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“De fato, as micro e pequenas empresas não estão desobrigadas a

cumprirem a Lei Anticorrupção. Apenas é exigido menos rigor na


estruturação de um programa de compliance para pequenos negócios,
visto que eles possuem uma menor capacidade de investimento.”

Compliance para micro e pequenas empresas.


Alguém lembra dessas imagens?
É verdade que a corrupção sempre foi um problema e sempre foi
comentado, mas antes era algo que ficava nas opiniões guardadas
para serem expressas em casa. Após isso, passou a ser conversa
de mercadinhos, filas de bancos, salões de belezas, e a explosão
foi quando o povo passou a comentar nas redes sociais, isso criou
blocos de pessoas que outrora eram ilhas, do nada, em questães
de meses, o cearence passsou a falar sobre política nos grupos do
facebook com o gaúcho, ou seja, o povo decidiu se unir e gritar
contra issso. Isso não é apenas um fenômeno político, mas
sociológico. E ainda tem muito o que acontecer.

Foi nesse clima que nasceu a lei nº 12.846/2013, também conhecida


como Lei Anticorrupção.

O foco do curso não é para grandes empresas, pois para essas


existem uma análise mais profunda de seus riscos.

Observação: o profissional de Compliance não necessariamente


deve ser um advogado.
Nem tudo que ganhamos é financeiro, gerar valor é o segredo para
continuar firme no mercado, as empresas precisam entender isso.
(Frase minha).

O QUE É COMPLIANCE?

Mesmo que o compliance ainda seja desconhecido por muitas


empresas, principalmente as menores, ele não é algo novo. O conceito
vem do verbo inglês “to comply”, que pode ser traduzido em português
como estar de acordo, em conformidade. Sendo assim, compliance
pode ser entendido como um compromisso assumido pelas
empresas de adotar comportamentos éticos, segundo a lei e
princípios e valores morais. Ou seja, um departamento e os
profissionais de compliance são os responsáveis pela observância
dessa conformidade em todos os setores da empresa.
Para isso, a organização adota uma série de regras de conduta ética
que norteiam a rotina da empresa e dos seus colaboradores e a forma
como eles se relacionam entre si e com o ambiente externo.

Em linhas gerais, a implantação do Compliance vai além da garantia do


estrito atendimento à Lei nos âmbitos fiscal, trabalhista, contábil,
ambiental, previdenciário, etc. Trata-se da promoção de uma verdadeira
reestruturação da cultura organizacional da empresa, na qual serão
inseridos mecanismos que permitam a implantação, comunicação e
controle de normas e boas práticas, de maneira sistêmica, ou seja,
permeando todos os setores.
Fazendo um resumo do resumo:

Compliance é fazer com que a empresa caminhe na trilha da


honestidade tentando evitar todas as possibilidades de corrupção.

Outra coisa, compliance é um cultura de toda a empresa e não somente


de um setor. Se apenas um setor ou uma pessoa tentar implantar o
compliance, será um fracasso.

Além disso, avalia todos os documentos e situações para manter a


conformidade com a lei, sobretudo em questões contábeis, jurídicas,
financeiras, ambientais, de segurança e trabalhistas, entre outras.

Integridade não significa ser honesto somente do ponto de vista


financeiro como muitos pensam, é também se procupar com outras
áreas que muitas vezes não envolvem dinheiro, como meio ambiente,
assédio moral, processos simples como admissão e demissão de
colaborador cumprindo os prazos, documentos contábeis, acidentes de
trabalho etc.
QUAL A IMPORTÂNCIA PARA AS PME’S?

Compliance se tornou uma necessidade para qualquer empresa a partir


da Lei 12.846 de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção. Ela trata das
regras de conformidade de todas as organizações que se relacionam
com a administração pública.
Tendo em vista que a maioria das empresas hoje em dia negocia com o
governo (federal, estadual e municipal), o respeito a essa lei já seria
suficiente para justificar a criação de um programa de compliance para
pequenos negócios.

O atendimento a essa lei também é importante para a obtenção de


crédito e para a exportação e importação de produtos.
No entanto, não para por aí. A verdade é que a adoção de controles e
preceitos éticos e morais mais rígidos ajuda a atrair clientes, parceiros e
novos talentos para a empresa. Ajuda a melhorar o clima e a cultura
organizacional, oferecendo mais qualidade de vida aos colaboradores. É
possível elevar a reputação do negócio como um todo.

COMO MANTER A ÉTICA EM TEMPOS DE


CORRUPÇÃO?

Por mais que a Lei Anticorrupção esteja em vigor desde o início de


2014, tornando mais rígidas as regras de compliance, o cenário
econômico e político brasileiro parece apontar pouca melhora neste
sentido. Operações de investigação, como a Lava Jato e a Carne Fraca,
demonstram que o país ainda tem muito o que melhorar em relação a
corrupção, e não só no congresso.

Cada vez mais são descobertos atos ilícitos praticados por


empresas, em casos em que os próprios donos são condenados à
prisão ou ao pagamento de multas altíssimas.

No entanto, não se trata apenas de uma questão criminal ou financeira.


O que está em risco é, acima de tudo, a reputação desses negócios,
pois o público não mais se contenta com a qualidade dos serviços ou
produtos, exigindo uma postura idônea das marcas que consomem. As
próprias empresas cobram transparência e integridade de parceiros e
fornecedores.

E tudo isso não se restringe às grandes organizações, apesar de serem


elas a dominar os noticiários. De fato, as micro e pequenas empresas
não estão desobrigadas a cumprirem a Lei Anticorrupção.

Apenas é exigido menos rigor na estruturação de um programa de


compliance para pequenos negócios, visto que eles possuem uma
menor capacidade de investimento. Ou seja, se não é possível contar
com todo um departamento, espera-se, no mínimo, que um
colaborador assuma a responsabilidade de zelar pela implantação e
vigilância de normas de conduta ética, com recursos simples.
Pequenos negócios também precisam de
programa de integridade? Isso não é coisa de
grandes empresas?

Claro que não! Integridade independe do tamanho da empresa e do


ramo de atuação. Adotar uma postura correta é um dever de cada
cidadão, empresa ou instituição. Ter valores e preocupar-se em
combater e prevenir a ocorrência de irregularidades não depende da
quantidade de funcionários ou de estar atuando em outros países; ter
integridade é um compromisso com você, com sua empresa e com sua
sociedade.

Você sabia?

Os pequenos negócios representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB)


brasileiro e geram mais de 70% das vagas formais de emprego.
Fonte: Sebrae (2013).

Compliance não é novidade, é algo que já é conhecido pelas


melhores empresas, mas no ambiente acadêmico é pouco
discutido.
Compliance.

Importante: Compliance não deve ser visto como algo voltado para
o suborno e a corrupção, pois não é somente isso que mancha a
imagem de uma empresa, é necessário também observar as regras
voltadas para outros setores como meio-ambiente, higiêne,
trabalhista, fiscal etc, e não somente normas voltadas pro direito,
mas também moral. Um caso de assédio sexual ou assédio moral
dentro de uma empresa é tão prejudicial como um caso de suborno
em licitação.

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