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Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho - conceitos básicos


Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos
Manual 1

1ª Edição
Porto
2022
ENQUADRAMENTO DO MANUAL

Com este capítulo pretende-se demonstrar a importância deste manual, que contêm informações
essências acerca da formação em causa. Serão apresentados os objectivos do manual e condições
de utilização.
1.1) OBJECTIVO GERAL DO MANUAL
Apoiar os formandos nos temas abordados ao longo das sessões.
1.2) OBJECTIVOS ESPECIFICOS DO MANUAL
- Servir de instrumento para o formando recorrer para verificar, actualizar ou complementar
informação;
- Orientar o formando no desenvolvimento de actividades que facilitem uma reflexão sobre a sua
prática;
- Permitir a actualização de métodos de trabalho que incentivem o desenvolvimento da sua
autonomia.
1.3) BENEFICIOS DO MANUAL
Trata-se de um documento escrito elaborado pela equipa de formação de forma simples e de fácil de
utilização, com o sentido de existir uma linguagem comum entre o grupo de formandos e formadores.
Serve como fio orientador da formação no campo da exploração de conteúdos novos como do reforço
de outros conhecimentos. A sua finalidade é ser um complemento e registo da formação em sala.
1.4) CONTEUDOS A MINISTRAR:

• AMBIENTE
• Principais problemas ambientais da atualidade
• Resíduos
o Definição
o Produção de resíduos
• Gestão de resíduos
o Entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos
o Estratégias de atuação
▪ Boas práticas para o meio ambiente
• SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
• Conceitos básicos relacionados com a SHST
o Trabalho, saúde, segurança no trabalho, higiene no trabalho, saúde no trabalho,
medicina no trabalho, ergonomia, psicossociologia do trabalho, acidente de trabalho,
doença profissional, perigo, risco profissional, avaliação de riscos e prevenção.
o Enquadramento legislativo nacional de SHST
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o Obrigações gerais do empregador e do trabalhador
• Acidentes de trabalho
o Conceito de acidente de trabalho
o Causas dos acidentes de trabalho
o Consequências dos acidentes de trabalho
o Custos diretos e indiretos dos acidentes de trabalho
• Doenças profissionais
o Conceito
o Principais doenças profissionais
• Principais riscos profissionais
o Riscos biológicos
o Agentes biológicos
o Vias de entrada no organismo
o Medidas de prevenção e proteção
o Riscos Físicos (conceito, efeitos sobre a saúde, medidas de prevenção e proteção)
o Ambiente térmico
o Iluminação
o Radiações (ionizantes e não ionizantes)
o Ruído
o Vibrações
o Riscos químicos
▪ Produtos químicos perigosos
▪ Classificação dos agentes químicos quanto à sua forma
▪ Vias de exposição
▪ Efeitos na saúde
▪ Classificação, rotulagem e armazenagem
▪ Medidas de prevenção e proteção
o Riscos de incêndio ou explosão
▪ O fogo como reação química
▪ Fenomenologia da combustão
▪ Principais fontes de energia de ativação
▪ Classes de Fogos
▪ Métodos de extinção
o Meios de primeira intervenção - extintores
▪ Classificação dos Extintores
▪ Escolha do agente extintor
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o Riscos elétricos
▪ Riscos de contacto com a corrente elétrica: contatos diretos e indiretos
▪ Efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano
▪ Medidas de prevenção e proteção
o Riscos mecânicos
▪ Trabalho com máquinas e equipamentos
▪ Movimentação mecânica de cargas
o Riscos ergonómicos
▪ Movimentação manual de cargas
o Riscos psicossociais
• SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
• Conceito
• Tipos de sinalização
• EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
• Principais tipos de proteção coletiva e de proteção individual

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2) AMBIENTE
Principais Problemas Ambientais da Atualidade
Infelizmente o nosso planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles provocados por
diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, flora, solo, águas, ar e etc.

São vários os problemas ambientais atuais apontados por organizações ambientais como World Wide
Fund (WWF) e Greenpeace, e mesmo por órgãos governamentais, como a Organização das Nações
Unidas (ONU), no entanto, podemos destacar os seguintes:
• Poluição do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pelos combustíveis fósseis
(carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias.
• Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo,
acidentes ambientais (despejo de petróleo), etc;
• Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos)
e descarte incorreto de lixo;
• Incêndio em matas e florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura;
• Desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira;
• Esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto;
• Diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição dos
ecossistemas;
• Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício),
contaminação e poluição dos recursos hídricos
• Acidentes nucleares que causam contaminação do solo por centenas de anos. Podemos citar
como exemplos os acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e na Usina Nuclear de
Fukushima no Japão (2011);

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• Aquecimento global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa;
• Diminuição da camada de ozono, provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por
exemplo) no meio ambiente.

Resíduos - Definição e Produção


Por definição, resíduo é tudo aquilo que não é aproveitado nas atividades humanas, proveniente das
indústrias, comércios e residências. Como resíduos encontramos o lixo, produzido de diversas
formas, e todo aquele material que não pode ser deitado ao lixo, por ser altamente tóxico ou
prejudicial ao meio ambiente. Resíduos sólidos e líquidos podem ser de dois tipos, de acordo com a
sua composição química:
• Resíduos orgânicos, provenientes de matéria viva (por exemplo, restos de alimentos, restos
de plantas ornamentais, fezes, etc) e
• Resíduos inorgânicos, de origem não viva e derivados especialmente de materiais como o
plástico, o vidro, metais, etc.

Resíduos Sólidos: como o próprio nome indica, são materiais não aproveitados que se encontram no
estado sólido.

Dentro dessa categoria encontram-se:


• Resíduos do dia-a-dia de residências, escritórios e indústrias: papel, papelão, embalagens de
diversos tipos, vidros, etc. Este tipo de lixo, na sua maioria, é reciclável, especialmente se se
fizer a separação seletiva, que separa papel, plástico, vidro e metal.
• Resíduos públicos: são resíduos provenientes das atividades de limpeza de ruas e de outras
formas de limpeza pública. Nessa categoria enquadra-se também o entulho.
• Resíduos especiais: são todos os resíduos que necessitam de tratamento especial; não
podem e não devem ser tratados como lixo normal, pois possuem uma grande capacidade de
prejudicar o ambiente e/ou a população. Nessa categoria encontram-se as pilhas, o lixo
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hospitalar, remédios velhos, resíduos radioativos e alguns tipos de resíduos provenientes de
indústrias, especialmente metais.

Resíduos Líquidos: Aqueles materiais não aproveitados que se encontram no estado líquido

Um dos principais tipos de resíduos líquidos é o proveniente da lixiviação dos materiais encontrados
nos lixões e aterros sanitários, conhecido como gordura. A água, proveniente do próprio lixo ou da
chuva, entra em contacto com os diversos materiais do lixo e inicia-se um processo de reações
químicas em cadeia. No final deste processo, várias substâncias tóxicas são formadas. Estas
substâncias podem, por exemplo, infiltrarem-se no solo e contaminar o lençol freático, que é a fonte
de água de uma população próxima.

Entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos


Na primeira metade da década de 2000 foram criadas diversas entidades gestoras de fluxos
específicos de resíduos, em resultado da transposição da legislação comunitária. Devido às suas
caraterísticas e/ou produção em grande escala, vários tipos de resíduos foram inseridos em fluxos
especiais cuja gestão é delegada a uma ou várias entidades gestoras. Estas entidades devem realizar
os esforços necessários para dar cumprimento às metas europeias de recolha, reutilização,
reciclagem e valorização de resíduos.
Os diplomas legais que regulam os fluxos específicos de resíduos responsabilizam todos os
intervenientes no ciclo de vida e gestão do resíduo, desde o produtor do bem ao consumidor final.
Os produtores do bem são responsáveis pela gestão dos seus produtos quando atingem o fim de
vida, ou seja, quando se tornam resíduos. Desta forma, devem assegurar a recolha e o
encaminhamento destes resíduos para instalações de valorização autorizadas, responsabilidade que
pode ser assumida pelo próprio produtor ou delegada a um sistema integrado, mediante o pagamento
de um valor monetário (Ecovalor) por cada produto colocado no mercado. Estes sistemas integrados
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são geridos por entidades gestoras próprias que se tratam de associações sem fins lucrativos.
Pretende-se com este mecanismo estimular a realização de alterações na conceção do produto que
maximizem a poupança de matérias-primas e minimizem a produção de resíduos.
Atualmente existem sistemas integrados de gestão de resíduos de embalagens, pilhas e
acumuladores, óleos lubrificantes usados, pneus usados, resíduos de equipamento elétrico e
eletrónico e veículos em fim de vida.
No caso dos óleos alimentares e dos resíduos de construção e demolição a responsabilidade da
gestão assenta no produtor/detentor do resíduo e não no produtor do bem.

Embalagens e resíduos de embalagens


Segundo a legislação comunitária, todos as embalagens colocadas no mercado europeu devem ser
reutilizáveis e ou recuperáveis. O peso, volume e utilização de produtos perigosos devem ser
minimizados até ao máximo possível sem perder os níveis de segurança, higiene e aceitação
adequados para o consumidor.

Em Portugal como Estado-Membro está sujeito a esta legislação, o que inclui o cumprimento de
metas de recolha e valorização de embalagens têm nenhuma entidade gestora própria.
Nas embalagens estão normalmente associados dois tipos de sistemas:
• Sistema integrado no qual o consumidor é informado através de um símbolo na embalagem
que deve colocar a embalagem usada em local próprio.
• Sistema de consignação no qual o consumidor da embalagem paga um determinado valor de
depósito no ato da compra, valor que lhe é devolvido quando entrega a embalagem usada.
Para a gestão das embalagens e resíduos de embalagens, encontram-se licenciadas três entidades
gestoras:
• Sociedade Ponto Verde (SPV), responsável pelo Sistema integrado de Gestão de Resíduos
de Embalagens (SIGRE). Este sistema inclui as embalagens de plástico, metal, vidro, papel e
madeira.

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• Valormed, responsável pelo sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens de
Medicamentos (SIGREM).
• Sociedade SIGERU (Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em
Agricultura), responsável pelo sistema Valorfito que abrande as embalagens primárias dos
produtos fitofarmacêuticos com uma capacidade inferior a 250L/kg.

Veículos em fim de vida (VFV)


Todos os anos são gerados na União Europeia entre oito a nove milhões de toneladas de resíduos de
VFV. De forma a limitar a produção destes resíduos e aumentar a sua reutilização, reciclagem e
outras formas de valorização, a legislação comunitária obriga os fabricantes a conceber veículos
fáceis de reciclar, a limitar o uso de substâncias perigosas na sua conceção e a promover a utilização
de materiais reciclados.

No tratamento dos VFV deve ser privilegiada a reutilização e a valorização (reciclagem, recuperação e
regeneração) dos componentes dos veículos. Os fabricantes devem desenhar os veículos a pensar
na fase de desmantelamento no fim do seu ciclo de vida, por exemplo, usando uma grande
percentagem de materiais potencialmente recicláveis ou recuperáveis.
Os Estados-Membros devem certificar-se de que os produtores utilizam normas de codificação de
componentes e materiais que permitam a sua identificação por parte dos desmanteladores.
Para que estas metas sejam cumpridas, devem ser implementados sistemas de recolha dos resíduos
provenientes dos veículos e seu encaminhamento para instalações de tratamento autorizadas.
Em Portugal, a Valorcar é a entidade responsável por estes resíduos.

Resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE)


Os equipamentos elétricos e eletrónicos (EEE) estão divididos em dez categorias:
• Grandes eletrodomésticos;
• Pequenos eletrodomésticos;
• Equipamentos informáticos e de telecomunicações;
• Equipamentos de consumo;
• Equipamentos de iluminação;
• Ferramentas elétricas e eletrónicas (com exceção de ferramentas industriais fixas e grandes);
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• Instrumentos de monitorização e controlo e x) distribuidores automáticos;
• Brinquedos e equipamentos de desporto e lazer;
• Aparelhos médicos (com exceção de todos os produtos implantados e infetados).
Para cada novo tipo de equipamento elétrico e eletrónico (EEE) colocado no mercado, os produtores
têm que fornecer informação sobre os componentes e materiais presentes no equipamento e a
localização de substâncias e misturas perigosas para os centros de reutilização e reciclagem. Desta
forma, os produtores são encorajados a pensar em todo o ciclo de vida do produto, logo na fase de
conceção.
A diretiva comunitária também prevê a necessidade de informar a população sobre o esquema de
reciclagem montado, para que os cidadãos enquanto produtores de resíduos tenham o conhecimento
necessário para separar e eliminar de forma correta os seus REEE. Os consumidores devem
conhecer o símbolo que identifica o EEE que devem ser reciclados e que é obrigatório estar em todos
os equipamentos colocados no mercado comunitário.
Portugal está obrigado a manter um registo dos produtores e importadores de equipamentos elétricos
e eletrónicos e das quantidades destes produtos colocados no mercado nacional. Para manter este
registo foi constituída a Associação Nacional para o Registo de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos
(ANREEE).
A gestão do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos
(SIGREE) está a cargo de duas entidades gestoras: Amb3E e ERP Portugal.

Resíduos de pilhas e acumuladores (P&A)


Todos os anos, milhares de toneladas de baterias portáteis e acumuladores são colocados no
mercado comunitário. As pilhas estão divididas em três grupos:
• Pilhas e acumuladores portáteis,
• Pilhas ou acumuladores industriais
• Pilhas ou acumuladores para veículos automóveis.
Todas devem ser identificadas com o mesmo símbolo afixado no EEE. Também os produtores de
P&A devem estar registados.

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Por conterem metais pesados, a eliminação destes resíduos através de incineração polui a atmosfera
e a sua deposição em aterros contamina os solos. Estes metais são valiosos o que faz com que a
recolha seletiva e reciclagem destes resíduos tenham impactes económicos e ambientais positivos
bastante significativos.
A legislação comunitária prevê a redução da utilização de mercúrio, cádmio e chumbo nas P&A e os
metais que são utilizados devem ser tratados e recuperados.
Atualmente estão licenciadas três entidades de registo de P&A (ANREEE, Ecopilhas e Valorcar) e
cinco entidades gestoras para este fluxo de resíduos (Amb3E, ERP, Ecopilhas, GBV, Valorcar).
• Baterias ou acumuladores para veículos automóveis: Autosil (caso de um produtor que efetua
a recolha e o encaminhamento dos seus próprios resíduos – designado “sistema individual”),
GVB e Valorcar
• Baterias ou acumuladores industriais: Autosil, GVB, Valorcar, Ecopilhas, Amb3E e ERP
• Pilhas e Acumuladores portáteis: Ecopilhas, Amb3E e ERP

Óleos lubrificantes usados (OLU)


Os óleos lubrificantes usados são quaisquer óleos usados de motores de combustão e dos sistemas
de transmissão e os óleos usados para turbinas e sistemas hidráulicos que se tenham tornado
impróprios para o uso a que estavam inicialmente destinados. Estão excluídos deste fluxo os óleos
que contenham PCB (sob regime jurídico próprio).

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Para a gestão destes resíduos foi criado o Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados (SIGOU)
que tem como objetivo prioritário a prevenção da produção de OLU, em quantidade e toxicidade,
seguida pela sua regeneração (operação de reciclagem que permita produzir óleos de base mediante
a refinação de OLU) e de outras formas de reciclagem ou valorização.
A SOGILUB – Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados, Lda é a entidade
responsável pelo Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados (SIGOU).

Pneus Usados
A gestão dos pneus usados não está regulamentada por nenhuma diretiva comunitária específica.
Apenas é referida a proibição de deposição de pneus usados em aterros, expressa na diretiva que
regula estas infraestruturas.
Para dar cumprimento a esta obrigação, foi publicada em Portugal legislação própria para este tipo de
resíduos o que originou a criação do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SIGPU) gerido
pela Valorpneu.

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Segundo a legislação nacional, deve-se prevenir a produção destes resíduos, a recauchutagem, a
reciclagem e outras formas de valorização com o objetivo final de reduzir a quantidade de resíduos
que são eliminados sem qualquer tipo de valorização.

Resíduos de construção e demolição (RCD)


Estima-se que na União Europeia sejam produzidos anualmente 100 milhões de toneladas de RCD o
que constitui uma fração significativa da totalidade de resíduos. A gestão dos RCD é complexa devido
à dispersão espacial, carácter temporário da sua produção e à sua constituição multimaterial, com
diferentes níveis de perigosidade.
A deposição não controlada conduz a situações ambientalmente indesejáveis e incompatíveis com os
objetivos nacionais e comunitários em matéria de desempenho ambiental pelo que foi necessário
preparar legislação específica para o fluxo dos RCD. Estão agora previstos a prevenção e reutilização
destes resíduos assim como as suas operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento,
valorização e eliminação.

Tanto as câmaras municipais, como empreiteiros e donos de obra são responsáveis pela gestão dos
resíduos de construção e demolição. Nas obras é obrigatório a aplicação de um processo de triagem
e/ou encaminhamento para um operador de gestão de resíduos licenciado. Ao condicionar a
deposição de RCD em aterro a uma triagem prévia, pretende-se contribuir para um aumento da
valorização de RCD.
Também nestes resíduos a sua gestão resulta de uma iniciativa nacional uma vez que a União
Europeia não publicou legislação específica. Contudo estipula que até 2020, 70% destes resíduos
devem ser encaminhados para reutilização, reciclagem e valorização.

Óleos alimentares usados (OAU)


Em 2005 foi criado o Sistema de Gestão de Óleos Alimentares Usados com caráter voluntário e em
2009 foi publicado o primeiro diploma que regula este sistema. Neste fluxo estão incluídos os OAU
produzidos pelos setores industrial, hoteleiro, de restauração (HORECA) e doméstico, excluindo-se do
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âmbito da sua aplicação os resíduos da utilização das gorduras alimentares animais e vegetais, das
margarinas, dos cremes para barrar e do azeite.
Para a recolha de OAU de uso doméstico foi atribuído um papel de relevo aos municípios.
Adicionalmente, os operadores do sector da distribuição responsáveis por grandes superfícies
comerciais também devem disponibilizar locais adequados para a colocação dos pontos de recolha
seletiva de OAU.

É proibida a deposição destes resíduos em aterro e a sua eliminação através dos sistemas de
drenagem de águas residuais (esgoto). No que respeita à reciclagem destes resíduos é proibida a
introdução de OAU ou de substâncias recuperadas na cadeia alimentar.
Para além da APA - Agência Portuguesa do Ambiente que apresenta no seu portal online uma rede
de pontos de recolha de OAU, também a AMI - Assistência Médica Internacional, vários municípios e
quartéis dos bombeiros um pouco por todo o país promovem a sua recolha.

3) SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO


Enquadramento Legislativo Nacional da HST - Obrigações do Empregador e do Trabalhador
A maioria dos diplomas legais de segurança, higiene e saúde no trabalho mencionam que todos os
trabalhadores têm o direito a exercer as suas funções no local de trabalho em condições de
segurança, higiene e saúde.
É da responsabilidade do empregador mobilizar os meios necessários para garantir tais condições.
As fontes de direito de onde emanam o conjunto de regras reguladoras da segurança, higiene e
saúde no trabalho (SHST) são em grande número, destacando-se, pela sua importância no que refere
à organização dos serviços de SHST:
• A Constituição da República Portuguesa (CRP);
• A lei nº 99/2003, de 27 de agosto, que aprovou o Código do Trabalho (CT);
• A lei nº 35/2004, de 29 de julho, que aprova a Regulação do Código do trabalho

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• O Dec. Lei nº 441/91, de 14 de novembro, alterado pelo Dec. Lei nº 133/99, de 21 de abril,
que transpõe a Diretiva quadro sobre esta matéria, estabelecendo no seu artigo 13º princípios
básicos que as empresas devem ter em conta a organização das atividades de SHST.
• O Dec. Lei nº 26/94, de 1 de Fevereiro, que veio estabelecer o regime de organização e
funcionamento das atividades de segurança, higiene e saúde no trabalho previstas no art.º 13
do Dec. Lei nº 441/91 (em vigor para a administração publica, apenas).
Porém, o conjunto de normas reguladoras desta importante matéria – SHST – não se esgota nas
normas referentes à organização dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho. Acrescem
àqueles mais de duzentos diplomas legais regulando diversos aspetos da segurança, da higiene e da
saúde no trabalho.
Outros existem que embora não se referindo diretamente à segurança e ou higiene no trabalho, tem
incidência nessas vertentes.

Obrigações dos empregadores e empregados


A abordagem do tema das obrigações do empregador e do trabalhador no âmbito da segurança e
saúde do trabalho remete-nos, implicitamente, para campo do Direito enquanto sistema de normas
jurídicas de conduta social assistidas da proteção coativa – as sanções previstas pela lei – e que
regula a «atuação ou a conduta de homens em relação com outros homens».
Tais condutas expressam-se em relações sociais que foram elevadas à condição de relação jurídica,
isto é de relações relativamente às quais a sociedade entendeu, através das suas instituições de
representação política ao mais alto nível, reconhecer relevância bastante para serem tratadas pela lei,
para que sejam conferidos direitos (determinados poderes) e estabelecidas vinculações
(determinados deveres) às pessoas nelas envolvidas.
O princípio constitucionalmente consagrado no artº 59º nº 1 al. c) da CRP segundo o qual “todos os
trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções
politicas ou ideológicas, têm direito a prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e
saúde, encontra-se na Lei nº 99/2003 de 27 de agosto, que aprovou o código do trabalho, um maior
desenvolvimento, referindo nos art.ºs 120º e 273 (a enumeração dos deveres é extensa pelo que se
aconselha a sua leitura), como deveres da entidade patronal são os seguintes:
• Proporcionar boas condições de trabalho, tanto do ponto de vista físico como moral
• Promoção e vigilância da saúde, bem como a organização e manutenção dos registos clínicos
e outros elementos informativos relativos a cada trabalhador;
• Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a proteção da segurança e saúde do
trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes de trabalho;

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• Adotar, no que se refere à higiene, segurança e saúde no trabalho, as medidas que decorram,
para a empresa, estabelecimento ou atividade, da aplicação das prescrições legais e
convencionais vigentes;
• Fornecer ao trabalhador a informação e a formação adequadas à prevenção de riscos de
acidente e doença (todos do artº 120º)
• Informar os trabalhadores, assim como os seus representantes na empresa, estabelecimento
ou serviço, sobre os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de proteção de
prevenção e a forma como se aplicam, relativos quer ao posto de trabalho ou função, quer,
em geral, à empresa, estabelecimento ou serviço; (art.º 275 CT), e ainda
• Assegurar aos trabalhadores condições de segurança, higiene e saúde em todos os aspetos
relacionados com o trabalho (do artº 273)
Por outro lado, são também impostos aos trabalhadores, nos diplomas supra identificados, artº 121º
alíneas h) e i) Código do Trabalho, deveres genéricos que os ”convidam” à obediência à entidade
patronal em tudo o que respeite à matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho, nomeadamente
“cooperar”, na empresa, estabelecimento ou serviço, para a melhoria do sistema de “segurança,
higiene e saúde no trabalho” e “cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho
estabelecidas nas disposições legais ou convencionais aplicáveis, bem como as ordens dadas pelo
empregador.

Obrigações gerais do trabalhador – Art. 274.º da Lei n.º 99/2003


1 — Constituem obrigações dos trabalhadores:
a) Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho estabelecidas nas disposições
legais e em instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem como as instruções
determinadas com esse fim pelo empregador;
b) Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outras pessoas que
possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho;
c) Utilizar corretamente, e segundo as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas, aparelhos,
instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua disposição,
designadamente os equipamentos de proteção coletiva e individual, bem como cumprir os
procedimentos de trabalho estabelecidos;
d) Cooperar, na empresa, estabelecimento ou serviço, para a melhoria do sistema de segurança,
higiene e saúde no trabalho;
e) Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, aos trabalhadores que
tenham sido designados para se ocuparem de todas ou algumas das atividades de segurança,
higiene e saúde no trabalho, as avarias e deficiências por si detetadas que se lhe afigurem suscetíveis
de originar perigo grave e iminente, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de proteção;
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f) Em caso de perigo grave e iminente, não sendo possível estabelecer contacto imediato com o
superior hierárquico ou com os trabalhadores que desempenhem funções específicas nos domínios
da segurança, higiene e saúde no local de trabalho, adotar as medidas e instruções estabelecidas
para tal situação.

Os trabalhadores não podem ser prejudicados por causa dos procedimentos adotados na situação
referida na alínea f) do número anterior, nomeadamente em virtude de, em caso de perigo grave e
iminente que não possa ser evitado, se afastarem do seu posto de trabalho ou de uma área perigosa,
ou tomarem outras medidas para a sua própria segurança ou a de terceiros.
Se a conduta do trabalhador tiver contribuído para originar a situação de perigo, o disposto no número
anterior não prejudica a sua responsabilidade, nos termos gerais.
As medidas e atividades relativas à segurança, higiene e saúde no trabalho não implicam encargos
financeiros para os trabalhadores, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar e civil emergente do
incumprimento culposo das respetivas obrigações.
As obrigações dos trabalhadores no domínio da segurança e saúde nos locais de trabalho não
excluem a responsabilidade do empregador pela segurança e a saúde daqueles em todos os aspetos
relacionados com o trabalho.

Conceito/Causas e Consequências dos Acidentes de Trabalho


Acidente de Trabalho – conceito
Artigo 8.º da lei n.º 98/2009 de 4 de setembro
1 - É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou
indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade
de trabalho ou de ganho ou a morte.
2 a) - Entende-se por local de trabalho todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-
se em virtude do seu trabalho e em que esteja direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do
empregador.
2 b) - Entende-se por tempo, além do período normal de laboração, o que preceder o seu início, em
atos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em atos também com ele
relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.
Artigo 9.º da lei n.º 98/2009 de 4 de setembro
1 - Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido:
• No trajeto de ida e de regresso para e do local de trabalho, nos termos em que vier a ser
definido em regulamentação posterior;
• Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito
económico para a entidade empregadora.
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• No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de
representante dos trabalhadores, nos termos da lei. - No local de trabalho, quando em
frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando exista
autorização expressa da entidade empregadora para tal frequência.
• Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos
trabalhadores com processo de cessão de contrato de trabalho em curso;
• Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços
determinados pela entidade empregadora ou por esta consentida;
• No local de pagamento da retribuição, enquanto o trabalhador aí permanecer para tal efeito;
• No local onde o trabalhador deva receber qualquer forma de assistência ou tratamento em
virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esse efeito.

Causas dos acidentes de trabalho


O que pode promover os acidentes de trabalho?
As condições inseguras e os atos inseguros são as causas básicas de acidentes no trabalho.
Podemos considerar como condições inseguras e atos inseguros:
Condições inseguras:
Equipamentos sem proteção, procedimentos arriscados em máquinas ou equipamentos,
armazenamento inseguro, iluminação deficiente, ventilação imprópria, temperatura elevada ou baixa
no local e condições físicas ou mecânicas inseguras que constituem zonas de perigo.
Atos inseguros:
Carregar materiais pesados de maneira inadequada, trabalhar em velocidades inseguras, utilizar
esquemas de segurança que não funcionam, usar equipamento inseguro ou usá-lo inadequadamente,
não usar procedimentos seguros, assumir posições inseguras, subir escadas ou degraus depressa,
distrair, negligenciar, brincar, arriscar, correr, pular, saltar e abusar.
E necessário minimizar as condições de insegurança. As causas dos atos inseguros podem ser
atribuídas a certas caraterísticas pessoais que predispõem aos acidentes, como ansiedade,
agressividade, falta de controlo emocional, etc. Essas tendências de comportamentos levam a atos
inseguros, como desatenção e falhas em seguir procedimentos, e aumentam a probabilidade de
acidentes.
Humanas fisiológicas
• Diminuição de funções
• Idade
• Fadiga
• Falha de um órgão
• Hábitos tóxicos…
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Humanas psicológicas
• Negligência
• Emotividade
• Rotina
Técnicas
• Habilitações literárias
• Insolubilidade
• Proteção de máquinas e ferramentas
• Heterogeneidade da equipa
Materiais
• Perigos inerentes à profissão
• Ausência de métodos de segurança
• Ausência de encargos de segurança

Como diminuir os acidentes de trabalho?


Algumas medidas simples ajudariam a diminuir o número de acidentes, alguns exemplos são:
• Sinalizar toda a empresa
• Empregados novos, usar capacete de cor diferente
• Uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) atuante
• Campanhas de prevenção de acidentes
• Kit de primeiros socorros
• Realização periódica da Semana Interna de Acidentes no Trabalho (SIPAT)
• Formação da brigada de incêndio
• Rever periodicamente os extintores
• Chaves de segurança
• Formação para prevenir acidentes
• Apoio da direção e das chefias.

Consequências dos acidentes de trabalho


Físicas
• Morte
• Incapacidade permanente
• Incapacidade temporária
• Outros casos - acidentes sem incapacidade

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Sociais
• O indivíduo
• A família
• A empresa
• A comunidade
Económicas (Avaliação dos custos)
a) Custos diretos imediatos
• Salários
• Assistência médica
• Medicamentos
• Indemnizações
• Maior procura do seguro
b) Custos indiretos imediatos:
• Imagem da empresa;
• Insatisfação individual;
• Absentismo;
• Produtividade;
• Competitividade.
c) Custos indiretos a prazo
• Sofrimento do sinistrado
• Reparação da máquina
• Substituição do acidentado
• Perda de investimento na formação
• Sofrimento da família

Conceito e Principais Doenças Profissionais


Doenças profissionais:
Doenças por consequência direta do trabalho, e que confere direito a reparação específica. (DL nº
12/80, de 8.05)
São as doenças constantes da lista das doenças profissionais e ainda toda a lesão, perturbação
funcional ou doença, que seja consequência necessária e direta da atividade exercida pelos
trabalhadores desde que não representem o normal desgaste do organismo (art.310º CT e 2º L
248/99 de 2 /7).

A OMS distingue os dois tipos de doença relacionada com o trabalho:

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Doença ocupacional
Situação para a qual existe uma relação bem estabelecida entre a alteração de saúde e um ou mais
fatores do trabalho que podem ser bem identificados, quantificados e eventualmente controlados;
Não são consideradas doenças ocupacionais:
• A doença degenerativa;
• A inerente a grupo etário;
• A que não produza incapacidade laboral;
• A doença endémica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contacto direto determinado pela
natureza do trabalho.
Doença relacionada com o trabalho:
Situação onde a relação entre a alteração de saúde e o trabalho é fraca, não é clara e é variável.
Principais doenças profissionais
• Asma Ocupacional – Adquirida por meio da inalação de poeira de materiais como algodão,
linha, borracha, couro, sílica, madeira vermelha etc. Os trabalhadores de fábricas,
madeireiras, plantações de algodão e tecelagens apresentam sintomas como falta de ar,
tosse, aperto e chiado no peito e tosse noturna.
• Dermatoses ocupacionais – Causadas por contato com agentes biológicos, físicos e
químicos, principalmente. Os sintomas são alteração da pele e mucosas. Os trabalhadores
em fábricas químicas são os mais prejudicados com ela.
• LER/DORT – Decorrente de problemas com o local de trabalho e com os movimentos
repetitivos. Os empregados dos setores industriais podem ser prejudicados com esta doença.
• Perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) – Diminui gradativamente a audição dos
trabalhadores por exposição continuada a níveis muito elevados de ruído. Metalúrgicos
sofrem com este problema.
• Pneumoconioses – Doenças pulmonares ocasionadas pela inalação de poeiras químicas
como da sílica e dos asbestos, que causam silicose e asbestose. Químicos, trabalhadores da
construção civil e mineradores podem sofrer com estes problemas.
• Distúrbios mentais – Mais difíceis de detetar e principalmente relacionar ao trabalho, podem
ter ligação com diversas circunstâncias e grau de desenvolvimento. Sofrem com isso os
operadores de telemarketing e bancários

Saúde Ocupacional:
Ramo da medicina preventiva cuja população-alvo é constituída pelos trabalhadores no exercício das
respetivas atividades profissionais.
É o ramo da medicina que pretende:
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• A programação e manutenção do mais elevado grau de bem-estar físico, mental e social dos
trabalhadores em todos os trabalhos.
• A prevenção de alterações de saúde causadas pelas condições de trabalho.
• A proteção dos trabalhadores no seu emprego contra os riscos resultantes de fatores
adversos à saúde.
• A colocação e manutenção do trabalhador num ambiente de trabalho adaptado às suas
condições fisiológicas e psicológicas

Principais riscos profissionais


Risco:
Combinação da probabilidade e das consequências da ocorrência de um determinado acontecimento
perigoso. Norma NP 4397:2001
É a possibilidade de um trabalhador sofrer um dano na sua saúde ou integridade física provocada
pelo trabalho.

Riscos profissionais
Traduzem as condições inseguras do trabalho capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar
dos trabalhadores.
São fenómenos ligados ao processo produtivo, resultante da interação, a nível de ambiente de
trabalho, homem, equipamentos de trabalho, métodos, materiais e formas de organização.
Tipos de riscos profissionais:
• Riscos Materiais
• Riscos de Operação
• Riscos Ambientais
• Riscos Ergonómicos
• Riscos Organizativos
• Riscos Humanos e biológicos

Riscos e agentes biológicos


Riscos biológicos são decorrentes da exposição a agentes potencialmente patogênicos que podem
causar infeções graves;
Formas de veiculação de agentes patogênicos:
• Aerossóis;
• Poeiras;
• Alimentos;
• Instrumentos laboratoriais;
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• Água;
• Culturas;
• Amostras biológicas (sangue, urina, escarros, secreções, etc.).
Os agentes biológicos patogênicos para o homem, animais e plantas são distribuídos em classes de
risco biológico em função de diversos critérios tais como:
• A gravidade da infeção,
• Do nível de sua capacidade de se disseminar no meio ambiente,
• Estabilidade,
• Endemicidade,
• Modo de transmissão,
• Da existência ou não de medidas profiláticas, como vacinas e
• Da existência ou não de tratamentos eficazes;
Agentes Biológicos – bactérias; fungos; vírus; clamídias; riquétsias; micoplasmas; príons; parasitas
(protozoários e metazoários),linhagens celulares e outros organismos;
Os agentes biológicos são classificados conforme a sua perigosidade ou índice de risco de infeção.

Classificação do agente biológico de acordo com o grupo de riscos


Grupo de risco 1: É constituído de microrganismos que provavelmente não causam doenças no
homem ou nos animais.
Grupo de risco 2: Inclui germes patogénicos capazes de causar doenças em seres humanos ou
animais.
Grupo de risco 3: Inclui germes patogénicos que costumam causar doença grave em seres humanos
ou animais. Alto risco individual, baixo risco para a comunidade.
Grupo de risco 4: Inclui germes patogénicos que costumam causar doença grave em seres humanos
ou animais. De fácil transmissão entre os seres humanos. Alto risco individual, alto risco comunitário

Trabalhadores expostos aos agentes biológicos


• Laboratórios de Investigação;
• Serviços Hospitalares;
• Laboratórios Clínicos;
• Laboratórios de Diagnóstico;
• Matadouros;
• Na recolha e tratamento de lixo;
• Em diversos ramos da indústria

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Fatores necessários para que apareça a doença por ação de agentes biológicos
• O microrganismo deve ser patogénico;
• Existência de número suficiente para ultrapassar defesas do organismo;
• Entrada no organismo por canal específico.

Lista indicativas de atividades


• Trabalho em unidades de produção alimentar;
• Trabalho agrícola;
• Atividades em que há contacto com animais e/ou produtos de origem animal;
• Trabalho em unidades de saúde, incluindo unidades de isolamento e de autópsia;
• Trabalho em laboratórios de análises clínicas, veterinários, de diagnóstico e de investigação,
excluindo laboratórios microbiológicos de diagnóstico;
• Trabalho em unidades de recolha, transporte e eliminação de resíduos;
• Trabalho nas estações de tratamento de águas residuais;
• Processos industriais.

Vias de entrada dos agentes biológicos no organismo


• Inalação do ar ambiente;
• Ingestão de alimentos;
• Contacto cutâneo ou através de ferimentos;
• Mucosas;
• Olhos.

Medidas de prevenção e proteção


1ª Avaliação dos riscos de exposição a agentes biológicos:
• Para identificar os agentes causadores de risco.
• A possibilidade da sua propagação na coletividade.
• O tempo de exposição efetiva ou potencial dos trabalhadores.
• Formular orientação para a aplicação de medidas de proteção dos trabalhadores de agentes
biológicos perigosos e de agentes cuja perigosidade ainda não esteja definida.
2º. O empregador deve evitar a utilização desses agentes, sempre que a natureza do trabalho o
permita. Se esse procedimento não for tecnicamente viável, o empregador deve reduzir o risco de
exposição até ao nível que for tecnicamente possível para proteger adequadamente os trabalhadores.
3º. O empregador deve submeter os trabalhadores a exames de saúde, de modo a acompanhar a
evolução do seu estado de saúde e, se necessário, adotar medidas preventivas adequadas.

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Uma das medidas técnicas de prevenção poderá ser a substituição de agentes biológicos perigosos
por outros que não causem ou causem menor perigo para a segurança e/ou saúde dos trabalhadores.
Mas esta medida pode não ser tecnicamente viável. E para que o risco de exposição seja reduzido a
um nível tão baixo quanto for tecnicamente possível para proteger adequadamente a segurança e a
saúde dos trabalhadores, sugere-se as seguintes medidas:
• Limitação ao mínimo do n.º de trabalhadores expostos ou com possibilidade de o serem;
• Modificação dos processos de trabalho e das medidas técnicas de controlo para evitar ou
minimizar a disseminação dos agentes biológico no local de trabalho;
• Aplicação de medidas de proteção coletiva e individual, e a exposição não puder ser evitada
por outros meios;
• Aplicação de medidas de higiene compatíveis com os objetivos da prevenção ou redução da
transferência ou disseminação acidental de um agente biológico para fora do local de
trabalho;
• Utilização do sinal indicativo de perigo biológico e de outra sinalização apropriada, de acordo
com a sinalização de segurança em vigor;
• Elaboração de planos de ação em casos de acidentes que envolvam agentes biológicos;
• Verificação da presença de agentes biológicos utilizados no trabalho fora do confinamento
físico primário, sempre que for necessário e tecnicamente possível;
• Utilização de meios de recolha, armazenagem e evacuação dos resíduos, após tratamento
adequado, incluindo o uso de recipientes seguros e identificáveis sempre que necessário;
• Utilização de processos de trabalhos que permitam manipular e transportar, sem risco, os
agentes biológicos.
A não existência, a nível mundial, de valores limite de exposição para agentes biológicos, torna difícil
a sua avaliação e, até mesmo, a adoção de medidas preventivas. Assim, a medida preventiva
fundamental, consiste no fomento de uma cultura de prevenção no domínio dos riscos associados aos
agentes biológicos.

Riscos Físicos - conceito, efeitos sobre a saúde, medidas de prevenção e proteção


São considerados riscos físicos as diversas formas de energia, tais como:
• Ruídos;
• Temperaturas excessivas;
• Vibrações;
• Pressões anormais;
• Radiações;
• Humidade.

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O ambiente térmico
O ambiente térmico desempenha um papel importante no melhoramento das condições de trabalho.
De acordo com a American Society of Heating Refrigeration and Air Conditions (ASHRAE), conforto
térmico pode ser definido como "o estado de espirito em que o indivíduo expressa satisfação em
relação ao ambiente térmico". Este estado é obtido quando um indivíduo está numa condição de
equilíbrio com o ambiente que o rodeia, o que significa que é possível a manutenção da temperatura
dos tecidos constituintes do corpo, num domínio de variação estrito, sem que haja um esforço
sensível.
Esta é a situação ideal, que corresponde a um ambiente neutro ou confortável. Fora deste ambiente
pode haver alterações fisiológicas no ser humano.
Em condições normais de saúde e conforto, a temperatura do corpo humano mantém-se
aproximadamente constante próxima de 37 +/- 0,8 º C, graças a um equilíbrio entre a produção
interna de calor devida ao metabolismo e à perda de calor para o meio ambiente - HOMEOTERMIA.
A temperatura do ambiente é importante porque determina a velocidade com que o calor do corpo
pode ser transferido para o ambiente e, assim, a facilidade com que o corpo pode regular e manter
uma temperatura adequada.
Uma vez que os mecanismos de termorregulação do organismo têm como finalidade essencial a
manutenção de uma temperatura interna constante, é evidente que tem de existir um equilíbrio entre a
quantidade de calor gerado no corpo e sua transmissão ao meio ambiente.
Temperaturas extremas
Calor Quente
Altas temperaturas podem provocar:
• Desidratação;
• Erupção da pele;
• Cãibras;
• Fadiga física;
• Distúrbios psiconeuróticos;
• Problemas cardio-circulatórios;
• Insolação.
Baixas temperaturas podem provocar:
• Feridas;
• Rachaduras e necrose na pele;
• Enregelamento: ficar congelado;
• Agravamento de doenças reumáticas
• Predisposição para acidentes;
• Predisposição para doenças das vias respiratórias.
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Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao trabalhador é necessário que se
tome medidas:
• De proteção coletiva: ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos
ambientes, isolamento das fontes de calor/frio.
• De proteção individual: fornecimento de EPI (Ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para
trabalhar no frio).

Iluminação
Uma boa iluminação adequada no local de trabalho é uma condição fundamental para um bom
desempenho das pessoas e contribui para preservar de um modo geral a saúde.
A iluminação e o uso dos computadores: quando usamos o computador, devemos considerar um
conjunto de parâmetros relacionados com a iluminação:
• Evitar os reflexos provenientes das janelas, luzes e superfícies brilhantes no ecrã.
• Utilizar estores ou persianas para atenuar a luz do dia que atinge o posto de trabalho.
• Colocar o monitor de tal maneira que o ponto central do ecrã esteja um pouco abaixo do nível
dos olhos.
A iluminação é um fator que influencia diretamente o conforto, a produtividade e a saúde dos
profissionais no ambiente de trabalho. Seguem algumas dicas de iluminação no local de trabalho.
Um problema comum nas empresas e nos escritórios é o excesso de luz. Ter muita luz não significa
que seja a adequada. Muita luz pode gerar uma sensação de desconforto, além de causar problemas
de visão. A luz solar deve ser sempre aproveitada, mas nunca em excesso podendo ser controlada
com persianas e cortinas.
Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação mais direta na mesa de
trabalho.
Ao longo do dia as pessoas têm necessidades diferentes de iluminação. Ao identificar essa variação
poderá ajudar no rendimento do trabalho.
Uma iluminação com cores diferentes torna o ambiente de trabalho menos monótono, causando uma
sensação de bem-estar.
A utilização de recursos de iluminação em paredes tornará o espaço mais aconchegante.
A luz natural da janela nunca deve refletir diretamente no monitor do computador. O ofuscamento
prejudica a concentração e a visão.
Remova lâmpadas onde há mais luz do que o necessário, mas certifique -se de manter uma
iluminação boa em locais de trabalho para não prejudicar o seu desempenho ou evitar acidentes

Radiações

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São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações
pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em
dois grupos:
• Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão frequentemente
expostos a este tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou manifestar-se nos
descendentes das pessoas expostas.
• Radiações não ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação infravermelha,
proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilénica, radiação ultravioleta como a
gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, micro-ondas, etc.
Os seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc.
Para que haja o controlo da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome:
• Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (Ex: biombo protetor para
operação em solda), proteção da fonte de radiação (Ex: pisos e paredes revestidas de
chumbo em salas de raio-x).
• Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (Ex: avental, luva,
perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de forno).
• Medidas administrativas: (Ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x).
• Medidas médicas: exames periódicos.

Ruídos
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis
excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do
tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão
manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o
tempo de exposição ocupacional.

O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:


• Fadiga nervosa;
• Alterações mentais:
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• Perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar as ideias;
• Hipertensão;
• Modificação do ritmo cardíaco;
• Modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
• Modificação do ritmo respiratório;
• Perturbações gastrointestinais;
• Diminuição da visão noturna;
• Dificuldade na perceção de cores.
Além destas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária
ou definitiva da audição.
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as
seguintes medidas:
• Medidas de proteção coletiva: proteção da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído.
• Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (no
caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou
como medida complementar.
• Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho,
revezamento.
• Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização.
• Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso.

Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem
ser nocivas ao trabalhador. As vibrações podem ser:
• Localizadas - (em certas partes do corpo). São provocadas por ferramentas manuais,
elétricas e pneumáticas. Consequências: alterações neuras vasculares nas mãos, problemas
nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea).
• Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As lesões ocorrem com os operadores de grandes
máquinas, como os motoristas de caminhões, autocarros e tratores. Consequências: Lesões
na coluna vertebral; dores lombares.
Para evitar ou diminuir as consequências das vibrações é recomendado o revezamento dos
trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).
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Riscos químicos
Os riscos químicos presentes nos locais de trabalho são encontrados na forma sólida, líquida e
gasosa e classificam-se em:
• Poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, neblinas e substâncias, compostos e produtos
químicos em geral.
As poeiras, fumos, névoas, gases e vapores estão dispersos no ar (aerodispersóides). São partículas
sólidas geradas mecanicamente por rutura de partículas maiores. As poeiras são classificadas
Poeiras minerais: Ex: sílica, asbesto, carvão mineral. Consequências: silicose (quartzo), asbestose
(amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral).
• Poeiras vegetais: Ex: algodão, bagaço de cana-de-açúcar.
• Poeiras alcalinas: Ex: calcário. Consequências: doenças pulmonares obstrutivas crônicas,
enfizema pulmonar.
• Poeiras incômodas: Consequências: interação com outros agentes nocivos presentes no
ambiente de trabalho, potencializando sua nocividade.
• Fumos
Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex: fumos de óxido de zinco
nas operações de soldagem com ferro.
• Consequências: doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica
de acordo com o metal.
Névoas
Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos. Ex:
névoa resultante do processo de pintura a revólver, monóxido de carbono libertado pelos escapes dos
carros.
Gases
Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: GLP, hidrogénio,
ácido nítrico, butano, ozona, etc.
Vapores
São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em
condições normais de temperatura e pressão. Ex: nafta, gasolina, naftalina, etc.
Névoas, gases e vapores podem ser classificados em:
• Irritantes: irritação das vias aéreas superiores. Ex: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda
caustica, cloro, etc.
• Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte. Ex: hidrogênio,
nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono, etc.

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• Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema nervoso,
danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc. Ex: butano,
propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, tolueno, álcoois,
percloritileno, xileno, etc.

Produtos químicos perigosos


Sob o ponto de vista genérico, os riscos dos produtos químicos perigosos podem referir-se tanto à
segurança como à saúde dos trabalhadores e estão relacionados com o fabrico, utilização e
manipulação e presença de substâncias químicas, quer no estado puro, quer formando misturas.
No âmbito das legislações comunitária e nacional, são designados por:
Substâncias - os elementos químicos e os seus compostos tal como se apresentam no estado natural
ou tal como são produzidos pela indústria e que contenham, eventualmente, qualquer aditivo
necessário à preservação da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente do processo,
com exclusão de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a estabilidade da substância
nem alterar a sua composição;
Preparações - as misturas ou soluções que são compostas de duas ou mais substâncias.
Caraterização dos agentes
Os riscos inerentes aos produtos químicos perigosos para a segurança e a saúde dos trabalhadores
podem ser analisados sob dois aspetos relacionados com:
• A comercialização:
• Os agentes perigosos na atividade laboral das empresas aquando da sua produção,
utilização, manipulação e exposição.
Em resposta ao primeiro aspeto, adotou-se um conjunto de Diretivas que dizem respeito à
classificação, embalagem e rotulagem dos produtos químicos perigosos bem como à limitação da sua
comercialização e/ou utilização. Segundo aquelas. só se podem comercializar as substâncias
químicas que sejam notificadas pelo fabricante ou importador à autoridade competente de cada um
dos Estados-membros.
De acordo com esta legislação, a avaliação dos perigos das preparações e substâncias perigosas é
efetuada fundamentalmente sob o ponto de vista das propriedades físico-químicas e efeitos sobre a
saúde.
Os produtos químicos perigosos são classificados com base na Portaria 732-A/96, de 11 de
Dezembro, em:
Propriedades físico-químicas:
• Explosivos
• Comburentes
• Inflamáveis
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• Facilmente inflamáveis
• Extremamente inflamáveis
Propriedades toxicológicas
• Tóxicos
• Muito tóxicos
• Nocivos
• Corrosivos
• Irritantes
• Sensibilizantes

Efeitos específicos na saúde humana:


• Carcinogénicos
• Mutagénicos
Efeitos no ambiente:
• Perigoso para o ambiente aquático
• Perigoso para o ambiente não aquático
Os riscos das substâncias e preparações químicas perigosas dependem de:
• Fatores intrínsecos aos próprios produtos químicos, em consequência das suas propriedades
físico-químicas ou reatividade química determinantes da sua perigosidade:
• Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se utilizam, como por exemplo
deficiências da organização dos equipamentos e das instalações:
• Comportamentos humanos inadequados gerados basicamente por um desconhecimento da
perigosidade do produto ou processo químico em questão, e por falta de formação que
permita adotarmos procedimentos de trabalho seguros.

Tipos de Risco
Os produtos químicos podem ser analisados de acordo com os diferentes tipos de risco e em especial
das suas consequências:
• Riscos de explosão e de incêndio
• Riscos de irritação e de queimaduras por contacto
• Riscos de intoxicação
• Riscos para o ambiente.
Devido às caraterísticas físico-químicas dos produtos químicos, podem desencadear-se incêndios e
explosões quando da presença de substâncias inflamáveis, explosivas e comburentes. Em
consequência de desprendimento de calor e devido à incompatibilidade química de algumas

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PPF.068.1
substâncias pode dar-se a inflamação ou explosão dos reagentes e dos produtos da reação libertando
matérias muito tóxicas.

Classificação, rotulagem e armazenagem


Como podemos identificar os produtos químicos perigosos?
Os produtos químicos estão presentes em todo o lado, quer em nossas casas, quer nos locais de
trabalho. Mesmo em nossas casas é importante sabermos que a utilização dos produtos químicos
pode comportar perigos e que para os evitar temos que saber interpretar a informação do rótulo.
No entanto, é nos locais de trabalho, principalmente na agricultura, na indústria e construção civil que
os produtos químicos perigosos são usados de forma intensiva, com riscos para a segurança e saúde
dos trabalhadores, se não houver cuidados na sua utilização.
No entanto nem todos os produtos químicos são perigosos. Como é que podemos saber se um
determinado produto químico é perigoso ou não?

Em primeiro lugar o produto tem de estar classificado como tal de acordo com os critérios previstos na
lei. Pode tratar-se de uma substância perigosa - Portaria n.º 732-A/96, de 11 de Dezembro, ou de
uma preparação perigosa (misturas ou soluções compostas por duas ou mais substâncias) - Decreto-
Lei n.º 82/2003, de 23 de abril. A informação sobre os riscos que as substâncias ou preparações
perigosas apresentam para o homem e para o ambiente é transmitida pelos fabricantes ao
consumidor no rótulo e/ou nas fichas de dados de segurança. Estas últimas assumem particular
importância na indústria e construção atendendo à grande diversidade e quantidade de produtos
químicos perigosos utilizados.
O rótulo
No rótulo a informação sobre a perigosidade é transmitida através de símbolos, frases de risco (R) e
frases de segurança (S)

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Os símbolos
Trata-se de pictogramas que identificam, de forma universal, as caraterísticas e perigos associados
aos produtos químicos perigosos.

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Riscos de incêndio ou explosão
O fogo e as explosões estão na origem de grandes danos pessoais e materiais em instalações onde
se desenvolvem atividades económicas. A promoção da segurança contra riscos de incêndio nos
estabelecimentos industriais, comerciais ou de serviços tem como objetivo:
• Reduzir os riscos de eclosão de um incêndio;

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• Limitar o risco de propagação do fogo e dos fumos;
• Garantir a evacuação rápida e segura dos ocupantes;
Facilitar a intervenção eficaz às equipas de 1ª intervenção dos bombeiros.
Com vista à satisfação destas exigências devem ser tomadas as precauções necessárias nas
instalações (fabris e administrativas), com o objetivo de:
• Providenciar caminhos de evacuação protegidos contra a propagação do fogo e dos fumos;
• Garantir uma estabilidade satisfatória, dos elementos estruturais face ao fogo;
• Garantir um comportamento satisfatório dos elementos de compartimentação face ao fogo;
• Dispor de equipamentos técnicos (instalação elétrica, de gás, de ventilação e outros) que
funcionem em boas condições de segurança com comandos de emergência devidamente
localizados e sinalizados;
• Dispor de sistema de alarme, alerta, iluminação de emergência e sinalização apropriados;
• Dispor de meios de primeira intervenção apropriados;
• Organizar a formação e a instrução de pessoal;
• Assegurar a conservação e manutenção dos equipamentos técnicos, incluindo os de
segurança.
Existe regulamentação publicada que apoia os intervenientes na sua atividade como, por exemplo, as
notas técnicas do Serviço Nacional de Bombeiros (SNB) e as regras técnicas do Instituto de Seguros
de Portugal.
Medidas preventivas e de proteção
De acordo com a NP 1553, os fogos são classificados, em função da natureza do material de
combustão envolvido, em quatro classes:
Classe A: Fogos de materiais sólidos, geralmente de natureza orgânica, e que ao arder, normalmente
deixam brasas. Ex.: madeira, carvão, papel, plásticos.
Classe B: Fogos de líquidos ou de sólidos liquidificáveis. Ex.: óleo, gasolina, gasóleo, alcatrão, ceras,
tintas, álcool, etc.
Classe C: Fogos de gases. Ex.: gás natural, butano, propano, hidrogénio, acetileno, etileno.
Classe D: Fogos de metais. Ex.: ácido sulfúrico, alumínio, sódio, magnésio, titânio, fósforo.
A eletricidade - A eletricidade representa um risco acrescido em relação ao fogo, sobretudo no seu
combate, pois não se podem utilizar determinados agentes extintores numa instalação elétrica sob
tensão, como é o caso da água.

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Métodos de extinção
A extinção de um fogo está relacionada com os quatro elementos (tetraedro) que são necessários
para que exista combustão. São quatro os métodos:
• Arrefecimento
o O mais utilizado, consistindo em baixar a temperatura do combustível e do meio
ambiente, abaixo do seu ponto de ignição.
• Abafamento
o Consiste no isolamento do combustível e do oxigénio, ou na redução da concentração
deste no ambiente.
• Diluição ou eliminação do combustível
o Consiste na separação do combustível da fonte de calor.
• Inibição da chama ou interrupção da reação em cadeia
o Consiste na alteração da reação química, modificando a libertação dos radicais livres
produzidos e libertados na combustão.
Embora os edifícios possam estar protegidos por sistemas de deteção, alarme e até mesmo de
extinção de incêndios, deverá durante a elaboração do projeto de cada edifício ser conferida especial
atenção à função para a qual o edifício é projetado, ao grau de risco existente, aos ocupantes
possíveis do edifício e, a partir destes dados, escolher os materiais de construção, dimensionar as
vias de evacuação e protegê-las, ajustar as portas e escadas.

Classificação dos materiais face aos fogos


A estabilidade ao fogo dos elementos estruturais deve ser suficiente para suportar a intensidade e
duração de um incêndio de máxima gravidade previsível.
Os materiais de construção são agrupados em 5 categorias:
• M0 - Materiais não combustíveis;
• M1 - Materiais não inflamáveis;
• M2 - Materiais dificilmente inflamáveis;
• M3 - Materiais moderadamente inflamáveis;
• M4 - Materiais facilmente inflamáveis.
Do ponto de vista da resistência ao fogo, os materiais podem classificar-se em:
• Estável ao fogo (EF) quando a um elemento de construção se pede que tenha uma função de
suporte (resistência mecânica);
• Pára Chamas (PC) quando se pretende que esse elemento garanta as funções de
estabilidade e paragem (resistência mecânica + paragem dos gases e chamas + ausência de
emissão de gases e chamas pelo lado não exposto);
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• Corta-fogo (CF) quando se pretende que esse elemento garanta as funções de estabilidade,
paragem e isolamento térmico, aplica-se a estes dois últimos casos o fator tempo (totalidade
dos anteriores + isolamento térmico).

Deteção automática de incêndios


O êxito da luta com contra o fogo reside fundamentalmente na velocidade de atuação em várias
frentes. Assim, os meios de detetar o fogo no seu início revestem-se de grande importância.
O objetivo principal de um sistema de deteção automática (SADI) é:
• Detetar rapidamente um princípio de incêndio e alertar utilizando sinalização ótica ou sonora;
• Localizar o incêndio numa determinada área;
• Permitir outras funções, como por exemplo transmitir o sinal de alarme a uma central de
bombeiros.
• A deteção automática baseia-se nas manifestações de fumo, calor, chamas e gases de
combustão.
• Sprinklers: Um dos métodos automáticos de controlo do fogo mais utilizados em instalações
fixas, é o sistema de sprinklers ou chuveiros, cujo "fusível" responde a temperaturas
determinadas.
Legislação aplicável
O Decreto-Lei n.º220/2008 de 12 de Novembro, veio estabelecer o regime jurídico da segurança
incêndios em edifícios (R.J.S.C.I.E.), regulamentado pela portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro do
Ministério da Administração Interna, que aprovou o regulamento técnico da segurança contra
incêndios em edifícios. Foi aprovado no dia 4 de Setembro, em Conselho de Ministros, o Decreto-Lei
que estabelece o R.J.S.C.I.E.
Este Decreto-Lei vem definir quais as condições de segurança contra incêndio a aplicar a todas as
utilizações de edifícios, assim como a recintos itinerantes ou ao ar livre, agrupando num único diploma
a legislação que até à data da publicação se encontrava dispersa por um elevado número de
diplomas avulsos e já com alguma antiguidade (1951).
Assim sendo, esta legislação veio trazer claros benefícios a todos aqueles que trabalham na área de
proteção contra incêndios. Para além da obrigatoriedade da lei, os clientes passam a saber o que
devem exigir e, consequentemente, são definidos standards mínimos de qualidade, que facilitam a
criação de condições de concorrência mais justas.
O D.L. n.º220/2008 e a portaria 1532/2008 do M.A.I., apresentam um conjunto amplo de exigências
técnicas aplicáveis à segurança contra incêndio, no que se refere à conceção geral da arquitetura dos
edifícios e recintos a construir, alterar ou ampliar, às disposições sobre construção, às instalações
técnicas e aos sistemas e equipamentos de segurança. Prevê ainda as necessárias medidas de
autoproteção e de organização de segurança contra incêndio, aplicáveis quer em edifícios existentes,
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quer em novos edifícios a construir. Por fim estabelece um regime sancionatório para o
incumprimento das regras de segurança consagradas.
Esta ferramenta legislativa tem um papel notável no aumento do profissionalismo, pelo incremento
nas bases que regem o setor.

Meios de primeira intervenção - extintores - classificação e escolha


Os extintores de incêndio, em seu rótulo, possuem indicação sobre as classes de incêndio para as
quais são adequados

Em alguns casos o rótulo informa também as classes de incêndio para as quais o extintor não se
presta, conforme exemplo abaixo:

Para classe "A"


Assim, se a edificação possuir em sua maioria elementos que produzam um incêndio classe “A”,
deverão ser selecionados extintores que extingam tais tipos de incêndio, como os de água ou
espuma.
Para classe "B"

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Para incêndio classe “B”, usa-se espuma (figura acima), pó comum, também chamado Pó BC, ou
dióxido de carbono, também chamado gás carbônico ou CO².
Para classe “C”
Empregam-se os mesmos extintores de pó e o gás carbônico, exemplificados nas figuras acima.
Pós Multi Uso ou Pós-ABC
Os extintores de Pós chamados Multiuso ou ABC são extintores que podem ser usados em quaisquer
classes de incêndio, pois extinguem princípios de incêndio em materiais sólidos, em líquidos
inflamáveis e gases. Também controlam incêndios em que haja a presença da corrente elétrica, sem
transmiti-la, isto é, sem gerar risco ao operador.

Riscos elétricos
A eletricidade é uma das fontes de energia mais utilizadas no mundo moderno, ela é essencial a toda
hora, sem interrupções e ainda, é considerada como serviço público. Entretanto, pode comprometer a
segurança e a saúde das pessoas que a ela estejam expostas direta ou indiretamente, porque a
eletricidade não é percetiva aos sentidos do homem, ou seja, não é vista nem sentida, e em virtude
disto, as pessoas podem estar expostas a situações de risco ignoradas ou subestimadas.
Os riscos à segurança e saúde dos trabalhadores expostos a energia elétrica são por si só muito
elevados, podendo levar a lesões graves e até mesmo à morte. Os riscos são especificados de
acordo com as atividades.
O risco é a probabilidade de ocorrência de danos sobre as pessoas ou bens, resultantes da
concretização de uma determinada condição perigosa, em função da probabilidade de ocorrência de
uma determinada condição perigosa, o grau de gravidade dos danos consequentes, os quais podem
ser materiais, ambientais e humanos.
Em serviços com eletricidade o trabalhador está exposto a riscos de acidentes com consequências
diretas: choque e arco elétrico e com consequências indiretas: quedas, incêndio, explosões de origem
elétrica, queimaduras etc.
O choque elétrico é uma perturbação que se manifesta no organismo humano, quando é percorrido
por uma corrente elétrica. Essas perturbações podem provocar: tetanização (contração muscular
tónica contínua), paragem respiratória, fibrilação ventricular do coração e queimaduras (de origem
elétrica e não térmicas).
Os fatores que determinam a gravidade da lesão ocasionada pelo choque elétrico são: a intensidade
da corrente elétrica circulante, o percurso e as caraterísticas da corrente elétrica (se corrente
alternada ou corrente contínua), e da resistência do corpo humano.
Queimaduras
Na maioria dos casos de acidentes evolvendo eletricidade, as vítimas apresentam queimaduras,
porque a corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento cutâneo. Devido à alta

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resistência da pele, a passagem da corrente elétrica produz alterações estruturais no organismo. As
queimaduras provocadas pela eletricidade diferem daquelas causadas por efeitos químicos, térmicos
e biológicos.
A eletricidade pode ocasionar queimaduras de diversas formas e podem ser classificadas como:
• Queimaduras pelo contato direto, quando se toca uma superfície condutora energizada;
• Queimaduras pelo arco voltaico, quando o arco elétrico é caraterizado pelo fluxo de corrente
elétrica através do ar;
• Queimaduras por vapor metálico, quando na fusão dos contactos elétricos há emissão de
vapores e derramamento de metais derretidos.

Técnicas de avaliação de riscos – Medidas preventivas e de proteção


Os acidentes ocorrem da execução de atos inseguros ou da existência de condições inseguras,
constituindo estas, as causas determinantes na ocorrência dos riscos.
As medidas de segurança aplicadas para proteger as pessoas contra os riscos de acidentes são por
intermédio das seguintes alternativas: eliminando-os, isolando-os e ou sinalizando-os.
Para isso é preciso identificar e avaliar os riscos, através das técnicas de análises de riscos, avaliando
todas as etapas e elementos dos trabalhos, racionalizando e desenvolvendo sequências de
operações, criando assim, uma condição segura para a realização dos trabalhos.
O processo de avaliação de riscos permite-nos identificar a probabilidade da sua ocorrência e
quantificar as suas consequências. O fator de risco é igual à multiplicação da frequência de um perigo
pela sua gravidade, sendo a frequência uma previsão da quantidade dos acidentes que possam
ocorrer, e a gravidade a intensidade dos danos causados por cada acidente.
A principal vantagem da análise de riscos é o fornecimento de elementos para tomadas de decisões
que envolvam confiança e segurança, possibilitando assim, apresentar alternativas claras e objetivas.
Através da avaliação de riscos é possível identificar os riscos e com isso gerenciá-los.
Para gerenciar riscos é necessário formar uma nova ótica no conceito de segurança industrial, tanto
no aspeto de prevenção como no aspeto da ação. O gerenciamento de riscos visa a identificação das
causas básicas dos acidentes que possam ocorrer ou que tenham acontecido numa determinada
empresa, ou seja, a ênfase está em relatar todos os acidentes que causem ou que tenham potencial
de causar algum tipo de dano.
O método para a avaliação dos riscos adotado pela maioria das empresas do setor elétrico é a APR
(Análise Preliminar de Risco), desta forma, pode-se realizar a revisão da ocorrência de danos nas
pessoas, processos, equipamentos e meio ambiente, no exercício de determinada atividade.
Legislação aplicável aos riscos elétricos:

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• Decreto-Lei nº 42.895, de 31 de Março de 1960 alterado pelo Decreto Regulamentar nº 56/85
e Decreto Regulamentar n.º14/77 - Aprovou o Regulamento de Segurança das Subestações e
Postos de Transformação.
• Decreto-Lei nº 740/74, de 26/12, alterado por Decreto-Lei nº303/76 de 26/04 e Decreto-Lei nº
77/90 de 12/03
Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Elétrica e o Regulamento de
Segurança de Instalações Coletivas de Edifícios e Entradas. Decreto-Lei nº 117/88, de 12/04/88,
alterado pelo Decreto-Lei nº139/95 de 14/06 - Fixa os objetivos e condições de segurança a que deve
obedecer todo o equipamento elétrico destinado a ser utilizado em instalações cuja tensão nominal
esteja compreendida entre 50 V e 1000 V em corrente alternada u entre 75 V e 1500 V em corrente
contínua.

Riscos mecânicos
Movimentação mecânica de cargas
A movimentação e o manuseamento de cargas são responsáveis por cerca de 30% dos acidentes de
trabalho nas diferentes fases do processo produtivo, provocados por queda levantamento de objetos,
entaladela entre objetos, etc.. A preocupação com estes números é ainda maior se se considerar que
esta atividade na vida de uma empresa ocupa cerca de 60 a 80% do ciclo de fabricação e que o peso
de materiais normalmente movimentados numa indústria corresponde a cerca de cinquenta toneladas
por cada tonelada de produto acabado.
Componentes em interação:
Podemos dividir as variáveis envolvidas neste processo em três, cujas causas podem condicionar a
movimentação mecânica de cargas: o material, o deslocamento e o método, cada uma com riscos
inerentes e consequências diferentes.
Material
• O modo como se apresenta o material pode influenciar as técnicas e recursos disponíveis;
• O seu estado físico, se este é um sólido ou um líquido;
• A natureza do material, por exemplo, se é explosivo, implica técnicas especiais de
armazenagem e movimentação;
• As caraterísticas do próprio material que podem causar dificuldades de manuseamento
devido às suas dimensões, peso, grau de perigosidade;
• A quantidade de material a movimentar é outra das condicionantes a respeitar, especialmente
quando existem limites impostos pelos equipamentos. Por exemplo, cada aparelho de
elevação acionado mecanicamente (carros automotores e reboques) deve apresentar, de
forma bem visível, a indicação da capacidade máxima admissível de carga;
Equipamentos de manobra

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Existem vários tipos de equipamentos com características muito diferentes. A sua versatilidade
permite uma eficaz adequação à atividade desenvolvida. A melhor estratégia na redução do risco é
escolher antecipadamente o meio mais eficaz e adaptado, capaz de responder às solicitações. Para
efetuar algumas manobras existem equipamentos que exigem do homem só a condução, outros
exigem a condução e a propulsão, e ainda outros exigem a condução, a propulsão e a elevação
parcial.
Equipamentos carros de transporte manual e mecânico:
De entre os vários equipamentos deste género disponíveis no mercado, os mais conhecidos e
utilizados são:
• Carros de transporte manual
o Os carros de transporte manual mais utilizados são os porta paletes que deverão ser
utilizados tendo em conta a segurança e o tipo de transporte a efetuar.
o As rodas devem ser adequadas aos ambientes e pavimentos.
o Devem ser dotados de um sistema de travagem e não deverão ser utilizados em
rampas ou superfícies inclinadas.
o As pegas ou varões de empurrar devem dispor de guarda-mãos
• Carros de transporte mecânico
O empilhador é provavelmente o transporte mecânico mais versátil e mais utilizado. Todos os
empilhadores são fabricados de acordo com normas (ASMEB56.1:1995, NFPA 505:1996,
NFPA 70:1996;etc.) onde se estabelecem as suas proteções, os ambientes de trabalho, os
usos, as operações e a sua manutenção. São fabricados com especificações técnicas para se
adaptarem a vários tipos de cargas. Estas normas permitem escolher o tipo de empilhador a
utilizar em função das necessidades e riscos existentes. Os empilhadores podem ser
classificados pela sua fonte de energia, posição do operador e formas de transportar a carga.
Quanto às fontes de energia, podem ser:
o Energia elétrica armazenada em bateria que fazem acionar motores elétricos;
o Motores a gasolina ou a diesel;
o Motores que queima GPL (gás) e combinações mistas
Os empilhadores elétricos são os menos poluentes e ruidosos, próprios para o interior de edifícios
apresentando, no entanto, alguns riscos em particular se não se respeitarem regras fundamentais
como: a carga das baterias que deve ser efetuada num local limpo e ventilado (retirando os tampões
dos elementos da bateria). Os empilhadores a diesel são os mais poluentes pois emitem altas
percentagens de monóxido de carbono. Os de gás, quando bem afinados, são pouco poluentes. Em
relação à posição do condutor, esta pode ser no interior da cabina do empilhador ou no exterior da
máquina. Também podem existir sistemas automáticos que dispensam condutor e que usam soluções
eletrónicas e rotas preestabelecidas.
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As formas de transportar as cargas são as mais diversas, desde o reboque em cima de plataformas
móveis de um ponto para o outro nas instalações, até ao uso de ―garfos para pegar, levantar do
solo, transportar, elevar e depositar cargas. Existe por vezes o perigo dos empilhadores capotarem,
dado o peso da carga, velo cidade e o modo de execução da manobra. Para estas circunstâncias
devem estar disponíveis proteções para salvaguardar o operador como, por exemplo, guardas laterais
e, em especial, uma proteção resistente sobre a cabeça do operador, protegendo-o também da queda
de objetos.
O empilhador deve possuir volante especial, buzina, “pirilampos” de sinalização e sinal sonoro de
marcha atrás, devendo a indicação da sua capacidade estar bem visível. Durante as manobras, o
operador deve ter em atenção as estruturas superiores ou objetos próximos, tais como cabos
elétricos, tubagens, colunas, contentores, quadros elétricos, extintores de incêndio, portas corta-fogo,
etc. De qual quer forma, estas estruturas deverão estar equipadas com barreiras de proteção e
convenientemente sinalizadas, para facilitar a visibilidade deverão instalar-se espelhos de canto nas
esquinas das estruturas (semelhantes aos utilizados na circulação rodoviária). E aconselhável a
utilização das buzinas sempre que o empilhador se aproximar de locais com pouca visibilidade. Os
operadores e/ou condutores de empilhadores devem ser selecionados, treina dos e só os qualificados
deverão exercer a atividade. Não é permitido o transporte de pessoas nos empilhadores, para além
do condutor.

Equipamentos de elevação
Para a elevação de materiais existem equipamentos tão diversos como gruas, guinchos, guindastes,
etc., que são comandados pelo homem. As gruas são equipamentos com estruturas pesadas, com
capacidade dê carga para várias toneladas. Para além da elevação, têm translação motorizada em
uma ou em duas direções. Em vez de duas direções, algumas têm rotação e translação radial. Mais
sofisticadas são as gruas automóveis, que operam praticamente em todo o terreno e cujas lanças são
extensíveis. As pontes rolantes são também exemplos de gruas. As gruas, como máquinas
complexas que são, devem ser utilizadas de forma adequada para se evitarem acidentes. As cargas
devem ser colocadas na vertical das lanças, de modo a evitar solicitações laterais. Os comandos das
gruas devem ser bi manuais ou incluir o pedal do morto‖ para evitar manobras erradas.

Medidas básicas de segurança


A segurança oferecida pelo equipamento só é potencializada e efetiva se se cumprirem os
procedimentos de utilização da máquina e se o estado de saúde do operador for adequado. Existem
fundamentalmente três processos através dos quais se assegura a integridade física das pessoas.
Mantendo o homem afastado da máquina através de:
• Barreiras;
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• Vedações;
• Elementos sensíveis de deteção de movimento
No entanto, este processo apresenta um risco residual porque requer sempre intervenção ativa ou
passiva de pessoas. Mantendo a máquina afastada do homem através de:
• Interruptores manuais e/ou automáticos;
• Freios manuais, auxiliados mecanicamente ou aplicados à potência. Por exemplo, os carros
por motores de combustão não devem ser utilizados na proximidade de locais com poeiras
explosivas ou vapores inflamáveis e/ou no interior de edifícios onde a ventilação não seja
suficiente para eliminar os riscos ocasionados pelos gases de escapes.
• Os dispositivos da precaução, utilizando sinalização ativa e passiva.
Algumas situações à frente apresentadas demonstram a aplicação desta medida. Por exemplo:
• Os condutores dos aparelhos de elevação não os devem deixar sem vigilância quando estiver
suspensa uma carga. Neste caso, o próprio condutor fará o aviso necessário;
• Quando é necessário deslocar cargas perigosas por cima de locais de trabalho, tais como
metal em fusão ou objetos presos a eletroímanes, deve lançar-se um sinal de advertência
eficaz a fim de alertar os trabalhadores para abandonar a zona perigosa;
• Os sinais que indiquem condições de perigo em zonas de trânsito devem ser
convenientemente iluminados durante o serviço noturno; a elevação e transporte de cargas
por aparelhos de elevação devem ser regulados por um código de sinalização que comporte,
para cada manobra, um sinal distinto feito, de preferência, por movimentos dos braços ou das
mãos, devendo os sinaleiros ser facilmente identificáveis à vista.

Riscos ergonómicos – movimentação manual de cargas


O transporte manual de cargas envolve partes ou todo o corpo, e mesmo que a carga a movimentar
não seja muito pesada ou volumosa, a baixa eficiência do sistema muscular humano torna este
trabalho pesado, provocando rapidamente fadiga com consequências gravosas, nomeadamente
aumentando o risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais.

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Os estudos biomecânicos assumem particular importância nas tarefas de transporte e levantamento
de cargas, comuns a um grande número de atividades, responsáveis por várias lesões, por vezes
irreversíveis ou de difícil tratamento, sobretudo ao nível da coluna.
Quando se levanta a carga na posição o mais ereta possível, o esforço de compressão distribui-se
uniformemente sobre a superfície total de vértebras e discos. Nesta posição consegue-se reduzir em
cerca de 20 % a compressão nos discos, em relação ao levantamento na posição curvada.
Existem dois tipos de levantamento de cargas no trabalho:
• Levantamento esporádico: relacionado com a capacidade muscular
• Levantamento repetitivo: onde acresce a capacidade energética do trabalhador e a fadiga
física.
Princípios orientadores
Deverão ser adotados como princípios orientadores desta atividade:
• Evitar a movimentação manual de cargas;
• Se tal não for possível, utilizar aparelhos auxiliares que substituam o esforço humano, tais
como carros de mão, rolos, ventosas, pinças, etc.;
• Apreender e utilizar métodos e posições corretas de elevação, transporte e descarga de
objetos, para o caso de não ser possível recorrer a nenhuma das situações anteriores;
• Complementar estes métodos e técnicas de movimentação de cargas com equipamentos de
proteção individual adequado ao movimento a executar (ex.: botas com biqueira de aço para
levantamento manual de uma carga pesada, luvas de borracha para o transporte de objetos
escorregadios).
Na sequência destes princípios orientadores, resultam para os empregadores, quando aplicável,
algumas obrigações, nomeadamente
• Organizar os postos de trabalho, tendo em conta as cargas em causa, os esforços físicos
exigidos aos trabalhadores e os fatores pessoais (aptidão física, estrutura dos membros,
vestuário de trabalho, etc.);
• Informar os trabalhadores sobre a matéria, solicitar-lhes a sua opinião e proporcionar-lhes
formação adequada.
Princípios a adotar para o levantamento manual de cargas
• Não sendo possível mecanizar o levantamento de cargas, para o levantamento manual,
podem resumir-se algumas recomendações:
• Posto de trabalho (bancadas, prateleiras, equipamentos, etc.) deve ser projetado tendo em
conta a ocorrência de tarefas que obrigam a levantamento de cargas;
• Limitar o levantamento de pesos a 20 Kg, no máximo - (este valor, para levantamentos
frequentes, resulta de estudos efetuados pelo NIOSH-National Institute for Occupacional
Safety and Health, USA), para levantamentos repetitivos em determinadas circunstâncias;
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• A carga deve possuir formas que facilitem pegar-lhe (furos laterais, pegas);
• Manter a carga na vertical;
• Manter os pesos próximos do corpo;
• Evitar torções do tronco;
• Manter os pés e costas numa postura correta;
• Evitar movimentos bruscos que provoquem picos de tensão;
• Alternar posturas e movimentos;
• Trabalhar em equipa.

Obrigações do trabalhador no transporte manual de cargas:


Os principais motores da ação para melhorar a segurança e a proteção da saúde dos trabalhadores
no trabalho estão consignados na Diretiva-Quadro 89/391/CEE
Esta Diretiva chama a atenção para o facto de que a promoção da segurança e da proteção da saúde
dos trabalhadores no trabalho é um objetivo que não devia estar sujeito a considerações económicas.
Os empregadores devem estar a par dos progressos científicos e tecnológicos recentes no que se
refere à conceção dos postos de trabalho, dos equipamentos e dos sistemas laborais, tendo em conta
os níveis de risco apresentados.
A diretiva implementa nove princípios de prevenção dos riscos ocupacionais:
• Evitar os riscos;
• Avaliar os riscos que não podem ser evitados;
• Combater os riscos na origem;
• Adaptar o trabalho à pessoa;
• Adaptar o trabalho ao progresso técnico,
• Substituir o que é perigoso pelo que não é perigoso ou que é o menos perigoso,
• Desenvolver uma política de prevenção global coerente, que englobe a que os “convidam” à
obediência à entidade patronal em tudo o que saúde no trabalho” e “cumprir as prescrições de
segurança, higiene e saúde no trabalho
Obrigações dos empregadores - Plano de ação
Um plano de ação baseia-se em três pilares:
• Evitar riscos
• Reduzir riscos
• Formar pessoal
Plano de ação: prevenção de riscos:
• Numa organização apropriada

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• Por exemplo: equipar estações de trabalho e desenvolver espaço para permitir a inclusão de
meios mecânicos para movimentação (com base em seriedade, bandas de transporte.)
Utilizar equipamento mecânico:
• Sistema de paletes no final da linha de produção...
No desenho adequado das instalações:
• Plano de ação: Reduzir riscos

Riscos psicossociais
Os riscos psicossociais têm a sua origem no âmbito da organização do trabalho e, embora as suas
consequências negativas para a saúde não sejam tão evidentes como as dos acidentes de trabalho
ou as doenças profissionais, também podem ter uma relevância notável, manifestando-se através de
problemas como o absentismo, a rotação de pessoal, os defeitos de qualidade ou o stress que, em
conjunto, representam importantes custos tanto em termos de saúde para as pessoas como
económicos para a empresa.
Os fatores psicossociais podem ser definidos como aquelas caraterísticas das condições de trabalho
e, sobretudo, da sua organização que afetam a saúde das pessoas através de mecanismos
psicológicos e fisiológicos a que também chamamos de stress.
Mais ou menos todos nós temos um conceito intuitivo do que seja o stress: uma resposta do
organismo frente a uma situação que exige algum tipo de resposta, que se traduz em colocar o
próprio organismo em situação de alerta para poder atuar. Este processo é normal e tem permitido o
homem sobreviver até aos nossos dias. Face a uma situação de ameaça, todo o nosso corpo se
prepara para fugir ou lutar, quando a ameaça desaparece, o organismo volta para o seu estado
normal.

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O stress como risco aparece quando a situação de alerta se prolonga no tempo, impedindo o
organismo de se relaxar e, portanto, ficando em um estado contínuo de tensão. Esta situação mantida
no tempo pode dar lugar a todo tipo de alterações no organismo.
Portanto, o stress no trabalho poderia ser definido como o conjunto de reações emocionais,
cognitivas, fisiológicas e do comportamento a certos aspetos adversos ou nocivos do conteúdo, da
organização ou do ambiente de trabalho.
É um estado caraterizado por altos níveis de excitação e de angústia, com a frequente sensação de
não poder fazer frente à situação.
Entendendo por saúde um “estado de equilíbrio físico, psíquico e social" (definição da OMS), resulta
evidente a necessidade de considerar os aspetos psicossociais do trabalho não apenas como fatores
de risco em relação aos quais devemos atuar para evitar consequências negativas na saúde, mas
também como via de potenciação das questões positivas para a saúde dos trabalhadores, tais como o
bem-estar e a satisfação no trabalho.

4) SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE – CONCEITO E TIPOS DE


SINALIZAÇÃO
A sinalização de segurança tem por objetivo chamar a atenção de forma rápida e sem dúvidas, para
objetos ou situações de risco ou perigo. Uma sinalização adequada constitui uma verdadeira medida
de prevenção de riscos profissionais.
Sinalizadores de segurança
Cor – Vermelho:
Significado:
Proibição; Perigo, alarme; Material e equipamento de combate a incêndios
Indicações:
Sistemas de corte de emergência; atitudes perigosas; evacuação; identificação e localização.

Cor: Amarelo ou amarelo alaranjado


Significado: Sinal de aviso
Indicações: Atenção, precaução e verificação.

Cor: Azul
Significado: Sinal de obrigação; informação
Indicações: Comportamentos ou ações específicas – obrigação de usar EPI’s;

Cor: Verde
Significado: Sinal de salvamento ou de socorro; Situação de segurança
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Indicações: Identificação e localização; portas, saídas, vias, material, posto o à normalidade.

Aviso

Obrigação

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Emergência

Proibição

Incêndio

Sinais de prevenção

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Toda a sinalização que se pretenda eficaz e que, não fique reduzida a algo apenas decorativo, deve
cumprir como mínimo as seguintes condições:
• Atrair a atenção;
• Dar a conhecer a mensagem;
• Informar sobre a conduta a seguir;
• Deve haver uma possibilidade real de cumprir com o que se indica.
• A sinalização apenas marca ou mostra um risco, nunca o elimina e, portanto, nunca dá uma
segurança efetiva ou real. Em consequência disso, deve-se usar como uma técnica de
prevenção que complementa o resto de medidas a tomar
Para que o trabalhador possa compreender o sinal de segurança rapidamente ou com um simples
olhar e sem confusão possível, os sinais têm pictogramas e cores diferentes consoante o seu
significado.

Equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual – principais tipos


Equipamentos de proteção coletiva (EPCs):
Equipamentos de proteção coletiva, ou EPC, são equipamentos utilizados para proteção de
segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade.

Como exemplos de EPC podem ser citados:


• Redes de proteção (nylon);
• Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas);
• Extintores de incêndio;
• Lava-olhos;
• Chuveiros de segurança;
• Exaustores;
• Kit de primeiros socorros.
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Equipamentos de proteção individual ou EPIs são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser
utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o
exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído
por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários
riscos simultâneos. O uso deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado quando não for
possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a
atividade.
Normativas europeias aplicáveis em Portugal:
Na União Europeia este tipo de equipamentos está abrangido pelas seguintes directivas:
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• Diretiva 89/686/CEE, de 21 de Dezembro, modificada pelas diretivas
• 93/68/CEE
• 93/95/CEE
• 96/58/CE
Em Portugal estas diretivas foram transpostas para a legislação nacional através dos seguintes
diplomas legais:
• Decreto-Lei 128/93, de 22 de abril;
• Portaria 1131/93, de 4 de novembro;
• Decreto-Lei 139/95, de 14 de junho
• Portaria 109/96 de 10 de abril
• Portaria 109/96, de 10 de abril
• Portaria 695/97, de 19 de agosto
• Decreto-Lei 374/98, de 24 de novembro
Decreto de lei nº 182/2006, de 06 de setembro transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva nº
2003/10/CE, de 6 de fevereiro, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de
exposição dos trabalhadores aos riscos devido ao ruído. Revoga e substituí o D.L nº 72/92, de28 de
Abril (alterado pela Lei 113/99, de 3 de Agosto) e o Decreto Regulamentar nº 9/92, de 28 de Abril

Tipos de EPIs
Os EPIs podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger:
• Proteção da cabeça; Proteção do corpo;
• Proteção auditiva; Proteção respiratória;
• Proteção ocular e facial;
• Proteção de mãos e braços;
• Proteção de pés e pernas;
• Proteção contra quedas.

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PPF.068.1
Tipos de proteção para a cabeça

Proteção para o corpo

Proteção auditiva

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PPF.068.1
Proteção respiratória

Proteção facial ocular

Proteção de mãos e braços

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PPF.068.1
Proteção de pés

Proteção de pernas

Proteção contra queda

Um empregador responsável é aquele que fornece todo o equipamento de proteção individual


indispensável e adequado ao trabalho a realizar.
Um trabalhador responsável é aquele que utiliza o equipamento de proteção individual adequado às
tarefas que vai desempenhar e que trata da sua manutenção.

5) REFERÊNCIAS
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PPF.068.1
Miguel, Alberto Sérgio – Manual de Higiene e Segurança no Trabalho, Porto Editora, (2012)
Bandeira, Adérito – Código do Trabalho; Vida Económica, (2011)
SOUSA, J.P. et al. - "Riscos dos agentes biológicos: manual de prevenção". Lisboa. IDICT, 1999. 405
p. ISBN: 972-8321-29-5.
http://issuu.com/rmsilva/docs/manual_hst;
www.apambiente.pt
http://europa.eu/legislation_summaries/environment/index_pt.htm

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PPF.068.1

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