho de capital, com alíquotas que podem variar de 15% a 22,5%.
• Na apuração do ganho de capital para não residentes, não se aplicam as isenções e reduções do IRPF
previstas para os residentes no Brasil.

Perguntas e Respostas IRPF 2022 - 121:


https://www.talitakuroda.com/_files/ugd/a1f236_18b408b38bd34e539f2eed1c9e9e4457.pdf

35.15 Operações financeiras


Exemplos de operações com as mesmas regras de tributação dos residentes no Brasil:
• Rendimentos de Renda Fixa e Fundos de Investimentos;
• Ganhos líquidos de operações em bolsas de valores, mercadorias, de futuros e assemelhadas;
• Ganhos líquidos auferidos na alienação de ouro, ativo financeiro, e em operações realizadas nos
mercados de liquidação futura, fora de bolsa;
• Rendimentos auferidos nas operações de swap.

35.16 Rend. do trabalho, aposentadoria, pensão e prest. de serviços


Os seguintes rendimentos sujeitam-se à incidência do imposto na fonte à alíquota de 25%:
• Do trabalho, com ou sem vínculo empregatício;
• Da aposentadoria;
• De pensão;
• Prestação de serviços (exceto serviços técnicos e de assistência técnica e administrativas a não
residente).
Perguntas e Respostas IRPF 2022 - 121:
https://www.talitakuroda.com/_files/ugd/a1f236_18b408b38bd34e539f2eed1c9e9e4457.pdf

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35.17 Aluguéis
• Preliminarmente, deve-se verificar se há acordo ou tratado entre o Brasil e o país de origem do
residente no exterior.
• Existindo tais instrumentos, o tratamento fiscal será aquele neles previsto.
• Não havendo acordo, o rendimento é tributado exclusivamente na fonte à alíquota de 15%.
• O imposto deve ser recolhido na data da existência do fato gerador, sendo o responsável pelo
recolhimento, o procurador.
• DARF – código da receita: 9478
• O procurador deve efetuar o recolhimento em seu próprio CPF, e depois, na DIRF, informar o
beneficiário dos respectivos rendimentos.
Perguntas e Respostas IRPF 2022 - 200:
https://www.talitakuroda.com/_files/ugd/a1f236_18b408b38bd34e539f2eed1c9e9e4457.pdf

35.18 Previdência Complementar e FAPI


• Sujeita-se à tributação exclusiva na fonte, à alíquota de 25%, a totalidade dos valores pagos por fonte
no Brasil a residentes no exterior a título de benefício ou resgate de previdência complementar e de
Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI).
• Não se aplica aos rendimentos desse contribuinte a tabela progressiva, nem a isenção sobre os
rendimentos de aposentadoria que usufruem os residentes tributários no Brasil com 65 anos ou mais.
Perguntas e Respostas IRPF 2022 - 125:
https://www.talitakuroda.com/_files/ugd/a1f236_18b408b38bd34e539f2eed1c9e9e4457.pdf

35.19 Como não residente, posso continuar tendo conta bancária no Brasil?
Ao fazer a DSDP, existem 2 opções para o não residente:
• Comunicar o banco sobre a saída e encerrar a conta bancária;
• Torná-la /abrir conta de domiciliado no exterior.
• Poucos bancos oferecem esse serviço. Um dos bancos que oferecem, é o Banco Rendimento.

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36. Declaração de Investimentos no Imposto de Renda


A primeira coisa a saber ao se declarar investimento é que: é preciso estar atento às particularidades de cada
tipo de ativo. Há informações diferentes sobre as aplicações financeiras que precisam ser informadas em
fichas distintas do programa.
Os principais tipo de investimento são:
1. Renda fixa;
2. Renda variável;
3. Fundos de investimento;
4. Previdência Privada;
5. Investimentos no exterior.

36.1 O que deve ser declarado?


O contribuinte que teve rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 ou valores não tributáveis acima de
R$ 40 mil em 2023, ou ainda investiu qualquer valor na Bolsa, deve declarar os investimentos de todas as
classes que tenha na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física 2024 (DIRPF 2024).
Embora parte dos ganhos seja isenta da incidência de tributos no Brasil, o contribuinte deve inserir, na
declaração do Imposto de Renda de 2024, todos os investimentos que tinha em carteira em 2023.

36.2 Como declarar?


O primeiro passo e conseguir os informes de rendimentos e as notas de corretagem, O informe é um
comprovante dos rendimentos recebidos ao longo de um ano-calendário, que resume os ganhos do ano
anterior e é muito importante para a declaração do imposto de renda.
Neste documento, constam os valores recebidos bem como os saldos no período. Em geral, esses números
são apresentados de forma acumulada, contando ainda com os descontos de impostos.
Existem vários modelos de informes de rendimentos que podem ser enviados aos contribuintes porque as
fontes de renda são diversas, tais como: Corretoras de investimentos; Empresas; Bancos; INSS.
Embora as fontes pagadoras possam ser várias, em muitos casos os informes de rendimentos podem ser
obtidos de forma online, sendo menos trabalhoso.

Fonte: Site da XP Investimentos.

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A nota de corretagem é um documento emitido pelas corretoras que detalha a movimentação de compra e
venda de ativos na Bolsa de Valores. Ela é como uma nota fiscal, já que contém as informações mais
importantes sobre a transação efetuada.
Nela constam todas as informações referentes à operação, como:
• dados da corretora;
• dados do investidor;
• valor de compra ou de venda do ativo e sua quantidade;
• custos, como corretagem e emolumentos;
• se pode haver cobrança de IRRF.

Vale ressaltar que o IRRF só aparece na nota quando há venda de ativos que podem gerar cobrança de
imposto. No entanto, se houver venda de ações, esse valor pode estar apenas destacado, já que sua
liquidação só é feita posteriormente e na conta do investidor, caso ele venda mais de R$ 20.000 no mês.

Fonte: Site da XP investimentos

36.3 Para que serve a nota de corretagem?


A nota de corretagem serve como um registro das operações de cada cliente. Ela contém todas as informações
comprobatórias da negociação e pode servir para várias ocasiões, como:
• cálculo de preço médio de um ativo;
• checagem de taxas cobradas;
• documento de contestação em caso de inconsistências;
• busca por informações sobre a corretora;
• referência para encontrar o número do cliente.
Assim, a nota de corretagem é o melhor documento para ajudar na hora de fazer a declaração do IR e de

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calcular o imposto devido.


Caso tenha que fazer o pagamento de uma DARF por lucro tributável, por exemplo, os valores da nota serão
sua referência, inclusive para considerar o imposto retido na fonte.
Agora que já estamos de posse dos documentos necessários vamos a declaração em si.
Os investimentos mantidos deverão ser informados na ficha de “Bens e Direitos” da declaração, enquanto os
rendimentos obtidos precisam ser declarados em outras fichas. Cada código corresponde a um tipo de
investimento diferente.

36.4 Renda Fixa


São ativos de renda fixa:
• Tesouro Direto
• CDB, RDB e LCs
• Debêntures
• Poupança
• LCI e LCA

Investidores que tinham títulos de renda fixa com saldo superior a R$ 140 em 31/12/2023, como Tesouro
Direto e CDBs, e até mesmo os isentos, como LCI, LCA e caderneta de poupança, precisam incluir esses
investimentos em sua declaração. Grande parte dos investimentos em renda fixa sofre a incidência do
imposto de renda, mas ela não acontece no momento fazer a declaração, já que a tributação do IR em ativos
de renda fixa é realizada automaticamente pela instituição financeira (banco ou corretora, por exemplo)
quando o investidor faz o resgate.
Alguns produtos de renda fixa são totalmente isentos de cobrança de Imposto de Renda. Mesmo assim, o
investidor ainda precisa declarar à Receita que possui tais investimentos para evitar a malha fina.
Os investimentos que sofrem a tributação do IR estão Tesouro Direto, CDB (Certificado de Depósito Bancário),
RDB (Recibo de Depósito Bancário), LC (Letra de Câmbio) e Debêntures (exceto as incentivadas).
A maioria deles sofre tributação de acordo com a tabela regressiva, que está diretamente ligada ao prazo da
aplicação:

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PRAZO ALÍQUOTA
Até 180 dias 22,5%
de 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
+ de 720 dias 15%

Na hora de declarar os investimentos de renda fixa, é preciso informar o custo de aquisição do título que você
investiu e os rendimentos que ele gerou até o fim do ano de 2023.
Para fazer isso, o investidor sempre vai utilizar duas fichas do sistema:
Bens e Direitos;
Rendimentos Tributáveis ou Rendimentos Isentos.

Na seção de Bens e Direitos, basta colocar quanto foi aplicado no investimento. É preciso preencher o valor
original da compra e não a quantia atualizada. Nesta parte também entra o CNPJ do banco ou corretora onde
você fez a aplicação. Lembrando que todas essas informações estarão prontas no seu informe de
rendimentos.

Já os valores dos rendimentos resgatados durante o ano anterior, ou seja, do lucro, devem ser declarados na
ficha Rendimentos Tributáveis ou Rendimentos Isentos.

1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;


2. Selecione o grupo “04 – Aplicações e investimentos” e o código “02 – Títulos públicos e privados sujeitos a
tributação (Tesouro Direto, CDB, RDB e outros)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Informe a posição em cada investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023;
4. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira em que você investiu (corretora ou banco, por
exemplo). Na parte de discriminação, informe o nome do emissor.

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36.5 Tesouro Direto


Para declarar títulos do Tesouro Direto no Imposto de Renda, é necessário usar o mesmo grupo e código dos
investimentos em renda fixa no geral. Confira o passo a passo.
1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;
2. Selecione o grupo “04 – Aplicações e investimentos” e o código “02 – Títulos públicos e privados sujeitos a
tributação (Tesouro Direto, CDB, RDB e outros)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Informe o valor do seu investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023;
4. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira em que você investiu (corretora ou banco, por
exemplo).
5. Na parte de discriminação, informe que se trata de títulos do Tesouro Direto.
6. Se você teve rendimentos resgatados e com retenção de IR, informe isso na aba “Rendimentos Sujeitos à
Tributação Exclusiva/ Definitiva”, no código “06 – Rendimentos de aplicações financeiras”.
7. Por fim, informe o beneficiário do título, o CPF, o CNPJ da fonte pagadora, o nome da fonte pagadora e o
valor do rendimento no período.

36.6 CDB, LC e RDB


Os investimentos em CDB, LC e RDB têm Imposto de Renda retido na fonte. Então, você não precisa se
preocupar na hora de pagar o imposto.
Mas, como regra geral, é obrigatório declarar esses ativos na sua Declaração Anual do Imposto de Renda. As
etapas são semelhantes à declaração do Tesouro Direto.
1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;
2. Selecione o grupo “04 – Aplicações e investimentos” e o código “03 – Títulos isentos de tributação (LCI,
LCA, CRI, CRA, LIG, Debêntures de Infraestrutura e outros)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Informe o valor do seu investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023;
4. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira em que você investiu (corretora ou banco, por
exemplo). Na parte de discriminação, informe qual é o emissor do título de renda fixa em questão.
5. No caso dos CDBs, LCs e RDBs, os rendimentos resgatados e com retenção de IR também precisam estar
em uma ficha separada. Para isso, vá até “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ Definitiva”, e então
no código “06 – Rendimentos de aplicações financeiras”.
6. Debêntures comuns e incentivadas
7. Debêntures comuns não têm isenção de Imposto de Renda. O tributo também é retido na fonte e segue a
tabela regressiva que citamos antes.

Já as debêntures incentivadas são aquelas em que a empresa utiliza o dinheiro captado com a emissão dos
títulos para a execução de obras de infraestrutura. Por isso, obtém vantagens fiscais que são repassadas para
o investidor, como a isenção do Imposto de Renda. Esse tipo de debênture também é isenta de Imposto Sobre
Operações Financeiras (IOF).
Os dois tipos de debêntures precisam ser declarados no IR. Veja como fazer isso.
1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;
2. Selecione o grupo “04 – Aplicações e investimentos” e o código “03 – Títulos isentos de tributação (LCI,
LCA, CRI, CRA, LIG, Debêntures de Infraestrutura e outros)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Informe o valor do seu investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023;
4. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira em que você investiu (corretora ou banco, por
exemplo). Na parte de discriminação, informe qual é o emissor do título de renda fixa em questão.
5. No caso das debêntures comuns, os rendimentos resgatados e com retenção de IR também precisam estar
na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ Definitiva”, no código “06 – Rendimentos de
aplicações financeiras”.
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6. Para as debêntures incentivadas, os rendimentos resgatados devem ser declarados na ficha “Rendimentos
Isentos e Não Tributáveis”, no campo 26 – “Outros”.

36.7 LCI, LCA, CRI e CRA


Esses investimentos têm isenção de Imposto de Renda mas, ainda assim, devem ser informados na Declaração
Anual do IR.

1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;


2. Selecione o grupo “04 – Aplicações e investimentos” e o código “03 – Títulos isentos de tributação (LCI,
LCA, CRI, CRA, LIG, Debêntures de Infraestrutura e outros)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Preencha a sua localização, ou seja, o país em que você está;
4. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira em que você investiu (corretora ou banco, por
exemplo). Na parte de discriminação, informe o tipo de investimento, qual é o emissor do título de renda fixa
em questão, número da conta etc;
5. Informe o valor do seu investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023.

E os rendimentos que foram resgatados no ano anterior? Para esses investimentos, eles também devem estar
em uma ficha separada. Vá até “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, no código “12 – Rendimentos de
cadernetas de poupança, letras hipotecárias, letras de crédito do agronegócio e imobiliário (LCA e LCI) e
certificados de recebíveis do agronegócio e imobiliários (CRA e CRI)”.

Informe quem é o beneficiário, o CNPJ e o nome da fonte pagadora, bem como o valor dos seus rendimentos
durante o ano.

36.8 Poupança
Uma das aplicações financeiras mais populares entre os brasileiros, a caderneta de poupança não tem
incidência de Imposto de Renda. Na hora de declarar esse tipo de conta no seu IR, vale ficar atento pois ela
possui um código próprio no sistema da Receita.

1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;


2. Selecione o código “41 – Caderneta de Poupança” e clique em “novo”;
3. Selecione se a poupança é do titular ou de um dependente;
4. Preencha a sua localização, ou seja, o país em que você está;
5. Preencha as informações sobre a instituição financeira em que possui a conta poupança;
6. Informe o valor do saldo da sua poupança em 31/12/2022 e 31/12/2023;
7. Os rendimentos da poupança resgatados no ano anterior entram na ficha “Rendimentos Isentos e Não
Tributáveis”, no código “12 – Rendimentos de cadernetas de poupança, letras hipotecárias, letras de crédito
do agronegócio e imobiliário (LCA e LCI) e certificados de recebíveis do agronegócio e imobiliários (CRA e
CRI)”.

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36.9 Fundos de renda fixa


36.9.1 Longo prazo
A maioria dos fundos de investimento em renda fixa são classificados como de longo prazo pela Receita
Federal. Por isso, a tributação desses ativos segue uma tabela regressiva que vai de 15% a 22,5%.

PRAZO ALÍQUOTA
Até 180 dias 22,5%
de 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
+ de 720 dias 15%

Na hora de declarar os fundos de renda fixa, siga o seguinte caminho:

1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”;


2. Selecione o grupo “07 – Fundos” e o código “01 – Fundos de Investimentos sujeitos à tributação periódica
(come-cotas)”. Em seguida e clique em “novo”;
3. Em “Discriminação”, preencha a instituição financeira administradora do fundo, o número de cotas e o
CNPJ do fundo.
4. Informe o valor do seu investimento em 31/12/2022 e 31/12/2023.
5. Para declarar os rendimentos resgatados e com retenção de IR nesse tipo de fundo, selecione a aba
“Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ Definitiva”, no código “06 – Rendimentos de aplicações
financeiras”.

36.9.2 Curto Prazo


Para os fundos de investimento considerados de curto prazo, a alíquota de Imposto de Renda segue uma
tabela com no máximo 360 dias.
Até 180 dias: 22,5%;
De 181 a 360 dias: 20%.
Para declarar esse tipo de fundo, acesse a ficha “Bens e Direitos” e selecione o código “72 – “Fundo de
Curto Prazo”.
36.10 Renda Variável
São ativos de renda variável:
• Ações
• Day Trade
• Dividendos
• ETFs
• BDRs
• Fundos imobiliários
• Criptomoedas
• NFTs

A diferença para a renda fixa é que em renda variável o investidor, precisa calcular o imposto, emitir o DARF
e efetuar o pagamento.

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Cada ativo possui regras de declaração e isenção específicas. Mas todos os ganhos e prejuízos precisam ser
informados na declaração para evitar cair na malha fina, embora não seja necessário pagar imposto sobre
todos os ativos.

Operações em renda variável são investimentos cujo retorno pode variar ao longo do tempo, por causa de
oscilações causadas pelas negociações dos ativos, que ocorrem todos os dias.

Toda movimentação na Bolsa de Valores é, portanto, uma operação em renda variável e, por essa razão, deve
ser mencionada na declaração anual do Imposto de Renda, mesmo que você não se encaixe em nenhuma
outra regra que obriga a declarar.
Você só pagará Imposto de Renda sobre as operações com renda variável se vender mais de R$ 20 mil em
ações por mês. Logo, se esse não é o seu caso, não terá que pagar imposto. Já se vendeu mais do que esse
limite de isenção e obteve lucro, precisará pagar imposto, sim.
Para operações normais, conhecidas como swing trade, a alíquota é de 15% sobre o lucro. Para operações
day trade, que são aquelas com compra e venda no mesmo dia, a porcentagem é de 20% sobre o lucro, sem
importar o valor negociado, ou seja, para esse tipo de operação não existe limite de isenção.
Dessa forma, é preciso emitir e pagar um DARF sobre seus investimentos sempre que registrar lucro mensal
com venda de ações acima de R$ 20 mil em operações normais ou obtiver lucros com operações day trade e
outros ativos de renda variável, como mercado futuro e fundos imobiliários.
Reforçando: se você obtiver lucro com vendas de ações até R$ 20 mil mensais em operações swing trade, fica
isento de pagar imposto.
Logo, apenas será preciso pagar DARF se você vender ações, mensalmente, acima do valor de isenção.

36.10.1 Como pagar o imposto em caso de renda variável?


36.10.1.2 Em operações swing trade
Para operações swing trade, como existe a isenção do pagamento de IR nos meses em que o valor total das
vendas for abaixo de R$ 20 mil, o cálculo fica assim:
1. Some o valor total das ações vendidas no mês.
2. Sendo menor que R$ 20 mil, você não precisa pagar imposto.
3. Se tiver lucro e as vendas totais ficarem acima de R$ 20 mil, o pagamento será de 15% em cima do lucro,
descontadas as taxas e corretagens pagas à corretora, que retém 0,005% do valor das vendas - ela faz isso
para informar ao Leão que você deve pagar o imposto.
4. Se tiver prejuízo, guarde o valor para abater do seu lucro nos meses seguintes. Lembrando-se que só poderá
abater de outras operações swing trade, nunca day trade.

36.10.1.3 Em operações day trade


Para operações day trade, que não possuem limite de isenção, o cálculo funciona assim:
1. Verifique se teve lucro ou prejuízo na operação.
2. Se teve lucro, você deve pagar 20% dele para a Receita Federal, descontadas as taxas e corretagem pagas.
No dia da operação, a corretora já retém 1% do lucro, também como forma de avisar ao Leão que você deve
recolher os outros 19%.
3. Se tiver prejuízo, guarde esse valor para descontar nos meses seguintes quando tiver lucro, como no caso
das operações swing trade, mas sempre lembrando que o prejuízo acumulado em operações day trade só
pode abater lucros nesse mesmo tipo de operação.
Todos esses cálculos e apurações devem ser feitos mensalmente e o imposto deve ser pago sempre até o
último dia útil do mês seguinte ao da apuração por meio do DARF. Por exemplo: o imposto das operações de
agosto deve ser pago até o último dia útil de setembro, e assim por diante.

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36.10.2 Como declarar o IR de renda variável


1. Reúna todos os dados e informes necessários;

Para declarar, você precisa ter em mãos todas as informações sobre as movimentações feitas na Bolsa de
Valores no ano-calendário da declaração.
Também reúna as notas de corretagem e comprovantes dos DARFs pagos.

2. Calcule os lucros das ações;


Esse cálculo é feito a partir do preço médio de compra e venda das ações. Assim, a tributação é aplicada em
cima da cotação de compra ou venda com desconto da corretagem e das taxas cobradas pela Bolsa de Valores.

Você precisa apurar o lucro de cada ação negociada na bolsa no ano anterior ao da declaração. Por isso, é
importante ter um documento com essas informações detalhadas. Se você lembrar disso apenas no momento
de declarar, dá para fazer também, mas vai precisar buscar pelas notas de corretagem enviadas pela sua
corretora.
E, claro, essa apuração dos lucros só deve ser feita quando a venda das ações normais ultrapassar o limite dos
R$ 20 mil mensais durante o ano-calendário da declaração.

3. Informe suas operações isentas


Primeiramente, informe os dados das suas operações isentas, que são aquelas operações que não serão
tributadas no IR, que se encontram em duas categorias:

Dividendos
1. Em “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, escolha o "Código 5", referente aos “Lucros e dividendos
recebidos pelo titular e pelos dependentes”.
2. Clique em "Novo".
3. Informe se os dividendos foram recebidos por você ou por dependente.
4. Informe o valor recebido e a empresa que pagou os dividendos.
5. Repita esse mesmo procedimento até declarar todas as ações que pagam dividendos e estão na sua carteira
de investimentos.
6. Vendas mensais menores que R$ 20 mil
7. Em "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis", escolha o "Código 20", referente aos “Ganhos líquidos em
operações no mercado à vista de ações negociadas em Bolsa de Valores nas alienações realizadas até R$
20.000, em cada mês, para o conjunto de ações”.
8. Informe quem recebeu os lucros não tributáveis, o valor recebido e confirme a operação.
9. Repita esse mesmo processo até preencher todos os meses com vendas de ações no ano-calendário da
declaração.

4. Informe suas operações tributáveis


Você também precisa declarar as operações tributáveis, aquelas sobre as quais existe imposto devido.
Também existem duas categorias.
Juros sobre capital próprio
Ao contrário dos dividendos, os juros sobre capital próprio são tributáveis. Por essa razão, precisam ser
declarados assim:

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1. Em “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva”, escolha o "Código 10", referente aos “Juros sobre capital
próprio”.
2. Informe o nome do titular, o CNPJ da fonte pagadora e o valor recebido.
3. Repita esse procedimento até incluir todas as ações das quais recebeu juros sobre capital próprio e
confirme as informações em "Ok".
4. Vendas mensais maiores que R$ 20 mil ou operações day trade

Já para declarar suas vendas mensais superiores ao limite de isenção e as operações day trade, os passos são
os seguintes:

1. Em “Rendimentos Variáveis”, selecione a opção “Operações Comuns/Day Trade”.


2. Escolha “Mercado à Vista” e, em seguida, “Mercado à Vista - ações”.
3. Separe as operações comuns (swing trade) das operações day trade.
4. Insira o valor do lucro ou prejuízo obtido em cada mês de operação: nos meses não operados, informe R$
0,00 nos campos.
5. Informe seus prejuízos, caso tenha, em “Prejuízos a compensar” (eles devem ser compensados no mês
seguinte ao mês em que o contribuinte obteve prejuízo e informados junto com o sinal de menos).
6. Em “Consolidação do Mês”, insira os valores recolhidos em cada mês, tanto o Imposto de Renda Retido na
Fonte quanto o imposto pago pelo DARF mensal.

Repita esse processo até declarar todos os meses operados.

6. Informe as ações à Receita Federal


Depois de declarar suas operações de compra, venda e rendimentos, também é necessário informar as ações
que você possui, sem importar a data de compra (ano-calendário da declaração ou anos anteriores). Faça o
seguinte:
Vá em “Bens e Direitos” e selecione "Código 31", referente ao tópico “Ações”.
Em “Discriminação”, descreva o nome e o código da ação na Bolsa de Valores, a quantidade de ações que
você tem e a data da operação. Informe também suas vendas parciais e a compra de mais ações, se tiver.
Preencha sua posição nos últimos dois anos, anteriores ao ano de envio da declaração. Por exemplo, em 2023,
você deve informar sua situação em 31/12/2022 e em 31/12/2023.
Repita essa ação até declarar todas as ações da sua carteira de investimentos.

36.10.3 ReVar - Programa Auxiliar de Apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física incidente
sobre operações de Renda Variável

O “Programa Auxiliar de Apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física incidente sobre operações de
Renda Variável (ReVar)” ficará disponível no Portal do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) no endereço
eletrônico da Receita Federal.
Onde acessar:
• No portal do eCAC, com conta GOV prata ou ouro
Recolhimento do IRPF apurado no ReVar:
• até o último dia útil do mês subsequente ao da realização da operação, contado da data do pregão,
por meio de Darf gerado pelo programa.
• DARF menor que R$ 10,00 será adicionado ao montante a ser recolhido nos meses subsequentes até
completar o referido valor.

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No primeiro mês de apuração por meio do ReVar:


• o contribuinte deverá informar o custo unitário de cada ativo sob sua titularidade e o valor de
prejuízos anteriores acumulados havidos nas modalidades operacionais day-trade e comum.
Cronograma:

I - No período de janeiro a março de 2024: deverão ser enviadas as informações sobre os ativos em custódia
na data de 31 de dezembro de 2023 e sobre operações realizadas a partir de 1º de janeiro de 2024, por
investidores incluídos na versão inicial do programa, destinada a testes de funcionamento e validação de
regras;
II - A partir de abril de 2024: deverão ser enviadas as informações sobre os ativos em custódia na data de 31
de março de 2024 e sobre operações realizadas a partir de 1º de abril de 2024, por investidores que realizam
operações apenas no mercado à vista e que não realizam operações de empréstimo de ativos e com ouro
ativo financeiro; e
III - A partir de janeiro de 2025: deverão ser enviadas as informações sobre os ativos em custódia na data de
31 de dezembro de 2024 e sobre operações realizadas a partir de 1º de janeiro de 2025, por investidores que
realizam as operações previstas no art. 4º.
Aplica-se também aos rendimentos auferidos por pessoas físicas residentes ou domiciliadas no exterior.

36.11 Previdência Privada


A previdência privada é uma previdência contratada pelas pessoas por vontade e conta própria e é
complementar à previdência pública, oferecida pelo governo brasileiro por meio do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social). Ela é voltada para quem quer guardar dinheiro para a aposentadoria e buscar um futuro
com menos preocupações financeiras.

Um plano de previdência privada funciona como uma aplicação financeira: ao contratá-la, a pessoa decide o
quanto deseja aplicar, por quanto tempo, e depois de quantos anos deseja fazer o resgate. Essas aplicações
têm rendimento e variam conforme o plano escolhido.
Nesta modalidade de investimento existem dois tipos de Regime de tributação de imposto de renda:
Progressivo ou regressivo.

36.11.1 Progressivo
Neste modelo, as alíquotas do Imposto de Renda vão de 0% a 27,5%, a depender do valor resgatado. Aqui, o
IR incide da mesma maneira que incide sobre os assalariados: a alíquota varia conforme o valor que a pessoa
recebe de aposentadoria privada.
Além disso, quando é feito o resgate do saldo da previdência privada, é recolhido 15% de IR na fonte – mas
esse imposto pode ser compensado na declaração.

36.11.2 Regressivo
Nesse caso, as alíquotas do Imposto de Renda diminuem ao longo do tempo. Elas começam em 35% para as
contribuições feitas em até dois anos e caem, também a cada dois anos, 5 pontos percentuais.

36.11.3 Como declarar PGBL no Imposto de Renda ?


1. Informar o valor das contribuições na ficha “Pagamentos Efetuados”;
2. Escolher o código 36, de “Previdência Complementar”;
3. Informar seu nome e o CNPJ da instituição responsável pelo seu plano de previdência.

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Caso você tenha feito apenas contribuições no ano anterior, sem nenhum resgate no ano, não precisará
declarar mais nenhuma informação. O mesmo vale para quem não fez nenhuma contribuição no último ano.

36.11.4 Como declarar VGBL no Imposto de Renda ?


Por não permitir deduções na base de cálculo do Imposto de Renda, o VGBL é indicado para quem preenche
a declaração simplificada. Sendo assim, ele deve ser declarado como uma aplicação financeira.

1. Abra a ficha “Bens e Direitos”;


2. Selecione o grupo “99 – Outros Bens e Direitos” e o código “06 – VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre”;
3. Informe o CNPJ da seguradora no campo discriminação, o número da conta e as informações da apólice;
4. Informe qual era a situação da aplicação nas datas especificadas do exercício.
5. O valor declarado é o saldo bruto. Ou seja, é o que você acumulou com os depósitos, sem contar a
rentabilidade.

36.11.5 Como declarar os resgates?


Os resgates devem ser declarados pelas quantias recebidas no ano anterior, de acordo com a tabela de
tributação.

36.11.5.1 Versão regressiva


1. Os rendimentos devem ser preenchidos na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”,
no código 6 (Rendimentos de aplicações financeiras);
2. Basta informar o nome do beneficiário (titular ou dependente), o CNPJ e o nome da empresa responsável
pelo plano e os valores recebidos.

36.11.5.2 Versão progressiva


1. Os ganhos precisam ser declarados na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”, com
a indicação do CNPJ da fonte pagadora.
2. Se você tem um PGBL, é preciso comunicar quais foram as contribuições e os resgates. Já no caso do VGBL,
terá de informar os resgates e também o saldo na ficha “Bens e Direitos”.
36.12 Investimentos no exterior
Para declarar bens que possui no exterior, como imóvel, é necessário fazer o seguinte:

1. Acesse a ficha “Bens e Direitos”, entre no grupo “01 – Bens Imóveis” e declare o bem de acordo com o
código correspondente ao tipo de ativo (por exemplo, 11 para apartamento, 12 para casa e assim por diante).
2. Se o bem for um veículo, por exemplo, aí basta mudar o grupo: selecione “02 – Bens Móveis” e depois o
código “01 – Veículo automotor”. Não esqueça de adicionar o Renavam.
3. Em todas as opções, o contribuinte vai especificar o país do investimento, no campo “Localização (país)”.
No caso de um imóvel, este deve ser declarado pelo seu custo de aquisição e só deve ser alterado quando
houver uma melhoria estrutural que altere o valor do bem. Enquanto não for vendido, o valor fica travado.

4. Aplicações financeiras serão declaradas pelo valor investido, com o câmbio do dia do investimento. O saldo
fica inalterado enquanto não ocorrem novas aplicações ou resgates. A variação cambial é tributável na hora
do resgate ou da liquidação, sempre que os recursos investidos no exterior foram auferidos pela pessoa física
em reais.
5. Vale lembrar que qualquer ganho de capital com algum bem deve ser registrado e declarado no mês da
venda do ativo no Programa da Receita Federal de Ganhos de Capital (GCAP), utilizado para recolher o
Imposto de Renda incidente sobre o ganho de capital obtido com a venda de bens.
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Posteriormente, o investidor deve importar as informações desse programa para a declaração de Imposto de
Renda.
Os lucros – ganhos de capital – serão tributados de acordo com uma tabela progressiva. Quanto maior o
ganho, maior é a alíquota.

Ganhos Alíquotas
Abaixo de R$ 5 15%
milhões
Entre R$ 5 milhões e 17,5%
R$ 10 milhões
Entre R$ 10 milhões e 20%
R$ 30 milhões
Acima de R$ 30 22,5%
milhões

36.12.1 Rendimentos no exterior


O IR de rendimentos, lucros ou dividendos deve ser recolhido pelo Carnê Leão da Receita Federal, um
programa que as pessoas físicas que recebem rendimentos sem imposto retido na fonte devem utilizar para
definir o pagamento de Imposto de Renda mensalmente ao longo do ano.
Esses ganhos devem ser registrados na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de PF/exterior”.
Rendimentos oriundos de aluguel de imóveis no exterior entram nesse item, por exemplo. O imposto deve
ser recolhido mediante preenchido com o código (0190), até o último dia útil do mês seguinte ao da percepção
dos DARF rendimentos.
Os investidores que recebem rendimentos no exterior devem baixar o programa do Carnê Leão da Receita
Federal e lançar, mensalmente, seu ganhos. Com isso, na hora de realizar a declaração anual, é possível
apenas importar os dados de um programa para o outro.
Já os rendimentos provenientes de juros de aplicações financeiras e venda de ativos devem ter seu IR apurado

pelo programa Ganhos de Capital (GCAP), também referente ao ano em que o investidor recebeu os
rendimentos.

Os rendimentos provenientes de juros em aplicação financeira e vendas de ativos também seguem a tabela
progressiva.
Vale lembrar que, para o câmbio de conversão de rendimentos, o investidor deve considerar a cotação do
dólar do Banco Central, fixado na compra, do último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao
recebimento do rendimento.
Na hora da declaração anual de IR, é possível importar o Carnê Leão e o GCAP para o programa da Receita, e
estes rendimentos serão automaticamente lançados na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de
PF/exterior” e na aba “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, respectivamente.

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36.12.2 Conta corrente no exterior


Caso o investidor possua uma conta corrente no exterior, essa conta também deve ser declarada no IR. Essa
declaração é realizada da seguinte forma:
1. Na ficha “Bens e Direitos”, selecione o grupo “06 – Depósito à Vista e numerário” e depois o código “01
Depósito em conta corrente ou conta pagamento”.
2. Troque também a localização para o respectivo país.
3. No campo “Discriminação”, deve ser informado o tipo e quantidade de moeda, o nome da instituição
financeira, bem como a agência e o número da conta.
4. Informe o saldo, em reais, nas datas 31/12/2022 e 31/12/2023. O investidor deve considerar a cotação do
dólar do Banco Central, fixado na compra, do último dia útil da primeira quinzena do mês anterior.
5. Caso haja acréscimo de patrimônio devido à variação cambial em contas no exterior, o valor precisa ser
informado na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, utilizando o código “26 – Outros”.

36.12.3 Declaração para investidores com grande patrimônio


Para os investidores que possuam mais de US$ 1 milhão no exterior, seja em aplicações, participações ou
reservas monetárias, é preciso, além da declaração do IR, realizar anualmente a Declaração de Capitais
Brasileiros no Exterior (CBE), conduzida pelo Banco Central.
Segundo dados do BC, os investidores que possuem valores somados que totalizem o montante igual ou
superior a US$ 100 milhões em investimentos no exterior devem preencher uma declaração CBE Trimestral.

36.12.4 Bitributação exige atenção


Se o investidor possui investimentos no exterior e continua residente no Brasil, é importante saber se o país
onde o investimento está localizado possui algum acordo de bitributação com o Brasil – um acordo entre
países para que o investidor não corra o risco de pagar o Imposto de Renda duas vezes.
Uma questão importante é que existem alguns países em que esse acordo é automático, como Estados
Unidos, Inglaterra e Alemanha.

Nesses países, é preciso compensar os impostos, ou seja, tributos recolhidos em outro país sobre rendimentos
e aplicações podem ser considerados como crédito ou abatimento ao apurar essa mesma tributação no Brasil.
Caso as alíquotas tributadas no exterior sejam maiores que as incidentes no Brasil, o contribuinte não pagará
o imposto novamente. No entanto, segue obrigado a declarar os rendimentos.

Epílogo

Querido(a) aluno(a),
Neste livro digital, separamos algumas dicas valiosas para que você obtenha sucesso na sua caminhada rumo aos seus
primeiros atendimentos de clientes de imposto de renda e obtenha os seus primeiros ganhos como contador.
Esperamos que este material de segurança e muito auxílio na sua caminhada.
Bons estudos!

Equipe Contabilidade Facilitada.

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