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Catalogação na Fonte: Bibliotecária Jacquelline Campelo Jucá CRB 3/677

D485 Descomplicando o SPED: aspectos operacionais do Sistema Público de

Escrituração Digital / Felipe Guerra (organizador). 2.ed.– Fortaleza: Fortes, 2019.


312p. (livro eletrônico)

ISBN 978-85-5541-010-9

1. Contabilidade. 2. SPED. 3. Documentos fiscais. 4. Tecnologia da informação. 5. Escri-


turação contábil I. Guerra, Felipe (Professor). III. Título.

CDD 657
Agradecimentos
Gostaria de externar minha gratidão por mais um projeto de
sucesso, primeiramente a Deus, que está presente em toda a
minha vida, além de guiar meus rumos e direcionar meus pas-
sos. A produção dessa obra além de todas as minhas conquis-
tas, não seriam possíveis sem sua divina permissão e benção.

Na sequência de agradecimento destaco minha esposa, minha


inspiração e força incentivadora, Vitória Guerra e aos meus ama-
dos filhos, João Lucas, Alice e Letícia Guerra. Agradeço também aos
meus familiares, especialmente aos meus pais, João Guerra e Lui-
za Matos, que são minhas maiores referências de vida e educação.

Registro também agradecimentos aos meus sócios, Marcos


Lima e Rondinelly Coelho, que tecnicamente me ajudaram na
revisão dessa obra, além de terem sido grandes motivadores
dela. Foi fundamental contar com o crivo técnico destes que
são grandes especialistas da área contábil de nosso Estado.

Reservo especial homenagem a todos os meus alunos que con-


tribuem diariamente para minha melhoria conti-
nua como professor, profissional e ser humano.
Por fim, agradeço aos apoiadores por acreditarem
no meu trabalho, IPOG, Fortes Tecnologia, eAu-
ditoria, SIEG, Compliance e C4 Consulting. Muito
obrigado!

Fellipe Guerra
Coordenador do MBA em
Contabilidade, Auditoria e
Gestão Tributária do IPOG
Prefácio

A contabilidade como ciência, processo lógico e sistemático de re-


gistro é o mais eficiente sistema de informação que já se criou para
uma organização. Constitui um extraordinário banco de dados
que consolidada as mais variadas operações econômico-financei-
ra e patrimonial de uma empresa, do qual pode se extrair dados e
informações que se convertem em base de conhecimento. E como
sistema de informação vem evoluindo no seu modus operandi ao
longo dos anos.

Com o desenvolvimento das novas tecnologias os processos de re-


gistros contábeis vem evoluindo de forma extraordinária. E por
meio da inovação, uso crescente dos recursos da internet e das co-
municações, estes fatores vem agilizando a integração online entre
os diversos usuários das informações contábeis e fiscais, notada-
mente o fisco que é um dos mais beneficiados.

Os dados e as informações fiscais constituem parte expressiva das


operações abarcadas pela contabilidade. Neste particular o fis-
co evoluiu de forma expressiva nos últimos dez anos. Criou nova
legislação e adotou diversos sistemas de controles online, conso-
lidado no denominado Sistema Público de Escrituração Digital
(SPED), composto por um conjunto complexo de exigências em
termos de obrigações acessórias junto ao fisco. Isso vem exigindo
dos contadores, contribuintes e empresas desenvolvedoras de sis-
temas um enorme esforço para entender, se adequar e cumprir as
exigências legais.

Diante desse cenário, conhecer o SPED na medida adequada e com


um bom grau de profundidade é indispensável a todos que militam
na área. A mera inobservância de coisas pontuais que envolvem o
SPED no âmbito das obrigações acessórias pode acarretar multas
e outras dificuldades para as empresas.
Nesse contexto, o Prof. Felipe Guerra, estudioso da matéria e pro-
fundo conhecedor do assunto atualiza a sua obra, lançando esta
2a. Edição do seu livro Descomplicando o SPED, para a qual tive a
honra de ser convidado para prefaciar esta importante publicação
para o mercado.
Conheço Felipe Guerra há bastante tempo, um dos maiores especia-
listas do país em SPED, que ao longo dos anos vem ensinando e de-
batendo o assunto através das suas palestras e cursos pelo Brasil. É
um dos contadores mais influentes do país, especialmente quando
o assunto é SPED, inovação e tecnologia para a área contábil.
Descomplicando o SPED em sua 2a. edição minuciosamente atua-
lizada, portanto, é de leitura obrigatória para aqueles que desejam
conhecer bem o assunto para a solução das dúvidas do dia a dia.
O autor aborda o SPED em seus mais variadas nuances, embasan-
do cada caso com a legislação específica. Trata-se de um trabalho
com conteúdo técnico e normativo.
Por fim, parabenizo o Prof. Felipe Guerra por mais esta contribui-
ção ao mercado, sobretudo para a classe contábil, que terá a sua
disposição uma excelente fonte de estudo e consulta para o seu dia
a dia sobre o SPED.
Boa leitura!

José Carlos Fortes


Chairman da Fortes
Tecnologia
apoiadores
Confira as organizações que foram essenciais para que a publica-
ção do livro, Descomplicando o SPED 2.0 se tornasse realidade. A
todos estes, que acreditaram nesse projeto, deixo aqui meu agra-
decimento especial pela confiança e oportunidade.

O Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG) se orgulha em


apoiar esta obra, do professor Fellipe Guerra que é nosso coorde-
nador no MBA em Contabilidade, Auditoria e Gestão Tributária
O IPOG é uma instituição de ensino superior presen-
te em todos os estados do Brasil e Distrito Federal. Pos-
sui um corpo docente formado por Professores alta-
mente qualificados e com comprovada experiência de
mercado, com 97,14% de satisfação nas avaliações dos alunos.
Atuando há 18 anos no desenvolvimento de profissionais, conta-
mos com 326 colaboradores, mais de 800 professores, mais de 610
turmas em andamento no Brasil e cerca de 25 mil alunos ativos.

Sobre o MBA em contabilidade Auditoria e Gestão Tributaria: O


mercado de contabilidade está em plena expansão e carente de
mão de obra qualificada para desempenhar as principais fun-
ções, em especial nas áreas de auditoria, contabilidade e gestão
tributária. Aprofundar conhecimentos das ferramentas digitais é
garantir o sucesso na rotina dos procedimentos, bem como das
organizações.

O MBA tem como objetivo: Transmitir uma visão estrutura-


da dos processos que geram reflexos tributários e contábeis.
Preparar efetivamente os profissionais para as novas de-
mandas das Empresas e do Fisco, com o advento do SPED.
Proporcionar a construção do conhecimento, através do uso de
técnicas de aprendizagem que priorizam a prática.
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toria digital e hoje, novamente, se coloca à frente do mercado
introduzindo a 3ª geração de auditoria digital, onde o trabalho
braçal do profissional contábil é realizado por um robô!

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não depender da iniciativa humana para realizar as auditorias
necessárias à sua segurança fiscal. Uma vez estabelecido o plano
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mentos. O novo método permite uma atuação menos operacio-
nal e muito mais estratégica, que é a que realmente importa e
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A SIEG líder e especialista em gestão de documentos fiscais
eletrônicos, desde a captura dos arquivos XML de NF-e, CT-
e, NFC-e, CF-e e NFS-e até a organização e analise dos dados
obtidos a partir da Receita Federal e SEFAZ. Desde 2009 tra-
balhamos para ajudar empresas nessa atividade tão importan-
te que é a organização e a gestão da área fiscal, que envolve
desafios diários. Nos últimos anos, a SIEG tem atendido mais
de 50.000 empresas em todo território nacional e é a ação nú-
mero 1 para os maiores escritórios de contabilidade do Brasil.

É com honra que fazemos parte deste livro, que visa ajudar
a contadores, tarefa que cumprimos com orgulho, e que pre-
tendemos continuar cada vez mais. Manter uma empresa em
conformidade tributária é uma tarefa árdua e contínua para o
contador. No “Descomplicando o SPED 2.0”, você poderá sa-
ber como agir diante de tantos desafios existentes dentro do
SPED e seus subprojetos. Para nós é um prazer colaborar com
esta obra.
Fortes Tecnologia

Participar da construção deste projeto, junto a um grande par-


ceiro nosso, é saber que estamos contribuindo com a difusão
do conhecimento para os contadores de todo Brasil. O profes-
sor Fellipe Guerra traz neste livro os aspectos operacionais das
obrigações contábeis de forma atual, didática, descomplicada
e com uma condução dinâmica para tratar de um assunto tão
importante nas rotinas contábeis e fiscais das empresas brasi-
leiras. Assim, ficamos honrados em participar e contribuir com
a disseminação do conhecimento, sobretudo junto a classe con-
tábil do nosso país.

José Carlos Fortes, presidente da


FORTES TECNOLOGIA EM SISTEMAS.

A Fortes Tecnologia em Sistemas atua há mais de 25 anos em


âmbito nacional na área de tecnologia da informação, desen-
volvendo soluções para empresas contábeis e de gestão em-
presarial.
O Livro Descomplicando o SPED 2.0 é um verdadeiro manu-
al, que vai te entregar detalhes de procedimentos técnicos e
normas referentes ao SPED e seus subprojetos. Desenvolvido
com base em anos de experiências práticas,adquiridas ao logo
de diversos trabalhos executados dentro do sistema. O Grupo
Compliance se orgulha por contribuir para o desenvolvimento
sustentável e econômico do país.

O Grupo Compliance é especialista em Gestão Empresarial


desde a área de Governança Financeira a partir de Consulto-
rias, como execução Contábil e Tributária sob o prisma da mi-
tigação de riscos fiscais e conformidade. Desde 2011 atuamos
no sentido de ajudar o empreendedor na condução dos seus
negócios a partir da geração de informações rápidas, precisas
e seguras. Atualmente o Grupo Compliance atende mais de
200 clientes de diversos portes e ramos de atividades, desta-
cando-se por utilizar metodologias modernas e inovadoras.
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será um problema para você. Devido a grande quantidade de
obrigações acessórias e prazos curtos, o profissional que atua
dentro do setor fiscal não pode perder seu tempo com retra-
balhos, você deve ter a ciência que somente ter seu arquivo
validado pelo PVA, não garante que as informações contidas
ali, estão corretas essa confirmação não garante que você não
esteja cometendo alguma infração.

Após todos esses anos que eu passei trabalhando dentro do


Setor Fiscal, trabalhando diretamente com o SPED eu resol-
vi compartilhar o meu conhecimento adquirido com todos os
profissionais que tenham interesse em dominar totalmente o
SPED. Um dos meus primeiros passos para isso foi o Lança-
mento do meu Primeiro Livro que é a versão 1.0 desse exem-
plar, que você está lendo agora mesmo. Outra forma de com-
partilhar esse conhecimento foi criando o Curso Formação
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SUMÁRIO
Capítulo 1:
Evolução do Sistema Contábil 21
Capítulo 2:
Sistema Público de Escrituração Digital 39
Capítulo 3:
Documentos Fiscais Eletrônicos 53
Capítulo 4:
Escrituração Fiscal Digital (EFD) ICMS/IPI 77
Capítulo 5:
Escrituração Fiscal Digital (EFD)
Contribuições 103
Capítulo 6:
SPED Contábil (ECD) 139
Capítulo 7:
SPED Escrituração Contábil Fiscal (ECF) 183
Capítulo 8:
Escrituração Fiscal Digital das Retenções e
Informações da Contribuição Previdenciária
Substituída (EFD REINF) 221
Capítulo 9:
e-Financeira 239
Capítulo 10:
Sistema de Escrituração Fiscal Digital das
Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas
(eSocial) 253
Capítulo 11:
Cruzamento de informações fiscais 279
Capítulo 1

EVOLUÇÃO DO
SISTEMA
CONTÁBIL
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1.1 Introdução

Em um passado recente, a contabilidade realizava suas ativida-


des através do uso constante e demasiado de papel. Nesse perío-
do as organizações acumulavam diversos e robustos livros, além
de pastas e extensos empilhamentos de papeis, que por vezes,
corriam o grande risco de se perderem em decorrência de inú-
meros fatores.

Nesse contexto, o segmento contábil teve que se reinventar para


buscar atender a demanda de maneira mais ágil e eficiente.
Com o advento das novas tecnologias, as empresas de contabi-
lidade, bem como os profissionais da área começam, cada vez
mais, a usufruir de sistemas que possam aprimorar e melhorar
suas atividades. Nessa premissa, é importante destacar que a
contabilidade evoluiu significantemente ao ponto de se tornar
100% digital.

Hoje, a cadeia produtiva possui diversas informações gerado-


ras de dados para a contabilidade que são por meio digital tais
como: a folha de pagamento, a escrituração fiscal, os documen-
tos fiscais eletrônicos, dentre outros. Essas ferramentas são
compreendidas por aperfeiçoar procedimentos no âmbito con-
tábil, destacando veementemente a eficácia do cumprimento
das obrigações fiscais.

Diante desse cenário, torna-se fundamental para o profissional


da contabilidade, investir em capacitações voltadas para o avan-
ço das novas tecnologias em função da contabilidade. Aprofun-
dar conhecimentos das ferramentas digitais é garantir o suces-
so na rotina dos procedimentos, bem como das organizações.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1.2 A Era da Tecnologia da Informação

O avanço da tecnologia tem provocado mudanças de hábitos,


comportamentos e estilos de vida. Isso tem afetado a vida das
pessoas dentro dos seus lares, escolas, ambientes de trabalho e
etc. Para acompanhar essa evolução as empresas buscam uma
adaptação mais rápida e eficiente por meio do aprimoramento
de novas formas de gestão que o esse novo contexto impõe.

No atual momento nos encontramos transitando de uma eco-


nomia industrial para uma economia da informação, causando
o rompimento de paradigmas organizacionais que vem sendo
superados desde o inicio do século XX.

McGee & Prusak (1994) falam que nos últimos 25 anos, o mundo
industrializado vem enfrentando a transição de uma economia
industrial para uma economia de informação, e nas próximas
décadas a informação será a força motriz na criação de riquezas
e prosperidade, mais do que a terra e o próprio capital.
Com o mundo caminhando para o virtual, devido à moderni-
zação de processos e máquinas, as organizações se voltam para

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

programar e gerenciar sistemas informatizados através das no-


vas tecnologias. Com uso crescente das tecnologias da informa-
ção na contabilidade, no início das últimas décadas do século
XX, o setor contábil passou a ganhar força para administrar a
rotina operacional das organizações provocando fortes mu-
danças no modo de produção e organização (gerir, produzir, e
comunicar), configurando a chamada “Era da Informação” ou
“Sociedade do Conhecimento”. (MACHADO; ALMEIDA, 2014).

Trazendo para um contexto mais atual o Sistema Público de Es-


crituração Digital (SPED) veio para desenvolver uma nova visão
da escrituração contábil e a relação entre o fisco e o contribuin-
te: “[...] é um conjunto de ações das autoridades fiscais brasilei-
ras no sentido de obter informações sobre todas as operações
das empresas em formato eletrônico, ou seja, a vigilância em
tempo real por parte do fisco”. (DUARTE, 2011). A informação é
tratada como fonte de riqueza a partir de sua criação, manipula-
ção e distribuição, sendo um bem ativo nas organizações e fator
decisivo no contexto econômico e empresarial.

Em uma linguagem mais simplificada, o SPED trata-se de um


grande sistema do governo Federal, que foi desenvolvido com o
objetivo de receber as informações das empresas.

Vale ressaltar que, a Tecnologia da Informação não abrange so-


mente os equipamentos de hardware, programas de software
e comunicação de dados, uma vez que interfere fundamental-
mente em todos os departamentos e processos de uma organi-
zação. Trazendo a análise de compreensão dessa premissa para
o contexto atual do Sped, é de fundamental importância desta-
car que a tecnologia abrange documentos fiscais eletrônicos tais
como a Nota Fiscal Eletrônica, Cupom Fiscal Eletrônico, Nota
Fiscal de Consumidor Eletrônica, Conhecimento de Transporte
Eletrônico, Manifesto Fiscal Eletrônico, dentre outros que serão
estudados nessa obra.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Mas o que seria do SPED sem os meandros inovadores do seg-


mento tecnológico? Segundo definição teórica de Foina (2001),
a Tecnologia da Informação é como o conjunto de tecnologias,
metodologias e procedimentos que atuam em coleta, tratamen-
to e disseminação das informações na organização. Nesse en-
tendimento torna-se relevante observação feita por Cruz (2008),
que acrescenta: a TI (Tecnologia da Informação) abrange todo
e qualquer dispositivo com capacidade para armazenar dados
e informações aplicadas ao produto e aos processos como um
todo. Essas definições ratificam a plena associação que o SPED
tem em relação a TI.

Segundo os autores Szafir-Goldstein e Souza (2014, p. 2), no iní-


cio dos anos 90, ocorreram mudanças consideráveis concernen-
tes à tecnologia da informação nas organizações, uma vez que
se tornou um elemento imprescindível tanto para as atividades
da empresa como para os serviços e produtos do negócio. Vale
salientar que tal premissa se aplica diante da atual realidade da
área contábil, bem como de toda a cadeia produtiva.

Como um relevante exemplo, no âmbito da esfera contábil, é


possível destacar sobre o uso demasiado de impressoras fiscais.
Hoje, esse tipo de equipamento que não oferecia rapidez, preci-
são e segurança para as organizações, deu espaço para o uso de
novas tecnologias proporcionadas pelo avanço tecnológico. Em
relação a essa observação, Cardoso (2004) admite em sua obra
que a sociedade dos dias atuais encontra-se significativamente
apoiada nos modernos recursos tecnológicos. De todas as tec-
nologias, o computador é um dos mais presentes, uma vez que
representa a base principal das novas tecnologias.

No campo de trabalho das empresas prestadoras de serviços


contábeis, o uso de uma nova tecnologia por parte dos órgãos
fiscalizadores trouxe como consequências a necessidade ime-

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

diata de adaptação e utilização de novos e modernos recursos.


Contudo, gestores e demais técnicos que atuam nesse segmen-
to bem sabem da significância de substituir procedimentos ma-
nuais por digitais. Nesse ponto de vista, a nota fiscal eletrônica,
que é um subprojeto do SPED, e que veio antes mesmo da insti-
tuição do sistema, é um exemplo de modernização tecnológica a
ser considerado pelas organizações.

E nesse contexto o SPED entra como uma ferramenta fundamen-


tal para a contabilidade. O projeto atua com subprojetos interli-
gados à eficiência tecnológica, garantindo celeridade e segurança
diante das obrigações previstas pela legislação vigente. Em sua
apresentação disponível no sítio eletrônico sped.rfb.gov.br, a de-
finição do SPED se resume à modernização sistémica atual do
cumprimento de obrigações acessórias geradas por contribuintes
aos órgãos responsáveis. Ou seja, isso implica em um substancial
melhoramento das atividades contábeis. Até porque se sabe que a
conformidade tributária é um termo atual de tamanha relevância
para a contabilidade e que está diretamente inserida nesse con-
texto da modernização através da ferramenta SPED.

A Tecnologia da Informação melhora o desempenho dos ne-


gócios utilizando o modelo das quatro fontes: otimização, re-
formulação, informações internas e informações externas,

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

segundo percepção de Hunter (2011). As oportunidades de aper-


feiçoamento giram em torno do uso de tecnologia para dinami-
zar os processos por meio da automação ou consolidação. Essa
reformulação inclui a redução de custos e a possibilidade de au-
tosserviço. Ou seja, as oportunidades de informações internas
surgem quando a TI fornece informações que os funcionários
da empresa podem usar para melhorar seu próprio desempe-
nho. Já as informações externas são uma fonte poderosa de va-
lor que poucas empresas encontraram maneiras de aproveitar.

No contexto das empresas prestadoras de serviços contábeis,


são muitos os programas que permitem o compartilhamento
de informações. E nessa premissa, é fundamental considerar o
SPED como grande alicerce tecnológico (software de tributos)
para o desenvolvimento e eficiência das atividades que envol-
vem a contabilidade, especialmente pelo sistema, aprimorando
os mecanismos ligados às obrigações acessórias exigidas pela
legislação tributária através de seu formato digital.

1.3 História e Evolução do Sistema Contábil

A contabilidade é uma ciência social que abrange os conhecimen-


tos necessários para o estudo, controle e avaliação do patrimônio
de pessoas físicas e jurídicas, nos aspectos quantitativos e quali-
tativos, segundo Coelho e Lins (2010). Diante disso vale destacar
que para fazer gestão tributária ou estar em conformidade tribu-
tária é necessária a aplicação de três princípios básicos: conformi-
dade tributária, planejamento tributário e auditorias preventivas.

Antes de entrar num contexto mais aprofundado sobre o


SPED em relação à evolução do sistema contábil, é fundamen-
tal enfatizar que empresas precisam gerenciar seus riscos no

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

que diz respeito às atividades econômicas e sem se descuidar


de riscos fiscais. É preciso considerar que o risco fiscal pode
fechar as portas de uma empresa. Diante da perspectiva que
contempla empresas de serviços contábeis, faz-se necessário
ressaltar que a contabilidade desempenha o papel de controlar
os fatos, mediante registros contábeis, ocorridos em patrimô-
nios das instituições. É sabido que a função tem como finalida-
de executar e administrar as informações patrimoniais.

Franco (1996, p. 22) afirma que “a contabilidade desempenha,


em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a his-
tória na vida da humanidade”, pois, sem a contabilidade, não
se conheceria o passado nem o presente econômico das em-
presas, além de não ser possível a elaboração de projetos e pla-
nos para o futuro.

Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da exis-


tência de contas surgiram há aproximadamente 4.000 A. C..
Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventariar o
número de instrumentos de caça e a pesca disponível, ao con-
tar seus rebanhos, já estava praticando uma forma rudimentar
de contabilidade.

Ainda sobre a história da contabilidade, Sá (1997) descreve que


a ela nasceu junto com a civilização e que seus progressos qua-
se sempre coincidiram com as características da própria evo-
lução humana. A contabilidade jamais deixará de existir em
decorrência das civilizações, uma vez que existe grande liga-
ção entre a ela e a história dos seres humanos. Os primeiros
registros surgiram com a necessidade de um simples controle
de identificação e quantidade dos objetos.

Portanto, a contabilidade não surgiu de acordo com leis ou pa-


râmetros estipulados por alguém ou alguma constituição. Des-

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de muito antes das grandes civilizações e de qualquer outro


tipo de organização das massas, já existiam métodos contá-
beis. Compreende-se, consequentemente, que ela surgiu pela
própria necessidade humana no sentido de buscar um contro-
le das situações.

No entanto, com o avançando das necessidades sociais e a evo-


lução da tecnologia, houve um grande aumento dos usuários
da contabilidade, criando assim a necessidade de demonstrar
as realizações para a sociedade, ao contrário do que era feito
antigamente, em que somente o proprietário tinha acesso a
essas informações. De acordo com Johem (2008), com o passar
dos tempos e a necessidade da humanidade de se preservar,
foram aperfeiçoando-se as técnicas de registros e controles.

É reflexivo pensar que a grande revolução de uma sociedade


sempre teve ligação com a contabilidade. Segundo Iudicibus
(2000a), que também enfatiza sobre o surgimento da conta-
bilidade, a função existe desde os primórdios da civilização e,
durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração
mercantil. O homem enriquecia, e isso impunha o estabele-
cimento de técnicas para controlar e preservar os seus bens.
Através dessa contextualização, se inicia a história da contabi-
lidade, que se divide em quatro períodos. São eles:

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia


com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã;

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai


de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de
Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas)
de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teo-
ria contábil do débito e do crédito corresponde à Teoria dos Nú-
meros Positivos e Negativos, obra que contribuiu para inserir a
Contabilidade entre os ramos do conhecimento humano;

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai


de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità
Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da autoria
de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria;

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se


inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Com todo o avan-
ço da ciência verificado nos últimos anos, a área contábil igual-
mente vem seguindo o ritmo da evolução da informática e está
trilhando os caminhos do desenvolvimento, visando a atingir os
padrões de agilidade e qualidade exigidos pela sociedade.

A história da contabilidade no Brasil é recente comparando-se


com os países europeus. Gelatti e Meneghetti (2010) mencionam
que o primeiro contato da contabilidade com o país ocorreu de-
vido à necessidade de controle das transações mercantis. Desde
então, a contabilidade evoluiu significativamente, tornando-se
uma ferramenta indispensável à gestão das empresas.

Mas as transformações que destacariam mais ainda a atividade


de contabilidade foram determinantes no desenvolvimento da
área. Os autores Sasso e Rosa (2011) ressaltam que, nas últimas
décadas, ocorreram mudanças significativas nos procedimen-

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

tos contábeis, passando da escrituração manual para a mecânica


e atualmente para a digital. Hoje é possível a utilização de pro-
gramas, através dos computadores, que facilitam os trabalhos
contábeis proporcionando rapidez e segurança aos processos,
minimizando falhas e gerando maior eficácia das informações.
Entretanto, para atingir esse grau de automação da contabili-
dade, foi preciso romper as barreiras de implementação, prove-
nientes da mudança de tecnologia e, até mesmo, do comporta-
mento do contador. Todavia, a informática representa grandes
benefícios, de um lado a centralização das informações, que an-
tes eram controladas por várias áreas, e de outro, o nível geren-
cial das informações que auxiliam no processo decisório.

“Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se da con-


tabilidade para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a
maioria das empresas”, explanou Marion (1995, p. 24). Baseado
nesse conceito, as novas tecnologias, cada vez mais avançadas,
permitem os profissionais da contabilidade fazer um melhor
uso dessas ferramentas, tornando-as verdadeiras estratégias de
mercado, no que diz respeito à agilidade com que são geradas,
assim como à credibilidade delas, pois se baseiam em dados do
passado e presente permitindo traçar estratégias para o futuro.
Já Souza (2012, p. 16) destaca que é evidente que, com a globali-
zação e o avanço do mercado mundial, as empresas passaram
a ter a obrigação de se modernizar, e, com ela, a contabilidade
passou da fase manuscrita para a mecânica. Os profissionais,
com o auxílio de máquinas, preenchiam as fichas de maneira
mais automática, tendo um significado avanço na praticidade
das informações.

Nesse contexto da história e evolução do sistema contábil, o SPED


representa uma evolução no conjunto de obrigações de natureza
acessória, primando pela modernização da administração tribu-
tária que prioriza agilidade, segurança e eficiência na prestação

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de informações e no cumprimento das obrigações dos contri-


buintes. Ou seja, esse efeito modernizador se estabelece após todo
histórico da contabilidade, facilitando a vida do contribuinte, me-
lhorando a relação fisco-contribuinte, além da contabilidade.

Como premissa básica, o SPED não tem como objetivo alterar


a forma como a obrigação principal é apurada e paga. Sabe-se
que pelo tributário nacional, os contribuintes tem dois tipos de
obrigações tributárias, são elas: principal (pagamento do tributo
ou pagamento de penalidade pecuniária) e acessória (escritura-
ções de documentos, livros prestação de informações ao fisco,
o envio ou esclarecimento de qualquer informação vinculada).
Com esse raciocínio, é possível afirmar que o SPED veio para
aperfeiçoar técnicas operacionais de registros, mantendo o con-
trole de todas as operações (ou tipo de informações) através do
seu monitoramento em relação ao recebimento de informações
da empresa. Já os subprojetos, aprimoram as atividades com a
utilização de tipos, que são conjuntos de informações.

Ou seja, primando à modernização da administração tributária,


com aspectos de agilidade, conforto e eficiência, o SPED veio re-
presentando uma evolução no conjunto das obrigações de natu-
reza acessória além de facilitar a vida do contribuinte.

30
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1.4 Inteligência Artificial na Contabilidade

Para entrarmos nesse assunto é interessante trazer aqui a se-


guinte frase: “Todos os aspectos das nossas vidas serão trans-
formados, e isso pode ser o maior evento na história da nossa
civilização”. Quando Stephen Hawking, físico e cientista disse
isso ele estava se referindo a Inteligência Artificial (AI).

Muitas pessoas, atualmente, acreditam que o termo Inteligência


Artificial (IA) se trata de algo novo. Porém, esse termo é utilizado
desde 1965, ou seja, possui mais de 50 anos. Os primeiros avan-
ços tecnológicos que direcionavam e conduziam os próximos
eventos para a utilização de IA criaram uma expectativa onde
se acreditava que tudo aconteceria de maneira muito rápida,
assim muitas empresas fizeram investimentos em pesquisas e
desenvolvimento, com a finalidade de aprimorar ferramentas
que já faziam utilização da IA, mas isso não aconteceu como o
esperado.

Devido a esse fato surgiu um termo na época chamado de era


negra ou era das trevas da IA, isso um pouco depois de 1965.
Pois, cerca de 20 anos depois do surgimento do termo nada
saiu do lugar e mesmo empresas fazendo investimentos, não
obtiveram êxito.

Hoje é possível falar mais sobre a Inteligência Artificial devido


ao nosso cenário ser completamente diferente do antigo. Para
que a IA existisse e pudesse evoluir rapidamente, era necessá-
rio que ela tivesse experiência, acumulo de dados. Isso pelo fato
de que a capacidade da máquina de aprender, pensar e agir de
forma automática a ponto de interagir sem a necessidade de co-
mandos para a execução de algumas ações necessita desses da-
dos. No momento em que surge o termo Inteligência Artificial,

31
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

não existia um grande acumulo de dados e nem tantas experiên-


cias como atualmente, principalmente dentro da internet.

Para que a IA possa existir é necessário que haja Big Datas, ou


seja, uma grande quantidade de dados e que eles sejam estru-
turados. Como por exemplo, ao subir uma foto na internet, ou
ao ouvir uma música. Não necessariamente essas informações
estão estruturadas de maneira lógica, porém a partir do mo-
mento onde temos ferramentas lógicas, como as Big Datas, tra-
balhando para estruturar essas informações podemos utilizar
as mesmas, para a aprendizagem das máquinas. É necessário
que exista também mais dados armazenados nas nuvens e bons
modelos de dados.

Trazendo esse contexto para dentro da contabilidade, é possí-


vel comparar as Big Datas com o imposto de renda da pessoa
física. Imagine que você esteja fazendo o preenchimento da de-
claração do imposto de renda da pessoa física, com certeza esse
formulário será bem estruturado. Ele irá te pedir os dados do
contribuinte, informações sobre bens e direitos, dívidas e ônus,
e virá totalmente preparado para receber essas informações.

Porém o Fisco, hoje, possui acesso a uma quantidade de infor-


mações maior do que as existentes nas declarações, no entanto
essas informações não são estruturadas como na declaração e
é nesse momento que entra a Big Data. Com a utilização dessa
ferramenta tecnológica pode-se fazer uma estruturação, para
que utilizem na sua finalidade principal que é a fiscalização.
Existem diversas pesquisas onde falam que o fisco utiliza in-
formações contidas nas redes sociais do contribuinte para fazer
um cruzamento entre as apresentadas nos formulários e o real
padrão de vida do contribuinte.

Atualmente, conviemos com a inteligência artificial em diversos

32
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

momentos do nosso dia, através de aplicativos como Facebook,


Google, Netflix, Amazon, Waze, entre outros. Podemos utilizar
como exemplo, a ação de postagem de uma foto do Facebook. É
completamente natural que o mesmo faça um reconhecimento
facial da foto e sugira uma marcação para as pessoas presentes
na foto. Isso é um dos desenvolvimentos e atribuições da inteli-
gência artificial.

Outro exemplo bem comum é uma pesquisa no Google, pode-


mos observar esse exemplo em dois aspectos. O primeiro seria
ao escrever palavras para realizar uma pesquisa, a ferramenta
faz a sugestão da continuação da frase com base nas pesquisas
de milhares de outras pessoas e também faz uma sugestão de
correção para algumas palavras que você tenha escrito errado
naquele momento.

O Netflix também faz parte desse conjunto de aplicativos que


você utiliza no dia-a-dia e que fazem uso da Inteligência Artifi-
cial. Através de algoritmos, ele determina qual o seu perfil e faz a
sugestão do que assistir na sequência, baseando-se no seu histó-
rico de pesquisa e também no que você gosta de assistir dentro da
plataforma.

Assim como Spotify e Youtube Music. Esses aplicativos determi-


nam o seu gosto de acordo com o seu padrão de consumo dentro
da plataforma.

Tratando-se da IA e trazendo ela, novamente, para o contexto


da contabilidade. É comum imaginar que ao chegar ao seu am-
biente de trabalho você se depare com um robô fazendo a folha
de pagamento e enviando para o cliente, porém não será isso
que irá acontecer.

Mas com tudo isso, já é possível imaginar para um futuro pró-

33
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

ximo, que você tenha um atendente virtual que irá te notificar


“linkado” ao teu software de escrituração contábil, fiscal e folha
de pagamento, aonde esse assistente irá te enviar a seguinte
mensagem. “Hoje é dia 02 e o cliente X não enviou as incidên-
cias da folha de pagamento, deseja que eu faça o envio de um
e-mail solicitando essas incidências?”, então você responde sim
e o teu sistema, de maneira automática, vai enviar para aquele
e-mail que está no cadastro do teu cliente uma mensagem falan-
do sobre as incidências.

Então, quando seu cliente responder o e-mail enviando as incidên-


cias da folha de pagamento, você também irá receber uma mensa-
gem no seu WhatsApp com a seguinte informação, “Recebi as inci-
dências da folha de pagamento, devo importa para o sistema? ”, e
você apenas irá responder sim e ele executará todo o processo.

É importante ressaltar que essas situações são para procedi-


mentos de rotina, que de fato podem ser substituídos por um
sistema de automação. Para exemplificar, eu irei dar continui-
dade ao exemplo das incidências. Após realizar a importação,
o sistema irá te perguntar se pode gerar a folha de pagamento
do cliente, nesse caso você irá responder que sim e em seguida
ele irá te perguntar “Posso enviar a folha de pagamento para o
cliente?”, nesse momento você irá informar que não, pois você
ainda precisa fazer a revisão para atestar que todas as informa-
ções presentes na folha estão corretas.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Afinal, o real trabalho do profissional de contabilidade é fornecer


informações uteis para tomada de decisão, é para isso que serve
a contabilidade. Não é necessário que fiquemos agarrados com
o processo de escrituração de uma nota fiscal, do lançamento
de uma incidência da folha de pagamento no sistema. Isso deve
realmente ser aprimorado e deixado para que a tecnologia rea-
lize e assim possamos focar nosso esforço intelectual na análi-
se dessas informações. Assim sendo possível fazer com que tua
rotina de trabalho seja menos operacional, consequentemente,
deixando de ser cansativa.

Por fim gostaria de finalizar dizendo que nossa profissão não


existe para exercer funções operacionais, isso temos que deixar
para as máquinas. Nós, temos um papel fundamental para a ges-
tão e condução de qualquer negócio. Ou seja, com o advento da
IA para uma automação inteligente de rotina, nós teremos liber-
dade para gastar tempo com aquilo que gera, verdadeiramente,
valor para empresa que necessitam dos serviços contábeis.

35
Capítulo 2

SISTEMA PÚBLICO
DE ESCRITURAÇÃO
DIGITAL
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

2.1 Contextualização

Antes do avanço tecnológico as escriturações dos livros de na-


tureza fiscal e contábil eram feitos manualmente. Comparando
com os dias atuais podemos considerar esse modelo de escritu-
ração como anacrônico e obsoleto. Pois, no contexto atual tudo
é feito de maneira digital.

Mas a digitalização só veio acontecer de maneira completa


após o surgimento do Sistema Público de Escrituração Digi-
tal (SPED). Ou seja, após o surgimento desse sistema, todas as
empresas, sendo elas grandes ou pequenas, tiveram que passar
por um processo de adaptação ao SPED e com isso tiveram que
formalizar esse procedimento, implicando utilizar métodos de
sistemas de gestão como medida proativa.

Em um cenário onde fatores como tempo e prevenção são pri-


mordiais para o atingimento de metas das empresas, o uso do
SPED gera uma celeridade na produtividade, segurança na apli-
cação de seus subprojetos, promove fortalecimento do controle
da fiscalização, bem como do combate à sonegação fiscal.

Apresentação

Costumo dizer em palestras e treinamentos que o SPED pode


ser simplesmente entendido, como um sistema que recebe vá-
rios tipos de informações das empresas. Sendo assim, os docu-
mentos fiscais eletrônicos têm papel fundamental no contexto
do sistema tendo em vista que as informações que nascem dos
documentos fiscais eletrônicos transitam pelas escriturações
fiscais e desaguam na contabilidade. O SPED nada mais é que
um sistema que une atividades de recepção e armazenamento
de dados de notas fiscais eletrônicas, validando livros e docu-

38
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

mentos que integram a escrituração comercial e fiscal das orga-


nizações. O fisco definiu previamente o formato que gostaria de
receber cada tipo de informação, seja das operações comerciais
acobertadas por notas fiscais eletrônicas ou até mesmo dados
complexos de natureza contábil.

Criado pelo decreto n° 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o SPED


faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Gover-
no Federal (PAC 2007-2010) tendo como objetivo melhorar a re-
lação entre fisco e contribuinte através da informatização. Por
ser uma ferramenta do Governo, a monitoria do sistema é feita
pela Receita Federal. O processo de modernização do sistema é
compreendido juntamente com o cumprimento das obrigações
acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações
tributárias e aos órgãos fiscalizadores, por isso, adota a certifica-
ção digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos
assim assegurando a validade jurídica destes. Por ser uma ini-
ciativa integrada das administrações tributárias nos âmbitos fe-
deral, estadual e municipal o SPED mantém uma parceria bem
sucedida com vinte instituições, entre órgãos públicos, conse-
lho de classe, associações e entidades civis na sua estruturação
tendo iniciado com os seguintes projetos Escrituração Contábil
Digital, Escrituração Fiscal Digital e a NF-e-Ambiente Nacional.

Nesse sentido, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) trata-se de uma


obrigação acessória que carrega uma série de informações a
respeito da obrigação principal. Por exemplo, é preenchido na
NF-e, em cada item, qual o CST e a tributação do PIS, COFINS,
ICMS e IPI. Além da NF-e carregar uma série de informações de
natureza gerencial da empresa tais como: descrição do produto,
código interno utilizado pela empresa, NCM, unidade de medi-
da, e todas essas informações vão compor a escrituração fiscal.
É valido ressaltar que a nota fiscal surgiu em 2005 e trouxe uma
grande revolução como modelo operacional das organizações.
Evoluiu de um contexto de papel, onde as eram produzidas ma-

39
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

nualmente, passou para um contexto onde eram impressas em


formulários contínuos e mais atualmente aderindo a um mo-
delo digital que também traz impacto nas rotinas operacionais
das empresas.

É sabido que existem vários segmentos explorados nas ativida-


des econômica do nosso país. Onde empresas recebem diversos
tipos de informações, e consequentemente, existe uma utiliza-
ção de diversos softwares para fazer o controle da gestão dessas
empresas, assim tornando essas informações diferentes.

Para poder utilizar essas informações de forma correta no ge-


renciamento de políticas públicas e fiscalizações, o Fisco desen-
volveu um grande sistema (SPED) dividido em subprojetos que
atuam como braço desse sistema maior dividindo por tipos es-
ses conjuntos de informações.

Seguindo um mesmo raciocínio foi criado um layout detalhado,


intitulado como SPED Fiscal ou EFD ICMS-IPI onde os contri-
buintes irão enviar, em meio digital, informações a respeitos
desses tributos. A ferramenta faz a apresentação de todas as in-
formações de interesse do fisco.

Pode-se observar também a EFD Contribuições, que foi desen-


volvido para que os contribuintes possam enviar informações
relacionadas ao PIS, COFINS e a contribuição previdenciária
sobre receita bruta (CPRB).

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O SPED Contábil, onde os contribuintes enviam suas informa-


ções da contabilidade, em tese, sem interferências da legisla-
ção fiscal.

O SPED ECF que tem como finalidade receber informações da


apuração do IRPJ (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Ou seja, o SPED é um projeto que possui diversos subprojetos


para lhe auxiliar no recebimento das informações fornecidas
pelas empresas. Porém o mesmo não tem a intenção de mu-
dar a forma como a obrigação principal é apurada e paga. Mas
sim, tem o objetivo de dar mais agilidade, conforto e eficiência
na prestação de informações no cumprimento das obrigações/
acessórias, facilitando a vida do contribuinte e melhorando a re-
lação com o fisco.

É necessário ter uma mentalidade aberta e entender que o proje-


to se trata de um novo modelo de apresentação de informações
com um alto nível de detalhamento, que proporciona um conhe-
cimento muito maior que o modelo antigo no que diz respeito às
operações praticadas pelos contribuintes e assim desmistificar
paradigmas e objeções, que existem por parte dos profissionais
que atuam com o SPED.

Histórico

Em junho de 2004 com o intuito de tratar acerca da Emenda


Constitucional n°42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, onde
ela introduziu o inciso XXII ao artigo 37 da Constituição Fede-
ral onde determina às Administrações Tributárias da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios atuarem de forma
integrada, compartilhando cadastros e informações fiscais. Foi
promovido, em Salvador o I Encontro Nacional de Administra-

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

dores Tributários (ENAT) onde estavam presentes o secretário


da Receita Federal, os secretários de Fazenda dos estados e do
Distrito Federal e o representante das secretarias de Finanças
dos municípios das capitais.

Esse encontro teve como objetivo buscar de maneira conjunta


com as três esferas governamentais, soluções, para obter maior
integração administrativa entre estas; melhoria da fiscaliza-
ção com ações coordenadas e integradas; fazer a diminuição
de custos e da carga de trabalho operacional no atendimento,
entre outros. Em face disso foram aprovados, dois protocolos
de Cooperação Técnica, onde sua finalidade era a construção
de um cadastro sincronizado que atendesse aos interesses das
Administrações Tributárias da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios, e outro, voltado para o desenvolvi-
mento de métodos e instrumentos para as referidas entidades
públicas. Em 2005 houve o II ENAT com a finalidade de efetivar
o intercâmbio após a assinatura dos Protocolos de Cooperação
nos 2 e 3 para fazer a implantação do Sistema Público de Escri-
turação Digital e a Nota Fiscal Eletrônica.

Dentre as medidas anunciadas pelo Governo Federal, em 22 de


janeiro de 2007, para o Programa de Aceleração do Crescimento
2007-2010 (PAC) que tem como objetivo promover a aceleração
do crescimento econômico no país, o aumento de emprego e a
melhoria das condições de vida da população brasileira consta a
implantação do SPED e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) no prazo
de dois anos, no item referente ao Aperfeiçoamento do Sistema
Tributário. Dentro do âmbito da Receita Federal, o SPED faz
parte do Projeto de Modernização da Administração Tributária
e Aduaneira (PMATA) que reside na implantação de novos pro-
cessos apoiados por sistemas de informação integrados, tecno-
logia da informação e infraestrutura logística adequada.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Benefícios

São muitos os ganhos na adequação do projeto SPED, pois o


mesmo oferece diversos benefícios. O sistema possibilita o au-
mento da produtividade do auditor através da melhoria da qua-
lidade de informação visto que há possibilidade de cruzamento
entre os dados contábeis e os fiscais. Agora há a possibilidade,
para os contribuintes, de uma troca de informações partindo
de um leiaute padrão.

Um dos vários benefícios é a redução do tempo exigido para a


execução das operações. Tendo em vista que antes seriam ne-
cessário horas e horas de trabalho manual e consequentemen-
te, de um ponto de vista ecológico, acabando com o uso dema-
siado de papel que também culmina na diminuição do risco de
perda de dados importantes através de desastres como enchen-
tes, incêndios, e etc.

Outro ponto a ser levado em consideração foi a não mais ne-


cessidade de visitas de auditores fiscais dentro das instalações
das empresas, assim evitando também o envolvimento invo-
luntário em práticas fraudulentas. Tendo em vista que devido
a informatização do processo, agora é possível o acesso às in-
formações de forma rápida e prática pois há uma uniformida-
de independente da unidade da federação, assim gerando um
controle mais robusto e eficiente aprimorando o combate à so-
negação fiscal.

Outro ponto positivo para se destacar é também a profissionali-


zação de atividades que no passado eram apenas operacionais,
que hoje ganham um de modernidade e de extrema importân-
cia para uma gestão tributária eficaz nas organizações.

Hoje, as informações que são transmitidas ao fisco ocorrem de


maneira automática, assim impedindo que os empresários, que
na sua maioria são os principais geradores de informação para

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

os SPED-s, comentam algum ato de interferência tributária,


pois quando trabalhavam num modelo mais antigo quando
esse tipo de coisa acontecia, o contador contratado após iden-
tificar teria que fazer a correção do equívoco no momento em
que iria fazer a escrituração fiscal. Nesse contexto é necessária
agora a preocupação tanto com as atividades empresariais e
o sucesso do seu negócio, como também se preocupar em fa-
zer um gerenciamento eficaz dos aspectos tributários. Pres-
supondo que nesse último, seja necessário um conhecimento
conjunto da legislação das obrigações tributárias de natureza
principal e acessória.

Legislação

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) instituído


pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Um fato inte-
ressante que gosto de observar é que, apesar do decreto que ins-
titui no ambiente jurídico brasileiro o projeto SPED ser do ano
de 2007 o primeiro subprojeto desse grande sistema nasceu em
2005, a NF-e, por meio do ajuste SINIEF 07 daquele ano, fato
que iremos estudar em capítulos mais a frente.

A legislação do nosso país é vista muitas vezes como com-


plexas e em alguns casos torna-se um grande obstáculo para
empresários.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Para demonstrar esse assunto, costumo utilizar em sala de aula,


um exemplo em torno da Lei nº 10.925 de 2004. Ela determina
em seu 1º Art., que ficam reduzidas à zero as alíquotas de PIS e
COFINS referente ao leite fluido pasteurizado, industrializado
ou ultra de forma ultrapasteurizado.

Posterior a esse raciocínio surge o seguinte questionamento


“esse benefício consegue alcançar o leite de cabra?” Parece até
uma pergunta óbvia já que se trata do mesmo material, o leite.
No entanto, a reflexão faz-se necessário compreender o posicio-
namento da Receita Federal.

Numa solução de consulta do ano de 2013, nº 114/13 / 8ª Região


Fiscal, a Receita Federal fez referência ao Decreto nº 30.691/52,
que cita em seu Art. 475, revogado pelo Decreto n° 9.013/2017 em
seu Art. 245, que entende por leite o produto oriundo da orde-
nha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas
sadias, bem alimentadas e descansadas. Trazendo para uma
linguagem mais simplificada, para o decreto, na visão do fisco,
somente é considerado leite de vacas sadias e bem alimentadas.

Então, como mensurar isso na prática? Como saber se a vaca


foi bem alimentada ou se estava bem descansada, no intuito
de definir se o produto será tributado ou terá o benefício da
alíquota zero?

O entendimento da Receita Federal ficou expresso na resposta


da solução de Consulta nº 114/2013, mencionada anteriormente.
O mesmo diz que “a redução a zero das alíquotas da Contribui-
ção para o PIS/PASEP (...) na redação que lhe foi dada pela Lei nº
11.488/07, no que tange ao leite é aplicável às receitas de venda
apenas do leite derivado de vaca, conforme se depreende do Art.
475 de Decreto nº 30.691/52”.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Assim ficando subentendida uma discussão pertinente. Onde


a obrigação tributária principal, que é pagar o PIS e COFINS,
passa pelo entendimento correto de como se deve proceder no
momento desses cálculos. Na prática, a tributação é baseada na
classificação da Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM).
Ou seja, seria necessário ter que classificar o NCM do leite da
vaca de uma forma e do leite de cabra de outra. No entanto, no
caso de utilização da mesma classificação de NCM, os produtos
têm momentos distintos, onde em um ele passa a ser tributado
para fins de PIS/COFINS, e no outro, de alíquota zero.

O ICMS é um dos principais meios de arrecadação do nosso


País e com base na legislação que trata dos documentos fiscais,
ressalta-se o Convênio S/N de 1970, onde determina que contri-
buintes do ICMS emitam, conforme a realização das operações,
os seguintes documentos: Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A; Nota Fis-
cal de Venda a Consumidor, modelo 2; Cupom Fiscal, emitido
por ECF (Equipamento Emissor de Cupom Fiscal); Nota Fiscal
de Produtor, modelo 4. Dessa maneira torna-se imprescindível
entender sobre as obrigações principais do cálculo do ICMS.

Para exercer de maneira correta o SPED é necessário entender


sobre a legislação estadual, seus cronogramas, prazos, regras e
tudo que se diz respeito à implantação e execução de projetos.
Como também é de extrema importância a consulta aos regula-
mentos, pois ela permite a verificação da instituição dos docu-
mentos fiscais eletrônicos, que acontecem por meio dos ajustes,
protocolos ou até mesmo convênios.

Objetivos

O principal objetivo do SPED é dar rastreabilidade às operações


realizadas pelos contribuintes, permitindo que de um processo
de fiscalização seja possível fazer a identificação de ilícitos tri-
butários de maneira mais rápida. Tendo em vista a melhoria do

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

controle dos processos. É importante ressaltar aqui que não é


objetivo do SPED acabar com a sonegação, caso fosse esse seu
objetivo o projeto poderia ser considerado um total fracasso.

Outro objetivo do sistema é uniformizar e racionalizar as obri-


gações acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento
de uma transmissão única de distintas obrigações acessórias de
diferentes órgãos fiscalizadores.

Premissa

É possível destacar dentro das suas premissas a redução de cus-


tos para o contribuinte, a eliminação da concorrência desleal
assim aumentando a competitividade entre as empresas; pro-
porcionar melhor ambiente de negócios para as empresas no
país e a manutenção da responsabilidade legal pela guarda dos
arquivos eletrônicos da Escrituração Digital pelo contribuinte e
por extensão reduzir os custos para este e disponibilizar aplica-
tivos para emissão e transmissão da Escrituração Digital e da
NF-e para uso opcional.

Ainda é possível acrescentar que o documento oficial é o docu-


mento eletrônico com validade jurídica para todos os fins. Pre-
tende utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil, criar na
legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração Di-
gital e da Nota Fiscal Eletrônica.

Universo de atuação

A facilidade de acesso à escrituração, mesmo ainda não sendo


possível em tempo real, resulta na melhoria de procedimento,
pois ela possibilita a ampliação da seleção de contribuintes e
quando necessário à realização de auditorias, reduz de uma ma-
neira considerável o tempo utilizado para a operação.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Após um cruzamento de dados do SPED é possível destacar os


principais erros encontrados no sistema, são eles:

Utilização de alíquotas incorretas de tributos.

Aproveitamento indevido de benefícios fiscais e/ou paga-


mento maior.

Falhas em parâmetros de software que geram divergên-


cias entre obrigações acessórias.

Operações com contribuintes inativos ou inidôneos.

Ausência e omissões de informações.

No que se trata da atuação do SPED o sistema irá receber infor-


mações dos diversos subprojetos que fazem a segmentação des-
tas, sendo de natureza fiscal ou contábil. É possível destacar que

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

as principais dificuldades do projeto são de ordem tecnológica,


processuais (de processos), gestão da informação e, algumas ve-
zes, de capital humano.

Para evitar os riscos fiscais nas operações referentes ao SPED é


necessário que haja a conciliação do conhecimento da legislação
tributária principal com o conhecimento da legislação acessó-
ria. Assim é possível evitar que se cometam esses erros comuns,
principalmente o de omissão de informações.

49
Capítulo 3

DOCUMENTOS
FISCAIS
ELETRÔNICOS
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

3.1 Preâmbulo

Os maiores impactos do projeto SPED para a sociedade são,


sem sombra de dúvidas, os documentos fiscais eletrônicos,
visto que o número de empresas atingidas pela substituição
de notas fiscais em papel pelos seus equivalentes digitais em
todo país foi enorme. Hoje os documentos fiscais eletrônicos
são uma realidade em todas as organizações.

No que tange aos módulos de documentos fiscais eletrônicos


do SPED, todos os anos são quebrados recordes de utilização
destes modelos. A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – um dos gran-
des projetos do SPED – conta atualmente com mais de 21 bi-
lhões de documentos autorizados e mais de 1 milhão de emis-
sores. O projeto é desenvolvido, de maneira integrada, pelas
secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Brasil,
a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, que atribui
ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores
Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação e a responsabi-
lidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto NF-e.

A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), documento


digital para o varejo, tornou-se realidade em quase todos os es-
tados da Federação com imenso potencial de simplificação das
relações de consumo.

O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) também é


um projeto desenvolvido, de forma integrada, pelas secretarias
de Fazenda dos estados e Receita Federal do Brasil. O número
de documentos autorizados já alcançou a casa de 2 bilhões e
um total de 77,1 mil.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

3.2. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um documento, que tem


como principal objetivo documentar uma operação de circu-
lação de mercadorias (geralmente entre pessoas jurídicas) e é
emitido e armazenado eletronicamente, existente apenas no
meio digital em formato XML. Sua validade jurídica é garan-
tida através da assinatura digital do remetente, utilizando um
certificado digital. A recepção pelo fisco em relação ao arquivo
eletrônico, antes da ocorrência do fato gerador, garantirá a au-
torização do almejado documento fiscal.

Após a assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27 de agosto


de 2005, a Receita Federal, junto com as secretarias de Fazen-
da dos Estados do Brasil, desenvolveram o projeto Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e). Com a finalidade de facilitar e melhorar o
compartilhamento de informações entre os fiscos, reduzir
custos e entraves burocráticos assim facilitando o cumpri-
mento das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e
contribuições e também aumentando o controle e fiscalização.
Como falado anteriormente, a chegada da nota fiscal eletrô-
nica veio revolucionando o modelo operacional das organiza-
ções, saindo de um contexto de papel para um modelo inteira-
mente digital.

Alguns dos benefícios e vantagens que o projeto possibilitou


para toda as partes envolvidas foi:

Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;

Redução de custos no processo de controle das notas fiscais


capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito;

53
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;

Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando


um melhor intercâmbio e compartilhamento de informa-
ções entre os fiscos;

Possibilidade do cruzamento eletrônico de informações;


Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e
fiscal da Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas
Estaduais;

Fortalecimento da integração entre os fiscos, facilitando


a fiscalização realizada pelas Administrações Tributárias
devido ao compartilhamento das informações das NF-e;

Aumento da produtividade da auditoria através da elimi-


nação dos passos para coleta dos arquivos;

Rapidez no acesso às informações;

Eliminação do papel.

Para a emissão de uma nota fiscal eletrônica, é necessário rea-


lizar alguns procedimentos tais como:

Possuir certificado digital credenciado ao ICP-Brasil (in-


fraestrutura de chaves públicas);

Solicitar credenciamento junta à Secretaria de Fazenda


do seu estado;

Preparar um sistema de faturamento;

54
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Testar por diversas vezes, em ambiente de homologação,


todas as situações comerciais da operação que se irá pra-
ticar, antes de ir para o ambiente de produção;

Emitir em ambiente de produção.

A NF-e em regra é utilizada para acobertar operações comer-


ciais entre pessoas jurídicas. No entanto a nota passa a ser um
documento hábil mesmo para pessoa física, um exemplo disso
é quando ocorre uma operação interestadual. Caso o contri-
buinte venda para outro estado, nessa hipótese, a NF-e modelo
55 passar a ser o documento hábil.

Nesse contexto é importante lembrar que o arquivo da própria


NF-e é o arquivo XML, é o leiaute existente na nota e precisa
necessariamente ser arquivado no intuito de haver um geren-
ciamento eletrônico dos documentos gerados.

O DANFE é um documento auxiliar da NF-e, que carrega in-


formações semelhantes a da NF-e, porém não a substitui. Para
ele existem outras finalidades, dentre elas, a de acompanhar
o trânsito da mercadoria e facilitar o processo de escrituração
dos documentos fiscais.

55
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Ou seja, de nada vai adianta arquivar o DANFE, que é um do-


cumento auxiliar, e não ter o arquivo XML.

É importante ressaltar que apenas informações como NCM,


endereço, descrição de um produto ou informação comple-
mentar poderá ser corrigido por meio da utilização da carta de
correção, porém não será possível fazer a alteração de valores
de tributos, data de emissão e saída da mercadoria, ou infor-
mações do destinatário do emitente.

3.3 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e)

Conhecido pelo modelo 57, o Conhecimento de Transporte


Eletrônico (CT-e) trata-se de um novo modelo de documento
fiscal eletrônico que foi instituído pelo Ajuste SINIEF 09/07, de
25 de outubro de 2007, que poderá ser utilizado para substituir
um dos seguintes documentos fiscais:

Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;

Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;

Conhecimento Aéreo, modelo 10;

Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;

Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Car-


gas, modelo 27;

Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando


utilizada em transporte de cargas.

E como documento fiscal eletrônico no transporte dutoviá-

56
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

rio e, atualmente, nos transportes Multimodais, modelo 26.

O objetivo do CT-e é fazer a documentação de serviços de


transportes. A sua validade jurídica é garantida através da as-
sinatura digital do emitente e a autorização de uso fornecida
pela administração tributária do domicílio do contribuinte.
Podemos conceituar o CT-e como um documento de existên-
cia exclusivamente digital, em formato XML e é emitido e ar-
mazenado eletronicamente. O CT-e é o que melhor cumpre a
premissa da substituição dos modelos em papel e fazer a elimi-
nação da redundância das obrigações acessórias.

Para fazer uma melhor explicação sobre o CT-e, é possível elencar


suas principais vantagens em relação a três vertentes, dentre elas:

1) Economia:
Custo de impressão dos documentos fiscais.
Aquisição de papel.
Simplificação de obrigações acessórias.
Armazenamento de documentos – GED.

2) Agilidade:
Redução do tempo de parada de caminhões em postos
fiscais.
Incentivo ao B2B, diante da utilização de padrões
abertos de comunicação.

3) Fisco:
Aumento da confiabilidade e controle fiscal.
Diminuição de sonegação e aumento da arrecadação.

Os procedimentos para emissão do CT-e são:

Solicitar credenciamento na SEFAZ.

57
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Possuir certificação digital (modelo A1 ou A3).

Ter acesso à internet.

Adaptar seus sistemas de faturamento ou usar.

Testar seus sistemas em ambiente de homologação.

Assim como a NF-e, o CT-e também tem o seu documento au-


xiliar que é o DACTE (Documento Auxiliar do Conhecimento
de Transporte Eletrônico). Ele é um documento que tem como
função: conter a chave numérica de 44 posições (a mesma que
também é encontrada nos demais documentos fiscais eletrô-
nicos), acompanhar a mercadoria em trânsito, além de auxiliar
no processo de escrituração.

O sistema possui características tais como: a possibilidade de


ser impresso em qualquer tipo de papel (exceto papel de jornal)
e deve ser impresso sempre antes da circulação da mercadoria.
É muito importante que esse documento permita a legibilida-
de do conteúdo presente.

São três as formas de contingências do CT-e que também


se aplicam à NF-e modelo 55 e são elas: FS-DA - Formulário

58
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de Segurança Documento Auxiliar; EPEC - Evento prévio de


emissão em contingência; SVC - SEFAZ Virtual Contingência
(método mais convencional).

Uma dúvida bastante pertinente entre os contribuintes é se


existe a possibilidade de fazer a alteração do CT-e. Caso o do-
cumento já tenha seu uso autorizado pela SEFAZ, um CT-e não
poderá sofrer nenhuma alteração, pois qualquer modificação
no seu conteúdo invalida a sua assinatura digital. O que o emi-
tente poderá fazer é, antes de iniciada a prestação de serviço de
transporte, efetuar o cancelamento do atual CT-e fazendo isso
por meio da geração de um arquivo XML que existe especifica-
mente para isso. E da mesma maneira que é necessária a autori-
zação da SEFAZ para emissão de um CT-e também é necessária
a autorização da mesma para o seu cancelamento e o leiaute do
arquivo de solicitação de cancelamento poderá ser consultado
também no Manual de Integração do Contribuinte.

Para fecharmos o tópico sobre CT-e, é válido destacar que pra-


zo para o cancelamento do Conhecimento de Transporte Ele-
trônico é de sete dias.

3.4 Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e)

O MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) tam-


bém é um documento digital, logo sua emissão e armazena-
gem são feitas eletronicamente. Eles servem para vincular os
documentos fiscais transportados na unidade de carga utiliza-
da, cujo sua validade jurídica é garantida através da assinatura
digital do emitente e por uma autorização de uso pelo Ambien-
te Autorizador. O MDF-e é instituído pela legislação aprova-
da de Ajuste SINIEF 21/2010. Entretanto é possível também
consultar o Convênio ICMS 92/2012, o Ato COTEPE 38/2012
(layout), além dos ajustes SINIEF 24/2010 e 24/2014.

59
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O seu objetivo é a utilização de um modelo nacional de docu-


mento eletrônico que substitui o convencional, e em papel, ma-
nifesto de carga. Esse documento foi desenvolvido de maneira
integrada pela Receita Federal do Brasil, Superintendência da
Zona Franca de Manaus e representantes as transportadoras
e Agências Reguladoras do segmento de transporte. O MDF-e
veio para substituir o antigo modelo 25 de cargas. Nesse mani-
festo de carga eram especificadas as notas fiscais que estavam
sendo transportadas em uma unidade de cargas. Em seu atual
equivalente eletrônico, observa-se a substituição do papel pelo
modelo digital.

A emissão do sistema deverá ser feita pelos contribuintes emi-


tentes de CT-e, no transporte de cargas fracionadas, assim
entendida a que corresponda a mais de um conhecimento de
transporte ou pelos contribuintes emitentes de NF-e no trans-
porte de bens ou mercadorias acobertadas por mais de uma
NF-e, realizado em veículos próprios ou arrendados, ou me-
diante contratação de transportador autônomo de cargas.

Podemos destacar dentre a finalidade do MDF-e:

1. Permitir o rastreamento da circulação física da carga;


2. Identificar o responsável pelo transporte a cada trecho
do percurso;
3. Consolidar as informações da carga acobertadas por
vários CT-e ou NF-e;
4. Agilizar o registro em lote de documentos fiscais em
trânsito;
5. Registrar as alterações/substituições das unidades de
transporte ou de carga e seus condutores;
6. Registrar o momento do início e do fim da operação.

60
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Todos os estados da Federação aprovaram o documento pelo


Ajuste SINIEF 21/2010. Tendo sua validade jurídica garantida
pela assinatura digital do emitente e sua autorização concedi-
da pela administração tributária o MDF-e é reconhecido como
hábil para declarar a carga transportada em qualquer dos mo-
dais de transporte por todo território nacional.

Quem deve emitir o MDF-e:

1. Contribuinte emitente de CT-e, no transporte de carga


fracionada (mais de um CT-E)
2. Contribuinte emitente de NF-e, no transporte de bens
em veículos próprios acobertados por mais de uma NF-e.

OBS: Sugere-se pesquisa à legislação do estado onde será


feito o MDF-e.

Quando o destinatário for responsável pelo transporte vale


ressaltar que a obrigação de emissão do manifesto é sua. Por
exemplo, se você vendeu uma mercadoria e você levará a mes-
ma até o destinatário, a responsabilidade pela emissão do ma-
nifesto é sua. Mas caso você venda uma mercadoria, porém o
próprio destinatário é o responsável pelo transporte da mes-
ma, a responsabilidade pela emissão do manifesto passa a ser
do destinatário. Resumindo, a responsabilidade é de quem vai
fazer o transporte da mercadoria.

No que diz respeito ao encerramento do manifesto, o mes-


mo deve ser informado ao fisco o fim da vigência (término do
trajeto ou alteração nas informações), devendo ser registrado
sempre no fim do percurso. Diante disso, não será autorizado
outro manifesto para o mesmo veículo caso não haja o encerra-
mento anterior. Se houver pendência, fica inviável emitir novo

61
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

manifesto para a unidade transportadora de cargas.

Já o que diz respeito ao cancelamento do manifesto é que, para


autorizados e sem ocorrência do fato gerador, o mesmo pode-
rá ser feito no prazo de 24h, utilizando o uso de web service de
eventos.

Como um protocolo fiscal, o MDF-e não irá constar na escritu-


ração fiscal visto que o mesmo possui campos e registros para
ser preenchido.

De acordo com a legislação Ajuste SINIEF 21/2010, emitentes


de CT-e ou de NF-e estão automaticamente credenciados a
não emissão do manifesto, que poderá ocasionar a aplicação
de multas. No Ceará esse tipo de multa é de 200 UFIR, por do-
cumento não emitido, ou seja, R$ 667,80. O mesmo deverá ser
emitido por unidade federada de descarregamento. Na práti-
ca, em um envio a uma unidade de transportes de cargas que
precisa descarregar mercadorias em três estados, logo deverão
ser feitos três manifestos de carga.

Para finalizar o tópico vale ressaltar as legislações básicas do


MDF-e que são:

Ajuste SINIEF 24/2013 - 06/12/2013: Altera o Ajuste SINIEF


21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos

62
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Fiscais - MDF-e.

Ajuste SINIEF 14/2014 - 02/09/2014: Altera o Ajuste SI-


NIEF 21/10 que institui o Manifesto Eletrônico de Docu-
mentos Fiscais - MDF-e.

Ajuste SINIEF 09/2015 - 14/10/2015: Altera o Ajuste SINIEF


21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos
Fiscais - MDF-e.

Ato COTEPE 38/2012 - 10/09/2019: Dispõe sobre as espe-


cificações técnicas do Manifesto Eletrônico de Documen-
tos Fiscais - MDF-e, do Documento Auxiliar do MDF-e –
DAMDFE, dos Pedidos de Concessão de Uso e Registro de
Eventos, via WebServices, conforme disposto no Ajuste
SINIEF 21/10

Convênio ICMS 92/2012 - 04/10/2012: Dispõe sobre a dis-


ponibilização dos serviços do sistema SEFAZ AUTORI-
ZADORA, destinado ao processamento da autorização de
Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais - MDF-e.

3.5 Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e)

A NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) se apresen-


ta como uma alternativa, totalmente eletrônica, para os atuais
documentos fiscais em papel utilizados no varejo (cupom fiscal
emitido por ECF e nota fiscal de venda ao consumidor, modelo
2). Assim reduzindo custos de obrigações acessórias aos contri-
buintes, ao mesmo tempo em que possibilita o aprimoramento
do controle fiscal pelas administrações tributárias. Com a NFC-
-e, também o consumidor é beneficiado, ao possibilitar a confe-
rência da validade e autenticidade do documento fiscal recebido
via internet.

63
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A NFC-e propõe ao estabelecimento um padrão nacional de do-


cumento fiscal eletrônico, que é baseado nos padrões técnicos
de sucesso como da NF-e modelo 55, entretanto é feito uma ade-
quação às particularidades do varejo e das operações do consu-
midor final.

A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica consiste em um docu-


mento de existência digital, pois, faz a emissão e armazenagem
de operações comerciais de venda presencial ou venda para en-
trega em domicílio a consumidor final (pessoa física ou jurídi-
ca) em operação interna e sem geração de crédito de ICMS ao
adquirente.

Dentre as principais vantagens do uso da NFC-e destacam-se:

Dispensa de homologação do software pelo Fisco;

Uso de Impressora não fiscal, térmica ou a laser;

Simplificação de obrigações acessórias (dispensa de im-


pressão de Redução Z e Leitura X, Mapa Resumo, Lacres,
Revalidação, Comunicação de ocorrências, Cessação, etc.);

Dispensa da figura do interventor técnico;

Uso de papel não certificado, com menor requisito de


tempo de guarda;

Transmissão em tempo real ou on-line da NFC-e;

Redução significativa dos gastos com papel;

Não há necessidade de autorização prévia do equipamen-


to a ser utilizado;

Uso de novas tecnologias de mobilidade;

64
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Flexibilidade de expansão de PDV;

Apelo ecológico;

Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais.

A NFC-e deve ser utilizada nas operações comerciais de venda


presencial ou venda para entrega em domicílio a não contribuin-
tes. Para as demais operações, o contribuinte deverá utilizar a
nota fiscal eletrônica modelo 55 (NF-e). Com a NFC-e, pode-se,
também, elencar benefícios de inovação. Como a possibilidade
de uso de novas tecnologias de mobilidade, além da possibili-
dade da integração de plataformas de vendas físicas e virtuais.

Resumidamente, existem dois modelos de documentos fiscais


eletrônicos possíveis para o consumidor final. Um é o Cupom
Fiscal Eletrônico, que tem sua implantação no país em uma es-
cala menor comparado ao outro modelo que é a Nota Fiscal de
Consumidor Eletrônico, esse trata-se do modelo mais completo
e utilizado no Brasil.

Dentre as diferenças mais operacionais entre os dois modelos,


o Cupom Fiscal Eletrônico possui equipamento de hardware,
enquanto a NFC-e, obtém um modelo operacional semelhante
com o da Nota Fiscal Eletrônica.

Contudo, é viável detalhar desafios do fisco em relação à NFC-


-e como um balizador no seu surgimento e implantação, dentre
eles se destacam:

Mínima interferência no ambiente de negócios do contribuinte;

Redução de custo Brasil;

Participação da iniciativa privada;

65
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Por meio dessa premissa e com a legislação aprovada, passou a


existir o:

Ajuste SINIEF nº 01 de 2013 – alterou o ajuste abaixo

Ajuste SINIEF nº 07 de 2005 – que instituiu a NF-e

Nota Técnica 05 de 2013 – alterou o Ajuste nº 07 e incluiu a NFC-e


(Modelo 65) de documento fiscal. A mesma Nota Técnica pre-
via que o Ambiente de Homologação da NFC-e seria até o dia
2/12/2013, e o Ambiente de Produção, até o dia 6/1/2014. Como
se sabe, os prazos não se concretizaram na maioria dos estados,
em virtude de que a própria nota técnica já trazia a possibilidade
de que esses fossem postergados na maioria dos estados.

Para fechar esse tópico, trago as legislações básicas para esse


modelo. Que são:

Ajuste SINIEF 07/05: Institui a Nota Fiscal de Consumidor


Eletrônica - NFC-e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal de
Consumidor Eletrônica - DANFE NFC-e.

Outros Ajustes SINIEF: Todos os ajustes SINIEF disponibili-


zados no Portal da NF-e.

66
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

3.6 Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e)

A NFS-e é um documento de existência digital, gerado e armazenado


eletronicamente, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada
para documentar as operações de prestação de serviços.

O projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) tem sido desen-


volvido pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação Brasileira
das Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF), atendendo o Pro-
tocolo de Cooperação ENAT nº 2, de 7 de dezembro de 2007, ao qual
se atribuiu a coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimen-
to e implantação do Projeto da NFS-e. Esse projeto visa o benefício
das administrações tributárias com a padronização e a melhora das
informações, redução de custos, bem como o aumento da competi-
tividade das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações
acessórias (redução do custo-Brasil), com a consequente dispensa da
emissão e guarda de documentos em papel.

Ainda é muito comum encontrar problemas na emissão de uma Nota


Fiscal de Serviço, uma vez que a ausência de um modelo padrão faz
com que existam centenas de tipos de documentos diferentes, com
regras e contingências específicas.

3.6.1 Recibo Provisório de Serviços (RPS)

Visando atender uma solução de contingência para o contribuinte foi


criado um documento, de posse e responsabilidade do contribuinte,
o RPS (Recibo Provisório de Serviço). Gerado manualmente ou por
alguma aplicação local, com numeração sequencial crescente e deve
ser convertido em NFS-e dentro do prazo estipulado pela legislação
tributária municipal.

67
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O RPS serve também para os contribuintes que não dispõem de in-


fraestrutura de conectividade com a secretaria em tempo integral.
Assim, podendo gerar os documentos e enviá-los, em lote1, para pro-
cessamento e geração das respectivas NFS-e. O contribuinte recebe
um número de protocolo de recebimento como comprovante de
envio de lote de RPS, o qual, por sua vez, é recebido pela secretária e
colocado em uma fila de processamento para ser executado em mo-
mento oportuno. Esse serviço de Recepção de Lote de RPS é definido
como Assíncrono2.

Cabe salientar que a numeração dos lotes de RPS3 é de responsabi-


lidade do contribuinte, devendo ser única e distinta para cada lote.

3.6.2 Geração de NFS-e

Na Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) deve aparecer a


identificação dos serviços em conformidade com os itens da
Lista de Serviços, anexa à Lei Complementar n°116, de 2003. Em
uma NFS-e podem ser descritos diferentes serviços desde que
relacionados a um único item da Lista, de mesma alíquota e para
o mesmo tomador de serviço. No caso da atividade de constru-
ção civil, as NFS-e deverão ser emitidas por obra, se a legislação
do município assim dispuser. A identificação do prestador de
serviços será feita pelo CNPJ, que pode ser conjugado com a Ins-
crição Municipal, embora não seja de uso obrigatório.

1 O envio de RPS à secretaria para geração da NFS-e é feito em lotes, ou seja, vários
RPS agrupados para gerar uma NFS-e para cada um deles. Para que os RPS façam parte de
um lote a ser enviado para a geração das NFS-e correspondentes, para isso, o contribuinte
deve ter uma aplicação instalada em seu computador.

2 Assíncrono é quando ocorre uma chamada a este com envio de determinadas


informações, no caso em questão, o lote de RPS, e o retorno ocorrem em outro momento.

3 Um RPS pode ser enviado com o status de cancelado gerando uma NFS-e can-
celada. Um RPS já convertido em NFS-e não pode ser reenviado. Caso haja necessidade de
cancelamento do documento, deve ser cancelada a respectiva NFS-e.

68
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O sistema assumirá automaticamente o mês/ano da emissão


do RPS ou da NFS-e, o que for inferior, podendo ainda o con-
tribuinte informar uma competência anterior. A base de cálcu-
lo da NFS-e é o Valor Total de Serviços, subtraído do Valor de
Deduções previstas em lei. É obrigatória para pessoa jurídica a
informação do CNPJ do tomador do serviço, exceto quando se
tratar de tomador do exterior.

O valor do ISS define-se com base na Natureza da Operação, a


Opção pelo Simples Nacional, o Regime Especial de Tributação
e o ISS retido e será sempre calculado, salvo quando: a nature-
za da operação for tributação no município; a exigibilidade for
suspensa por decisão judicial ou por procedimento adminis-
trativo e o Regime Especial de Tributação for Microempresa
Municipal; Estimativa ou Sociedade de profissionais.

A natureza da operação for tributação fora do município, nes-


se caso os campos Alíquota de Serviço e Valor do ISS ficarão
abertos para o prestador indicar os valores.

A natureza da operação for imune ou isenta, nesses casos o ISS


será calculado com alíquota zero.

O contribuinte for optante pelo Simples Nacional e não tiver o


ISS retido na fonte.

A alíquota do ISS é definida pela legislação municipal. Quando


a NFS-e é tributada fora do município de emissão, a alíquota
será informada pelo contribuinte.

A NFS-e não pode ser alterada. Uma vez gerada, só poderá ser
cancelada ou substituída, unicamente por iniciativa do contri-
buinte, e havendo isso deverá ser mantido o vínculo entre a
nota substituída e a nova.

69
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

3.7 Cupom Fiscal Eletrônico (CF-e)

As operações comerciais do varejo são documentadas de forma


eletrônica pelo Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons
Fiscais Eletrônicos (SAT-CF-e), em substituição aos equipamen-
tos ECF (Emissor de Cupom Fiscal). Para isso foi criado um
novo modelo de documento fiscal eletrônico, o Cupom Fiscal
Eletrônico – SAT (CF-e-SAT) um novo equipamento de baixo
custo, para gerar, autenticar com validade jurídica e transmitir,
via Internet, os CF-e-SAT emitidos pelos estabelecimentos co-
merciais. A ferramenta simplifica as obrigações acessórias dos
estabelecimentos varejistas. A página do SAT-CF-e está dispo-
nível no site da SEFAZ-SP, através do sítio eletrônico: https://
portal.fazenda.sp.gov.br/servicos/sat/Paginas/Sobre.aspx.

De existência apenas digital o CF-e-SAT, modelo 59, é um do-


cumento fiscal eletrônico, emitido, armazenado e transmitido
automaticamente pelo equipamento SAT, ele documenta opera-
ções de circulação de mercadorias no varejo. Sua validade jurí-
dica é garantida pela assinatura digital feita pelo equipamento
SAT por meio do seu Certificado Digital, como o CF-e-SAT só
existe na forma eletrônica, o consumidor receberá como com-
provante de sua aquisição o chamado Extrato do CF-e-SAT.

Dentre os principais benefícios para o contribuinte ao usar o


equipamento SAT estão a redução de custos e a simplificação de

70
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

obrigações acessórias. Além disso, o contribuinte conta com um


documento dotado de validade jurídica pela Medida Provisória
2.200-2/01, tendo garantia de autenticidade e integridade nos
documentos eletrônicos emitidos pelo equipamento SAT.

Ressalte-se que, o varejo pratica operações fiscais de vendas de


mercadorias para o consumidor final, geralmente não contri-
buinte do ICMS.

Esses documentos são destinados às pessoas físicas. Pois o CF-e


servirá para substituir o cupom fiscal emitido por equipamento
ECF ou a nota fiscal de venda consumidor, um pequeno bloco de
notas da série D.

O CF-e-SAT possui um sistema exclusivo e não possui impres-


sora integrada. Por ser um documento fiscal eletrônico ele não
possui mecanismo impressor. Porém para a emissão do Extrato
do CF-e SAT deve-se utilizar uma impressora comum (não fis-
cal), acionada pelo programa Aplicativo Comercial (AC). O equi-
pamento SAT gera e autentica por meio de Certificado Digital
próprio o CF-e-SAT e transmite a SEFAZ, via internet.

Imediatamente após a emissão do CF-e-SAT, o contribuinte de-


verá providenciar a impressão do seu extrato conforme leiaute
estabelecido em Ato COTEPE. O extrato do CF-e-SAT nada mais
é que uma simples cópia do documento eletrônico, que serve ba-
sicamente para controle das aquisições pelo consumidor. Nele
existe a chave de acesso que possibilita a consulta do respecti-
vo documento eletrônico no site da SEFAZ, bem como um QR
CODE que possibilitará a checagem da autenticidade do extrato
por meio de telefones celulares compatíveis com a tecnologia.

Alguns estados como Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia,


Ceará, Distrito Federal, Espirito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pa-

71
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

raná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Nor-


te, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo, Sergipe
e Tocantins já fazem a instituição do Cupom Fiscal Eletrônico
(CF-e-SAT) em substituição ao Cupom Fiscal emitido por equi-
pamento ECF.

É importante ressaltar a importância de sempre consultar a


Administração Tributária do seu Estado, pois a adoção do CF-
-e-SAT e do equipamento SET depende da legislação estadual
específica de cada um desses Estados autorizados.

Alguns pontos que são considerados benefícios do CF-e:

O custo operacional da loja é reduzido;

Não é preciso adquirir o ECF;

A emissão pode ser feita por celulares e tablets;

Não existe leitura X e Redução Z, o que permite abertura e fe-


chamento do caixa sempre que for necessário;

Mais espaço livre, pois o armazenamento é digital;

Redução da possibilidade de erros.

O SAT é um modelo fiscal eletrônico, de número 59, que deve ser


utilizado para acobertar operações do varejista com o consumi-
dor final não contribuinte. A partir do momento que o varejista
passa a usar o SAT no seu estabelecimento comercial, deverá
passar a emitir CF-e, e não terá mais a necessidade de fazer a
impressão de Leitura X e Redução Z.

72
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Para finalizar o tópico no que diz respeito ao extrato do Cupom


Fiscal Eletrônico ele é um documento auxiliar que deverá ser
impresso e entregue ao consumidor no momento de uma ven-
da, com o objetivo de fornecer informações básicas a respeito da
operação comercial. Ele deverá permitir também que seja feita
a consulta da veracidade das informações e da autenticidade do
referido cupom fiscal, utilizando a chave de acesso ou o QR Cor-
de Online que estão presentes no extrato.

73
Capítulo 4

ESCRITURAÇÃO
FISCAL DIGITAL (EFD)
ICMS/IPI
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

4.1 Saga da Escrituração Fiscal

Atualmente é possível apontar uma deficiência conceitual a res-


peito do que são escriturações fiscais. Na década de 70, a Escritu-
ração Fiscal nada mais era do que o registro das operações fiscais.

Nessa época, como não existiam notas eletrônicas as notas fiscais


eram emitidas a mãos. As empresas faziam os registros dessas
notas em livros pré-impressos que pediam dados como valor da
nota, data, valor da operação, a base de cálculo, alíquota do impos-
to e o valor dele. Assim no final do mês era comum ter acumulado
pilhas de papeis com essas informações em suas instalações.

Conforme é previsto no ajuste SINIEF S/N de 1970, que determi-


na que o contribuinte do ICMS deva manter, para cada um dos
seus estabelecimentos, os livros que compõem a escrituração
fiscal tais como: Registro de Entrada, Registro de Saída, Regis-
tro de Controle da Produção e do Estoque, Registro de Utiliza-
ção de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, Registro
de Inventário e Registro de Apuração do ICMS.

Com a chegada de computadores nas empresas, as escriturações


deixaram de ser manuais e passaram para um modelo informa-
tizado. Devido a isso começou a ser feito a utilização de sistemas
para fazer o procedimento de escrituração, assim substituindo o
registro manual de livros. No entanto em um momento prévio,
era necessário fazer a impressão de livros em papel para serem
entregue aos fiscais no momento de uma fiscalização.

Num momento posterior marcado pelo o advento do SPED as es-


criturações que antes eram manuais passaram a ser eletrônicas,
podendo assim dizer que, não mais existiria o modelo em papel.

No entanto, os tempos atuais apontam uma deficiência concei-

76
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

tual a respeito do que são escriturações fiscais. Pois nas escritu-


rações fiscais digitais são enviadas para o fisco inúmeras infor-
mações não fiscais (gerenciais) tais como, cadastro de clientes,
fornecedores, produtos, unidades de medida e etc. Houve uma
profunda evolução de declarações que eram extremamente sin-
téticas para escrituração que são profundamente analíticas.
Hoje, para uma empresa que envia SPED Fiscal, é incoerente
solicitar à mesma, por exemplo, livros em papel de entrada ou
saída ou apuração de ICMS. Em suma, hoje, essas informações
encontram-se contidas dentro do arquivo do SPED Fiscal.

4.2 Escrituração Fiscal Digital (EFD) ICMS/IPI

O SPED Fiscal está contido dentro do grande projeto SPED. As-


sim é possível afirmar que a EFD (Escrituração Fiscal Digital)
nada mais é que a substituição dos antigos modelos de escritu-
ração fiscal em papeis ou informatizados, passando agora a se
tratar de um modelo completamente digital. Nesse novo modelo
o contribuinte irá gerar arquivos eletrônicos ao invés de fazer a
impressão de livros.

O x dessa questão é que esse novo modelo digital oferece tam-


bém uma série de informações que são de teor não fiscal, e
quando o contribuinte não tem uma eficaz gestão desses dados
acaba inserindo informações incorretas, inexatas ou imprecisas
nos documentos fiscais eletrônicos. Com isso comprometem a
qualidade de sua escrituração fiscal.

A EFD, ou seja, SPED Fiscal tem como objetivo principal apre-


sentar informações relacionadas à apuração do ICMS e do IPI.
Cabe aqui ressaltar que o ICMS é um tributo de extrema impor-
tância para o país e representa grande percentual da parcela de
arrecadação dos estados. Para isso foram criadas técnicas para

77
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

garantir a arrecadação do tributo, tais como: o antecipado, o di-


ferencial de alíquotas, a substituição tributária. Assim o fisco ga-
rante que a obrigação principal será cumprida e o valor do tributo
será pago. Passando assim a ter um olhar mais rigoroso e preciso
em relação às obrigações acessórias, porque são as responsáveis
por denunciar se o contribuinte está ou não sonegando.

Costumo dizer que dentro do SPED Fiscal existe um termôme-


tro que indica a sonegação do ICMS. Esse indicador é o estoque!
Ora, se o ICMS é o imposto que incide sobre a circulação de mer-
cadorias significa que se aparece mercadorias no seu estoque do
nada, você comprou sem nota e se desaparece é porque vendeu
sem nota.

Diante desse cenário, existem alguns cuidados considerados ex-


tremamente necessários no gerenciamento de informações não
fiscais para evitar que o contribuinte seja acusado de omissões
de entrada ou de saída.

O SPED pode ser conceituado como um grande sistema que tem


a função de receber informações das empresas. Para cada tipo
de informação fiscal de interesse do fisco foi desenvolvido um
leiaute específico contendo o conjunto de dados e a forma que
eles devem ser apresentados.

78
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Foi disponibilizado um Guia Prático contendo dados referentes


à EFD ICMS/IPI e também esclarecendo aspectos da apresenta-
ção dos registros e conteúdo dos campos, estrutura e apresen-
tação do arquivo digital para entrega ao fisco, na forma do Ato
COTEPE/ICMS nº 9, de 18 de abril de 2008 e suas atualizações.
Isso tudo visando orientar os contribuintes.

Para conseguir uma orientação integral e contemplar todas as


orientações técnicas a respeito da elaboração do arquivo digital,
é necessário que seja feito uma busca no Manual de Orientação
anexo ao Ato COTEPE/ICMS nº 09/08, bem como na legislação
de cada uma das unidades federadas.

4.3 Legislação

O SPED foi criado pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de


2007, que busca promover a integração dos fiscos federais e es-
taduais, Distrito Federal e, futuramente, municipais e Órgãos
de Controle. A base do documento é mediante a padronização,
racionalização e compartilhamento das informações fiscais di-
gitais, bem como integrar todo o processo relativo à escritura-
ção fiscal, com a substituição do atual documentário em meio
físico (papel) por documento eletrônico com validade jurídica
para todos os fins.

O Convênio ICMS nº 143, de 15 de dezembro de 2006 e, pos-


teriormente, o Ajuste SINIEF 2, de 3 de abril de 2009, dispõe
acerca da instituição da EFD ICMS/IPI em arquivo digital, de
uso obrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Opera-
ções Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS) e/ou do Imposto sobre Produtos Indus-
trializados (IPI), que se constitui de um conjunto de registros

79
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de apuração de impostos, referentes às operações e prestações


praticadas pelo contribuinte, assim como de documentos fiscais
e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades fe-
deradas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Cabe ao contribuinte gerar e manter não só uma EFD ICMS/IPI


para cada estabelecimento com todas as informações referentes
aos períodos de apuração do(s) imposto(s), bem como todos os
documentos fiscais que deram origem à escrituração, na forma
e prazos estabelecidos para a guarda de documentos fiscais na
legislação tributária, observados os requisitos de autenticidade
e segurança nela previstos.

O Ato COTEPE/ICMS nº 57/18, de 23 de outubro de 2018, dispõe


sobre as especificações técnicas do leiaute do arquivo digital
da EFD ICMS/IPI, que contém informações fiscais, contábeis,
e outras informações que venham a repercutir na apuração,
pagamento ou cobrança de tributos de competência dos entes
conveniados. A partir de 1º de janeiro de 2019, os contribuintes
obrigados à EFD ICMS/IPI devem escriturá-la e transmiti-la via
internet. A obrigatoriedade encontra-se na legislação estadual.
Assim alterando o Ato COTEPE/ICMS nº 44/18, de 07 de agosto
de 2018, que por sua vez revogou o antigo ato que estava em vi-
gor, que seria o Ato COTEPE/ICMS n° 09, de 18 de abril de 2008.

O Protocolo ICMS 03, de 1º de abril de 2011, fixou o prazo má-


ximo de 1º de janeiro de 2014 para a obrigatoriedade da EFD
ICMS/IPI dos contribuintes ainda não obrigados, excetuando-
-se contribuintes do Simples Nacional, cujo prazo máximo para
obrigatoriedade foi estabelecido para 1º de janeiro de 2016 e po-
deria ser antecipado a critério de cada estado.

Assim, nos estados que obrigaram os contribuintes optantes


pelo Simples Nacional até o primeiro trimestre de 2014, estes
continuam obrigados a enviar a EFD ICMS/IPI. No entanto,

80
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

é comum que ainda hoje alguns estados disciplinem a obriga-


toriedade da EFD ICMS-IPI pelos contribuintes optantes pelo
Simples Nacional como é o caso, por exemplo, do Ceará que, por
meio da Instrução Normativa 54 de 2016 posteriormente altera-
da pela 14 de 2017, dispôs sobre a matéria em tela.

4.4 Perfil

São três os tipos de perfis que o SPED Fiscal trabalha. É neces-


sário fazer a consulta sobre a legislação vigente do estado onde
esta prestando a obrigação, para saber qual é o perfil das empre-
sas contribuintes do ICMS e do IPI, pois os perfis são sempre
definidos a critério das unidades federadas. De maneira simpli-
ficada, é possível considerar que os perfis são relativos ao nível
de detalhamento da informação que será preenchida do siste-
ma. Portanto, faz-se necessário consultar a legislação vigente do
estado onde se presta a obrigação, para saber qual é o perfil das
empresas contribuintes do ICMS e do IPI.

4.5 Apresentação do arquivo EFD ICMS/IPI

Para apresentação do arquivo EFD ICMS/IPI. O arquivo digital


deve ser submetido a um PVA (Programa Validador), fornecido
pelo próprio SPED por meio de download. Ele verifica a consis-
tência das informações prestadas no arquivo. Após passar pela
verificação, o arquivo digital é assinado por meio de certifica-
do digital, tipo A1 ou A3, emitido por autoridade certificadora
credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras
(ICP-Brasil) e transmitido.

É obrigação do contribuinte, prestar informação exata, pois a

81
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

omissão ou inexatidão de informações poderá acarretar pena-


lidades e a obrigatoriedade de reapresentação do arquivo inte-
gral, de acordo com as regras estabelecidas pela Administração
Tributária.

4.5.1 Periodicidade de informações

A periocidade dos arquivos da EFD ICMS/IPI é mensal e deve


apresentar as informações relativas a um mês civil ou fração.
Ainda que as apurações desses impostos sejam efetuadas em
períodos inferiores a um mês, segundo a legislação de cada um.
Desse modo a data inicial constante deve ser sempre o primeiro
dia do mês, se for início das atividades, ou de qualquer outro
evento que altere a forma e período de escrituração fiscal do es-
tabelecimento.

A data final constante do mesmo registro deve ser o último dia


do mesmo mês informado na data inicial, a data de encerra-
mento das atividades ou de qualquer outro fato determinante
para paralisação das atividades daquele estabelecimento. Os
prazos para a transmissão dos arquivos são definidos por legis-
lação estadual.

82
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

4.5.2 Assinatura com Certificado Digital

O certificado digital é um documento que serve para identifi-


car um estabelecimento ou pessoa, podendo ter sua autoridade
verificada junto certificadora que o emitiu. É de extrema neces-
sidade entender que a assinatura digital nada mais é do que o
processo de assinar um documento com esse certificado digital.
Assim garantirá a autenticidade do documento.

Com essa premissa poderão assinar a EFD ICMS/IPI, com certi-


ficados digitais do tipo A1 ou A3:

1. e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ (os oito


primeiros caracteres) do estabelecimento;
2. e-PF ou e-CPF do produtor rural ou do representante legal
da empresa no cadastro CNPJ;
3. No caso de sucessão, a EFD ICMS/IPI pode ser assinada com
certificado digital da sucessora se o CNPJ da sucedida estiver
extinto no cadastro CNPJ da RFB por um dos seguintes even-
tos: incorporação, fusão ou cisão total e se a EFD ICMS/IPI re-
ferir-se a período de apuração anterior ao da data da sucessão.
4. A pessoa jurídica ou a pessoa física com procuração eletrôni-
ca cadastrada no sítio eletrônico da RFB, por estabelecimento.
5. Inventariante com procuração eletrônica cadastrada no sí-
tio eletrônico da RFB. Cadastramento de Procuração Eletrôni-
ca, conforme o sítio eletrônico da RFB1.

1 http://receita.fazenda.gov.br, na aba Empresa, clicar em “Todos os serviços”, se-


lecionar “Procuração Eletrônica e Senha para pesquisa via Internet”, “procuração eletrônica”
e “continuar” ou opcionalmente https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/login.
asp. Login com certificado digital de pessoa jurídica ou pessoa física (produtor rural);sele-
cionar “Procuração eletrônica”; a) Selecionar “Cadastrar Procuração” ou outra opção, se for o
caso; b) Selecionar “Solicitação de procuração para a Receita Federal do Brasil”; c) Preencher
os dados do formulário apresentado e selecionar a opção “Assinatura da Escrituração Fiscal
Digital (EFD-ICMS/IPI) do Sistema Público de Escrituração Digital”, constante do quadro
“Destinados tanto a Pessoa Física quanto a Pessoa Jurídica”. d) Para finalizar, clicar em “Ca-
dastrar procuração” ou “Limpar” ou “Voltar”.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A partir da versão 2.3.0, o PVA passou a permitir a seleção múlti-


pla de arquivos para assinatura.

4.5.3 Prestação e Guarda de Informações

Para entrarmos nesse assunto é importante entender logo de


começo que a responsabilidade pela guarda da informação é
do contribuinte e não do contador. O contribuinte deve manter
guardada a escrituração fiscal transmitida, o recibo de trans-
missão e toda documentação que dá base à escrituração. Para
uma melhor compreensão desse assunto, sugere-se uma pes-
quisa no portal do SPED, através do Guia Prático da EFD ICMS/
IPI e do Programa Validador (PVA) do SPED Fiscal.

É necessário que o arquivo digital gerado pelo contribuinte siga


as especificações de leiaute que são definidas pelo Ato COTEPE
e deverá apresentar todas as informações econômico-fiscais e
contábeis referentes ao período compreendido entre o primeiro
e o último dia do mês civil, inclusive. Conforme consta no Ajus-
te SINIEF 02/09, fica dispensada a impressão dos livros fiscais.
Consideram-se as totalidades das informações:

Relativas às entradas e saídas de mercadorias e aos serviços


prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de merca-
dorias, produtos e serviços.

Relativas à quantidade, descrição e valores das mercadorias,


matérias-primas, produtos intermediários, materiais de emba-
lagem, produtos manufaturados e produtos em fabricação, em
posse ou pertencentes ao estabelecimento do contribuinte de-
clarante, ou fora do estabelecimento e em poder de terceiros e
de terceiros de posse do informante;

84
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Relativas à produção de produtos em processo e produtos aca-


bados e respectivos consumos de insumos, tanto no estabeleci-
mento do contribuinte quanto em estabelecimento de terceiro,
bem como o estoque escriturado;

Qualquer informação que afete o inventário físico e contábil, no


processo produtivo, na apuração, no pagamento ou na cobrança
de tributos de competência dos entes conveniados ou outras de
interesse das administrações tributárias.

Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI,


tais como: isenção, imunidade, não incidência, diferimento ou
suspensão do recolhimento, também deverá ser informada no
arquivo digital, indicando-se o respectivo dispositivo legal. As
informações deverão ser prestadas sob o enfoque do declarante.
Vale enfatizar que é obrigação do contribuinte armazenar o ar-
quivo digital da EFD ICMS/IPI. A geração, armazenamento e
o envio do arquivo digital não o dispensam da guarda dos do-
cumentos que deram origem às informações, na forma e prazo
determinados pela legislação. O arquivo deve ser mantido no
formato TXT, gerado e transmitido (localizado em diretório de-
finido pelo usuário), não se tratando de cópia de segurança.

No caso de atividades paralisadas, se os contribuintes são obri-


gados a enviar a EFD ICMS/IPI, devem apresentar os registros
obrigatórios (notação = “O”), informando, portanto, a identifica-

85
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

ção do estabelecimento, período a que se refere à escrituração e


declarando, nos demais blocos, valores zerados, isto significará
que o mesmo não efetuou qualquer atividade.

4.5.4 Cópia de Segurança, Exportação de TXT e Arquivo


Original da EFDICMS/IPI

O contribuinte deve guardar a EFD ICMS/IPI transmitida jun-


tamente com o recibo da transmissão, pelo prazo previsto na
legislação. O recibo de entrega é gerado pelo ReceitaNet, com o
mesmo nome do arquivo para entrega, com a extensão rec e será
gravado sempre no mesmo diretório do arquivo transmitido2.
Assim não se tratando do o arquivo gerado utilizando a funcio-
nalidade cópia de segurança nem pela funcionalidade Exporta-
ção do Arquivo TXT, ambas do PVA.

4.6 Cadastros de Produtos

Um dos principais fatores de geração de problemas dentro do

2 No arquivo do recibo, consta a identificação e também o hash code do arquivo


transmitido. Para visualização do recibo, com prévia importação da EFD-ICMS/IPI no PVA,
os arquivos txt: enviado e recibo que devem estar no mesmo diretório. O arquivo txt expor-
tado (opção Exportar do menu Escrituração Fiscal) leva os dados apenas daquela EFDICMS/
IPI a qual ele se refere, sem assinatura nem dados das demais tabelas constantes do banco de
dados do PVA. O arquivo de Cópia de Segurança gera uma cópia de todos os dados constan-
tes na base do PVA, incluindo as tabelas auxiliares atualizadas, se assim estiverem no PVA, na
data da cópia. A partir da versão 2.3.0 , o PVA passou a permitir a seleção múltipla de arquivos
para geração, restauração e exportação de cópia segurança. Se o recibo for extraviado, basta
certificar-se de que a EFD se encontra na base do Sped. Instalar o ReceitanetBX, disponível
em: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/ReceitanetBx/default.htm. Necessária
certificação digital. Se você consegue visualizar a EFD, é prova suficiente que referida EFD
foi transmitida e, portanto, encontra-se na base do SPED. A tela de consulta informa o CNPJ,
IE, período, finalidade, identificador do arquivo e data de transmissão. Se você ainda possuir
o arquivo transmitido, basta tentar transmiti-lo novamente que o recibo será gravado (tem
que ser exatamente o arquivo transmitido originalmente). Se você não possui o arquivo, você
pode baixar o arquivo por meio do ReceitanetBX.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

SPED Fiscal é o cadastro de produtos. E esse tópico tem como


objetivo dar ao leitor condições de compreender como é que
esse cadastro dever ser feito dentro da escrituração fiscal, assim
podendo orientar possíveis clientes e empresas com intuito de
evitar retrabalhos e principalmente, erros que constituam pas-
sivos tributários ocultos. Portanto é necessária uma análise em
relação aos itens elencados abaixo:

a) Classificação de Tipo de Item – Desde o surgimento do


SPED Fiscal, com ele surgiu também o cadastro dos pro-
dutos e com essa informação sendo transmitida para o
fisco, existe uma séria de possíveis classificações para os
itens. Conforme seguem:

TIPO 00

Mercadoria p/ Revenda: Produto adquirido para comer-


cialização.

TIPO 01

Matéria Prima: Mercadoria que componha física e/ou qui-


micamente, um produto em processo ou produto acabado
e que não seja oriunda do processo produtivo. Um exem-
plo disso é o consumidor que já compra a matéria prima
para ser usada na fabricação do seu produto acabado ou
na fabricação de um produto em processo. É por isso que
ela não é oriunda do seu processo produtivo.

TIPO 03

Produto em Processo: Produto oriundo do processo pro-


dutivo e que é consumido no processo produtivo. É co-

87
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

mum que exista equívocos em relação ao Produto em


Processo. Ao explicar a respeito de Produto em Processo
costumo usar como exemplo de uma possível indústria
de calçados que tem um processo produtivo voltado para
fabricação de solas de sapatos. Ao finalizar esse processo,
ela terá um produto em processo, pois apesar deste ser
oriundo de um Processo Produtivo, ainda será utilizado
na produção de um produto acabado.

TIPO 04

Produto Acabado: Produto oriundo do processo produti-


vo; Produto final resultante do objeto da atividade econô-
mica do contribuinte e pronto para ser comercializado.
No caso, ainda, da indústria de calçados, o Produto Aca-
bado será o próprio calçado.

TIPO 05

Subproduto: Originário de um processo produtivo e não


é objeto da produção principal do estabelecimento. Pode-
mos usar como exemplo o aproveitamento de sobras de
retalhos de uma indústria de confecção, que compra te-

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

cidos com o objetivo principal de fazer o corte deles, mas


que acaba utilizando as sobras de retalhos para a transfor-
mação de outros acessórios ou para a venda dos mesmos.

TIPO 06

Produto Intermediário: Produto que embora não integrado


ao novo produto, for consumido no processo de industriali-
zação. Em sala de aula costumo citar o exemplo da compra
de uma lixa para ser usada na produção de móveis. O pro-
duto, que foi consumido durante o processo de produção
de cadeiras ou mesas, não irá compor o produto acabado.

É fundamental entender que, essas informações são de natu-


reza gerencial e não fiscal. O responsável por promover essas
classificações é a própria empresa. Elas vão compor o Cadastro
de Produtos e essas informações serão utilizadas, em alguns
momentos, tanto no documento fiscal eletrônico como tam-
bém será utilizada na escrituração fiscal digital.

a) Ficha Técnica dos Produtos - É necessário buscar a


compreensão em torno da Ficha Técnica dos Produtos.
Sempre que for utilizado o tipo de item tipo em processo
ou acabado, terá que preencher a ficha técnica dos mes-
mos. Ela é informada no registro 0210, onde deverá ser
anunciada uma previsão dos materiais que serão consu-
midos no processo produtivo.

b) Itens com descrição repetida - Problemas no cadastro


do produto fazem com que, muitas vezes, o mesmo pro-
duto possua vários códigos no sistema gerencial da em-
presa.

c) Itens com códigos similares - Problemas de parame-


trização na codificação dos produtos contribuem direta-

89
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

mente para que sejam detectadas omissões de entradas e


saídas nos estoques fiscais.

d) Fator de conversão - Sempre que a entidade utilizar


uma unidade de medida para controlar o inventário que
seja diferente da usada na comercialização, deve ser in-
formado o fator de conversão.

e) Unidades de medidas - É importante destacar o código


da unidade de medida usada na comercialização e contro-
le de estoque de determinado produto bem como a descri-
ção que identifique a unidade.

f) Análise horizontal dos itens - Variável de análise do


comportamento do preço dos produtos em determinado
período de tempo, em muitos casos evidência casos de
subfaturamento.

g) Classificação das NCM-s e impactos tributários - A clas-


sificação da NCM do produto representa nos dias atuais
um enorme gargalo para correta parametrização tributá-
ria dos itens, uma vez que para a correta identificação de
qual código deverá ser utilizado requer uma série apro-
fundada de estudos a respeito de várias características do
item que está sendo classificado.

Sabe-se que dentro desse contexto quem promove todas essas


classificações é a própria empresa, ou seja, todos esses proble-
mas são de natureza gerencial em informações que compõe a
escrituração fiscal. Antes de saber sobre o leiaute e a geração
das informações no SPED Fiscal, é de extrema importância en-
tender esse trabalho se inicia na empresa, na gestão das infor-
mações e dos processos que chegam até a contabilidade.

90
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

4.7 Blocos e Registros

A divisão da EFD ICMS-IPI é feita em blocos, registro e cam-


pos. Cada bloco contém uma quantidade de registro e cada re-
gistro compõe diversos campos que devem ser preenchidos. É
possível verificar uma aba de cadastros voltada para empresas,
estabelecimentos, contador, operações fiscais e etc. assim que
fizer a seleção do menu do sistema de informações contábeis.

É possível observar o SPED através da aba de cadastro que cor-


responde a um bloco de informações, e que cada um desses
cadastros possíveis corresponde a um registro. Ao selecionar,
por exemplo, o cadastro da empresa o seu sistema de informa-
ções contábeis pedirá que sejam preenchidas diversas infor-
mações, tais como: endereço, telefone, e-mail, CNPJ etc. Estes
são os campos desse registro.

O arquivo digital é constituído de blocos, cada qual com um re-


gistro de abertura, de dados e de encerramento, cada um deles
possui um agrupamento de documentos e de outras informa-
ções econômico-fiscais.

A apresentação de todos os blocos, na sequência, conforme Ta-


bela Blocos (item 2.5.1 do Ato COTEPE/ICMS nº 57, de 23 de ou-
tubro de 2018), é obrigatória, sendo que o registro de abertura
do bloco indicará se haverá ou não informação.

Como já adiantado, o SPED Fiscal é dividido em vários blocos.


São eles:

Bloco 0 - Abertura, Identificação e Referências.


Bloco B – Escrituração e Apuração do ISS.
Bloco C - Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI).
Bloco D - Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS).
Bloco E - Apuração do ICMS e do IPI G* Controle do Cré-

91
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

dito de ICMS do Ativo Permanente – CIAP.


Bloco G - Controle do Crédito de ICMS do Ativo Perma-
nente – CIAP.
Bloco H - Inventário Físico – enviado, em regra, anualmente.
Bloco K - Controle da Produção e do Estoque.
Bloco 1 – Outras informações.
Bloco 9 - Controle e Encerramento do Arquivo Digital.

Os registros são compostos de campos que devem ser apresen-


tados de forma sequencial e conforme estabelecido no leiaute
no item 2.5 do Ato COTEPE/ICMS nº 57, de 23 de outubro de
2018, ou seja, inicia-se com o Bloco 0 e seus registros, na se-
quência o bloco B e registros correspondentes, depois o bloco
C e os outros, e, ao final, o bloco 9, que encerra o arquivo da
EFD ICMS/IPI. Quando uma EFD ICMS/IPI for digitada dire-
tamente no PVA, os registros de abertura e fechamento de blo-
cos serão gerados automaticamente e não serão visualizados.

O primeiro registro do Bloco 0, que corresponde a abertura


do arquivo digital, identificação da entidade e referências, é
o 0000, e ele se trata de uma ocorrência obrigatória dentro do
SPED. Ele corresponde ao registro inicial do arquivo. Nele,
o contribuinte deverá informar qual é o código da versão do
leiaute informado, se é um arquivo original ou de uma subs-

92
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

tituição, data inicial e final das informações, o nome empre-


sarial, perfil do arquivo etc. Também serão encontrados neste
bloco os dados do contabilista, mesmo que este seja funcioná-
rio da empresa ou prestador de serviços.

Os lançamentos serão identificados através de códigos asso-


ciados às tabelas externas, isso é definido pelo SPED Fiscal. O
leiaute do sistema é composto de tabelas internas e externas.
As externas existem independentes do SPED Fiscal, como as
tabelas abaixo:

Tabela de CFOP

Tabela de NCM

Tabela de Municípios – IBGE

Se estas existem independentemente, não existem motivos


para que o contribuinte traga informações dessa tabela para
dentro do SPED antes de utilizar um desses códigos. Logo, ele
poderá utilizar um NCM ou um CFOP, sem ter que criar uma
tabela dos mesmos.

Cada empresa terá particularmente suas informações a respei-


to do envio do SPED Fiscal, pois as tabelas internas são par-
ticulares para cada contribuinte. Como no caso das tabelas a
seguir:

Tabela de Cadastro de Participante (Informações de clien-


tes e fornecedores a serem localizadas no Registro 0150 do
SPED Fiscal)

Tabela de Identificação do Item (Cadastro de Produtos da


empresa a ser localizado no Registro 0200)

93
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Tabela de Natureza da Operação (Muito utilizada na NF-e)

Tabela de Unidade de Medidas (Registro 0190)

Tabela de Fatores de Conversão (Registro 0220)

No que se trata do Registro 0150 referente à da Tabela de Ca-


dastro do Participante, o Guia Prático EFD ICMS IPI - v. 3.01,
que está vigente desde o dia 01 de janeiro de 2019, define que
essa tabela trata-se de uma inscrição utilizada para informa-
ções cadastrais de pessoas físicas ou jurídicas que participa-
ram das transações do comércio naquele período, ou seja,
clientes ou fornecedores. Já o Registro 0200, referente ao ca-
dastro de produtos, o mesmo guia determina que esse seja um
registro destinado a informar mercadorias, serviços, produtos
ou qualquer outro item usado em transações fiscais. É impor-
tante destacar que informações cadastradas de forma errada
podem acabar acarretando em omissões de entradas e saídas,
conforme foi citado anteriormente.

Devido a isso é recomendado seja feito revisões dos cadastros


dos produtos e se os mesmos estão devidamente atualizados.
Aconselha-se que cadastros de empresas industriais ou comer-
ciais sejam atualizados pelo menos, duas vezes por ano. Pois
existe um risco fiscal associado ao gerenciamento das infor-
mações, principalmente as que são relacionadas ao cadastro
de identificação do cadastro de produto.

O guia também estabelece que, as informações referentes aos


documentos deverão ser prestadas sob o enfoque do infor-
mante do arquivo, tanto no que se refere às operações de en-
tradas ou aquisições quanto no que se refere às operações de
saída ou prestações:

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Código do Item

CST

CFOP

Ou seja, não irá interessar qual é o Código do Item ou CST ou


CFOP que o fornecedor usou, mas sim o que essas informações
são para o contribuinte. Como exemplo é possível citar sobre
um cliente que compra o mesmo produto de fornecedores dife-
rentes. Cada fornecedor usa um código e descrição do produto
diferente apesar de se tratar da mesma mercadoria. Então para
evitar algo que possa vim a sujar o sistema e acabar fazendo com
que seja utilizado de forma indevida, assim acarretando em pro-
blemas como omissões de entrada e saída é necessário dar a en-
trada no sistema no mesmo código de produto.

Dentro do Bloco B é feito a escrituração e apuração do ISS.


Esse bloco foi incluído para vigorar a partir do período de apu-
ração de janeiro de 2019 e ele é exclusivo para os contribuintes
do Distrito Federal.

No Bloco C serão escriturados os documentos fiscais de mer-


cadorias tributadas pelo ICMS/IPI. É importante perceber que
existem blocos de informações cadastrais, que é o Bloco 0, e
blocos de movimentações, onde serão informadas as transações
comerciais praticadas pelo contribuinte, que são os blocos C e D.

Ainda sobre o bloco “C”, no Registro C100 fica claro que se tra-
ta da Nota Fiscal (Código 1), Nota Fiscal Avulsa (Código 1B),
Nota Fiscal de Produtor (Código 04), NF-e (Código 55) e NFC-e
(Código 65). O guia aponta que este registro deverá ser gerado
para cada um desses modelos de documento fiscal, registran-
do a entrada ou a saída de produtos ou outras situações que
envolvam a emissão dos referidos documentos fiscais.

95
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

No Bloco D as escriturações serão voltadas para documentos


fiscais de serviços tributados pelo ICMS, sendo estes de trans-
porte e de comunicação: Nota Fiscal de Serviço de Transpor-
te (Código 07) e Conhecimentos de Transporte Rodoviário de
Cargas (Código 08), Conhecimentos de Transporte de Cargas
Avulso (Código 8B), Aquaviário de Cargas (Código 09), Aéreo
(Código 10), Ferroviário de Cargas (Código 11) e Multimodal de
Cargas (Código 26), Nota Fiscal de Transporte Ferroviário de
Carga (Código 27) e Conhecimento de Transporte Eletrônico –
CT-e (Código 57). O registro, segundo o guia, deve ser apresen-
tado por todos os contribuintes adquirentes ou prestadores
dos serviços que utilizem os documentos citados acima.

O Bloco E, de Apuração do ICMS e IPI, é referente aos registros


dos dados relativos à apuração do ICMS e do IPI, segundo o
Guia Prático. Pode-se afirma que se trata de um dos principais
blocos. Ele é resultante das informações que já foram preen-
chidas nos blocos C e D. A exemplo disso, se houver um inte-
resse em apurar créditos de ICMS, é importante que no Bloco
C, onde foram escrituradas as notas de entrada, tenham sido
destacados corretamente os créditos de ICMS, pois os mesmos
serão transportados automaticamente para apuração. Da mes-
ma forma, os débitos de ICMS chegam diretamente dos blocos
C e D, que são de movimentação. Logo, as vendas vão informar
os débitos tributários que constarão na apuração.

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DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O Bloco G é responsável pelo Controle de Crédito do Ativo Per-


manente (CIAP) e nele haverá o controle permanente o ICMS
incidente sobre o ativo permanente. Como principal exemplo,
é possível destacar o Registro G110: ICMS, que tem como obje-
tivo prestar informações a respeito do saldo de ICMS do CIAP.
Para que se possa fazer um SPED Fiscal de maneira segura, é
muito importante que se tenha um bom conhecimento sobre a
legislação do ICMS e do IPI.

O Bloco H, referente a inventário, apresenta dois registros


considerados relevantes a serem estudados: H005 e o H010. O
H005 serve para descriminar os valores totais dos itens/produ-
tos do inventário realizado com 31 de dezembro de cada exercí-
cio, ou nas demais datas estabelecidas pela legislação fiscal ou
comercial. O inventário deverá ser apresentado no arquivo da
EFD-ICMS/IPI até o segundo mês subsequente ao evento. Por
exemplo, se um inventário é realizado em 31 de dezembro de
um ano, deverá ser apresentado na EFD-ICMS/IPI de período
de referência no mês de fevereiro do ano seguinte.

O Bloco K é um livro de controle da produção de estoque, que


é enviado mensalmente dentro do arquivo do SPED Fiscal, da
EFD ICMS IPI. Essa obrigatoriedade se aplica às indústrias e
aos comércios atacadistas. São pontos de atenção do Bloco K:
controle mensal dos estoques; monitoramento do estoque fiscal
das indústrias; informações de movimentações físicas x fiscais;
escrituração fiscal terceirizada, e adequação dos sistemas.

O Bloco 1 é o bloco destinado apenas para a prestação de outras


informações que forem exigidas pelo fisco. Dentro desse bloco
vale ressaltar o registro 1010 que deverá ser apresentado por to-
dos os contribuintes onde, caso a resposta seja “S”, o contribuin-
te está obrigado à apresentação do registro respectivo, se houver
dispensa de apresentação do registro pela unidade federal a res-
posta para o campo específico do registro deverá ser “N”.

97
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O Bloco 9 é o ultimo bloco e consequentemente responsável


pelo controle e encerramento do arquivo digital em questão.
Ele representa os totais de registros e serve como forma de
controle para batimentos e verificações.

Sobre esse aspecto, um dos pontos que costumo comentar em


minhas aulas, que discorre sobre a dificuldade de implantação
do Bloco K nas indústrias, é, por exemplo, a exigência que exis-
te no registro K235, do campo 5, onde se deve informar uma
substituição de insumos que tenha acontecido no momento
da produção. Imagine que foi criada uma ficha técnica da fa-
bricação de uma mesa e foi informado que iria usar a tinta X,
porém, no momento da fabricação foi percebido que a tinta X
está em falta, logo, o insumo foi substituído. O Bloco K prevê
que esse tipo de substituição de insumo seja apresentado den-
tro da escrituração digital.

Ressalte-se que, as escriturações fiscais contém uma série de


informações que são de teor não fiscal. Além disso, se não hou-
ver o envolvimento de toda empresa, principalmente no que
diz respeito ao gerenciamento dos recursos, sejam estes hu-
manos, capitais, software, processos e etc. é impossível reali-
zar uma prestação de informações seguras e sustentáveis den-
tro do Bloco K.

Para uma melhor compreensão e uso de todos os blocos e re-


gistros é importante frisar que, o SPED Fiscal é o novo modelo
de apresentação das escriturações fiscais, que substitui o mo-
delo de papel pelo seu equivalente digital. Estão obrigados ao
envio da EFD ICMS/IPI os contribuintes do ICMS e do IPI no
regime normal de tributação, ficando, na maioria dos estados
do Brasil, dispensados os contribuintes optantes pelo Simples
Nacional. Para garantir essa dispensa, é importante ressaltar
também seja verificada a legislação local.

O SPED Fiscal é enviado mensalmente. Algumas informações

98
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

tem natureza anual que é o caso do Bloco H, do Livro de Re-


gistro de Inventário. Porém, as demais informações que com-
põem a escrituração fiscal são enviadas mensalmente.

Ademais, não é preciso imprimir os livros fiscais. Para todos os


contribuintes do ICMS e IPI que estiveram obrigados ao envio
do SPED Fiscal, sendo necessário somente fazer a impressão
do comprovante de envio do arquivo, esse documento então
substitui a impressão de livros de entrada, saída, apuração do
ICMS e do IPI, de Controle do Inventário, CIAP.

99
Capítulo 5

ESCRITURAÇÃO
FISCAL DIGITAL (EFD)
CONTRIBUIÇÕES
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

5.1 Contextualização

Este capítulo tem como objetivo aprofundar os aspectos da EFD


Contribuições. Porém, antes de entrar nesse assunto é neces-
sário voltar a falar sobre a legislação das obrigações principais.
Tendo em vista que muitas das dificuldades no cumprimento
das obrigações acessórias, no modelo SPED, ocorrem pelo des-
conhecimento da legislação das obrigações principais.

No caso da EFD Contribuições, é imprescindível entender e


apurar de maneira segura e correta as contribuições para PIS,
COFINS e a Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). É pre-
ciso entender sobre a hierarquia normativa relacionada a essas
contribuições e que a matriz constitucional é a principal fonte
normativa de direito tributário. Depois se faz necessário com-
preender que vêm, em seguida, as leis complementares que ins-
tituem os tributos. Na maioria dos casos, as leis ordinárias e me-
didas provisórias, além dos decretos e instruções normativas.

O estudo aprofundado dessas contribuições vale, principalmen-


te, para PIS e COFINS, uma vez que estes estão entre os tribu-
tos mais onerosos para as empresas. Ambos representam mais
de 30% de arrecadação da Receita Federal, segundo o órgão.
Ademais ambos possuem uma legislação complexa, instável e
esparsa. A exemplo disso pontua-se a ausência de um regula-
mento dos tributos citados, assim como existem regulamentos
do imposto de renda e do ICMS, acabam dificultando seu estudo
e sua aplicação. O PIS e a COFINS também possuem regras de
não cumulatividade bem diferentes das não cumulatividades do
ICMS e IPI.

É importante salientar que dentro da área tributária é preciso


saber encontrar respostas para a maioria das perguntas. Nes-
sa área não é viável alguém se achar detentor máximo do co-
nhecimento a respeito de tributos, pois ela é considerada uma

102
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

área bem extensa. É um risco subestimá-los. Por exemplo, se o


usuário se basear apenas pelo regulamento do ICMS, é preciso
atentar-se ao fato de que existem estados que possuem mais de
1.600 artigos.

No que se refere a PIS e COFNIS é importante salientar que, por


exemplo, uma pessoa que se aprofunda na parte da legislação e
decora todas elas, ainda não seria suficiente para resolver algu-
mas questões que até hoje geram dúvidas tais como: definição e
conceito de receitas e insumos. Ou seja, em relação ao tributário
se faz fundamental encontrar respostas para esses questiona-
mentos. Dentro dessa linha de raciocínio é viável pontuar sobre
as principais legislações relacionadas aos referidos tributos.

Em um breve resumo em relação às legislações que definem os


referidos tributos faz-se necessário entender a sequência abaixo:

1) Lei Complementar n° 07/1970 – institui o PIS;


2) Lei Complementar n° 70/1991 – institui a COFINS;
3) Lei n° 9.718/1998 – que regulamenta o Regime Cumula-
tivo de contribuições para PIS e COFINS;
4) Lei n° 10.637/2002 – que trouxe o Regime Não Cumula-
tivo para PIS;
5) Lei n° 10.833/2003 – que trouxe o Regime Não Cumula-
tivo para COFINS;
6) Lei n° 10.865/2004 – que fala sobre a incidência do PIS/
COFINS para as importações.

É importante ressaltar que existem diferenças básicas entre os


regimes cumulativos e não cumulativos no que se refere a Alcan-
ce, Base de Cálculo, Alíquotas Básicas, Créditos, Reconhecimen-
to e Devoluções.

103
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

5.2 EFD Contribuições

A EFD Contribuições foi estabelecida com o objetivo de simplifi-


car os processos e reduzir as obrigações acessórias impostas aos
contribuintes, apresentado em forma digital, com transmissão
via internet. Como já diz o nome ela é completamente digital. As-
sim, com a escrituração não se faz mais necessário que o contri-
buinte tenha demonstrativos, preenchimentos de fichas que po-
deriam ser impressas e arquivadas para a segurança da empresa.

Logo, a escrituração trata-se de um arquivo digital instituído no


SPED para ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado
na escrituração da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS,
nos regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com
base no conjunto de documentos e operações representativos das
receitas auferidas, custos, despesas, encargos e aquisições gera-
dores de créditos da não cumulatividade.

Com o advento da Lei nº 12.546 de 2011, a EFD Contribuições pas-


sou a contemplar também a escrituração digital da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), incidente nos seto-
res de comércio, serviços e indústrias, no aferimento de receitas
referentes aos CNAE, atividades, serviços e produtos (NCM) nes-
ta relacionados.

Os documentos e operações da escrituração representativa de re-


ceitas auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos in-
corridos serão relacionadas no arquivo da EFD Contribuições em
relação a cada estabelecimento da pessoa jurídica. A escrituração
das contribuições sociais e dos créditos e da Contribuição Previ-
denciária sobre a Receita Bruta será efetuada de forma centraliza-
da, em arquivo único mensal, pelo estabelecimento da matriz da
pessoa jurídica. Exceção à regra do arquivo único recai em relação
às SCP, cujos arquivos devem ser gerados de forma individuali-
zada e separadamente das operações próprias da pessoa jurídica
sócia ostensiva.

104
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O arquivo da EFD Contribuições deverá ser validado, assinado


digitalmente e transmitido, via internet, ao ambiente SPED.
Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB n° 1.876 de 15
de março de 2019 que altera a Instrução Normativa RFB nº 1.252,
de 1º de março de 2012, estão obrigadas à escrituração fiscal di-
gital em referência:

I - em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tribu-
tação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;

II - em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas
à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro
Presumido ou Arbitrado;

III - em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§
6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de
1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;

105
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Re-


ceita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam
as atividades relacionadas nos Arts. 7º e 8º da Medida Pro-
visória nº 540, de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei nº
12.546, de 2011;

V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Re-


ceita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam
as atividades relacionadas nos §§ 3º e 4º do art. 7º e nos
incisos III a V do caput do art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011.

É possível retificar os arquivos originais da EFD Contribuições


pela pessoa jurídica em cinco anos contados do primeiro dia
do exercício seguinte àquele a que se refere à escrituração, sem
penalidade. No entanto, a retificação não será validada pela Re-
ceita Federal caso seja para reduzir débitos que já tenham sido
encaminhados à PFN, que tenham sido objeto de procedimen-
to de fiscalização; para alterar débitos em relação aos quais, a
pessoa jurídica tenha sido intimada no início do procedimento
fiscal; e, finalmente, para alterar créditos já objeto de exame de
PERDComp.

A partir de sua base de dados, a pessoa jurídica deverá gerar um


arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido pela Secre-
taria da RFB informando todos os documentos fiscais e opera-
ções com repercussão no campo de incidência das contribuições
sociais e dos créditos da não-cumulatividade, além da Contri-
buição Previdenciária sobre a Receita Bruta referente a cada pe-
ríodo de apuração das respectivas contribuições. Este arquivo
deverá ser submetido à importação e validação pelo Programa
Validador (PVA da EFD Contribuições) fornecido no sítio eletrô-

106
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

nico do SEPD e da RFB1.

Como pré-requisito para a instalação do PVA EFD Contribui-


ções é necessária à instalação da máquina virtual do Java. Após
a importação ou criação da escrituração, esta poderá ser visua-
lizada pelo próprio Programa Validador, com possibilidades de
pesquisas de registros ou relatórios do sistema. Outras funcio-
nalidades do programa: digitação, alteração, assinatura digital
da EFD Contribuições, transmissão do arquivo, exclusão de
arquivos, geração de cópia de segurança e sua restauração. De
acordo com o Guia Prático, o programa gerador de escrituração
possibilitará:

1. Importar o arquivo com o leiaute da EFD Contribuições


definido pela RFB;
2. Criar uma nova escrituração, mediante digitação com-
pleta dos dados;
3. Validar o conteúdo da escrituração e indicar dos erros
e avisos;
4. Editar via digitação os registros criados ou importados;
5. Emissão de relatórios da escrituração;
6. Geração do arquivo digital, para assinatura e transmis-
são ao SPED;
7. Assinar do arquivo gerado por certificado digital;
8. Efetuar a transmissão do arquivo ao SPED.

A periodicidade de apresentação do arquivo da EFD Contribui-


ções é mensal, devendo ser transmitido, após a sua validação e
assinatura digital, até o décimo dia útil do segundo mês subse-
quente ao de referência da escrituração.
3 A PJ poderá também, a partir da versão 2.04 do PVA da EFD-Contribuições, criar
uma escrituração mediante a digitação de todos os dados necessários no próprio PVA, ou
seja, sem a necessidade de importar arquivos. Este PVA também permite editar/excluir/adi-
cionar as informações necessárias à escrituração de qualquer operação sujeita a incidência
das referidas contribuições.

107
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A EFD Contribuições integra o projeto SPED, em consonân-


cia com o Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que tem
como pretensão fazer a integração dos fiscos federal, estaduais,
Distritos Federal e, futuramente, municipais e dos Órgãos de
Controle com a padronização, racionalização e compartilha-
mento de informações fiscais digitais. Ademais, também faz a
integração com o processo relativo da substituição do papel por
um documento eletrônico com validade jurídica para todos os
fins. Portanto, todos os documentos eletrônicos são assinados
digitalmente por meio de certificados digitais válidos expedidos
segundo as regras estipuladas pelo ICP-Brasil, representantes
legais ou seus procuradores, tendo este arquivo validade jurídi-
ca para todos os fins, nos termos dispostos na Medida Provisó-
ria nº 2200-2, de 24 de agosto de 2001.

Basicamente, a EFD Contribuições objetiva apresentar a escri-


turação dos documentos fiscais e os demonstrativos de apura-
ção do PIS da COFINS e da CPRB. Porém ela também apresenta,
em diversos momentos: demonstrações de operações extempo-
râneas e controle de créditos apurados tanto no período como
em períodos anteriores; valores retidos na fonte; informações
de processos administrativos e/ou judiciais; créditos decorren-
tes de fusão, cisão ou incorporação.

Os documentos que devem ser escriturados são aqueles gerado-


res de créditos que estiverem no CST 50 a 56, que referem aos

108
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

créditos básicos, ou de 60 a 66, no caso de créditos presumidos.


Para documentos fiscais de saídas, é necessário apenas relacio-
nar os documentos referentes às receitas.

Existem duas formas de enviar a EFD Contribuições. Uma delas


é a detalhada, que se aplica, em regra, às empresas do regime
não cumulativo e a outra é a consolidada ou resumida, que se
aplica às empresas do regime cumulativo.

Como exemplo pontua-se as empresas tributadas pelo Lucro


Presumido, que podem optar por manter uma declaração re-
sumida. Por vezes é comum notar muitas pessoas que fazem
o preenchimento da ECD Resumida dentro do próprio PVA. O
Ato Declaratório Executivo (ADE) COFIS N° 82, de 11 de dezem-
bro de 2018 refere-se ao leiaute da Escrituração Fiscal Digital
da Contribuição do PIS/PASEP, da COFINS e das Contribui-
ções Previdenciária sobre a Receita Bruta e as correspondentes
orientações de preenchimento.

Ao falar sobre EFD, principalmente no SPED Fiscal e na EFD


Contribuições, é importante lembrar que as informações que
nascem nos documentos fiscais, agora eletrônicos conforme es-
tudado no capítulo 3, transitam pelas escriturações fiscais, que
são referentes ao capítulo 5, e desaguam nas escriturações con-
tábeis, que se refere ao capítulo 6 desta obra.

Assim, para que seja feita uma apuração de forma correta é pre-
ciso ter um cadastro de produto bem saneado. Pois, é uma estra-
tégia lógica e exata, cadastros corretos ocasionam uma emissão
correta dos documentos fiscais e com a informação correta no
documento a apuração também ficará correta.

Entretanto não acaba por ai, a obrigação tributária brasileira não


se encerra na apuração correta do tributo. Depois de se apurar
corretamente o tributo, é preciso gerar o arquivo da obrigação
acessória, analisa-lo detalhadamente, verificar se existem pos-

109
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

síveis erros ou contingências, promover a correção dos mesmos


na origem da base de dados. Assim é aconselhável que jamais
sejam feitas correções manualmente dentro do PVA, ou dentro
do arquivo de texto. O correto é fazer dentro da base de dados
do sistema de origem, prioritariamente até mesmo no próprio
cliente. Isso evitará redundâncias e retrabalhos.

Um exemplo é o caso de uma importação de um arquivo da EFD


Contribuições para dentro do PVA, sendo que este mostrou a in-
formação da existência de 10 fornecedores que se encontram com
problemas cadastrais. É possível acessar rapidamente o PVA e
corrigir as informações cadastrais desses 10 fornecedores, o pro-
blema é que, no mês seguinte, ao importar novamente o arquivo,
vão constar, repetidamente, os 10 erros dos 10 fornecedores.

5.3 Legislação

A aplicação de procedimentos de um sistema requer o máximo


de cuidado e atenção por parte de seus usuários. No que diz res-
peito à legislação voltada para EFD Contribuições não poderia
ser diferente para os usuários do SPED. Em virtude dessa pre-
missa básica é necessário entender que, conforme instituído
pela Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5 de julho de 2010,
sujeitam à obrigatoriedade de geração de arquivo da Escritura-
ção Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/PASEP e da Con-
tribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
- EFD PIS/COFINS, as pessoas jurídicas de direito privado em
geral e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, que
apuram a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS com base
no faturamento mensal.

Com o surgimento da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1


de março de 2012, tornou-se obrigatória à geração de arquivo

110
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, a partir de


2012, para as pessoas jurídicas contribuintes do PIS/PASEP e da
COFINS e para os contribuintes da Contribuição Previdenciá-
ria sobre a Receita Bruta (MP nº 540/2011, convertida na Lei nº
12.546/2011), nos períodos a seguir:

I - em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tribu-
tação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;

II - em relação à Contribuição para o PIS/PASEP e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas
à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro
Presumido ou Arbitrado;

III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à CO-


FINS, referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§
6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de
1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983 – Bloco I da
EFD-Contribuições;

IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Re-


ceita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de
1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam
as atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º da Medida Pro-
visória nº 540, de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei n
º 12.546, de 2011;

V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Re-


ceita, referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1
º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as
atividades relacionadas nos arts. 7 º e 8 º e anexos da Lei nº
12.546, de 2011 (grifos originais).

111
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 65, de 2012, aprovou o


Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS aplicável às pessoas jurídicas referidas
nos parágrafos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, em rela-
ção aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2013.
O leiaute em referência foi atualizado pelo ADE COFIS nº 91, de
2013. A escrituração do Bloco I, pelas pessoas jurídicas referidas
no item III, só é de natureza obrigatória em relação aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, conforme
disposto na IN RFB nº 1.387, de 2013.

Convém ressaltar que as pessoas jurídicas sujeitas à tributação


do Imposto de Renda na sistemática do Lucro Presumido têm
como regra de obrigatoriedade da escrituração do PIS/Pasep e
da COFINS, em relação aos fatos geradores a ocorrer a partir de
janeiro de 2013, conforme dispõe a Instrução Normativa RFB nº
1.280/2012. Entretanto, caso se enquadre nas hipóteses de inci-
dência da contribuição previdenciária incidente sobre a receita
bruta, conforme Lei nº 12.546, de 2011, deve:

Apresentar a EFD Contribuições apenas com as informações da


contribuição previdenciária sobre Receita Bruta, em relação aos fa-
tos geradores ocorridos de março (ou abril, conforme o caso – Ver
Tabela 5.1.1) a dezembro de 2012; e apresentar a EFD Contribuições

112
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

com as informações das três contribuições (da contribuição previ-


denciária sobre Receita Bruta, do PIS/PASEP e da COFINS) a partir
dos fatos geradores ocorridos em janeiro de 2013.

Hoje o a Instrução Normativa n°1876, de 14 de março de 2018 al-


tera a Instrução Normativa RFB n° 1.252, de 1 de março de 2012
que passou a vigorar com alterações nas obrigatoriedades de es-
crituração da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
referida nos incisos IV e V do caput, na EFD-Contribuições, não
se aplica aos fatos geradores ocorridos a partir dos prazos de
obrigatoriedade definidos na Instrução Normativa RFB nº 1.701,
de 14 de março de 2017, para escrituração desta contribuição, na
Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações
Fiscais (EFD-REINF). No Art 6° onde fala que a EFD-Contribui-
ções deverá ser submetida ao Programa Gerador da Escritura-
ção (PGE), especificamente desenvolvido para tal fim, a ser dis-
ponibilizado no sítio (sped.rfb.gov.br) da RFB, contendo, entre
outras, as seguintes funcionalidades:

I. Criação e edição.
II. Importação.
III. Validação.
IV. Assinatura digital.
V. Visualização da escrituração.
VI. Transmissão para o SPED.
VII. Recuperação do recibo de transmissão.

Também em relação ao Art. 10 onde é citado que a não apresen-


tação da EFD-Contribuições no prazo fixado no art. 7º, ou a sua
apresentação com incorreções ou omissões, acarretará aplica-
ção, ao infrator, das multas previstas no art. 12 da Lei nº 8.218,
de 1991, sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e cri-
minais cabíveis, inclusive aos responsáveis legais.

113
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

5.4 Escrituração da Contribuição Previdenciária sobre


a Receita

É dever das pessoas jurídicas escriturar e prestar as informações


referentes às suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil
que representem o seu faturamento mensal, ou seja, o total das
receitas auferidas, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil, correspondente à receita bruta da venda
de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e
todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, segundo
disposto nas Leis nº 9.718, de 1998; nº 10.637, de 2002, e nº 10.833,
de 2003.

Além disso, a pessoa jurídica deve proceder à escrituração de


suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil, representativas
de aquisições de bens para revenda, bens e serviços utilizados
como insumos e demais custos, despesas e encargos, sujeitas à
incidência e apuração de créditos próprios do regime não cumu-
lativo, de créditos presumidos da agroindústria e de outros cré-
ditos previstos na legislação da Contribuição para o PIS/PASEP
e da COFINS, apurando e discriminando os créditos em função
da natureza, conforme disposto na Lei nº 12.058, de 2009.

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 34, de 28 de outubro de


2010 (D.O.U. de 1º de novembro de 2010) aprovou o Manual de
Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contri-
buição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos de seu ane-
xo único, tendo sido atualizado pelo Ato Declaratório Executivo
COFIS nº 37, de 21 de dezembro de 2010 (D.O.U. de 22.12.2010).
O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 24, de 22 de agosto de
2011 (D.O.U. de 24 de novembro de 2010) aprovou os registros
da escrituração simplificada da Contribuição para o PIS/Pasep
e da COFINS, pelo regime de caixa ou de competência (Bloco F
da escrituração), aplicáveis exclusivamente às pessoas jurídicas
tributadas pelo Imposto de Renda com base no Lucro Presumi-

114
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

do, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de


julho de 2012, nos termos das Instruções Normativas RFB nos.
1.218/2011 e 1.252/2012.

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 20, de 14 de março de


2012 (D.O.U. de 16 de fevereiro de 2012) aprovou o Manual de
Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contri-
buição para o PIS/PASEP, da COFINS e da Contribuição Previ-
denciária sobre a Receita Bruta, nos termos de seu Anexo Único.

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 65, de 20 de dezembro


de 2012 (D.O.U. de 21 de dezembro de 2012) aprovou o Leiaute da
Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e
da COFINS, aplicável às pessoas jurídicas referidas nos parágra-
fos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998, em relação aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2013, prorro-
gado o período inicial para janeiro de 2014, conforme disposto
na IN RFB nº 1.387/2013.

O Ato Declaratório Executivo COFIS nº 91, de 9 de dezembro de


2013 (D.O.U. de 11.09.2013) alterou o Ato Declaratório Executivo
COFIS nº 20, de 14 de março de 2012, acrescentando novos re-
gistros ao Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição
para o PIS/Pasep e da COFINS.

O Ato Declaratório Executivo COFIS N° 82, de 11 de dezembro


de 2018 (D.O.U de 13/12/2018, seção 1, página 41) revogou o Ato
Declaratório Executivo COFIS n° 20 de 14 de março de 2012,
alterando algumas informações e contendo o atual Manual de
Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital.

5.5 Periodicidade, Forma e Prazo de Entrega

O arquivo digital de escrituração da Contribuição para o PIS/

115
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

PASEP, da COFINS e da Contribuição Previdenciária sobre


a Receita Bruta será gerado de forma centralizada pelo esta-
belecimento matriz da pessoa jurídica, conforme artigo 15, da
Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, e submetido ao programa
disponibilizado para validação de conteúdo, assinatura digital,
transmissão e visualização. Todas as pessoas jurídicas sujeitas à
apuração das referidas contribuições sociais, incidentes sobre o
faturamento e a receita devem adotar a EFD Contribuições, nos
termos do artigo 2° do Decreto nº 6.022, de 2007, nos regimes
não cumulativo e cumulativo, com base nos seguintes prazos
de obrigatoriedade, definidos na Instrução Normativa RFB nº
1.252/2012.

A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 dispensa da obrigato-


riedade da apresentação da EFD Contribuições, no caso de pes-
soa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com
base no Lucro Real ou Presumido em relação aos corresponden-
tes meses do ano-calendário, em que:

I - não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda


de bens e serviços, ou de outra natureza, sujeita ou não ao
pagamento das contribuições, inclusive no caso de isen-
ção, não incidência, suspensão ou alíquota zero;

116
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

II - não tenha realizado ou praticado operações sujeitas


a apuração de créditos da não cumulatividade do PIS/
PASEP e da COFINS, inclusive referentes a operações de
importação.

A exemplo disso podemos imaginar que empresa não teve ne-


nhum tipo de movimento fiscal no período, ou seja, não teve re-
ceita e nenhum crédito apurado. A mesma não precisará enviar
EFD Contribuições. Porém, ela deve mandar no mês de dezem-
bro, pois a dispensa de entrega da EFD Contribuição não alcan-
ça o mês de dezembro do ano-calendário correspondente.

Assim a pessoa jurídica tem obrigação, em relação a esse mês,


proceder a entrega regular da escrituração digital, na qual de-
verá indicar os meses do ano-calendário em que não auferiu
receitas nem realizou operações geradoras de crédito. A referi-
da identificação na escrituração do mês de dezembro de cada
ano-calendário, dos meses dispensados da apresentação, será
efetuada no Registro “0120 - Identificação de Períodos Dispen-
sados da Escrituração Digital”, o qual será criado mediante a
publicação de Ato Declaratório Executivo, atualizando o leiaute
da EFD Contribuições. Estão dispensados de apresentação da
escrituração:

I - as Microempresas (ME) e as Empresas, de Pequeno


Porte (EPP), enquadradas no Regime Especial Unificado
de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14
de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abran-
gidos por esse Regime;

II - as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto so-


bre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos va-

117
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

lores mensais da Contribuição para o PIS/PASEP (sobre a


receita), da COFINS e da CPRB seja igual ou inferior a R$
10.000,00 (dez mil reais). As pessoas jurídicas imunes ou
isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD-
-Contribuições a partir do mês em que o limite fixado no
inciso II do caput for ultrapassado, permanecendo sujei-
tas a essa obrigação em relação ao(s) mês (es) seguinte(s)
do ano-calendário em curso;

Importante ressaltar que não deve ser considerado no cálculo do


limite de R$ 10.000,00 mensais, acima referido, nenhum valor
referente ao PIS sobre a Folha. Ou seja, só devem ser considera-
das no limite de R$ 10.000,00 mensais, as contribuições que in-
cidem sobre as receitas, quais sejam: O PIS/PASEP e a COFINS,
nos regimes cumulativos e/ou não cumulativos, e a CPRB.

Quadro 2 - PJ Imunes e Isentas - situações de dispensa de escri-


turação digital

Quadro 3 - PJ Imunes e Isentas - situações de obrigatoriedade de


escrituração digital:

118
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Resumidamente, pode se dizer que estão fora dessa obrigatorie-


dade: autarquias e fundações públicas; órgãos públicos; pessoas
jurídicas ainda não inscritas no CNPJ; Relação de atividades cons-
tantes no Guia Prático (incluir na nota de rodapé http://sped.rfb.
gov.br/pasta/show/1989) (p.14,15 e 16). Em relação a este último, é
possível utilizar como exemplo condomínios residenciais, iden-
tificados na página 15 como uma das atividades que se encontra
fora da obrigatoriedade do envio da EFD Contribuições.

Se o contribuinte não paga nenhuma contribuição sobre as recei-


tas acima de R$10.000, em relação ao quadro 2, o mesmo não está
na obrigatoriedade do envio da EFD. Assim é possível imaginar
uma entidade religiosa, que, por exemplo, paga o PIS sobre uma
folha de R$ 50.000 por mês, mesmo que está, pague acima desse
valor não estará obrigada ao envio da EFD contribuições

Vale ressaltar que é de total responsabilidade do titular da es-


crituração a armazenagem do arquivo transmitido e de toda a
documentação que deu base para a apuração. O ReceitaNET é
responsável por gerar o arquivo em extensão “REC”, então suge-
re-se que a ferramenta seja baixada no computador responsável
por realizar essa operação e permitirá que seja feito o download
das informações que já foram transmitidas à Receita Federal.

As pessoas jurídicas são consideradas inativas quanto não re-


alizar nenhuma atividade operacional, não operacional, patri-
monial ou financeira, incluindo também aplicação no mercado
financeiro ou de capitais e as pessoas jurídicas que passarem
para essa condição, no curso do ano-calendário, somente esta-
rão dispensadas da EFD Contribuições a partir do primeiro mês
do ano-calendário subsequente.

Os consórcios que realizarem negócios jurídicos em nome próprio,


inclusive na contratação de pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem
vínculo empregatício, poderão apresentar a EFD Contribuições, fi-
cando as empresas consorciadas solidariamente responsáveis.

119
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

No caso de a pessoa jurídica encontrar-se na condição de ativa


no início do ano-calendário ou da data de início de suas ativida-
des no ano-calendário, deverá apresentar a EFD Contribuições
em relação a todos os meses do ano-calendário, com base nas hi-
póteses de obrigatoriedade especificadas no artigo 5º da IN RFB
nº 1.252, de 2012, mesmo se inativa no curso do ano-calendário.

5.6 Multas de Atraso na Entrega da Escrituração

Para evitar sanções, é necessário averiguar profundamente o que


estabelece a legislação. O próprio Guia Prático e também as legis-
lações aplicáveis à EFD Contribuições trazem a previsão de mul-
tas para o caso de atraso na entrega. Para algumas dessas multas
já existe a previsão, até mesmo, sem haver a obrigatoriedade do
envio da EFD Contribuições, que é o caso das pessoas físicas. A
não entrega de arquivos digitais do SPED, pelo atraso na entrega
ou por sua inexatidão sofre penalidades que estão estabelecidas
pela Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, que veio dar nova reda-
ção aos artigos 11 e 12 da Lei n° 8.218, de 1991. A lei dispõe sobre a
escrituração de livros ou elaborar documentos de natureza fiscal
ou contábil, a utilização de sistemas de processamento eletrôni-
co de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou
financeiras, e a manter, à disposição da Secretaria da Receita Fe-
deral, os respectivos arquivos digitais e sistemas.

Segundo a nova redação do art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, a ino-


bservância do disposto no artigo precedente acarretará a impo-
sição das seguintes penalidades:

I - multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da


receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere
a escrituração aos que não atenderem aos requisitos para
a apresentação dos registros e respectivos arquivos;

120
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

II - multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor


da operação correspondente, limitada a 1% (um por cento)
do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a
que se refere à escrituração, aos que omitirem ou presta-
rem incorretamente as informações referentes aos regis-
tros e respectivos arquivos; e

III - multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cen-


to) por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da
pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração,
limitada a 1% (um por cento) desta, aos que não cumpri-
rem o prazo estabelecido para apresentação dos registros
e respectivos arquivos.

De conformidade com o item 6, “b”, do Parecer Normativo COSIT


nº 3, de 28 de agosto de 2015, “o aspecto material dos Arts. 11 e 12
da Lei nº 8.218, de 1991, é deixar de escriturar livros ou elaborar do-
cumentos de natureza contábil ou fiscal quando exigido o siste-
ma de processamento eletrônico, e não mais se encontra limitado
pelo art. 57 da MP nº 2.158-35, de 2001, de modo a abarcar, nova-
mente (tal qual antes da Lei nº 12.766, de 2012), a não apresentação
de declaração, demonstrativo ou escrituração digital”.

Neste sentido, a partir da vigência da Lei nº 13.670, de 30 de maio


de 2018, deve a pessoa jurídica que incorrer nas situações trans-
critas no art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, no inciso I (entrega de ar-
quivos digital sem observância dos requisitos e especificações es-
tabelecidos), no inciso II (prestação de informações com omissões
ou incorreções) ou no inciso III (apresentação de arquivo fora do
prazo estabelecido), sujeitam-se às respectivas penalidades.

Conforme disposto ainda no Parecer Normativo COSIT nº 3, de


28 de agosto de 2015, a multa prevista no art. 57 da medida Pro-
visória nº 2.158-35, de 2001, pela sua natureza de generalidade,
não mais se aplica em relação às infrações em que se tenha lei

121
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

específica tratando de infrações. Assim, em relação aos arquivos


digitais, devem ser aplicadas as multas previstas no art. 12 da Lei
nº 8.218, de 1991 e não, as multas do art. 57 da medida Provisória
nº 2.158-35, de 2001.

Atenção: O código para recolhimento espontâneo da multa por


atraso na entrega da EFD-Contribuições é 2203, conforme ADE
DOCAC/RFB nº 38/2011.

5.7 Retificação de Escrituração Já Transmitida

Esse terá como objetivo dar uma orientação sobre os procedi-


mentos em relação a possibilidade de retificação das escritura-
ções já emitidas.

Na IN RFB nº 1.252/2012, em seu artigo 11, junto com a nova reda-


ção dada pela IN RFB nº 1.387/2013, a pessoa jurídica pode substituir
arquivo de escrituração digital já transmitido, mediante a trans-
missão de novo arquivo digital validado e assinado para inclusão,
alteração ou exclusão de documentos ou operações da escrituração
fiscal, ou para efetivação de alteração nos registros representativos
de créditos e contribuições e outros valores apurados.

122
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Devido à nova redação foi aumentado o prazo para retificação,


e a partir dele a pessoa jurídica poderá proceder à retificação da
EFD Contribuições em até cinco anos contados do primeiro dia
do exercício seguinte àquele a que se refere à escrituração a ser
substituída. O arquivo quem tera como objetivo retificar a EFD
Contribuições não produzirá efeitos sobre a escrituração, quan-
do tiver por objeto:

I - reduzir débitos de Contribuição:


a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procu-
radoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição
em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que impor-
te alteração desses saldos;

b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria


interna, relativos às informações indevidas ou não com-
provadas prestadas na escrituração retificada, já tenham
sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou

c) cujos valores já tenham sido objeto de exame em proce-


dimento de fiscalização;

II - alterar débitos de Contribuição em relação aos quais a


pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedi-
mento fiscal; e

III - alterar créditos de Contribuição objeto de exame em


procedimento de fiscalização ou de reconhecimento de
direito creditório de valores objeto de Pedido de Ressarci-
mento ou de Declaração de Compensação.

Todavia, a pessoa jurídica poderá apresentar arquivo retificador


da escrituração, em atendimento a intimação fiscal e nos ter-
mos desta, para sanar erro de fato:

123
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

a) na hipótese prevista no item II acima, havendo recolhi-


mento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor
superior ao escriturado no arquivo original, desde que o
débito tenha sido também declarado em DCTF; e

b) na hipótese prevista no item III acima, decorrente da


não escrituração de operações com direito a crédito, ou da
escrituração de operações geradoras de crédito em descon-
formidade com o leiaute e regras da EFD-Contribuições.

A pessoa jurídica que transmitir arquivo retificador da EFD-


-Contribuições, alterando valores que tenham sido informa-
dos na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
(DCTF), deverá apresentar, também, DCTF retificadora, obser-
vadas as disposições normativas quanto à retificação desta (gri-
fos originais).

Observando de forma prática podemos usar como exemplo, a


viabilidade de retificação de informações referentes aos meses
de janeiro ou fevereiro de 2017. E nesse caso, qual seria o prazo?
Em relação a isso é preciso saber que deverá ser contado a par-
tir do primeiro dia do exercício de 2018, ou seja, contando-se,
em sequência, cinco anos para frente. Vale lembrar que, essas
retificações não terão efeitos no caso de se reduzir débitos de
contribuições que já tenham sido enviados.

Em relação às operações extemporâneas é preciso ressaltar as


instruções da legislação:

Neste sentido, a partir do período de apuração referen-


te a agosto de 2013, a apuração e escrituração de cré-
ditos vinculados a serviços contratados ou a produtos
adquiridos com direito a crédito, referentes a períodos
anteriores, serão prestadas em arquivo retificador, nos
registros A100 (serviços) e/ou C100 (bens para revenda e

124
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

insumos adquiridos), por exemplo, do período de com-


petência a que se referem, e não mais, nos antigos regis-
tros de créditos extemporâneos 1101/1102 (PIS/PASEP) e
1501/1502 (COFINS), ou de contribuições extemporâneas
1200/1210/1220 (PIS/PASEP) e 1600/1610/1620 (COFINS).

Ressalte-se que os registros para a escrituração das ope-


rações geradoras de crédito e de receitas auferidas, dos
blocos “A”, “C”, “D” e “F”, validam a escrituração de docu-
mentos correspondentes aos períodos de apuração da es-
crituração, mesmo que a data de emissão do documento
fiscal seja diferente (anterior ou posterior) à data a que se
refere à escrituração, descrita no registro “0000”.

A interrupção na validação dos registros extemporâneos


é determinada em função do período de apuração da es-
crituração, ou seja, para as escriturações com período de
apuração a partir de agosto de 2013, inclusive.1

Sabido da possibilidade da pessoa jurídica de proceder à retifi-


cação da escrituração em até cinco anos, desde a vigência da IN
RFB n° 1.387/2013, a inclusão de novas operações representativas
de créditos ou de contribuições, ainda não incluídas em escri-
turação digital já transmitida deve ser formalizada mediante a
retificação do arquivo digital do período de apuração a que se
referem às citadas operações.

5.8 Gerações de Arquivos

Para que seja possível aprofundar as explicações em torno dos


documentos que fazem os arquivos da EFD Contribuições, é
muito importante entender SPED-s que possuem PVA-s of-
flines, trabalham dentro dessa linha de raciocínio. Eles possuem
leiautes que se dividem em vários blocos formados por conjunto

125
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de informações e dentro desses blocos é feita a subdivisão dos


SPED-s em diversos registros, sendo estes informações mais
detalhadas, e no final, os campos, que são as informações que
compõem os registros.

Com essa pequena contextualização é possível verificar mais so-


bre o assunto no item seguinte, que inclusive mostrará a Tabela
de Blocos obrigatória.

5.9 Blocos e Registros

O arquivo digital é formado por blocos, cada qual com um re-


gistro de abertura (registro 0000) ai vem os registros de dados
e em seguida o registro de encerramento (registro 9999), cada
um deles referindo-se a um agrupamento de documentos e de
outras informações econômico-fiscais ou contábeis.

É obrigatória a apresentação de todos os blocos na sequência,


conforme tabela de blocos abaixo, sendo que o registro de aber-
tura do bloco indicará se haverá ou não informação.

126
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Tabela de Blocos

Bloco Descrição
0 Abertura, Identificação e Referências.

A Documentos Fiscais - Serviços (ISS)

C Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI)

D Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)

F Demais Documentos e Operações

Operações das Instituições Financeiras e Assemelhadas,


I Seguradoras, Entidades de Previdência Privada e Opera-
doras de Planos de Assistência à Saúde (*)
M Apuração da Contribuição e Crédito de PIS/PASEP e da
COFINS
P Apuração da Contribuição Previdenciária sobre a Receita
Bruta
1 Complemento da Escrituração – Controle de Saldos de
Créditos e de Retenções, Operações Extemporâneas e
Outras Informações
9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital
(*) O leiaute do Bloco “I”, objeto de publicação pelo Ato Declaratório Executivo nº 65/2012,
expedido pela Coordenação-Geral de Fiscalização da Secretaria da Receita Federal.

A estrutura do arquivo se apresenta quando a há obrigatorieda-


de ou não de escrituração de cada bloco e é determinada atra-
vés de acordo com: a qualificação da pessoa jurídica em geral,
do sistema financeiro etc; do regime de tributação do IR (Lucro
Real, Presumido/Arbitrado). Como por exemplo, o Bloco I que
se refere às instituições financeiras, ou seja, em caso de ser uma
pessoa jurídica que não se trata de uma instituição financeira,
não há necessidade de se fazer preenchimento do Bloco I.

É imprescindível um detalhamento dos blocos e seus principais


registros, para que haja um melhor aproveitamento das infor-

127
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

mações e assim seja possível entender melhor os registros no


intuito de aplicar cada um deles no SPED. Os blocos e seus prin-
cipais registros seguem elencados em sequência abaixo:

1) Bloco 0 – Abertura, Identificação e Referências. O bloco


é referente às informações cadastrais da Pessoa Jurídica.
Principais registros:

0000 – Identificação da Pessoa Jurídica, que corresponde


ao primeiro registro da escrituração. Nele constarão as in-
formações de uma escrituração Original ou Retificadora,
data, CNPJ, além da atividade que será operacionalizada
pela empresa.

0100 – Dados do Contabilista, onde é feito a identificação


do responsável pela escrituração fiscal da empresa. Tam-
bém pode ser escriturados por estabelecimento.

0110 – Regime de Apuração, que apresenta sobre o regime


cumulativo, não cumulativo ou ambos de uma empresa.

0120 – Identificação da EFD-Contribuições sem Dados


a Escriturar, local onde se devem informar os meses em
que não tenha realizado operações de receitas auferidas
ou créditos das contribuições.

0500 – Plano de Contas Contábeis, espaço o qual será co-


municado onde contas contábeis que representam recei-
tas e os créditos.

2) Bloco A – Documentos fiscais de serviços tributados pelo


ISS. Ou seja, notas fiscais de serviços, eletrônica ou até
mesmo o modelo que seja em papel. Principais registros:

A100 – NF de Serviço, ou seja, um registro para cada NFS


eletrônica ou em papel.

128
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A120 – Informação Complementar (Importação), onde


se detalha as informações das operações de importações
de serviços com direito a crédito, além de pagamentos de
PIS/COFINS referentes aos serviços contratados.

3) Bloco C – Documentos fiscais de mercadorias (ICMS/


IPI). Assim como na EFD ICMS, deverão ser apresentados
na EFD Contribuições os documentos fiscais de mercado-
rias tributados pelo ICMS. Principais registros:

C010 – Identificador da Apuração, que identifica o estabe-


lecimento da pessoa jurídica a que se refere à movimenta-
ção. Em seguida, é possível identificar a aquisição, venda
ou devolução de mercadorias.

C100 – Nota Fiscal Eletrônica, que informa sobre os do-


cumentos fiscais: NF, NF Avulsa, NF de Produtor, NF-e e
NFC-e.

C180 – Consolidação da NF-e (operações de vendas), onde


é apresentada a consolidação das notas fiscais de opera-
ções de vendas realizadas pela pessoa jurídica, por item
vendido (0200 – Cadastro de Produtos), mediante emis-
são de NF-e e NFC-e.

C400 – Equipamento ECF, nele se identifica os equipa-


mentos ECF. As operações de vendas podem ser escritu-
radas de forma consolidada (C490) ou por ECF (C400) a
critério do contribuinte.

4) Bloco D – Documentos Fiscais de Serviços (ICMS). Ba-


sicamente refere-se aos serviços de transporte e comuni-
cação. É importante esclarecer que as informações dos
blocos A, C e D, serão prestadas apenas para as empresas
que estiverem no Regime Não-Cumulativo. Ou seja, pes-
soas jurídicas que estiverem mandando a EFD de maneira
detalhada mesmo estando no Regime Cumulativo, para
o caso de mandarem a EDF Resumida, consolidada, não

129
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

precisarão escriturar os documentos fiscais um a um, em


suma, as notas fiscais de serviços, de mercadorias e conhe-
cimentos de transportes. Principais registros do bloco D:

D200 – Prestação de Serviço de Transporte, local onde de-


verá se escriturar a consolidação diária dos documentos
fiscais, referentes à prestação de serviços de transportes.

D300 – Consolidação Diária do Bilhete de Passagem, já


escritura sobre a consolidação diária dos documentos
fiscais, referentes à prestação de serviços de transportes:
rodoviário, aquaviário, de bagagem, ferroviário.

D350 – Resumo Diário para Cupom Fiscal de Serviço,


onde deve ser a consolidação diária das operações refe-
rentes serviços de transportes, objeto de registro em CF
de serviço.

D600 – Consolidação de NF de Serviço de Comunicação e


Telecomunicação, que se trata da consolidação das recei-
tas auferidas pelas empresas de comunicação e de teleco-
municação.

130
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

5) Bloco F – Demais Documentos e Operações. Principais


registros:

F100 – Demais Documentos Geradores de Contribuições

- Receitas Financeiras auferidas no período;


- Receitas auferidas de Juros sobre o Capital Próprio;
- Receitas de Aluguéis auferidas no período.

F200 – Operações da Atividade Imobiliária, que se refe-


re ao espaço para a escrituração da receita da atividade
imobiliária de cada imóvel vendido em registro individu-
alizado.

F600 – Contribuições Retidas na Fonte, onde a pessoa


jurídica é beneficiária da retenção/recolhimento de PIS/
COFINS.

F700 – Deduções Diversas, local onde se apresenta crédi-


tos presumidos (medicamentos); ST não ocorrência do
FG; Créditos s/ bebidas frias.

F800 – Créditos Decorrentes de Eventos de Incorporação,


Fusão e Cisão.

6) Bloco I - Operações das Instituições financeiras e asse-


melhadas.

I010 – Identificador da Apuração, que identifica a pessoa


jurídica a que se refere à movimentação. Em seguida, é
possível identificar a aquisição, venda ou devolução de
mercadorias.

I100 – Consolidação das operações do período.

I200 – Composição das Receitas, Deduções e/ ou Exclu-


sões do Período.

131
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7) Bloco M – Apuração das Contribuições e Créditos PIS/


COFINS. Trata-se de um dos principais blocos da EFD
Contribuições. Local onde é apresentada a apuração do
PIS e da COFINS. No que se refere à EFD Contribuições,
é importante entender que o fisco tem um olhar muito es-
pecial para as informações de créditos. Porque o crédito
abate o valor do tributo a pagar. Com isso é viável pensar
sempre que as contribuições rescindem sobre as receitas.
Então fica fácil identificar as receitas que são tributadas.
Ou seja, aquilo que vai abater o valor do devido tributo são
os créditos. São principais registros do Bloco M:

M100 – Crédito de PIS/PASEP do Período, onde são con-


solidados os tipos crédito de PIS/PASEP por tipo de crédi-
to. O mesmo ocorrerá para uma nota de serviço ou um co-
nhecimento de transporte ou uma compra de mercadoria
que oferecem crédito. Ou seja, os tipos de créditos e valor
deles serão consolidados.

M200 – Consolidação da Contribuição para PIS/PASEP


no Período, local da apuração do PIS/PASEP e demons-
tração do valor a pagar.

M215 – Detalhamento dos Ajustes da Base de Cálculo


Mensal de PIS/PASEP Apurada. (PAG.45 GUIA PRÁTICO
V 1.31)

M300 – Contribuição Diferida de Períodos Anteriores,


para o caso de contribuições diferidas em períodos ante-
riores, que deverão ser pagas no atual período da escritu-
ração.

M350 – PIS/PASEP sobre Folha de Salários, para entida-


des imunes ou isentas do IRPJ que recolhem o PIS sobre a
Folha de salários.

M400 – Receitas Isentas ou Não Incidentes PIS/PASEP,


onde as receitas não sujeitas ao pagamento do PIS/PASEP.

132
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

M500 – Crédito de COFINS, relativo ao Período Consoli-


dação do crédito de COFINS por tipo de crédito.

M600 – Consolidação da Contribuição para a Seguridade


Social - COFINS no Período, traz os créditos que estavam
detalhados no M500 para o M600, ou seja, a apuração do
COFINS e demonstração do valor a pagar (débitos prove-
nientes das receitas).

M615 – Detalhamento dos Ajustes da Base de Cálculo Men-


sal da COFINS Apurada. (PAG.46 GUIA PRÁTICO V 1.31)
M700 – COFINS Diferida em Períodos Anteriores Diferi-
da em períodos anteriores, que deverão ser pagos no atual
período da escrituração.

8) Bloco P – Apuração da CPRB, onde serão detalhadas as


informações sobre a Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta. Ressalte-se que, essa obra visará o estudo
da REINF – que se trata da escrituração fiscal digital de
outras informações e retenções e que traz também infor-
mações acerca da contribuição previdenciária – e com o
advento dela, o que se planeja futuramente é que o Blo-
co P seja extinto. Afinal, não existe necessidade de se ter
informações a respeito da contribuição previdenciária no
SPED Contribuições e também na REINF.

São principais registros do bloco P:

P100 – Receitas Sujeitas a CPRB, onde deverá ser apre-


sentado um registro para cada estabelecimento da pessoa
jurídica que tenha auferido receita decorrente da venda
de produtos fabricados e serviços sujeitos à contribuição
previdenciária incidente sobre a receita bruta.

P200 – Consolidação da CPRB, local para se fizer um so-

133
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

matório da contribuição sobre a receita bruta mensal de


cada estabelecimento.

9) Bloco 1 – Complemento da Escrituração e o Controle de


saldos, créditos e retenções. Principais registros:

1050 – Detalhamentos dos Ajustes da Base de Cálculo


Mensal de PIS/PASEP e COFINS – Valores Extra Apuração

1100 – Controle de Créditos Fiscais PIS/PASEP, períodos


anteriores à escrituração ou apurado no período. Identifi-
cação do tipo de crédito, constituição e utilização.

1300 – Controle de Valores Retidos na Fonte PIS/PASEP,


períodos anteriores à escrituração ou apurado no perío-
do. Poderão ser usados para deduzir a contribuição no
M200. Consolidação por natureza de retenção.

1500 – Controle de Créditos Fiscais COFINS, períodos an-


teriores à escrituração ou apurado no período. Identifica-
ção do tipo de crédito, constituição e utilização.

1700 – Controle de Valores Retidos na Fonte COFINS, tan-


to de períodos anteriores a escrituração ou apurado no
período. Poderão ser usados para deduzir a contribuição
no M600. Consolidação por natureza de retenção.

É importante ressaltar que, para uma execução eficaz do SPED


em relação aos itens aqui citados é de muito importante lembrar
que a EFD Contribuições é uma escrituração que visa apresen-
tar as informações relacionadas à apuração do PIS, COFINS ou
da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta.

Ademais, não se faz necessário enviar um arquivo para cada


estabelecimento, as informações da EFD Contribuições, assim

134
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

como o cálculo dos tributos federais é feito centralizados na ma-


triz. Por fim, outra informação importante é que o prazo para
envio da escrituração é até o décimo dia útil do segundo mês
subsequente a que se refere à competência.

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135
Capítulo 6

SPED
CONTÁBIL
(ECD)
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Faz-se necessário, antes de entrarmos mais afundo no trabalho


sobre o SPED Contábil ou Escrituração Contábil Digital (ECD),
diferenciarmos o significado deste para o SPED ECF ou Escritu-
ração Contábil Fiscal. Ambos são chamados pela denominação
de escrituração contábil. Porém o SPED Contábil nada mais é
que a substituição da escrituração contábil convencional em pa-
pel, que apenas mudou sua forma de ser apresentada, no caso,
saindo do papel para o meio digital.

O objetivo da ECD é fazer a escrituração contábil independente


da norma fiscal ou critério de apuração de tributos, meio pelo
qual apresenta a norma societária, em regra, sem necessitar de
aspectos tributários. Já a ECF trata-se do novo formato de apu-
ração do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (PJ) e da Contri-
buição Social do Lucro Líquido e se baseia nos dados da ECD
para as apurações. Ela veio para substituir a tradicional DIPJ
(Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurí-
dica). Nela é onde será feita toda a composição da apuração do
IR e Contribuição Social, que são os tributos que incidem sobre
o lucro e em alguns momentos esses têm como base a contabili-
dade para fazer a geração dessas informações.

Ressalte-se que, para falar do surgimento do SPED Contábil é


imprescindível destacar sobre a convergência do padrão contá-
bil brasileiro ao padrão internacional, o padrão europeu de con-
tabilidade, identificado pela sigla IFRS (International Financial
Reporting Standards).

A Lei nº 6.404 de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações


(ou Anônimas), e que trouxe as principais regras contábeis bra-
sileiras, foi atualizada pela Lei Nº 11.638 de 2007. Em seu Art. 3º,
ela esclarece que se aplicam às sociedades de grande porte, ain-
da que não constituídas sob a forma de sociedades por ações,
as disposições da Lei 6.404/76. As disposições da Lei, apesar de
serem mais conhecidas como “S.A´s”, se aplicam em empresas
de grande porte. A lei também as dividiu como aquelas que pos-

138
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

suem Ativo Total superior a R$ 240 milhões ou Receita Bruta


Anual superior a R$ 300 milhões. Já as pequenas e médias em-
presas são aquelas que possuem o seu Ativo Total menor ou igual
a R$ 240 milhões e Receita Bruta Anual menor ou igual a R$ 300
milhões. Essas empresas estão sujeitas à Resolução do CFC 1.255
de 2009 – NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas (CPC PME).

Conceitos inovadores vieram junto com essa nova contabilida-


de, tais como Valor Presente, Valor Justo e Ajuste de Avaliação
Patrimonial, por vezes esses conceitos possuem um entendi-
mento complexo. Para exemplificar isso, podemos destacar
que o Valor Presente trata da estimativa do valor descontado de
fluxo de caixa líquido no curso normal dos negócios, uma leitu-
ra fria dos termos dessa norma é bem comum, ficando assim
complicado de entender o que significa trazer um valor de um
Ativo ou Passivo de um valor Presente. Para facilitar, imagine
que você venda um celular à vista, a R$ 1.000, porém, se você
vende o aparelho parcelado em 60 prestações, ele ficará com o
valor de R$ 1.500. Trazer esse valor ao Valor Presente seria con-
siderar quanto é o valor devido pelo cliente no dia de hoje, na
moeda atual.

No que diz respeito ao Valor Justo podemos destacar que ele tra-
ta-se do valor pelo qual um Ativo pode ser trocado, um passivo
liquidado, um instrumento patrimonial concedido entre partes
conhecedoras e dispostos a isso, em uma transação em que não
haja privilégio entre os mesmo.

De uma maneira mais simples e objetiva, o Valor Justo é o mais


próximo do ideal de uma transação comercial, em que nenhuma
das partes esteja sendo privilegiada em uma negociação. Nesse
contexto, é importante compreender que esses conceitos surgi-
ram com o objetivo de trazer a subjetividade pra dentro da con-
tabilidade, que anteriormente, mostrava-se de forma normati-
va, com forte influência da legislação tributária.

139
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

As novas disposições da Lei nº 11.638 e o modelo de convergên-


cia da contabilidade brasileira, ambos comparados a um padrão
internacional pressupõem que a contabilidade não sofra mais
interferências tributárias. A contabilidade precisa fornecer in-
formações que sejam úteis às tomadas de decisões. Quando esta
se revela com interferências da norma tributária, obedecendo
a regras de disposições que objetivam garantir uma correta
apuração no tributo, assim ficando de uma maneira que não ex-
ponha a realidade patrimonial das entidades, que não traz de
maneira objetiva, clara, segura as informações patrimoniais, e
de resultado e desempenho que permitem que gestores tomem
decisões assertivas.

A ECD integra o projeto SPED objetivando a substituição da es-


crituração em papel pela transmitida via arquivo, ou seja, corres-
ponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes
livros: Livro Diário e seus auxiliares se houver; Livro Razão e
seus auxiliares se houver; Livro Balancetes Diários, Balanços e
Fichas de Lançamento comprobatórias dos assentamentos ne-
les transcritos. Hoje feito em meio digital esses livros que antes
eram impressos em papel.

De acordo com as IN RFB n° 1.856/2018 de 13 de dezembro de


2018 e a IN RFB n° 1.894/2018 de 16 de maio de 2019, que se en-
contra em vigor desde a data da sua publicação no Diário Oficial
da União, estão obrigadas a adotar a ECD, nos termo da legisla-
ção comercial, inclusive entidades imunes e isentas:

§ 1º A obrigação a que se refere o caput não se aplica:

I - às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Uni-


ficado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devi-
dos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº
123, de 14 de dezembro de 2006;

140
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

II - aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;

III - às pessoas jurídicas inativas, assim consideradas


aquelas que não tenham realizado, durante o ano-calen-
dário, atividade operacional, não operacional, patrimo-
nial ou financeira, inclusive aplicação no mercado finan-
ceiro ou de capitais as quais devem cumprir as obrigações
acessórias previstas na legislação específica;

IV – às pessoas jurídicas imunes e isentas que auferiram,


no ano-calendário, receitas, doações, incentivos, sub-
venções, contribuições, auxílios, convênios e ingressos
assemelhados cuja soma seja inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais) ou ao valor propor-
cional ao período a que se refere à escrituração contábil; e

V - às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro pre-


sumido que cumprirem o disposto no parágrafo único do
art. 45 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 2º As exceções a que se referem os incisos I e V do §1º não
se aplicam à microempresa ou empresa de pequeno por-
te que tenha recebido aporte de capital na forma prevista
nos Arts. 61-A a 61-D da Lei Complementar nº 123, de 2006.

141
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

§ 2º-A A exceção a que se refere o inciso V do § 1º não se apli-


ca às pessoas jurídicas que distribuírem parcela de lucros
ou dividendos sem incidência do Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte (IRRF) em montante superior ao valor da
base de cálculo do imposto sobre a renda apurado diminuí-
da dos impostos e contribuições a que estiver sujeita.

§ 3º As pessoas jurídicas do segmento de construção civil


dispensadas de apresentar a Escrituração Fiscal Digital do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mer-
cadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte In-
terestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - EFD
ICMS/IPI - ficam obrigadas a apresentar o livro Registro
de Inventário na ECD, como livro auxiliar.

§ 4º A Sociedade em Conta de Participação (SCP) enqua-


drada nas hipóteses de obrigatoriedade de apresentação
da ECD deve apresentá-la como livro próprio.

§ 5º O empresário e a sociedade empresária que não este-


jam obrigados, para fins tributários, a apresentar a ECD,
podem apresentá-la, de forma facultativa, a fim de aten-
der ao disposto no art. 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de ja-
neiro de 2002.

§ 6º As pessoas jurídicas que não estejam obrigadas a apre-


sentar a ECD podem apresentá-la de forma facultativa.

Podemos contar com duas regras no que diz respeito à obriga-


toriedade de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido.
A mesma pode estar obrigada em decorrência da distribuição
de lucros e também por não se utilizar da prerrogativa de man-
ter apenas a escrituração do livro caixa. Para exemplificar essa

142
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

parte de distribuição de lucro presumido, que é aplicação da alí-


quota de presunção sobre o faturamento da PJ. Desse lucro, di-
minuem-se os tributos para PIS, COFINS, IRPJ e CSLL, que por
fim é igual ao Lucro Líquido Comparativo (LLC).

Vale ressaltar que caso os valores dos dividendos pagos pela PJ


excederem ao LLC, o contribuinte está obrigado ao SPED Con-
tábil. Porém, mesmo que este não exceda e caso não utilize da
prerrogativa prevista do parágrafo único do Art. 5 da Lei nº 8981,
também estará obrigado ao SPED Contábil.

Ainda conforme a IN 1.774/2017 está obrigada a adotar a ECD,


em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janei-
ro de 2016:

I - as pessoas jurídicas imunes e isentas obrigadas a man-


ter escrituração contábil, nos termos da alínea “c” do § 2º
do art. 12 e do § 3º do art. 15, ambos da Lei nº 9.532, de 10 de
dezembro de 1997, que no ano-calendário, ou proporcio-
nal ao período a que se refere:

a) apurarem Contribuição para o PIS/PASEP, COFINS, Con-


tribuição Previdenciária incidente sobre a Receita de que tra-
tam os Arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
e a Contribuição incidente sobre a Folha de Salários, cuja
soma seja superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); ou

b) auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções,


contribuições, auxílios, convênios e ingressos assemelha-
dos, cuja soma seja superior a R$ 1.200.000,00 (um mi-
lhão e duzentos mil reais).

II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro pre-


sumido que não se utilizem da prerrogativa prevista no
parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981, de 1995.Parágra-

143
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

fo Único. As Sociedades em Conta de Participação (SCP),


enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a II do
caput do art. 3º e do caput do art. 3º-A devem apresentar
a ECD como livros próprios ou livros auxiliares do sócio
ostensivo (NÃO FOI ENCONTRADO IN 1420/2015 E SIM
IN RFB1594/2015 PORÉM O TEXTO NÃO ESTÁ IGUAL)

O prazo de entrega foi fixado pelo artigo 5º da Instrução Norma-


tiva RFB nº 1.774/2017, reproduzido a seguir:

Art. 5º A ECD deve ser transmitida ao Sistema Público de


Escrituração Digital (SPED), instituído pelo Decreto nº
6.022, de 22 de janeiro de 2007, até o último dia útil do
mês de maio do ano seguinte ao ano-calendário a que se
refere a escrituração.

§ 1º O prazo para entrega da ECD será encerrado às


23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minu-
tos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do
dia fixado para entrega da escrituração.

§ 2º A ECD transmitida no prazo previsto no caput será


considerada válida depois de confirmado seu recebimen-
to pelo SPED.

§ 3º Nos casos de extinção da pessoa jurídica, cisão par-


cial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECD deve ser
entregue pela pessoa jurídica extinta, cindida, fusiona-
da, incorporada e incorporadora, observados os seguin-
tes prazos:

I - se a operação for realizada no período compreendido


entre janeiro a abril, a ECD deve ser entregue até o último
dia útil do mês de maio daquele ano; e

144
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

II - se a operação for realizada no período compreendido


entre maio a dezembro, a ECD deve ser entregue até o úl-
timo dia útil do mês subsequente ao do evento.

§ 4º A obrigação prevista no § 3º não se aplica à incorpora-


dora nos casos em que esta e a incorporada estavam sob
o mesmo controle societário desde o ano-calendário ante-
rior ao do evento.

Ou seja, a obrigatoriedade do SPED Contábil se aplica às pesso-


as jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que dis-
tribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a
Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos
superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de
todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita. Destaca-
-se que essa obrigatoriedade foi até o ano de 2015, e muitas dú-
vidas surgiram nessa época, pois a mesma não esclarecia muito
bem sobre a definição de impostos para fins de cálculo, fator que
fez a Receita Federal divulgar em seu sítio eletrônico uma nota
de esclarecimento ainda no mesmo ano. Lembrando que o exer-
cício de 2015 foi o primeiro ano em que pessoas jurídicas tribu-

145
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

tadas pelo lucro presumido passaram a enviar o SPED Contábil.


Do projeto, o SPED Contábil é o que menos se constitui como
uma obrigação tributária de natureza fiscal. Em sua essência, ele
é apenas a substituição da escrituração contábil convencional em
papel pelo seu equivalente digital. Porém, esta começa ser uma
obrigação de natureza tributária. Muitas das regras da escritu-
ração contábil estão prevista no Código Civil, no regulamento do
Imposto de Renda, e também em resoluções do Conselho Regio-
nal e Federal de Contabilidade. Nesse sentido, é extremamente
relevante verificar as normas contábeis e societárias no intuito de
entender os percalços da escrituração contábil.

Através de processos de retificações e substituição da escritu-


ração contábil que é concedido, atualmente, a substituição do
SPED Contábil. Primeiramente, a entidade deverá preencher o
Registro J801, que é o termo de verificação para fins de substi-
tuição da ECD. O documento (termo) deverá integrar a escritu-
ração substituta, além disso, será contido dos seguintes tópicos:
identificação da escrituração substituída; descrição pormeno-
rizada dos erros; identificação clara e precisa dos registros que
contém os erros, exceto quando o for em decorrência necessária
de outro erro já discriminado; a declaração de que os signatários
de termo de verificação não são responsáveis pela escrituração
substituta ou substituída, exceto quando eles forem também
signatários de uma delas.

Esse termo de verificação deverá ser assinado pelo próprio pro-


fissional contábil que assina a escrituração substituta quando a
correção dos erros não dependa de alterações de lançamentos
contábeis, saldos ou demonstrativos.

6.2 Legislação

O SPED é uma ferramenta que para ser possível compreender

146
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

sua extensão se faz necessário entender bem sobre sua siste-


mática legislativa. A Receita Federal, que dispõem na Lei nº
9.779 de 1999, em seu Art. 16, esclarece sobre a prerrogativa de
instituir obrigações acessórias. A partir do Decreto nº 6.022 de
2007, essas obrigações entraram no projeto SPED, e o SPED
Contábil, apesar de ter surgido pela Instrução Normativa da Re-
ceita Federal do Brasil nº 787 de 2007, na sua primeira vertente
de obrigatoriedade, teve o Conselho Federal de Contabilidade
como primeiro órgão de contabilidade a destacar sobre a ECD, e
tendo como parâmetro a Resolução nº 2020 de 2005. No ano de
2007, estabeleceu-se a Instrução Normativa da Receita Federal
do Brasil (IN RFB) nº 787/07, que criou a ECD a partir do ano
calendário de 2008.

No final do ano de 2013, surgiu a IN RFB nº 1.420, que criou uma


nova ECD, tendo como principal mudança à inclusão no seu âm-
bito de obrigatoriedade das empresas do lucro presumido com
regras próprias. Consequentemente, a IN RFB nº 1.594 de 2015
ampliou a legalidade dessa obrigatoriedade. Atualmente encon-
tra-se revogado pela Instrução Normativa RFB n° 1.774/2017 de
22 de Dezembro de 2017 que por sua vez encontra-se alterado
em alguns artigos pela Instrução Normativa RFB n° 1.856/2018
de 13 de dezembro de 2018.

Com o intuito de entender melhor sobre a legislação do SPED


Contábil, é conveniente detalhar o passo-a-passo de seu funciona-
mento. Mas antes é preciso fazer um paralelo de como ele operava
anteriormente com o Decreto nº 8683 de 2016, e posteriormente.

Para iniciar esse estudo vale destacar que, o SPED Contábil é


a substituição da escrituração contábil convencional em papel,
pelo seu equivalente digital. Ou seja, a contabilidade que tem
como responsabilidade receber as informações da empresa, pro-
movia os registros por meio dos lançamentos contábeis utilizan-
do sistemas e ao final do ano calendário, gerava um arquivo em
formato de texto, submetendo o mesmo em um programa vali-

147
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

dador, logo, fazia a assinatura do arquivo pelo representante legal


da pessoa jurídica e contador, e ao conclui-la, enviava a escritura-
ção para o ambiente SPED. A Receita Federal recepcionava essas
informações, porém a Junta Comercial precisaria promover au-
tenticação do livro. Para isso o contribuinte precisava pagar uma
taxa para a Junta Comercial, que iria buscar as informações no
portal do SPED, verificando o número do livro, dados da empresa,
do contador, se o representante legal da PJ era o mesmo pra fins
de assinatura de documento no órgão, por fim, desta forma pro-
movia-se a autenticação da escrituração contábil.

Algumas modificações sugiram após o Decreto n° 8683 de 2016,


essa determinação presidencial não altera a norma contábil, ela
altera a possibilidade de registro da escrituração contábil. Devi-
do a isso o Conselho Federal de Contabilidade fez e publicou a
segunda revisão do Comunicado Técnico Geral – CTG 2001 (R2).
É estabelecido por essa CTG que o livro diário deverá ser auten-
ticado no registro público ou entidade competente, porém isso
apenas quando for exigida legislação específica.

No dia 12 de Dezembro de 2017 saiu o Comunicado Técnico


Ibracon n° 02/2017 onde consta um relatório sobre a aplicação
de procedimentos previamente acordados para atendimento
às disposições contidas no CTG 2001 – Formalidade da Escritu-
ração Contábil em Forma Digital para fins de Atendimento ao
SPED, emitido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
referente ao termo de verificação para fins de substituição da
Escrituração Contábil Digital (ECD).

Ao fazer a transmissão para o SPED devem ser informadas


apenas as contas que tenham saldo ou tiveram algum tipo de
movimento no período. Para exemplificar melhor essa situação,
caso você tenha um plano de contas com cerca de 5.000 contas,
porém naquele período só houve uso de 600, só deverá ser infor-
mado no SPED Contábil as 600 contas.

148
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O Decreto n° 8683 de 2016 prevê que o termo de autenticação


da ECD transmitida via SPED será o próprio recibo de entre-
ga que o programa gera no momento da transmissão, ou seja, a
partir do momento que envia o SPED Contábil o próprio termo
da transmissão passa a ser o recibo de autenticação e com isso
a ECD será automaticamente autenticada. Esse mesmo decreto
também estabelece que a autenticação dos livros contábeis das
empresas poderá ser feita por meio do SPED, mediante a apre-
sentação, ou seja, com a transmissão da ECD.

A Resolução nº 1299 de 2010, assim como o comunicado CTG


2001, estabelece quais são os preceitos que devem obedecer à
escrituração contábil em forma digital, de acordo com preceitos
da NBC TG 2000.

Vale ressaltar que esse tipo de escrituração deve ser em idioma e


moedas correntes nacionais. Assim, mesmo que se trate de uma
multinacional essa escrituração deverá ser em idioma e moedas
correntes nacionais. Além disso, a mesma deverá ser em forma
contábil, implicando que deverá obedecer aos lançamentos con-
tábeis, com seus cinco elementos: data, conta-crédito, conta-dé-
bito, histórico e valor.

Sempre que esse lançamento contábil entra em ambiente di-


gital, ele ganha mais um elemento. Por exemplo, imagine que
quando ocorria um processo de auditoria em livros manuais,
um lançamento era referenciado pela numeração de um deter-
minado livro e sua página de número qualquer. Porém, no meio
digital não há mais páginas de livros e sim um arquivo digital
em formato de texto que identifica lançamentos de maneira as-
sertiva. Por esse motivo foi criada a figura do número do lança-
mento. Vale lembrar que toda escrituração contábil deverá ter
uma documentação que evidencie todos os fatos contábeis.

A resolução 1.299 de 2010 estabelece que o Livro Diário e Razão


que não há necessidade de impressão e encadernação em for-

149
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

ma de livro, pois em formato digital eles constituem um único


conjunto de informações, conforme a Resolução CFC 1.330/2011.
Ainda é muito comum observar situação de dificuldades opera-
cionais em que empresas necessitam autenticar escriturações
em papel, na Junta Comercial, para participar de um processo
licitatório. É importante destacar que não é possível a coexistên-
cia de dois tipos de escrituração (uma em papel e outra digital)
para o mesmo ano-calendário. Recomenda-se verificar se a em-
presa enviou o SPED.

Para finalizar este tópico no dia 12 de Dezembro de 2017 saiu


o Comunicado Técnico Ibracon n° 02/2017 onde consta um re-
latório sobre a aplicação de procedimentos previamente acor-
dados para atendimento às disposições contidas no CTG 2001
– Formalidade da Escrituração Contábil em Forma Digital para
fins de Atendimento ao SPED, emitido pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) referente ao termo de verificação para fins
de substituição da Escrituração Contábil Digital (ECD).

150
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.3 Obrigações Acessórias Dispensadas

A IN RFB 1.774/17, no Art. 6º, cita a autenticação dos livros e do-


cumentos que integram a ECD das empresas mercantis e ativi-
dades afins, subordinadas às normas gerais prescritas na Lei nº
8.934, de 18 de novembro de 1994, será comprovada pelo recibo
de entrega da ECD emitido pelo SPED, dispensada qualquer ou-
tra autenticação.

Ainda no Art. 6º-A A autenticação exigível para fins tributários


de livros contábeis das pessoas jurídicas não sujeitas ao Registro
do Comércio poderá ser feita pelo SPED por meio de apresenta-
ção da ECD.

Parágrafo único. A autenticação dos livros contábeis digitais de


que trata o caput será comprovada pelo recibo de entrega emi-
tido pelo SPED, dispensada qualquer outra forma de autentica-
ção, nos termos do Decreto nº 9.555, de 6 de novembro de 2018.

No caso de transmissão da escrituração via SPED Contábil, há


uma dispensa implícita: a impressão dos livros, a norma dispõe:

A apresentação dos livros digitais, nos termos desta Instrução


Normativa e em relação aos períodos posteriores a 31 de dezem-
bro de 2007, supre:

I - Em relação às mesmas informações, a exigência conti-


da na Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de
2001, e na Instrução Normativa MPS/SRP nº 12, de 20 de
junho de 2006.

II - A obrigatoriedade de escriturar o Livro Razão ou fichas


utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta,
os lançamentos efetuados no Diário, prevista no art. 14 da
Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991.

151
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

III - A obrigatoriedade de transcrever no Livro Diário o


Balancete ou Balanço de Suspensão ou Redução do Im-
posto, de que trata o art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de ja-
neiro de 1995, disciplinada na alínea “b” do § 5º do art. 12
da Instrução Normativa SRF nº  93, de 24 de dezembro
de 1997.Parágrafo único. A adoção da Escrituração Fiscal
Digital, nos termos do Ajuste SINIEF no 02, de 3 de abril
de 2009, supre:

 I - A elaboração, registro e autenticação de livros para re-


gistro de inventário e registro de entradas, em relação ao
mesmo período. (Lei nº 154, de 1947, arts. 2º, caput e § 7º, e
3º, e Lei nº 3.470, de 1958, art. 71 e Lei nº 8.383, de 1991, art.
48), desde que informados na Escrituração Fiscal Digital,
nos termos do arts. 261 e 292 a 298 do Regulamento do Im-
posto de Renda, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.

II - Em relação às mesmas informações, da exigência con-


tida na Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro
de 2001, e na Instrução Normativa MPS/SRP nº 12, de 20
de junho de 2006.
   

6.4 Prazos para Apresentação dos Livros Digitais

Sabe-se que algumas empresas estão sujeitas à penalidade quando


não enviam o ECD dentro do prazo. O que às vezes acontece é, que
muitas empresas recorrem junto à Receita Federal para explicar
sobre o envio da escrituração, não para cumprir com a obrigação
fiscal porque não são obrigadas, mas sim para obter a escrituração
contábil em formato digital, que é substituída pela escrituração
convencional, de papel, e consequentemente, para obter a anulação
das penalidades. Vale destacar que esta é uma alternativa viável.

152
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Conforme já mencionado coube a Instrução Normativa 1.774/17


fixar o prazo de envio da ECD, até o último dia útil do mês de maio
do ano seguinte ao ano-calendário a que se refere à escrituração.

Período da Escrituração Prazo de Entrega

Situação normal Último dia útil do mês de maio


do ano seguinte ao ano-calendá-
rio a que se refere à escrituração.
Situação especial ocorrida de ja- Último dia útil do mês de maio
neiro a abril do ano da entrega do ano seguinte ao ano-calendá-
da ECD para situações normais rio a que se refere à escrituração.
(extinção, cisão parcial, cisão to-
tal, fusão ou incorporação).
Situação especial de maio a de- Último dia útil do mês seguinte
zembro do ano da entrega da ao do evento.
ECD para situações normais
(extinção, cisão parcial, cisão
total, fusão ou incorporação).
Situação especial ocorrida de Último dia útil do mês de junho
janeiro a dezembro de 2014 (ex- de 2015.
tinção, cisão parcial, cisão total,
fusão ou incorporação).

Em uma espécie de resumo geral sobre os aspectos técnicos da


ECD, a regra aponta que o prazo para enviar os livros digitais
é até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao ano
calendário a qual se refere à escrituração. Mas, para efeito maior
desse procedimento, é preciso saber também qual o significado
do Hash do livro. Algumas vezes, quando há necessidade de con-
sultar a situação do livro é muito importante conhecer sobre a
ferramenta que se trata de uma numeração calculada pelo PVA,
representando um código de barras do livro digital

153
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.5 Composições dos Livros

Todos os livros da escrituração contábil podem ser incluídos no


SPED Contábil, em suas diversas modalidades. Para isso são
previstas as seguintes formas de escrituração:

1) G – Livro Diário (Completo, sem escriturações auxiliar);


2) R - Diário com Escrituração Resumida (com escritura-
ção auxiliar);
3) A – Livro Diário Auxiliar ao Diário com Escrituração Re-
sumida;
4) B – Livro de Balancetes Diários e Balanços;
5) Z – Razão Auxiliar;

O livro Diário Geral (G) deve ser utilizado quando a empresa


contempla todos os fatos contábeis com um lançamento con-
tábil. Ou seja, para cada fato contábil, se faz um lançamento
contábil, e assim o livro será do tipo G. No entanto, admite-se
um livro diário com uma Escrituração Resumida (R). Essa pre-
visão encontra-se no inciso 1º do Art. 1.184 do Código Civil, que
permite a escrituração resumida do Diário com totais que não
excedam o período de 30 dias.

154
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Essa aplicação deverá ser em relação às contas e caso suas ope-


rações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabe-
lecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente
autenticados, para registro individualizado, e conservados os
documentos que permitam a sua perfeita verificação.

O livro Diário Auxiliar (A), previsto no Art. 1.184 do Código Civil,


deve conter os lançamentos individualizados das operações lan-
çadas no Diário com Escrituração Resumida.

O livro Razão Auxiliar (Z) pode ser utilizado quando o leiaute


do livro Diário Auxiliar não se mostrar adequado para enviar as
informações necessitadas.

O livro de Balancetes Diários e Balanços (B), é regulamentado


somente pelo Banco Central. Sua utilização é praticamente en-
contrada somente em instituição financeira.

O livro “S” foi extinto, que era o mesmo da SCP. Hoje o envio da
SCP pode ser feito em um livro do tipo G ou poder ser enviada
como um livro auxiliar a escrituração do Sócio Ostensivo.

O leiaute do livro de Razão Auxiliar (Z) pode ser construído pelo


próprio contribuinte, como no registro I510, o mesmo fará a de-
finição de campos do livro auxiliar com leiaute parametrizável,
já no registro I550 será feito os detalhes do livro auxiliar. O mo-
delo desse tipo de livro, especificado pela Receita Federal, pode
ser localizado facilmente em uma busca pela internet.

6.5.1 Regras de Convivência Entre os Livros

A escrituração G, que diz respeito ao Diário Geral, não pode con-


viver com nenhuma outra escrituração principal no mesmo pe-
ríodo. Ou seja, as escriturações principais (G, R ou B) não podem

155
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

coexistir. Essa escrituração também não possui livros auxilia-


res, consequentemente, ele não pode conviver com esses tipos
de escrituração.

A escrituração resumida R pode conviver com os livros auxi-


liares A ou Z.

Já o livro de balancetes e balanços diários B também pode convi-


ver com os livros auxiliares A ou Z.

6.5.2 O Hash do Livro

Ao ler o arquivo para a validação, o PGE do SPED Contábil calcula o


hash do arquivo. O hash não tem letra “O”, será sempre o núme-
ro zero (0), pois é formado por um código hexadecimal. Ou seja,
será formado apenas por números, de 0 a 9, e letras, de A à F.

Se o livro digital estiver validado, o hash do arquivo pode ser obti-


do utilizando o menu “Escrituração>Dados da Escrituração”. Vale
ressaltar que é preciso desprezar os separadores e o dígito verifi-
cador para transcrever o hash em quaisquer campos do arquivo.

6.5.3 Impressão dos livros

No que diz respeito aos livros é possível destacar que são três
formas alternativas de escrituração, em papel, fichas ou digital
e elas não podem coexistir em relação ao mesmo período. Ou
seja, não poderão existir ao mesmo tempo dois livros diários em
relação ao mesmo período, sendo um digital e outro impresso1.

1 De acordo com o ITG 2000 – Escrituração Contábil –, em caso de escrituração


contábil em forma digital, não há necessidade de impressão e encadernação em forma de li-
vro, porém o arquivo magnético autenticado pelo sistema/registro público competente deve
ser mantido pela entidade.

156
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.5.4 Quantidade de Livros por Arquivo e de Arquivos por


Ano-Calendário

O arquivo da ECD sempre corresponde a um livro, ou seja, não


é possível que um arquivo contenha mais de um livro. Além dis-
so, existe uma regra geral onde diz que a ECD será entregue em
apenas um arquivo correspondente a todo o ano-calendário.

Contudo, há algumas exceções, como por exemplo, a escritu-


ração resumida com livros auxiliares. Nessa situação, a escri-
turação poderá conter mais de um livro por ano-calendário e,
consequentemente, mais de um arquivo, tendo em vista que
haverá o livro principal (escrituração resumida) e um ou mais
livros auxiliares.

Há também o caso de o arquivo de um mês ultrapassar o tama-


nho de 1GB (gigabyte), situação em que a escrituração pode ser
entregue em arquivos mensais somando um total de 12 arqui-
vos por ano.

Vale ressaltar também que caso aconteça mudança de contador


durante o período, faz-se necessário uma maior atenção. Pois, é
possível que o contador responsável, de uma empresa, saiu no
período de janeiro a junho e um novo contador assumiu de julho
até dezembro, cada um deverá gerar um arquivo do SPED Con-
tábil, conforme suas responsabilidades e, além disso, um repre-
sentante da Pessoa Jurídica também deverá assinar.

Ou seja, um contador vai gerar um arquivo de janeiro a junho


e o contador substituto irá gerar um novo arquivo referente ao
período de julho a dezembro, cada arquivo contendo a parcela
de cada contador e o mesmo assinando em diante como res-
ponsável técnico.

157
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.5.5 Limite de Tamanho e Período dos Livros

Como citado antes, a regra geral é que a ECD será entregue em


apenas um arquivo correspondente a todo ano-calendário, salvo
algumas exceções, que permitem entregar em arquivos com pe-
ríodos mensais, ou contendo vários meses.

Ressalta-se que os períodos de escrituração do livro principal e dos


livros auxiliares devem coincidir e que cada arquivo não pode ultra-
passar o tamanho de 1GB, ou seja, caso a escrituração possua um
livro principal e um auxiliar e aconteça do arquivo ultrapassar o li-
mite de 1GB, o livro principal terá que ser fracionado em 12 livros
mensais, consequentemente o livro auxiliar também deverá ser fra-
cionado em 12, lembrando que o livro auxiliar deve seguir o período
adotado no livro principal.

Também existem outros limites:

Todos os meses devem estar contidos no mesmo ano.

Não deve conter fração de mês (exceto nos casos de iní-


cio de atividade, cisão parcial ou total, fusão, incorpora-
ção ou extinção).

158
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Para as situações especiais de cisão parcial ou incorporação (se in-


corporadora) serão geradas duas escriturações:

A escrituração número 1 será marcada do início do ano-calendário


(ou data posterior, caso o contribuinte tenha iniciado suas ativida-
des do próprio ano-calendário) até a data da situação especial. Já
na escrituração de número 2 será da data da situação especial até o
final do ano-calendário.

Para uma melhor absorção do que está sendo falado aqui irei utili-
zar alguns exemplos a seguir:

Exemplo 1: Uma empresa iniciou atividades em 15 de mar-


ço de 2018. Ocorreu um evento de cisão em 28/06/2018 e
a empresa prosseguiu as atividades (cisão parcial). Duas
escriturações devem ser entregues. Escrituração 1: De
15/03/2018 até 28/06/2018 (A data limite para a entrega
será o último dia útil do mês de julho de 2018).

Escrituração 2: De 29/06/2018 a 31/12/2018 (A data limite para


a entrega será o último dia útil do mês de maio de 2019).

É importante observar que a exceção, para esses casos (cisão


parcial ou incorporação, quando é incorporadora), ocorre se a
data da situação especial ocorrer no último dia do ano. Nesse
caso, será gerada apenas uma escrituração.

Exemplo 2: Uma empresa iniciou atividades em


15/03/2018. Ocorreu um evento de cisão em 31/12/2018 e a
empresa prosseguiu as atividades (cisão parcial). Uma es-
crituração deve ser entregue de 15/03/2018 até 31/12/2018
(A data limite para a entrega será o último dia útil do mês
de janeiro de 2018). Caso a situação especial ocasione a
extinção da pessoa jurídica (incorporação, no caso de in-
corporada, ou cisão total ou fusão) só haverá escrituração

159
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

do início do ano-calendário (ou data posterior, caso o con-


tribuinte tenha iniciado suas atividades do próprio ano-
-calendário) até a data da situação especial.

Exemplo 3: Uma empresa iniciou atividades em


15/03/2018. Ocorreu um evento de fusão em 28/06/2018.
Uma escrituração deve ser entregue de 15/03/2018 até
28/06/2018 (A data limite para a entrega será o último dia
útil do mês de julho de 2018).

Contendo mais de um mês, não pode haver descontinuidade na se-


quência de meses.

Exemplo 4: Uma escrituração de janeiro a maio, não pode


deixar de informar o mês de fevereiro.

Algumas observações segundo a Receita Federal do Brasil:

Apuração Trimestral do IRPJ: Respeitados os limites aci-


ma descritos, ainda que a apuração do IRPJ seja trimes-
tral, o livro pode ser anual. A legislação do IRPJ obriga a
elaboração e transcrição das demonstrações na data do
fato gerador do tributo. Nada impede que, no mesmo li-
vro, existam quatro conjuntos de demonstrações trimes-
trais e a anual.

Mudança de contador no meio do período: Respeitados


os limites acima, o período da escrituração pode ser fra-
cionado para que cada contabilista assine o período pelo
qual é responsável técnico.

Mudança de plano de contas da empresa no meio do pe-


ríodo: Respeitados os limites acima, o período da escritu-

160
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

ração pode ser fracionado para que cada plano de contas


corresponda a um período. Nesse caso, no arquivo do se-
gundo período, deverá ser preenchido o registro I157, com
o relacionamento do(s) saldo(s) da(s) conta(s) do plano de
contas novo com a(s) conta(s) do plano de contas antigo.

6.5.6 Substituição do Livro Digital Transmitido

De Acordo com o artigo 7º da Instrução Normativa nº 1.774/2017, a


ECD autenticada somente pode ser substituída caso contenha er-
ros que não possam ser corrigidos por meio de lançamento contábil
extemporâneo, conforme previsto nos itens 31 a 36 da Interpretação
Técnica Geral (ITG) 2000 (R1) – Escrituração Contábil, do Conselho
Federal de Contabilidade, publicada em 12 de dezembro de 2014.

§ 1º O cancelamento da autenticação e a apresentação da


escrituração substituta serão efetuados mediante apre-
sentação de Termo de Verificação para Fins de Subs-
tituição, o qual deve integrar a escrituração substituta
e conter, no mínimo: I – a identificação da escrituração
substituída; II – a descrição pormenorizada dos erros; III
– a identificação clara e precisa dos registros que conte-
nham os erros, exceto quando estes decorrerem de outro
erro já discriminado; IV – a autorização expressa para
acesso do Conselho Federal de Contabilidade a informa-
ções pertinentes às modificações; e V – a descrição dos
procedimentos pré-acordados executados pelos audito-
res independentes mencionados no §2º, inciso II, quando
estes julgarem necessário.

§2º O Termo de Verificação para Fins de Substituição deve


ser assinado: I - pelo próprio profissional da contabilidade
que assina os livros contábeis substitutos; e II - quando

161
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

as demonstrações contábeis tenham sido auditadas por


auditor independente, pelo próprio profissional da conta-
bilidade que assina os livros contábeis substitutos e tam-
bém pelo seu auditor independente.

§3º A manifestação do profissional da contabilidade que


não assina a escrituração se restringe às modificações re-
latadas no Termo de Verificação para Fins de Substituição
de que trata o §1º.

§4º Só é admitida a substituição da ECD até o fim do pra-


zo de entrega relativo ao ano-calendário subsequente.

§5º São nulas as alterações efetuadas em desacordo com


este artigo ou com o Termo de Verificação para Fins de
Substituição.

De acordo com os itens 2, 11, 12 e 13 do CTSC 03 que correspon-


de ao relatório sobre a aplicação de procedimentos previamente
acordados referentes ao termo de verificação para fins de subs-
tituição da ECD:

162
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Item 2: Nos termos do item 15 do CTG 2001, somente pode


ser substituída, depois de autenticada pelo SPED, a escri-
turação contábil em forma digital que contenha erros que
não possam ser corrigidos por meio de retificação de lan-
çamento contábil extemporâneo, conforme previsto nos
itens 31 a 36 da ITG 2000 – Escrituração Contábil.

Os ajustes mais usuais que atendem à definição acima, isto é,


que levam à circunstância de substituição da ECD, no alcance do
CTG 2001, são os decorrentes de:

- ajustes no formato eletrônico das informações contá-


beis, sem alterações dos saldos previamente publicados
(por exemplo: erros no cadastro do plano de contas);

- problemas na interface das informações (por exemplo:


multiplicações indevidas por troca de vírgula para ponto)
do sistema contábil das empresas para o PVA da Escritu-
ração Contábil Digital; e

- abertura de subcontas exigidas pela Lei n. º 12.973/2014,


desde que não altere o saldo total da conta.

Vale ressaltar que a lista acima não é exaustiva e os profissionais


devem avaliar, individualmente, as circunstâncias que deman-
dam a substituição da ECD, desde que observados os procedi-
mentos definidos pelo CFC, anteriormente mencionados.

Item 11: Nos termos do item 15 do CTG 2001, somente os


erros que não possam ser corrigidos por meio de lança-
mentos extemporâneos, como exemplificados no item 2,
podem ser corrigidos com a consequente substituição da
ECD já entregue.

163
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Item 12: Dessa forma, todos os demais casos de retifica-


ção de erros de períodos anteriores, que demandarem
alteração de saldos das demonstrações contábeis devem
ser efetuados contabilmente por meio de lançamento
extemporâneo, isto é, nos livros contábeis da entidade,
o lançamento de correção é registrado no ano corrente,
como ajustes de exercícios anteriores, em contrapartida
ao Patrimônio Líquido, em consonância com o parágrafo
1º do Art. 186 da Lei das S.A. Para fins de divulgação das
demonstrações contábeis, a reapresentação das cifras
comparativas ocorre no primeiro conjunto de demonstra-
ções contábeis após a identificação do erro, nos termos da
NBC TG 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa
e Retificação de Erro.

Item13: O Tratamento similar ao descrito no item 12, ou


seja, ajustes em que a ECD deve ser retificada por meio
de lançamento extemporâneo, também deve ser aplicado
para as seguintes situações:

(a) identificação de erros materiais que demandem a re-


emissão das demonstrações contábeis e sua reaprovação
pelos órgãos de governança e pelos acionistas;

(b) quando a finalização e aprovação das demonstrações


contábeis ocorreram em data posterior ao arquivamento
da ECD com saldos diferentes.

Vale ressaltar que para os casos relatados nos itens 12 e 13, por
se tratarem de situações em que se deve fazer a retificação por
meio de lançamento extemporâneo, a substituição da ECD não
é permitida. Portanto, não é necessária a assinatura eletrônica
do Termo de Verificação para Fins de substituição da ECD por

164
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

auditor independente e, consequentemente, este comunicado


não se aplica.

O roteiro prático para fazer a substituição do livro digital para


ECD com NIRE ou sem NIRE segue-se da seguinte maneira:

Primeiramente, se o arquivo que deseja fazer a substituição é o


arquivo assinado você deve remover a assinatura, para fazer isso
basta remover os caracteres “estranhos” existentes após o regis-
tro 9999, você pode fazer isso abrindo o arquivo junto ao bloco de
notas do seu computador;

O próximo passo é onde você definirá que a ECD em questão é


uma substituta, para fazer isso basta ir ao registro 0000, mais
precisamente no campo IND_FIN_ESC, e lá você irá definir que
a ECD é substituta;

Agora é o momento onde será feito a identificação do hash,


para fazer a identificação vá até o registro 0000, campo COD_
HASH_SUB e faça a identificação, caso ainda exista alguma dú-
vida sobre o hash da ECD a ser substituída você poderá fazer a
confirmação junto ao site da receita federal (http://www.sped.
fazenda.gov.br/appConsultaSituacaoContabil/ConsultaSitua-
cao/CNPJAno);

Depois de identificar o hash o próximo passo é fazer as corre-


ções das demais informações no bloco de notas ou no PGE do
SPED Contábil. Caso você resolva utilizar o PGE do SPED Con-
tábil será necessário que você importe o arquivo para dentro do
PGE sem a assinatura.

Após fazer as alterações será necessário que você valide o livro


junto ao Programa Validador do SPED Contábil utilizando a fun-
cionalidade Arquivo/Escrituração Contábil/Validar Escrituração
Contábil é importante lembrar que o registro J801 que é o termo
de verificação para fins de substituição da ECD deve existir.

165
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Para finalizar, após a validação do seu livro ter sido feita com su-
cesso, você deverá assinar e fazer a transmissão do seu arquivo
para dentro do SPED.

6.5.7 Assinatura do Livro Digital

Toda assinatura do livro digital deve ser assinada, por no míni-


mo duas pessoas, a responsável um contador/contabilista e por
um responsável pela assinatura da ECD. O profissional da con-
tabilidade devera utilizar um e-PF ou e-CPF para fazer a assina-
tura da ECD e o responsável pela ECD poderá ser um e-PJ ou um
e-CNPJ que coincida com o CNPJ do declarante. Caso utilize um
e-PJ ou e-CNPJ que não coincida com o CNPJ será validado no
sistema RFB e deverá corresponder ao procurador eletrônico. O
e-PF ou e-CPF será validade também nos sistemas da RFB.

166
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Vale ressaltar que a assinatura do e-PJ ou e-CNPJ será aquela es-


colhida pela declarante e que todos os certificados dos assinan-
tes de uma ECD podem ser A1 ou A3.

Lembrando que a assinatura do responsável pela assinatura da


ECD, representante legal ou procurador eletrônico perante a
RFB, não exime a assinatura da ECD por todos aqueles obriga-
dos à assinatura da contabilidade que constam no seu Contrato
Social, seus aditivos e demais atos pertinentes, sob pena de tor-
nar a contabilidade formalmente inválida e mesmo inadequada
para fins específicos.

6.5.8 Utilização do Receitanet e ReceitanetBX

O programa Receitanet é utilizado para transmissão da escritu-


ração contábil digital, enquanto que o programa ReceitanetBX é
utilizado para fazer o download2 da escrituração contábil digital
e dos dados agregados gerados pelo sistema já transmitida pela
pessoa jurídica.

Para fazer o download é necessário apenas seguir as regras de


que tanto as Pessoas Jurídicas, Representante Legal e Procura-
ção eletrônica, todos poderão acessar somente as escriturações
contábeis digitais e os dados agregados do CNPJ do qual eles fa-
zem a representação.

Os dados agregados consistem na consolidação mensal de in-


formações de saldos contábeis e nas demonstrações contábeis.
O sistema gera automaticamente os arquivos de dados agrega-
dos, assim que recebe a escrituração contábil digital.
2 O download, via ReceitanetBX, segue as seguintes regras: Pessoa Jurídica: acessa
apenas as escriturações contábeis digitais e os dados agregados do seu CNPJ; Representante
Legal: acessa apenas as escriturações contábeis digitais e os dados agregados do CNPJ do
qual ele representa; Procuração Eletrônica: acessa apenas as escriturações contábeis digitais
e os dados agregados do CNPJ do qual ele é procurador.

167
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.5.9 Lançamentos de Quarta Fórmula e Planos de Con-


tas com Quatro Níveis

O SPED Contábil faz validações para que o CTG 2001 (R2) seja
cumprido, conforme destacado a seguir:

Os lançamentos de quarta fórmula podem ser utilizados


desde que se refiram a um único fato contábil.

O plano de contas da empresa deve ter, no mínimo, qua-


tro níveis.

Exemplo:

Nível 1: Ativo
Nível 2: Ativo Circulante
Nível 3: Disponibilidades
Nível 4: Caixa

6.6 Plano de Contas Referencial para o SPED Contábil

O mapeamento para os planos de contas referenciais é faculta-


tivo. O Programa Validador do SPED Contábil adota a partir do
ano calendário 2014, os mesmos planos de contas referenciais
constantes no Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração
Contábil Fiscal (ECF), nos registros L100, L300, P100, P150, U100
e U1501.
1 Todos os planos de contas referenciais estão disponíveis no Manual Orientação
do Leiaute da ECF e no próprio diretório do programa do SPED Contábil em C:\Arquivos
de Programas RFB\Programas SPED\SpedContabil\recursos\tabelas. Exemplo: Arquivo do
plano referencial L100A (Balanço Patrimonial de PJ em Geral) - 2016: SPEDCONTABIL_DI-
NAMICO_2016$SPEDECF_DINAMICA_L100.

168
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.7 Multa por Atraso na Entrega da Escrituração Digital

De acordo com o art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 1.774/2017,


aplicam-se às pessoas jurídicas que deixarem de apresentar a
ECD nos prazos fixados no art. 5º, da mesma Instrução Norma-
tiva, ou que apresentá-la com incorreções ou omissões as multas
previstas no art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, sem prejuízo das san-
ções administrativas, cíveis e criminais cabíveis, inclusive aos
responsáveis legais.

Com o advento da Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, trouxe


nova redação aos artigos 11 e 12 da Lei nº 8.218, de 1991, que dis-
põe sobre a utilização de sistemas de processamento eletrônico
de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou fi-
nanceiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza
contábil ou fiscal, e a manter, à disposição da Secretaria da Re-
ceita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas.

De acordo com a nova redação do art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991,


a inobservância do disposto no artigo precedente acarretará a
imposição das seguintes penalidades:

I - multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da


receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere
a escrituração aos que não atenderem aos requisitos para
a apresentação dos registros e respectivos arquivos;

II - multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor


da operação correspondente, limitada a 1% (um por cento)
do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a
que se refere a escrituração, aos que omitirem ou presta-
rem incorretamente as informações referentes aos regis-
tros e respectivos arquivos; e

III - multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cen-


to) por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da

169
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração,


limitada a 1% (um por cento) desta, aos que não cumpri-
rem o prazo estabelecido para apresentação dos registros
e respectivos arquivos.

Parágrafo único. Para as pessoas jurídicas que utilizarem


o Sistema Público de Escrituração Digital, as multas de
que tratam o caput deste artigo serão reduzidas:

I - à metade, quando a obrigação for cumprida após o pra-


zo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; e

II - a 75% (setenta e cinco por cento), se a obrigação for


cumprida no prazo fixado em intimação.

A multa por atraso na entrega da ECD não é gerada automatica-


mente pelo programa no momento da transmissão do arquivo
em atraso. Pode ser utilizado o programa SICALCWEB, dispo-
nível no site da Receita Federal do Brasil, para cálculo da multa
e geração do DARF.

Para finalizar vale ressaltar que o código da receita da multa por


atraso na entrega da ECD é 1438, o período de apuração é o mês
da entrega em atraso da ECD e o seu vencimento é 30 dias após
a data de entrega em atraso da ECD.

170
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6.8 Livro Digital Extraviado ou Corrompido

O PVA do SPED Contábil, às vezes, alerta sobre a alteração da es-


crituração ou que não pode ser localizada na pasta original, pois
o SPED Contábil guarda a pasta na qual a escrituração está gra-
vada. Esta pasta foi indicada na realização da validação. Pode-se
observar que a pasta visualizando a escrituração em “Resumo da
Escrituração”. Geralmente, o PVA do SPED Contábil procura a
escrituração nesta pasta quando efetua alguma operação sobre
a escrituração.

Caso a escrituração não esteja mais acessível, por exemplo, te-


nha sido removida da pasta, teve o nome modificado ou houve
mudança de posição da pasta, foi alterada ou corrompida (edi-
tada, por exemplo), o PVA do SPED Contábil emite uma mensa-
gem de erro. Diante esse cenário, pode-se tentar:

i) Restaurar a pasta com a escrituração original. Isso é


possível fazer se a pasta foi movida para outro lugar ou
teve o nome alterado. Se a escrituração transmitida foi
editada, isso não será possível. ii). Restaurar uma cópia
de segurança previamente feita. É recomendável efetuar
uma cópia de segurança da escrituração após o envio. iii).
Utilizar o aplicativo ReceitanetBX para fazer o download
da escrituração. Enquanto o livro estiver no ambiente do
SPED, o contribuinte poderá fazer o download. Para bai-
xar o arquivo, é exigido certificado digital da pessoa jurí-
dica, do representante legal ou do procurador.

Roteiro para fazer o download da escrituração contábil utilizan-


do o ReceitanetBX e importá-la no PVA Contábil:

171
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1. Instale o aplicativo ReceitanetBX no computador. O


instalador do ReceitanetBX pode ser baixado do site do
SPED, na área de download.

Nota: Escolha o perfil correto (Contribuinte, Procurador


ou Representante Legal). Em caso de procuração, garanta
que a autorização de efetuar o download da ECD esteja
marcada no e-CAC.

2. Após o download, importe (valide) o livro digital no PVA


Contábil utilizando a funcionalidade “Arquivo/Escrituração
Contábil/Importar”. Como o livro já foi assinado, o programa
pergunta se existe termo de autenticação. A indicação do ter-
mo de autenticação torna a validação mais rápida. A partir
deste momento, pode-se, no programa do SPED Contábil,
visualizar e imprimir a escrituração, inclusive os termos,
e, manter-se informado sobre o estado da escrituração,
utilizando a funcionalidade “Consulta Situação”.

Observação: O recibo que comprova a transmissão da es-


crituração não é importado via ReceitanetBX. Caso a em-
presa perca o recibo de transmissão da escrituração digi-
tal, deverá tentar transmitir a escrituração novamente via
PVA do SPED Contábil. Nessa situação o Receitanet (e não
o ReceitanetBX) identificará que a escrituração digital já
foi transmitida e fará o download do recibo novamente
para a pasta estabelecida no PVA.

Para consultar a situação da ECD, siga o roteiro a seguir:

1 - Abra o programa do SPED Contábil (Versão atualizada);


2 - Importe e valide a escrituração;
3 - Clique na escrituração (Menu lateral direito);
4 - Clique em Escrituração - Dados da Escrituração; e

172
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

3 - Clique em “Consultar Situação”.

Ou

1 – Acesse o link: http://www.sped.fazenda.gov.br/app-


ConsultaSituacaoContabil/
2 – Preencha os campos solicitados; e
3 – Clique em “Consultar”

6.9 Pessoas Jurídicas Registradas em Cartório

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe


confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição e tendo em
vista o disposto no art. 272, do Decreto nº 9580/18, que decreta:

A pessoa jurídica é obrigada a seguir sistema de contabilidade


com base na escrituração uniforme de seus livros, em corres-
pondência com a sua documentação, e utilizar os livros e os pa-
péis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério.

6.10 Período Societário Diferente do Período Fiscal

As pessoas jurídicas com período societário diferente do perío-


do fiscal podem entregar a ECD de acordo com o período socie-
tário e, caso seja necessário, fazer os ajustes relativos ao período
fiscal na Escrituração Contábil Fiscal (ECF), após a recuperação
dos dados da ECD.

Por exemplo, uma empresa possui período societário com en-


cerramento em março/2018 (de abril/2017 a março/2018). Nessa
situação, a empresa poderá entregar:

173
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Arquivo 1 da ECD: De janeiro/2018 a março/2018, com en-


cerramento do exercício em março/2018;

Arquivo 2 da ECD: De abril/2018 a dezembro/2018, infor-


mando no campo 12 do registro I030 (I030.DT_EX_SO-
CIAL) que o encerramento do exercício ocorreu em mar-
ço/2018.

6.11 Blocos, Registros e Campos

O SPED Contábil é um dos subprojetos que possuem a menor


quantidade de blocos e registros. Ele faz um detalhamento dos
registros dividindo-os três categorias: obrigatórios (O), faculta-
tivo (F), não se aplicam (N). Ressalte-se que a divisão será feita
por tipo de livro. Além disso, compreende-se que o SPED possui
erros e advertências. Os erros impedem a transmissão do arqui-
vo para o portal do SPED, as advertências não.

No manual do SPED Contábil é possível averiguar que a obri-


gatoriedade dos registros deve ser realizada por tipo de livro.
Dentro dos blocos do SPED Contábil encontram-se o registro de
cada um, sendo possível também detalhar. A sequência abaixo
elenca a apresentação dos principais registros:

174
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1) Bloco 0 – Abertura, Identificação e Referências


Registro 0000 – Abertura do Arquivo Digital e
Identificação do Empresário ou Sociedade Empresária:

O registro 0000 abre o arquivo da ECD, informa o perí-


odo correspondente à escrituração e identifica a pessoa
jurídica.

2) Bloco I – Lançamentos Contábeis


Registro I010 – Identificação da Escrituração Contábil

Registro que identifica a escrituração contábil do arquivo.


Registro I012 – Livros Auxiliares ao Diário

Quando o campo 02 do I010 foi igual a |R| ou |B| deverão


ser escriturados os Livros A (diário auxiliar) ou Z (Razão
Auxiliar)

Registro I030 – Termo de Abertura do Livro

Este registro identifica os dados do termo de abertura do


livro correspondente ao arquivo.

Registro I050 – Plano de Contas

A ECD é a contabilidade comercial das pessoas jurídicas


e, portanto, é baseada no plano de contas que a pessoa ju-
rídica utiliza para o registro habitual dos fatos contábeis.
Plano de Contas da Empresa para Escrituração Habitual
Natureza: Ativo, Passivo, Resultado, PL e Compensação.
Tipo de Conta: S / A – Nível e Código.

Nome da Conta
Registro I051 – Plano de Contas Referencial (Facultativo)
DE-PARA entre o Plano de Contas da Empresa e o
Padrão

175
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Código do Centro de Custos


Código da Instituição Responsável pelo Plano de Contas
Obs.: Apesar de ser facultativo, é recomendável prin-
cipalmente para pessoas jurídicas que vão recuperar a
ECD na ECF.

Registro I052 – Identificação dos Códigos de Aglutinação


Serão utilizados para elaboração das demonstrações con-
tábeis nos registros do Bloco J

Registro I053 – Subcontas Correlatas (Ver Lei nº


12973 de 2014)
Demonstrar os grupos de Conta Pai e as subcontas correlatas
Código da Subconta – Configuração do Plano de Contas

Registro I075 – Tabela de Histórico Padronizado


É possível fazer a criação de uma única tabela de histórico
e importar aqueles que foram utilizados na escrituração
contábil para dentro do SPED Contábil

Registro I100 – Centro de Custos


Obrigatório para quem utilizar Centro de Custos no sis-
tema contábil

Código do Centro de Custos


Nome do Centro de Custos
Registro I150 – Saldos Periódicos
Data Inicial e Final – Obrigatório para os Livros G, R ou B.

Registro I155 – Detalhes dos Saldos Periódicos


Informa os saldos das contas contábeis trazendo o total
dos débitos e créditos mensais

Para cada conta analítica: Valor do Saldo Inicial


Saldo devedor ou credor – Débitos e Créditos

176
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Registro I200 – Lançamento Contábil


Número - Data - Valor

Tipo de Lançamento: Normal ou Encerramento


Registro I250 – Partidas do Lançamento
Identifica as contrapartidas do lançamento a crédito e dé-
bito o somatório deve ser igual ao valor do lançamento.

Registro I300 – Saldo das Contas de Resultado


Data da Apuração do Resultado

Registro I350 – Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado


Código da Conta Analítica – Valor do Saldo Final

Indicador da Situação D/C

Obs.: Esses registros se referem aos balancetes das contas


de resultado. No SPED Contábil é possível fornecer balan-
cetes das contas patrimoniais mensalmente e balancetes
das contas de resultados mensalmente. A partir disso, o
fisco pode utilizar essas informações para montar suas
demonstrações contábeis em vários períodos.

3) Bloco J – Demonstrações contábeis


Registro J001 – Abertura do Bloco J

Abre o bloco J e identifica se há dados informados

Os Registros de Balanço Patrimonial e DRE são faculta-


tivos, porém o Código Civil determina que o Balanço e a
DRE, devem ser elaboradas no fim do exercício. Pelo Re-
gistro I052 é feita uma correlação das demonstrações J100
com o Plano de Contas I050.

Registro J005 – Demonstrações Contábeis


Data Inicial e Final das Demonstrações Contábeis

177
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Identificação das Demonstrações – Consolidadas ou não


Registro J100 – Balanço Patrimonial

A partir dos códigos de aglutinação I052

O nível de detalhamento é de responsabilidade da PJ


Código de Aglutinação das Contas – Grupo do Balanço

Registro J150 – Demonstração do Resultado do Exercício


A partir dos códigos de aglutinação informados no I052

Receita ou Despesa

Confronto com os Registros I350 e I355


Registro J200 – Tabela de Histórico de Fatos Contábeis que
modificam a Conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Registro J800 – Outras informações - Notas explicativas


Outras demonstrações contábeis. Exemplo: DFC, DVA ou
notas explicativas, pareceres e relatórios que sejam im-
portantes para serem apresentados juntamente com as
demonstrações e escriturações contábeis. Documento do
Word salvo no formato .RTF.

178
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Registro J900 – Termo de Encerramento

Número do Livro
Natureza do Livro
Nome Empresarial
Quantidade de Linhas do Arquivo
Data Inicial e Final da Escrituração

Na intenção de aperfeiçoar a utilização dos blocos e registros, é


importante destacar que a ECD será recuperada na ECF. Assim,
a Receita Federal poderá fazer diversos cruzamentos e verifica-
ções, incluindo até mesmo confronto de saldos das informações.
Ou seja, é muito importante que mesmo que a ECF feita, não
obedeça aos aspectos tributários, esta tenha cuidados que não
denunciem ou que não tragam para a Pessoa Jurídica nenhuma
complicação ou até mesmo um passivo tributário no momento
em que ela será utilizada para fazer a apuração do imposto de
renda e da contribuição social.

179
Capítulo 7

SPED ESCRITURAÇÃO
CONTÁBIL FISCAL
(ECF)
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7.1 SPED ECF

Ao final de 2013 surgiu a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), com


a Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, e a sua obrigatorieda-
de iniciava para o ano-calendário de 2014 e envio em 2015. Em
seu 1° ano foi registrado pela Receita Federal mais de 1.200.000
envios de ECF-s. No ano de 2016, o órgão atingiu o total de
1.218.088 de ECF-s referente ao ano-calendário de 2015. Nesse
cenário, a ECF ficou marcada pela quebra de paradigmas den-
tro do ambiente tributário brasileiro, onde passou a substituir
totalmente a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica (DIPJ), considerada tradicional.

Atualmente se encontra na Instrução Normativa RFB


n°1.821/2018 que veio para promover algumas alterações na Ins-
trução Normativa RFB n° 1.422/2013 que era a responsável por
dispor sobre a ECF.

Como subprojeto do SPED, a ECF trouxe novos conceitos para


as obrigações tributárias acessórias. Como por exemplo, a ferra-
menta possui um modelo para recuperar dados de outras obri-
gações acessórias distintas. São obrigadas ao preenchimento
da ECF todas as pessoas jurídicas, inclusive imunes e isentas,
sejam tributadas pelo Lucro Real, Lucro Arbitrado ou Lucro Pre-
sumido, exceto:

I - As pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial


Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições de-
vidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), de que trata a Lei Complementar nº
123, de 14 de dezembro de 2006;

II - Os órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;

182
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

III - As pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução


Normativa RFB nº 1.536, de 22 de dezembro de 2014; e nos
termos da Instrução Normativa RFB nº 1536, de 22 de de-
zembro de 2014, considera-se pessoa jurídica inativa aque-
la que não tenha efetuado qualquer atividade operacional,
não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive apli-
cação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo
o ano-calendário. Estas deverão apresentar a Declaração
Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa.

A Lei 6.404 de 1976, das S.A`s, que traz as disposições contábeis e as


demonstrações contábeis obrigatórias, entrou em vigor no ano de
1978, conceituando as operacionalizações contábeis societárias. É
importante ressaltar que essa legislação trata-se de uma norma
de natureza contábil, societária, sem interferências tributárias. A
lei permitia o desvio de preocupação da contabilidade em relação
a aspectos tais como: se a empresa era do Lucro Presumido, do
Simples Nacional ou se seria tributada pelo Lucro Real.

No ano de 1977, com o surgimento do Decreto-Lei nº 1.598, re-


presentando o alicerce do regulamento do Imposto de Renda no
Brasil. Muitas das disposições que se encontram hoje no Decre-
to nº 9.580/2018, referente ao regulamento do Imposto de Ren-
da, vieram do Decreto-Lei nº 1.598/77.

Entretanto, um desfavor para a contabilidade foi ocasionado


por essa intervenção que na sua essência, tem como principal
função fornecer informações para a tomada de decisões. Para
que essas informações sejam utilizadas no processo decisório,
as mesmas devem representar a realidade do patrimônio das
organizações. Caso contrário, o risco das informações serem
distorcida pode ser considerado. Em suma, com a interferên-
cia do Decreto-Lei, diversas normas de natureza tributária e
de instruções normativas da Receita Federal passaram a fazer
parte da realidade do contexto tributário das organizações.

183
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Nesse âmbito, a contabilidade foi prejudicada.

Já citada na introdução ao SPED Contábil, a Lei nº 11.638 de 2007


entrou em vigor a partir de janeiro de 2008 com o intuito de pro-
mover uma modernização para a contabilidade societária brasi-
leira. A regulamentação dá início a um processo de convergên-
cia da norma contábil brasileira como um modelo internacional,
europeu, conhecido pela sigla IFRS (International Financial Re-
porting Standards), que traz a subjetividade como uma ques-
tão significativa para a contabilidade. Ou seja, A contabilidade
substitui baseamentos por meio de normas para diagnósticos
de princípios. Isso permite uma qualidade para a informação
contábil. No de contabilizar uma depreciação, o contribuinte
não levará em consideração somente uma tabela que já possui
ou um valor pré-determinado de tempo de vida útil e de taxa
de depreciação. Os aspectos a serem levados em consideração
serão o tempo de vida útil de um bem para uma determinada
entidade e o valor a ser considerado residual (que vai sobrar).

Respaldadas pela Lei nº 11.638, essas subjetividades implicariam


que definições de uma despesa pudessem ficar a cargo do con-
tribuinte. Com o intuito de impedir que isso gerasse impacto
na apuração do tributo, a Receita Federal publicou a lei 11.941 de
2009, intitulada por Regime Tributário Transitório (RTT), que
gerava neutralidade tributária às novas disposições contábeis.

184
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Porém, a Receita Federal, reconhecendo uma insegurança jurí-


dica no âmbito de apurações de tributos, publicou a Lei 12.973
de 2014, que disciplina as normas tributárias que impactam nos
procedimentos contábeis, intervindo de forma em que a legis-
lação tributária entendesse os novos procedimentos contábeis,
respeitando-os e conseguindo calcular o tributo. A Lei 12.973 foi
à conversão da MP nº 627 de 2013, que trouxe uma grande mu-
dança na legislação tributária brasileira, propondo a criação de
subcontas que se aplicariam em casos de lançamento na conta
de ajuste, garantindo a visualização na escrituração contábil ao
invés de lançar o valor do ajuste contábil diretamente na conta
de terreno ou diretamente na conta de veículo.

Como já explanado, a Lei 12.973 atualiza diversas disposições da


legislação brasileira, principalmente no que se refere à apura-
ção do imposto de renda da PJ, bem como da contribuição social
sobre o Lucro Líquido. Consequentemente, no mesmo ano em
que a legislação vigorou, surgia o SPED da Escrituração Contá-
bil Fiscal (ECF).

Doravante, o contexto da criação do SPED ECF é muito mais


abrangente em relação à substituição da DIPJ. Trata-se de uma
motivação nascida em apresentar quais os impactos tributários
dos novos procedimentos contábeis.

No intuito de concluir essa introdução a respeito do SPED ECF,


faz-se necessário detalhar sobre o prazo em relação ao seu en-
vio. A Instrução Normativa nº 1.422 de 2013, que criou a ECF, es-
tabelecia que o prazo para envio dessa obrigação fosse o mês de
julho. Porém, ainda no primeiro ano de envio, que foi no exer-
cício de 2015, em relação às informações do ano de 2014, esse
prazo foi prorrogado por meio da IN n º 1.524, e o prazo para o
mês de setembro. No final de 2015, a IN nº 1.595 trouxe o prazo
da ECF para o mês de junho. No entanto, durante o ano de 2016,
a EFC foi prorrogada para o mês de julho, por meio da IN nº
1.633. Em suma, a norma determina que o prazo para envio do

185
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

SPED ECF deverá ser no último dia útil do mês de julho, do ano
subsequente ao fato gerador.

Ressalte-se que, mesmo que uma entidade não tenha movimento


no período, e que a mesma esteja dentro das regras de obrigato-
riedade, essa deverá enviar seu SPED ECF. É importante salien-
tar que sem movimento não significa que não haja fato contábil.
Como um exemplo de rotina, é viável que uma instituição religio-
sa qualquer, que está dentro da obrigatoriedade e que se baseia
no fato de não ter faturamento como doações ou rendimentos,
se convença de não ter que enviar o SPED ECF. Em suma, uma
concepção sistêmica a ser imediatamente atualizada.

7.2 Blocos, Registros e Campos.

O SPED ECF possui vários blocos, e considerado por muitos es-


pecialistas o mais extenso do projeto SPED, para melhor com-
preensão de cada um deles é importante destacar algumas pe-
culiaridades além dos principais registros.

O Bloco 0, é o bloco referente à Abertura e Identificação ou Refe-


rência. Nesse bloco, serão informados os dados iniciais do contri-
buinte tais como nome, nome empresarial, nome fantasia, CNPJ,
o período que se refere à escrituração e a modalidade de tributa-
ção da empresa (Lucro Presumido, Arbitrário, Imune ou Isenta do
IR). Nesse mesmo bloco serão preenchidas informações do sig-
natário da escrituração, ou seja, quem deverá assinar a referida
escrituração. Pode-se observar que o registro 10 mostra diversas
informações semelhantes com as da ficha “1” da DIPJ, perguntan-
do qual a forma de tributação, lucro presumido e real, período de
apuração do IR, a qualificação da PJ e o tipo de escrituração.

186
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

No bloco C, irão constar as Informações Recuperadas da ECD, na


ocasião de uma obrigatoriedade, do envio do SPED Contábil, fa-
z-se necessário, obrigatoriamente, recuperar o SPED Contábil na
ECF. Essa recuperação não irá permitir edições de informações
da contabilidade dentro do programa da ECF. Vale ressaltar tam-
bém que esse bloco não é preenchido pela empresa e que somente
poderão ser recuperadas Escriturações Contábeis Digitais (ECD)
O Bloco tem como informações recuperadas da ECD:

a) Registro C040 – Identificação da ECD, podendo verifi-


car o NIRE, Hash, CNPJ, Natureza do livro e Período;

b) Registro C050 – Plano de Contas da ECD;

c) Registro C150 - Identificação do Período dos Saldos Pe-


riódicos das Contas;

d) Registro C350 - Identificação da Data dos Saldos das


Contas de Resultado Antes do Encerramento;

Obs.: O Bloco C não é preenchido dentro do PVA e é obri-


gatório para todas as entidades que tiveram envio do
SPED Contábil.

O Bloco E responsável pelas Informações Recuperadas da ECF an-


terior, além do contribuinte recuperar a ECD, terá que recuperar
a ECF do ano anterior, obviamente, se o mesmo tiver transmitido
a ECF do ano anterior. Sobre esse bloco, o manual aponta que é
aplicável a todas as pessoas jurídicas que tiveram ECF no ano an-
terior. Todavia, na prática, só será impedida a transmissão sem a
recuperação de pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real e que
não tenham início de atividade no ano que está sendo enviada a
informação. São principais registros do Bloco E:

187
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

a) Registro E010 – Saldos Finais Recuperados da ECF Anterior;

b) Registro E020 – Saldos Finais das Contas na Parte B do


e-Lalur da ECF Imediatamente Anterior;

c) Registro E155 – Detalhes dos Saldos Contábeis Calcula-


dos com Base nas ECD;

d) Registro E355 – Detalhes dos Saldos das Contas de Re-


sultado Antes do Encerramento;

Obs.: Ressalte-se que o Bloco E não permite edição dentro


do PVA.

O Bloco J fala sobre o Plano de Contas e Mapeamento. Nele que é


feito uma vinculação entre o plano de contas utilizado pela em-
presa e que foi feito no SPED Contábil para apresentar toda sua
contabilidade, com um plano de contas referencial. Como no
SPED ECF o foco é na apuração da contribuição social, o contri-
buinte deverá usar um plano de conta referencial, que foi cons-
truído pela Receita Federal com o objetivo de apresentar a sua
contabilidade sobre uma ótica tributária.

188
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Trazendo para a prática, o contribuinte deverá ir ao SPED


Contábil para fazer o “de/para” do seu plano de contas para o
plano de contas referencial ou utilizar uma das três possibili-
dades que existem, de informar diretamente à ECF sobre esse
mapeamento. Dentre as possiblidades, destacam-se a de inserir
manualmente o mapeamento no Bloco J, gerar um arquivo de
ECF somente com informações do Bloco J, a partir do sistema
contábil importando as mesmas informações pra dentro da ECF
ou utilizar o mapeamento realizado na ECF do ano passado. Os
principais registros desse bloco são:

a) Registro J050 – Plano de Contas do Contribuinte;

b) Registro J100 – Centro de Custos;

O Bloco K é responsável pelos saldos das contas contábeis e re-


ferencias, e irá fazer o calculo nela logo após a ECF receber as
informações da contabilidade e do mapeamento. Isso dentro de
uma ótica de utilização do plano de contas referencial. Esse blo-
co pode ser preenchido de três formas, sendo digitado, impor-
tados ou replicando a partir do Bloco E. São registros principais
desse bloco:

a) Registro K155 – Detalhes dos Saldos Contábeis (Depois


do Encerramento do Resultado do Período);

b) Registro K156 – Mapeamento Referencial do Saldo Final;

c) Registro K355 - Saldos Finais das Contas Contábeis de


Resultado Antes do Encerramento;

d)

189
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

É possível a importação apesar dos blocos bem como o não apro-


veitamento oriundo da ECD.

Após isso ela conseguirá montar as demonstrações contábeis


no Bloco L, para aquelas empresas do Lucro Real. Esse bloco é
reservado para que a empresa possa apresentar um balanço pa-
trimonial, montado com base nas contas do plano de contas re-
ferencial e uma demonstração do resultado também construído
a partir da contabilidade. Os registros principais do Bloco L são:

a) L100 – Balanço Patrimonial Referencial;

b) L300 – Demonstração do Resultado Líquido no Período


Fiscal;

O Bloco M é voltado para as empresas do Lucro Real e nele é fei-


ta a apuração do mesmo, preenchendo o e-LALUR (digital) e o
e-LACS, que é o livro de apuração da contribuição social sobre
o lucro líquido, um livro semelhante ao e-LALUR, com partes
“A” e “B”. Na parte “a” se faz lançamentos de adições, exclusões
e compensações pra ajustar o lucro líquido da empresa ao lucro
tributado (REAL), e na parte “B”, é onde se controla valores que
podem influenciar futuramente na apuração do tributo. Essa
regra de ambas as partes citadas se aplica tanto no o e-LALUR,
como no e-LACS. Os registros do Bloco M são:

a) Registro M300 – Demonstração do Lucro Real – Lança-


mentos da Parte A do e-Lalur;

b) Registro M350 – Demonstração da Base de Cálculo da


CSLL – Lançamentos da Parte A do e-Lacs;

190
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Sobre o Bloco N. A ECF recuperou informações da contabilida-


de, trabalhou diante dessas informações para transformá-las
em demonstrações contábeis, utilizando o Plano de Contas Re-
ferencial, solicitando os ajustes no Lucro Líquido para apurar o
Lucro Real, para ao final calcular o Lucro Real. Esse tem como
registros:

a) Registro N500 – Base de Cálculo do IRPJ Sobre o Lucro


Real Após as Compensações de Prejuízos;

b) Registro N630 – Apuração do IRPJ Com Base no Lu-


cro Real;

c) Registro N650 – Base de Cálculo da CSLL Após as Com-


pensações da Base de Cálculo Negativa;

d) Registro N670 – Apuração da CSLL Com Base no


Lucro Real;

No Bloco P (IRPJ e CSLL – Lucro Presumido), é onde será apre-


sentada a composição da base de cálculo da apuração do IR e da
contribuição social para empresas tributadas pelo Lucro Presu-
mido. Destacam-se como registros primordiais no Bloco P:

a) Registro P100 – Balanço Patrimonial;

b) Registro P150 – Demonstrativo do Resultado Líquido


no Período Fiscal;

c) Registro P200 – Apuração da Base de Cálculo do IRPJ


com Base no Lucro Presumido;

d) Registro P300 – Cálculo do IRPJ com Base no Lucro

191
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Presumido;
e) Registro P400 – Apuração da Base de Cálculo da CSLL
com Base no Lucro Presumido;

f) Registro P500 – Cálculo da CSLL com Base no Lucro


Presumido;

Obs.: Para o caso do tipo de escrituração ser Livro Caixa,


deve se desconsiderar os registros P100 e P150. A ECF não
habilita esse registro.

O Bloco T, do Lucro Arbitrado, tem como ênfase os princi-


pais registros:

a) Registro T120 – Apuração da Base de Cálculo do IRPJ


com Base no Lucro Arbitrado;

b) Registro T150 – Cálculo do IRPJ com Base no Lucro


Arbitrado;

O Bloco Q é o bloco referente ao Demonstrativo de Livro de Cai-


xa, tem sua regra de obrigatoriedade consideravelmente espe-

192
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

cífica. Em seu manual, a regra estabelece que, deverá ser envia-


do pelas PJ tributadas pelo Lucro Presumido que se utilizam da
prerrogativa prevista no parágrafo único do art. 45 da lei n° 8.981
de 20 de janeiro de 1995 e cuja receita bruta no ano seja superior
a R$ 1.200.000 ou proporcionalmente ao período a que se refere.

No Bloco U serão demonstradas as informações das entidades


imunes ou isentas do IR. São registros principais dele:

a) Registro U100 – Balanço Patrimonial;

b) Registro U150 – Demonstração do Resultado;

O Bloco V é referente à declaração DEREX e de acordo com A


Medida Provisória nº 315/2006, convertida na Lei nº 11.371/2006,
introduziu novas regras para o mercado de câmbio brasileiro.
Visando reduzir o custo nas transações cambiais, a sistemáti-
ca de controle foi simplificada. No âmbito do Banco Central do
Brasil, foram extintos os controles de exportação, baseados na
vinculação entre os contratos de câmbio e os Registros de Ex-
portação. Ao mesmo tempo, deixam de existir o ilícito de sone-
gação de cobertura cambial e a respectiva sanção, ambos previs-
tos no antigo Decreto nº 23.258/1933.

O Bloco W trata da declaração País-a-País (Country-by-Country


Report) e foi instituída pela Instrução Normativa RFB nº 1.681,
de 29 de dezembro de 2016, em cumprimento ao compromisso
acordado em âmbito internacional na Ação 131 do Projeto BEPS,
sigla em inglês para Base Erosion and Profit Shifting (Erosão da
Base Tributável e Transferência de Lucros), coordenado conjun-
tamente pelos países-membros do G-20 e da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A DPP consiste em um relatório anual por meio do qual grupos

193
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

multinacionais deverão fornecer à administração tributária da


jurisdição de residência para fins tributários de seu controlador
final diversas informações e indicadores relacionados à localiza-
ção de suas atividades, à alocação global de renda e aos impos-
tos pagos e devidos. Também deverão ser identificadas todas
as jurisdições nas quais os grupos multinacionais operam, bem
como todas as entidades integrantes do grupo (incluindo esta-
belecimentos permanentes) localizadas nessas jurisdições e as
atividades econômicas que desempenham.

O compromisso assumido no âmbito do Projeto BEPS (base


erosion and profit shifting) prevê que o documento deverá ser
compartilhado entre os países nos quais as entidades do grupo
multinacional estão presentes, por meio de acordos que preve-
jam a troca automática de informações em matéria tributária,
assegurando-se a confidencialidade e a segurança das informa-
ções transmitidas.

O Bloco X refere-se às informações econômicas e esse é o cam-


po onde serão preenchidas informações econômicas do contri-
buinte como: operações internacionais e parcelamentos, por
exemplo.

O Bloco Y é reservado para o preenchimento de informações ge-


rais tais como a composição do quadro societário, informações
dos rendimentos dos sócios, faturamento p/ atividades. São
principais registros:

a) Registro Y600 – Identificação e Remuneração de Só-


cios, Titulares, Dirigentes e Conselheiros;

b) Registro Y612 – Identificação e Rendimentos de Diri-


gentes e Conselheiros – Imunes ou Isentas;

c) Registro Y672 – Outras Informações (Lucro Presumi-

194
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

do ou Lucro Arbitrado);
d) Ano Anterior x Ano da Escrituração;

e) Capital Social;

f) Saldo de Caixa

g)

Por fim, o Bloco 9 indica o Encerramento do Arquivo Digital.

7.3 Importação da ECF, Recuperação da ECD e Recuperação da


ECF anterior.

Entender os parâmetros de importação e recuperação da ECF


é de extrema relevância para o ciclo de pessoas jurídicas, além
disso, proporciona segurança na geração de informações. Para
tanto, é preciso compreender que, o arquivo da ECD não é im-
portado para a ECF, mas recuperado. Em primeiro lugar, deve
ser criada uma ECF no próprio programa ou ser importado um
arquivo da ECF e, então, recuperar o arquivo da ECD (recupe-
ração de contas, saldos e mapeamento, caso tenha sido realiza-
do na ECD). A ECD recuperada deve estar validada, assinada e
transmitida.

Para as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido e


imunes ou isentas obrigadas a entregar a ECD, a recuperação
da ECD na ECF é obrigatória. Nesse caso, o 0010.TIP_ESC_PRE
deve ser preenchido com “C”.

Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar a ECD, o


0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com “L”. Nessa situa-
ção, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos. O programa da
ECF consegue recuperar mais de um arquivo da ECD, desde que
os períodos dos arquivos da ECD sejam equivalentes ao período
do arquivo da ECF. Confira abaixo um exemplo:

195
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Arquivo da ECF - de 01/01/2018 a 31/12/2018

Arquivos da ECD:

Arquivo 1 da ECD: de 01/01/2018 a 31/03/2018

Arquivo 2 da ECD: de 01/04/2018 a 31/08/2018

Arquivo 3 da ECD: de 01/09/2018 a 31/12/2018

Portanto, o programa da ECF conseguirá recuperar os três ar-


quivos da ECD, vistos corresponderem ao mesmo período da
ECF (de 01/01/2018 a 31/12/2018). O programa da ECF também
permite a recuperação da ECF de período imediatamente ante-
rior transmitida.

A recuperação da ECF do período imediatamente anterior é


obrigatória nas seguintes situações: 1 – Forma de tributação pelo
lucro real (0010. FORMA_TRIB = “1”); 2 – A data inicial da ECF
(0000. DT_INI) do período atual for diferente de 01/01/2014; e O
indicador de situação de início de período (0000. IND_SIT_INI_
PER) for igual a “0” (Regular – Início no primeiro dia do ano) ou
“2” (quando remanescente de cisão ou realizou incorporação).

196
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A verificação da não recuperação da ECF anterior somente ocor-


rerá no momento da transmissão, de acordo com as seguintes
regras de erro:

Verifica, quando a forma de tributação for lucro real


(0010. FORMA_TRIB = 1), se existe ECF transmitida para
a base do SPED de período imediatamente anterior e
com o HASHCODE igual ao que foi informado no cam-
po 0010. HASH_ECF_ANTERIOR (hashcode da ECF do
período imediatamente anterior a ser recuperado).

Verifica, quando a forma de tributação for lucro real


(0010. FORMA_TRIB = 1) e não existe ECF transmitida
para a base do SPED de período imediatamente anterior,
se o campo 0010. HASH_ECF_ANTERIOR (hashcode da
ECF do período imediatamente anterior a ser recupera-
do) não está preenchido.

7.4 Pessoas Jurídicas Imunes e Isentas

Como citado anteriormente, o ano-calendário de 2014 foi o


primeiro ano de envio do SPED ECF, assim sendo enviado no
exercício de 2015. As igrejas e demais entidades religiosas, as-
sociações, sindicatos e outras entidades imunes ou isentas do
imposto renda, somente estariam obrigados ao envio do SPED
ECF, caso também fossem obrigados ao envio da EFD Contri-
buições. Segundo a receita federal, neste primeiro ano de obri-
gatoriedade, foi possível perceber uma redução considerável no
número de entidades imunes e isentas que enviaram SPED ECF.

No entanto, para o ano-calendário de 2015, com exercício de


2016, essa regra foi modificada. A partir desse ano todas as pes-

197
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

soas jurídicas imunes ou isentas estão obrigadas a entregar a


ECF. E aquelas empresas imunes ou isentas (desobrigadas do
IRPJ e da CSLL) e que não estejam obrigadas a entregar a ECD
deverão preencher os seguintes registros:

Registro 0000: Abertura do Arquivo Digital e Identifica-


ção da Pessoa Jurídica

Registro 0010: Parâmetros de Tributação

Registro 0020: Parâmetros Complementares

Registro 0030: Dados Cadastrais


Registro 0930: Identificação dos Signatários da ECF

Registro X390: Origem e Aplicações de Recursos - Imu-


nes e Isentas

Registro Y612: Identificação e Rendimentos de Dirigen-


tes, Conselheiros, Sócios ou Titular.

Para as empresas imunes/isentas que não estejam obrigadas a


entregar a ECD, segundo o registro 0930, só será exigida a assi-
natura do representante legal. Não será obrigatória a assinatura
do contador nesse caso. As imunes ou isentas (desobrigadas do
IRPJ e da CSLL) e que estejam obrigadas a entregar a ECD, além
dos registros mencionados, também preencherão os blocos C,
E, J, K e U, esses blocos serão preenchidos pelo sistema através
da recuperação dos dados da ECD, caso esse que é obrigatória à
assinatura do contador.

Para gerar um arquivo da ECF, será necessário criar a ECF dentro


do programa através do comando (Arquivo/Criar), preencher os
dados principais e clicar em “Ferramentas/Exportar Escrituração”.

198
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

As entidades imunes/isentas que não estejam obrigadas à ECD


terão que preencher as informações do Registro X390, informa-
ções essas que são relacionadas às origens e aplicações de re-
cursos e vão apurar se houve superávit ou déficit. É importante
ressaltar que o material de apoio tem uma planilha com infor-
mações para que o contribuinte faça o preenchimento prático,
bem como a validação de um SPED ECF de uma entidade imune
no IR, preenchendo na prática o Registro X390.

7.5 Recuperação de ECD sem Mapeamento para o Plano


Referencial

Alguns procedimentos são necessários para que seja feita a re-


cuperação da ECD sem mapeamento para o plano referencial.
Para que não haja a necessidade de digitar todo o mapeamento
para o plano referencia na ECF, no caso de recuperação de da-
dos da ECD sem o respectivo mapeamento, pode-se seguir este
procedimento:

1) Importar a ECF.

2) Recuperar ECD, marcando a opção “Utilizar os dados


recuperados da ECD para preenchimento do balanço e/
ou DRE”. Com essa opção marcada, o programa da ECF
copiará as informações para o bloco J e K, mas não calcu-
lará o balanço patrimonial e a DRE, pois não existe ma-
peamento. Os dados dos registros K155 e K355 estarão de
acordo com a ECD.

3) Importar somente o bloco J da ECF com o mapeamen-


to correto. O programa da ECF incluirá o mapeamento
nos registros K155/K156 e K355/K356 e, consequentemen-
te, calculará o balanço patrimonial e a DRE utilizando os
saldos da ECD e o mapeamento da ECF.

199
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7.6 Recuperação de ECD com Encerramento do Exercí-


cio Diferente dos Encerramentos da ECF

Os encerramentos do exercício na ECF seguem o período de


apuração do tributo, por exemplo, se a empresa for de Lucro
Presumido, os encerramentos do exercício da ECF serão trimes-
trais. Caso a ECD recuperada tenha encerramento diferente,
por exemplo, a ECD recuperada tenha apenas um encerramen-
to anual, pode surgir uma mensagem com o valor da diferen-
ça entre os saldos finais credores e os saldos iniciais credores
no momento da validação no programa da ECF. Diante disso, é
possível a PJ ajustar os saldos com a alteração nos registros K155
e K355, alteração de saldo de uma ou mais contas. Além disso,
existe a opção de criar uma nova conta do plano de contas da PJ
(J050) para fazer o ajuste, contudo será necessário fazer o ma-
peamento dessa conta para o plano de contas referencial (J051).

Podemos imaginar que, uma empresa do Lucro Presumido, que


irá fazer a recuperação da ECF e também da ECD anterior na
ECF, esta terá que enviar anteriormente o SPED Contábil e no
momento de fazer a ECF terá que recuperar a ECD do mesmo
ano-calendário da ECF. Posteriormente deverá recuperar a ECF
do ano anterior.

200
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Agora para as pessoas jurídicas do Lucro Presumido, obrigadas


a entregar o SPED Contábil, a recuperação da ECD na ECF é
obrigatória. Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar
a ECD, da obrigação contábil, o tipo de escrituração 0010.TIP_
ESC_PRE deve ser preenchido com “L”, de Livro Caixa. Nessa
situação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos. Ou seja,
os blocos de recuperação da ECD, da ECF anterior e os blocos
de mapeamentos e de saldo das contas contábeis, serão preen-
chidos pelas empresas do enquadradas neste regime tributário.

Um dos maiores questionamentos por parte dos aprendizes é


em relação a obrigação do envio do Livro Caixa. É importante
saber que no SPED ECF, empresas tributadas pelo Lucro Pre-
sumido podem ter dois tipos de escrituração, contábil e o Livro
Caixa. Vale ressaltar que uma empresa irá preencher uma es-
crituração contábil quando estiver obrigada ao envio do SPED
Contábil. Ela também poderá optar pelo Livro Caixa, esse quan-
do não estiver obrigada a manter a escrituração contábil. As
possibilidades desse livro e obrigatoriedades podem ser escla-
recidas dentro do manual previsto pelo Bloco Q do SPED ECF,
citado anteriormente.

Como exemplo, o SPED ECF ficará com a criação da Escrituração


Contábil Fiscal, preenchendo as informações: do Bloco 0, informa-
ções econômicas do contribuinte se necessário, informações gerais,
apuração e cálculo do IRPJ e da apuração da CSLL. Esse é modelo
mais simplificado de ECF, porque oferece menos dificuldades.

7.7 Registro do Prejuízo Fiscal do Período na Parte B


do e-Lalur

Caso venha a ocorre um prejuízo fiscal, algo que nenhum con-


tribuinte pretende correr o risco, no período (Registro M300), o
procedimento é criar uma conta de Prejuízos Fiscais de Perío-

201
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

dos Anteriores no registro M010. Também é necessário registrar


o saldo de prejuízo fiscal do período no registro M410 e colocar o
indicado de lançamento como “PF” – Prejuízo do Período.

Caso haja compensação de prejuízos fiscais em períodos poste-


riores, deverá ser utilizada a conta criada na parte B para com-
pensação no registro M300 (Linhas de código 173,174,347 e 348 do
M300), com tipo de relacionamento “1” (com conta da parte B)

7.8. Registro da Base de Cálculo Negativa da CSLL do


Período da Parte B do e-Lacs

Para o caso de haver ocorrências de uma base de cálculo negativa


no período (Registro M350), o procedimento é criar uma conta
de Base de Cálculo Negativa de Períodos Anteriores no registro
M010, além de registrar o saldo do prejuízo fiscal do período no
registro M410 e colocar o indicador de lançamento como “BC” –
Base de Cálculo Negativa da CSLL.

Caso haja compensação de base de cálculo negativa da CSLL


em períodos posteriores, deverá ser utilizada a conta criada na
parte B para compensação no registro M350 (Linhas de código
173, 174, 347 e 348 do M350), com tipo de relacionamento “1” (com
conta da parte B).

202
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7.9 Mudança de Contador no Período ou Mudança de


Planos de Contas no Período

É natural o surgimento de alguns imprevistos e contratempos


durante os processos de contabilidade, não só na contabilidade,
mas em qualquer outra área ou atividade. Devido a isso os gesto-
res começam a enfrentar desafios diante de metas estabelecidas
para o alcance do sucesso.

Trazendo essa reflexão para o universo contábil, vale ressaltar


que é inviável transmitir duas ou mais ECF-s caso haja a mu-
dança de contador no período ou mudança do plano de contas
no período.

A ECF sempre deve ser transmitida em arquivo único, exceto


para as situações especiais previstas no registro 0000. Caso a
entidade tenha de recuperar os dados da ECD, devem ser recu-
perados os dois arquivos da ECD transmitidos (um para cada
contador ou um para cada plano de contas).

No entanto, para que haja uma recuperação correta de dados da


ECF é imprescindível que os saldos finais das contas existentes no
primeiro arquivo (primeiro contador ou primeiro plano de con-
tas) sejam iguais aos saldos iniciais das contas existentes no se-
gundo arquivo (segundo contador ou segundo plano de contas).

Na ECD, isso pode ser feito por meio do preenchimento do re-


gistro I157 que corresponde à transferência de plano de contas,
no segundo arquivo da ECD, de acordo com as instruções pre-
sentes no Manual de Orientação do Leiaute da ECD. Se isso não
ocorrer, a ECF recuperará somente os dados do segundo arqui-
vo e os ajustes necessários deverão ser realizados, por meio de
substituição, dentro da própria ECF ou na ECD.

203
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7.10. Plano de Contas e Mapeamento

A ECF recupera o plano de contas do último período existente na


ECD. No plano de contas devem constar apenas as contas que
tenham saldo ou que tiveram movimento no período comple-
to da ECD (se a empresa transmitir ECD em diversos arquivos,
ainda que a conta termine com saldo zero em um arquivo, deve
constar no plano de contas de todos os arquivos). O mapeamen-
to das contas contábeis da entidade para as contas referenciais é
feito somente em relação às contas analíticas. Contas sintéticas
não devem ser mapeadas.

7.11 Registros de Planos de Contas Referenciais (L100,


L300, P100, P150, U100 e U150).

Para as pessoas jurídicas que possuem ECD a recuperar e geram o


arquivo da ECF para importação; os registros L100 e L300, no caso
de pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real; P100 e P150, no
caso de pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido; U100
e U150, no caso de imunes ou isentas, que não devem constar no
arquivo da ECF para importação, pois, caso sejam importados, os
valores não serão calculados pelo programa da ECF.

7.12. Conta “Resultado do Exercício”

No plano referencial, a conta “Resultado do Exercício” é sinté-


tica, visto que representa o resultado da diferença entre as re-
ceitas e despesas do período. Caso a entidade utilize uma conta
transitória analítica “Resultado do Exercício” ou “Apuração do
Resultado Exercício” para realizar os lançamentos de transfe-
rência dos saldos das receitas e despesas do período, essa conta

204
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

deverá ter J050.COD_NAT = “09” (Outras) e não deverá ser ma-


peada, tendo em vista que o sistema não permite o mapeamento
de contas com código de natureza “09”.

7.13. Retificação da ECF

A retificação da ECF anteriormente entregue poderá ser rea-


lizada em até cinco anos e dar-se-á mediante apresentação de
nova ECF, independentemente de autorização pela autoridade
administrativa.

A ECF retificadora terá a mesma natureza da ECF retificada,


substituindo-a integralmente para todos os fins e direitos, e
passará a ser a ativa na base de dados do SPED. Não será admi-
tida retificação de ECF que tenha por objetivo mudança do regi-
me de tributação, salvo para fins de adoção do lucro arbitrado,
nos casos determinados pela legislação, caso a ECF retificadora
altere os saldos das contas da parte B do e-Lalur ou do e-Lacs, a
pessoa jurídica deverá verificar a necessidade de retificar as ECF
dos anos-calendário posteriores.

A pessoa jurídica deverá entregar a ECF retificadora sempre que


apresentar ECD substituta alterando contas ou saldos contábeis
recuperados na ECF ativa na base de dados do SPED. No caso
de lançamentos extemporâneos em ECD que alterem a base de
cálculo do IRPJ ou da CSLL da ECF de ano calendário anteriores,
a pessoa jurídica deverá efetuar o ajuste apresentando ECF re-
tificadora relativa ao respectivo ano-calendário, mediante adi-
ções ou exclusões ao lucro líquido, ainda que a ECD recuperada
na ECF retificada não tenha sido alterada. A pessoa jurídica que
entregar ECF retificadora alterando valores de apuração do IRPJ
ou da CSLL que haviam sido informados na Declaração de Débi-
tos e Créditos de Tributos Federais (DCTF) deverá apresentar a
DCTF retificadora, seguindo suas normas específicas.

205
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Exemplo:

Em 01/01/2018, a empresa retificou a ECF do ano-calen-


dário 2014. Nesse caso, a empresa pode ter que retificar
as ECF dos anos-calendário 2015 e 2016. Para retificação
da ECF, é necessário que o campo 12 do registro 0000
(0000.RETIFICADORA) deve estar preenchido com “S”
(ECF Retificadora). O procedimento para retificação é:

1 – Exporte o arquivo da ECF original;

2 – Abra o arquivo da ECF exportado em um programa


tipo “Bloco de Notas”;

3 – Se o arquivo é o que foi assinado, remova a assinatu-


ra. A assinatura é um conjunto de caracteres “estranhos”
que fica após o registro 9999. Basta apagar tudo que fica
após tal registro. Para fazer isso, edite a escrituração
com algum editor de texto do tipo “Bloco de Notas”.

4 – Altere com campo 12 do registro 0000 para “S” (ECF


retificadora) – também é possível fazer as correções nes-
te momento, mas caso prefira fazer no próprio progra-
ma da ECF, salve o arquivo;

5 – Importe o arquivo da ECF retificadora;

6 – Faça a correção dos dados no programa da ECF;

7 – Valide;

8 – Assine; e

9 – Transmita a ECF retificadora.

206
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

7.13.1 Significado da mensagem “Dados atualizados na


linha de acordo com a tabela da RFB”

A entidade precisa informar apenas o código da linha e o valor,


além da identificação do registro, no caso de registros com tabelas
dinâmicas, pois a descrição é preenchida pelo próprio programa da
ECF. Se a entidade preencher o campo descrição e não estiver exa-
tamente igual à descrição da respectiva tabela do registro no pro-
grama, o sistema fará a atualização da descrição e emitirá a mensa-
gem (advertência) no momento da importação do arquivo da ECF:
“Dados atualizados na linha de acordo com a tabela da RFB”.

7.14 “Transformação”

A transformação não se trata de um evento que represente in-


terrupção do período para cálculo dos tributos. Portanto, as
opções “Resultante de Transformação” (Código 3 do 0000.IND_
SIT_INI_PER) e “Transformação” (Código 7 do 0000. SIT_ES-
PECIAL) foram excluídas do registro 0000.

No caso de transformação no período, por exemplo, a empresa


de LTDA. Torna-se S.A., a ECF deve ser transmitida em arquivo
único para todo o período. Portanto, se não houve situação es-

207
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

pecial nem abertura ou início de obrigatoriedade no período, os


campos 0000.IND_SIT_INI_PER e 0000.SIT_ESPECIAL serão
preenchidos da seguinte forma:

0000.IND_SIT_INI_PER: 0 – Regular (Início no primei-


ro dia do ano).

0000.SIT_ESPECIAL: 0 – Normal (Sem ocorrência de si-


tuação especial ou evento).

7.15 Prejuízos Fiscais Acumulados de Períodos Anteriores

O registro de prejuízos fiscais acumulados de períodos anterio-


res deve ser feito da seguinte forma no registro M010:

1 – Código da Conta: código da conta de prejuízos fiscais


acumulados de períodos anteriores, definido pela pró-
pria pessoa jurídica.

2 – Descrição: descrição da conta, definida pela própria


pessoa jurídica.

3 – Data da Criação: como a ECF inicia em 01/01/2014,


pode ser utilizada 31/12/2013, como data da criação de
contas da parte B com saldos antes do ano-calendário
2014.

4 – Código de lançamento de origem da conta: não há


(deixar em branco).

5 – Data limite para uso do saldo da conta: não há (deixar


em branco).

208
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

6 – Tipo de tributo: I (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)

7 – Saldo inicial: informar o saldo dos prejuízos acumu-


lados de períodos anteriores.

8 – Indicador do saldo inicial: D (Para prejuízos ou va-


lores que reduzam o lucro real ou a base de cálculo da
contribuição social em períodos subsequentes).

9 – CNPJ: preencher somente no caso da conta Prejuízos


Fiscais Acumulados de Períodos Anteriores estarem re-
lacionados a outra pessoa jurídica.

7.16 Bases de Cálculo Negativas Acumuladas de Períodos


Anteriores

O registro de bases de cálculos negativas acumuladas de pe-


ríodos anteriores deve ser feito da seguinte forma no registro
M010:

1 – Código da conta: código da conta de bases de cálculo


negativas de períodos anteriores, definido pela própria
pessoa jurídica.

2 – Descrição: descrição da conta, definida pela própria


pessoa jurídica.

3 – Data da criação: como a ECF inicia em 01/01/2014,


pode ser utilizada 31/12/2013, como data da criação de
contas da parte B com saldos antes do ano-calendário
2014.

4 – Código de lançamento de origem da conta: não há


(deixar em branco).

209
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

5 – Data limite para uso do saldo da conta: não há (deixar


em branco).

6 – Tipo de tributo: C (Contribuição Social Sobre o Lucro


Líquido)

7 – Saldo inicial: informar o saldo de base de cálculo ne-


gativa de períodos anteriores.

8 – Indicado do saldo inicial: D (Para prejuízos ou valores


que reduzam o lucro real ou a base de cálculo da contri-
buição social em períodos subsequentes).

9 – CNPJ: preencher no caso da conta Base de Cálculo


Negativa Acumulada de Períodos Anteriores estar rela-
cionada a outra pessoa jurídica.

7.17 As Situações Especiais de 2014 e Sociedades em Conta


de Participação (SCP)

As situações especiais (cisão, fusão, incorporação etc.) ocorridas


em 2014 devem ser entregues por meio da Declaração de Infor-
mações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). A Escritu-
ração Contábil Fiscal (ECF) somente seria utilizada para a trans-

210
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

missão de situações especiais de 2015 em diante. Vale ressaltar


que, no caso de Sociedades em Conta de Participação (SCP) ex-
tintas ao longo do ano-calendário 2014, não havia obrigatorieda-
de de entrega da DIPJ por SCP nem de entrega da ECF. Somente
as SCP existentes em 31 de dezembro de 2014 deverão entregar a
ECF relativa ao ano-calendário 2014. A partir do ano-calendário
2015, todas as SCP entregam a ECF, inclusive as que forem ex-
tintas ao longo do ano da escrituração.

Diante da possibilidade de envio da ECF pelas empresas SPC-s,


a ECP possui um sócio ostensivo. Então o contribuinte deverá
enviar primeiramente a ECF do sócio ostensivo, dizendo que o
tipo é o “1” – ECF de empresa participante de SCP como sócio
ostensivo, e ainda na criação da Escrituração informar a quan-
tidade de SCP da PJ. No Registro 0035 ele deverá identificar as
SCP-s que foram informadas como tal. Essa identificação é feita
por 14 dígitos. Se a SCP possuir CNPJ, sugere-se que se preen-
cham os dados do CNPJ. No momento de fazer ECF da SCP, o
contribuinte deverá preencher como do tipo “2” – ECF de SCP,
informando a identificação da SPC conforme o Registro 0035 da
Sócia Ostensiva.

7.18 Contas Contábeis Mapeadas para Mais de Uma Conta


Referencial

Quando uma conta contábil é mapeada para mais de uma conta


referencial, esse mapeamento é relativo ao saldo final (que deve
ser preenchido nos registros K156 e K356), ou seja, o programa
da ECF não pode preencher automaticamente o saldo inicial
das contas referenciais nos balanços patrimoniais (L100: Lucro
Real, P100: Lucro Presumido, U100: Imunes e isentas), pois não
há como saber a proporção do saldo inicial da conta contábil ma-
peado para cada uma das contas referenciais.

211
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Nas contas contábeis de resultado não há problema, pois o saldo


inicial no período de apuração é zero. Contudo, no caso das con-
tas contábeis patrimoniais, o programa da ECF recupera o ma-
peamento da ECD, embora deixe o saldo inicial das contas refe-
renciais em branco nos registros L100, P100 ou U100 para que a
pessoa jurídica preencha com a proporcionalidade correta.

Exemplo:

Empresa tributada pelo Lucro Real.


Conta Contábil Patrimonial (CC1) = R$ 100.000,00

Foram mapeadas, na ECD, para as contas referenciais patrimo-


niais CR1 e CR2. O mapeamento do saldo final foi:

CC1 CR1 = R$ 40.000,00 (Saldo Final)

CC1 CR2 = R$ 100.000,00 (Saldo Final)

No registro L100, a pessoa jurídica deverá definir os saldos ini-


ciais no primeiro período de apuração, visto que, nos períodos
de apuração seguintes, o próprio programa faz o transporte (sal-
do final do período anterior = saldo inicial do período seguinte).

7.19 Arquivos da ECF ou da ECD Corrompidos ou Extraviados

É imprescindível a compreensão em torno do procedimento


correto para lidar com arquivos da ECF ou da ECD corrompidos
ou extraviados. Uma contabilidade eficiente não pode simples-

212
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

mente permitir esse tipo de ocorrência sem aplicar métodos de


ajustes. Se o arquivo da ECF ou da ECD estiver corrompido ou
extraviado, o procedimento para download é:

1. Instale o aplicativo ReceitanetBX no computador. O


instalador do ReceitanetBX pode ser baixado do site
do SPED, na área de download. Escolha o perfil correto
(Contribuinte, Procurador ou Representante Legal). Em
caso de procuração, garanta que a autorização de efetuar
o download da ECF ou da ECD esteja marcada no e-CAC.

2. Após o download do arquivo da ECF, importe o arquivo


utilizando a funcionalidade “Arquivo/Importar” do pro-
grama da ECF. No caso do arquivo da ECD, ele poderá
ser recuperado dentro do programa da ECF. O recibo que
comprova a transmissão da escrituração não é importado
via ReceitanetBX. Caso a empresa perca o recibo de trans-
missão da escrituração digital, deverá utilizar a funciona-
lidade de recuperação no menu “Escrituração/Recuperar
Recibo de Transmissão”. Nessa situação o Receitanet (e
não o ReceitanetBX) identificará que a escrituração digi-
tal já foi transmitida e fará o download do recibo nova-
mente para a pasta estabelecida no programa da ECF.

7.20 Multa por Atraso na Entrega da ECF ou por Incorreções

De acordo com o artigo 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.422,


de 19 de dezembro de 2013, a não apresentação da ECF pelos
contribuintes que apuram o Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica pela sistemática do Lucro Real, nos prazos fixados no
artigo 3º, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões,
acarretará a aplicação, ao infrator, das multas previstas no ar-
tigo 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, com
redação dada pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014.

213
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Quando não houver lucro líquido, antes do Imposto de Renda e


da Contribuição Social, no período de apuração a que se refere
à escrituração, deverá ser utilizado o último lucro líquido, antes
do Imposto de Renda e da Contribuição Social informado, atua-
lizado pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia - Selic, até o termo final de encerramento do perío-
do a que se refere à escrituração.

A não apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o


Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, por qualquer siste-
mática que não a do Lucro Real, nos prazos fixados no art. 3º,
ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará
a aplicação, ao infrator, das multas previstas no art. 12 da Lei nº
8.218, de 29 de agosto de 1991, alterado pela Lei nº 13.670, de 30 de
maio de 2018 e reproduzido abaixo:

A Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, veio dar nova


redação aos artigos 11 e 12 da Lei nº 8.218, de 1991, que
dispõe sobre a utilização de sistemas de processamento
eletrônico de dados para registrar negócios e atividades
econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar
documentos de natureza contábil ou fiscal, e a manter, à
disposição da Secretaria da Receita Federal, os respecti-
vos arquivos digitais e sistemas.

214
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

De acordo com a nova redação do art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991,


a inobservância do disposto no artigo precedente acarretará a
imposição das seguintes penalidades:

I - multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da


receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refe-
re a escrituração aos que não atenderem aos requisitos
para a apresentação dos registros e respectivos arquivos;
II - multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o va-
lor da operação correspondente, limitada a 1% (um por
cento) do valor da receita bruta da pessoa jurídica no pe-
ríodo a que se refere à escrituração, aos que omitirem
ou prestarem incorretamente as informações referentes
aos registros e respectivos arquivos; e

III - multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cen-


to) por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da
pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração,
limitada a 1% (um por cento) desta, aos que não cumpri-
rem o prazo estabelecido para apresentação dos regis-
tros e respectivos arquivos.

Parágrafo único. Para as pessoas jurídicas que utiliza-


rem o Sistema Público de Escrituração Digital, as multas
de que tratam o caput deste artigo serão reduzidas:

I - à metade, quando a obrigação for cumprida após o


prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; e

II - a 75% (setenta e cinco por cento), se a obrigação for


cumprida no prazo fixado em intimação.

215
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Os códigos de receita das multas são:

3624/2 – Multa por Atraso na Entrega da ECF – Demais PJ

3624/3 – Multa por Atraso na Entrega da ECF – PJ Lucro Real

Em qualquer situação de forma de tributação, a Multa por Atra-


so na Entrega da Declaração – MAED será calculada, gerada e
cientificada à empresa no momento da transmissão extempo-
rânea da ECF.

7.21 Pessoas Jurídicas Resultantes de Cisão/Fusão ou Rema-


nescentes de Cisão ou que Realizaram Incorporação

No caso de pessoas jurídicas resultantes de cisão/fusão ou rema-


nescentes de cisão ou que realizaram incorporação, o preenchi-
mento dos campos 6, 7, 8 e 9 do registro 0000 deve ser o seguin-
te, caso não ocorra outra situação especial no período:

216
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Campo 6 (Indicador do Início do Período): 2 = Resultan-


te de cisão/fusão ou remanescente de cisão, ou realizou
incorporação (para que o sistema aceite uma data de iní-
cio diferente de 01/01).

Campo 7 (Indicador de Situação Especial): 0 = Normal –


sem ocorrência de situação especial ou evento (para que
o sistema aceita a data final em 31/12).

Campo 8 (Patrimônio remanescente em caso de cisão):


Pois essa informação iria no primeiro arquivo enviado
(até a data da cisão).

Campo 9 (Data da situação especial): Pois não há situa-


ção especial no período (a situação especial ocorreu no
período anterior).

217
Capítulo 8

ESCRITURAÇÃO FISCAL
DIGITAL DAS RETENÇÕES E
INFORMAÇÕES DA
CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA
SUBSTITUÍDA (EFD REINF)
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

8.1 EFD REINF

A Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da


Contribuição Previdenciária Substituída (EFD REINF) é um
subprojeto do SPED que tem como objetivo prestar informações
a respeito das retenções e outras informações da contribuição
previdenciária substituída. Ela é um complemento ao eSocial. A
EFD REINF tem características diferentes das demais, estuda-
das nessa obra, como SPED Fiscal e Contribuições. Entretanto
é também uma escrituração fiscal digital, que entra no mesmo
entendimento de que os documentos fiscais eletrônicos que fo-
ram emitidos transitam pelas escriturações, neste caso, com as
informações de retenções e previdenciárias substituídas, sendo
essas desembocadas na contabilidade, na ECD e ECF.

Diante dessa premissa, torna-se viável questionar qual a di-


ferença entre EFD REINF e eSocial. A EFD REINF abrange as
retenções do contribuinte sem relação com o trabalho e as in-
formações relacionadas à receita bruta para a apuração das con-
tribuições previdenciárias substituídas. Ela substituirá as infor-
mações contidas em outras obrigações acessórias, tais como o
módulo da EFD Contribuições que apura a Contribuição Previ-
denciária sobre a Receita Bruta (CPRB).

A liberação antecipada do Leiaute EFD REINF em versão beta, as-


sociada a regular liberação de versões melhoradas, cumpre dois
grandes planos. Um é fomenta a construção coletiva que caracteri-
za o SPED e oferecer a oportunidade das empresas gradualmente
se prepararem para adaptação de seus sistemas à nova obrigação
acessória. A REINF pode ser enviada mensalmente.

A escrituração está modularizada por eventos de informações, con-


templando a possibilidade de múltiplas transmissões em períodos dis-
tintos, de acordo com a obrigatoriedade legal. Dentre as informações
prestadas através da EFD REINF, destacam-se aquelas associadas:

220
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Aos serviços tomados/prestados mediante cessão de mão


de obra ou empreitada;

Às retenções na fonte (IR, CSLL, COFINS, PIS/Pasep) inci-


dentes sobre os pagamentos diversos efetuados a pessoas
físicas e jurídicas;

Aos recursos recebidos por / repassados para associação


desportiva que mantenha equipe de futebol profissional;

À comercialização da produção e à apuração da contribui-


ção previdenciária substituída pelas agroindústrias e de-
mais produtores rurais pessoa jurídica;

Às empresas que se sujeitam à CPRB (cf. Lei 12.546/2011);


Às entidades promotoras de evento que envolva associação
desportiva que mantenha clube de futebol profissional.

Já o eSocial irá informar sobre as relações fiscais, previdenciá-


rias e trabalhistas que tenham vínculo com a relação de trabalho.

8.2 Principais Eventos

Como já informado antes, a REINF poderá ser enviada mensal-


mente. Atualmente na GFIP, é possível verificar as informações
das retenções no Prestador e Retenções de Times de Futebol. Já
na DIRF, informações de IRRF retidas na fonte sem relação com
o trabalho e Contribuições Sociais Retidas na Fonte (CSRF), ou
seja, o eSocial, estando sozinho, levará uma série de informa-
ções que hoje estão na GFIP, porém, a GFIP mais a DIRF vão
levar informações que irão compor a REINF. São principais
eventos da REINF:

221
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

1) R-1000 - Informações do Empregador/Contribuinte;

2) R-1070 - Tabela de Processos Administrativos/Judiciais;

3) R-2010 – Retenção Contribuição Previdenciária - Servi-


ços Tomados;

4) R-2020 – Retenção Contribuição Previdenciária - Servi-


ços Prestados;

5) R-2030 – Recursos Recebidos por Associação Desportiva;

6) R-2040 – Recursos Repassados para Associação Desportiva;

7) R-2050 – Comercialização da Produção por Produtor


Rural PJ/Agroindústria;

8) R-2060 – Contribuição Previdenciária sobre a Receita


Bruta – CPRB;

9) R-2098 – Reabertura dos Eventos Periódicos;

10) R-2099 – Fechamento dos Eventos Periódicos;

222
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

11) R-3010 – Receita de Espetáculo Desportivo;

12) R-5001 – Informações de bases e tributos por evento


consolidados por contribuinte;

13) R-5011 – Informações de bases e tributos consolidadas


por período de apuração;

14) R-9000 – Exclusão de Eventos;

15)

Esses leiautes são bem semelhantes aos que são trabalhados no


eSocial. Ressalte-se que a Reinf não tem um PVA offline como é
possível perceber no fluxo das informações. Ela irá trabalhar com
eventos por meio de web service assim como é hoje uma emissão
de nota fiscal eletrônica, local onde o sistema emissor se comu-
nica automaticamente com o portal e transmite com mesma di-
nâmica as informações, gerando os protocolos de arquivos XML.

Contudo, é preciso entender também sobre os registros, saber


suas funcionalidades. São eles:

1) R–1000: Informações do Empregador/Contribuinte.


Cadastro semelhante ao do eSocial
Vínculo com a Tabela de Classificação Tributária:

01 – Empresa enquadrada no SN com contribuição previ-


denciária substituída.

02 – Empresa enquadrada no SN com contribuição previ-


denciária não substituída.

03 – Empresa enquadrada no regime de tributação SN com


tributação previdenciária substituída e não substituída.

223
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

04 – MEI - Micro Empreendedor Individual.

06 – Agroindústria.

07 – Produtor Rural Pessoa Jurídica.

08 – Consórcio Simplificado de Produtores Rurais.

09 – Órgão Gestor de Mão de Obra.

10 – Entidade Sindical a que se refere a Lei 12.023/2009

11 – Associação Desportiva que mantém Clube de Futebol


Profissional.

13 – Banco, caixa econômica, sociedade de crédito, finan-


ciamento e investimento e demais empresas relacionadas
no parágrafo 1° do art. 22 da Lei 8.212/91.

14 – Sindicatos em geral, exceto aquele classificado no


código [10].

21 – Pessoa Física, exceto Segurado Especial.

22 – Segurado Especial.

60 – Missão Diplomática ou Repartição Consular de car-


reira estrangeira.

70 – Empresa de que trata o Decreto 5.436/2005.

80 – Entidades Beneficente/Isenta

85 – Entre Federativo, Órgãos da União, Autarquias e Fun-


dações Públicas

224
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

99 – Pessoas jurídicas em geral.

É interessante observar que esse registro já oferece a in-


dicação de que se a pessoa jurídica está obrigada ao envio
do SPED Contábil. Logo, a REINF começa a conciliar in-
formações com a ECD e a indicação de que se a PJ possui
contribuição previdenciária incidente sobre a receita bru-
ta ou não.

Indicação de obrigatoriedade da ECD


Indicação de CPRB

2) R–1070: Tabela de Processos Administrativos/Judiciais.

Igual a utilizada no eSocial.


As informação de processos que afetam as retenções e/
ou recolhimentos do contribuinte e de terceiros (afeta di-
retamente a retenção de terceiros se não for informado
feito o registro do processo judicial).
Se houver processo enviar imediatamente após o cadas-
tro do contribuinte. Porém, apenas quando houver de-
cisão favorável ao contribuinte (decisão final, em última
instância, da qual não caibam mais recursos).

3) R–2010: Retenção Contribuição Previdenciária - Servi-


ços Tomados.

Pode ser informado até 9.999 cadastros de obras (CNO)


ou tomadores (CNPJ)
Utiliza a tabela 6 (Serviços Prestados Sujeitos à Reten-
ção Previdenciária pelo Tomador) – conforme o Art. 117 da
IN 971/09, exemplos:

01 – Limpeza, Conservação ou Zeladoria.


02 – Vigilância ou Segurança.
03 – Construção Civil.

225
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Informações do Prestador
Quem está obrigado: PJ tomadoras de serviços controla-
dos mediante cessão de mão de obra ou empreitada, cons-
tantes na tabela 06 do Anexo I.

4) R–2020: Retenção Contribuição Previdenciária - Servi-


ços Prestados.

Mesmas informações dos Serviços Tomados, porém só


deve ser enviado pelo prestador de serviço.
Cruzamento das Informações (tomador x prestador)
Até o dia 15 do mês seguinte à emissão da nota fiscal
ou fatura.

É muito importante que o fornecedor envie ao tomador


o arquivo XML, desta forma terá a informação casada e
assim evitando que haja diferença de dados.

5) R–2030: Retenções - Recurso Recebido por Associação


Desportiva.

Contribuições Substituídas (20% CPP + RAT) por reten-


ção de 5% na fonte pagadora

226
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Patrocínio, Licenciamento, Publicidade e Propaganda e


transmissão de espetáculo.
Identificação da entidade que recebeu o recurso e o
CNPJ de quem repassou
Código da conta analítica (ECD)

6) R–2040 Retenções – Recursos Repassados para Associa-


ção Desportiva

Mesmas informações do R – 2030


Cruzamento das informações (Recebimento x Repasse)
Está obrigada apenas a empresa que repassou recursos
para associação desportiva que mantém equipe de futebol
profissional.

A entidade que paga o recurso informa na GFIP o valor


total, o SEFIP gera a GPS dos 5%. A preocupação da REINF
gira em torno de dívidas previdenciárias consequentes
da má gestão e passividade governamental, ou seja, com
a REINF haverá o detalhamento para quem estar sendo
feito o repasse e de quanto é esse repasse. Isso permitirá
que a REINF gere uma fiscalização mais ostensiva para
aqueles que desenvolvem tais atividades.

7) R–3010: Receita de Espetáculo Desportivo (Futebol


profissional).

Data do Espetáculo (Retenção de 5%) envio até 2 dias


úteis após a realização do evento.
CNPJ da Entidade Promotora
Nome da Competição
CNPJ do mandante e CNPJ do Visitante
Receita de Venda x Número de Pagantes

Ressalte-se que essas informações são essencialmente de


natureza contábil. Dessa forma, a EFD REINF tem uma

227
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

relação e conexão com as informações da contabilidade.


Portanto, o que foi informado na REINF terá que ser igual
ao que foi colocado no SPED Fiscal.

8) R-2050: Comercialização da Produção por Produtor


Rural PJ/Agroindústria

Evento em que são prestadas as informações relativas


à comercialização da produção rural ou agroindustrial,
quando o produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria
estão sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva
sobre a receita bruta, proveniente da comercialização da
produção rural nos termos do art. 25 da Lei nº 8.870, de 15
de abril de 1994, na redação dada pela Lei nº 10.256, de 9 de
julho de 2001 e do art. 22A da Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991, inserido pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001,
respectivamente.
Este evento deve ser enviado até o dia 15 do mês seguin-
te ou antes do envio do evento “R-2099 Fechamento de
Eventos Periódicos”, o que ocorrer primeiro. Antecipa-se
o envio deste evento para o dia útil imediatamente ante-
rior quando não houver expediente bancário.
Estão obrigados os produtores rurais pessoas jurídicas
(cuja classificação tributária seja 07, conforme Tabela 8,
do Anexo I, do leiaute da EFD-REINF, disponibilizado
no sítio do SPED); Pelas agroindústrias (classificação tri-
butária 06, conforme Tabela 8, do Anexo I, do leiaute da
EFD-REINF, disponibilizado no sítio do SPED); Nas aqui-
sições de produtos agropecuários pela Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (CONAB) do produtor rural pessoa
jurídica, destinados ao Programa de Aquisição de Alimen-
tos – PAA instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696/2003, cuja
responsabilidade pelo recolhimento da contribuição, à
conta do PAA, fica sub-rogada a adquirente16.
Evento “R-1000 - Informações do Contribuinte”.

228
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

9) R–2060: Contribuição Previdenciária sobre a Receita


Bruta - CPRB

Extinção do Bloco P da EFD Contribuições


Identificação dos Estabelecimentos e Receita
Composição da Base de Cálculo da CPRB
Código da Conta Analítica (ECD)

Lembrando, mais uma vez, que esse valor terá que bater
com o que está provisionado na contabilidade.

10) R–2078: Eventos Periódicos - Retenções na Fonte (IR,


CSLL, PIS e COFINS)

Identificação do contribuinte (que reteve), inclusive ór-


gãos públicos.
Identificação do beneficiário e do rendimento (CNPJ
ou CPF)
Informações do pagamento e das deduções
Ressalte-se que os rendimentos isentos e não tributáveis
também deverão ser informados nesse registro. A exem-
plo disso: 04 – Abono pecuniário, 06 – Lucros ou dividen-
dos pagos a partir de 1996, 10 – Bolsa de estudos recebida
por médico residente.

11) R–2099: Fechamento dos Eventos Periódicos

Identificação do responsável pelo preenchimento das


informações na EFD REINF
Sem movimento apenas na primeira competência do
ano, repetidas em abril/19 para aas empresas cuja obriga-
toriedade da DCTF/WEB também começar em abril.
Em janeiro: Houve repasse financeiro aos sócios no ano
anterior?
Situações comuns a todos os eventos:
Ambiente web de contingência e acesso via e-CAC

229
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Permitida a retificação, com identificação do evento


anterior.
Não há programa previsto, assim como no e-Social.
Envio de lotes de eventos
EFD REINF é centralizada na matriz, assim como a
EFD Contribuições.

12) R–5001: Informações de bases e tributos por evento;

13) R–5011: Informações de bases e tributos consolidadas


por período de apuração;

14) R–9000: Exclusão de Eventos;

8.3 Legislação

A legislação que estabelece a EFD REINF foi instituída pela Ins-


trução Normativa (IN) nº 1701 de março de 2017, sendo publica-
do no Diário Oficial da União no dia 16 de março do mesmo ano.
Em seu Art. 1º, a lei diz que fica instituída a escrituração fiscal
retenções e outras informações.

230
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

De acordo com o documento da Receita Federal do Brasil, o Pa-


rágrafo Único aponta que a EFD REINF deverá ser transmitida
ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e será con-
siderada válida após a confirmação de recebimento e validação
do conteúdo dos arquivos. Segundo a legislação, das principais
obrigações é importante destacar que ficam obrigados a adotar
a EFD REINF:

I - Pessoas jurídicas que prestam e que contratam serviços


realizados mediante cessão de mão de obra nos termos do
art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II - Pessoas jurídicas responsáveis pela retenção da Con-


tribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Fi-
nanciamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contri-
buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

III - pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Con-


tribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB);

IV - Produtor rural pessoa jurídica e agroindústria quan-


do sujeitos a contribuição previdenciária substitutiva
sobre a receita bruta proveniente da comercialização da
produção rural nos termos do art. 25 da Lei nº 8.870, de 15
de abril de 1994, na redação dada pela Lei nº 10.256, de 9 de
julho de 2001 e do art. 22A da Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991, inserido pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001,
respectivamente;

V - Associações desportivas que mantenham equipe de


futebol profissional que tenham recebido valores a título
de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos
desportivos;

231
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

VI - Empresa ou entidade patrocinadora que tenha des-


tinado recursos à associação desportiva que mantenha
equipe de futebol profissional a título de patrocínio, licen-
ciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, pro-
paganda e transmissão de espetáculos desportivos;

VII - Entidades promotoras de eventos desportivos realiza-


dos em território nacional, em qualquer modalidade des-
portiva, dos quais participe ao menos 1 (uma) associação
desportiva que mantenha equipe de futebol profissional; e

VIII - Pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou credita-


ram rendimentos sobre os quais haja retenção do Impos-
to sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), por si ou como
representantes de terceiros.

Para finalizar esse tópico, vale ressaltar que, segundo a IN RFB


1.842/2018, de 29 de outubro de 2018 a EFD-REINF deverá ser
transmitida de acordo com os seguintes grupos:

1º Grupo: Entidades integrantes do Grupo-2; Entidades


empresarias do Anexo V da IN 1634/16. A partir de 1o de
maio de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica no
ano de 2016 tenha sido superior a R$ 78.000.000,00 (se-
tenta e oito milhões de reais);

2º Grupo: Demais entidades integrantes do Grupo-2 do


anexo V da IN 1634/16 a partir das 8 (oito) horas de 10 de
janeiro de 2019, referentes aos fatos ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2019;

3º Grupo: A partir das 8 (oito) horas de 10 de julho de 2019,


referentes aos fatos ocorridos a partir de 1º de julho de
2019; e aos não pertencentes ao 1°, 2° e 4° grupos a que se
referem os inciso I, II e IV.

232
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

4º Grupo: Entes públicos integrantes do Grupo 1 – Admi-


nistração Pública, em data a ser fixada em ato da RFB,

A EFD-REINF será transmitida mensalmente até o dia 15 do mês


subsequente ao que se refira a escrituração, observado o dispos-
to no parágrafo único deste artigo.

As entidades promotoras de espetáculos desportivos a que se


refere o inciso VII do art. 2º deverão transmitir ao SPED as in-
formações relacionadas ao evento no prazo de até 02 (dois) dias
úteis após a sua realização.

8.4 Declaração de Créditos e Débitos Tributários Federais da


Web (DCTFWEB)

A DCTFWEB, que se trata da Declaração de Créditos e Débitos


Tributários Federais, da Contribuição Previdenciária, de outras
entidades de fundos, é um módulo que tem uma relação direta
com a EFD REIFN. A REINF junto com a DCTFWEB e o e-So-
cial promoverão a substituição da GIFP. Como exemplo disso,
a parte dos débitos serão trazidas automaticamente além dos
créditos por meio de informações via REINF/e-Social e sistema
eletrônico de regularização de obras.

233
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Assim fica possível trazer dessas informações, débitos provenien-


tes das Contribuições Previdenciárias, Contribuições para Outras
Entidades e Fundos. Ademais, existem os créditos de Salário-Fa-
mília, de Maternidade e de Retenções sobre notas fiscais.

Após fazer uma apuração de débito e crédito será possível gerar


um DARF único a pagar após fechamento da DCTFWEB. Nesse
procedimento, não será permitida a inclusão manual de débitos.
São funcionalidades da DCTFWEB fazer a integração com EFD
REINF, e-Social e SERO, onde fará a captação automática dos
débitos e créditos; importação pelo PERD/COMP; emissão ele-
trônica do DARF único; acesso via portal e-CAC e portal próprio
(disponibilizado pela Secretaria da Receita Federal); retificação
de forma completa.

Para uma eficiente assimilação do que foi estudado neste ca-


pítulo, é preciso entender que EFD REINF é uma escrituração
fiscal digital, que também é subprojeto do SPED, que visa forne-
cer informações a respeito das retenções e das informações da

234
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

contribuição previdenciária substituída. Logo, estão obrigados a


informar a EFD REINF todas as pessoas jurídicas que promovem
retenções ou que são passivas de retenção. Serão informados os
valores retidos tanto de contribuições federais, como imposto de
renda retido na fonte e também as contribuições previdenciárias.

A escrituração opera com transmissão de registros via webservi-


ce. Por fim, a DCTFWEB é uma ferramenta que estará integrada
com a EDF REINF, e-Social e Sistema Social de Regularização de
Obras, local onde as informações de débitos e créditos, de nature-
zas previdenciárias e tributárias serão consolidadas, permitindo
que seja gerada uma única guia de pagamento, único DARF. Para
a operação, não será necessário baixar ou instalar o PVA.

235
Capítulo 9

E-FINANCEIRA
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

9.1 e-Financeira

A e-Financeira é um subprojeto do SPED e é o mecanismo de


cruzamento fiscal onde instituições financeiras realizam as
transmissões das movimentações contábeis de contribuintes à
Receita Federal do Brasil.

De maneira geral, os contribuintes não precisam se preocupar


em gerar arquivos e transmiti-los para o ambiente SPED. Essa
obrigação é feita por bancos, seguradoras, distribuidora de títu-
los, planos de saúde, entidades que trabalham com previdência
complementar, dentre outras instituições voltadas para o seg-
mento financeiro.

É interessante lembrar que num passado recente essas institui-


ções tinham suas preocupações em torno da Contribuição Pro-
visória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), tratava-se de
um tributo cobrado sobre as operações financeiras. Para que o
fisco tivesse uma informação detalhada a respeito da contribui-
ção paga pelos contribuintes o mesmo recebia também neste
momento informações financeiras sobre as suas movimenta-
ções bancárias.

Logo após a extinção da CPMF foi criada a Declaração de Infor-


mações sobre Movimentação Financeira (DIMOF), que também
objetivava receber informações financeiras.

Vale ressaltar que o grande diferencial em torno da e-Financeira


é que a sua projeção está associada dentro do ambiente SPED.
Antes disso era comum que diversas informações transmitidas
ao ambiente da Receita Federal não chegavam e quando chega-
vam ao órgão eram analisadas manualmente.

Ou seja, dessa forma existia o risco de cruzar movimentações de


pessoas físicas dentro das declarações do imposto de renda ou

238
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

até mesmo de cruzar informações com outras declarações como


de cartão de crédito. Assim ficando estabelecida uma espécie de
trabalho manual. Dentro de um novo contexto, a partir do mo-
mento em que essa obrigação vem para o ambiente SPED, tor-
na-se mais fácil que o fisco promova cruzamentos de informa-
ções ou verificações nas informações bancárias e financeiras.

A e-Financeira foi estabelecida pela  Instrução Normativa da Re-


ceita Federal do Brasil nº 1.571 de 2 de julho de 2015, com base no
artigo 5º da Lei Complementar nº 105 de 10 de janeiro de 2001,
no artigo 57 da Medida Provisória nº 2.158-35 de 24 de agosto de
2001. Além disso, o subprojeto do SPED também tem como base
o Decreto nº 4.489 de 28 de novembro de 2002, no artigo 16 da
Lei nº 9.779 de 19 de janeiro de 1999, no artigo 30 da Lei nº 10.637
de 30 de dezembro de 2002 e na IN RFB nº 802 de 27 de dezem-
bro de 2007.

A declaração disciplina a obrigatoriedade de prestação de infor-


mações relativas às operações financeiras de interesse da Secre-
taria da Receita Federal do Brasil (RFB). Trata-se, portanto, de
um conjunto de arquivos digitais referentes a cadastro, à aber-
tura, ao fechamento e auxiliares, e pelo módulo de operações
financeiras. Deve ser transmitida ao SPED pelos obrigados a
adotá-la:

I - as pessoas jurídicas:

a) autorizadas a estruturar e comercializar planos de be-


nefícios de previdência complementar;
b) autorizadas a instituir e administrar Fundos de Apo-
sentadoria Programada Individual (FAPI); ou
c) que tenham como atividade principal ou acessória a
captação, intermediação ou aplicação de recursos finan-
ceiros próprios ou de terceiros, incluídas as operações de
consórcio, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custó-
dia de valor de propriedade de terceiros; e

239
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

II - as sociedades seguradoras autorizadas a estruturar e


comercializar planos de seguros de pessoas.

Essa obrigação é constituída por um conjunto de arquivos a


serem entregues e leiautes específicos, por meio do ambiente
SPED, fazendo a utilização de um certificado digital válido emi-
tido por entidade credenciada pela ICP-Brasil. A e-Financeira é
uma obrigação acessória que reúne as informações relativas às
operações financeiras de interesse da RFB. Os arquivos trans-
mitidos devem conter assinatura digital do representante legal
da entidade declarante ou procurador constituído nos termos
da Instrução Normativa RFB n° 1751, de 16 de outubro de 2017.

Em períodos que a entidade declarante não teve movimenta-


ções de operações financeiras a serem entregues, vale ressaltar
que não é necessário fazer o envio de arquivos da e-Financeira.
Porém, nos casos em que a entidade declarante seja considera-
da “patrocinadora”, segundo os termos do Foreign Account Tax
Compliance Act (FATCA), devem ser enviados os Cadastros de
Patrocinado para todos os fundos dos quais seja considerada
como patrocinadora, independente de ter havido movimenta-
ção nestes.

240
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O módulo de operações financeiras deve ser entregue pelas pes-


soas jurídicas: autorizadas a estruturar e comercializar planos
de benefícios de previdência complementar (incluindo as en-
tidades fechadas de previdência complementar); autorizadas a
instituir e administrar Fundos de Aposentadoria Programada
Individual (FAPI); ou que tenham como atividade principal ou
acessória a captação, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, incluídas as operações de
consórcio, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia
de valor de propriedade de terceiros; O módulo de operações
financeiras também deverá ser entregue pelas sociedades se-
guradoras autorizadas a estruturar e comercializar planos de
seguros de pessoas. A obrigatoriedade de entregar o módulo
de operações financeiras alcança as entidades supervisionadas
pelo Banco Central do Brasil (BACEN), pela Comissão de Valo-
res Mobiliários (CVM), pela Superintendência de Seguros Pri-
vados (Susep) e pela Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC). As informações referentes às aquisi-
ções de moeda estrangeira, conversões de moeda estrangeira
em moeda nacional e transferências de moeda estrangeira e de
outros valores para o exterior, realizadas pela Empresa Brasilei-
ra de Correios e Telégrafos (ECT), também devem ser entregues
pela ECT.

De acordo com o Artigo 10 da Instrução Normativa RFB n°


1.571/2015, a e-Financeira deve ser transmitida semestralmente
nos seguintes prazos, observado o disposto no art. 11 vide a Ins-
trução Normativa RFB n° 1779, de 29 de dezembro de 2017:

I - até o último dia útil do mês de fevereiro, contendo as


informações relativas ao segundo semestre do ano an-
terior; (Vide Instrução Normativa RFB nº 1647, de 30 de
maio de 2016)

II - até o último dia útil do mês de agosto, contendo as

241
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

informações relativas ao primeiro semestre do ano em


curso. (Vide Instrução Normativa RFB nº 1647, de 30 de
maio de 2016)

A obrigatoriedade de entrega estabelecida na forma do art. 10 da


IN constitui o prazo limite para o envio das informações. Entre-
tanto, também é possível efetuar entregas parciais dos arquivos
de movimento de operações financeiras, referentes aos meses
do semestre em curso, à medida que for sendo encerrado o mo-
vimento mensal.

Por exemplo, o arquivo de movimento de operações financeiras


do contribuinte “X”, referente ao mês de janeiro de 2018, pode
ser entregue em fevereiro, março, abril, maio, junho, julho ou
agosto do mesmo ano, desde que já tenha sido transmitido pre-
viamente o arquivo de abertura da e-Financeira para o primeiro
semestre de 2018.

Dessa forma, evita-se o acúmulo de grande volume de informa-


ções concentradas nos dois meses que sucedem o fechamento
do semestre, possibilitando eventuais correções nos arquivos
mensais individuais, não necessitando a correção de toda a obri-
gação acessória, de maneira mais tempestiva.

Nos casos de reorganização societária (extinção, cisão parcial,


cisão total, fusão ou incorporação), a e-Financeira deverá ser en-
tregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, in-
corporadas e incorporadoras, obedecendo ao prazo estabelecido
no Artigo 10 da IN RFB nº 1.571 de 2015. Assim, se a reorgani-
zação societária acontecer no primeiro semestre, a e-Financeira
deverá ser entregue até o último dia útil do mês de agosto do ano
em que ocorreu a reorganização. Se acontecer no segundo se-
mestre, a e-Financeira deverá ser entregue até o último dia útil
do mês de fevereiro do ano seguinte à reorganização.

242
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Excepcionalmente, em relação a dados de dezembro de 2015, as


informações deverão ser entregues até o último dia útil de maio
de 2016. Somente será considerada cumprida a obrigação aces-
sória após o envio do evento válido de fechamento semestral1.

Para o envio de informações, as instituições declarantes deverão


gerar os eventos em arquivos eletrônicos com as informações re-
ferentes às entidades declarantes, aos declarados, às movimenta-
ções financeiras, aos eventos de abertura e de fechamentos dos
períodos e aos cadastros de patrocinados e de intermediários,
a depender do caso. O processamento de eventos deve ser feito
simultaneamente por intermédio de um webservice, na mesma
conexão com o retorno de um arquivo XML contendo o resultado
do processamento do lote. De acordo com a norma, os arquivos
enviados serão validados em três etapas simultaneamente:

Validação do lote: será executada no momento da recep-


ção do lote de eventos, quando serão verificados, inicial-
mente, o certificado da conexão e a estrutura e versão do
lote. Caso ocorra erro na validação do lote, o lote não será
recebido e não serão realizadas as demais validações, des-
critas abaixo.

Validação dos eventos contidos no lote: para cada evento


contido no lote, serão feitas as seguintes validações:

Validação de estrutura: validação do evento em relação


à estrutura do arquivo, de acordo com o tipo de evento.
Caso ocorra erro na validação de estrutura, o evento não
será recebido e não serão realizadas as demais validações
do evento.

11 As informações serão fornecidas pela instituição declarante por meio do envio


de arquivos de eventos, através de web services. Os arquivos gerados deverão ser assinados
digitalmente e transformados em documento eletrônico, nos termos da legislação brasileira,
de modo a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor.

243
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Validação de conteúdo: validações dos valores informa-


dos no evento. Caso seja detectada alguma inconsistên-
cia, o evento não será recebido.

No entanto, como um exemplo de rotina, ao passar para as escri-


turações de natureza fiscal ou contábil, essas possuem, em sua
grande maioria, um modelo de apresentação das informações
que se utiliza de PVA-s offlines, onde são gerados arquivos em
formatos de textos e são submetidos a programas validadores
para depois se transmitir informações ao fisco. Contudo, como
outro exemplo, sabe-se da existência de modelos de escritura-
ções fiscais tais como a REINF, que não se utiliza de PVA-s. Tra-
ta-se de uma nova tendência do projeto SPED.

É possível afirmar que, PVA-s offlines como do SPED Fiscal, SPED


Contribuições, SPED Contábil e do SPED ECF sejam, ao longo do
tempo, substituídos pelo referido modelo, o qual é possível prati-
car operações em que automaticamente sejam inseridas no banco
de dados do fisco, sendo autorizadas em acompanhamento diá-
rio, em tempo real e até mesmo online em alguns casos.

Destaca-se, mais uma vez que, a e-Financeira reúne diversas


informações relativas às operações financeiras que sejam de in-

244
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

teresse da Receita Federal do Brasil. Mas mesmo com essa pre-


missa é pertinente o questionamento em torno da legalização
do envio e informações financeiras de contribuintes ao fisco
sem autorização judicial.

A respeito disso é interessante observar uma notícia divulgada


no site do Supremo Tribunal Federal (STF), que destaca o título
“STF garante ao Fisco acesso a dados bancários dos contribuin-
tes sem necessidade de autorização judicial”, conforme consta
no link http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.as-
p?idConteudo=310670 (Acesso em 27/06/2017). No ano de 2016, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu julgamen-
tos de alguns processos que questionavam a Lei Complementar
nº 105 de 2001, que dá à Receita Federal o poder de receber dados
bancários dos contribuintes sendo fornecidos diretamente pe-
las instituições financeiras e sem a prévia autorização judicial.

A decisão foi tomada por maioria, de nove a dois votos prevale-


ceu o entendimento de que a norma não resulta em quebra de si-
gilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da órbita ban-
cária para a fiscal, ambas protegidas contra acesso de terceiros.
Ou seja, para o STF, não significa que está havendo uma quebra
de sigilo bancário, mas sim uma transferência de competência
desse sigilo, que sai de um sigilo meramente bancário, passando
a ser um sigilo do âmbito fiscal. Ambos são protegidos.

Nesse contexto é importante destacar que existem regras para


a prestação dessas informações, que são feitas de maneira to-
talizada por tipo de operação. Sabe-se que existem muitas in-
formações incorretas e imprecisas a respeito da e-Financeira na
internet. Com isso, não se pode afirmar que, os bancos estão en-
viando para a Receita Federal cópias de extratos bancários dos
contribuintes. Na verdade, eles enviam, dentro da regra de obri-
gatoriedade, da prestação das informações, saldos totalizadores
por tipos de operações.

245
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

É importante ressaltar que o envio de informações financeiras


ao fisco não é novidade. No entanto, ao ingressar ao ambien-
te SPED aumenta de maneira considerável a possibilidade de
cruzamentos dessas informações tanto de pessoas físicas, como
jurídicas. Consequentemente, observa-se uma série de impac-
to fiscal no cruzamento com as informações financeiras. Para
expor um exemplo, imagina-se uma pessoa física qualquer que
esta recebendo de seu banco vários depósitos e transferências
que totalizados dariam um valor de R$ 20.000.

Posteriormente, no e-Social, que será abordado no capítulo se-


guinte, esta mesma pessoa declara o valor de R$ 1.500. Logo se
pode perceber que há diferença nas informações e que a mesma
deverá justificar, em um futuro próximo, a que se refere essa
movimentação financeira. Trazendo como exemplo para o caso
de uma pessoa jurídica, imagina-se uma empresa que teve uma
quantidade de movimentação financeira no aporte de R$ 1,5 mi-
lhão, porém o seu faturamento fiscal é na ordem de R$ 200.000.
Diante disso é viável o questionamento sobre a justificativa des-
sa movimentação.

Dentro desse último contexto é possível salientar que o objeti-


vo final de uma e-Financeira e o objetivo final do contribuinte
em prestar informações financeiras ao Fisco, seja por meio do
COAF, DIMOF ou e-Financeira é combater a lavagem de dinhei-
ro, o contrabando, o financiamento do tráfico, dentre outras
práticas ilegais. Vale ressaltar que a DIMOF foi descontinuada
no ano de 2016

O cruzamento das informações é feito de maneira preventiva,


isso é muito importante para que não ocorram formas ilícitas.
Assim, faz-se necessário que sejam identificados de forma ime-
diata, possíveis incontingências ou situações que possam dar
característica a um passivo descoberto e levar para o contribuin-
te um passivo tributário que fica oculto até ser revelado no mo-
mento de uma fiscalização. Dentro dessa perspectiva e com base

246
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

na legislação vigente, elencam-se algumas informações a serem


prestadas pela e- Financeira e são elas:

a) Rendimentos brutos, acumulados anualmente, mês a


mês, por aplicações financeiras no decorrer do ano, indi-
vidualizados por tipo de rendimento;
b) Saldo, no último dia útil do ano ou no dia de encerra-
mento, de provisões matemáticas de benefícios a conce-
der referente a cada plano de benefício de previdência
complementar;
c) Transferência entre contas do mesmo titular realiza-
das entre contas de depósito à vista, ou entre contas de
poupança;
d) Aquisições de moeda estrangeira;
e) Conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;
f) Transferências de moeda e de outros valores para o
exterior

É importante destacar que a e-Financeira foi motivada em de-


corrência de alguns tratados internacionais que o Brasil ce-
lebrou com o objetivo de fornecer informações e de trocar in-
formações com outros países. O intuito é de verificar práticas
ilegais consideradas como atos ilícitos e que importam na lava-
gem de dinheiro e financiamento de crimes organizados.

Segundo a redação e inclusões feitas pela Instrução Normativa


RFB n° 1835 de 3 de Outubro de 2018. A apresentação da e-Finan-
ceira fora dos prazos estabelecidos pelo art. 10 ou sua apresen-
tação com incorreções ou omissões sujeitará a pessoa jurídica:

I – Quanto às informações que devem ser prestadas por


meio do módulo de operações financeiras:

247
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

a) Às multas previstas no art. 30 da Lei nº 10.637, de 30 de


dezembro de 2002, se o atraso, a incorreção ou a omissão
se referir a informações abrangidas pela Lei Complemen-
tar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; e

b) Ás multas previstas no art. 57 da Medida Provisória nº


2.158-35, de 24 de agosto de 2001, se o atraso, a incorreção
ou a omissão se referir às demais informações; e

II - Quanto às informações que devem ser prestadas por


meio do módulo da previdência privada, às multas previs-
tas no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de
agosto de 2001, observado o disposto no § 2º do art. 5º-A.
 

Ou seja, as instituições financeiras têm algumas previsões de


penalidades tanto na ausência do cumprimento da obrigação,
quanto no cumprimento incorreto, inexato ou impreciso nas
obrigações da natureza tributária e monetária, financeira, eco-
nômica como no caso da e-Financeira.

Contudo, para estudar e ampliar um melhor conhecimento so-


bre a e-Financeira recomenda-se pesquisa aprofundada da IN
RFB nº 1.571 de 2015, que desde sua publicação já houve três alte-
rações, uma através da IN RFB n° 1580/2015, IN RFB n° 1764/2017

248
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

e pela IN RFB n° 1835/2018. Como já citado anteriormente, em


2016 a DIMOF passou a não existir mais e com isso as transmis-
sões passaram a ser feitas pela e-Financeira, que apresenta o
montante global movimentado ou saldo em cada mês, por tipo
de operação financeira quando for superior a R$ 2.000 (Pessoa
Física) e R$ 6.000 (Pessoa Jurídica). Se por acaso o limite se ex-
ceder, o contribuinte deverá informar tudo.

Ressalte-se que não serão transmitidos extratos bancários mui-


to menos a origem do valor e para onde está sendo repassado.
Ou seja, a partir do momento em que um tipo de operação, no
caso de pessoas físicas, qualquer que seja a movimentação que
ultrapasse o valor estipulado, seja uma transferência, um ren-
dimento de aplicação, um depósito, todos os saldos por tipo de
movimentação serão mensalmente enviados ao e-Financeira.
No caso de pessoas jurídicas, a medida se aplica inclusive em
transferências entre contas do mesmo titular. Como exemplo
disso é possível destacar pessoas que têm conta em dois ban-
cos e realizam transferências (faz movimentação) de uma conta
para outra. Se as mesmas ultrapassarem o valor estipulado, os
saldos delas passam mensalmente a serem transmitidos pela
e-Financeira.

249
Capítulo 10

SISTEMA DE
ESCRITURAÇÃO FISCAL
DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES
FISCAIS PREVIDENCIÁRIAS
E TRABALHISTAS
(ESOCIAL)
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

10.1 eSocial

O Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais


Previdenciárias e Trabalhistas é um projeto que existe desde
2012. Falava-se sobre a escrituração fiscal digital social, de SPED
Folha, até que se tornasse o que se conhece hoje como eSocial.

Trata-se de um projeto que foi adiado algumas vezes e que por


ser dentro do SPED, envolve várias relações de trabalho como
formais de vínculos ou sem vínculos empregatícios, transfor-
mando-o em um grande projeto. Várias entidades participam
dele, e por esse motivo torna-se mais lenta a implantação. Logo,
o projeto carrega consigo uma importância, mas que ao longo
do tempo perdeu um pouco de sua credibilidade, devido ter sido
adiado diversas vezes.

Quando começamos a estudar o eSocial, era comum também


ouvir a incoerente afirmação de que o eSocial não está dentro do
SPED. A meu ver, essa compreensão, pode estar inserida em uma
linha de entendimento técnico equivocada, ao mesmo tempo
completamente inadequada ao contexto da técnica do Sistema.

O SPED é um grande projeto que recebe vários tipos de informa-


ções das empresas, quando essas informações forem de natureza
trabalhista ou previdenciária e serão enviadas por meio do eSo-
cial, que é um subprojeto do SPED. Desta forma, essa obrigação
tem diversas premissas já abordadas em capítulos anteriores.

O eSocial consiste em um projeto do governo federal e serve


como um instrumento de unificação da prestação das infor-
mações concernentes à escrituração das obrigações previden-
ciárias, tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização
de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício e de
produção.

252
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A finalidade é padronizar sua transmissão, validação, armaze-


namento e distribuição. Portanto, pretende-se viabilizar a ga-
rantia de direitos previdenciários e trabalhistas; simplificar o
cumprimento de obrigações; aprimorar a qualidade de informa-
ções das relações de trabalho, previdenciárias e fiscais; conferir
tratamento diferenciado às microempresas.

Assim como a NF-e, o ECD, ECF e os demais subprojetos do


SPED já estudados nessa obra, o eSocial faz parte do grande sis-
tema público de escrituração digital.

É natural observar o fluxo de trabalhadores que vão até a Pre-


vidência Social para fazer o uso de direitos. Por vezes, muitos
percebem que, determinadas informações que deveriam ser
prestadas pelos empregadores, não foram feitas, foram realiza-
das de maneira incorreta ou então que existem problemas nos
identificadores da pessoa física. Situações como essas podem
impossibilitar o acesso dos trabalhadores aos seus direitos. Essa
base de dados não era integrada, completamente à plataforma
da Receita Federal e assim implicava na restrição de direito e
acesso trabalhista dos trabalhadores, informações pelas quais
não estão sendo sincronizadas.

Contudo, vale ressaltar que, o eSocial parte da premissa de sim-


plificar o cumprimento dessas obrigações acessórias e tem o pa-
pel de eliminar a redundância das informações. O projeto não
veio com o intuito de exterminar as relações de trabalho, mas
sim para criar uma ponte entre a obrigação acessória e a obri-
gação principal.

O eSocial substitui o procedimento de envio das diversas decla-


rações, formulários, termos e documentos referentes à relação
de trabalho, referentes a períodos anteriores à implantação do
eSocial devem ser enviadas pelos sistemas utilizados à época.
Contudo, a recepção dos eventos pelo eSocial não significa o re-

253
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

conhecimento da legalidade dos fatos neles informados1. O pro-


jeto está previsto no Decreto 8373, de 2014, que institui o Sistema
de Escrituração Digital das obrigações fiscais, previdenciárias e
trabalhistas, além de estabelecer outras providências.

Ressalte-se que a relação de trabalho possui característica como


a pessoalidade, habitualidade, a subordinação e onerosidade.
Em suma, o eSocial objetiva viabilizar a garantia dos direitos
previdenciários e trabalhistas dos trabalhadores. Nessa rela-
ção de trabalho, alguns princípios são importantes e devem ser
assegurados na implementação do eSocial e são eles: O Princí-
pio da Imperatividade (irrenunciável); Intangibilidade Salarial
(redução); Inalterabilidade Contratual Lesiva. Todos eles estão
fundamentados na Constituição Federal – Art. 7° e na CLT, em
diversas convenções ou Acordos Coletivos.

Uma das premissas do eSocial é garantir o recolhimento das con-


tribuições previdenciárias, que são dividas por modalidade de tri-
butação. No caso do MEI, ele faz o recolhimento da Contribuição
Previdenciária Patronal de 3%, incidente do valor que ele é pago. O
Simples Nacional, no Anexo 4, informa que ele vai pagar a Contri-
buição Previdenciária de maneira separada e nos anexos 1, 2, 3, 5 e
6, paga no DAS. Já o Lucro Presumido, Real, Arbitrado, vão pagar
20% de INSS Patronal mais os terceiros além de RAT e FAP. Tudo
isso sendo regulamentado pela Lei nº 8.292 de 1991.

Baseado no que regulamenta o Decreto-Lei n° 5.452 de 1943, que


trata da consolidação das leis trabalhistas, são erros comuns nas
relações de trabalho:

a) O descumprimento do Art. 29: Informa sobre o Prazo


para anotações na carteira, que é de 48 horas;

12 Os arquivos complementares anexos a este manual, bem como o próprio ma-


nual, estão disponíveis no sítio eletrônico: http://www.esocial.gov.br/. Para os casos de des-
membramento de municípios, até que a Tabela de Códigos de Município do IBGE seja atua-
lizada, utilizar o código do município desmembrado.

254
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

b) O descumprimento do Art. 134 que aborda sobre a Con-


cessão de Férias, que deve ser de 12 meses subsequentes à
data em que o empregado adquiriu o direito;

c) O descumprimento do Art. 487, que trata do Aviso Pré-


vio, que deve ser dado com 30 dias (mensal ou quinzena);

d) O descumprimento do Art. 445, que fala a respeito do


Contrato de Experiência, que não poderá exceder 90 dias.

Em relação a esse último item, que se trata do Art. 445, tenho o


costume de brincar em sala de aula, abordando situações reais,
com a intenção de promover uma conscientização para profis-
sionais que atuam no departamento de pessoal. Durante esse
momento eu faço alguns questionamentos, tais como: “É inco-
mum saber que o empregado entrou de férias quando ele já está
de férias?”, “É incomum saber que deveria ter incluído o empre-
gado na folha desde o dia 1°, no momento de encerrara a folha de
pagamento daquele mês?”. Na mesma ocasião abordo também
um exemplo relacionado ao eSocial, onde diversos treinamen-
tos por ai informam que “com o eSocial não será mais possível
assinar a carteira retroativa do trabalhador” e nesse momento
concluo questionando “mas na verdade , quando é que pôde?” ou
seja, nunca pode ser feito.

255
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A CLT já previa, mesmo antes do eSocial, que essas práticas como


incorretas. Infelizmente no Brasil sabe-se que aquilo que não é
fiscalizado, não é feito. Além disso, a fiscalização, no que diz res-
peito a uma obrigação acessória em plataformas que se tornam
obsoletas, se torna muito mais manual, burocrática, difícil.

Quando se parte para obrigações acessórias no ambiente digital,


integradas com o ambiente SPED e que permite vários cruza-
mentos de informações, simplifica procedimentos fiscalizató-
rios, permitindo a identificação de possíveis ilícitos tributários
trabalhistas e previdenciários.

Fazem parte do eSocial: Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE), Previdência Social, Receita Federal, INSS e Caixa Econô-
mica Federal. Umas das principais justificativas disso é que no
atual cenário existem diversas informações que são prestadas
a diversos órgãos e que muitas vezes os trabalhadores, ao irem
buscar os seus direitos, não constam em nenhum dos sistemas.
Ou seja, por vezes as empresas não se encontram em conformi-
dade trabalhista.

Outra justificativa que pode se usar para a criação do eSocial é


a ausência de informações para uma correta e assertiva compo-
sição da base de cálculo das contribuições previdenciárias. Mes-
mo diante das obrigações acessórias citadas, ainda é difícil para
que o Fisco consiga fazer uma composição correta da contribui-
ção previdenciária devida pelas entidades. Além disso, conside-
ra-se também a desorganização do fluxo de geração da folha de
pagamento e a grande quantidade de erros do GFIP na GFIP.

Em relação a isso, é possível imaginar uma empresa que possa


atuar sem um fluxo padronizado para a geração de folha. Po-
rém, isso dependeria de seus processos internos, daquilo que
poderia se considerar como boas práticas. Nesse sentido, o eSo-
cial vem para propor uma boa prática, que obedeça aquilo que a
ferramenta irá disponibilizar.

256
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Antes do eSocial, a informações da Receita Federal eram presta-


das por meio da GFIP e DIRF. Com a implantação do eSocial, as
relações de trabalho vão pra dentro do subprojeto, as informações
de retenção dentre outras vão para Receita Federal por meio da
REINF e outros sistemas como parcelamentos e PER/DCOMP
vão automaticamente alimentar a DCTF Web. Posterior a esta
último, dentro de DCTF Web poderá gerar um DARF único para
pagamento, conforme estudado no capítulo sobre REINF.

Como uma das providências eficazes na implantação do eSocial


é viável frisar sobre a Qualificação Cadastral. Trata-se de uma
ferramenta simples de consulta, que permite ao empregador
ou trabalhador ter o conhecimento prévio do resultado das va-
lidações cadastrais que serão aplicadas. Através da Qualificação
Cadastral é possível obter o Módulo de Qualificação Web, que
possibilitará a aplicação web para consultas simultâneas. Tam-
bém constará o Módulo Qualificação em Lote, que permitirá
uma consulta por meio de envio de arquivos com dados dos tra-
balhadores no formato .txt. Nesse caso deverá ser sem limite de
consultas, com possibilidade de utilizar certificado digital ICP-
-Brasil: A1 ou A3.

Em relação aos dados do trabalhador, a validação na Qualifica-


ção Cadastral deverá ser com CPF, NIS (Número de Identifica-
ção Social), data de nascimento e nome. A chave de identificação
do trabalhador no eSocial é o CPF associado ao NIS. É impor-
tante destacar que, a qualificação cadastral deverá ser realizada
antes do envio de qualquer evento ao eSocial. Não sendo desta
forma, o risco de não conseguir encerrar a folha de pagamento
pode ocorrer devido a não realização do cadastramento de um
único trabalhador, por exemplo.

São alguns retornos possíveis:

257
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

a) Inconsistências possíveis – NIS

1.NIS inexistente
2.NIS inconsistente
3.NIS sem CPF
4.NIS com CPF divergente do informado
5.NIS com data de nascimento divergente da informada

b) Inconsistências possíveis – CPF

1.CPF suspenso
2.CPF nulo ou cancelado
3.CPF inexistente
4.CPF com nome divergente do informado
5.CPF sem data de nascimento
6.CPF com data de nascimento divergente da informada

Em matéria de preparação, considera-se uma qualificação ca-


dastral dos trabalhadores. Exemplo: Sempre que houver um
processo de seleção visando admitir um trabalhador, o empre-
gador já pode fazer uma consulta cadastral preventiva, para ve-
rificar como é que estão os dados do candidato em relação aos
entes fiscalizadores. Nesse momento também é viável que o

258
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

empregador faça uma completa verificação de seu cadastro de


trabalhadores, no intuito de atualizá-lo.

Também é muito recomendável fazer um mapeamento dos pro-


cessos trabalhistas. Para aqueles que já participaram da implan-
tação de outros SPED-s, como o fiscal ou contribuições, é muito
comum observar que a maior parte das dificuldades no que diz
respeito à prestação da informação, quando elas não moram
no desconhecimento da obrigação principal, estão na ausência
de um eficaz mapeamento de processo para fazer com que as
informações cheguem com qualidade nos despertamentos que
vão preenchê-las para o fisco. Então, fazer um mapeamento efi-
caz dos procedimentos de admissão, desligamento, concessão
de férias, garantirá uma maneira preventiva que se verifique e
analise os dados e com isso evite possíveis erros.

A preparação também requer conscientização à alta gestão da


empresa. É fundamental que empresas percebam que o eSocial
como uma ferramenta do SPED, não deverá jamais ser visto
como apenas um projeto de um departamento e principalmente
que o eSocial seja visto como responsabilidade de toda adapta-
ção da infraestrutura na mão do departamento pessoal. Desta
forma envolverá os departamentos contábil, fiscal, jurídico e TI.
Nesta ocasião será necessário o conjunto desses departamentos
no sentido viabilizar informações corretas e precisas.

Outro forma para a preparação do eSocial é potencializar a fer-


ramenta de geração de folha. É muito comum perceber, sobre-
tudo por meio de confirmação de pesquisas de mercado que ge-
ralmente 70% a 80% das informações que são pedidas e exigidas
no eSocial já constam hoje nos sistemas de folha de pagamento.
Por vezes esses sistemas são subutilizados. Por saber que algum
campo passa a não ser, obrigatório os departamentos acabam
fazendo o preenchimento de informações incompletas ou erra-
das. Não que isso apresente algum tipo de problema, mas sabe-
-se que o eSocial irá apresentar. Então, de maneira preventiva, é

259
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

imprescindível que se faça um trabalho de revisão e verificação


de cadastros.

A preparação também é bem sucedida com a capacitação dos


envolvidos. É muito importante que todos os departamentos
que estejam envolvidos no eSocial, participem de treinamentos
e capacitações. Por exemplo, sabe-se que a REINF é um comple-
mento do eSocial, ou seja, se por acaso o departamento pessoal
ficar olhando exclusivamente pro eSocial, sem enxergar as in-
formações que são de natureza fiscal e que vão vim da REINF,
existirá uma probabilidade de que o contribuinte não consiga
fechar sua DCTF Web.

Além disso, é importante também definir quem ficará respon-


sável pela implantação do eSocial dentro das empresas. Expe-
riências dentro do projeto SPED tem mostrado que é muito
comum que departamentos joguem responsabilidades de um
para o outro. Por esse motivo é fundamental que seja definido e
montado uma equipe de implantação, de preferência multidis-
ciplinar – obviamente é sabido que isso não se aplica a todos os
contribuintes – e que essas práticas de gestão possam garantir
um cumprimento mais sustentável.

Numa linguagem metafórica é possível afirmar que o eSocial é


um trabalho a quatro mãos, destacando setores da contabilida-
de, direito trabalhista e previdenciário, gestão/administração e
tecnologia da informação, que devem estar diretamente envol-
vidos no cumprimento dessa obrigação.

O portal do eSocial (https://portal.esocial.gov.br/) é uma ferra-


menta auxiliar aos estudos e no que diz respeito à implantação
do projeto. Inicialmente constata-se que ele tem uma página
própria, diferente dos demais subprojetos do SPED ou escritu-
rações. A ferramenta disponibiliza orientações sobre o passo a
passo do eSocial, como cadastrar funcionários, guia de FGTS,
notícias, dentre outros. Ao clicar na aba “Documentação Téc-

260
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

nica”, é possível fazer download do MOS, leiautes. Com intuito


de esclarecer dúvidas, sugere-se fazer download de perguntas e
respostas tanto para o empregador geral, como para o emprega-
dor doméstico.

10.2 Ambientes do eSocial

Como em todo procedimento, seja de em qualquer segmento, é


preciso ter noções básicas de conhecimento daquilo que se está
utilizando no sentido de trabalhar de forma eficaz, descartan-
do a possibilidade de erros. Nessa observação, alguns conceitos
considerados importantes no ambiente do eSocial não podem
passar despercebidos no âmbito do segmento contábil. São eles:

a) Retificar: quando é preciso corrigir algo que estava er-


rado desde o princípio. Exemplificando sobre esse aspec-
to, imagina-se que uma admissão foi feita e na mesma a
função do trabalhador foi colocada de forma incorreta.
Nesse caso, o empregador deverá fazer uma retificação;

b) Alterar: quando se pretende mudar alguma informação


que era correta em determinado período e que sofreu al-
teração ao longo do tempo. Um exemplo: caso de envio de
um evento inicial, com a informação de que o trabalhador
era um assistente contábil, e após um tempo o emprega-
dor precisar mudar a função devido a este trabalhador
não ser mais assistente e sim analista. Esse é um caso de
alteração;

c) Excluir: deixar sem efeito jurídico um evento enviado


anteriormente. Como exemplo, imagina-se que foi feita
uma pré-admissão e o funcionário não foi trabalhar, ou
seja, a admissão foi concretizada. Nesse caso necessita-se

261
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

realizar a exclusão do evento de pré-admissão, tornando


sem efeito o evento que teria sido recebido no Ambiente
Nacional do eSocial.

10.3 Eventos do eSocial

As informações são prestadas ao eSocial por meio dos seguintes


grupos de eventos: iniciais, tabelas, não periódicos e periódicos.
Cada evento possui um leiaute específico, que faz referência às
regras de negócio e pode ser encontrado no sítio eletrônico do
eSocial. As aludidas regras constam no documento Regras de
Validação (Anexo II do leiaute).

Destaca-se que se trata do mesmo formato que é utilizado nos


documentos fiscais eletrônicos, na REINF, e-Financeira e que
será validado e armazenado no ambiente nacional e disponibili-
zado aos entes partícipes do eSocial.

Na prática, os eventos ocorrerão com o empregador, que irá ge-


rar as informações (eventos) no ambiente corporativo, ou seja,
no seu próprio sistema e por meio do webservice ele se conecta
a um Ambiente Nacional do eScocial de maneira online ou por
meio do aplicativo web, por fim transmite as informações para

262
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

o Ambiente Nacional do eScocial. Logo, esse ambiente recebe-


rá esses arquivos e aplicará as regras de validação, retornando
como resposta o protocolo de envio e o recibo de entrega ou uma
mensagem de erro no caso de haver algum problema no leiaute
do evento. Por sua vez, os entes, depois que a informação foi re-
cebida, poderão fazer o uso das informações no limite de suas
respectivas competências e atribuições.

Já a confirmação ocorrerá quando o empregador alimenta um


aplicativo próprio, gerando arquivos em leiautes preestabele-
cidos em formatos XML e transmite ao Ambiente Nacional do
eSocial. Posteriormente ele apenas precisará buscar os protocolos
e recibos. O Ambiente Nacional do eSocial irá recepcionar os ar-
quivos e gerar o protocolo de envio. Nas repostas, o empregador
poderá executar através de duas opções: um recibo de entrega –
que se trata de atestado de recebimento da informação pelo eS-
cocial e o respectivo cumprimento da obrigação acessória ou uma
mensagem de erro que é trata-se da rejeição do arquivo inicial.

No fluxo das informações, de uma forma didática, os empre-


gados, trabalhadores com ou sem vínculo empregatício terão
seus dados informados por meio de registros que são os eventos
trabalhistas. Desta forma é possível obter uma visão integral da
vida laboral do trabalhador e da folha de pagamento. Ressalte-se
que existem também outros eventos emitidos eventualmente,
por outros contribuintes individuais.

10.3.1 Eventos Iniciais

Por vezes eventos cadastrais acabam sendo premissa básica em


diversos procedimentos do segmento contábil. No eSocial não
é diferente. O manual sugere que Eventos Iniciais são eventos
cadastrais que compreende o primeiro grupo de eventos a ser
transmitido ao Ambiente Nacional do eSocial, os quais identifi-

263
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

cam o empregador/contribuinte/órgão público, exibindo dados


básicos de sua classificação fiscal e de sua estrutura administra-
tiva, ou seja, que tenham vínculo ativo. O cadastramento inicial
dos vínculos dos empregados ativos, servidores ativos, inclusive
afastados, os militares e os beneficiários dos Regimes Próprios de
Previdência Social (RPPS,) no momento da implantação do eSo-
cial inclui-se neste grupo. O cadastramento inicial dos vínculos
somente deve ser enviado após o grupo de Eventos de Tabelas.

Contudo, é importante considerar os principais impactos de ca-


dastro inicial de empregadores, cadastro inicial de trabalhado-
res, rubricas, bem como soluções preventivas. O exemplo abaixo
mostra algumas definições disso:

1) Cadastro inicial de empregadores: Tabela de rubricas,


departamentos, obras, cargos, funções, horários e turnos.
Solução preventiva: Mapeamento e delimitação de planos
de cargos e salários, observando bem todos os critérios.

2) Cadastro inicial de trabalhadores: Alto nível de detalha-


mento. Solução preventiva: Revisão completa dos cadas-
tros de empregados.

3) Rubricas: Anotações trabalhistas. Ressalte-se a impor-


tância de se fazer uma parametrização das rubricas da
folha de pagamento com a tabela de rubricas do fisco,
indicando a incidência tributária de cada uma delas. So-
lução preventiva: Mapeamento de incidência tributária e
de/para.

Em relação aos trabalhadores sem vínculo empregatício (TSV),


a folha de pagamento deverá constar o início da relação de tra-
balho, prováveis alterações no contrato de trabalho, e o término
desse trabalhador TSV.

264
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

10.3.2 Eventos iniciais e tabelas do empregador (Cadastro


do empregador/órgão público e Tabelas do Empregador)

Para o envio dos Eventos Iniciais e Tabelas do Empregador é im-


portante observar:

a) as informações relativas à identificação do em-


pregador/órgão público, de seus estabelecimen-
tos e obras de construção civil deverão ser enviadas
previamente à transmissão de outras informações;

b) as informações relativas às tabelas do empregador, que


representam um conjunto de regras específicas necessá-
rias para validação dos eventos do eSocial, como as ru-
bricas da folha de pagamento, informações de processos
administrativos e judiciais, lotações, relação de cargos e
funções, jornada de trabalho, horário contratual, ambien-
tes de trabalho e outras necessárias para verificação da
integridade dos eventos periódicos e não periódicos deve-
rão ser enviadas previamente à transmissão de qualquer
evento que requeira essas informações.

Ou seja, as validações dos eventos dependem de um minucioso


cuidado na administração das informações, bem como de suas
transmissões.

10.3.3 Eventos de tabelas

Os eventos geram otimização na geração dos arquivos e no ar-


mazenamento das informações no Ambiente Nacional do eSo-
cial, por serem utilizadas em mais de um evento do sistema ou

265
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

por se repetirem em diversas partes do leiaute. Destinados a


complementarem os eventos iniciais, os eventos possuem res-
ponsabilidade de uma série de informações que validam os não
periódicos e periódicos.

Grande parte dos eventos utiliza as informações das tabelas do


empregador, que representam um conjunto de regras específi-
cas para a validação de eventos do eSocial. Desta forma, deve-
-se transmiti-las logo após o envio do evento de Informações do
Empregador/Contribuinte/Órgão Público antes dos eventos de
cadastramento inicial, e dos eventos periódicos e não periódicos.

A manutenção dessas tabelas é primordial para a recepção dos


eventos periódicos e não periódicos e para uma adequada apura-
ção das bases de cálculo e dos valores devidos. A administração do
período de validade das informações é relevante devido ao fato de
impactar diretamente os demais eventos que as utilizam.

Quando da primeira informação dos itens que compõem uma


tabela, deve ser preenchido obrigatoriamente o campo data de
início da validade {iniValid}. Caso haja necessidade de alterar
informação específica de uma tabela enviada anteriormente

266
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

poderá fazê-lo enviando-se novo evento da tabela, com o item


que deve ser alterado, informando a nova data de validade. Nes-
te caso, a data de fim de validade da informação prestada an-
teriormente passa a ser o mês/ano imediatamente anterior ao
da data de início da nova informação. Não é necessário o envio
de evento específico para informar a data de fim de validade do
item enviado anteriormente, no entanto o seu envio terá o mes-
mo efeito do procedimento anterior.

As informações dos Eventos de Tabelas permanecem no eSocial


como um histórico, não sendo permitidas informações confli-
tantes. A transmissão deve ser efetuada, preferencialmente, as-
sim que ocorrer a alteração da informação armazenada naquela
tabela, evitando-se inconsistências entre este e os eventos de
folha de pagamento.

Para quem já trabalha com o SPED, e fazendo uma analogia aos


demais SPED-s como uma melhor compreensão, os Eventos de
Tabelas se tratam de tabelas internas e externas e que podem ser
utilizadas para validações de eventos, por exemplo: num SPED
Fiscal existem tabelas de produtos e de fornecedores, como já
estudado antes, e no eSocial também existem alguns tipos de
tabelas. Da mesma forma, como no SPED Fiscal não se pode
vender um produto que não esteja na tabela de produtos, sig-
nifica que não é permitido enviar um evento periódico ou não
periódico sem que a informação da tabela esteja devidamente
preenchida, pois essas informações vão ser validadas.

Ou seja, primeiramente é necessário enviar o evento cadastral


com as informações básicas do empregador/contribuinte/órgão
público, e, posteriormente, as informações das tabelas. Mas é
bom atentar para essas últimas, que devem ser sempre trans-
mitidas antes do cadastro inicial dos empregados com vínculos
ativos e antes dos eventos periódicos e não periódicos.

267
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

10.3.4 Eventos Não Periódicos

Os eventos não periódicos correspondem àqueles sem data


pré-fixada para ocorrer, por dependerem de acontecimentos
próprios da relação entre o empregador/órgão público e o tra-
balhador, que influenciam no reconhecimento de direitos, no
cumprimento de deveres trabalhistas, previdenciários e fiscais,
por exemplo, a alteração de salário, a exposição do trabalhador
a situações de insalubridade, o desligamento ou a admissão de
um empregado, dentre outros.

Os prazos de envio dos eventos não periódicos respeitam regras


do Direito do Trabalho, caso da admissão e do acidente de traba-
lho ou possibilitam recolhimentos de encargos que tenham pra-
zos diferenciados, no caso de desligamento. Como estes fatos/
eventos passam a ter prazo específico para sua transmissão ao
eSocial, vinculados a sua efetiva ocorrência, o manual descreve
os eventos não periódicos e seu respectivo prazo de envio.

Os eventos não periódicos sem prazo diferenciado devem ser


enviados, quando ocorrerem, antes dos eventos mensais da fo-
lha de pagamento, com o objetivo de evitar inconsistências entre
a folha de pagamento, os eventos de tabelas e os não periódicos.
O momento mais adequado para a transmissão de eventos não
periódicos e os de tabela é imediatamente após a sua ocorrên-
cia. O procedimento impede inconsistências, além de evitar o
represamento desnecessário de eventos e o congestionamento
de redes devido ao acúmulo de transmissão.

Inclui-se neste grupo o cadastramento inicial dos vínculos dos


empregados ativos, servidores ativos, mesmo que afastados,
dos militares e dos beneficiários dos Regimes Próprios de Pre-
vidência Social - RPPS.

268
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Tais informações serão enviadas no evento S-2200 após o envio


do grupo de eventos de Tabelas.

10.3.5 Registro de Eventos Trabalhistas – RET

As informações dos eventos não periódicos alimentam a base de


dados no Ambiente Nacional do eSocial, denominada Registro
de Eventos Trabalhistas – RET. Todos os arquivos de eventos
não periódicos, ao serem transmitidos ao eSocial ficam sujeitos
às regras de validação e só são aceitos se estiverem consistentes
com o RET.

Exemplo 1: o evento de desligamento de empregado é aceito


caso, para aquele empregado/servidor, tenha sido enviado ante-
riormente, o evento de admissão/ingresso.

Exemplo 2: um evento de reintegração é aceito se o empregado/


servidor já estiver desligado.

Além disso, o RET é empregado para validação da folha de pa-


gamento, composta pelos eventos de remuneração e pagamen-
to dos trabalhadores, que fazem parte dos eventos periódicos.
Além dos empregados/servidores, o RET contempla os traba-
lhadores sem vínculo empregatício/estatutário pelo envio do
evento Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário –Iní-
cio – TSVE, os quais, por sua vez, incluem obrigatoriamente os
trabalhadores avulsos, os dirigentes sindicais, os estagiários, os
servidores cedidos em relação ao órgão público cessionário e al-
gumas categorias de contribuintes individuais, como diretores
não empregados e cooperados. No entanto, todos os contribuin-
tes individuais, inclusive aqueles não abrangidos pelas ativida-
des específicas obrigatórias citadas, podem ser incluídos como
TSVE, de modo opcional.

269
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

O fechamento dos eventos periódicos deve informar a remu-


neração de todos os empregados/servidores relacionados no
RET como ativos, com exceção dos trabalhadores afastados
sem remuneração devida. Já para os trabalhadores cadastrados
por meio do evento “S-2300 – Trabalhador Sem Vínculo de Em-
prego/Estatutário – Início”, não é aplicada a regra mencionada.
Para fins de validação na base do RET será considerado apenas
o trabalhador ativo no respectivo período de apuração. Conside-
ra-se ativo o empregado/servidor não desligado e o trabalhador
sem vínculo antes do término da prestação de serviço ou cessão.
Nos casos de quarentena, conforme definido em lei, considera-
-se ativo até a data de término da quarentena.

É importante destacar que, para competências anteriores à im-


plantação do eSocial, o SEFIP permanecerá como a ferramenta
para prestar as informações. Além disso, estão sendo estudadas
formas alternativas para tratá-las.

No que cabe à segurança das informações no ambiente digital,


é obrigatória a utilização de certificação digital no padrão ICP-
-Brasil, sejam em tipos A1 ou A3, ou então procuração eletrônica
com Substabelecimento e Procuração Manual. Os empregado-
res domésticos, micro e pequenas empresas, pequeno produtor
rural e contribuinte individual equiparado à empresa, todo com

270
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

até sete trabalhadores. Nesses casos, os mesmos não precisarão de


certificado digital e poderão constituir um código de acesso. Isso
vale para o segurado especial e microempreendedor individual.

10.3.6 Validades de Informações do Empregador e Tabelas


do Empregador

As informações do cadastramento do empregador e de suas


tabelas são utilizadas por todos os eventos do eSocial. Em fun-
ção disso, deve-se observar o seu período de vigência. Quando
do envio do primeiro evento de informações do empregador/
contribuinte/órgão público (S-1000) ou de suas tabelas (S-1005
a S-1080), deve ser preenchida a data de início da validade, dei-
xando a data fim de validade em branco. Caso precise alterar
alguma informação do empregador/órgão público e das tabelas
do empregador deve ser enviado um evento com o novo início
da validade, deixando em branco o campo data fim de validade
deste evento e do evento alterado, pois, assim, o evento alterado
tem sua validade encerrada na competência imediatamente an-
terior a do novo evento.

Portanto, o campo data fim da validade não deve ser utilizado


quando se tratar de alteração da informação. A informação da
data final deve ser enviada apenas no momento em que se pre-
tende encerrar de forma definitiva determinada informação do
evento, por exemplo, encerramento de empresa, fechamento de
filial, encerramento de obra de construção civil, desativação de
rubrica, de lotação tributária, cargo etc.

No caso de encerramento de empresa, é necessário antes encerrar


todas as tabelas (S-1005 a S-1080) e, na sequência, enviar o evento
“S-1000 Remuneração do empregador/contribuinte/órgão públi-
co”, com o grupo de informações relativas à alteração, com a data
fim de validade, do subgrupo nova validade, preenchida.

271
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

10.3.7 Eventos Periódicos

Eventos Periódicos abrangem aqueles eventos com periodicida-


de previamente definida, compostos por informações de folha
de pagamento, de apuração de outros fatos geradores de contri-
buições previdenciárias como, por exemplo, os incidentes sobre
pagamentos efetuados às pessoas físicas quando da aquisição da
sua produção rural e do imposto sobre a renda retido na fonte so-
bre pagamentos a pessoa física, feito pelo contribuinte. Saliente-
-se que o eSocial recepciona e registra os fatos geradores relativos
aos eventos periódicos “S-1200 – Tais informações serão enviadas
no evento S-2200 após o envio do grupo de eventos de Tabelas.”
ou “S-1202 Remuneração de servidor vinculado a Regime Próprio
de Previdência Social – RPPS” utilizando-se do regime de compe-
tência, enquanto que o evento periódico “S-1210 – Pagamentos de
Rendimentos do Trabalho” se submete ao regime de Caixa.

O prazo dos eventos periódicos é até o dia 7 do mês seguinte,


antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente an-
terior, em caso de não haver expediente bancário.

10.3.7.1 Movimento, Período e Apuração para os Eventos


Periódicos

Tendo em vista as consequências tributárias dos eventos perió-


dicos, com sua respectiva vinculação ao “período de apuração”
do tributo devido, pode-se afirmar que um conjunto de even-
tos periódicos referentes ao mesmo período de apuração cor-
responde a um “movimento”. O movimento relativo à Folha de
Pagamento presume-se aberto com o envio do primeiro evento
“S-1200 – Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime
Geral de Previdência Social” ou “S - 1202 Remuneração do Servi-
dor vinculado a Regime Próprio de Previdência Social – RPPS”.

272
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Da mesma forma presumem-se abertos, com o primeiro envio


os eventos S-1210 a S-1280. O evento S-1299 é o Fechamento dos
Eventos Periódicos – utilizado para informar ao ambiente do
eSocial o encerramento da transmissão dos eventos periódicos
daquele movimento, em determinado período de apuração. A
aceitação do evento de fechamento pelo eSocial, após proces-
sadas as devidas validações, conclui a totalização das bases de
cálculo contempladas naquele movimento, possibilita a consti-
tuição dos créditos e os recolhimentos de contribuições previ-
denciárias. O eSocial não irá apurar as contribuições previden-
ciárias devidas ao RPPS para fins de constituição de crédito e
geração de guias de recolhimento.

No caso do FGTS, a geração da guia de recolhimento se dá com


o envio dos eventos de remuneração. Se for necessário o envio
de retificações ou novos eventos referentes a um movimento en-
cerrado, este deverá ser reaberto com o envio do evento “S-1298
- Reabertura dos Eventos Periódicos”. Efetivada uma reabertura
para o movimento, torna-se necessário um novo envio do even-
to fechamento.

10.3.8 Evento Cadastramento Inicial do Vínculo

O evento “S-2200 - Cadastramento Inicial do Vínculo” será en-


viado pelo empregador/órgão público no início da implantação
do eSocial, com todos os vínculos ativos, com seus dados cadas-
trais atualizados, servindo de base para construção do “Registro
de Eventos Trabalhistas - RET”, utilizado para a validação dos
eventos de folha de pagamento e demais eventos enviados pos-
teriormente. Compreende os vínculos dos trabalhadores na data
da implantação do eSocial com o empregador/órgão público.
Em face disso, deve ser transmitido até a data de início da obri-
gatoriedade do eSocial para aquele empregador/órgão público e
antes do envio de qualquer evento periódico ou não periódico.

273
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

10.4 Módulo do Empregador Doméstico

Desde 1º de outubro de 2015 encontra-se disponível a ferramen-


ta que possibilita o recolhimento unificado dos tributos e do
FGTS para os empregadores domésticos, surge para viabilizar a
determinação dada pelo texto da Lei Complementar 150, publica-
da no dia 2 de junho de 2015, que instituiu o Simples Doméstico
com as seguintes responsabilidades recolhidas em guia única2:

Imposto sobre a Renda Pessoa Física, se incidente -


Trabalhador;

8% a 11% de contribuição previdenciária - Trabalhador;

8% de contribuição patronal previdenciária - Empregador;

0,8% de seguro contra acidentes do trabalho - Empregador;

8%  de FGTS - Empregador;

3,2% de indenização compensatória (Multa FGTS) - Em-


pregador.

Todavia, essas informações se complementam quando resumido


o real papel do eSocial na área contábil. Com isso, vale destacar
que a ferramenta é um subprojeto do Sped e que visa receber in-
formações de vínculos trabalhista e previdenciário. Ressalte-se
13 Para evitar problemas na hora de efetivar o registro do seu trabalhador, o em-
pregador poderá utilizar a ferramenta de Consulta Qualificação Cadastral para identificar
possíveis divergências associadas ao nome, data de nascimento, Cadastro de Pessoa Física
- CPF e o Número de Identificação Social - NIS (PIS/Pasep/NIT/SUS) de seus empregados
domésticos. Ao informar os dados citados, o sistema indicará onde há divergência e orien-
tará sobre o procedimento para acerto. Atualmente todas as funcionalidades essenciais do
Módulo Empregador Doméstico encontram-se implementadas. Melhorias e outras funcio-
nalidades serão adicionadas continua e gradualmente.

274
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

que foi constituído um consórcio de entes participantes do eSo-


cial, dentre esses a Caixa Econômica Federal, Receita Federal,
Previdência Social, INSS, Ministério do Trabalho e Emprego.

Analisando de maneira mais abrangente, percebe-se que para ter


um resultado positivo na implantação do eSocial, as empresas de-
verão entender que isso vai demandar um conjunto de esforços
de todos os departamentos da empresa, deverá delegar responsa-
bilidades para quem tem competência técnica para transmissão
de tal informação, criando também toda uma nova modelagem
de tratamento das informações, potencializando a criação de
novos processos e procedimentos a serem obedecidos por toda
empresa e gerando uma mudança na comunicação entre todos os
interessados nas informações.

275
Capítulo 11

CRUZAMENTO DE
INFORMAÇÕES
FISCAIS
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

11.1 Cruzamentos de Informações Fiscais

Nos dez capítulos estudados nesta obra foi possível desmitifi-


car a apresentação do SPED, onde neste se aglomeram os Do-
cumentos Fiscais Eletrônicos, Notas Fiscais Eletrônicas, Nota
de Consumidor Eletrônica, Cupom Fiscal Eletrônico, Conheci-
mento de Transporte Eletrônico e Manifesto de Documentos
Fiscais Eletrônicos, eSocial e e-Financeira.

Também foi estudado como algum desses documentos podem


constar dentro das escriturações, dentre eles, o SPED Fiscal,
Contribuições, EFD REINF, Escriturações Contábeis Digitais,
este último tendo sido abordado o SPED Contábil e ECF.

A eficiência do uso de todas essas ferramentas trará ascensão


na utilização do SPED, bem como de seus referidos subprojetos,
impactando de forma positiva os resultados de planejamentos
no âmbito das organizações. Com essa premissa, é necessário
estudar também sobre o cruzamento dessas informações tendo
em vista que a adoção do SPED sugere um elevado grau de expo-
sição ao fisco de informações financeiras, fiscais e contábeis das
empresas. Nesse contexto é fundamental ressaltar, novamente,
quais são os objetivos do SPED:

Promover à integração dos fiscos, mediante a padronização


e compartilhamento das informações contábeis e fiscais,
respeitadas as restrições legais. Racionalizar e uniformizar
as obrigações acessórias para os contribuintes, com o esta-
belecimento de transmissão única de distintas obrigações
acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores. Tornar mais
célere a identificação de ilícitos tributários, com a melho-
ria do controle dos processos, a rapidez no acesso às infor-
mações e a fiscalização mais efetiva das operações com o
cruzamento de dados e auditoria eletrônica. (SPED, 2012b.

278
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Disponível em http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/967.
Acesso em: 29 de maio de 2017).

Conforme Duarte (2011) esse sistema desenvolve o perfil de cada


um dos contribuintes ao longo dos anos, de maneira a acompa-
nhar qualquer variação substancial nas suas transações, como
também permite o cruzamento das informações obtidas. As
características fundamentais diferem significativamente de to-
dos os produtos previamente desenvolvidos pelo fisco nacional,
caracterizando um produto tecnológico novo. De acordo com
o autor, os fiscos aperfeiçoam os diversos sistemas de fiscali-
zação. Ou seja, para ele, o aumento do combate à evasão fiscal
poderá estar associado a partir da eficiência na administração
de bancos de dados fiscais, bem como através do cruzamento
de informações. E esses pontos são cruciais para a existência de
uma organização.

Contudo, antes de aprofundar sobre cruzamento de dados, tor-


na-se importante entender que a Receita Federal utiliza um sis-
tema chamado “Contágil”, que trabalha com fluxos contábeis.
A ferramenta atua desde o momento da “seleção de um contri-
buinte”, o qual é iniciado toda uma “pesquisa e investigação”
deste, além de tudo o que se é comprado ou de quem, porque
vende ou pra quem vende e por quanto.

Consequentemente é feito uma “auditoria das importações e ex-


portações - Drawback”, sendo “automatizada toda uma prepa-
ração de um dossiê” em relação às operações desse contribuinte
com o intuito de se fazer a “auditoria digital” e garantir o crédito
tributário. Ou seja, o valor do tributo devido à Receita Federal.
Também é relevante destacar que até aqui houve uma signifi-
cante evolução a respeito do que foi estudado no módulo intro-
dutório deste material. Na ocasião, explanou-se sobre um mode-
lo que analisava o cruzamento de informações que cruzavam a
partir de uma informação inicial, como por exemplo, o caso das

279
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

pessoas físicas; a declaração do imposto de renda da pessoa físi-


ca como a declaração base, que será cruzada com a DMED, local
onde serão confrontados os valores de serviços médicos; o valor
da DIRF que será confrontado às retenções na Fonte de Distri-
buição de Lucros, com o que foi informado no imposto de renda
da pessoa física; a DECRED, onde serão informados pelas ad-
ministradoras de cartão de crédito todas as movimentações dos
cartões que também serão confrontadas com sua evolução ou
involução, além de sua manutenção de patrimônio; a DMORF,
já substituída pela e-Financeira, e que irá confrontar as movi-
mentações financeiras com as informações patrimoniais; e por
fim a DMOB, local onde deverão ser apresentadas as atividades
imobiliárias tais como alugueis, compras e vendas de imóveis
com os valores apresentados na declaração de imposto de renda
da pessoa física.

Ressalte-se que, na pessoa jurídica, durante um tempo, ocorria


algo semelhante, com a DIPJ como uma declaração central, além
das presenças da DACON, DCTF, que também ocorriam cruza-
mentos de informações.

O atual modelo de cruzamento de informações dentro dos


SPEDs é algo que foi bem pontuado nessa obra, desde a introdu-
ção e primeiros capítulos, os quais já se destacava a premissa bá-

280
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

sica que diz: as informações que nascem dos documentos fiscais


eletrônicos transitam pelas escriturações fiscais e desaguam na
contabilidade. Ou seja, didaticamente falando, com esse prin-
cípio, não tem mais como uma informação de uma nota fiscal
que foi emitida chegar à escrituração de maneira diferente ou
chegar à contabilidade de maneira diferente.

Com isso, dentro de um ambiente digital de prestação de infor-


mações, para que se tenha aderência segura e sustentável de in-
formações e formato digital, é extremamente recomendável à
realização de auditorias preventivas em conteúdos dos arquivos
digitais exigidos pelo SPED. Essas auditorias são divididas, e den-
tre elas destacam-se: a “Validação” - dos arquivos individuais.

Como exemplo, imagina-se que um contribuinte inicie essa eta-


pa validando suas notas fiscais eletrônicas, verificando se elas
estão sendo feitas em conformidade tributária. Ou, este tam-
bém pode validar suas escriturações fiscais com o intuito de ver
se as informações contidas nos arquivos estão dentro do que foi
exigido diante dos leiautes e guardam conformidade no que é
exigido na legislação dentro da obrigação principal.

Outro exemplo, o contribuinte pode verificar, de maneira indi-


vidual, fazendo uma validação em seus arquivos da contabili-
dade, verificando se receitas ou retenções batem no que tá no
fiscal, com o que está nas notas. Após fazer essas validações in-
dividuais de arquivos, o responsável poderá fazer o cruzamento
dessas informações.

O próximo item irá detalhar quais os principais cruzamentos de


informações, além de alguns indicadores.

Já o “Saneamento de Dados” é o local onde será feito o tratamen-


to dos dados que ocasionou inconformidade na sua origem.

Além disso, é importante que se crie “Relatórios e Indicadores”

281
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

a partir dos principais cruzamentos a serem apresentados, no


intuito de que mensalmente o responsável possa fazer a verifi-
cação dessas informações. Vale ressaltar que tudo isso implica
em prevenir e antecipar possíveis erros.

É importante destacar que, num passado recente, as auditorias


fiscais eram 100% manuais, ocasião em que fiscais solicitavam
e administravam arquivos em papel para realizar as fiscaliza-
ções. Considera-se também que antes a auditoria era feita por
amostragem devido a grande totalidade de papeis, de informa-
ções que deveriam ser analisadas manualmente e por parte do
trabalho ser feito in loco. Com isso não se permitia verificar na
íntegra todos os documentos. Essa auditoria era voltada para
informações do passado. Ou seja, era comum que no último ano
que se apresentava mais próximo de prescrever, pudesse ser fis-
calizado. Como esse tipo de fiscalização ocorria seguindo tais
trâmites, a mesma se tornava punitiva.

Como exemplo disso, era comum observar que um fiscal ao


identificar que uma empresa emitiu uma nota fiscal errada há
cinco anos pedisse a mesma para retificá-la. Isso não competiria
ao agente hoje. Essa correção não teria mais relevância, porque
tal atribuição seria considerada obsoleta. Com isso, o fiscal pu-
niria a referida empresa. Ademais, por vezes, essas fiscalizações
aconteciam de forma isolada; o fiscal estadual tinha ênfase so-
mente nas escriturações fiscais e o fiscal da Receita Federal só
exigia a contabilidade em algumas hipóteses.

Atualmente, o modelo de fiscalização avançou objetivando a


celeridade dos processos. A versão atual é eletrônica e pautada
sempre no presente. Nesse contexto, é comum observar a exis-
tência de empresas que atuam em monitoramento ou acom-
panhamentos diferenciados em que todas as movimentações e
tudo relacionado à apuração de tributação são acompanhadas
de maneira tempestiva por auditores.

282
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Quase sempre as fiscalizações acontecem de maneira preventi-


va, o que significa dizer que, parte dos estados já disponibiliza
em seus portais ferramentas que apontam inconsistências pra
promover uma autorregularização por parte do contribuinte,
antecipando possíveis erros. Ou seja, de maneira preventiva, o
contribuinte pode garantir que está em conformidade tributá-
ria. Ressalte-se que essas fiscalizações acontecem cada vez mais
de maneira integrada, de forma em que os órgãos fiscalizadores
compartilham informações no limite das suas competências.

Em suma, no novo modelo de auditoria, as análises são feita na


totalidade das informações, de maneira eletrônica e a distancia.
Essas características facilitarão ao contribuinte submeter um
extenso arquivo a um programa de validação, que proporciona-
rá um relatório de apontamentos, que deverá verificar todas as
inconsistências constantes.

11.2 Principais cruzamentos de informações

Como um exemplo do que será estudado neste capítulo, que traz a


temática de tipos de cruzamentos de informações, é interessante
imaginar informações relacionadas à Receita Bruta dos contri-
buintes, a partir de uma explicação relativa à imagem ilustrativa
abaixo. Dentro do raciocínio, essas informações nasceram na
Nota Fiscal (NF-e) e nas informações de vendas do contribuinte.

Desta forma, as informações das suas NF-e deverão estar apre-


sentadas nas suas escriturações fiscais, tanto no SPED Fiscal,
como na EFD Contribuições (EFDs). Essa informação da receita,
que está no SPED Fiscal e Contribuições, deve ser a mesma recei-
ta que está no J150, na demonstração do resultado do exercício da
contabilidade e no P150, no caso o Lucro Presumido da ECF. Além
de constar no L300, no caso do Lucro Real, dentro da ECF.

283
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Com base nessa orientação, é possível dizer que hoje empresas ain-
da mandem para os bancos informações diferentes das informa-
ções que mandam para a Receita Federal? Ressalte-se que o contri-
buinte pode até fazer o envio da prestação dessas informações de
maneiras diversas, porém, a probabilidade de que essa contingên-
cia seja identificada e que possíveis ilícitos tributários sejam vistos,
aumenta consideravelmente.

Na imagem seguinte, entende-se que a informação preenchida de


tributos a recolher para PIS, COFINS, ICMS/IPI, que nascem no
documento fiscal devem transitar pelas escriturações tanto no que
se refere ao ICMS/IPI no SPED Fiscal, no PIS e COFINS na EFD
Contribuições. O que estiver na EFD Contribuições também tem
que estar na DCTF. Lembrando que provisão e pagamento devem
estar também dentro da escrituração contábil do contribuinte.

284
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Em relação a isso, certa vez, ao analisar o SPED Contábil de uma


empresa pude verificar que de um ano para o outro a mesma
trazia um saldo que permanecia inalterado, referente a ICMS
e substituição tributária a pagar no valor de R$ 500.000. Con-
sequentemente recorri ao proprietário para entender o porquê
do débito junto à secretaria da Receita, pontuando que o mesmo
não deveria estar devendo nada ao órgão. Na ocasião, o proprie-
tário comunicou que se tratava de alguns valores de despesas de
tributos que não foram baixados na contabilidade. Em seguida
o adverti sobre a seriedade da situação e que ele poderia sofrer
possíveis problemas, principalmente por estar enviando o SPED
Contábil à Receita Federal com informações que explanavam
sobre o referido débito ao Estado. Sobre casos como esse, faz-se
necessário ressaltar que essas informações são compartilhadas
pelos entes.

Ainda sobre o que diz respeito a tributos a recolher, a figura


abaixo exemplifica bem um auto de infração em que um con-
tribuinte foi encontrado pela fiscalização de trânsito com uma
nota fiscal inidônea por conter uma declaração inexata. Na oca-
sião, antes da Emenda Constitucional (EC) de 87/2015, a empre-
sa estava fazendo uma venda em operação interestadual, e ao
invés de observar que deveria destacar a alíquota interna, des-
tacou a alíquota interestadual. Ou seja, nesse caso foi percebi-
do que apenas um simples erro fez com que o documento fiscal
fosse considerado inidôneo e que a operação tivesse uma multa
de 80% do valor da operação. A referida EC determina aplicação
de alíquota interestadual para o ICMS em operações com mer-
cadorias e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro estado.

O contribuiente acima qualificado foi encontrado pela fiscaliza-


ção com nota fiscal idônea por conter declaração inexata. Desta-
que de alícota em desacordo com inciso VII,§ 2º art 155 da CF/88
e resolução do senado nº 22/89. Esta mercadoria foi conferida
pela equipe da Blitzda segunda quinzena do mês de novembro

285
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

de acordo com o documento em anexo. NF 87593. Destinatário:


Comercio e Representações LTDA.

No que diz respeito à folha de pagamento e conforme já obser-


vado no capítulo que fala sobre eSocial, as informações con-
tidas em folhas de pagamentos acabam tendo redundâncias
até entrar, definitivamente, em vigor o e-Social. Nessa contex-
tualização, aquilo que é enviado na SEFIP, também é enviado
no CAGED e na RAIS. Porém é importante ter o cuidado de
verificar se essas informações estão corretamente no SPED
Contábil.

É muito comum identificar empresas que utilizam sistemas


integrados que não possuem a parte de pessoal vinculado à
escrituração contábil. Nesses casos, por vezes são realizados
lançamentos totalizadores. Contudo, o capítulo que aborda o
SPED Contábil, estudado anteriormente, destaca que o código
civil, em seu Art. 1.189, permite que o contribuinte possa fazer
lançamentos totalizadores. No entanto, este terá que ter um
diário de escrituração resumida e precisará apresentar um li-
vro auxiliar, com escrituração detalhada. Por esse motivo tor-
na-se viável cautela nesse processo no sentido de verificar se
em decorrência de um lançamento resumido ou reduzido da
folha de pagamento, o contribuinte não está importando na
escrituração de um livro com uma escrituração do tipo resu-
mida. A figura abaixo sugere tal explanação.

286
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A seguinte figura demonstra que, as informações de custos vão


nascer desde uma nota fiscal (NF-e), aonde o contribuinte iden-
tifica o insumo, a escrituração de um crédito tributário num
SPED Fiscal, a informação de uma mão de obra direta que será
informada na SEFIP, a informação de crédito de PIS/COFINS
que estará na EFD Contribuições e que vão compor custos na
Escrituração Contábil (ECD) e que terá reflexo diretamente na
apuração do IR e da contribuição social do lucro líquido na Es-
crituração Contábil Fiscal (ECF).

Em relação às informações associadas a estoques, no capítulo


que fala sobre o SPED Fiscal, a gestão fiscal de estoques foi as-
sunto bem enfatizado. Nele foi observado que o estoque fiscal de
um comércio é calculado utilizando a fórmula de acordo com a
imagem (abaixo). Ressalte-se que este estoque inicial será apre-
sentado com base no SPED Fiscal de fevereiro, conforme foi es-
tudado anteriormente, e nele se envia o Bloco H, que é o bloco
de inventário. Todas as compras e vendas serão acobertadas por
documentos fiscais e também vão compor a escrituração fiscal.
Todavia, também é importante ter o cuidado de que a informa-
ção de estoque que consta no fiscal bata com o que está na conta-
bilidade. Atualmente, em decorrência de ajustes que podem ser
feitos na escrituração contábil, pode existir a possibilidade de

287
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

o estoque contábil está ajustado, mas o estoque fiscal está dife-


rente. É preciso cautela no momento de fazer o ajuste contábil,
sendo este de forma correta, utilizando as subcontas correlatas,
conforme prevê a Lei nº 12.973 de 2014.

Vale lembrar que, ao preencher o Bloco H, o mesmo solicitará


o código da conta analítica dos estoques e informações relacio-
nadas a fornecedores e clientes. No âmbito da contabilidade
é possível dizer que este último se trata de um dos principais
gargalos, porque permite a rastreabilidade das informações no
SPED. Como exemplo já citado na introdução deste estudo, se o
contribuinte comprar sem nota fiscal (NF-e), não poderá pagar
no boleto, ou pelo caixa, ou pelo cartão, porque essas informa-
ções possuem rastreabilidade, além disso, não poderá mandar
a mercadoria vir por transportadora, e nem poderá dar entrada
no estoque, também não poderá vender nem no boleto ou car-
tão de crédito, e o cliente não poderá dizer de quem comprou.
Ou seja, todos os participantes de uma cadeia econômica, seja o
banco, a transportadora, o cliente, o fornecedor, e até mesmo o
contador, fazem parte de um grande conjunto de informações
que são enviadas dentro do ambiente SPED e que irá permitir
a rastreabilidade de qualquer ilícito tributário que for praticado
durante as suas operações.

Também, como um indicador importante e interessante exem-


plo de cruzamento, destaca-se o Ativo Imobilizado. Este será ad-
quirido por meio de um documento fiscal. Ou seja, a informação
de um ativo virá na nota fiscal (NF-e), e ao ser escriturado no
SPED Fiscal, é importante informar que se trata de um tipo de
item ativo imobilizado. Ressalte-se que dependendo do enqua-
dramento tributário, este proporcionará um crédito tributário
que será controlado no Bloco G, do SIAP. É relevante frisar que
esse crédito que é tomado na escrituração fiscal, tal ativo imo-
bilizado deve estar registrado na contabilidade e também deve
tá registrado na ECF. É comum observar que empresas tomam
créditos sobre o ativo imobilizado, porém não fazem o preen-

288
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

chimento do SIAP, além disso, o ativo muitas vezes não está na


contabilidade. Vale destacar que o Código da conta analítica
também consta no registro C170 e também é possível fazer um
cruzamento da informação de uma mercadoria no SPED Fiscal
com o que está no SPED Contábil.

Faz-se necessário também abordar sobre o cruzamento a res-


peito do capital social, que é informado, primeiramente, na
declaração do IR da pessoa física. O sócio acionista deverá in-
formar qual é o seu percentual societário, sua participação em
determinada entidade. Logo, esta participação deverá assegurar
as informações da contabilidade e da ECF. Observa-se que no
Bloco Y da ECF essas informações serão reforçadas.

O indicador que trata de retenções oferece: a DIRPF, que leva


algumas informações de IR retido; a DIRF, a DCTF que é infor-
mado, por exemplo, as contribuições sociais retidas na fonte, IR
retido na fonte de pessoa jurídica, e ambos tendo que bater com a
informação contábil e com a informação que consta na ECF. Vale
lembrar que essas retenções também estarão em uma nova escri-
turação fiscal digital, que é a EFD REINF, já estudado nessa obra.

É de extrema importância que o contribuinte lembre que a au-


sência da escrituração de documento fiscal no SPED Fiscal e
no SPED Contribuições, poderá causar uma fragilidade e erro
passível de penalidade. Além disso, faz-se necessário lembrar
sempre de conferir os documentos que estão escriturados no
SPED Fiscal, se devem ou não estar escriturados na EFD Con-
tribuições. Ressalte-se que se trata de duas escriturações fiscais
distintas, mas que trazem informações sobre as movimentações
comerciais dos contribuintes.

Os indicadores da figura abaixo representam cruzamentos que


são muito utilizados pelas secretarias da Fazenda e dos estados.
Trata-se de ferramentas de apoio da prática fiscal do cotidiano.
Isso porque vão ser cruzadas informações de faturamento com

289
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

as notas fiscais eletrônicas que forem autorizadas em que o con-


tribuinte é o emitente. Também serão cruzadas: as informações
que foram escrituradas no SPED como compras, com as notas
fiscais eletrônicas que foram autorizadas em que o contribuin-
te é o destinatário; as informações das formas de pagamentos
que foi preenchido no SPED Fiscal e na nota fiscal, com as in-
formações que a administradora de cartão de crédito mandou
informando de operações para o contribuinte; as informações
do inventário que foi apresentando no Sped Fiscal com o esto-
que fiscal calculado pela Secretaria da Fazenda; as informações
dos tributos com o que foi evoluído ou não evoluiu em relação à
arrecadação.

É importante fazer a revisão se está sendo feita escrituração de


notas fiscais denegadas, de numeração que foi inutilizada, den-
tre outros. Além disso, é relevante também fazer uma verifica-
ção prévia, se não existem notas fiscais de entrada sem registro
de passagem de imposto fiscal, que hoje é um dos índices de
maior infração para a maioria dos estados.

Por fim, para a ascensão administrativa desses procedimentos,


é necessário destacar a importância de algumas observações,
dentre elas:

290
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

A validação e os cruzamentos dos arquivos do SPED permitem


auditar e apurar inconsistências, permitindo corrigir possíveis
erros de forma preventiva.

Dentre os cruzamentos mais comuns estão:

• EFD Fiscal x EFD Contribuições


• EFD Fiscal x NF-e (Mod. 55)
• EFD Fiscal x Sintegra
• EFD Fiscal x GIA (SP)
• EFD Contribuições x ECD Contábil
• EFD Contribuições x DACON
• EFD Contribuições x NF-e (Mod. 55)
• EFD Contribuições x DCTF
• ECD Contábil x DIPJ
• ECD Contábil x FCONT
• ECD Contábil x DIRF
• ECD Contábil x DCTF
• DCTF x DACON
• DCTF x e-CAC
• DCTF x DIPJ
• DCTF x DIRF
• SINTEGRA x GIA (SP)
• E-DOC x SEF II (PE)
• EFD Fiscal x E-DOC
• ECF x ECD Contábil
• ECF x DCTF
• EFD Fiscal x DIEF.

Dentre alguns dos cruzamentos apresentados, as principais


análises se dão nas seguintes informações:

a) Distribuição de Lucros:
DIRF x DIRPF x ECD x ECF

291
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

b) Estoques:
NF-e x SPED Fiscal x ECD x ECF

c) Tributos a Recolher:
NF-e x EFD ICMS-IPI x EFD Contribuições x DCTF x
ECF x ECD

d) Folha de Pagamento:
SEFIP x CAGED x RAIS x ECD x ECF x eSocial

e) Retenções de Tributos:
DIRF x DCTF x ECD x ECF

f) Custos:
NF-e x ECD x ECF x EFD ICMS-IPI x EFD
Contribuições x SEFIP

g) Fornecedores e Clientes:
SPED Fiscal x NF-e x CT-e x EFD ICMS-IPI x EFD
Contribuições x eFinanceira

h) Imobilizado:
NF-e x EFD ICMS-IPI x ECD x ECF

i) Capital Social:
DIRPF x ECD x ECF

Vale salientar que, as autoridades fiscais realizam outros diver-


sos cruzamentos através dos fluxos contábeis das empresas.
Ademais, a rastreabilidade dos dados em meio digital permite
com maior facilidade e rapidez a identificação de informações
incorretas, inexatas ou imprecisas.

292
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

11.3 Resultados de fiscalizações da Receita Federal


Brasileira (RFB)

A compreensão de dados é subsídio fundamental para o apren-


dizado e este item visa mostrar exemplos reais diante de re-
sultados oficializados pela Receita Federal do Brasil. Com isso,
faz-se necessário entender que a Subsecretaria de Fiscalização
da Receita Federal do Brasil (SUFIS), conforme discriminado
na Cadeia de Valor da RFB, é responsável pelos processos de
trabalho: (i) monitorar os grandes contribuintes; (ii) promover
a conformidade tributária; (iii) realizar pesquisa e seleção dos
sujeitos passivos que serão fiscalizados; e (iv) realizar a fiscaliza-
ção, seja de natureza interna (revisão de declarações) ou externa
(auditorias).

Para atingir esses objetivos, todas as ações estão condicionadas


ao tripé: (i) disponibilizar as melhores ferramentas tecnológi-
cas; (ii) capacitar continuamente cada profissional que atua nos
respectivos processos de trabalho; e (iii) disseminar o conheci-
mento produzido na organização.

A respeito desse assunto, alguns resultados são fundamentais


para a compreensão no âmbito das fiscalizações. Com base em
dados da Receita Federal do Brasil, a figura abaixo apresenta grá-
fico que explana resultados no ano de 2018, referente ao Crédito
Tributário pela Receita Federal, no valor de R$ 186,93 bilhões:

293
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Esse valor superou a estimativa de lançamento de ofício em cerca


de 25,1%. O valor estimado para o ano era de R$ 149,34 bilhões. No
entanto, mesmo tendo superado a estimativa esse valor ainda foi
menor que o lançado em 2017 (R$205,87 bilhões) cerca de 9,2%.

Ainda no mesmo período, o quadro abaixo destaca comparativo em


relação à quantidade de auditorias externas e revisões de declarações:

Nas pessoas jurídicas, as autuações concentraram-se no seg-


mento industrial, com lançamento de R$ 84,22 bilhões. Apenas
os segmentos de comércio e serviços financeiros apresentaram
variações positivas em relação ao montante de crédito tributário
lançado, conforme quadro abaixo:

294
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Em seguida, no segmento das pessoas físicas fiscalizadas, confor-


me quadro abaixo, as autuações se concentraram nos contribuin-
tes cuja principal ocupação declarada foi o de proprietário ou di-
rigentes de sociedades empresárias, com valor de R$ 2,68 bilhões.
Além disso, a principal infração cometida foi a ausência de tribu-
tação no ganho de capital oriundo de venda e permuta de ações.

Ressalta-se que a área de seleção de contribuintes da SUFIS bus-


ca o aumento da percepção de risco e da presença fiscal para ele-
var o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias. Para
tanto, a subsecretaria orienta seu trabalho objetivando indícios
consistentes que permitam um número maior de procedimen-
tos fiscais encerrados com resultado.

Fundado no princípio constitucional da impessoalidade, o pro-


cesso de trabalho de selecionar contribuintes observa rigorosos
critérios técnicos para identificar o contribuinte que será fisca-
lizado. Essa atividade é realizada por segmento de contribuinte,
visando ganho de eficiência com especialização dos auditores-
-fiscais envolvidos.

295
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Em 2010, foram criadas as Equipes Regionais de Programação


de Maiores Contribuintes (EPMAC), responsáveis pela seleção
dos maiores contribuintes em âmbito regional de cada uma das
dez superintendências regionais da Receita Federal do Brasil,
nas Delegacias Especiais de Maiores Contribuintes (DEMAC) e
na Delegacia Especial de Instituições Financeiras (DEINF).

Essas equipes, formadas por auditores-fiscais altamente espe-


cializados em critérios específicos para identificar indícios de
infração tributária, permitiram à RFB identificar com mais pre-
cisão operações com indícios de planejamento tributário abu-
sivo. Os procedimentos de fiscalização dessas ações são execu-
tados pelas Equipes de Fiscalização das Maiores Contribuintes
(EFMAC), localizadas nas superintendências regionais ou pelas
DEMAC´s ou DEINF´s, conforme o perfil do sujeito passivo com
o indício.

A partir dos significantes resultados obtidos desde 2010 em rela-


ção aos grandes contribuintes, em 2015 iniciou-se o processo de
regionalização da seleção para os demais segmentos de contri-
buintes. O objetivo dessa ação é potencializar resultados decor-
rentes da especialização dos auditores-fiscais que detêm a prer-
rogativa de decidirem quem serão os sujeitos passivos que serão
fiscalizados, quais os indícios de infração devem ser objeto de
verificação no procedimento de fiscalização e o valor esperado
de lançamento.

Implementada em 2010, a alteração na estratégia da atividade


de seleção de sujeitos passivos tem produzido consideráveis re-
sultados com uma crescente até o ano de 2015, porém de 2016
até o ano de 2018 foi possível notar uma pequena redução nesses
valores, conforme quadro abaixo:

296
DESCOMPLICANDO O SPED - Aspectos Operacionais do Sistema Público de Escrituação Digital (Vol.II)

Como citado anteriormente, de 2009 a 2015 houve um cresci-


mento de 7,1 pontos, porém de 2015 para 2016 ouve uma queda
em quase 1 ponto, de 2016 para 2017 houve um pequeno aumen-
to saindo de 91,47% para 91,75% e de 2017 para 2018 houve uma
pequena queda fechando em 91,60%.

Sabe-se que, promover a conformidade tributária (ou elevar o


grau de compliance) é um dos processos de trabalho da cadeia de
valor da RFB, que tem como objetivo incentivar e facilitar o cum-
primento da obrigação tributária seja ela principal ou acessória.

Por fim, é imprescindível entender que a fiscalização, como des-


tinatária das informações prestadas pelos contribuintes e por
terceiros, desenvolve operações constantes no âmbito de ges-
tões de risco. As fiscalizações são voltadas para contribuintes
que atuam de forma intencional visando a sonegar.

Como forma preventiva, essas ações também almejam alertar


os contribuintes que apresentem indícios de erros no cumpri-
mento da obrigação tributária. Ressalte-se que, duas ações são
complementares para aumentar o grau de compliance, autorre-
gularização e simplificação das obrigações acessórias.

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